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► Introdução O distúrbio do processamento auditivo (DPA) manifestase primariamente no sistema auditivo e queixas auditivas são mais predominantes, no entanto, devido à organização cerebral (compartilhamento de substrato neuroanatômico, processamento em paralelo e sequencial), o distúrbio do processamento auditivo frequentemente coexiste com prejuízos em outras áreas tais como atenção, memória e linguagem1,2. O diagnóstico das alterações de processamento auditivo é feito com base em testes comportamentais e eletrofisiológicos. Recomendase que o paciente seja submetido a uma avaliação do processamento auditivo completa para a obtenção de dados sobre as habilidades auditivas e mecanismos fisiológicos auditivos que se encontram alterados e aqueles que estão preservados. Uma vez realizado o diagnóstico de alteração de processamento auditivo, o próximo passo a ser considerado é a intervenção. Nesta etapa, questionamentos sobre o que fazer e qual a melhor maneira de ajudar indivíduos com alteração de processamento auditivo, independentemente da idade, surgem com muita frequência. Como já foi mencionado anteriormente, devido à extensão do sistema auditivo e pelo fato de o mesmo compartilhar substrato neurofisiológico e processamento com outros sistemas, há uma gama de déficits comportamentais observada e a possibilidade frequente de ocorrerem comorbidades deve ser considerada. Neste sentido, o distúrbio do processamento auditivo é uma desordem heterogênea e complexa e que envolve uma equipe de atendimento multidisciplinar2. A terapia fonoaudiológica é considerada uma das principais estratégias de intervenção terapêutica nos casos de alteração de processamento auditivo. Os princípios básicos da terapia nas alterações do processamento auditivo incluem modificações ambientais, processo terapêutico propriamente dito e a utilização de estratégias compensatórias. O DPA é uma alteração relativamente comum na população infantil e apresenta repercussões no desenvolvimento de fala e de linguagem, além de dificuldades escolares. No entanto, sabese que a população adulta também pode apresentar alterações de processamento auditivo, seja por um DPA não diagnosticado na infância ou por DPA adquirido, por exemplo, após traumas cranianos, acidentes vasculares cerebrais, envelhecimento, entre outros. Nos adultos, as queixas podem estar relacionadas a dificuldades de compreensão em situações de comunicação, dificuldades sociais, dificuldade em aprender outras línguas, em perceber sarcasmos, sutilezas e pistas suprassegmentares na comunicação. Tais dificuldades podem comprometer a vida profissional e inserção social destes indivíduos. Já indivíduos com perda auditiva periférica, ao serem adaptados com próteses auditivas, frequentemente recuperam a sensibilidade auditiva, sobretudo considerando os avanços tecnológicos na área da amplificação. No entanto, esta recuperação dos limiares auditivos não é suficiente para compensar as distorções no processamento temporal dos sons e principalmente para melhorar a compreensão em ambientes ruidosos36. Nestes casos, o treinamento auditivo acusticamente controlado pode ser uma alternativa de reabilitação para tais indivíduos. ► 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. O processo terapêutico de indivíduos com diagnóstico de distúrbio do processamento auditivo compreende a terapia fonoaudiológica e o treinamento auditivo acusticamente controlado realizado com tecnologia específica que permite conhecer o nível sonoro e a distorção de cada estímulo utilizado7. Treinamento auditivo é um conjunto de condições (acústicas) e/ou tarefas que são realizadas para ativar o sistema auditivo e sistemas relacionados, de tal maneira que a base neural e o comportamento auditivo associado sejam modificados de maneira positiva8. Para falar sobre o treinamento auditivo dentro do contexto das alterações do processamento auditivo é muito importante entender que a plasticidade é o fenômeno que possibilita esta modificação neural e consequentemente a repercussão desta mudança no comportamento9. O sucesso da reabilitação depende de uma estimulação eficaz que irá induzir à reorganização cortical. Por ocasião do Fórum de Avaliação Audiológica Básica realizado no Encontro Internacional de Audiologia de 2014, ficou decidido substituir o termo Treinamento Auditivo Formal por Treinamento Auditivo Acusticamente Controlado, o qual será objeto deste capítulo e que também foi chamado de treinamento auditivo. Princípios do treinamento auditivo acusticamente controlado A pesquisa em neurociências aponta alguns princípios fundamentais para qualquer processo de reabilitação e aprendizagem10,11 a saber: Atenção: pouca ou nenhuma mudança ocorre no córtex cerebral se o estímulo é apresentado para um indivíduo que não está atento ou pronto para receber este estímulo. Memória: para que a aprendizagem aconteça é necessário que as tarefas exijam retenção. Reforço positivo. Frequência e intensidade da estimulação. Repetição: o cérebro precisa de tarefas que envolvam repetição para que ocorra a modificação do substrato neural. Simplificar tarefas para aumentar o número de acertos. Desafio e aumento progressivo do grau de dificuldade das tarefas para facilitar o aprendizado e minimizar frustração. Participação ativa do indivíduo. Além disso, deve considerarse a potenciação de longo prazo (LTP) na qual a estimulação intensa provoca aumento da velocidade da transmissão sináptica e é responsável pelo aprendizado do padrão estimulado e pelo resgate do mesmo pela memória quando necessário9. No treinamento auditivo, as tarefas utilizadas devem ser apropriadas à idade e ao nível de linguagem do paciente. As tarefas devem ser variadas, por exemplo, treinar habilidades diferentes em uma mesma sessão e propor diversas estratégias para estimular uma mesma habilidade auditiva12. Os estímulos auditivos, no treino auditivo, devem ser apresentados em níveis de intensidade confortáveis. Este aspecto é particularmente importante quando se considera indivíduos com perda auditiva periférica, os quais podem apresentar desconforto para sons intensos decorrente da presença de recrutamento. Recomendase que o nível de complexidade das tarefas seja progressivo, isto é, as tarefas devem ficar mais difíceis à medida que o desempenho do paciente naquela tarefa em questão melhora. Para isto, o programa de treinamento auditivo deve iniciarse com a tarefa mais fácil em termos de estímulo auditivo, por exemplo, frases, até chegar ao estímulo auditivo mais difícil, por exemplo, sílabas. Além disto, as sessões também ocorrem em ordem crescente de dificuldade considerandose a variação da relação sinal/ruído de positiva (mais favorável) para negativa (menos favorável). No início do processo terapêutico, o desempenho do paciente em cada tarefa não poderá ser inferior a 30% e considerase um desempenho de 80% para passar ao nível de complexidade seguinte. Acreditase que estratégias muito fáceis ou muito difíceis não desafiam o sistema auditivo central12 e, portanto, não favorecem a aprendizagem8. A proposta é que o treino auditivo seja realizado num período de oito a treze sessões, aproximadamente, com duração de 45 minutos cada uma. E a ideia é de que o treinamento auditivo seja intensivo e frequente8. Sendo assim, recomendase que o treinamento auditivo seja realizado duas vezes por semana, no mínimo, e que as sessões não sejam muito longas. Outro aspecto importante é o monitoramento do desempenho do paciente que deve ser realizado por meio de medidas psicofísicas, eletrofisiológicas e com a aplicação de escalas e/ou questionários pré e póstreino auditivo8. ► ■ Motivação, empenho e integração do paciente nas atividades propostas são fundamentais e contribuem para o sucessodo treino auditivo. Proposta de treinamento auditivo acusticamente controlado Todos os indivíduos com alteração do processamento auditivo podem ser submetidos ao treinamento auditivo acusticamente controlado. No entanto, recomendase que o procedimento realizado em cabina acústica seja indicado para indivíduos com idade superior a 8 anos, uma vez que a partir desta faixa etária, as crianças entendem melhor os objetivos do treinamento auditivo, envolvendose mais nas atividades propostas. Além disso, crianças maiores têm maior resistência para enfrentar tarefas repetitivas e por vezes longas dentro da cabina acústica. Sabese que a plasticidade está presente tanto em crianças como em adultos, de modo que a indicação do treinamento auditivo acusticamente controlado não tem limite superior de idade, desde que o paciente possa participar ativamente das atividades da proposta de treino auditivo. Um estudo envolvendo adultos com audição normal, diagnosticados com DPA, revelou que o treinamento auditivo resultou na melhora das habilidades auditivas de figurafundo e processamento temporal em 100% dos indivíduos13. Para crianças menores, a indicação é de que o treino auditivo seja realizado na terapia fonoaudiológica, em situação mais flexível e lúdica. No caso de indivíduos com perda auditiva periférica, o treinamento auditivo será indicado caso o paciente apresente limiares auditivos nas frequências médias (500, 1.000 e 2.000 Hz) de até 45/50 dB e que tenha índice de reconhecimento de fala de no mínimo 72% de acertos. Para os usuários de próteses auditivas, vale lembrar que o treinamento auditivo passa a ser uma alternativa de reabilitação quando todas as etapas do processo de reabilitação auditiva, incluindo o aconselhamento e orientação, tenham sido contempladas e, ainda assim, o paciente apresentar bom ganho e pouco benefício com o uso da amplificação, sobretudo em ambientes ruidosos. Previamente à realização do treinamento auditivo acusticamente controlado, é necessário realizar avaliação audiológica e do processamento auditivo completa para investigar as condições do sistema auditivo periférico e identificar as habilidades auditivas que estão preservadas e aquelas que se encontram inadequadas14. Para usuários de próteses auditivas, é necessário realizar a audiometria tonal com e sem as próteses auditivas para verificar o ganho proporcionado pelas mesmas e determinar a possibilidade de variação da relação sinal/ruído durante as atividades do treinamento auditivo acusticamente controlado. Com estes dados e a confirmação da alteração de processamento auditivo por meio de testes comportamentais e/ou eletrofisiológicos, iniciase o treinamento auditivo acusticamente controlado. O ideal é que o programa de treinamento auditivo acusticamente controlado a ser desenvolvido seja personalizado, levando em consideração as dificuldades do paciente e no caso de usuários de amplificação, devem ser considerados, ainda, o tipo de prótese auditiva (retro ou intraauricular), o tipo de adaptação (uni ou bilateral), as características eletroacústicas e as possibilidades de ajustes de sua prótese auditiva. Vale lembrar que nas próteses auditivas digitais, os algoritmos de supressão de ruído devem ser desacionados para realizar o treinamento auditivo para que as tarefas apresentadas tenham o nível de complexidade desejado. Além disso, antes de cada sessão recomendase checar o funcionamento das pilhas e a seleção da programação adequada da prótese auditiva. Os processos a serem trabalhados envolvem: reconhecimento e discriminação de sons verbais e não verbais, ordenação temporal, resolução temporal, figurafundo para sons verbais e não verbais e fechamento auditivo. As sessões devem ser variadas, contendo diversos tipos de atividade. Por exemplo, em uma sessão trabalhase com reconhecimento e discriminação de aspectos de frequência, figurafundo com estímulos de frases e fechamento auditivo. Nas atividades de escuta dicótica, recomendase a utilização da técnica DIID (sigla em inglês para dichotic interaural intensity difference) proposta por Musiek em 2004, na qual se fixa a intensidade na orelha sob treinamento e variase a intensidade da orelha contralateral, a qual está recebendo o estímulo competitivo que deve ser ignorado15. As atividades de treinamento auditivo que devem estar presentes em qualquer proposta de treinamento auditivo são descritas a seguir. Reconhecimento e discriminação de sons | Ordenação temporal • • • • • • • • • ■ ■ Inicialmente, o paciente é conscientizado sobre a diferença de sons curtos e longos (sons que diferem quanto à duração) que são exemplificados. A seguir, pedese ao paciente que identifique e discrimine uma sequência de dois sons diferentes quanto ao aspecto de duração. Por exemplo, fixase uma frequência – 1.000 Hz – e apresentase um som curto e um longo em sequência. O paciente é orientado a apontar a sequência dos sons que ouviu, tendo a figura de uma barra longa e de uma curta dentro da cabina acústica. Neste paradigma, são apresentadas várias sequências, utilizando o audiômetro: longo (L)/curto (C) curto (C)/longo (L). A seguir, aumentase o número de estímulos, por exemplo: longo (L), curto (C), longo (L) curto (C), curto (C), longo (L). Estratégias para dificultar a tarefa: aumentar o número de estímulos apresentados (p. ex., 2, 3, 4 ou 5) e reduzir o intervalo de tempo entre os tons puros, por exemplo. As respostas exigidas do paciente são: apontar figuras (barra curta e barra longa), imitar o padrão ouvido, a seguir, imitar e nomear o padrão ouvido e finalmente somente nomear o padrão de sons. O treinamento dos aspectos temporais (reconhecimento de duração e frequência dos sons) pode ser realizado por meio de altofalantes para estimular as duas orelhas simultaneamente e também para que o paciente descanse do uso frequente dos fones auriculares. Alternase o trabalho em cabina acústica com um trabalho realizado a viva voz. Pedese ao paciente que identifique uma sequência de sons que o próprio avaliador produz. Em seguida, podese fornecer uma folha contendo várias sequências que deverão ser emitidas pelo paciente, como por exemplo: longo/longo/curto longo/curto/curto longo/curto/longo curto/curto/longo curto/longo/curto. Este trabalho também pode ser realizado com o auxílio de compactdiscs (CDs) disponíveis1622 e softwares de apoio à terapia fonoaudiológica23,24. Os próprios CDs e softwares apresentam estímulos com graus de dificuldade diferentes. Para os aspectos de frequência e intensidade, podese utilizar a mesma sequência de eventos, modificando agora o estímulo apresentado, que variará segundo os parâmetros de frequência e intensidade. Para treinar os aspectos de frequência, utilizamse inicialmente tons de frequências bem diferentes, apresentados via audiômetro, tais como: 500 Hz e 6.000 Hz e depois, progressivamente, dificultase a tarefa utilizando estímulos de frequências mais próximas, até que o paciente seja capaz, por exemplo, de discriminar e reconhecer tons de 500 Hz e 750 Hz. Em pacientes usuários de amplificação, muitas vezes não será possível estimular frequências mais elevadas do que 4.000 Hz devido à limitação das próteses auditivas. Já para o aspecto de intensidade, podese utilizar a percepção de incrementos de intensidade que variam de 15 dB a 1 dB. Para esta etapa, é interessante também utilizar o teste para diagnóstico audiológico conhecido por sua sigla SISI (short increments sensitivy index), como estratégia terapêutica. Resolução temporal Material: Para este trabalho podem ser utilizados os CDs disponíveis para o treino de percepção de intervalos de silêncio, tais como AFT–R25, RGDT–Exp26, GIN27. Apresentação: Os estímulos são apresentadosvia fones e solicitase ao paciente que identifique intervalos de silêncio inseridos no ruído ou intervalos de silêncio que separam dois sons. Resposta: Pedese ao paciente que levante a mão, sinalize ou fale toda vez que ouvir um espaço ou intervalo de silêncio. Figura-fundo para sons verbais | Frases ■ ■ ■ Material: para este trabalho são utilizados estímulos verbais do tipo frases22,28,29. Apresentação: inicialmente as frases são apresentadas na orelha direita sem mensagem competitiva, em seguida em tarefa de escuta dicótica nas relações mensagem principal/mensagem competitiva de 0 a –40 dB e depois em tarefa de escuta monótica, nas relações mensagem principal/mensagem competitiva de +20 a –20 dB. Em cada relação mensagem principal/mensagem competitiva deverão ser apresentadas de cinco a dez frases. Se ao apresentar as primeiras cinco frases o paciente estiver com um bom desempenho (ao redor de 100%), passase à relação seguinte. Resposta: apontar as frases ou figuras representativas das frases utilizando inicialmente a mão direita, depois ambas as mãos e depois a mão esquerda. Este treino é realizado com fones, no entanto existe também a possibilidade de alternar fones auriculares e altofalantes. Figura-fundo para sons verbais | Dígitos, palavras, sílabas Material: Para o treinamento desta habilidade são utilizados estímulos verbais do tipo dígitos, palavras e sílabas22,28,29, nesta ordem de apresentação. Apresentação: Inicialmente, cada categoria de sons verbais é apresentada à orelha direita sem mensagem competitiva. Para isto, desligase o canal auditivo esquerdo. Depois, ligase o canal auditivo esquerdo e os estímulos são apresentados simultaneamente nas relações de intensidade orelha direita/orelha esquerda (OD/OE) de +30 a –20 dB. Resposta: O paciente é orientado a apontar somente os sons verbais que ouve na orelha sob treinamento e a ignorar os estímulos apresentados na orelha contralateral, inicialmente utilizando a mão direita, depois com ambas as mãos e depois com a mão esquerda. Se o paciente apresentar um bom desempenho nas primeiras cinco apresentações passase à etapa seguinte. Ao finalizar o treino auditivo na orelha direita, passe para a orelha esquerda utilizando o mesmo procedimento descrito só que desta vez o paciente é orientado a apontar somente os estímulos apresentados à orelha esquerda. Inicialmente, utilizando a mão esquerda, depois com ambas as mãos e por último com a mão direita para cada etapa realizada. Após o treino das duas orelhas, solicitase ao paciente que reproduza os sons que ouviu em cada orelha separadamente, na relação 0 dB visando trabalhar no modo de apresentação de integração binaural. Figura-fundo para sons não verbais | Sons não verbais Material: Para este trabalho são utilizados estímulos não verbais22,28,29. Apresentação: Inicialmente, os sons não verbais são apresentados sem competição na orelha esquerda. A seguir, é apresentado outro som não verbal simultaneamente na orelha direita, nas relações orelha esquerda/orelha direita (OE/OD) de 0, –20, –40 dB. Resposta: O paciente é orientado a apontar os sons que ele ouve somente à orelha esquerda e a ignorar o som apresentado na orelha contralateral. Para cada relação são apresentados doze estímulos não verbais, sendo que para as primeiras doze apresentações, o paciente deverá apontar a figura correspondente ao som que ouve utilizando a mão esquerda, depois nas outras doze apresentações, utilizando ambas as mãos e nas últimas doze apresentações, utilizando a mão direita. O mesmo procedimento é repetido para a orelha direita e desta vez, o paciente deverá apontar para as figuras correspondentes ao som que ouve na orelha direita, utilizando inicialmente a mão direita, depois com ambas as mãos e depois com a mão esquerda. Para trabalhar a integração binaural, o paciente deverá identificar os sons que ouviu em cada orelha separadamente, utilizando a relação 0 dB, por exemplo: “Eu ouvi o cachorro na orelha direita e o gato na esquerda.” Fechamento auditivo Material: Para este trabalho são utilizados estímulos verbais na presença de ruído competitivo22,2830. Apresentação: Inicialmente, as palavras ou frases são apresentadas em situação de escuta competitiva composta por ruído em condição de escuta favorável (positiva) e depois, em condição de escuta desfavorável (negativa). As condições de escuta favorável e desfavorável dependem do equipamento utilizado, efetividade e tipo de ruído utilizado. Podese utilizar os ruídos white noise, speech noise ou narrow band apresentado na mesma orelha sob treinamento (condição monótica). ■ • • • • ■ ► Resposta: O paciente é orientado a repetir as frases ou palavras que ouve. Esta estimulação pode ser feita com fones de ouvido, e assim estimular uma orelha em separado da outra ou pode ser feita em campo livre, inclusive podendo variar as posições da cabeça em relação à caixa acústica. Orientações para atividades realizadas em casa Paralelamente às sessões de treinamento em cabina, sugeremse algumas atividades complementares a serem realizadas em casa, com o auxílio dos pais, tais como: leitura em voz alta com boa entonação e ritmo brincadeiras como: STOP, Eu fui à feira comprar... ouvir e tirar letras de música com uma orelha de cada vez atividades de discriminação de sons quanto a duração, frequência e intensidade utilizando teclado ou flauta. Para sistematizar as atividades realizadas em casa, o fonoaudiólogo pode montar um material personalizado de estimulação de habilidades auditivas mencionadas anteriormente com o auxílio dos materiais descritos1630, e ainda utilizar softwares livres de edição digital de áudio, disponíveis principalmente nas plataformas Windows, Linux e Mac, tais como o Audacity31. Este material pode ser disponibilizado para o paciente via comunicação digital ou CDs e entregue juntamente com uma folha de exercícios para que estas atividades possam ser realizadas em casa e acompanhadas pela família e depois retomadas com o fonoaudiólogo. Além disso, podese realizar o cadastro do paciente em um portal de atividades em forma de jogos, com o objetivo de estimular as habilidades de processamento cerebral auditivo e visual, atenção, memória e linguagem, denominado Afinando o Cérebro32. No caso de adultos, as tarefas podem ser adaptadas e podese inserir outras tais como fazer sínteses de reportagens lidas, filmes assistidos, realizar atividades de concentração na presença de ruído competitivo, entre outras. Considerações a serem realizadas no caso de usuários de ampli�cação Em casos de usuários de próteses auditivas, a hierarquia proposta no treinamento auditivo algumas vezes precisa ser revista, uma vez que indivíduos com perda auditiva periférica não devem ser estimulados com sílabas, o que inviabiliza o treinamento com o teste dicótico consoantevogal e muitas vezes a atividade mais desafiadora para estes pacientes é o treinamento de fala na presença de ruído. Além disso, usuários de próteses auditivas retroauriculares devem realizar o treinamento auditivo em campo livre, o que inviabiliza a realização de tarefas de escuta dicótica. Nestes casos, substitui se a competição representada por sons verbais pela presença de ruído. Há que se considerar também, na população usuária de amplificação, que a variação da relação sinal/ruído deve ser diferente da proposta para indivíduos com audição normal. Sendo assim, em usuários de próteses auditivas, recomendase iniciar as atividades sem competição nenhuma e promover uma variação da relação sinal/ruído mais gradual e ampla, por exemplo, se em indivíduos com audição normal, a variação da relação sinal/ruído prevista seria de +20 a –20, no usuário de prótese auditiva, sugerese variar de +40 a –10. No entanto, devese sempre considerar o desempenhode cada paciente nas diferentes etapas do treinamento; caso o paciente apresente porcentagem de acertos superior a 70% na etapa mais difícil proposta recomendase seguir dificultando a tarefa. Reavaliação e monitoramento do desempenho do paciente Ao término do treinamento auditivo acusticamente controlado, recomendase que o paciente seja submetido à reavaliação do processamento auditivo utilizando medidas psicofísicas, eletrofisiológicas e a aplicação de escalas e/ou questionários pré e póstreino auditivo8. Além disso, realizase a devolutiva para os pais e/ou pacientes posicionandoos sobre o desempenho do paciente após a intervenção terapêutica realizada. O monitoramento do desempenho do paciente é um aspecto importante. A comparação entre o desempenho pré e pósintervenção terapêutica em testes auditivos selecionados, comportamentais e eletrofisiológicos é certamente uma excelente medida para comprovar a eficiência de vários programas de intervenção31. Para este monitoramento, os testes comportamentais indicados são aqueles que compõem a bateria de testes comportamentais disponíveis comercialmente. Os testes eletrofisiológicos mais indicados são os ► potenciais evocados auditivos de média e longa latência, tais como potencial de média latência, P300 e Mismatch Negativity – MMN9,33,34. O questionário aplicado corresponde a um modelo publicado por alguns autores12 e traduzido e adaptado para o português por Daniela Gil e Cristiana Almeida e que tem sido utilizado em indivíduos com e sem deficiência auditiva (Quadro 67.1), visando pontuar formalmente as modificações provocadas pelo treinamento auditivo, do ponto de vista do próprio paciente ou de sua família. Para usuários de próteses auditivas, os questionários de autoavaliação utilizados na etapa de validação da adaptação de próteses auditivas podem ser utilizados como medida da eficácia do treinamento auditivo. Questionários como o APHAB (Abbreviated Profile of Hearing Aid Benefit) e HHIE (Hearing Handicapped Inventory for the Elderly) já foram utilizados em estudos brasileiros e mostraramse sensíveis ao medir o impacto do treinamento auditivo na melhora da qualidade de vida de adultos e idosos6,35,36,43. E�cácia do treino auditivo O treino auditivo é uma das estratégias de intervenção mais investigadas e publicadas em revistas científicas da área37. Na literatura, alguns estudos revelaram níveis de evidência 2 e 4 em relação à eficácia do treinamento auditivo enquanto intervenção2,38. Estudos utilizando diferentes propostas de treino auditivo e medidas comportamentais e/ou eletrofisiológicas pré e pósintervenção terapêutica mostraram que existe uma forte tendência a afirmar que o treino auditivo é benéfico em indivíduos com alteração do processamento auditivo12,39,4042, e em indivíduos com perda auditiva periférica e usuários de próteses auditivas6,35,36,43. Quadro 67.1 Questionário sobre processamento auditivo (após treinamento auditivo formal em cabina acústica). NOME:___________________________________________ DATA:___/___/___ Responda às questões de acordo com a seguinte legenda: 0 = nenhuma melhora 1 = melhora sutil, porém importante 2 = melhora moderada 3 = melhora considerável 4 = melhora signi�cativa 5 = nenhuma di�culdade 0 1 2 3 4 5 1. Você observou melhora na audição? 2. Foi observada melhora para seguir instruções, ordens? 3. A comunicação tem sido mais fácil? 4. Houve alguma melhora acadêmica (leitura, soletração)? 5. Houve redução na solicitação de repetição de enunciados? 6. Os mal-entendidos na comunicação diminuíram? 7. O tempo de atenção aumentou? 8. O desempenho auditivo em ambiente ruidoso melhorou? 9. Houve melhora no nível de atenção, alerta? 10. Houve melhora ao falar ao telefone, assistir à TV, ouvir rádio etc? 11. Houve melhora quanto à autoestima? 12. Descreva outras mudanças observadas durante/após o período de treinamento auditivo formal. Com o objetivo de estudar o impacto das perdas auditivas em frequências altas nas habilidades de processamento e buscar evidências sobre a eficácia do treinamento auditivo nestes indivíduos para os quais o uso da amplificação nem ► sempre é uma solução eficiente, um grupo de adultos com perda auditiva neurossensorial a partir de 3.000 Hz foi submetido a um programa de treinamento auditivo acusticamente controlado tendo medidas eletrofisiológicas, comportamentais e subjetivas (questionário de autoavaliação) como parâmetros de comparação. Ao final do programa de treinamento verificouse adequação das habilidades auditivas de figurafundo para sons verbais, ordenação e resolução temporal, além de melhora da comunicação em ambientes ruidosos. Na avaliação eletrofisiológica, ficou demonstrada melhora nos parâmetros de latência e amplitude do componente P3 do potencial evocado auditivo de longa latência, sendo que em um dos pacientes selecionados, o componente não estava presente na avaliação inicial e mostrouse claramente visível na reavaliação44. Em trabalhos recentes45,46, ficou evidenciada a eficácia do treinamento auditivo acusticamente controlado medida por testes comportamentais e eletrofisiológicos em indivíduos adultos póstraumatismo cranioencefálico grave, e portanto com lesão neurológica definida. Após o treinamento auditivo, estes pacientes apresentaram adequação das habilidades auditivas de figurafundo para sons verbais, ordenação e resolução temporal. Na avaliação eletrofisiológica ficou evidenciada a diminuição da latência absoluta das ondas III e V no potencial auditivo evocado de tronco encefálico, demonstrando que mesmo em níveis mais baixos do sistema auditivo nervoso central é possível observar os efeitos da plasticidade neural. Estes mesmos pacientes foram reavaliados por outra examinadora, aproximadamente um ano após o término das sessões de treinamento auditivo a fim de verificar a estabilidade das medidas comportamentais e eletrofisiológicas utilizadas para monitorar a eficácia do treinamento. Como resultados, observouse estabilidade das respostas nas medidas comportamentais, com exceção da habilidade de resolução temporal, a qual se mostrou melhor e aumento da amplitude e redução da latência do componente P3 do potencial evocado auditivo de longa latência. Além disso, podese observar que os pacientes estavam mais integrados em seus círculos familiares e alguns conseguiram retomar sua vida acadêmica e profissional47. Um estudo realizado recentemente no Brasil teve que como objetivo verificar a eficácia do treinamento auditivo em tarefa dicótica, utilizando como parâmetros testes para avaliar, além da habilidade de figurafundo, as habilidades de fechamento auditivo, ordenação e resolução temporal, as quais não foram treinadas. Os resultados indicaram que o treinamento realizado adequou as habilidades de figurafundo e fechamento auditivo, mas modificou de maneira menos expressiva as habilidades de resolução e ordenação temporal48. Tanto nos indivíduos com audição normal quanto nos que apresentam perdas auditivas periféricas, os resultados do treinamento auditivo podem ser observados em relação à melhora nas habilidades auditivas e no desempenho comunicativo e de escuta em situações diárias8. Nesta perspectiva, alguns trabalhos já evidenciaram que o treinamento auditivo, além de melhorar as habilidades auditivas, promove maior benefício e menor restrição de participação em usuários de próteses auditivas35,36,43. O mecanismo que está por trás dos benefícios que se observa do ponto de vista psicofísico,eletrofisiológico e comportamental, após a realização do treino auditivo, ainda não é totalmente compreendido. Devido ao fato de a mielina levar três meses ou mais para se desenvolver, o mais provável é que as mudanças ocorram em nível bioquímico ou simplesmente envolvam um aumento do número de neurônios que são utilizados ao longo da via auditiva que se encontra mais fraca8. Conclusão Este capítulo apresentou o treinamento auditivo acusticamente controlado, definição, princípios, descrição das etapas do treino auditivo, considerações sobre indicação e monitoramento do desempenho do paciente e sobre a eficácia do treinamento auditivo acusticamente controlado. É imprescindível que mais pesquisas continuem sendo feitas na área de terapia nas desordens do processamento auditivo, especialmente considerando os níveis de evidência mais altos (p. ex., estudos duploscegos, prospectivos, estudos clínicos randomizados e metanálises), utilizando medidas comportamentais e eletrofisiológicas. No entanto, acreditase que as evidências disponíveis até o momento são suficientes para orientar um processo de intervenção adequado e eficaz nas desordens do processamento auditivo, tanto em crianças e adultos com audição normal como com deficiência auditiva corrigida pelo uso de amplificação e até adultos com lesão neurológica confirmada. Neste último caso, o treinamento auditivo colabora para um melhor aproveitamento da tecnologia das próteses e contribui para a melhora da comunicação em ambientes adversos de escuta. ► ► 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. Glossário ► Comorbidade. Existência de duas ou mais desordens, doenças ou processos patológicos em um indivíduo e que não estão, necessariamente, relacionados. ► Dicótico. Apresentação simultânea de dois eventos acústicos diferentes, sendo um em cada orelha. ► Distúrbio do processamento auditivo. Déficit no processamento neural dos estímulos auditivos. ► Monótico. Apresentação simultânea de dois eventos acústicos diferentes na mesma orelha. ► Plasticidade. Reorganização do córtex a partir da experiência; é o fenômeno que possibilita a modificação neural e geralmente está associada a uma mudança no comportamento (p. ex., aprendizado). ► Relação sinal/ruído. Relação entre os níveis de intensidade do sinal e do ruído. Apresentada em decibel, referese à diferença entre os níveis de intensidade de apresentação do sinal e do ruído (p. ex., se a fala é apresentada a 50 dB e o ruído a 40 dB, a relação sinal/ruído é de +10 dB). ► Treinamento auditivo. Treinamento auditivo é um conjunto de condições (acústicas) e/ou tarefas que são realizadas para ativar o sistema auditivo e sistemas relacionados de tal maneira que a base neural e o comportamento auditivo associado sejam modificados de maneira positiva. Referências bibliográ�cas American SpeechLanguageHearing Association ASHA. Working Group on Auditory Processing Disorders. (Central) Auditory processing disorders [Internet]. Rockville, MD: ASHA; 2005. [Technical Report 2005/1]. [cited 2009 Feb 12]. Available from: http://www.asha.org/members/deskrefjournals/deskref/default. American Academy of Audiology – AAA. Guidelines for the diagnosis, treatment and management of children and adults with central auditory processing disorder [Internet]. Washington, DC: American Academy of Audiology; 2010. [cited 2010 Jun 27]. Available from:http://www.soundskills.co.nz/Files/Musiek%20et%20al%20AAA%20_APD_guidelines%202010.pdf. Sweetow RW, Sabes JH. 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