Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo Didática Contextualizar a Pedagogia e a Didática Pedagogia = Ciência da Educação Didática = Disciplina Pedagógica Identificar quais são suas relações com o trabalho pedagógico A Didática preocupa-se com os processos de ensino e aprendizagem em sua relação com as finalidades educacionais Conhecer os pressupostos teóricos, históricos, filosóficos e sociais da Didática A Didática preocupa-se com os processos de ensino e aprendizagem e sua relação com as finalidades educacionais Conhecer o histórico das abordagens que fundamentaram e ainda fundamentam a ação docente Tradicional - Escola Nova - Tecnicismo - Libertadora - Crítico-Social dos Conteúdos Diferentes Concepções de Didática Grécia Antiga: Ensinar, instruir e fazer aprender. Século XVII: Coménio- pai da didática. A arte de ensinar tudo e a todos. Primeira grande revolução da didática Século XVIII: Rousseau- conheçam seus alunos. Novo conceito de infância. Segunda grande revolução. Final do séc. XIX e séc. XX: Herbert pedagogia cientifica. Educação pela instrução. O método dos passos formais. Século XXI: A didática passa a articular a teoria e a pratica e deve dar conta da perspectiva multidimensional do processo de ensino e aprendizagem. Tendências Pedagógicas Pedagogia Tradicional • Comênio, Rousseau, Pestalozzi e Herbart. • Escola hierarquizada, com rígidas normas de disciplina e ensino centrado na formação moral e intelectual. Escola Nova • Dewey e vários outros teóricos. • Proposta valorizava a autoformação e a atividade espontânea da criança. Pedagogia Tecnicista • Skinner. • Uso de técnicas psicológicas do condicionamento humano, aplicáveis ao processo de ensino aprendizagem. Pedagogia Libertadora • Paulo Freire. • Visava, por meio da educação, à formação da autonomia intelectual do cidadão para intervir sobre a realidade. Pedagogia Crítico-social dos Conteúdos • Dermeval Saviani e outros. • Domínio dos conteúdos científicos e o hábito do raciocínio científico com consciência crítica para transformação da realidade. As fases da educação brasileira e a Didática Período Colonial/ Pedagogia Tradicional • Ensino jesuíta baseado no Ratio Studirum. • Formação das elites burguesas. • Catequização dos índios. Período do Estado Novo/Pedagogia Escola Nova. • Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. • Aluno como centro no processo. • Seguir os interesses da criança. Período da Ditadura Militar/Pedagogia Tecnicista • Censura, repressão e exílio aos que se contrapunham ao sistema. • Surgimento dos movimentos sociais. • Aluno passivo, obediente e no controle. Período de Redemocratização no Brasil/ Pedagogia Libertária Progressista • Paulo Freire e Dermeval Saviani, dentre outros. • Aluno passivo, obediente e no controle. Os diferentes momentos históricos e a relação professor-aluno Tradicional • Decorar e reproduzir • Aluno receptor da matéria Escola Nova • Aluno sujeito da aprendizagem • Manifesta atividade intelectual, verbal e escrita. Tecnicista • Aluno deve cumprir tarefas • Exercícios repetitivos • Obediente As tendências de cunho progressista, interessadas em propostas pedagógicas voltadas para os interesses da maioria da população, foram adquirindo maior solidez e sistematização por volta dos anos 1980 (LIBÂNEO, 1994, p. 68). Libertadora • Centrada na discussão de temas sociais e políticos. • Ocorre no interior dos grupos sociais. • Professor e alunos analisam problemas e realidades sociais. Pedagogia crítico-social dos conteúdos • Escola pública cumpre sua função social e política. • Os conteúdos escolares se articulam para formar agentes ativos de transformação da sociedade e de si próprios. A Educação no Século XXI Educar para diversidade: • Formar sujeitos capazes de pensar e de aprender permanentemente • Desenvolver qualidades para o exercício autônomo, consciente e crítico da cidadania. • Formar para a convivência com outros grupos, com outras culturas, com outras religiões, com a capacidade de alteridade, sem preconceito e sem discriminação. Desafios da Escola no Século XXI Formação do professor para atender a novas demandas • Consciência do processo de construção de identidade docente fortalece o ser professor. • Novas tecnologias, novas linguagens e novas formas de ensinar. Formação do sujeito para a sociedade do conhecimento • Prover formação global que possibilite a melhor qualificação e preparação tecnológica. • Constituir sujeitos sociais que reconheçam as diferenças e aceitem e respeitem as singularidades do outro. Mudanças na relação ensino-aprendizagem • Professor mediador, incentivador e que possibilita a transformação da informação em conhecimento. • Processos de ensino-aprendizagem como instâncias de produção coletiva e de negociação cultural. Tendências pedagógicas liberais As tendências liberais são aquelas que creem que cabe à educação adequar cada indivíduo ao papel social que lhe pertence, não abrindo espaço para mudanças na sociedade nem valorizando o conhecimento produzido pelo indivíduo. Nessas tendências, o conteúdo acumulado historicamente deve ser transmitido ao aluno, para que assim ele possa ser capaz de viver na sociedade de forma eficaz. Pedagogia tradicional– inicia-se no período colonial com a educação jesuítica. Escola: Transmissora de conhecimentos acumulados historicamente. Professor: Detentor do saber, é o foco do processo educativo. Aluno: Receptor passivo do ensino ministrado pelo professor. Metodologia: Aulas expositivas, exercícios de fixação. Avaliação: Verifica o resultado do trabalho, classificando e hierarquizando os alunos. Na sala de aula tradicional, o aluno trabalha individualmente sob a supervisão do professor. Escola nova– movimento iniciado no Brasil na década de 1920. Escola: Adapta as necessidades individuais do aluno ao meio. Professor: Auxilia o aluno em sua jornada de aprendizagem. Aluno: Sujeito ativo no processo de aprendizagem. Metodologia: Experimentações, discussões, interações. Avaliação: Foca o processo. Tecnicismo– inicia-se na década de 1960, juntamente com o período militar e a exigência de mão de obra qualificada para a nascente indústria brasileira. Escola: Produz indivíduos capacitados para o mercado de trabalho. Professor: Reprodutor fiel dos planos, roteiros e manuais recebidos. Aluno: Segue fielmente as instruções recebidas, repetindo o que ouviu. Metodologia: Técnicas, cópias, repetição e treino. Avaliação: Mede o nível de instrução acumulado Tanto o tecnicismo quanto a pedagogia tradicional acreditam que a aprendizagem acontece pelo treino. Linha do tempo do momento histórico em que as tendências pedagógicas estudadas nesta seção começam a se delinear ou têm maior influência. Período colonial = pedagogia tradicional – A partir da década de 1920 = escola nova A partir da década 1960 = tecnicismo Tendências pedagógicas progressistas As tendências pedagógicas progressistas são aquelas que, a partir de uma análise crítica da realidade social, propõem que a educação tenha um papel de transformação social e não sirva apenas para capacitar cada indivíduo para o seu papel, reproduzindo, assim, permanentemente, as estruturas sociais e econômicas vigentes. Essas tendências se manifestaram em três correntes distintas, e nesta seção vamos conhecer as principais características de cada uma. Educação libertadora – surgiu a partir dos estudos e trabalhos de Paulo Freire, em Recife, na década de 1970. Escola: Local de interação entre sujeitos que problematizam a realidade para atingir crescimento mútuo, conscientização, tornando-se capazes de transformar a sociedade. Professor: Coordenador das atividades com a participação dos alunos. Aluno: É o sujeito da sua própria prática, sobrea qual deve refletir. Metodologia: Diálogo, grupos de discussão, construção coletiva do conhecimento. Avaliação: Autoavaliação e avaliação Educação libertária – consolida-se a partir dos anos 1980 com a redemocratização. Escola: Deve transformar a personalidade do aluno em sentido libertário e autogestionário. Professor: Conselheiro, instrutor-monitor, orientador, catalisador. Aluno:Sujeito reflexivo sobre sua realidade e engajado na luta por sua libertação. Metodologia: Autogestão. Avaliação: Autoavaliação Pedagogia crítico-social dos conteúdos – constituída no início dos anos 1980, valorizando o saber científico. Escola: Prepara o aluno para seu papel ativo na sociedade, por meio da difusão dos conteúdos culturais universais. Professor: Ser capacitado para dirigir o processo de ensino- aprendizagem. Aluno: Sujeito social e ativo. Metodologia: Conectada ao contexto cultural e social do aluno a partir das experiências do aluno. Avaliação: Permanente e contínua. . Tendências interacionistas: Piaget: Ele foi um biólogo suíço que realizou várias pesquisas a fim de entender como as crianças. O cientista comprovou que a aprendizagem ocorre através das descobertas feitas pelas próprias crianças, que podem construir o seu próprio conhecimento conforme o estágio de desenvolvimento em que se encontram. Por isso foi o pai do construtivismo Para Piaget, o conhecimento é construído do individual para o social, e a aprendizagem acontece de acordo com o estágio de desenvolvimento humano do aluno. Para ensinar, é preciso que a escola respeite o estágio de desenvolvimento do aluno, estimule-o de forma adequada e deixe-o construir seu próprio conhecimento. Na interação com o objeto, o aluno irá desequilibrar os próprios conceitos, assimilando e acomodando novos conhecimentos. Henri Wallon (1879-1962) - médico e psicólogo francês que dedicou sua vida a conhecer as crianças e como elas aprendem. Revolucionou o ensino de sua época ao defender a formação integral da criança, integrada ao meio em que está imersa, destacando o papel das emoções no desenvolvimento infantil. Para ele, o ato de aprender se vincula a quatro elementos básicos: afetividade, movimento, inteligência e formação do eu como pessoa. A construção do eu, para Wallon, depende do outro, por isso ele advoga uma pedagogia interacionista. Para que a aprendizagem ocorra, Wallon defende que é fundamental que haja uma relação afetiva entre educadores e educandos, pois as emoções humanas são fundamentais na construção do eu do indivíduo. A criança é um ser emocional, e seu desenvolvimento cognitivo está condicionado ao seu emocional. Por isso, as relações humanas saudáveis são decisivas para a aprendizagem da criança. Vygotsky: psicólogo bielo-russo que realizou estudos em várias áreas, inclusive sobre o desenvolvimento intelectual que tem sido bastante estudado no Brasil. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais no processo de aprendizagem, daí sua corrente pedagógica ser conhecida como sociointeracionista. Para ele, em toda relação há aprendizagem mediada por um outro, por meio da linguagem. Esta, por sua vez, tem um papel fundamental para o desenvolvimento do ser humano, pois a linguagem desponta justamente nas interações. A construção do conhecimento parte do social para o individual sempre com a intervenção de um mediador, durante todo o desenvolvimento humano. A linguagem tem função central para o desenvolvimento cognitivo e está interligada ao pensamento. Portanto as relações educacionais devem explorar a linguagem, e o professor deve agir sempre na zona de desenvolvimento proximal. Ausubel: médico norte-americano que se especializou nos estudos da área de Psicologia educacional. Ele evidenciou a relevância dos conhecimentos prévios para a aprendizagem de novos conhecimentos. Contrastando com a proposta behaviorista, que embasou o tecnicismo que vimos na primeira seção, Ausubel demonstrou que não é possível controlar o comportamento dos sujeitos, uma vez que tanto os aspectos psicológicos influenciam no processo de aprendizagem quanto o meio. Ele formulou a teoria da aprendizagem significativa, que só ocorre quando há uma ampliação e uma reconfiguração das ideias já existentes na estrutura mental do aluno. Destaca a relevância dos conhecimentos que os alunos trazem consigo para a construção da aprendizagem. Essa estrutura cognitiva deve ser a base para que o professor trabalhe novos conteúdos e estes sejam assimilados significativamente. O papel do professor é o de mediador entre o que aluno sabe e o que aluno não sabe.
Compartilhar