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CEL0815 - POLÍTICAS PÚBLICAS E ORGANIZAÇÃO DA EDU BÁSICA AULA 08

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Disciplina: Políticas públicas e organização de
Educação Básica
Aula 8: A base legal para a formação de licenciados no
Brasil
Apresentação
Na aula anterior estudamos alguns aspectos da LDB/96 para a Educação Básica, o PNE, a BNCC e o ECA que fazem parte
dos marcos legais da política educacional brasileira.
Nesta aula, vamos caminhar um pouco mais na construção de conhecimento, como está regulamentada a formação de
professores no Brasil e também conheceremos as diretrizes que regulam os cursos de licenciaturas no país, especialmente o
curso de Pedagogia.
Outro ponto importante que trataremos é relativo aos requisitos legais e normativos que orientam os cursos de formação de
professores no país. Então, animado? Vamos retomar nossa caminhada!
Objetivos
Reconhecer os pontos fundamentais da base legal para a formação de licenciados no Brasil;
Compreender as diretrizes curriculares nacionais para os cursos de Licenciatura;
Identi�car os requisitos legais para a formação do licenciado no Brasil: as questões socioambientais e ética, a educação
escolar indígena, do campo e quilombola, LIBRAS e a diversidade étnico-cultural.
Política da Educação no Brasil: da descontinuidade à reforma dos
anos 1990 e sua in�uência no contexto escolar
Já falamos muito até aqui sobre política educacional. Mas, você sabe realmente o que ela é?
A política educacional corresponde a todas as decisões que o Estado toma em relação
à Educação no país, ou seja, as ações das diversas esferas públicas: municipal,
estadual (distrital) e federal.
Aqui, no Brasil, temos uma característica muito peculiar, pois a política pública educacional é continuamente marcada por
reformas que têm a �nalidade de resolver as inúmeras adversidades apresentadas no campo educacional, mas que não se
perpetuam. A política educacional brasileira acaba sendo caracterizada por ações descontínuas e com muito pouca efetividade.
Perceba que isso é um problema grande que todos nós da Educação precisamos enfrentar.
Saiba mais
Assista ao vídeo Políticas Educacionais Brasileiras <https://www.youtube.com/watch?v=uhomL5IUoFk> .
Leia o texto Política Educacional Brasileira: Limites E Perspectivas
<https://www.aedi.ufpa.br/parfor/letras/images/documentos/ativ2_2014/breves/breves2012/poltica%20educacional%20brasileira%20limites%20e%20perspectivas.pdf>
que traz um panorama sobre essas várias reformas.
Atividade
1. Após assistir ao vídeo e ler o texto acima, escreva um pequeno texto dissertativo sobre o tema tratado na charge abaixo:
 Fonte: Blog Desafios do Ensino
<//desafiosensino.blogspot.com/2013/11/charge.html>
https://www.youtube.com/watch?v=uhomL5IUoFk
https://www.aedi.ufpa.br/parfor/letras/images/documentos/ativ2_2014/breves/breves2012/poltica%20educacional%20brasileira%20limites%20e%20perspectivas.pdf
http://desafiosensino.blogspot.com/2013/11/charge.html
A descontinuidade das políticas
públicas educacionais está
diretamente relacionada a uma
política de governo e não a uma
política de estado.
Isso fragmenta as ações públicas
após cada sucessão de governo
ou articulação política.
Esse é um movimento danoso
para a Educação, pois cria um
sistema educacional que não está
organizado em torno de um
objetivo claro, e descaracteriza a
responsabilidade dos governos
nessa área ou na instituição de
políticas públicas que se
mantenham.
Saviani (2008) a�rma que as sucessivas reformas criam o movimento pendular na estrutura
educacional, impedindo que nossa educação tenha um arcabouço concreto, sequencial e
coerente. Isso se dá porque o que um governo implementa o outro destrói.
Para entendermos a política educacional no Brasil é necessário voltarmos ao passado para resgatar algumas informações e
acontecimentos importantes que de�niram a atual política educacional brasileira. Por essa razão, retornaremos à década de 1970.
Década de 1970
Nesse período da história brasileira encontraremos um enorme desequilíbrio econômico, caracterizado pela crise mundial do
petróleo. A crise do petróleo alcançou todos os países do mundo que não eram produtores de petróleo. Por essa razão, os
governos começaram a “apertar os cintos” e a diminuir a quantidade de dinheiro que investiam na sociedade, como vimos na Aula
1.
Saiba mais
Assista ao vídeo Economia brasileira 5 tropeços e crise 1973 - 1986 <https://www.youtube.com/watch?v=2AtMolAuNQU> , para
entender essa crise do petróleo.
O modelo de governo denominado “Estado de Bem-Estar Social” começou a ser questionado e estava aberto o caminho para a
instalação dos ideais neoliberais no Brasil e no mundo. A partir da crise e da discussão desses ideais, começa a implementação
sistemática da corrente político-econômica neoliberal em todos os países ocidentais, com vistas a dar uma resposta à crise do
petróleo dos anos 1970.
Como você estudou na Aula 1, os princípios básicos do neoliberalismo são:
https://www.youtube.com/watch?v=2AtMolAuNQU
01
A participação mínima do Estado na economia para
desregulamentá-la
02
Privatização
03
Redução de impostos
04
Incentivo à competição
05
Aquisição de lucro
Mas, claro que esse pensamento neoliberal não se restringiu somente ao campo econômico.
Logo, alcançou outras vertentes sociais, dentre elas a área da Educação, por meio das
reformas que se acentuaram a partir dos anos 1990 (in�uenciadas por organismos
transnacionais de �nanciamento e cooperação, como o Banco Mundial e a UNESCO), com o
objetivo de diminuir gastos e melhorar a qualidade em vários setores.
Como vimos, na aula anterior, a partir da década de 1990, o Brasil realizou reformas educacionais que tinham como um de seus
eixos a descentralização de poderes e das obrigações da União com a Educação, passando o leme dessa área aos municípios e,
também, fortalecendo e incentivando o surgimento das Organizações Não Governamentais (ONGs) no Brasil.
Já os grupos contrários a essa visão neoliberal a�rmam que as propostas do Banco Mundial são uma forma de manipular os
países, pois o BM é uma instituição �nanceira internacional que explora os países pobres ou emergentes, mediante empréstimos
e pagamentos de juros sobre esses empréstimos.
Saiba mais
Veja o que o Banco Mundial a�rma sobre a aprendizagem mundial no texto ‘O Banco Mundial adverte a respeito da “crise da
aprendizagem” na educação global’ <//www.worldbank.org/pt/news/press-release/2017/09/26/world-bank-warns-of-learning-
crisis-in-global-education> .
Para esse grupo de esquerda:
01 A análise da e�ciência e equidade na Educação pública é para que se implante políticas privatistas para a Educação nopaís, e também para sustentar o mercado mundial, em virtude da exploração da mão de obra e dos recursos naturais;
02
O acesso à Educação aconteceu em detrimento de um ensino de qualidade, porque a proposta de “e�ciência” na
Educação, é para formar pessoas de maneira rápida para atuarem no mercado de trabalho, sob a ótica da
empregabilidade, ou seja, pessoas ensinadas para se adaptarem a vários tipos de trabalhos e ao mercado atual.
Comentário
http://www.worldbank.org/pt/news/press-release/2017/09/26/world-bank-warns-of-learning-crisis-in-global-education
Bom, lhe foram conferidas duas visões diferentes e antagônicas entre si, agora é importante que você faça uma parada na leitura
dessa aula, pense sobre o que acabou de ler, julgue essas duas perspectivas políticas acerca da Educação e seus problemas, e
re�ita sobre como você percebe a questão da Educação atualmente.
Atividade
2. Questão 2 - A perspectiva neoliberal tem como princípios básicos:
I – a educação para a cidadania;
II - a participação mínima do Estado na economia;
III – a desregulamentação da economia;
IV – a redução de impostos.
Assinale a única alternativa que contém apenas a�rmativas corretas em relação aos princípios neoliberalistas:
a) I, II e III estão corretas.
b) I, III e IV estão corretas.
c) II, III e IV estão corretas.
d) II e IV estão corretas.
e) III e IV estão corretas.
A formação de professores no Brasil atualmente
Como vimos, as políticas educacionais noBrasil estão sempre sofrendo alteração. Atualmente, os artigos 62 a 67 da LDB/96
regulamentam a formação de docentes para atuar no magistério da Educação Básica e superior.
Saiba mais
Leia na íntegra o artigo 62 <//www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm> da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Importante ressaltarmos que, de acordo com a LDB, são consideradas funções de magistério:
01
Docência
02
Funções de gestão e coordenação escolar
03
Assessoramento pedagógico
04
Ações exercidas por professores e especialistas em atividades
educativas na Educação Básica
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm
A formação mínima para ser professor da escola básica no Brasil é realizada em
universidades ou nos institutos superiores de Educação nos cursos de licenciaturas. Em
relação ao curso de Pedagogia, os alunos podem ser formados em universidades ou nos
institutos superiores de educação.
01 Os alunos formados pelos institutos só poderão atuar como professores da Educação Infantil e das cinco primeirasséries do Ensino Fundamental;
02 Os pedagogos formados pelas universidades poderão atuar também em todas as áreas da Pedagogia: gestão escolar,inspeção, orientação educacional, pedagogia hospitalar, institucional etc.(Artigos 63 e 64/LDB);
03 O pro�ssional que desejar atuar no magistério superior deverá fazer um curso de pós-graduação, preferencialmentemestrado e doutorado.
Os currículos dos cursos de Licenciatura deverão se basear nas orientações da BNCC e disponibilizar conteúdo técnico-
pedagógico e tecnológicos aos seus alunos. Outro fato importante sobre formação de professores é que os entes federativos
devem incentivar à formação de professores, por meio do programa de bolsa de iniciação à docência (PIBID) e também de
programas de residência pedagógica.
A residência é uma ação que pretender modernizar o PIBID e tem como �nalidade
apoiar futuros professores que fazem cursos de licenciaturas.
Saiba mais
Procure informações sobre o PIBID no Portal do MEC <//portal.mec.gov.br/pibid> e se inscreva nesse programa importante.
Assista ao vídeo MEC lança Política Nacional de Formação de Professores com Residência Pedagógica
<//portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/55921-mec-lanca-politica-nacional-de-formacao-de-professores-com-80-
mil-vagas-para-residencia-pedagogica-em-2018> .
http://portal.mec.gov.br/pibid
http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/55921-mec-lanca-politica-nacional-de-formacao-de-professores-com-80-mil-vagas-para-residencia-pedagogica-em-2018
O artigo 67 da LDB prevê ainda que as instituições devem
valorizar os professores e assegurar-lhes aperfeiçoamento
pro�ssional continuado, piso salarial pro�ssional, progressão
funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação
do desempenho, período reservado a estudos, planejamento e
avaliação, incluído na carga de trabalho e condições
adequadas de trabalho (artigo 67/LDB).
 Professora em classe de alunos (Fonte: Shutterstock / Monkey Business Images)
As Diretrizes Curriculares Nacionais (Dcns) para a Educação
Básica e os cursos de licenciatura no Brasil
Você sabe os que são as diretrizes curriculares nacionais (DCNs)? Vamos
aprender juntos.
As DCNs surgem na LDB/96, quando explicita em seus artigos 9º e 10º que a União deve, em
colaboração com os outros entes da federação (estados, distrito federal e municípios),
estabelecer as competências e diretrizes para todas as etapas da Educação no Brasil.
As DCNs são regras obrigatórias direcionadas à Educação Básica no país, porque guiam a elaboração do currículo dos cursos
universitários e das escolas brasileiras e auxiliam essas instituições a:
01 Organizarem, articularem, desenvolverem e avaliarem os alunos e seus planejamentos curriculares;
02 De�nirem os conteúdos mínimos para cada curso ou nível de ensino.
São de�nidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), com a participação de outros órgãos de vários níveis, como:
01
Undime
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
02
Consed
Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação
03
ANPEd
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação
Além desses órgãos, participam também professores, responsáveis municipais e estaduais de ensino, pesquisadores e conselhos
das escolas particulares.
Saiba mais
Leia o texto ‘Homologação das Diretrizes Curriculares Nacionais pelo ministro começa a mudar o Ensino Médio’
<//portal.mec.gov.br/component/content/article?id=71211> .
As DCNs forneceram estrutura legal e normativa para a construção da BNCC, em razão de funcionarem como documento
principal à elaboração dos currículos e do desenvolvimento de atividades escolares e universitárias no Brasil. Por isso, elas não
perderam a validade com a instituição da BNCC, uma vez que o objetivo da Base é classi�car o conhecimento e detalhar o mínimo
necessário na aprendizagem dos alunos, a cada ano. DCNs e BNCC são documentos complementares e não excludentes.
Atenção
Nem as DCNs nem tampouco a Base pretendem imobilizar as atividades escolares e ação pedagógica das instituições
educacionais. Muito pelo contrário, têm como objetivo conferir uma estrutura básica comum a todos, para que a partir dessa
estrutura, escolas e universidades caminhem com autonomia, criatividade e liberdade, levando em consideração per�l de alunos e
peculiaridades regionais.
Atualmente, temos em vigor as DCNs para a Educação Básica, sendo que cada nível tem a
sua: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, e também as diretrizes dos cursos
superiores. O objetivo da existência das DCNs é permitir que os cursos ofereçam conteúdos
equânimes, ou seja, semelhantes entre si, de modo a garantir aprendizagem aproximada a
todos os estudantes.
Saiba mais
Consulte as DCNs para a Educação Básica <//portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-
pdf/�le> e aprenda um pouco mais sobre as diretrizes estabelecidas também para a Educação pro�ssional, do campo, Educação
especial, EJA, a Educação Escolar Indígena, a Educação Escolar Quilombola, a Educação das Relações Étnico-Raciais, para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a Educação em Direitos Humanos e a Educação Ambiental.
http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=71211
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
O mesmo não acontece com os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). Embora esses se re�ram aos critérios relacionados
às disciplinas escolares da Educação Básica, não são obrigatórios pela legislação, justamente porque se referem aos critérios
orientadores para as escolas organizarem o desenvolvimento escolar.
Os PCNs, assim como as DCNs, são os fundamentos da BNCC e, ambos, são
documentos orientadores para a formação dos currículos da escola básica. A
diferença está nas DCNS que se estendem também para o Ensino Superior.
Saiba mais
Leia os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) <//portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/195-
secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12598-publicacoes-sp-265002211> .
Atividade
3. As Diretrizes Curriculares Nacionais fazem parte dos marcos regulatórios da educação brasileira e referem-se:
a) Às regras obrigatórias que conduzem a Educação Básica brasileira na elaboração do currículo dos escolares e do ensino superior.
b) Aos parâmetros de elaboração dos currículos universitários e das escolas brasileiras, mas não são obrigatórios.
c) Às orientações que ajudam as escolas e as universidades brasileiras a fixarem normas de conduta e do desenvolvimento escolar.
d) A um tipo de auxílio que o sistema educacional brasileiro dispõe para organizar seus currículos, mas não são obrigatórios nas escolas
de ensino médio.
e) Às regras de conduta e ética que toda a escola deve seguir para a formação continuada de seus professores, conforme expressa a
Resolução 2/2015.
As diretrizes para os cursos de licenciaturas e os requisitoslegais para a formação do licenciado no Brasil
Todo curso de graduação no Brasil é regido por diretrizes curriculares. Essas diretrizes foram constituídas pela Lei 9.131/95 que
alterou a Lei 4.024/61 (a antiga LDB) e substituiu os currículos mínimos pelas diretrizes curriculares nacionais. Foi a Resolução
1/2002 que instituiu as DCNs para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura e da
graduação plena.
Saiba mais
Leia as Diretrizes Curriculares - Cursos de Graduação <//portal.mec.gov.br/observatorio-da-educacao/323-secretarias-
112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao> e Princípios norteadores da
formação de professores <//portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf> nos artigos 3º e 4º das DCNs.
http://portal.mec.gov.br/expansao-da-rede-federal/195-secretarias-112877938/seb-educacao-basica-2007048997/12598-publicacoes-sp-265002211
http://portal.mec.gov.br/observatorio-da-educacao/323-secretarias-112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf
O artigo 6º trata da elaboração do projeto pedagógico dos cursos de formação dos docentes, e a�rma que devem ser
considerados:
Os valores democráticos;
O papel social da escola;
O domínio dos conteúdos e seus signi�cados de maneira interdisciplinar;
O conhecimento pedagógico;
Os processos de pesquisa e aperfeiçoamento da prática pedagógica;
O desenvolvimento pro�ssional.
Cada competência listada acima deve ser contextualizada e complementada pelas competências especí�cas de cada área do
conhecimento e a modalidade da Educação Básica, na formação de professores.
Você pode estar se perguntando: mas quais são os conhecimentos exigidos para a
constituição dessas competências?
Bem, segundo a Resolução 1/2002, a formação de professores no Ensino Superior deve privilegiar o conhecimento de questões
contemporâneas que abranjam assuntos culturais, sociais, econômicos e o conhecimento sobre o desenvolvimento humano e a
própria docência, considerando:
01 A cultura geral e pro�ssional;
02 O conhecimento sobre crianças, adolescentes, jovens e adultos, incluídas as especi�cidades dos alunos comnecessidades educacionais especiais e as das comunidades indígenas;
03 Saber sobre as dimensões cultural, social, política e econômica da educação, os conteúdos das áreas de conhecimentoque serão objeto de ensino;
04 O conhecimento pedagógico;
05 Os conhecimentos que vêm da experiência (§3º do art. 6º da Resolução 1/2002).
Já a Resolução 2/2015 a�rma que os cursos de formação deverão garantir, nos currículos:
01 Fundamentos e metodologias dos assuntos tratados e dos conteúdos relacionados aos fundamentos da Educação;
02 Formação na área de políticas públicas e gestão da Educação (seus fundamentos e suas metodologias);
03 Conhecimentos em direitos humanos, diversidades étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional, LínguaBrasileira de Sinais (Libras), educação especial; e
04 Direitos educacionais de adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas (art. 13 da Resolução02/2015).
Esses são requisitos legais e normativos importantes quando pensamos em formação de
professores, conforme determina a Resolução 2/2015 do CNE. Por �m, a resolução também
considera que os estabelecimentos de ensino precisam dar condições efetivas de acesso
aos portadores de de�ciência pelo decreto 5296/04.
A organização da matriz curricular deverá ser feita em eixos em torno dos quais se vinculam várias dimensões distintas. Veja os
eixos na �gura a seguir:
As DCNs querem garantir que a prática estará presente desde
o início do curso, e que a re�exão entre a teoria e a prática
permeará toda a formação do professor e não �cará restrita
somente aos momentos de estágio.
A prática, nas DCNs para os cursos de formação docentes,
tem como objetivo ser um lugar de destaque, sendo realizada
por meio dos procedimentos de observação e re�exão, com
vistas a inserir o estudante em situações contextualizadas,
para que possa pensar sobre questões-problema do cotidiano
escolar.
 Professor auxiliando aluno (Fonte: Shutterstock / Monkey Business Images)
As DCNs, também preveem que os procedimentos práticos possam ser realizados por meio de tecnologias da informação, como
os ambientes digitais, por exemplo, narrativas orais e escritas de professores, produções de alunos, situações simuladoras e
estudo de casos (§2º do artigo 13 da Resolução 1/2002).
Veja que o curso de Licenciatura confere ao estudante uma licença ou autorização pública para exercer o magistério, de acordo
com as leis em vigor no país. Mas, essa licença só será válida se o aluno completar todo o período do estágio probatório exigido
por lei.
Comentário
O estágio é tão importante no seu curso e deve ser realizado com muito a�nco e dedicação. Por isso, o artigo 13, em seu
parágrafo 3º, regulamenta que o estágio curricular supervisionado deve ser realizado em escola de Educação Básica, iniciar na
segunda metade do curso, e ser avaliado conjuntamente pela escola formadora e a escola campo de estágio, com no mínimo 300
horas de prática de estágio. No entanto, a carga horária de estágio muda para cada curso, mas nunca poderá ser menos do que
300 horas, como explicita a lei.
Os marcos legais também estabelecem que os cursos de Licenciatura destinados à formação de professores serão organizados
em habilitações especializadas por componente curricular e devem ter no mínimo 2.800 horas de trabalho acadêmico e pelo
menos 2.500 horas dedicadas às atividades formativas. Mas, veja que cada curso tem suas especi�cidades no que tange à carga
horária.
Exemplo
O curso de Licenciatura em Pedagogia tem exigência de 3.200 horas de carga horária mínima, incluídos Estágio Supervisionado e
Atividades Complementares, que devem ser cumpridas em, no mínimo 4 anos.
Atividade
4. Analise a seguinte situação: O aluno André cursa Pedagogia e a�rma que não tem tempo para fazer o estágio probatório
supervisionado. Procurou a coordenação do curso para expor essa situação e diz que precisa continuar o curso, mas sem fazer o
período de estágio.
Nessa situação, André:
a) Conseguirá se formar porque a lei faculta ao estudante fazer ou não o período de estágio.
b) Conseguirá se formar, mas ficará em dependência até conseguir concluir todos os estágios.
c) Não conseguirá se formar, porque o estágio é um requisito legal básico para a conclusão do curso.
d) Não pegará o diploma, mas receberá o título de licenciado em Pedagogia.
e) Se formará, mas terá um aviso em seu diploma que não poderá assumir turmas de Educação Básica.
Referências
Notas
BRASIL. Lei 9394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. CNE/CEB. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, 1999.
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015 <//portal.mec.gov.br/index.php?
option=com_docman&view=download&alias=98191-res-cp-02-2015&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192> . De�ne
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação
pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada.
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 1, de 7 de janeiro de 2015. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
Professores Indígenas em cursos de Educação Superior e de Ensino Médio e dá outras providências.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1994.
Próxima aula
O �nanciamento da Educação pública no Brasil;
O orçamento da Educação no Brasil.
Explore mais
32 respostas sobrea Base Nacional Comum Curricular <https://novaescola.org.br/conteudo/4784/32-respostas-sobre-a-base-
nacional-comum-curricular> .
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Básica <//portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-
basica-2013-pdf/�le> .
Diretrizes curriculares para os cursos de graduação
<//www.abmes.org.br/arquivos/publicacoes/diretrizes_curriculares_para_os_cursos_graduacao.pdf> .
Marcos legais <ftp://ftp.fnde.gov.br/web/fundescola/publicacoes_manuais_tecnicos/marcos_legais.pdf> .
MEC lança Política Nacional de Formação de Professores com Residência Pedagógica <//portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-
218175739/55921-mec-lanca-politica-nacional-de-formacao-de-professores-com-80-mil-vagas-para-residencia-pedagogica-em-
2018> .
Se você deseja saber mais sobre as DCNs de seu curso, consulte:
//www.abmes.org.br/arquivos/publicacoes/diretrizes_curriculares_para_os_cursos_graduacao.pdf
<//www.abmes.org.br/arquivos/publicacoes/diretrizes_curriculares_para_os_cursos_graduacao.pdf>
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=98191-res-cp-02-2015&category_slug=outubro-2018-pdf-1&Itemid=30192
https://novaescola.org.br/conteudo/4784/32-respostas-sobre-a-base-nacional-comum-curricular
http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
http://www.abmes.org.br/arquivos/publicacoes/diretrizes_curriculares_para_os_cursos_graduacao.pdf
ftp://ftp.fnde.gov.br/web/fundescola/publicacoes_manuais_tecnicos/marcos_legais.pdf
http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/211-218175739/55921-mec-lanca-politica-nacional-de-formacao-de-professores-com-80-mil-vagas-para-residencia-pedagogica-em-2018
http://www.abmes.org.br/arquivos/publicacoes/diretrizes_curriculares_para_os_cursos_graduacao.pdf

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