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Determinação do teor de fibras Prof. Dra. Michelly C. Paludo Nutricionista, Mestra e Doutora em Ciência de Alimentos Contato: michellypaludo@hotmail.com FIBRAS Hipócrates (500 a.C.) – fibras efeito laxativo benéfico Final do século XIX e início XX – processamento de alimentos fibras eram descartadas Em 1953surge o termo fibra dietética ou alimentar) Cleave (1956) – doenças do homem moderno fibras Burkitt, Walker e Trowell (anos 70) – estudos epidemiológicos e clínicos quantidade de fibras na dieta x doenças do homem moderno Atualmente – fibras interfere no funcionamento do sistema digestivo Fibras Insolúveis Lignina Celulose Hemicelulose Fibras Solúveis Pectinas Gomas β-glucanas Mucilagens Algumas hemiceluloses Definição: conjunto de polissacarídeos que não sofre hidrólise durante o processo de digestão dos alimentos. Fibras que não seja hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo humano.” DEFINIÇÃO ANVISA: “ Qualquer material comestível de origem vegetal Proteínas Lipídios Constituintes inorgânicos Lignina Celulose Hemicelulose Pectinas Gomas Mucilagens Algas Celulose modificada Parede celular Fibra dietética Fonte: Pomeranz & Meloan, 2000 Recomendação – Alimentar De acordo com American Dietetic Association (ADA) Ajudam a Prevenir Doenças Cardiovasculares e Diabetes tipo 2 20 a 35 g de fibras/dia – adulto Fibras solúveis Fibras insolúveis Fibras totais Pães e derivados 0,5 – 1,6 0,5 – 8,6 1,5 – 9,6 Cereais e massas 0,1 – 1,5 0,3 – 3,3 0,3 – 3,9 Frutas Leguminosas Vegetais cozidos 0,1 – 4,5 0 – 1,4 0,1 – 1,8 0,2 – 11,8 4,0 – 10,6 1,0 – 4,2 0,4 – 12,7 4,5 – 10,6 2,0 – 5,2 Vegetais crus 0,1 – 0,8 0,8 – 3,0 1,0 – 3,5 Conteúdo de Fibras em diversos alimentos (g/100g) Fonte: Li et al. (2002) Journal of Food Composition and Analysis Interferir no metabolismo da glucose e dos lipídios Modular a atividade metabólica das bactérias intestinais Contribuir na manutenção do equilíbrio do ecossistema do intestino grosso Contribuir para a integridade da mucosa intestinal Funções das Fibras Alimentares Controlar a motilidade gastrointestinal Funcionalidade - Tecnológica Fibras Solúveis Funcionalidade - Tecnológica Fibras Solúveis Natural: pouca utilização em alimentos - resistente a hidrólise - penetração de água - elasticidade das fibras Fibras Insolúveis Tipo Benefícios Fibras Insolúveis • Estímulo ao bom funcionamento intestinal • desenvolvimento da mucosa do íleo e cólon • a proteção contra infecções • Aumento do bolo fecal • Prevenção de constipação Fibras Solúveis • Redução no esvaziamento gástrico (maior saciedade) • a proteção contra infecções e câncer de intestino • Retardo da absorção de glucose • colesterol total e LDL Funcionalidade - Nutricional Funcionalidade - Nutricional fermentação lenta e incompleta, influenciando os hábitos intestinais; bolo fecal, o trânsito e constipação; exemplos: celulose, hemicelulose, lignina Fibras Insolúveis é um polissacarídeos estrutural, com grau de polimerização, é hidrolisada pela celulase. Tem estrutura simples com +10.000 glicoses unidas por ligações β-1-4; não é ramificada e se auto-associa por ligações de H a solubilidade em água; encontrada em cascas de frutas, farelo de trigo, feijão, soja, ervilha, milho, verduras e amendoim. Fibras Insolúveis - Celulose ligações β-1-4 Estrutura da celulose Fibras Insolúveis - Hemicelulose É extremamente resistente à degradação química e enzimática; Encontrada em farelo de trigo, cereais e pães integrais. Fibras Insolúveis - Lignina Estrutura da lignina 1/3 das fibras alimentares; absorção de glicose e lipídios no intestino delgado de fácil fermentação pelas bactérias do cólon; formam géis com a água, a viscosidade; exemplos: pectinas, hemicelulose, gomas e mucilagens. Fibras Solúveis • são polissacarídeos estruturais que dão firmeza; • são usadas como espessantes, emulsificantes e conservantes, e também na formação de géis (fabricação de geléias); • encontradas no farelo de aveia, soja, lentilha, ervilha, cenoura, frutas cítricas. Fibras Solúveis – Pectina Substâncias pécticas: Estrutura da pectina São contituídos principalmente por D-xilose, D-galactose, L-rabinose; São encontradas no farelo e germe de trigo, milho verde, abóbora, beterraba, mandioca, amendoim, aveia e cevada; Fibras Solúveis - Hemiceluloses São polissacarídeos estruturais complexos não amiláceos e não celulósico, que formam as paredes celulares; Podem ser hidrolisados por ácidos e bases; São quimicamente variadas e também apresentam frações insolúveis. EFEITO AÇÃO hipocolesterolêmico • altera o met. e secreção de ác. biliares • a absorção de lipídios absorção de glicose • a viscosidade retarda a entrada do nutriente no intestino delgado • altera a motilidade do intestino protege o cólon • fermenta AG cadeia curta pela microflora, diminui o pH, inibe a conversão dos AG em compostos secundários (carcinogênicos) Fibras Solúveis - β-glucanas • Sementes - Hidratáveis a frio e não gelificam •Goma Guar e Xantana – espessante e estabilizante para sorvetes e laticínios; •Goma Arábica – estabilizante de emulsões e encapsulante; • Algas - Solúveis em água quente, gelifica •Carragena – gelificante para laticínios, estabilizante de emulsões e espessante •Agar – gelificante para doces, carnes e massas Fibras Solúveis – Gomas e Mucilagens * Não enzimático Método clássico (~ 1850) Fibra Detergente Neutro (FDN) Fibra Detergente Ácido (FDA) * Enzimático Métodos para determinação de fibras Gravimétricos Fibra Alimentar Total (AOAC 985.29) Solúvel e Insolúvel (AOAC 991.43) pesagem da amostra seca extração da gordura refluxo com ácido sulfúrico Filtração/lavagem com água quente (eliminação do ácido) Refluxo do resíduo com hidróxido de sódio Filtração/lavagem com água quente (eliminação da base) e cadinho de Gooch Secagem em estufa até peso constante Pesagem cinzas + fibras Incineração (550°C) Pesagem Método Clássico (Fibra Bruta) Método Clássico (~1850) Não mede a totalidade da celulose (~80%) e lignina (~50%) Hemicelulose, pectinas e hidrocolóides são solubilizados e não detectados (<20%) Tratamento muito drástico Peso perdido na incineração é computado como Fibra Bruta Não representa a digestão no organismo (hidrólise química e não enzimática) Filtrações muito lentas Presença de gordura interfere na análise pesagem da amostra seca e moída Amostra + detergente (lauril sulfato de sódio + tampão) Refluxo a 100°C Filtração/lavagem com água quente e acetona Secagem em estufa até peso constante Fibra Detergente Neutro (FDN) Pomeranz & Meloan (1982) Pesagem cinzas + fibras Incineração cinzas Pesagem - fibras Fibra Detergente Neutro (FDN) Determina os componentes estruturais da parede celular: celulose hemicelulose lignina Não determina fibra solúvel. Método adotado pela AACC (American Association of Cereal Chemists) Fibra Detergente Ácido (FDA) Pomeranz & Meloan (1982) pesagem da amostra seca e moída Amostra + detergente (brometo de cetilmetilamônio + ácido sulfúrico (H2SO4) Refluxo a 100°C Filtração/lavagem com água quente/acetona Pesagem cinzas + fibras Incineração cinzas Pesagem - fibras Fibra Detergente Ácido (FDA) Determina celulose, lignina e pequenas quantidade de hemicelulose e pectinas pH ácido destrói a hemicelulose Amostras com amido devem ser tratadas previamente com α- amilase Os métodos de FDN e FDA não determinam fibras solúveis. Ocorre perda de parte da hemicelulose insolúvel. Não solubiliza a proteína totalmente (Ex: isolado de soja). Amido não é totalmente removido mesmo na presença de enzimas. pesagem da amostra desengordurada Tampão fosfato (pH 6,0) + -amilase (95 a 100 °C por 30 min) AjustarpH 4,5 (HCl) / amiloglicosidase (60°C por 30 min) Fibra Alimentar Total Determinação de Proteína Determinação de Cinzas Método Enzimático – Gravimétrico AOAC 985.29 Precipitar Fibra solúvel em etanol Filtrar e lavar com etanol cadinho poro 40 – 60 m Adição de NaOH (pH 7,5) e protease (60°C por 30 min) Secagem em estufa até peso constante (RESÍDUO) Fibras insolúveis (hemiceluloses, celulose, lignina) Filtração H2O a 70ºC Precipitação Etanol Filtração etanol e acetona Resíduo lavado etanol e acetona Filtrado precipitado etanol Fibras solúveis (pectina, gomas, hemiceluloses) Método Enzimático AOAC 991.43 pesagem da amostra desengordurada Tampão pH 8,2 α-amilase (até 100ºC/ 30min) protease (60ºC/ 30min) Amiloglicosidase (pH 4,5 c/ HCl) (60ºC/ 30min) Fibras totais Mede o teor de fibra total FT = peso do resíduo – teor de proteína – teor de cinzas Procedimento enzimático (simula a digestão) Determina todas as frações da fibra. Importante: Preparo da amostra. Amido resistente – contabilizado como fibra. Proteína residual. Minerais associados às fibras – fitatos. Precipitação com EtOH – não vale para polímeros altamente ramificados (ex: beterraba). Co- precipitação de reagentes e ácidos orgânicos. Adotado pelo MS para rotulagem de alimentos Simula a digestão Determina todas as frações da fibra Adotado pelo MS para rotulagem de alimentos Método Clássico (Fibra Bruta) Método Enzimático Não mede a totalidade da celulose (~80%) e lignina (~50%) Hemicelulose, pectinas e hidrocolóides são solubilizados e não detectados (<20%) Tratamento muito drástico Não representa a digestão no organismo (hidrólise química e não enzimática) Filtrações muito lentas Presença de gordura interfere na análise
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