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Lesões na boca

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Granuloma Piogênico
É uma lesão bucal de natureza não neoplásica e benigna (não é tumor benigno ou maligno). É considerada uma lesão reacional e multifatorial. Agressões repetitivas ou irritações na mucosa são as possíveis causadoras do seu surgimento (restaurações com excessos, próteses mal adaptadas, tártaro…).
Pode acometer mulheres grávidas (algo em torno de 5%) no primeiro trimestre da gravidez e passa a denominar-se granuloma gravídico. Nelas, o crescimento pode ser rápido e relacionado com o aumento dos níveis de estrógeno e progesterona.
Apresenta-se como uma massa plana ou lobulada, geralmente pediculada, de superfície ulcerada e coloração que varia do rosa a vermelho ou arroxeado. O tamanho é variado, indolor e sangrante ao toque pois é muito vascularizado. Ocorre em 70% dos casos em gengiva sendo mais comum na gengiva da maxila. Uma frequência menor é encontrada em língua, lábios, mucosa da bochecha bem como no palato duro (céu da boca).
O tratamento depende da severidade dos sintomas. A lesão sendo pequena, indolor e livre de hemorragia apenas acompanhar sua regressão natural. Recomenda-se a manutenção da higiene oral e acompanhamento clinico mensal. Portanto caso a lesão apresente hemorragia espontânea, presença de dor dificultando a correta higienização bucal do paciente a cirurgia excecional é indicada.
Hiperplasia fibrosa inflamatória
Ge ral me n te causada por próte se total re movíve l. 
 Au me n to volumé tri co nodul ar fibroso de vi do ao aumento do 
 Comum e m mul he res, brancas com idade e n tre 41 a 50 anos
Geralmente causada por prótese total removível. Aumento volumétrico nodular fibroso devido ao aumento de número de celulas na área. Tamanho variável, de 1cm a quase toda mucosa gengival, consistência firme, formas variáveis, coloração semelhante ao tecido normal, geralmente assintomático, comum em mulheres brancas entre 41 e 50 anos. Pode ocorrer nas duas arcadas. 
O tratamento é afastar o fator etiológico, ou seja, impedir o uso de prótese e aguardar de 7 a 15 dias para reavaliação e verificar se houve diminuição do volume da mesma, pela redução do componente inflamatório. Lesões pequenas podem regredir quando a prótese é ajustada. Lesões maiores requerem além do ajustamento da prótese, a biopsia excecional da lesão e exame histopatológico, embora raramente haja evolução para forma tumoral, isso pode ocorrer devido principalmente a persistência do fator etiológico. Após a remoção cirúrgica faz-se a sutura ou proteção da área com cimento cirúrgico ou ainda utilizar pastas para moldagem na própria prótese do paciente. O prognóstico é favorável, porém se a prótese não for ajustada ou refeita haverá risco de reincidência. Em alguns casos é preciso avaliar a presença de infecções fúngicas e tratar primeiro.
Candidíase
Infecção fúngica bucal mais comum 
Apresenta diversas formas de manifestação clínica: 
· Pseudomembranosa
· Eritematosa:
Atrofia papilar central
Quelite angular
É fundamental identificar os fatores predisponentes e intervir sobre eles sempre que possível. Em pacientes que fazem uso de prótese dentária, é necessário a remoção diária cautelosa de biofilmes bacterianos das dentaduras com imersão e escovação da prótese com um produto de limpeza, além de submergir a prótese em um copo de água com 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio (quiboa) e no outro dia lavar com água corrente, fazer o bochecho e higienizar as mucosas orais antes de colocar a prótese. O paciente também deve ser instruído a não usar dentaduras continuamente (por exemplo, 24 horas por dia). Doença leve e moderada deve ser prescrito uso de antifúngico tópico. Nistatina (100,000 unidades/mL) 10 mL por via oral (bochechar e reter pelo máximo de tempo possível antes da deglutição) quatro vezes ao dia; ou, clotrimazol: 10 mg por via bucal cinco vezes ao dia por 14 dias.
Pseudomenbranosa
Placa branca removível, facilmente raspado 
Sensação de queimação e mau hálito 
Mucosa julgal, língua e palato
Manobra semiótica e raspagem, exame de citologia esfoliativa e cultura
Eritematosa
Maculas vermelhas, sensação de queimação
Região posterior do palato duro, mucosa julgal, dorso da língua. Não é removível.
Atrofia papilar central
Glossite rombóide – predispõe ao desenvolvimento de candidíase eritematosa, assintomática 
Quelite angular 
A lesões podem ser uni ou bilaterais. Idosos são os mais acometidos, mas as fissuras pode também ocorrer em jovens e crianças.
As causas mais comuns são usos de aparelhos ortodônticos e dentaduras. O acumúlo de saliva no canto da boca parece ser o principal fator desencadeante, facilitando a maceração da pele, formação de fissuras e contaminação da ferida por bactérias ou fungos. Como a pele do ângulo esta lesionada, simples ação de abrir a boca pode provocar dor e ardência. Não costumam sangras mas pode se infectar, ficando inflamadas e com pus. O tratamento é eliminar ou corrigir problemas que estejam causando o seu aparecimento, em muitos casos a simples eliminação dos fatores de risco é suficiente. O uso de pomadas pode resolver o problema, mas é preciso investigar a presença de fungos ou bactérias, pois a composição da pomoda muda de acordo do germe que se quer tratar. Se não houver infecção bacteriana ou fúngica, pomadas hidratantes e anti-inflamatórias, como óxido de zinco (presente no Hipoglós) ou Omcilon A Orabase são úteis. Cremes à base de vaselina também são uma opção. Se houver infecção por fungos, pomadas com cotrimazol, nistatina ou miconazol podem ser usadas. Em alguns casos, o médico pode indicar o uso de comprimidos de fluconazol para ajudar na eliminação da lesão fúngica. Se houver infecção por bactérias, pomadas como a mupirocina estão indicadas. O tratamento da geralmente feito por 1 a 3 semanas.
Hiperplasia Papilar Inflamatória
Papilomatose por dentadura. Fatores predisponentes: uso da PT mal adaptada, má higiene da PT, uso 24h por dia. Ocorre no palato duro, abaixo da base da dentadura. A mucosa apresenta-se eritematosa e com uma superfície papilar ou pedregosa. Muitos casos estão associados com a "queimação" na boca.
O tratamento para as lesões iniciais é a remoção da dentadura que pode permitir a diminuição do eritema e edema, e o tecido pode readquirir a aparência normal. A condição pode melhorar com o uso de antifúngicos sistêmicos ou tópicos. Para as lesões mais avançadas e colagenizadas recomenda-se a plastia das lesões (excisão com bisturi da espessura parcial ou total da lesão). Após a cirurgia, a prótese em uso deve ser revestida com material temporário que atue como curativo palatino (como o cimento cirúrgico). Nos casos em que a prótese tem câmara de sucção, primeiro opta-se pelo reembasamento com RAAQ (resina acrílica ativada quimicamente, pelo próprio dentista), de forma progressiva a cada sessão, até a lesão regredir totalmente e após confeccionar uma prótese nova. Também é de extrema importância instruir o paciente quanto aos cuidados adequados com a prótese.

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