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Nutrição e Crescimento Microbiano Nutrição microbiana Componentes necessários às células Meios de cultura Condições ambientais Crescimento populacional Velocidade de crescimento Tempo de geração Medidas do crescimento Pelczar – Pg. 145 a 187 Brock – 108 a 114; 141 a 174 1 Nutricionalmente são os mais versáteis e diversificados Alguns podem viver com poucas substâncias inorgânicas Outros são tão exigentes quanto o homem Para caracterizar suas propriedades (morfológicas, fisiológicas e bioquímicas) é necessário o cultivo em laboratório: - Cultivo in vitro: quando se conhece as exigências nutricionais - Cultivo in vivo: quando não se conhece as exigências nutricionais Exemplo de microrganismos que precisam de hospedeiro para ser cultivado: Mycobacterium leprae (causador da hanseníase) - Glomus clarum (fungo simbionte) Introdução Nutrição de microrganismos 2 Para o cultivo laboratorial (in vitro) são utilizados meios de cultura que simulam e até melhoram as condições naturais. Os elementos químicos principais para o crescimento das células são denominados macronutrientes (C, N, H, O, S, P). O carbono é um dos elementos mais importante para o crescimento microbiano. Necessidade de meios de cultura adequados Com exceção para CO2, os compostos orgânicos são os que contém carbono 3 Macronutrientes: - Necessários em grande quantidade. - Tem papel importante na estrutura e metabolismo. Micronutrientes: - Necessários em quantidades mínimas. - Funções enzimáticas e estruturais das biomoléculas célula 4 Componentes necessários às células Macronutrientes Fonte de carbono: - Compostos orgânicos (microrganismos heterotróficos): carboidratos lipídeos proteínas - Dióxido de carbono (microrganismos autotróficos): É a forma mais oxidada do carbono, assim a fonte de energia deve vir da luz ou de outros compostos inorgânicos. Fonte de Nitrogênio: - É elemento necessário em maior quantidade depois do carbono, cerca de 12 %. (constituinte das proteínas, ácidos nucléicos, etc.) moléculas orgânicas (aminoácidos, peptídeos) moléculas inorgânicas (NH3, NO3-, N2) A capacidade de algumas bactérias em utilizar o nitrogênio atmosférico (FBN) é de fundamental importância para a vida de todos os seres. 5 Hidrogênio: Principal elemento dos compostos orgânicos e de diversos inorgânicos (água, sais e gases) Função: Manutenção do pH Formação de ligações de H entre moléculas Fonte de energia nas reações de oxi-redução na respiração Componentes necessários às células Oxigênio: - Elemento comum encontrado nas moléculas biológicas (aminoácidos, nucleotídeos, glicerídeos) - É obtido a partir das proteínas e gorduras. Na forma de oxigênio molecular (O2), é requerido por muitos para os processos de geração de energia. 6 P – Síntese de ácidos nucléicos, ATP S – Estabilidade de aminoácidos, componente de vitaminas K – Estabilidade dos ácidos nucléicos, bomba de Na/K Mg – Estabilidade dos ribossomos Ca – Estabilidade da parede celular e termoestabilidade de endósporos Na – Requerido em maior quantidade por microrganismos marinhos. Bactérias halofílicas extremas não crescem com menos de 15 % de sal. Fe – Papel-chave na respiração, componente dos citocromos e das proteínas envolvidas no transporte de elétrons. Componentes necessários às células Outros macronutrientes: 7 Metais em quantidades muito pequenas (traços) na composição de um meio de cultura: Zn, Cu, Mn, Co, Mo e B ► Exercem função estrutural em várias enzimas (ativação) - Nem sempre sua adição é necessária - Meios sintéticos com compostos de alto grau de pureza e água ultra pura podem apresentar deficiências desses elementos. Ex: Mo+6 é necessário para a nitrogenase, a enzima que converte o N2 para NH3 durante a FBN. Componentes necessários às células Micronutrientes 8 Água: Componente absolutamente indispensável (com exceção dos protozoários que englobam partículas sólidas) No laboratório de utiliza água destilada, filtrada e deionizada. Outros aditivos: Função de aumentar a conversão, evitar precipitação de íons, controlar a espuma, provocar inibição, estabilizar o pH: Quelantes: na autoclavagem ocorre a precipitação dos fosfatos metálicos EDTA, ácido cítrico, polifosfatos. Inibidores Ex: produção de ácido cítrico por Aspergillus niger Utiliza-se Fosfato e pH < 2 para reprimir o ácido oxálico Água e outros aditivos 9 Tampões - Carbonato de cálcio - Fosfatos - Proteínas (peptona) Indutores: a maioria das enzimas de interesse comercial precisa de indutores. Ex: celulose induz a celulase pectina induz a pectinase amido induz a amilase Antiespumantes: cultivos com aeração ocorre a produção de espuma Remoção de células, perda do produto, contaminação Redução do volume do meio álcoois, ácidos graxos, silicones, poliglicóis: reduzem a tensão superficial das bolhas Outros aditivos 10 Meios de cultura 11 Meios quimicamente definidos são utilizados para determinar as necessidades nutricionais Controle é um meio mínimo com apenas glicose e sais. 3 isolados bacterianos sendo testados quanto a necessidade de suplementos orgânicos. Meio de cultura solidificado com 1,5 % de ágar. Até 1880 os microrganismos eram cultivados em meios líquidos. Robert Koch introduziu os meios de cultura sólidos, os quais permitiram o estudo de espécies isoladas (culturas puras). 12 Meios de cultura Embora não existam meios específicos para todos os microrganismos, existem centenas de formulações para inúmeras finalidades. Alguns são meios gerais: permitem o crescimento de muitas espécies Outros são meios específicos: servem para identificação de espécies, por ex. Escherichia coli e Shigella sonnei em meio MacConkey 13 Meios especiais Meios para anaeróbios: adição de agentes redutores (tioglicolato de sódio) Meios seletivos: favorece o crescimento de um tipo particular ou suprime outros. Ex. meio ágar verde brilhante. Meios diferenciais: para diferenciar microrganismos dentro de uma cultura mista. Ex. meio com sangue para distinguir as hemolíticas. Meios seletivos/diferenciais: Ex. Meio McConkey que contém sais de bile e cristal violeta. Meios de enriquecimento: se objetiva o aumento de uma determinada espécie sem inibir as demais. Ex. isolar bactérias que oxidam fenol, fornecendo fenol como única fonte de carbono. 14 Microplacas com diferentes meios de cultura para identificação de enterobactérias. 15 Meios de cultura para bactérias Normalmente imitam o habitat normal Ex. Se a bactéria prefere os nutrientes encontrados no sangue, então o sangue é adicionado no meio de cultura. Meio definido para quimioautotróficas Meio definido para heterotróficas Meio complexo para heterotróficas 16 Meios de cultura para fungos Todos os fungos são heterotróficos Geralmente são utilizados meios ricos contendo grande variedade de compostos orgânicos providos pela peptona e extratos de carne ou soja. Também são utilizadas maiores concentrações de açúcares (4%) e pH menor (3,8 a 5,6) do que os meios para bactérias. Essa combinação permite inibir o crescimento de bactérias. 17 Meios de cultura para algas As algas utilizam luz como energia, dióxido de carbono, água e íons inorgânicos solúveis. São fotoautotróficos. Ao contrário dos meios para bactérias e fungos, existem poucos meios prontos para algas. Preparar um meio definido para algas marinhas pode ser muito trabalhoso, pois muitos sais contidos na água do mar poderão ser necessários. Maré vermelha. Algas que produzem toxinas. Algas unicelulares 18 Crescimento Microbiano Aumento em tamanho da população Aumento no número de células Aumento da massa celular Duplicação Fissão binária Tempo de geração Curva do crescimento microbiano 19 19 Crescimento microbiano Varia de organismo para organismo Ocorre via diferentes gerações: tempo de geração (cada duplicação-fissão de uma célula) ProteínasFts: filamentous termperature sensitive. Relação com a tubulina de eucariotos Proteínas Min (para a formação do divisomo) Proteínas Mre definem a morfologia da célula 20 20 Crescimento microbiano 21 21 Crescimento microbiano 22 22 Peptideoglicano Molécula lipídica 23 23 Em microbiologia crescimento geralmente é o aumento do número de células Na maioria dos procariotos ocorre a fissão binária: crescimento e divisão Varia de minutos até dias Depende muito das condições ambientais CRESCIMENTO MICROBIANO 24 O padrão de crescimento é o exponencial - sendo a população inicial = N0 1ạ geração N = N0 x 21 2ạ geração N = N0 x 22 3ạ geração N = N0 x 23 nạ geração N = N0 x 2n população final (N) = N0 x 2n 25 Crescimento microbiano Número de gerações (n) = 3,3 (logN - LogNo) Tempo de geração: tempo necessário para a divisão das células depende da espécie e das condições de crescimento g = t/n, onde: g = tempo de geração t = tempo de crescimento n = número de gerações dentro de um tempo t de crescimento E. coli: 20 min 26 26 Curva de crescimento Microbiano A fase exponencial reflete apenas uma parte do ciclo de crescimento de uma população microbiana O crescimento de microrganismos apresenta um ciclo típico com todas as fases de crescimento [lag, exponencial (log), estacionária, declínio ou morte) 27 27 Fase Lag Período de adaptação da cultura Mudança de meio, preparação do complexo enzimático Reparação das células com danos. 2) Fase exponencial Fase mais saudável das células onde todas estão se dividindo. A maioria dos microrganismos unicelulares apresentam essa fase, mas as velocidades de crescimento são bastante variáveis: - Procarióticos – crescem mais rapidamente que os eucarióticos - Eucarióticos menores crescem mais rapidamente que os maiores Curva de crescimento Microbiano em Sistema Fechado (Batelada) 28 3) Fase estacionária: Num sistema fechado (tubo, frasco ou biorreator) o crescimento exponencial não pode ocorrer indefinidamente. Ocorre a limitação por depleção de nutrientes e acúmulo de metabólitos. Divisão = morte → crescimento líquido nulo Ainda pode ocorrer catabolismo e produção de metabólitos secundários 4) Fase de morte (declínio): A manutenção de uma cultura no estado estacionário por longo tempo conduz as células ao processo de morte. A morte celular é acompanhada da lise celular 29 Quimiostato Controla a velocidade de crescimento Densidade controlada pela concentração dos nutrientes Crescimento Microbiano em Sistema Aberto (Quimiostato) 30 30 MEDIDAS DO CRESCIMENTO Podem ser realizadas pelos seguintes métodos: 1) Peso seco total das próprias células filtração, secagem e pesagem 2) Peso de algum componente celular extração, secagem e pesagem 3) Variação no número de células a) contagem de células totais (direta) b) contagem de células viáveis (indireta) 31 Contagem microscópica direta Vantagens: método rápido e fácil Desvantagens: Não distingue as células vivas das mortas Pode-se omitir células pequenas Células móveis precisam ser imobilizadas Utilizam-se câmaras especiais de contagem (lâmina com grade quadriculada) Ex.: Câmara de Neubauer 32 Contagem de células viáveis (indireta) Contagem das colônias formadas em meio de cultura em placas. 33 São empregadas várias diluições decimais porque é difícil prever o número de viáveis. É contada a placa com 30 a 300 colônias Diluição das suspensões celulares Amostras concentradas precisam ser diluídas 34 MEDIDAS DO CRESCIMENTO MICROBIANO - Outros métodos - Turbidimetria As células dispersam a luz e quanto mais células mais turvo é o meio Pode ser medida com um espectrofotômetro O uso da turbidimetria exige a construção de uma curva padrão Turbidez X quantidade de células 35 - Contagem eletrônica 36 Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível Fatores que afetam o crescimento Fatores químicos: pH: neutrófilos – pH ≈ 7.0 acidófilos – pH < 7.0 alcalófilos – pH > 7.0 Importância: Atividade enzimática Conformação protéica Disponibilidade de metais e elementos orgânicos 37 37 38 38 Fatores que afetam o crescimento Fatores químicos: O2: Aeróbicos obrigatórios Anaeróbicos obrigatórios Anaeróbicos facultativos Microaerófilos Aerotolerantes Importância: Respiração Reações de óxido-redução Atividade enzimática 39 39 Aeróbio Anaeróbio Facultativo Microaerófilo Anaeróbio aerotolerante Efeito do oxigênio no crescimento microbiano Meio gelatinoso com indicador redox: Rosa quando oxidado Incolor quando reduzido Durante as reações de redução do O2 são formados vários intermediários tóxicos. Ex: H2O2, OH°, O2- Os microrganismos aeróbios e facultativos utilizam enzimas como a catalase e peroxidase para destruir as formas tóxicas 40 Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível Sistema para cultivo de anaeróbios 41 Clique para editar os estilos do texto mestre Segundo nível Terceiro nível Quarto nível Quinto nível Sistema para cultivo de aeróbios Equipamentos que transferem oxigênio ao meio de cultura 42 Fatores que afetam o crescimento Fatores físicos: Temperatura: Psicrófilos: - 5 C a 20 C Mesófilos: 20 C a 50 C Termófilos: 50 C a 80 C Termófilos extremos: acima de 80 C Importância: Respostas enzimáticas Respostas a choques térmicos Razão de crescimento 43 43 44 44 Chlamydomonas nivalis 45 45 Estratégias de adaptação às altas temperaturas membranas ácidos graxos: Archaea não tem ácidos graxos nas membranas (têm hidrocarbonetos C40 com unidades de isopropeno monocamada lipídica proteínas tipo de aminoácido: conferem conformação distinta velocidade de renovação das células Taq polimerase (Thermus aquaticus) ácidos nucléicos maior concentração de C≡G solutos: di-inositol fosfato diglicerol fosfato manosilglicerato Fatores que afetam o crescimento 46 46 Fatores que afetam o crescimento Fatores físicos: Pressão osmótica (NaCl): Halotolerantes Halófilos Halófilos extremos Pressão hidrostática Barotolerantes Barófilos Não devem existir grandes diferenças na concentração de solutos dentro e fora da célula, pois podem desidratar-se ou romper-se. 47 47 Habitat de Archaea: Great Salt Lake (2460 km2, Utah, EUA 48 48 Fatores que afetam o crescimento Fatores físicos: Textura do substrato Estrutura do substrato Porosidade do substrato Agregação do substrato Água do substrato 49 49 Fatores que afetam o crescimento Fatores biológicos: Fauna e o substrato Ingestão Ciclagem de nutrientes Composição da comunidade Interações microbianas Neutralismo Comensalismo Protocoperação Mutualismo Competição Amensalismo/Antagonismo Parasitismo Predação 50 50 51 Interações entre Organismos que Afetam o Crescimento Microbiano Moreira & Siqueira, 2006 A depende de B em termos de: Síntese de substratos Destoxificação do ambiente Associação de benefícios mútuos para A e B, porém sem dependência obrigatória ou especificidade Interação obrigatória e específica entre A e B que traz benefício para ambos parceiros e cuja ausência os prejudica Inibição mútua quando A e B interagem em função da utilização de recursos necessários à sobrevivência (nutrientes, O2, etc.) Microrganismo B prejudica o microrganismo A sem obter benefício direto desta ação (Ex. produção de antibióticos) Interação específica entre o microrganismo B (parasita) que obtém benefício em detrimento do hospedeiro A (habitat) Associação entre A (presa) e B (predador) 51 Matéria seca Água C N H P, S, K, Na ... Gráf6 Matéria seca Água 30 70 Plan1 Matéria seca 30 Água 70 C 51 N 12 H 7 P, S, K, Na ... 30 100 Plan1 Plan2 Plan3 Gráf7 C N H P, S, K, Na ... 51 12 7 30 Plan1Matéria seca 30 Água 70 C 51 N 12 H 7 P, S, K, Na ... 30 100 Plan1 Plan2 Plan3
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