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A lei natural e o direito natural em Jonh Locke

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Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
1 
 
SOBRE O AUTOR 1 
John Mitchell Finnis (1940 -) é natural da cidade de Adelaide (Austrália). 
Formou-se em Direito pela Adelaide University (1962) e recebeu uma bolsa de 
estudos para fazer doutorado na Oxford University, o que realiza entre 1962 e 
1965. Seu orientador foi H. L. A. Hart e sua tese, The Idea of Judicial Power, foi 
sobre a estrutura do poder judicial na Austrália. 
Nos anos subsequentes, lecionou nos EUA (California University-
Berkeley), em Oxford e na Austrália (Adelaide University). Entre 1976 e 1978 
leciona no Chancellor College da Universidade de Malawi, na África, período no 
qual escreveu a obra da qual nos ocuparemos neste trabalho Lei Natural e 
Direitos Naturais. 
Finnis também exerceu advocacia em Londres, durante muito tempo. 
Prestava serviços a diversos governos australianos em questões envolvendo a 
federação. 
Além disso, John Finnis foi um dos primeiros membros laicos da 
Comissão Teológica Internacional da Santa Sé (1986-1991). A academia 
continua sendo sua principal ocupação, atuando hoje como professor em 
Oxford. 
 
SITUANDO A CONVERSA 
 
Neste trabalho vamos mostrar um pouco do pensamento de John Finnis, 
expresso em sua obra Lei Natural e Direitos Naturais. Para que possam 
entender o que vamos falar, é necessário antes que situemos a conversa, ou 
melhor, a visão de sociedade do autor, onde aplicaríamos seus conceitos, 
enfim, qual sua visão de mundo. 
John Finnis segue a tradição Aristotélico-tomista em relação ao 
pensamento jusfilosófico, com algumas nuanças que pretendemos demonstrar 
mais adiante. Sua visão de mundo está vinculada ao pensamento cristão e os 
valores que identificamos em seu pensamento acerca de como as coisas 
devem-ser estão ancorados nessa concepção. 
John Finnis enxerga o mundo como um todo pré-ordenado. Um todo em 
que as coisas têm seus lugares. Nos agrupamentos humanos (comunidades ou 
sociedade) cada um teria uma função a cumprir em prol do todo social. 
Fazendo parte desse todo, ao cumprir sua função para o bem do todo (bem de 
 
1 informações extraídas do trabalho de Elton Somensi de Oliveira, Bem Comum, Razoabilidade Prática e Direito, Porto 
Alegre, 2002. 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
2 
 
todos diria Tomás de Aquino) ele também seria beneficiado e alcançaria a 
eudaimonia que aqui significa realização plena, ou felicidade. 
John Finnis engrossa as fileiras do jusnaturalismo jurídico, apesar de já 
ter recebido críticas de outros teóricos jusnaturalistas. Sua teoria, também com 
algumas pequenas diferenças, está de acordo com a teoria social cristã da 
Igreja Católica, que consolidou a tradição aristotélico-tomista e desenvolveu um 
pouco a questão de uma das dimensões da teoria da justiça de Aristóteles, a 
saber: a justiça social. 
Toda filosofia de Finnis apontará no sentido do bem comum, a partir da 
visão da vida em sociedade e sob a perspectiva de que na vida em sociedade 
os homens não podem pensar ou agir somente pelos interesses individuais, 
devem agir sempre conectados ao social e com a finalidade de alcançar o bem 
comum. 
Esse pensamento nos leva a questionar o que seria o bem comum. 
Comum seriam bens que alcançariam a todos. E quais seriam esses bens? 
Finnis elege uma lista com 7 bens que ele classifica de bens básicos e os 
justifica. 
Ele escreve sobre como devemos nos comportar (agir). Essa ação 
voltada a um fim, o bem comum, ou bem de todos. Para escrever sobre a vida 
dos humanos em sociedade, Finnis precisou partir de alguns pressupostos, isto 
é, idéias iniciais sobre as quais assentaria sua teoria. Uma visão de como as 
coisas do mundo são e ou como elas se organizam. 
O autor se deparou com questões filosóficas com que muitos 
pensadores se depararam no passado e, cada um deles tentou responder 
essas questões, a partir da sua visão de mundo, daquilo em que acreditava. 
Com Finnis não foi diferente. Ele respondeu questões como: existe uma 
natureza humana, ou não. Se existe, ela é essencialmente boa ou má. As 
coisas têm uma essência? Elas existem por si mesmas, ou não? Elas são boas 
ou más por si mesmas? A cada uma dessas perguntas Finnis respondeu com 
base no que acredita, e a partir dessas e de algumas outras questões 
(pressupostos) é que se ergue sua teoria da Lei e do Direito Natural. 
Passaremos a examinar agora algumas idéias de Jonh Finnis extraídas 
de seu livro “Lei natural e direitos naturais”. 
 
 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
3 
 
DIREITO NATURAL 
Segundo Finnis existem leis e direitos que seriam naturais, que seriam 
anteriores a uma valoração, pré-valorativos. Isto é, eles existiriam por si 
mesmos e não porque a humanidade em determinado momento os criou 
(inventou) ou emprestou-lhes significado (valor). Essas leis e direitos naturais 
seriam deduzidos a partir de uma lista de bens humanos básicos, bens esses 
que existem na natureza, são bons e isso é evidente por si mesmo. Também 
não podem e não precisam ser demonstrados, como no exemplo trazido pelo 
autor a respeito do bem humano básico conhecimento. Essa certeza viria de 
um método de análise desenvolvido por ele, o qual faz questionamentos acerca 
da natureza das coisas, da sua essência. Esse método de análise é 
denominado por ele de razoabilidade prática. A partir da razoabilidade prática 
se chegaria a esse agir que voltado a um fim (finalidade). A lista de bens 
humanos básicos de Finnis é: 
1. vida 
2. conhecimento 
3. jogo 
4. experiência estética 
5. sociabilidade (amizade) 
6. razoabilidade prática 
7. religião 
O jusfilósofo explica que não há hierarquia entre os bens básicos. 
Entretanto, esclarece que cada um, individualmente pode dar prioridade a um 
valor em detrimento de outros em momentos diversos da vida. Pode também 
alguém mudar, ao longo de sua trajetória, de bem humano básico. Mas, ainda 
assim, isso não significa que haja qualquer grau de hierarquia de importância 
entre os bens humanos básicos. 
O autor ainda comenta que existem outros bens humanos importantes e 
cultivados pelos homens, porém todos seriam derivações dos bens humanos 
básicos acima elencados. 
Os homens devem agir no sentido de promoverem/protegerem os bens 
humanos básicos. Para isso se utilizariam basicamente da razoabilidade 
prática para direcionar suas ações. A razoabilidade prática, por sua vez tem 
exigências básicas que, uma vez atendidas, direcionam a ação humana para a 
realização dos bens humanos básicos e, levariam à realização ou prosperidade 
humana. Essa realização/prosperidade, seria a perfeição dos bens do ser 
humano. As exigências básicas ou princípios de razoabilidade prática seriam: 
1. adoção de um plano de vida coerente 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
4 
 
2. não fazer juízo arbitrário favorável (deve haver uma imparcialidade 
fundamental no momento de estabelecer uma hierarquia de valores e na 
hora de me relacionar com as pessoas) 
3. não fazer juízo arbitrário contrário (idem anterior) 
4. desprendimento para evitar fanatismos 
5. compromisso para evitar apatia 
6. agir eficiente dentro do razoável (a razão não está nas conseqüência, 
mas na realização dos bens humanos inerentes a ela) 
7. respeitar todos os valores básicos em todos os atos (a sétima 
exigência tem implicações práticas de extrema importância: matar 
inocentes na guerra; manipulação genética; aborto; eutanásia; métodos 
anticoncepcionais; etc. A Igreja Católica utiliza-a freqüentemente como 
fundamento para as suas posições e refere-se a isso como “direito 
natural” [natural law])2. 
8. procurar o bem comum no agir 
9. agir conformea própria consciência. Não é razoável fazer aquilo que se 
entende ser errado e, também, não é razoável deixar de fazer o que se 
entende por certo. 
10. não escolher bens aparentes, mesmo que eles tragam satisfações reais. 
 
Em resumo, poderíamos dizer que direito natural aqui significaria uma 
decisão-ação (comportamento) que protege/promove os bens básico e, chega-
se a esse agir obedecendo alguns critérios, tudo voltado à finalidade (telos) do 
bem comum do todo (ou de todos). Esse direito seria natural, uma vez que os 
bens básicos existem por si mesmos e são autoevidentes, embora não sejam 
apreendidos por qualquer um a qualquer tempo3. 
 
LEI NATURAL 
 
 Nesse contexto, delineado até aqui, podemos dizer que lei natural seria 
a lei que respeita todos esses direitos naturais, isto é, toda essa cadeia de 
bens básico, decisão-ação, telos. Que os considerasse no mesmo patamar 
hierárquico, não desrespeitando nenhum deles, em nenhum momento. 
 Assim sendo, não é difícil concluírmos que se os homens positivarem 
uma lei que contrarie essa lei (direitos) naturais, essa norma positiva não será 
levada em consideração, ou melhor, não será considerada legítima. Isso 
 
2 aqui nota-se que a visão é rígida, sem atenuantes e sem relativizações. E se, por exemplo, estivermos diante de dois 
“bens básico” contrapostos, o que fazer? 
3 veja-se que aqui o autor tb não trabalha com a noção de valorização e significação. Para ele esses bens existem 
mesmo, não são criações dos homens às quais emprestamos significado. 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
5 
 
porque, o critério para considerar algo legítimo será o de examinar e ver se 
está de acordo com a lei ou os direitos naturais. A legitimação aqui não será se 
a norma é socialmente aceita, ou se tem licença social para existir, etc., mas 
sim se ela respeita algo que existe, que é anterior a ela e que, portanto, a 
engloba. Graficamente falando a visão seria assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Finnis insiste em que sua teoria não é moral ou valorativa, isso se deve 
ao fato de ele acreditar que os bens básico existem por si mesmos, 
independente de serem (re)conhecidos pelo homem. Ele diz que seus juízos 
não são valorativos, isso porque, ser bom ou ruim é da essência mesma da 
coisa (bem) que existe por si mesmo, logo prescinde de valorização do homem 
para existir ou ter valor. 
 
 
METODOLOGIA 
 
 A metodologia do autor está baseada na razoabilidade prática, que é o 
agir em direção a uma finalidade, no caso, o bem comum. Razoabilidade 
prática não é somente a decisão sobre como agir, mas o agir propriamente 
dito, e sempre com a finalidade de promoção do bem comum. Esse telos, ou 
finalidade, nos permite dizer que a teoria é teleológica, isto é, todo agir está 
direcionado a uma finalidade. 
 
Lei Positiva 
Lei Natural 
Bens básicos: existem por si 
mesmos; são imutáveis; são 
atemporais; devem ser 
observados; são autoevidentes; 
são pré-valorativos, pois 
existem independente de serem 
reconhecidos e valorados pelo 
homem. 
 
Lei Positiva 
Feita pelos homens; 
temporal; pode ou 
não ser valorativa; 
Deve estar de acordo 
com a lei natural 
Se contrariar a lei 
natural (natureza, 
pré-ordenamento das 
coisas) não será 
legítima. 
Lei Natural 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
6 
 
 Ainda com relação ao método, Finnis utiliza um instrumento filosófico 
aristotélico, para identificar um caso central (significado focal) em relação a 
casos periféricos. Dessa forma se poderia aplicar a razoabilidade prática do 
caso central para definir o agir direcionado à finalidade (telos) principal da 
comunidade. Assim, separar-se-íam situações periféricas, sobre as quais, o 
agir não necessariamente estaria direcionado ao telos, pois elas abrangeriam 
outras dimensões, e teriam particularidades que não permitiriam a sua 
universalização e conseqüentemente, não poderiam representar situações em 
que o agir ali definido pudesse estar direcionado à promoção do bem comum 
da comunidade. Vejamos o exemplo da amizade, nas palavras do autor: 
“Então existem casos centrais, como Aristóteles insistia, de 
amizade, e existem casos mais ou menos periféricos (amizade 
no ambiente de trabalho, amizades por conveniência, por 
interesse, relações casuais e de companheirismo, e assim por 
diante...)”. 
Seguindo essa lógica de pensamento, examinemos qual seria a relação 
da identificação do caso central com o direito. O caso central nos levaria a 
verificar o porquê de considerarmos a lei justa e não a lei injusta. Isso nos leva 
a outro aspecto dessa metodologia, que se relaciona com a escolha de 
trabalhar com o ponto de vista interno, feita por Finnis, em contraposição à 
escolha de, por exemplo, Kelsen, de trabalhar com o ponto de vista externo. 
Para o jusfilósofo australiano, a partir do ponto de vista interno, isto é, o ponto 
de vista de quem está inserido no ambiente social em análise, é que se pode 
responder porque consideramos em direito a lei justa e não consideramos a lei 
injusta. Note-se que aqui já estão presentes juízos de valor a respeito da lei, 
uma vez que é necessário esclarecer que essa lei é justa ou injusta em relação 
a quê. Nesse ponto, voltamos à idéia de lei natural e direitos naturais e da 
relação estabelecida entre direito natural e direito positivo (veja esquema 
explicativo mais acima). 
Finnis acredita, ainda assim, que mesmo que o teórico tenha esses pré-
juízos acerca do que é bom e praticamente razoável, através de um processo 
equilibrado de reflexão, no qual estarão conjugados a sua visão, juntamente 
com a visão da realidade em estudo, seja possível alcançar um aprimoramento 
que garanta juízos de significado e importância que efetivamente expressem o 
que é bom e razoável em termos práticos4. 
 
 
 
4 Observe-se que a partir da metodologia o autor pretende chegar a um juízo do que seja bom e razoável em termos 
práticos. Parte-se de algo que existe anteriormente a essa valoração e através da metodologia aplicada se “descobre” 
o que já era bom e já era razoável (em essência), nós é que não sabíamos. Descartada aqui a visão que diz que nada 
existe por si mesmo ou na natureza, nós humanos é que criamos e emprestamos significado às coisas. 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
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LEI POSITIVA vs LEI NATURAL 
 
 A respeito desse tópico, vamos ver como são os conceito, concepções 
ou visões acerca dessas leis entre as escolas teóricas. 
O jusnaturalismo jurídico é uma concepção sobre o que define 
“essencialmente” o Direito. O núcleo da posição jusnaturalista é a conjunção de 
duas teses: 
• Há princípios morais e de justiça universalmente válidos e acessíveis à 
razão humana; e 
• Um sistema normativo ou norma não podem ser qualificados de 
“jurídicos” se contradizem aqueles princípios morais e de justiça. 
Para o jusnaturalista, o direito natural não só é um direito que deve-ser, 
mas um direito válido, existente; dado seu caráter universal, ele seria aplicável 
a todos os homens e em todos os tempos. Até aqui, podemos dizer que nosso 
autor se filia a essa posição. Como vimos anteriormente, Finnis acredita que o 
direito natural existe, e a partir de um método que inclui reflexão, os homens 
poderão (re)conhecê-lo (é acessível à razão humana). 
Há vários modelos jusnaturalistas do Direito, com tradições diferentes. 
Todos aceitam a conjunção das teses acima, mas diferem no modo de 
entender a “origem” do direito natural. Para alguns o origem está na natureza, 
para outros a origem está em Deus. Temos os clássicos como Aristóteles, 
temos o jusnaturalismo cristão de Tomás de Aquino e ao qual podemos incluir 
tambémJohn Finnis. Os contratualistas dos séculos XVII e XVIII (Hobbes, 
Lock, Rousseau) também eram jusnaturalistas, buscavam a explicação da 
sociedade a partir da natureza das coisas, da essência das coisas, porém para 
os contratualistas a natureza e a essência não estavam em Deus, como 
queriam os jusnaturalistas cristãos, nem tampouco no fato de serem 
autoevidentes como quer John Finnis. 
 
Nas discussões teóricas da área do Direito, ao jusnaturalismo costuma 
contrapor-se o positivismo jurídico. 
O positivismo propriamente dito é uma tese conceitual ou metodológica 
sobre o Direito. 
Os positivistas sustentam que é inadequado caracterizar o conceito de 
Direito com base em valores morais, sendo adequado caracterizá-lo de forma 
puramente descritiva. Lembrem-se de que os jusnaturalistas afirmam que o 
direito natural é pré-valorativo, ou seja, ele existe (na natureza, ou em Deus) 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
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antes mesmo de fazermos juízos de valor sobre ele. Ele existe e é acessível à 
razão humana. 
A idéia de que o conceito de Direito deve ser caracterizado em termos 
não-valorativos e fazendo alusão a propriedades factuais é meramente uma 
tese conceitual. Ela não implica nenhuma posição valorativa acerca de como 
devem ser as normas jurídicas ou qual atitude a ser adotada frente a elas. Aqui 
podemos ver uma diferença nas abordagens. Para os jusnaturalistas o direito 
não é caracterizado em termos valorativos, uma vez que existe por si mesmo, e 
por isso mesmo, porque existe independente da valoração humana, implica 
uma posição valorativa acerca de como devem ser as normas jurídicas, ou qual 
atitude deve ser adotada frente a elas. As normas jurídicas devem estar de 
acordo com o direito natural, não podem ser contrárias às leis naturais. Da 
mesma forma, a atitude que se deve adotar frente a elas dependerá de essas 
leis (direito) positivo estar ou não estar de acordo com as leis (direitos) 
naturais. 
 
O positivismo jurídico rejeita o pensamento jusnaturalista segundo o 
qual, para uma norma ou sistema normativo possuir caráter jurídico deve 
adequar-se a princípios universais de justiça. 
Por outro lado afirma que: o que constitui uma norma como norma 
jurídica e um sistema de normas como um ordenamento jurídico são certos 
fatos relativos à sua produção, reconhecimento e aplicação, não seu conteúdo 
justo ou injusto. 
O positivismo também considera a separabilidade entre os conceitos de 
Direito e Justiça. 
Direito é direito positivo (daí “positivismo”), isto é, norma posta ou 
reconhecida por autoridade estatal. 
Para os jusnaturalistas isso é bem diferente. Vejamos, rapidamente essa 
questão de Direito e Justiça em John Finnis. 
 
O DIREITO NATURAL E A JUSTIÇA 
 
De acordo com o que vimos até aqui, existem direitos naturais. A 
questão então seria como concretizar esses direitos. Eles existem por si 
mesmos, mas como alcançá-los, quer dizer, como fazer com que aconteçam 
na sociedade? 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
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 Falamos sobre a questão do agir em direção a um fim (telos). Aristóteles 
nos falava sobre as virtudes e a mais importante virtude dos homens, 
movimentando o agir voltado à realização do bem comum (telos) da 
comunidade, era a promoção / realização da Justiça. 
John Finnis segue a mesma idéia do autor clássico a respeito da justiça, 
de suas dimensões e dos seus respectivos objetos. Esse não é o foco central 
de nosso trabalho, portanto falaremos muito superficialmente sobre isso. 
O conceito de justiça na abordagem aristotélico-tomista, e isso inclui 
John Finnis, é bastante amplo e abrange diversas dimensões. Ser justo é agir 
justamente. Esse agir justamente envolve tanto aspectos objetivos que se 
traduzirão nos tipos de justiça: comutativa e distributiva, como também, 
aspectos relacionados à dimensão moral, ética, tratada em Aristóteles como 
justiça geral e que estava relacionada ao desenvolvimento das virtudes, e à 
realização do bem comum, ou bem de todos. Para Aristóteles essas duas 
dimensões da justiça não poderiam caminhar desconectadas uma da outra. 
Essa justiça que em Aristóteles era chamada de geral, em Tomás de Aquino 
receberá a denominação de legal e chegará até nós pelas mãos dos tomistas 
do século XIX (Teoria Social Cristã com a qual Finnis se identifica) como justiça 
social. 
A justiça comutativa é a que cuida das relações parte-parte e que deve 
reequilibrar alguma eventual desigualdade que ocorra. Também será adotada 
nas relações de troca, como compra e venda por exemplo. Além disso, na 
justiça comutativa não será mais apenas o juiz o único responsável pelas 
decisões. Os cidadãos envolvidos em relações de troca poderão decidir sobre 
as condições estabelecidas nos contratos. 
A justiça distributiva cuida das relações todo-parte. Essa será 
responsável pela distribuição dos recursos da sociedade (bens externos), 
levando em consideração um critério para a realização de uma igualdade 
proporcional, que poderá ser a posição do indivíduo na comunidade, o mérito, o 
trabalho, a necessidade, a renda, ou outro. Aqui Finnis tem um ponto de 
discordância em relação à interpretação feita ao desenvolvimento da teoria por 
Tomás de Aquino. Finnis diz que Aquino foi mal interpretado no que diz 
respeito à relação todo-parte. Popularizou-se que o todo estaria representado, 
na relação, pelo Estado (nacional) em relação à parte (indivíduo, cidadão do 
Estado Nacional). A inconformidade de Finnis é porque para ele o Estado 
Nacional não representa o todo da comunidade. Em Finnis, a comunidade 
perfeita é representada pela comunidade internacional. Logo, o todo aqui seria 
a comunidade internacional e a parte seríamos nós, cidadãos do mundo. 
Já a justiça social regula as relações parte-todo. Aqui, a parte tem que 
ser responsável pelo todo, uma vez que o todo social é de todos, e o Estado 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
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deve cuidar para que todos tenham acesso aos recursos. Nas sociedades pré-
modernas, em que havia uma hierarquia na posição social, o princípio 
ordenador da vida social era a justiça distributiva. Com a formação da 
sociedade moderna, em que todos são iguais, na sua condição de seres 
humanos, esse princípio ordenador será deslocado para a justiça social, na 
qual, todos os membros da sociedade terão direitos e deveres iguais e, o agir 
em conformidade com a lei, trará benefícios a todos (promoverá o bem comum, 
o bem de todos). 
Vale ressaltar também que John Finnis chama a atenção em seu livro 
para o fato de que considera os direitos naturais como direitos humanos, diz 
inclusive que para ele são sinônimos. 
 
METAFÍSICA: SIM OU NÃO? 
 
Outra discussão presente sobre as concepções de John Finnis, diz 
respeito à metafísica. Metafísica aqui compreendida como a ciência que estuda 
a natureza mesma das coisas (sua essência). 
Finnis diz que sua concepção ou sua teoria de direito natural não é 
metafísica. Alguns autores acreditam que seja. Vejamos alguns aspectos do 
problema. 
Já vimos que Finnis acredita que as coisas tenham uma essência, que 
existam por si mesmas. Da mesma forma, o autor é partidário da opinião que 
existe uma natureza humana. Parte ele da mesma posição de Tomás de 
Aquino para o qual, o natural no agir humano consistiria sobretudo em agir 
conforme a razão. 
Bem, mas se Finnis entende que as coisas tenham uma essência e esse 
é um pensamento metafísico, qual é então o ponto de discordância? 
Mais uma vez recorre-se à Aristóteles para esclarecer essa divergência. 
Aristóteles faz uma distinção entre ordens de conhecimento. O 
conhecimento estaria divido em quatro ordens, isto é, quatro tipos distintos e 
irredutíveis de ordens com os quais nossa razão se ocupa.Vamos a elas: 
1. ordem natural: estudada pela ciência natural, pela matemática e pela 
metafísica . É nesta ordem que se estudaria a essência das coisas, e 
a teoria de Finnis não estuda a essência das coisas, a teoria de 
Finnis apenas trabalha com a idéia de que as coisas têm uma 
essência. É nesse ponto que o autor se agarra para negar que sua 
teoria seja metafísica. 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
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2. ordem lógica: é estudada pela lógica em sentido amplo. Visa a 
entender (conhecer) sobre as condições pelas quais nós ordenamos 
nosso próprio pensamento. 
3. ordem prática ou moral: ciência das condições pelas quais podemos 
ordenar nosso deliberar (escolher) e nossas ações voluntárias. É 
estudada pela ciência moral, pela economia, pela política, entre 
outros. E é aqui que localizaríamos a teoria do John Finnis. É em 
função dessa distinção de ordens de conhecimento que Finnis alega 
não ser metafísico. 
4. ordem técnica ou produtiva: é o campo das técnicas e da tecnologia. 
Estudam-se as condições em que podemos ordenar as coisas 
constituídas pela própria razão humana. 
Essa distinção proposta por Aristóteles foi adotada por Santo Tomás de 
Aquino e, como vimos, o filósofo clássico caracterizou o conhecimento em 
quatro tipos distintos e irredutíveis . 
Ocorre porém, que existe uma interação entre essas ordens de 
conhecimento. Com bastante freqüência, a ordem técnica auxília a ordem 
moral (na economia e na política, por exemplo). Da mesma forma, existe uma 
interação muito grande entre a ordem natural (metafísica) e a ordem moral. 
Mas, seguindo a lógica de pensamento aristotélica, ainda assim, todas 
as quatro permaneceriam irredutíveis umas às outras. 
É nessa idéia de irredutibilidade de ordens de conhecimento que se 
pauta Finnis para dizer que sua teoria não é metafísica. Além disso, considera 
que alguns jusnaturalistas modernos confundem essas ordens e por isso, 
acontece de fundamentarem a ética na natureza humana, o que significaria 
confundir a ordem moral (ética) com a ordem natural (metafísica), a quem 
caberia o estudo sobre a natureza humana. Daí a afirmação de que não 
importaria o conhecimento da natureza humana (objeto de estudo da 
metafísica) para o agir correto, ou o conhecimento dos bens básico. Isto é, o 
objeto de estudo de Finnis seria o agir voltado a um fim, a partir do 
(re)conhecimento de bens básicos. O foco estaria na decisão-ação, objeto este 
estudado pela ordem prática ou moral, e não pela metafísica. 
 
CONCLUSÃO 
 
Este trabalho procurou identificar a idéia de direito natural e lei natural na 
obra de John Finnis. Para isso, começamos por identificar a partir de quais 
pressupostos se ergue essa teoria. Após, examinamos a construção mesma da 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
 Orientador: Marcos Aurélio Dusso 
 
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teoria, com cortes específicos ao objeto desta dissertação. Faremos agora 
algumas considerações finais acerca do tema. 
John finnis faz parte da escola jusnaturalista do direito e, mais 
especificamente, à tradição cristã. Existem divergências entre ele e outros 
jusnaturalistas seus contemporâneos referentes a diferenças conceituais 
pontuais. 
Nosso autor segue a linha desenvolvida por Aristóteles e depois 
aprimorada por Tomás de Aquino. 
Em função do meio acadêmico no qual está inserido, e também de sua 
posição jusnaturalista tem divergências com a jurisprudência analítica 
(positivismo jurídico). 
Podemos considerar a teoria de Finnis como uma teoria ética, pois seu 
objeto é o agir humano. Esse agir direcionado a um fim específico, a promoção 
do bem comum. Essa decisão-ação baseia-se no (re)conhecimento dos bens 
básicos. O homem (re)conhece os bens básicos e escolhe agir de acordo com 
esses bens básicos e realizar o bem comum. 
Finnis acredita que existe uma ordem natural das coisas (pensamento 
metafísico), mas como seu objeto é o agir humano em direção a uma 
finalidade, ele nega que sua teoria seja metafísica. 
A esse respeito nossa opinião é que não há como desvincular uma coisa 
da outra. O próprio Finnis quando fala sobre essas questões diz que a 
moralidade não é independente da natureza humana, pois é em função da 
natureza humana que o homem possui certas inclinações para a ação. 
Além disso, em outra passagem o autor dirá que a natureza determina o 
agir correto, mas a ação humana não está em função do conhecimento que a 
pessoa tenha dessa natureza. 
Finnis acredita na existência de uma natureza humana, e concorda com 
o pensamento tomista segundo o qual se essa natureza (a humana) fosse 
diferente, também seriam (diferentes) os deveres presentes na lei natural. 
Insistimos que não há como desvincular essas questões lançando mão 
das ordens de conhecimento aristotélicas. As ordens são meras categorias 
analíticas. Aristóteles separou apenas para poder conceituar melhor, apenas 
para classificar. Elas não andam separadas. Ora, se Finnis diz que o seu objeto 
de estudo é da ordem moral, uma vez que estuda o agir humano e concorda 
que há uma natureza humana (ordem metafísica), que se fosse diferente 
alteraria os deveres presentes na lei natural, isso significa que não há como 
separar um objeto do outro, uma ordem da outra. 
 
 Lei Natural e Direito Natural em John Finnis 
 
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A separação é mero instrumental para facilitar a explicação. As ordens 
não existem em estado puro na natureza, ou na sociedade, ou na razão 
humana. 
Portanto, a seguir a própria lógica de pensamento do autor, classificá-lo-
íamos com metafísico. 
 
Um exercício de raciocício 
 
Vamos pensar um pouco sobre quais poderiam ser as conseqüências de 
o pensamento de Finnis (e, conseqüentemente da escola que ele representa) 
estar certo, e quais poderiam ser se ele estivesse, por exemplo, equivocado. 
 
Digamos que Finnis estivesse certo e que existisse uma ordem natural 
das coisas. Que houvesse uma lei natural e um direito natural deduzido dessa 
lei. Digamos que sendo assim, os homens poderiam construir suas próprias 
leis, desde que elas estivessem de acordo com a ordem natural das coisas. 
O que isso poderia significar? 
Esse pensamento estreita muito as possibilidade de mobilidade na ação, 
pois se as coisas tivessem mesmo uma natureza cujo conhecimento pudesse 
ser alcançado pela razão humana, isso significaria que só haveria um agir 
correto. Todos os outros “agires” humanos estariam reprovados, pois não 
seriam voltados ao fim (telos) bem comum. 
É uma visão muito rígida para um mundo tão dinâmico, tão diversificado 
e tão humanamente desorganizado. 
Ademais, a seguirmos as exigências básicas ou princípios de 
razoabilidade prática, em especial o 7º, respeitar todos os valores básicos em 
todos os atos, isso nos deixaria engessados em relação às escolhas que não 
raro temos que fazer. 
Imaginemos uma situação em que dois ou mais valores básicos 
estivessem em conflito. Se tivéssemos que seguir o 7º princípio, como 
faríamos? 
Uma das possibilidades seria não resolvermos nada e deixarmos nas 
mãos de Deus, ou do destino. 
Ou talvez, essa visão não leve em consideração as inúmeras situações 
de conflito existentes na sociedade e com as quais nos deparamos todos os 
dias. 
 
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Por outro lado, podemos imaginar que essa escola de pensamento 
possa estar equivocada. Talvez não exista uma ordem natural. 
 
E se disséssemos que tudo é construção humana: as leis, os direitos, 
tudo que existe, não existe por si mesmo, ou na natureza. É tudo fruto da 
imaginação humana. Nós é que pensamos tudo isso e que emprestamos valor 
às coisas. Elas são relativas (não universais), são mutáveis (não imutáveis), 
são temporais (válidasem determinado tempo e lugar). 
 
Existe uma universalidade de alguns valores porque fazemos parte do 
mesmo processo civilizatório, mas isso não significa que esses valores sejam 
universais, são valores relativos, apenas são aceitos universalmente pela 
civilização no estágio em que se encontra. 
 
O que esse pensamento poderia representar? 
 
Esse pensamento nos permitiria discutir valores na sociedade. Se fomos 
nós, humanidade, em seu longo processo civilizatório que criamos e valoramos 
o que existe, então, nós, humanidade, podemos sempre repensar, reorientar, 
reorganizar, valorizar ou desvalorizar o que aí está. Podemos mudar a direção 
das coisas, podemos criar um novo mundo, inventar uma forma diferente de 
fazer as coisas. 
 
Bem, nesse ponto alguns perguntariam, mas quando as coisas (bens, 
valores, justiça, direitos) mudariam? 
Na verdade eles estão sempre mudando. E eles mudam 
significativamente quando a sociedade está pronta para assumir novos valores, 
quando a sociedade decidir que os valores sociais deverão ser outros. 
 
E, em que direção eles mudariam? 
Não há uma direção pré-determinada. A humanidade decide para onde 
quer caminhar. E caminha na direção pretendida quando está pronta para isso. 
 
E, ainda, como se processa essa mudança, de que forma se alteram 
valores sociais, alguns já naturalizados na sociedade? 
 
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Na disputa de idéias. Contrapondo pontos de vista. Na disputa de 
valores dentro da sociedade. 
Esse é um processo lento e contínuo, muitas vezes imperceptível a uma 
geração, ou mesmo a várias gerações. 
 
Agradecimento 
 
Finalmente, quero agradecer a oportunidade de estar apresentando este 
trabalho e dizer que foi uma experiência muito gratificante e importante para 
mim. 
Meus mais sinceros agradecimentos também ao meu orientador, 
professor Marcos Aurélio Dusso, que me deu liberdade para conduzir essa 
pesquisa, e aos amigos que tiveram paciência para escutar sobre um tema que 
não era de seu interesse imediato. 
Dedico este trabalho a minha família, meu companheiro Ademar, meu 
filho Bruno, minha mãe e meus irmãos, aos quais dei pouca atenção no 
período em que desenvolvi esta pesquisa. 
 
 
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Autor(a): Roseli Coelho Fossari 
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REFERÊNCIAS 
 
FINNIS, John. Lei natural e direitos naturais. Tradutora Leila Mendes. São 
Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2007. 
 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo, 
SP: Editora Martin Claret, 2001. 
 
VILLEY, Michel. A formação do pensamento jurídico moderno. Tradução de 
Cláudia Berliner. São Paulo, SP: Editora Martins Fontes, 2005. 
 
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico – lições de filosofia do direito. 
Tradução e notas por Márcio Pugliesi. São Paulo, SP: Editora Ícone, 2006. 
 
OLIVEIRA, Elton Somensi de. Bem comum, razoabilidade prática e direito – a 
fundamentação do conceito de bem comum na obra de John M. Finnis. 
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Direito da 
Faculdade de Direito da UFRGS. Porto Alegre, RS: 2002.

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