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Gessos Odontológicos – Materiais Dentários Uma vez obtido o molde do paciente é necessário que ele seja replicado em uma cópia positiva, ou seja, em um modelo. Materiais para a obtenção de modelo vêm sendo desenvolvidos há décadas, como exemplos podem citar; a metalização pela prata ou pelo cobre que obtinha um modelo com excelente reprodução de detalhes e alta resistência à abrasão, mas o longo tempo para a obtenção do modelo e a incompatibilidade com diversos materiais para moldagem sempre foi seu empecilho. Resinas epóxicas também têm sido usadas, mas sua alta contração de polimerização também restringiu o seu uso. Atualmente, produtos a base de gesso têm sido os materiais mais usados na obtenção de modelos na odontologia. O gesso é obtido através da calcinação de um mineral natural, a gipsita, que é um sulfato de cálcio di-hidratado. Quando aquecida à gipsita se transforma em gesso (sulfato de cálcio hemi-hidratado). A produção do gesso pode ser feita de três maneiras, o que produz três tipos diferentes de gesso com propriedades distintas e, obviamente, indicações também distintas. Embora isso ocorra, todos os gessos são quimicamente idênticos apenas alterações na forma e na estrutura do pó é que estão presentes. O Primeiro Tipo De Gesso não é mais usado na odontologia. Seu uso era específico para moldar pacientes edentados na obtenção de próteses totais. Atualmente, outros materiais são destinados para esse fim, falar de um material que não existe mais pode parecer estranho, mas isso explica porque os gessos para modelo têm sua classificação iniciada no tipo II. Gesso Tipo II – Comum ou Paris O gesso Paris recebe esse nome porque a cidade de Paris deteve durante séculos as maiores jazidas mundiais de gipsita. A calcinação deste tipo de gesso é feita sem pressão resultando em um gesso com partículas grandes, porosas e irregulares conhecido como β-hemi-hidratado . Com baixa compactação e grande área de superfície nas partículas do pó esse gesso necessita de uma grande quantidade de água para se obter uma mistura satisfatória (usualmente 50%). Com baixa resistência mecânica, baixa reprodução de detalhes e baixa resistência à abrasão estes gessos são indicados como materiais auxiliares de procedimentos laboratoriais como preenchimento de mufla, fixação de modelos em articuladores, bases de modelos entre outros usos. Gesso Tipo III – Pedra Neste caso a calcinação da gipsita é feita em autoclave (sob pressão) e as partículas obtidas são pequenas, regulares e pouco porosas conhecido também como α-hemi-hidratado. Com melhor compactação e menor área de superfície nas partículas do pó esse gesso necessita de menos água para se obter uma mistura satisfatória (usualmente 30%). Com boa resistência mecânica e reprodução de detalhes estes gessos são indicados como materiais para a obtenção de modelos para os diversos tipos de prótese excetuando-se as próteses fixas. Gesso Tipo IV e V – Pedra melhorado Neste caso a calcinação da gipsita é feita em autoclave (sob pressão) e fervida na presença de cloreto de cálcio e cloreto de magnésio diminuindo a aglutinação e produzindo partículas mais compactas e regulares que o gesso pedra, conhecido também como α-hemi-hidratado. Com melhor compactação e menor área de superfície nas partículas do pó esse gesso necessita de menos água para se obter uma mistura satisfatória (usualmente 20%). Com melhor resistência mecânica e reprodução de detalhes e resistência à abrasão que o gesso pedra estes gessos são indicados como materiais para a obtenção troquéis para próteses fixas. A reação de presa é exatamente o inverso da reação de calcinação. Ao ser misturado com a água o pó de gesso (sulfato de cálcio hemi-hidratado) reage com a água e forma o sulfato de cálcio di-hidratado que se precipita na forma de cristais, com forma agulhada, que se entrelaçam promovendo a presa do material. Uma característica interessante desse processo é que os cristais se empurram durante a presa promovendo uma expansão. Quanto menor for a quantidade de água adicionada durante a mistura maior será o número de cristais (núcleos de cristalização) por unidade de volume e mais eles vão se entrelaçar aumentando expansão de presa, a resistência mecânica, promovendo um menor o tempo de presa. Estrutura dos cristais agulhados do sulfato de cálcio di-hidratado O tempo de trabalho é influenciado pela quantidade de água no proporcionamento dos gessos. Normalmente gira em torno de 3 a 5 min sendo que o modelo pode ser separado do molde em aproximadamente 30 min para moldes feitos com materiais de baixa rigidez. Em moldes de alta rigidez é sábio se aguardar uma hora. Alguns produtos podem acelerar a presa dos gessos (Cloreto de sódio, sulfato de potássio, sulfato de cálcio di-hidratado) outros retardar (Bórax, citrato de potássio). Os retardadores podem ainda diminuir a expansão dos gessos o que faz com que os fabricantes usem uma mistura de aceleradores e retardadores para controlar a expansão de presa. O uso desses controladores de expansão é que diferencia o gesso tipo IV do tipo V. O gesso tipo IV têm os controladores de expansão e, por isso mesmo, é proporcionado com menos água que o gesso pedra. Portanto, deveria expandir mais, porém ele tem menor expansão. Como o gesso tipo V não tem os controladores ele expande mais. Expansão Higroscópica De Presa Quando o gesso toma presa em contato com o ar ambiente, a tensão superficial da água livre tende a manter os cristais unidos e isto limita a capacidade dos cristais de crescerem. Entretanto, quando o gesso é imerso em água, os cristais podem crescer livremente resultando em uma maior expansão, esse fenômeno é conhecido como expansão higroscópica de presa. Hidrocolóide irreversível – Alginato Os alginatos, derivados do ácido algínico, que é um derivado de uma alga marinha. Na forma de sólido (gel) forma um hidrogel (quando as suas partículas estão suspensas em água), neste caso existe uma trama entrelaçada das partículas sólidas com água aprisionada nos interstícios. As partículas sólidas estão na forma de fibrilas ou cadeias de moléculas. Composição de um alginato para moldagem. Componente Quantidade (%) Próposito Alginato de sódio 18 Formador do hidrogel Sulfato de cálcio di-hidratado 14 Fornece os íons de cálcio Fosfato de sódio 02 Controla o tempo de trabalho Sulfato de potássio 10 Acelerador da presa do gesso Carga (terra de diatomácea) 56 Controla a viscosidade Silicofluoreto de sódio 04 Controla o pH Quando misturado com água, ligações cruzadas entre as cadeias poliméricas se formam e como não podem mais serem quebradas o material só pode ser usado uma vez, daí o nome irreversível. A reação de presa pode ser descrita a seguir: O cálcio é o responsável pelas ligações cruzadas que forma o gel insolúvel, envolvido por água (hidrogel). É flexível e elástico o suficiente para ser removido dos tecidos bucais e retornar próximo às suas dimensões originais. Um esquema de como são formadas as ligações cruzadas é visto a seguir: Esses materiais são fornecidos na forma de pó, que deve ser agitado antes de proporcionado com a água, essa proporção é importante para a qualidade do molde, por isso os fabricantes fornecem uma colher-medida adequada para o seu produto. O tempo de trabalho pode variar com a proporção água/pó, temperatura ambiente, ou de acordo com a velocidade de presa do produto adquirido, já o tempo de presa pode variar de 1,5 a 4,5min. Clinicamente o término do tempo de trabalho é evidenciado pela perda de pegajosidade do material. Uma vez que o material perdeu a pegajosidade podemos afirmar que ele “tomou presa”, entretanto a resistência ao rasgamento ainda é muito baixa, por isso não devemos remover ainda o molde da boca, e sim somente após 3min da perda da pegajosidade. Diversos trabalhos têm demonstrado que ao se aguardar esse tempo antes da remoção do molde a resistência ao rasgamento praticamente dobra. Na remoção do molde, como o alginato é um material extremamente viscoelástico, devemos fazê-lo provocandoa menor deformação possível, ou seja, no longo eixo dos dentes e o mais rápido possível não permitindo tempo para que o material escoe, portanto, a remoção é feita em um único golpe. Alginatos tem baixa estabilidade dimensional devido à água presa nos interstícios dos polímeros de alginato de cálcio. Essa água pode evaporar o que causaria a contração do molde, fenômeno conhecido como sinérese ou o molde pode absorver mais água do meio causando um aumento no volume do material, fenômeno este conhecido comoembebição. A única forma de se evitar tais fenômenos é obtendo o modelo o quanto antes, mas como é necessária a desinfecção do molde e a recuperação elástica da deformação causada pela remoção do molde, deve-se aguardar ao redor de 30 min para obter o modelo, mas como por vezes no ambiente clínico o tempo livre do profissional para executar trabalhos laboratoriais é escasso e, muitas vezes, é necessário mais tempo para a obtenção do modelo, é possível obter o modelo em até uma hora após a obtenção do molde, desde que, este seja armazenado em uma atmosfera 100% de umidade relativa. Com baixa estabilidade dimensional, baixa reprodução passiva de detalhes e baixa recuperação elástica, em comparação a outros materiais para moldagem. Os alginatos estão indicados para trabalhos de menor precisão, como alguns exemplos podemos citar; moldes para a construção de modelos para estudo, antagonistas, próteses parciais removíveis e aparelhos ortodônticos. Gessos Odontológicos – Materiais Dentários Uma vez obtido o molde do paciente é necessário que ele seja replicado em uma cópia positiva, ou seja, em um modelo. Materiais para a obtenção de modelo vêm sendo desenvolvidos há décadas, como exemplos podem citar; a metalização pela prata ou pelo cobre que obtinha um modelo com excelente reprodução de detalhes e alta resistência à abrasão, mas o longo tempo para a obtenção do modelo e a incompatibilidade com diversos materiais para moldagem sempre foi seu empecilho. Resinas epóxi cas também têm sido usadas, mas sua alta contração de polimerização também restringiu o seu uso. Atualmente, produtos a base de gesso têm sido os materiais mais usados na obtenção de modelos na odontologia. O gesso é obtido através da calcinação de um mine ral natural, a gipsita, que é um sulfato de cálcio di - hidratado. Quando aquecida à gipsita se transforma em gesso (sulfato de cálcio hemi - hidratado). A produção do gesso pode ser feita de três maneiras, o que produz três tipos diferentes de gesso com pro priedades distintas e, obviamente, indicações também distintas. Embora isso ocorra, todos os gessos são quimicamente idênticos apenas alterações na forma e na estrutura do pó é que estão presentes. Gessos Odontológicos – Materiais Dentários Uma vez obtido o molde do paciente é necessário que ele seja replicado em uma cópia positiva, ou seja, em um modelo. Materiais para a obtenção de modelo vêm sendo desenvolvidos há décadas, como exemplos podem citar; a metalização pela prata ou pelo cobre que obtinha um modelo com excelente reprodução de detalhes e alta resistência à abrasão, mas o longo tempo para a obtenção do modelo e a incompatibilidade com diversos materiais para moldagem sempre foi seu empecilho. Resinas epóxicas também têm sido usadas, mas sua alta contração de polimerização também restringiu o seu uso. Atualmente, produtos a base de gesso têm sido os materiais mais usados na obtenção de modelos na odontologia. O gesso é obtido através da calcinação de um mineral natural, a gipsita, que é um sulfato de cálcio di-hidratado. Quando aquecida à gipsita se transforma em gesso (sulfato de cálcio hemi-hidratado). A produção do gesso pode ser feita de três maneiras, o que produz três tipos diferentes de gesso com propriedades distintas e, obviamente, indicações também distintas. Embora isso ocorra, todos os gessos são quimicamente idênticos apenas alterações na forma e na estrutura do pó é que estão presentes.
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