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Unidade I MARKETING INTERNACIONAL Profa. Cláudia Palladino A disciplina: apresentação Nesta disciplina, estudaremos: as transformações ocorridas na economia mundial no século XX; a aplicação do marketing em âmbito mundial, levando em conta: a competição global; o comércio globalizado. Introdução ao marketing internacional O crescimento econômico tem motivado a participação das empresas do mercado global. Há muito tempo o comércio entre países é realizado. Porém, hoje, o impacto nas organizações e na vida das pessoas é muito mais amplo e simultâneo. Introdução ao marketing internacional www.amazon.com EUA China Brasil Indonésia Marketing global ou internacional? Marketing internacional é o processo de planejamento e condução de transações além das fronteiras nacionais para criar intercâmbios que atendam aos objetivos dos indivíduos e organizações (CZINKOTA; RONKAINEN, 2008, p. 4). Marketing global ou internacional? Diferenças entre o marketing doméstico e o global: Escopo das atividades empresa que faz marketing global realiza importantes atividades de negócios fora do mercado de seu país de origem. O marketing global pressupõe conhecimento de conceitos, considerações e estratégias específicas a serem aplicadas com habilidade, em conjunto com os fundamentos de marketing universais, para assegurar o sucesso nos mercados globais (KEEGAN, 2000, p. 2). A globalização e o desenvolvimento da economia do século XX O fenômeno da globalização: É de ordem social e escala global, e de caráter econômico, social, cultural e político. Foi impulsionado pelos avanços tecnológicos, e: encurtou distâncias e aproximou e estreitou as relações comerciais entre os países e entre empresas; favoreceu o capitalismo; expandiu os negócios dos países desenvolvidos para o exterior e ajudou a solucionar a saturação dos mercados internos; provocou a criação de blocos econômicos. A globalização e o desenvolvimento da economia do século XX E quando tudo isso começou? Séc. XV e XVI Pode ser considerado o verdadeiro início da globalização: grandes navegações; descobertas marítimas. Séc. XX (década de 1990) Toma corpo e transforma o cenário mundial: encurtou distâncias; derrubou barreiras; mudou a forma das pessoas viverem e de se comunicarem. A globalização e o desenvolvimento da economia do século XX A globalização está multiplicando a riqueza e desencadeando forças produtivas numa escala sem precedentes. Tornou universais valores como a democracia e a liberdade. Envolve diversos processos simultâneos: a difusão internacional da notícia, redes como a Internet, o tratamento internacional de temas, como o meio ambiente e direitos humanos e a integração global (CARDOSO, 1996, p. 82). Interatividade Sobre o fenômeno da globalização, podemos afirmar: I. É de ordem social e escala global e de caráter econômico, social, cultural e político. II. Foi impulsionado pelos avanços tecnológicos. III. Dispersou as relações de comércio entre países e empresas. IV. Provocou a criação de blocos econômicos. Está correto o que se lê em: a) I, II, III. b) I, III, IV. c) II, III, IV. d) I, II, IV. e) II e IV. Resposta Sobre o fenômeno da globalização, podemos afirmar: I. É de ordem social e escala global e de caráter econômico, social, cultural e político. II. Foi impulsionado pelos avanços tecnológicos. III. Dispersou as relações de comércio entre países e empresas. IV. Provocou a criação de blocos econômicos. Está correto o que se lê em: a) I, II, III. b) I, III, IV. c) II, III, IV. d) I, II, IV. e) II e IV. Década de 1990 – o contexto competitivo da globalização Nova Ordem Mundial: mundo multipolar, com a liderança de três grandes blocos: União Europeia, Estados Unidos da América e Japão / APEC. Queda da bipolaridade – União Soviética versus Estados Unidos da América entra em cena. A economia global – sistemas econômicos Classificação dos sistemas econômicos: forma de distribuição de recursos, que pode ser: pelo mercado: alocação / dotação por mercados: baseia-se nos consumidores; trata-se de uma democracia econômica: o que é consumido depende do poder de compra e das escolhas dos consumidores; o Estado assume o papel de promotor da concorrência e assegura a defesa do consumidor; Europa ocidental, Japão e EUA são exemplos de economias predominantemente de mercado. A economia global – sistemas econômicos Pela distribuição do poder central ou forma de comando da nação / alocação comandatária: Estado: decide o que será produzido e de que forma; tem amplos poderes para atender os interesses da população; realiza as vendas / distribuição dos produtos; consumidor: é livre para gastar seu dinheiro, porém não encontra muita diferenciação entre os produtos; países: Índia, China e as repúblicas da antiga União Soviética (ex-adotantes desse tipo de sistema) e Cuba. A economia global – sistemas econômicos Por sistemas mistos. Na verdade, não há sistemas puros. O tipo de distribuição é avaliado pela proporção do sistema refletida no PIB. Segundo o OECD – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico –, essa proporção varia: EUA: predomínio do Sistema de Distribuição pelo Mercado; Suécia: predomínio do Sistema de Distribuição pelo Poder Central. As economias e as categorias de países do mercado global PIB (Produto Interno Bruto) per capita: referência para medir o estágio em que se situam os mercados globais. Cálculo: divisão do valor do PIB de um país por sua população. Críticas a este sistema levaram à criação do IDH, que avalia índices culturais e de saúde. Categorias de países em relação à renda média da população (Banco Mundial) Países de baixa renda (países pré-industriais) PIB per capita menor que US$ 825,00. Mercados limitados para todos os produtos, porém, sem ameaça competitiva significativa. Industrialização limitada. Grande parte da população na agricultura de subsistência. Altas taxas de natalidade. Baixas taxas de alfabetização. Forte dependência de ajuda estrangeira. Instabilidade política e intranquilidade social. Concentração: Sul do deserto do Saara – África. Categorias de países em relação à renda média da população (Banco Mundial) Países de renda média-baixa (países menos desenvolvidos) PIB per capita entre US$ 826 e US$ 3.255. Em processo inicial de industrialização (atendimento do mercado interno em expansão – vestuário, pneus, material de construção, alimentos industrializados). Força de trabalho barata e motivada. Crescimento do consumo interno ameaçado devido à migração de mão de obra barata para indústrias mais maduras (brinquedos, vestuário etc.) – contribuindo para a vantagem competitiva das organizações contratantes (estrangeiras). Categorias de países em relação à renda média da população (Banco Mundial) Países de renda média-alta (países emergentes, em desenvolvimento ou em fase de industrialização) PIB per capita entre US$ 3.256 e US$ 10.065. Menor número de trabalhadores dedicados à agricultura: migração para o setor industrial e urbanização. Faixa salarial em elevação (porém, com salários ainda inferiores aos dos países industrializados). Crescimento das taxas de alfabetização e do nível de educação em função da atividade industrial. Crescimento econômico rápido, impulsionado pelas exportações e consequente forte concorrência entre os países dessa categoria. Categorias de países em relação à renda média da população (Banco Mundial) Países de alta renda (“desenvolvidos”, “adiantados”, industrializados, pós-industriais ou de “primeiro mundo”) PIB per capita superior a US$ 10.666. Crescimento do nível de rendadevido ao processo de crescimento econômico sustentado. Fatores preponderantes para a economia: setor de serviços com papel hegemônico na economia; intercâmbio de informações; valorização do conhecimento dos trabalhadores. Economia orientada para o futuro. Predominância de produtos básicos nos domicílios. Categorias de países em relação à renda média da população (Banco Mundial) Países inviáveis Sofrem com graves problemas econômicos, sociais e políticos, sem atração para investimentos. Alguns desses países já estiveram em fase de crescimento, mas foram assolados por lutas e acabaram por ter seu território dividido em novas nações. Alguns exemplos: Etiópia: país em que boa parte da população sofre com a fome; Haiti: foi solapado por péssimos governos e devastado por graves terremotos. Interatividade Os países que não oferecem atratividade para investimentos em função de graves problemas econômicos, sociais e políticos são chamados de: a) Países de baixa renda. b) Países de renda média-baixa. c) Países de renda média-alta. d) Países inviáveis. e) Países de alta renda. Resposta Os países que não oferecem atratividade para investimentos em função de graves problemas econômicos, sociais e políticos são chamados de: a) Países de baixa renda. b) Países de renda média-baixa. c) Países de renda média-alta. d) Países inviáveis. e) Países de alta renda. Comércio mundializado Troca de produtos para suprir mercados; Essa troca de produtos, em escala global, faz as economias ficarem cada vez mais interdependentes, transformando espaços produtivos à própria sociedade. Cooperação econômica Cooperação econômica: acordo entre duas ou mais nações para a redução de barreiras comerciais até a integração econômica completa. Vem acontecendo desde o término da Segunda Guerra Mundial. Tem provocado crescente interesse junto às diversas nações graças aos êxitos obtidos pela União Europeia. Principais acordos de cooperação GATT – General Agreement on Tariffs and Trade (Acordo Geral de Tarifas e Comércio): De 1947, 148 nações, iniciativa global e multilateral; objetivos: promover e regular as relações comerciais internacionais com políticas aduaneiras, normas e concessões tarifárias; combater práticas protecionistas; Êxitos: maior liberdade de comercialização para os membros; mediou 300 disputas comerciais nos primeiros 50 anos de existência. Deu origem à OMC. Principais acordos de cooperação OMC – Organização Mundial de Comércio: De 1995, sede em Genebra (Suíça), 76 países. Fórum para negociações sobre comércio com o objetivo de promover discussões e alcançar soluções para problemas comerciais. Lida com as regras do comércio entre as nações em nível global. Principais acordos de cooperação Os processos de integração econômica que provocam a criação dos blocos econômicos podem ser classificados em: Zonas de Preferência: concessões tarifárias ou não tarifárias para algumas categorias de produtos. Área de Livre Comércio: estágio mais avançado que a zona de preferência; eliminação de barreiras alfandegárias entre si para algumas categorias de produtos; existência de políticas próprias de comércio para o resto do mundo. Exemplo: NAFTA. Principais acordos de cooperação União aduaneira: Tarifa Externa Comum (barreiras alfandegárias idênticas entre si); Política comercial única em relação a produtos originários de países externos; Exemplo: Mercosul. Mercado comum: livre circulação de pessoas, bens, mercadorias, serviços, capitais e fatores produtivos entre os Estados participantes a partir de uma União Aduaneira. Principais acordos de cooperação União econômica: Mesma política econômica. Substituição de suas moedas por uma outra única. A União Europeia alcançou, atualmente, esse estágio de integração. Integração econômica total: Os países participantes: adotam a mesma legislação; são administrados por autoridades supranacionais; objetivo, em longo prazo, da União Europeia. Razões para a integração marketing global Segundo Keegan e Green (2006), o intenso crescimento da economia mundial, nas últimas décadas, é resultado da interação dinâmica de forças propulsoras e restritivas, e as mudanças no ambiente empresarial resultaram em novas formas de negociar. Acompanhe no quadro a seguir as forças propulsoras e restritivas listadas pelos autores. Razões para a integração marketing global Forças Propulsoras Acordos econômicos regionais Aceleraram a integração global. Necessidades de desejos dos mercados Identificação de pontos comuns que criaram oportunidades para atendimento de mercados globais. Tecnologia Aproximação de mercados graças à TI, que favoreceu a comercialização de produtos padronizados. Melhorias de comunicação e transporte Encurtaram as distâncias físicas para pessoas e produtos, favorecendo a distribuição de produtos e o turismo. Razões para a integração marketing global Forças Propulsoras Custos de desenvolvimento de produtos A possibilidade de atendimento de vários mercados resultaram em atendimento de demandas maiores, viabilizando investimentos para o desenvolvimento de novos produtos. Qualidade Maiores demandas diluem investimentos em desenvolvimento de produtos, gerando margens maiores, dedicadas à melhoria da qualidade. Razões para a integração marketing global Forças Propulsoras Tendências econômicas mundiais O crescimento econômico gera mais oportunidades de investimentos, reduz a resistência da entrada de empresas estrangeiras, devido ao desenvolvimento e crescimento, fomentando desregulamentações e privatizações que criam outras novas oportunidades de negócio. Alavacagem Empresas globais têm a capacidade de desenvolver alavancagens, como: transferência de experiência, economias de escala, utilização de recursos e desenvolvimento de estratégias globais. Razões para a integração marketing global Forças Restritivas Miopia administrativa e cultura organizacional Insistência em replicar práticas de sucesso no país de origem, desconsiderando características dos mercados locais, falta de integração dos escalões superiores com as subsidiárias e outros fatores que impedem melhoria de conhecimento dos mercados locais e absorção de experiência. Controles nacionais Na tentativa de proteger seus mercados, os países impõem ações que restringem as operações internacionais das empresas, como controle de acesso a incentivos, imposição de barreiras tarifárias etc. Interatividade A diferença entre Zonas de Preferência e Áreas de Livre Comércio é: a) As concessões tarifárias ou não tarifárias para algumas categorias de produtos. b) As políticas próprias de comércio em relação ao resto do mundo (países não participantes do acordo). c) Uma política comercial única em relação a produtos originários de países externos. d) A livre circulação de pessoas, bens, mercadorias, serviços, capitais e fatores produtivos. e) Estados participantes adotam a mesma legislação e são administrados por autoridades supranacionais. Resposta A diferença entre Zonas de Preferência e Áreas de Livre Comércio é: a) As concessões tarifárias ou não tarifárias para algumas categorias de produtos. b) As políticas próprias de comércio em relação ao resto do mundo (países não participantes do acordo). c) Uma política comercial única em relação a produtos originários de países externos. d) A livre circulação de pessoas, bens, mercadorias, serviços, capitais e fatores produtivos. e) Estados participantes adotam a mesma legislação e são administrados por autoridades supranacionais. Blocos econômicos Além das iniciativas multilaterais do GATT e da OMC, países de várias regiões do mundo uniram-se para estabeleceracordos de cooperação econômica na forma de blocos. Blocos Econômicos – 2011 – IBGE (adaptado pela autora) http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_mundo/mundo_blocos_economicos_1.pdf Visto em 17/06/2015 Blocos econômicos Acordo de Livre Comércio da América do Norte – NAFTA Países: EUA, Canadá e México. Objetivos: Garantir livre comércio, derrubando as barreiras alfandegárias, facilitando o comércio; Reduzir custos comerciais; Ganhar competitividade no cenário de globalização; Aumentar as exportações de mercadorias e serviços. Blocos econômicos Mercado Comum Centro-Americano – MCCA Países: Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua; Objetivos: Criar e implementar estratégias que visem à integração econômica entre os países do bloco; Aumentar o comércio; Criar acordos comerciais; Realizar a integração monetária. Blocos econômicos Comunidade Andina (antigo Pacto Andino) Países: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Objetivos: Facilitar o processo de integração regional visando à formação de um mercado comum latino-americano; Promover o desenvolvimento; Reduzir as diferenças de desenvolvimento entre os países integrantes; Melhorar a posição dos países do bloco no contexto econômico global. Blocos econômicos Mercado Comum do Sul – Mercosul Projeto de integração em fase de União Aduaneira; Países: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, e Venezuela, Objetivos: Livre circulação de bens, serviços e fatores de produção; Estabelecer uma tarifa externa comum; Adotar uma política comercial conjunta em relação a terceiros; Coordenar políticas macroeconômicas e setoriais entre os países do bloco; Harmonizar a legislação para fortalecer o processo de integração. Blocos econômicos Comunidade do Caribe – CARICOM Bloco de cooperação econômica e política. Países: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago. Objetivos: Promover o livre comércio, o fluxo livre de trabalho e do capital; Coordenar a agricultura, a indústria e política externa entre os membros. Blocos econômicos Associação das Nações do Sudeste Asiático – ASEAN Bloco econômico de livre-comércio composto. Países: Brunei Darussalam, Camboja, Cingapura, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã. Objetivos: Acelerar o crescimento econômico, o progresso social e o desenvolvimento cultural na região; Promover a paz e a estabilidade, por meio do respeito e da justiça entre os países integrantes. Blocos econômicos União Europeia – EU Bloco econômico, político e social em fase de união econômica e monetária (Euro): Países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia e Suécia. Objetivos: Reduzir as barreiras comerciais; Livre trânsito de pessoas e produtos dentro da união; Tarifas uniformes entre os membros e padronização dos produtos e normatizações. Blocos econômicos Conselho de Cooperação Regional dos Países do Golfo – GCC Organização de integração econômica em fase de União Aduaneira; Reúne seis estados do Golfo Pérsico: Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Qatar, Bahrein e Kuwait. Objetivo principal: coordenar a integração entre os Estados membros quanto a economia, comércio, turismo, legislação e pesquisa científica. Interatividade Qual o bloco econômico formado pelos EUA, Canadá e México? a) Comunidade Andina. b) CARICOM. c) Mercosul. d) NAFTA. e) União Europeia. Resposta Qual o bloco econômico formado pelos EUA, Canadá e México? a) Comunidade Andina. b) CARICOM. c) Mercosul. d) NAFTA. e) União Europeia. ATÉ A PRÓXIMA!
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