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Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Departamento de Botânica Disciplina: BOT 5120 – Morfologia e Sistemática Vegetal Curso: Agronomia 1º Módulo: Morfologia Vegetal Profa. Ana Zannin e Prof. Rafael Trevisan Noções gerais de Morfologia de Caule Complementar estudo com: 1) Apostila fornecida na disciplina (TEXTO 5); 2) Livro: Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013. Introdução à Botânica. Morfologia. Nova Odessa, Instituto Plantarum (disponível na Biblioteca do CCA). CAULE: DEFINIÇÃO, ORIGEM: O CAULE, é em geral, a parte aérea do eixo superior da planta (esporófito), provida de folhas e ligado à raiz pelo colo. Origem do caule: do meristema apical caulinar presente no embrião da semente (caulículo). CAULE: características � Dividido em nós e entrenós (=internós). A gema terminal contém o meristema que promove o crescimento apical/altura da planta. As gemas axilares/laterais dão origem a um novo ramo ou a flor (que é um ramo modificado para as funções da reprodução). � Apresenta GEMAS (o que o diferencia de raiz) � GEMAS: estão presentes na axila das folhas (= gemas axilares ou laterais) e no ápice do caule e ramos (= apical ou terminal). Diversidade dos Caules 2) Trepadores Volúvel 3) Rastejantes Estolão (=estolho) Sarmentoso TIPOS BÁSICOS DE CAULES AÉREOS 1) Eretos Típicos de plantas que disputam a luz solar (ex. árvores das florestas) Tronco Estipe Colmo Haste caule que ao entrar em contato com um suporte, enrola-se no mesmo Caules de plantas que ocupam rapidamente a superfície do solo TRONCO: caule da maioria das árvores e arbustos, lenhoso, delgado a muito robusto. Em árvores, em geral apresenta fuste bem desenvolvido até o aparecimento das primeiras ramificações. Apresenta desenvolvimento em diâmetro maior na base e possui ramificações que se iniciam a alturas variáveis. OBS.: em dendrologia, fuste é a parte do tronco livre de ramos grossos. CAULES AÉREOS ERETOS TRONCO ESTIPE Extraído de: Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013. ESTIPE (do latim = estaca) TRONCO (do latim: truncus = eixo principal de uma árvore, tronco) NÓ NÓ ENTRENÓ COLMO (latim: culmus = talo, haste) CAULES AÉREOS ERETOS COLMO : caule aéreo típico das gramíneas. Caule não ramificado (ou com ramos finos), comnós e entrenós bemdestacados. Pode ser maciço/cheio (cana-de-açúcar) ou oco/fistuloso (maciço somente nos nós, como no bambu) HASTE (do latim: hastile = vara que sustenta a lança) CAMOMILA (Matricaria recutita) CAULES AÉREOS ERETOS Caule delicado, não-lenhoso (herbáceo), de pequeno calibre, que ocorre nas ervas. Ex: onze-horas, picão, quebra-pedra... MARGARIDA (Leucanthemum vurgare) FUNCHO (Foeniculum vulgare) CAULES AÉREOS TREPADORES Obs: Há algumas divergências na literatura quanto a aplicação dos termos para caules de plantas trepadeiras (= lianas). Aplica-se o termo geral “caule trepador” para estas plantas; ou“caule volúvel” quando o próprio caule enrola-se no suporte; ou ainda “caule escandente” quando há estruturas especiais de fixação como gavinhas, raízes grampiformes, etc. Volúvel (latim: volubilis = enrolado, enroscado) Sinistroso: o movimento do ápice se enrola da direita para a esquerda (anti-horário) Dextrorso: o movimento do ápice se enrola da esquerda para a direita (sentido horário). Podem ser classificados em: CAULES AÉREOS RASTEJANTES ESTOLÃO (=Estolho): caule rastejante comentrenós longos, crescendo sobre a superfície do solo. Pode emitir raízes na região do nó e nova parte aérea, gerando uma nova planta ao desligar-se. SARMENTOSO (= prostrado) – caule longo e flexível, enraizado em um único ponto e rastejante. Encontrando um suporte, alguns podem subir, enrolando-se nele. Exemplos: abóbora , melancia, melão Melancia Abóbora (Estolho (do latim: stolo = rebento) � Bulbos simples composto tunicados escamoso sólido (cheio) � Xilopódio TIPOS BÁSICOS DE CAULES SUBTERRÂNEOS - Diversos caules subterrâneos possuem tecidos de reserva e são utilizados na alimentação humana. Desempenham papel na reprodução da planta ou servem de estrutura de sobrevivência da planta por longos períodos. � Tubérculos � Rizomas RIZOMA (do grego: rhizos=raiz; oma=massa, conjunto). Caule que cresce paralelo a superfície do solo, porém abaixo do solo. É aclorofilado e muitas vezes coberto por folhas modificadas (escamas). Emite raízes na região do nó e nova parte aérea da planta. Rizoma da bananeira (Musa x paradisiaca) Tubérculo com gemas (“olhos”) em desenvolvimento TIPOS BÁSICOS DE CAULES SUBTERRÂNEOS TUBÉRCULO (latim: calosidade, entumescimento, tumor). Caule que geralmente provém da porção terminal espessada de ramos caulinares longos e finos. (batata-inglesa) CAULE OBSERVAÇÃO: Extraído de: Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013 TIPOS BÁSICOS DE CAULES SUBTERRÂNEOS BULBO - Caule comprimido verticalmente. O caule propriamente dito é reduzido a um disco (prato) basal. São em geral estruturas de sobrevivência da planta em condições adversas como frio excessivo, seca Comum em Monocotiledôneas. Exemplo: lírio, tulipa Do prato partem catáfilos/ túnicas (= folhas modificadas) contendo substâncias de reserva (folhas suculentas). No prato (caule) está a gema que “brota” e origina as folhas novas. a) BULBO TUNICADO simples: cebola (Allium cepa) O BULBO é classificado como tunicado quando o prato (verdadeiro caule) é reduzido e revestido por folhas modificadas (catáfilos), as mais internas suculentas contendo substâncias de reserva e as mais externas secas protetoras. Composto de pequenos bulbos (bulbilhos). Possui a mesma organização da cebola. Cada bulbilho (“dente do alho”) equivale a um bulbo completo e quando a gema se desenvolve origina uma nova planta. b) BULBO TUNICADO composto: alho Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013 formado por catáfilos ricos em substâncias de reserva com disposição imbricada em torno da gema. Esquema de desenvolvimento da planta de Lírio (Lilium) c) BULBO ESCAMOSO: lírio-branco (=gema) Apresenta tecido caulinar sólido , onde se encontram as reservas e também catáfilos externos membranáceos. Apresentam gemas laterais nas axilas dos catáfilos. d) BULBO SÓLIDO (= CORMOS) Palma-de-Santa Rita (Gladiolus spp.) TIPOS BÁSICOS DE CAULES SUBTERRÂNEOS XILOPÓDIO (grego: xylon = madeira; gr: podos = pé) Estrutura lenhosa subterrânea. Algumas vezes de origem anatômica mista (raiz e caule). Comum em cerrados e campos áridos. Possui substâncias de reserva, água e elementos lignificados. Os caules aquáticos são tenros, quase sempre clorofilados, com aerênquimas que acumulam ar, facilitando a respiração e a flutuação do vegetal CAULES AQUÁTICOS Aguapé (Eichhornia spp.) ESPECIALIZAÇÕES DO CAULE gavinhas; espinhos, acúleos, pseudobulbos, filocládios e cladódios. GAVINHAS Origem: caulinar ou foliar (ou também modificação da inflorescência) Função: garantir suporte (tb. Fotossintetizante) Gavinha de origem caulinar em maracujá (Passiflora sp.) Fig. Vitis: Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013 ACÚLEO: superf ic ia l (oriundo de processo Epidérmico).Se destaca facilmente da planta. Sem vascularização. Exs. rosa, paineira. ESPINHO: são ramos ou fo lhas modi f i cadas . De natureza endógena, não se separando fac i lmente da p lanta . Possuem vascu lar i zação. Exs. Laranjeira e limoeiro. Acúleos de roseira (Rosa sp.)Acúleo de paineira (Ceiba speciosa) Fig. C. limon a direita: Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013 Função principal de espinhos e acúleos: proteger a planta. Nos CACTOS os espinhos são interpretados como modificações de folhas FILOCLÁDIOS e CLADÓDIOS: Caules característicos de plantas áfilas(sem folha), que assumem forma achatada e função fotossintética. Cladódio possui crescimento indeterminado e filocládio possui crescimento definido apresentando forma muito semelhante à folha. Cladódio da carqueja(Baccharis crispa) Figs (direita): Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013 Texto e B. Extraído de Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013A B Tipos de Crescimento do caule MONOPODIAL (= indefinido): o crescimento do caule se dá pela atividade de uma única gema apical (por isso monopodial), que persiste ao longo da vida da planta. Podem desenvolver ou não ramificação lateral. Exs: pinheiros, palmeiras. SIMPODIAL Não há predominância de uma gema principal, várias gemas participam consecutivamente, incluindo as gemas axilares levando a formação diversificada da copa da maioria das árvores. Fig: Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013 � erva (terrestre, aquática, epífita, parasita) � arbusto � árvore � trepadeira ( ou liana quando lenhosas) HÁBITO DA PLANTA (= porte que a planta apresenta quando adulta) Tipos característicos (há intermediários) ERVA (latim: herba = erva) -Planta em geral de pequeno porte, com caule tenro, não lenhoso, em geral em estrutura primária. Tançagem (Plantago major) Beijo, (Impatiens walleriana) Babosa (Aloe vera) Vinca (Catharanthus roseus) Arruda (Ruta graveolens) SUBARBUSTOS – (latim: sufrutex) plantas com características intermediárias entre ervas e arbustos, com caule ou ramos relativamente lenhosos (lignificados). ARBUSTO (latim: frutex = arbusto) Hibisco (Hibiscus rosa-sinensis) planta resistente e lenhosa, com tronco curto que em geral se ramifica quase desde a base, não formando um fuste (porção caulinar não ramificada) definido. (Plectranthus barbatus) Falso-boldo ÁRVORE (latim: arbor = árvore) - planta de grande porte, resistente e lenhosa, com tronco nítido e despido de ramos na parte inferior e copa superiormente distinta. Árvores muito pequenas são geralmente chamadas de arvoretas. Ipê-amarelo guapuruvú LIANA (fr: liana = cipó), plantas trepadeiras -planta que germina e desenvolve-se sempre no solo, mas não consegue manter-se ereta, escalando um suporte. muitos cipós em interior das matas Maracujá - Passiflora spp. Plantas Epífitas (forma de vida)- plantas que se desenvolvem nos troncos ou nos ramos de outros vegetais, sem que suas raízes tenham contato com o solo. muitas orquídeas, bromeliáceas, aráceas... Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2014. Raven Biologia vegetal. 8 ed. Rio de Janeiro, Guanabara koogan. Souza, V.C., Flores, T.B. & Lorenzi, H. 2013. Introdução à Botânica. Morfologia. Nova Odessa, Instituto Plantarum. Referências utilizadas para imagens e citações:
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