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Bioquímica do Plasma Sanguíneo

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Bioquímica do Plasma 
Aluno: Luciano Sampaio Guimarães 
Medicina UFPE – 2º período 2018.2 (Turma 144) 
 
1. Qual a diferença entre plasma e soro? 
O plasma é a parte fluida do sangue contendo os fatores de coagulação 
(como fibrinogênio), é onde os elementos formadores do sangue estão 
suspensos. Enquanto isso, o soro é a parte do sangue que permanece após a 
coagulação, no caso, sem o fibrinogênio, considerando que esse último é 
convertido em fibrina (devido a quebra proteolítica da trombina). Portanto, o 
plasma contém fatores de coagulação, e o soro não. 
 
2. Qual a relevância clínica do plasma? 
O plasma possui vários componentes de importância clínica, como as suas 
próprias proteínas, podendo seus valores encontrados no sangue serem 
indicativos de alguns distúrbios. Exemplos disso são: o diagnóstico de mieloma 
múltiplo por análise da eletroforese do plasma; análise da concentração de uma 
proteína plasmática, a albumina, que pode levar a um diagnóstico de síndrome 
nefrótica, caracterizada por hipoalbuminemia, proteinúria e edema (seria 
observado a baixa concentração de albumina no sangue, além dos sintomas que 
seriam levados em consideração na anamnese). O oposto, uma 
hiperalbuminemia (aumento da concentração de albumina), pode estar 
relacionado a uma desidratação. 
 
3. Descreva a composição química básica do plasma? 
O plasma é composto por: 
• 90% de água, responsável por manter a volemia e a pressão sanguínea, 
além de suprir a necessidade de água das células e veicular os outros 
componentes plasmáticos; 
• 7% de proteínas plasmáticas, dentre as quais: fibrinogênio, protrombina, 
albumina e globulinas, que mantêm o equilíbrio osmótico e o pH; 
• 2% de glicose e outros metabólitos, vindo de células com destino a outras 
células, viajando pelo sangue; 
• >1% de íons minerais, que mantém o equilíbrio osmótico e o pH, além de 
ter seus efeitos nas células individuais; 
• Dióxido de carbono (CO2), oxigênio (O2), ureia, hormônios, vitaminas, 
substratos em trânsito, assim como a glicose, usando o sangue para 
serem transportados. 
 
4. O que você entende por enzimas funcionais e não funcionais do 
plasma; quais as propriedades que as distinguem e exemplifique-
as? 
As enzimas funcionais são aquelas que participam de algum mecanismo 
importante, estando em maiores concentrações no plasma, como aquelas de 
processamento de quilomícrons (lipoproteínas lipase), as relacionadas com a 
cascata de coagulação sanguínea (trombina), as que possuem papel fibrinolítico 
(plasmina). 
As enzimas não-funcionais, em condições normais, possuem baixa 
concentração e, literalmente, não possuem uma importância funcional no 
plasma, mas a mensuração de sua concentração plasmática pode servir como 
diagnóstico de alguma disfunção. Isso porque alterações nessa concentração 
(utilizando um parâmetro) podem significar lesão tecidual no local de origem 
dessa enzima. Por exemplo, as enzimas transaminases ALT (TGP) e AST (TGO) 
estão presentes em uma quantidade relevante no fígado, contudo, a TGO está 
presente em uma proporção muito maior no coração que a TGP. Por isso, a 
dosagem dessas duas enzimas fornece uma informação clínica relevante. 
 
5. Como é realizada a eletroforese do plasma? 
A eletroforese consiste na separação de proteínas plasmáticas por meio da 
indução de um campo elétrico num eletrólito no qual estão dissolvidas. É útil para 
o diagnóstico de anormalidades proteicas no sangue. As proteínas são 
separadas por carga e tamanho, ficando os fragmentos maiores mais próximos 
da amostra original, e os fragmentos menores, mais longe. 
Para realizar a eletroforese, é adicionada sobre um gel especial sangue 
colhido de uma veia, sob o qual é aplicado um potencial elétrico: assim sendo, 
faz-se um polo positivo de um lado e negativo de outro, fazendo que as proteínas 
migrem de forma diferente (cada uma de acordo com sua carga elétrica e com 
seu peso molecular). As frações proteicas podem ser quantificadas por 
densitometria. 
 
6. Descreva o eletroferograma normal? 
Para ser considerado normal, as concentrações de proteínas plasmáticas 
devem estar de acordo com os parâmetros estabelecidos. 
O padrão para o resultado normal consiste na observação de picos dentro 
dos valores de referência, na ordem: albumina, alfa-1 globulinas, alfa-2 
globulinas, beta (1 e 2) globulinas e gama globulinas (imunoglobulinas). A 
imagem abaixo representa um exemplo de resultado normal obtido após o uso 
do densitômetro. 
 
 
Os valores percentuais de absorção de luz associados às proteínas são: 
52-58% (albuminas); 2.4-4.4% (alfa-1 globulinas); 6.1-10.1% (alfa-2 globulinas); 
8.5-14.5% (beta globulinas); 10-21% (gama globulinas) 
 
7. Exemplifique um eletroferograma anormal e justifique? 
Um exemplo de eletroferograma anormal é o da imagem abaixo. O 
chamado “pico M”, monoclonal, é essa elevação maior no local da gama 
globulina (imunoglobulina), podendo ser causada, por exemplo, pela 
proliferação de um clone de plasmócito que secreta uma imunoglobulina, 
aumentando sua concentração no sangue, levando a essa disfunção 
observada no exame. Pode ser um diagnóstico de patologias como mieloma 
múltiplo, leucemia de células plasmáticas e plasmocitoma solitário. 
 
 
 
8. Por que níveis baixos de albumina causam edema? 
A albumina é a proteína plasmática responsável por regular a 
pressão coloidosmótica. Portanto, quando vai haver troca de substâncias 
nos capilares, o que faz essas substâncias saírem é a predominância da 
pressão hidrostática sob a coloidosmótica na extremidade arterial, 
extravasando fluido para o espaço intersticial. Contudo, conforme o 
capilar vai sendo percorrido, essa pressão hidrostática vai se reduzindo e 
a coloidosmótica, em função da concentração de albumina no plasma, vai 
aumentando, estimulando a reabsorção desse fluido do espaço 
intersticial, de modo a equalizar a quantidade extravasada com a 
reabsorvida (também há ação dos vasos linfáticos nessa drenagem). 
Entretanto, se há hipoalbuminemia, ou seja, concentrações baixas de 
albumina, a pressão coloidosmótica (regida principalmente pela 
concentração dessa proteína plasmática) exercida não é suficiente para 
gerar uma reabsorção eficaz de fluido do espaço intersticial, fazendo com 
que esse permaneça nesse espaço, causando o edema. 
 
9. Cite exemplos de proteínas plasmáticas, com as respectivas 
funções, situadas nas frações 1-globulinas, 2-globulinas, -
globulinas e -globulinas? 
• 1-globulinas – exemplo: 1-glicoproteína ácida (GPA) ou orosomucóide, 
possui papel na resposta inflamatória e dano tecidual e é sintetizada pelo 
fígado. 
• 2-globulinas – exemplo: eritropoietina (EPO), hormônio que controla a 
eritropoiese, ou seja, a produção de eritrócitos do sangue. Pode ser 
sintetizada por fibroblastos intersticiais no rim e por uma categoria de 
células hepáticas. 
• -globulinas – exemplo: transferrina, que possui a função de transportar 
o ferro, maioria é sintetizada no fígado e fundamentalmente, cede ferro às 
células musculares, hepáticas, da medula e do baço. Sua concentração 
plasmática reduz em processos inflamatórios. 
-globulinas – exemplo: IgA, imunoglobulina A, um anticorpo que se 
encontra em secreções das glândulas parótidas, dos brônquios e do 
intestino. Atua como uma barreira antisséptica, protegendo as mucosas 
e é sintetizada pelos plasmócitos. 
 
10. Exemplifique uma doença que pode ser confirmada pela bioquímica 
do plasma? 
A Doença de Wilson pode ser confirmada pelo exame através da 
bioquímica do plasma. Isso porque, nessa condição patológica, a 
concentração de ceruloplasmina (uma 2-globulina) e de cobre sérico estão 
menores que o normal. A própria deficiência de ceruloplasmina acarreta uma 
baixa na concentração do cobre no plasma. A análise dessas concentrações 
plasmáticas, em conjunto com a observação da sintomatologia apresentada 
pelo paciente (icterícia, dor abdominal, sonolência, distúrbios de 
comportamento) e um exame de urina, que indicariauma excreção de cobre 
elevada, leva a confirmação do diagnóstico.

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