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Procedimentos Farmacêuticos Assistenciais - aula DM - 3º bimestre

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Procedimentos Farmacêuticos Assistenciais
Diabetes mellitus
Histórico
A denominação “Mellitus” é de origem latina que significa “mel” ou “adocicado”.
 Antigamente, percebeu-se que a urina de algumas pessoas atraíam formigas e, portanto, quando a doença ficou reconhecida, o nome veio a calhar.
 Trata-se de um grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em comum a condição de “hiperglicemia”, resultado de falhas na ação ou secreção da insulina, ou em ambas.
Epidemiologia
Em 1985 estimava-se que existissem 30 milhões de adultos com DM no mundo.
 Esse número cresceu para 135 milhões em 1995, atingindo 173 milhões em 2002 com projeção de chegar a 300 milhões no ano 2030.
 No mundo 371 milhões (IDF, 2013))
 Brasil: 12 milhões (IBGE, 2010)
Diabetes mellitus - DM
O diabetes é uma enfermidade que provoca o aumento da quantidade de açúcar (glicose) no sangue por falta absoluta ou relativa de insulina.
Diabetes mellitus - DM
Durante a digestão, o corpo quebra nutrientes de alimentos e bebidas, para convertê-los em substâncias em que as células utilizam como combustível (energia) e para a própria manutenção e crescimento.
Glicose
Insulina
Diabetes mellitus - DM
Depois de cada refeição, os níveis de glicose no sangue sobem, o excesso de glicose estimula as células beta no pâncreas a liberar insulina, o que permite que a glicose seja armazenada sob forma de glicogênio e ácidos graxos. 
Como resultado os níveis sanguíneos de glicose voltam ao normal.
Diabetes mellitus - DM
A regulação deste processo é feita por dois grupos de células secretoras de hormônio no pâncreas:
As células beta secretam insulina
As células alfa secretam glucagon
Diabetes mellitus - DM
A insulina facilita a entrada da glicose nas células (onde ela será utilizada para a produção de energia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. 
Ela retira o excesso de glicose do sangue, mandando-o para dentro das células ou do fígado. Isso ocorre, logo após as refeições, quando a taxa de açúcar sobe no sangue. 
A falta ou a baixa produção de insulina provoca o diabetes, doença caracterizada pelo excesso de glicose no sangue (hiperglicemia).
Diabetes mellitus - DM
O glucagon funciona de maneira oposta à insulina. 
Quando o organismo fica muitas horas sem se alimentar, a taxa de açúcar no sangue cai muito e a pessoa pode ter hipoglicemia.
Quando ocorre a hipoglicemia o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando-o a “quebrar” o glicogênio em moléculas de glicose. 
A glicose é, então enviada para o sangue, normalizando a taxa de açúcar.
Diabetes mellitus - DM
Diabetes tipo I – DM1
Pouca ou nenhuma produção de insulina; 
Necessária a aplicação de insulina; 
Acomete menos de 10% dos pacientes; 
Autoimune em 95% dos casos; 
Como acontece: 
 Anticorpos contra as células β; 
Insulite nas ilhotas de Langerhans - O processo de destruição das células β pancreáticas, denominado insulite, ocorre pela agressão imunológica mediada por células linfocitárias, macrófagos e células "natural killer", sendo portanto um processo dependente da imunidade celular.
Diabetes tipo I – DM1
A deficiência da insulina faz com que a glicose que deveria entrar nas células para que haja a sua transformação em energia fica em alta concentração no sangue (hiperglicemia) e o indivíduo torna-se insulinodependente.
 Dizia-se que o DM1 era uma doença juvenil, mas hoje sabe-se que ela pode ocorrer em qualquer faixa etária.
Em alguns casos, o DM1 não tem origem autoimune, mas ainda assim apresenta as mesmas características. 
Sendo assim, ela é caracterizada como uma forma idiopática (de causa desconhecida) do DM1.
Diabetes tipo I – DM1
Diabetes tipo II – DM2
É o mais comum e está associado aos estilos de vida das pessoas.
Neste tipo o pâncreas secreta insulina, mas as células corporais não reagem a ela, os receptores que permitem a entrada da glicose na célula ficam inativos.
Diabetes tipo II – DM2
Está intimamente relacionado à obesidade. 
O aumento de gordura circulante provoca a incapacidade das células β em responder à crescente demanda periférica de insulina, a qual ocorre durante a evolução progressiva da resistência à insulina de indivíduos intolerantes à glicose. 
Fatores como o sobrepeso e a obesidade, a inatividade física e o envelhecimento, interferem na reserva funcional de células β ou na sensibilidade tecidual à insulina, ou em ambos os efeitos simultaneamente.
Diabetes tipo II – DM2
É possível que o indivíduo desenvolva a DM2 pelo sobrepeso e haja somente a falha na sensibilidade da célula em reconhecer a insulina. 
Se ele não é tratado, é como se o organismo entendesse que o pâncreas devesse produzir cada vez mais insulina, pois “a quantidade não está suficiente”, e assim, o pâncreas entra em falência.
Diabetes tipo II – DM2 
Em condições normais, a secreção de insulina ocorre em dois picos ao se iniciar uma refeição: 
o 1º pico é necessário para a utilização da glicose proveniente dos alimentos e também para sinalizar o fígado e inibir a produção endógena de glicose logo após a refeição. 
No 2º pico, a insulina atua na captação da glicose pelas células. 
No indivíduo sadio, as duas fases estão preservadas, enquanto no paciente diabético, há perda da primeira fase e atraso na segunda.
Diabetes tipo II – DM2
Diabetes Gestacional - DMG
O DMG é a intolerância a carboidratos que ocorre durante a gestação, pode ou não permanecer após o nascimento da criança. 
É similar ao DM2, e sua fisiopatologia pode ser explicada pela elevação de hormônios contrarreguladores da insulina, pelo estresse fisiológico imposto pela gravidez e por fatores predeterminantes (genéticos ou ambientais). 
O principal hormônio relacionado com a resistência à insulina durante a gravidez é o hormônio lactogênico placentário; contudo, sabe-se hoje que outros hormônios hiperglicemiantes, como cortisol, estrogênio, progesterona e prolactina, também estão envolvidos.
Diabetes mellitus Gestacional - DMG
A gestante diabética, se não tratada, possui maior risco de ruptura prematura de membrana, parto pré-termo, feto com apresentação pélvica (posição sentada) e feto macrossômico, além do risco de pré-eclâmpsia nessas pacientes.
Sintomas do DM
Os sintomas do DM são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo.
Os sintomas da hiperglicemia são:   
Sede excessiva (polidipsia)
Aumento do volume da urina (poliúria), acima de 2,5l por dia
Aumento da freqüência urinária (polaciúria)
Fadiga, fraqueza, tonturas
Problemas Visuais
Aumento de apetite
Perda de peso
Coma hiperglicêmico
Efeitos do Diabetes I
Se não for tratada, pode causar cetoacidose diabética (DKA), com o surgimento de cetonas, substâncias químicas tóxicas que se acumulam no sangue.
Sendo assim é necessário que o paciente se trate para evitar complicações futuras.
Diabetes Tipo II
Pessoas acometidas por diabetes do tipo II são mais propensas a apresentar níveis altos de colesterol, aterosclerose e pressão sanguínea alta, este quadro pode ser controlado por dieta saudável, exercício regular e monitoramento diário do nível de glicose no sangue.
Contudo, em alguns casos, pode ser necessário recorrer á medicação para estimular a produção, ou ajudar as células a absorver glicose.
Consequências do DM descontrolado
Existem complicações de longo prazo que podem advir do diabetes, quase sempre quando a doença não é controlada.
Retinopatia - O supercrescimento de novos vasos sanguíneos na retina causa perda da visão.
Conseqüências da DM
Nefropatia: Lesão dos vasos dos rins, leva a falência do órgão.
Conseqüências da DM
Neuropatia: Má circulação causa dano nos nervos.
Conseqüências da DM
Doença cardíaca coronária: Causada por aterosclerose.
Lesão nos pequenos vasos: os vasos sofrem estreitamento e não levam oxigênio suficiente aos tecidos.
Má circulação membros inferiores: Perda da sensibilidade, favorecendo aparecimentode úlceras e gangrena.
Tratamento
Diabetes Tipo I
O tratamento deste tipo de diabetes inclui freqüentes injeções de insulina como rotina para suprir a falta desta, que o corpo não consegue produzir.
Não há cura para diabetes do tipo I, o transplante de rim e pâncreas pode aliviar os sintomas, mas o tratamento com medicação tem de ser mantido por toda a vida, para evitar a rejeição dos órgãos