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Gases e Vapores a toxicologia não faz diferença entre gases e vapores vias mais frequentes de introdução no organismo: respiratória e cutânea, predominando a absorção pulmonar classificação, de acordo com o mecanismo de ação tóxica: irritantes, asfixiantes e anestésicos outros essa classificação não é rígida, considera a ação tóxica mais importante por ex.: solventes orgânicos são classificados como anestésicos (depressores do SNC) e irritantes arsina (AsH3) e vapores de mercúrio elementar (Hg°) não podem ser incluídos nesses grupos Irritantes grupo (grande variedade de substâncias) diferem em suas propriedades físico-químicas produzem inflamação da mucosa do trato respiratório, pele e conjuntiva ocular (efeito local) subdivisão em: primários e secundários irritantes primários exercem somente ação local ou esta predomina sobre a sistêmica por ex.: ácido clorídrico (HCL): irritante das vias respiratórias superiores; não é absorvido dióxido de nitrogênio (NO2): irritante das vias respiratórias inferiores, que pode causar edema pulmonar; metemoglobinizante (ação sistêmica), mas é pouco absorvido, predominando sua ação irritante irritantes secundários exercem ação local, mas predomina sua ação sistêmica por ex.: sulfeto de hidrogênio (H2S): irritante das vias respiratórias inferiores (efeito local) e depressor do SNC (efeito sistêmico) Trato respiratório compreende: cavidades nasal e bucal, faringe, laringe, traqueia, brônquios e alvéolos solubilidade fator de maior influência quanto ao local em que os gases e vapores exercem sua ação irritante quanto mais hidrossolúvel o composto menor sua capacidade de penetração no trato respiratório por ex.: ácido clorídrico (HCL), ácido sulfúrico (H2SO4), amônia (NH3), formaldeído (H2CO) muito hidrossolúveis, retidos na nasofaringe onde exercem sua ação irritante irritação olhos e pele dióxido de enxofre (SO2), cloro (Cl2), bromo (Br2), flúor (F2) moderadamente hidrossolúveis, tem como alvo de sua ação irritante os brônquios ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), fosgênio (COCl3) pouco solúveis em água, irritantes das vias respiratórias inferiores, alcançam os alvéolos Avaliação e controle da exposição ocupacional prevenção de intoxicações Monitoramento Ambiental emprego dos Limites de Tolerância (LT) ou TLV para a avaliação e posterior adoção de medidas de controle da qualidade do ar Monitoramento Biológico não pode ser realizado não são conhecidos parâmetros bioquímicos associados com o mecanismo de ação tóxica que possam ser utilizados como Indicadores Biológicos de Exposição (IBE) medidas de controle da exposição associadas ao ambiente adoção de medidas técnicas de ventilação geral (diluição da concentração) ou ventilação local de exaustão associadas ao indivíduo realização de exames médicos anterior a admissão e periódicos para a detecção de indivíduos com problemas respiratórios uso de equipamentos de proteção individual (máscaras e luvas) Asfixiantes grupo de compostos capazes de causar anóxia que pode levar a asfixia subdivisão em: asfixiantes simples asfixiantes químicos asfixiantes simples capazes de deslocar o O2 do ar em altas concentrações em ambiente com ventilação insuficiente reduzem por simples diluição a pressão parcial de O2 no ar mínimo de 18% de O2 no ar ex.: gases inertes (hidrogênio, nitrogênio e hélio e outros) asfixiantes químicos quando absorvidos podem comprometer a oxigenação dos tecidos atuam através de 2 mecanismos: interferem no transporte de O2 (monóxido de carbono e metemoglobinizantes) impedem o aproveitamento de O2 pelas células (compostos derivados do íon cianeto) Monóxido de carbono (CO) propriedades resulta da combustão incompleta de matéria carbonada: 2 C + 02 2 CO gás incolor, inodoro, insípido, pouco solúvel em água, menos denso que o ar, ao qual se mistura sem estratificação e de alta periculosidade ocorrência de intoxicações pelo CO causa mais frequente de intoxicações humanas nos ambientes industrial e doméstico anualmente, milhares de pessoas morrem intoxicadas número ainda maior de casos de intoxicação aguda não fatal, com sequelas no SNC efeitos nocivos para o homem asfixiante químico: (CO + Hb → COHb ) interferência no transporte de O2 comprometimento da oxigenação dos tecidos usos e fontes de exposição processos industriais fundição de metais craqueamento catalítico de petróleo em refinarias fornos de calcinação fornos de recuperação de papel produção de metanol, formaldeído e outros compostos outros outras atividades exposições repetidas ao CO, gerando 5 a 10% de COHb no sangue em não fumantes bombeiros guardas de trânsito motoristas de táxi operadores de empilhadeiras mecânicos e soldadores em operações dentro de tanques outras hábito de fumar 3,8 a 6,8% de COHb no sangue COHb endógena 0,1 a 1% (75% devido ao catabolismo da hemoglobina) toxicocinética via de introdução respiratória (absorção pulmonar) distribuição COHb atravessa a barreira placentária biotransformação oxidação de CO a CO2 (menos de 1% da quantidade absorvida) eliminação inalterado (quase totalmente) pelos pulmões no ar expirado lenta (grande afinidade pela hemoglobina) CO2 pelos pulmões no ar expirado toxicodinâmica CO + Hb COHb (consequências dessa reação) sítios de ligação para O2 ocupados pelo CO redução da capacidade de transporte de O2 ocorrência de hipóxia ou anóxia tissular afinidade do CO pela hemoglobina 210 vezes maior que do O2 Avaliação e controle da exposição ocupacional prevenção de intoxicações Monitoramento Ambiental LT para o CO: 39 ppm (43 mg/m3), 48 horas semanais (portaria 3214/78 – Ministério do Trabalho) adoção de medidas técnicas de ventilação geral (diluição da concentração) e ventilação local de exaustão Monitoramento Biológico Indicador Biológico de Exposição (IBE): COHb no sangue Limite Biológico de Exposição (LBE): 2% de COHb (Environmental Protection Agency - EPA) e 2,5 a 3% de COHb (Organização Mundial da Saúde - OMS) exame clínico anterior a admissão portadores de doenças cardiovascular e respiratória, de hemoglobinopatias e anêmicos grupos mais suscetíveis: gestantes, fetos, idosos e crianças tratamento da intoxicação aguda transporte do paciente para o ar livre manter o paciente aquecido e imóvel redução da demanda de oxigênio administração de oxigênio e quando necessário respiração artificial
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