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Divorcio impositivo

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Discente: Jeferson Sousa de Araújo Turma: 7° período
Divórcio impositivo
O divórcio é o instrumento de dissolução legal ou religiosa do matrimônio por acordo entre ambas as partes ou pela violação de algum dos direitos ou das obrigações matrimoniais. A legislação costuma conferir proteção aos filhos que nasceram durante o vínculo dissolvido assim como à mulher. No artigo 1571, inciso IV e parágrafo primeiro do Código Civil, o divórcio está elencado como uma das formas terminativas da sociedade conjugal.
Entre as formas existentes de divorcio podemos falar do divorcio litigioso e do consensual. O divórcio litigioso necessita de ampla discussão judicial quanto à ruptura conjugal e suas consequências. Já no consensual as partes entram em um acordo quanto ao rompimento de seu laço conjugal que foi reconhecido judicialmente. Há uma inovação jurídica com a criação de uma vertente do divórcio litigioso, que é o divorcio impositivo, visto que nele a dissolução da sociedade conjugal é decretada de forma unilateral pela parte interessada, com registro (averbação) no Cartório de Registro Civil onde aconteceu o casamento.
O divórcio impositivo, também chamado de divórcio unilateral, tem sua previsão dada no Provimento nº 06 da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco- TJPE, publicado em 14 de maio de 2019. Tal modalidade de divórcio não abarca o vínculo conjugal no qual o casal possua filhos menores ou incapazes, pois nessa situação a intervenção do MP e poder judiciário é obrigatória nos termos das normas que regulamentam a matéria.
Há algumas peculiaridades para que seja decretado o divórcio impositivo, sendo elas: A indicação do cônjuge interessado para requerer o pedido de divórcio impositivo no Cartório de Registro Civil, sem a necessidade da presença da outra parte do processo, sendo esta notificada oficialmente; A presença obrigatória de um advogado para acompanhar a parte interessada; O casal não poderá ter filhos menores ou incapazes; E por fim, as outras questões referentes a partilha de bens, alimentos para o cônjuge ou filhos se houver, até mesmo outras questões devem ser apreciadas pelo poder judiciário em ação própria, com a intervenção do Ministério Público, como prevê a lei.
Conclui-se, portanto, que o projeto de divorcio impositivo veio com a intenção de desburocratizar e simplificar o processo de separação, como uma maneira de facilitar a vidas pessoas e diminuir as dores de cabeça, mas isso sem deixar a tutela jurisdicional de lado. O presidente do IBDFam-MA, Carlos Augusto Macedo Couto, destaca um ponto negativo do divórcio impositivo: “segundo ensaio de notário, nosso associado, tomando por base a lei de custas do Estado do Maranhão, o aumento dos emolumentos seria, em tese, superior a 100%. Além disso, o divórcio impositivo pode parecer a banalização da dissolução do vínculo conjugal, se comparado com as formalidades do matrimônio”. Levando-se em consideração o que foi falado, tem-se que esta inovação antes de tudo teria que ser tratada em uma lei e não apenas em um provimento, para que assim possa ser considerada uma certeza de sua utilização perante os órgãos judiciais e também para que a sua constitucionalidade não seja questionada e o que deixa a desejar para que isso ocorra é a demora legislativa para adequar o sistema conjugal ao período de renovações em que nos encontramos por já vivermos em um mundo completamente diferente ao que era há uns 40 anos atrás.

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