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CROMATOGRAFIA INTRODUÇÃO: A cromatografia envolve uma série de processos de separação de misturas, acontece pela passagem de uma mistura através de duas fases: uma estacionária (fixa) e outra móvel. A interação dos componentes da mistura com estas duas fases é influenciado por diferentes forças intermoleculares, incluindo iônica, bipolar, apolar, e específicos efeitos de afinidade e solubilidade. A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de uma mistura. As diferentes formas de cromatografia podem ser classificadas considerando- se diversos critérios: 1. Classificação pela forma física do sistema cromatográfico 2. Classificação pela fase móvel empregada 3. Classificação pela fase estacionária utilizada 4. Classificação pelo modo de separação 1. Classificação pela forma física do sistema cromatográfico Em relação à forma física do sistema, a cromatografia pode ser subdividida em cromatografia em coluna e cromatografia planar. EM COLUNA: cromatografia líquida, gasosa e supercrítica. PLANAR: Centrífuga, em papel e camada delgada. 2. Classificação pela fase móvel empregada São de 3 tipos: a cromatografia gasosa, a cromatografia líquida e a cromatografia supercrítica (CSC). A cromatografia líquida apresenta uma importante subdivisão: a cromatografia líquida clássica (CLC) e a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). No caso de fases móveis gasosas, separações podem ser obtidas por cromatografia gasosa (CG) e por cromatografia gasosa de alta resolução (CGAR). 3. Classificação pela fase estacionária utilizada Quanto à fase estacionária, distingue- se entre fases estacionárias sólidas, líquidas e quimicamente ligadas. No caso da fase estacionária ser constituída por um líquido, este pode estar simplesmente adsorvido sobre um suporte sólido ou imobilizado sobre ele. Suportes modificados são considerados separadamente, como fases quimicamente ligadas, por normalmente diferirem dos outros dois em seus mecanismos de separação. 4. Classificação pelo modo de separação Separações cromatográficas se devem à adsorção, partição, troca iônica, exclusão ou misturas desses mecanismos. CROMATOGRAFIA PLANAR COLUNA CENTRÍFUGA CCD CP CSC GASOSA LÍQUIDA CLÁSSICA CLAE CG CGAR Cromatografia planar A cromatografia em papel (CP) é uma técnica de partição líquido–líquido. Baseia-se na diferença de solubilidade das substâncias em questão entre duas fases imiscíveis, sendo geralmente a água um dos líquidos. Este método é muito útil para a separação de compostos polares, sendo largamente usado em bioquímica. A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção líquido–sólido. Nesse caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela fase estacionária. A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção líquido–sólido. A separação dos componentes da mistura ocorre em função da migração diferencial sobre uma camada delgada de adsorvente, fixo numa superfície plana, por meio de uma fase móvel (líquido ou misturas de líquidos). O parâmetro mais importante a ser considerado em CCD É A razão entre a distânc i a p e r c o r r i d a p e l a substância e a distância percorrida pela fase móvel Cromatografia em coluna A cromatografia líquida clássica é muito utilizada para isolamento de produtos naturais e purificação de produtos de reações químicas. As fases estacionárias mais utilizadas são sílica e alumina, entretanto estes adsorventes podem servir simplesmente como suporte para uma fase estacionária líquida. Fases estacionárias sólidas levam à separação por adsorção e fases estacionárias líquidas por partição. CROMATOGRAFIA EM COLUNA A cromatografia em coluna é uma técnica usada para a separação de muitos compostos orgânicos. Essa técnica fundamenta-se basicamente na polaridade relativa das moléculas envolvidas F#5 F#6 Frações provenientes do Fracionamento por Coluna Clássica resultantes analisadas em CCD CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE) HPLC- HIGH PERFORMANCE LIQUID CHROMATOGRAPH Fase móvel : solução, solventes (solução tamponada, metanol, acetonitrila) Fase estacionária: coluna cromatográfica - Substâncias que podem ser analisadas por HPLC: Fitocomplexos, antibióticos, diuréticos, fármacos, drogas de abuso, proteínas, a.a., tensoativos, etc.. Ao contrário do GC podem ser analisadas substâncias não voláteis ou termicamente instáveis. ESQUEMA DE UM EQUIPAMENTO DE HPLC 1 2 3 4 5 6 7 1) Válvula de injeção de amostra -injeção manual (loop) -injeção automática (amostrador automático) 2) Bombas de pressão: 100 a 500atm - permite velocidade de fluxo razoável para o empacotamento de partículas de 3 a 10m. As vazões normalmente empregadas em HPLC vão de 0,005 até no máximo 4 a 5ml/min. Injetor 3) Fase móvel: A fase móvel deve ser desgaseificada para remover gases dissolvidos que poderiam causar interferências. Utiliza-se ultra-som e bombas de vácuo. Também deve ser filtrada para evitar entupimento da coluna cromatográfica. Podem ser utilizados dois tipos de eluição: -isocrática: quando se mantém a composição da fase móvel constante durante toda a análise cromatográfica. -programação de gradiente: quando altera-se a composição da fase móvel durante a execução da análise. Utiliza-se dois ou mais solventes com polaridades diferentes 4) Coluna cromatográfica: - Fase normal: Fase estacionária polar (ex. trietilenoglicol) Fase móvel relativamente apolar (Ex. hexano, éter isopropílico) O componente menos polar é eluído primeiro, Aumentando-se a polaridade da Fase móvel, o tempo de eluição diminui. -Fase reversa Fase estacionária apolar (Ex. hidrocarbonetos, sílica de fase reversa C18) Fase móvel relativamente polar (água, metanol, acetonitrila) O componente mais polar é eluído primeiro, Aumentando-se a polaridade da fase móvel, o tempo de eluição aumenta. Obs. A maioria das separações por HPLC são de fase reversa com empacotamentos ligados de C8 ou C18 siloxanos. Coluna 5) Detectores: A) Detectores UV/Vis B) Detectores de fluorescência C) Detectores por índice de refração D) Detectores eletroquímicos INSTRUMENTAÇÃO BÁSICA DA CLAE O detector mais utilizado para separações por CLAE é o detector de ultravioleta (Absorção da luz na faixa UV – visível) EB MIS 6:1 * Cromatografia Gasosa Técnica de separação e análise de misturas por interação dos seus componentes entre uma fase estacionária e uma fase móvel. CROMATOGRAFIA EM FASE GASOSA GC - GAS CHROMATOGRAPHY Fase móvel : gás de arraste (hélio, hidrogênio, nitrogênio) Fase estacionária: coluna cromatográfica - Substâncias que podem ser analisadas por GC: gases, substâncias voláteis e termicamente estáveis. Exemplos: etanol, metanol, cocaína, tolueno, benzeno, anfetaminas, praguicidas, óleos essencias ESQUEMA DE UM EQUIPAMENTO DE GC 1 2 3 4 5 6 Fonte de gás de arraste em um cilindro de alta pressão - A escolha do gás de arraste (fase móvel) depende de certos fatores como preço, disponibilidade, pureza e tipo de detector utilizado. Gás inerte. Associado a fonte de gás estão os reguladores de pressão e os medidores de vazão que permitem controlar e monitorar o escoamento do gás de arraste: a eficiência da técnica varia com a vazão do gás (fluxo). 2) Sistema de injeção de amostra A amostra líquida é introduzida com a ajuda de uma microseringa de vidro. A agulha penetra uma borracha de silicone que é um septo auto-selante. A utilização da seringa, de modo ideal, permite uma reprodutibilidade da técnica. A temperatura do injetor deve ser tal que o líquido amostral seja rapidamente vaporizado sem haver decomposição térmica (próximo ao ponto de ebulição do componente menos volátil).Temperaturas comuns de análise são da ordem de 200-300C. 3) Coluna: A separação efetiva dos componentes da amostra é realizada na coluna cromatográfica onde o tipo e a quantidade da fase estacionária são fatores importantes para se ter a eficiência desejada. gás gás Coluna cromatográfica gás DETECTOR * 3) Coluna: De acordo com a natureza da fase estacionária, é possível dividir-se a cromatografia em fase gasosa em: A) Cromatografia gás-líquido (CGL) ou partição: a fase estacionária é uma película delgada líquida não-volátil a qual recobre um sólido inerte denominado suporte. A base para a separação cromatográfica é a distribuição da amostra dentro e fora desta película, ou seja, a partição da amostra entre a fase móvel e a fase estacionária líquida. B) Cromatografia gás-sólido (CGS) ou adsorção: a fase estacionária é um sólido de grande área superficial, usualmente um adsorvente como carvão vegetal, sílica-gel ou peneira molecular. Empregado na separação de gases como nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, etc. 3) Coluna: Tipos de coluna: - Empacotada - Capilar Em colunas capilares temos uma maior eficiência, uma melhor resolução cromatográfica e um tempo de análise menor. 3) Coluna: Eficiência da coluna pode ser calculada pelo número de pratos teóricos (N): N = 16 (TR / Wb)2 = 5,545 (TR / Wh) 2 Um prato teórico é definido como sendo um equilíbrio de distribuição do soluto entre as duas fases; quanto maior o valor de N, mais equilíbrios existirão e a separação será maximizada. TR = tempo de retenção Wb = largura da base do pico Wh = largura a meia altura do pico 3) Coluna: Resolução: A Resolução (R) é uma medida quantitativa da separação de dois picos consecutivos, sendo determinada por dois fatores: TR e Wb. R = 2 TR / Wb1 + Wb2 3) Coluna: Resolução: 4) Forno: -Temperatura -Análise isotérmica: quando a análise em cromatografia em fase gasosa é realizada com forco mantido à temperatura constante desde o início até o final. -Temperatura programada: a temperatura muda durante o decorrer da análise A) Balístico B) Linear C) Multilinear 4) Forno: 4) Forno: 5) Detectores: Detector de Ionização de Chama (FID) Detecta substâncias ionizáveis em chama (hidrocarbonetos) B) Detector de Condutividade Térmica (TCD) Todos os compostos. Simples, baixo custo e boa estabilidade C) Detector de Nitrogênio-Fósforo (NPD) Excelente para composto que contém N ou P em sua composição. D) Detector de Captura de Elétrons (ECD) Dispendioso e de estabilidade regular, dispendioso, altamente seletivo Obs: Em geral utiliza-se temperaturas mais elevadas no detector do que no forno, para evitar condensação de substâncias no detector (contaminação). 6) Registradores (sistemas de dados) Impressora (integrador) -fácil de operar -preço moderado Computador (workstation) -mais caro -mais flexível, poderoso. ANÁLISE QUALITATIVA A identificação de substâncias por cromatografia em fase gasosa se dá através do tempo de retenção (TR) da substância na coluna cromatográfica comparada com padrões. Injeção de padrão Injeção de amostra ANÁLISE QUANTITATIVA A quantidade de analito (substância) é proporcional à área ou a altura do pico correspondente. 1 ng de substância 2 ng de substância ANÁLISE QUANTITATIVA Para se calcular a concentração de uma substância em uma amostra é necessário se fazer uma curva de calibração. Duas formas: A) Método do padrão externo B) Método do padrão interno ANÁLISE QUANTITATIVA A) Padrão externo Faz-se uma curva com várias concentrações do analito. A seguir injeta-se o extrato da amostra cuja concentração se quer determinar e lança-se no gráfico as áreas obtidas dos picos contra as concentrações dos adicionados. ANÁLISE QUANTITATIVA B) Padrão Interno (PI) O padrão interno (PI) é um composto que se adiciona à amostra, antes de qualquer manipulação (extração) de forma que não interfira com a análise. O PI tem a função de corrigir possíveis imprecisões durante a manipulação da amostra (fase de extração, injeção da amostra) ou mesmo variações no equipamento de GC. O PI também tem a função de monitorar possíveis erros de operação ou procedimentos durante a análise. O PI deve ter preferencialmente as seguintes características: a) nunca ser encontrado na amostra; b) ser disponível em elevado grau de pureza; c) ser bem resolvido dos outros picos; d) ser estruturalmente semelhante ao analito, ou possuir os mesmos grupos químicos do analito. ANÁLISE QUANTITATIVA B) Padrão Interno (PI) Exemplos: 1 2 Cocaína Isopropilbenzoilecgonina (PI) Propanol (PI) Etanol CARACTERÍSTICAS DAS DUAS TÉCNICAS (GC E HPLC) -Eficiente, altamente seletivo, largamente aplicável, -Quando utilizado PI, análises bastante precisas, -Boa sensibilidade, -Necessitam de procedimentos de extração da amostra, -Necessitam de equipamentos específicos e profissionais treinados para operá-los. -Possibilidade de se detectar várias substâncias em uma mesma análise, -Há possibilidade de interferentes. Aplicações práticas da Cromatografia Gasosa: Química: Determinação de antioxidantes, nutrientes ou contaminantes em alimentos. Indústria: Monotorização de processos industriais. Saúde: Análises dos constituintes do sangue. Análise forense. Ambiente: Determinação de resíduos de pesticidas em produtos alimentares, águas ou esgotos. Determinação de gases e solventes orgânicos na atmosfera, solos ou rios. A cromatografia gasosa é uma das técnicas analíticas mais utilizadas. Além de possuir um alto poder de resolução, é muito atrativa devido à possibilidade de detecção em escala de nano a picogramas. A diferença entre CG e CGAR está na coluna (tubos longos de metais como aço ou cobre, vidro ou teflon). Colunas de CGAR são maiores em comprimento, menores em diâmetro, possuem a fase líquida como um filme aplicado diretamente às paredes do tubo da coluna e são mais eficientes. Referências Bibliográficas COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. Introdução a métodos cromatográficos. 5ª ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1993. LOUGH, W.J. e WAINER, I.W. High Performance liquid chromatography: fundamental principles and practice. Blackie Academic and Professional, 1995. CHAVES, M.H.; Análise de extratos de plantas por CCD: uma metodologia aplicada à disciplina “Química Orgânica”. Química Nova, v. 20, n. 5, p. 560-562, 1997. ANDRADE, J.B.; PINHEIRO, H.L.C.; LOPES, W.A.; MARTINS, S.; AMORIM, A.M.M. e BRANDÃO, A.M. Determinação de cafeína em bebidas através de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Química Nova, v. 18, n. 4, p. 379-381, 1995. NETO, F.R.A.; CGAR em análise de resíduos. Química Nova, v. 18, n. 1, p.65-67, 1995. N C C H 3 O O C H 3 O C O C O O N C C H 3 O O C H C H 3 C H 3 C H 3 C H 2 O H C H 3 C H 2 C H 2 O H
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