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DIVORCIO IMPOSITIVO

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13
A POSSIBILIDADE DE INSERÇÃO DO DIVÓRCIO IMPOSITIVO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO
POSSIBILITY OF INSERTING DIVORCE INTO THE IMPOSITIVE BRAZILIAN LEGAL ORDERING
Estella Roberta da Cunha Marques¹
Rosane Vieira de Castro²
RESUMO
No direito da família moderno, não há mais espaço para a corriqueira frase em litígio entre os casais de que “não vai se dar o divórcio”. Na ausência de um casamento real, especialmente quando não há dúvida de que não deseja mais viver um com o outro, as pessoas, em qualquer tipo de relacionamento familiar são livres e não devem depender da outra parte para lidar com assuntos relacionados ao seu estado civil. Desse modo, o tema do presente estudo é o divórcio impositivo no direito brasileiro: histórico e análise crítica sobre a admissibilidade. Tem-se por objetivo conceituar o casamento, bem como a evolução histórica do instituto do divórcio e da possibilidade do divórcio impositivo no ordenamento jurídico pátrio. A metodologia do presente estudo se traduz numa pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, realizada através de livros, artigos acadêmicos, periódicos e sites especializados quanto ao tema escolhido. 
Palavras-chave: Direito de Família. Divórcio extrajudicial. Divórcio Impositivo. 
ABSTRACT
In modern family law, there is no longer any room for the common phrase in dispute between couples that “there will be no divorce”. In the absence of a real marriage, especially when there is no doubt that you no longer wish to live with each other, people, in any type of family relationship, are free and should not depend on the other party to deal with matters related to their marital status. Thus, the theme of this study is the imposition of divorce in Brazilian law: history and critical analysis of admissibility. The objective is to conceptualize marriage, as well as the historical evolution of the divorce institute and the possibility of imposing divorce in the national legal system. The methodology of the present study translates into a bibliographic research, of a qualitative nature, carried out through books, academic articles, journals and specialized websites regarding the chosen theme.
Keywords: Family right. Extrajudicial divorce. Tax Divorce.
_____________
1 Graduada em Direito pela Faculdade de Minas (FAMINAS BH).
² Graduada em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Direito Privado pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Professora de Direito na Faminas-BH.
1- INTRODUÇÃO
O casamento é uma das formas de composição familiar estipuladas pela lei brasileira e está sujeito principalmente ao artigo 226 da Constituição da República do Brasil (CRFB / 88) em 1988 e aos artigos 1511 a 1582 do Código Civil de 2002. 
O casamento é um vínculo legal entre homens e mulheres, destinado a obter ajuda mútua material e espiritual, alcançando assim a integração física e psicológica e a formação de uma família legal (DINIZ, 2001, p. 33). 
As razões pelas quais os casais não pretendem mais manter sua vida comum são variadas, desde quebra de lealdade ou até infelicidade de um ou dois cônjuges, sendo que não mais resta a eles do que a dissolução do casamento e a agilidade na solução dos conflitos. O divórcio é a quebra dos vínculos matrimoniais, que acaba com o impacto civil do casamento e do casamento religioso, mas não altera os direitos e obrigações dos pais para com os filhos.
Atualmente, um casal pode pedir o divórcio em um cartório, de forma extrajudicial, ou na Justiça. No primeiro caso, por ser mais rápido, só poderá ser feito de forma consensual — quando não há conflito entre as partes. Todavia, quando não há acordo entre os dois, por exemplo, na questão de partilha de bens, então, precisa-se da intervenção do Ministério Público, e o divórcio só poderá ser realizado via judicial. Nos casos em que o casal tem filhos, este também só poderá ser feito por meio do MP, que garante o direito das crianças. 
O divórcio impositivo é uma proposta que simplifica os procedimentos para o requerimento do divórcio que pode ser feito em cartório de registro civil por apenas um dos cônjuges, independente da presença ou anuência do outro.
Desse modo, o tema do presente estudo é o divórcio impositivo no direito brasileiro: histórico e análise crítica sobre a admissibilidade.
Tem-se por objetivo conceituar o casamento, bem como a evolução histórica do instituto do divórcio e da possibilidade do divórcio impositivo no ordenamento jurídico pátrio.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa, realizada através de livros, artigos acadêmicos, periódicos e sites especializados quanto ao tema escolhido.
1 Breves apontamentos sobre o casamento no Direito brasileiro e os deveres entre os cônjuges.
1.1 Da definição de casamento
Stuchi (2019) descreveu que desde a Roma antiga, o casamento é definido como um dos principais pilares da família. Diniz (2014, p. 72) descreve: "O casamento é o vínculo legal entre homens e mulheres, que visa ajudar-se material e espiritualmente, alcançando assim a integração física e o estabelecimento familiar".
O casamento é a mais importante e poderosa de todas as instituições de direito privado, por ser uma das bases da família, que é a pedra angular da sociedade. Logo, o matrimônio é a peça-chave de todo o sistema local, constituindo o pilar do esquema moral, social e cultural do país. Deveras, Laurent chega até a afirmar que ele é o fundamento da sociedade, base da moralidade pública e privada (DINIZ, 2007, p.35).
 Leite e Heuseler (2017) também acrescentaram que o casamento é basicamente constituído por uma aliança emocional conjugalizada por uma cerimônia formal de celebração. Refere-se aos negócios legais constituídos pelo consentimento mútuo de um homem e uma mulher, que estabelece a instituição da sociedade de marido e mulher, e é adequadamente restringido pela lei ativa, originando assim, à família nuclear e aos efeitos jurídicos pessoais e patrimoniais desta sociedade decorrente.
O casamento é um contrato de direito de família, visto que, assume a feição de um ato complexo, de natureza institucional, que depende da manifestação livre da vontade dos nubentes, mas que se completa pela celebração, a qual é ato privativo de representante. (RODRIGUES, 2008, p.22).
 No Brasil, até o estabelecimento da República em 1889, a única forma de casamento era o religioso. Portanto, não católicos não podem obter casamento. Com o anúncio da República, os casamentos válidos no Brasil se tornam casamentos civis, e é possível tornar civil os casamentos religiosos. Portanto, não há outra maneira "legal" de formar uma família, outras são consideradas relações favoráveis ​​ou ilegais, e a sociedade não a considera bem. No entanto, em 1891, surge o casamento civil, que deu a possibilidade de todas as pessoas terem acesso ao casamento, sejam elas católicas ou não. 
Segundo Madaleno (2019), o objetivo básico do casamento é a composição da família, que é uma excelente célula social. Neste sentido, a Constituição Federal de 1988 descreve a família como fundamento da sociedade e é especialmente protegida pelo Estado e podendo ser ainda resultante da união estável. 
 Para Colares (2001), o conceito de sistema matrimonial avançou, porque o casamento não envolve mais insolubilidade como antes, e não oferece mais a possibilidade de distinção entre cônjuges e formas de contato.
Uma maneira de promover o casamento ocorreu em 2013, quando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) adotou a Resolução 175 para reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo:
Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. ” (BRASIL, 2013)
 Deve-se observar que, de acordo com o artigo 1520 do Código Civil de 2002, o casamento só pode ser celebrado por pessoas com mais de 16 anos de idade, autorizados pelos pais devendo a lei, em conformidade com o artigo 226, § 3, da CRFB / 88 sempre que possível, autorizar a conversãoda união estável em casamento.
1.2 Das espécies de casamento
O casamento pode ser um casamento civil ou religioso. Na lei clássica, o casamento é considerado um sacramento, algo irrevogável, isto é, " o que Deus uniu não o separe o homem ". Portanto, a igreja conclui que eram precárias todas aquelas uniões não protegidas pelo casamento religioso, denominadas de concubinato (AQUINO, 2019).
 O casamento civil é um ato solene na presença de funcionários do registro civil, ou seja, o celebrante o executou no registro ou em outro lugar na presença de duas testemunhas. Sua natureza gratuita é garantida na Constituição, podendo ser requerida ainda a gratuidade das demais custas por declaração de pobreza afirmada pelos nubentes. Os casamentos religiosos
 com validade civil dependem dos procedimentos de qualificação e do registro de pessoas físicas no registro civil (DINIZ, 2007).
A Constituição de 1988 em seu artigo 226 traz a proteção à família tanto fundada no casamento, como a família natural, a família adotiva e a união de fato:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuito a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
 A capacidade de se casar é um requisito para que a noiva e o noivo comprovem sua capacidade ou qualificação para se casar. Não se deve confundir impedimento com incapacidade. O registro do casamento religioso com efeitos civis também está condicionado às causas impeditivas e suspensivas do casamento civil, bem como as ações para invalidar o casamento se subordina tão somente a lei civil.
O incapaz não pode casar-se com nenhuma pessoa, porque há um obstáculo intransponível. É o que acontece, por exemplo, com um menor de oito anos de idade. O impedido apenas não está legitimado a casar com determinada pessoa (ex.: ascendente com descendente), mas pode fazê-lo com outra pessoa (GONÇALVES, 2017, p.24).
De acordo com o artigo 1515 do Código Civil de 2002, os casamentos religiosos que atendem aos requisitos da lei para a validade dos casamentos civis são equivalentes a esses casamentos, desde que o casamento seja registrado em um registro apropriado e tem efeito a partir da data da celebração.
1.3 Dos deveres entre os cônjuges
 Celebrar o casamento exige as responsabilidades entre marido e mulher. De acordo com o artigo 226, parágrafo 5, da CRFB / 88, homens e mulheres exercem conjuntamente direitos e obrigações relacionados à sociedade de marido e mulher. Como mencionado acima, esta regra também se aplica aos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. 
O artigo 1566 do Código Civil lista as obrigações entre os cônjuges como lealdade recíproca; morar juntos na residência do marido e da esposa;
 assistência mútua; apoio, tutela e educação dos filhos; respeito e consideração mútuos. A obrigação de confiança mútua está essencialmente relacionada ao respeito e consideração mútuos, que também é um dos deveres incluídos no artigo 1.566 mencionado (ROMANO, 2019).
A fidelidade conjugal, dever insculpido no artigo 1.566, inciso I do Código Civil Brasileiro, consiste “em abster-se cada consorte de praticar relações sexuais com terceiro” (DINIZ, 2001). 
Portanto, é possível conceituar a obrigação de fidelidade como lealdade entre os parceiros, principalmente para a relação entre prazer físico e satisfação sexual. Primeiro, através de relações sexuais com alguém fora do casamento ou um casamento estável, isso constitui desrespeito por essa obrigação.
Seu descumprimento dá-se pela prática de ato sexual com terceira pessoa e também de outros atos que, embora não cheguem à conjunção carnal, demonstram o propósito de satisfação do instinto sexual fora da sociedade conjugal (SILVA, 2002,p.1365).
 Vale ressaltar que a responsabilidade pelo respeito e consideração mútuos vai muito além de conceitos puramente sexuais, por exemplo, proibir comportamentos que colocam o cônjuge em um estado de inferioridade econômica, social ou até intelectual (CARVALHO, 2009).
Para Dias (2017, p. 179):
A eventual ou contumaz ausência da vida sexual não afeta a higidez do casamento. (...). Afinal, não é o exercício da sexualidade que mantém o casamento. São muito mais a afetividade e o amor. Desarrazoado e desmedido pretender que a ausência de contato físico de natureza sexual seja reconhecida como inadimplemento de dever conjugal.
O dever de fidelidade conjugal normativamente imposto acompanha o desenvolvimento natural e a constituição da família. 
2 Do Divórcio no Brasil: noções gerais.
O casamento válido, ou seja, o vínculo matrimonial, somente é dissolvido pelo divórcio ou pela morte de um dos cônjuges, autorizando assim os ex-cônjuges a contrair novo matrimônio.
O divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, extinção do vinculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias. É a separação dos cônjuges conferido aos mesmo, o amparo legal de convolarem novas núpcias. No Brasil, a não ser pela morte, o instituto do divórcio é o único remédio jurídico capaz de dissolver o casamento (DINIZ, 2007, p. 241).
O artigo 1.571 do Código Civil estipula a razão final do relacionamento entre marido e mulher: "O cônjuge morre, o casamento é inválido ou anulado, separação judicial e divórcio”. 
2.1 Do histórico do divórcio no Brasil.: 
A primeira forma de ruptura do casamento em nossa legislação foi o desquite, ou seja, no Código Civil de 1916, o qual possibilitava pôr fim à sociedade conjugal e ao regime de bens, mas mantém o relacionamento conjugal do casal, impedindo-o de se casar novamente. 
Pode-se ver que, sob a influência do Código Civil de 1916, o casamento é considerado uma união inseparável, mesmo que o casamento esteja vinculado ao conceito de crença religiosa católica. Deve-se notar que, mesmo em um diploma desse tipo, existem disposições para o divórcio que promovem a quebra da comunicação entre os cônjuges, que não podem ser rompidas com a forte união do casamento, tanto que os casamentos subsequentes após o divórcio não são permitidos. Por muitos anos no Brasil, seja por razões morais, sociais ou religiosas, a persistência dos laços matrimoniais continua. Esse recurso foi até promovido a princípios constitucionais, que forçaram os legisladores do divórcio a enfrentar mais adversidades.
 A indivisibilidade do casamento, especialmente com o apoio da igreja, está em nossa legislação até a promulgação da Lei nº 6.515 / 77. Portanto, 
com a promulgação da Lei do Divórcio (Lei no. 6515) em dezembro de 1977, a segunda fase histórica do divórcio no Brasil começou e ela possuía regulamentos efetivos.
 A lei é realmente importante e constitui um diploma normativo básico sobre o assunto, enquanto o Código Civil Brasileiro é uma norma suplementar. Trouxe ainda ao ordenamento jurídico o instituto da separação judicial litigiosa (em três formas: falência – separação de fato; sanção – por “culpa” de um dos cônjuges; remédio – quando um dos cônjuges fosse deficiente mental) e consensual (acordo dos cônjuges perante o juiz). 
 Com exceção da separação sanção, todos esses tipos de separação levam muito tempo. O instituto da separação apenas substituía o desquite, ou seja, eliminou a sociedade conjugal (encerrou o sistema de propriedades e algumas obrigações conjugais: lealdade, assistência mútua etc.), mas não terminou o casamento (relação conjugal), o qual existia até o pronunciamento do divórcio pelo juiz (CARVALHO, 2013). 
Vale a pena notar que o divórcio não elimina o casamento e que não há prazos temporários ou requisitos de separação que dificultem quem deseja se casar. O Estado deve promover a realização de projetos individuais, em vez de burocratizar os meios necessários para essas aquisições (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2010). 
Carvalho (2013) afirmou que a "Lei do Divórcio" causou muita controvérsia durante a votação e promulgação. Ele acredita que muitos membros do Congresso (teóricos do antidivórcio) estão revoltados com a ideia de um casamento desfeito. Muitos deles afirmam que a lei estaria “dando fim às famílias” baseada em crenças religiosas. No entanto, o jurista afirma que, pelo contrário, a lei traz a possibilidade de que casais que não estão satisfeitos com seu relacionamento possam formar legalmente um novo vínculo familiar e não caiam em um antigo relacionamento de casamento que não constitua afeto mútuo. 
Em suma, a Lei 6.515 / 77 estabelece a separação judicial e considerada uma "simples alteração terminológica do termo desquite " porque tem as mesmas características: encerra a sociedade conjugal, mas não dissolve o relacionamento matrimonial.
Para a aprovação da Lei do Divórcio (L 6.515/77), foi necessário manter o desquite, tendo ocorrido somente uma singela alteração
terminológica. O que o Código Civil chamava de desquite (ou seja, não “quites”, alguém em débito para com a sociedade) a Lei do Divórcio denominou de separação, com idênticas características: põe fim a sociedade conjugal, mas não dissolve o vínculo matrimonial (DIAS, 2011,p.296).
 De acordo com o artigo 175, parágrafo 1º, da Constituição Federal em vigor na época, o divórcio exige como condição necessária e pré-requisito, devendo esperar três anos, segundo redação conferida pela Emenda Constitucional n. 9, de 28 de junho de 1977. 
A faculdade de demandar a separação é essencialmente pessoal, competindo com exclusividade aos cônjuges. A sociedade conjugal é por eles formada, o interesse em dissolvê-la somente a eles deve competir. Os cônjuges e mais ninguém é que podem avaliar a conveniência ou não da manutenção da sociedade conjugal, o gravame das infrações recíprocas e nível de insuportabilidade da vida em comum (CAHALI, 2005,p. 70).
 A referida Lei possibilitou aos cônjuges que sejam separados judicialmente, desde que estejam realmente separados por cinco anos sem a possibilidade de reconciliação; e a conversão da separação em divórcio somente após três anos contados do trânsito em julgado da sentença da separação judicial. No ano de 1992 os casais poderiam requerer a separação judicial desde que estivessem casados há um ano, sua conversão em divórcio somente poderia ser requerida depois de 1 ano da separação judicial ou ainda o divórcio direito, se separados de fato por mais de 2 anos. 
A ideia de exigir um período de tempo entre a separação e o divórcio real é permitir que o casal chegue a um acordo antes do final do relacionamento matrimonial. Somente com a promulgação da Constituição de 1988, o divórcio direto pode encontrar abrigo no texto da constituição, e de fato será facilitado. Portanto, a terceira etapa e a penúltima etapa do conceito histórico de divórcio no Brasil começaram. 
Desde 1988, o divórcio direto foi consolidado e as disposições cautelosas da Lei nº 1 foram aperfeiçoadas. Lei nº 6.515, de 1977, mas o divórcio indireto causado pela conversão da Câmara Judicial não desapareceu. O divórcio direto começou a ser claramente aceito no texto constitucional e entrou em vigor imediatamente. Como requisito separado, foi um lapso de tempo de mais de dois anos de separação de fato. Em 1988, o divórcio não
 tinha mais um limite numérico, ou seja, os cidadãos eram livres para se casar e se divorciar, e o número de vezes que podia ser determinado de acordo com seus desejos. Além disso, o divórcio direto foi implementado, independentemente de a separação judicial ter sido realizada antes, exigindo separação separada por mais de dois anos.
 A Lei nº 11441, de 2007, oferece a ambas as partes a possibilidade de se divorciar e se separar voluntariamente, bem como a possibilidade de inventário e compartilhamento por meios administrativos (exceto pessoas com deficiência ou filhos menores), bem como as leis citadas para reduzir o processo de divórcio. A burocracia trouxe um tremendo progresso, ajudando a reduzir o ônus do litígio no tribunal de família.
 No entanto, o “PEC do Amor” ou “PEC do Divórcio” foi promulgado em 2010, e o tema passou por uma completa mudança de paradigma, com a fase final e atual do divórcio começando no Brasil. Ao longo dos anos, verificou-se que esse sistema baseado na moralidade religiosa não é mais razoável, porque a tendência observada no sistema jurídico ocidental é que o estado não interfere mais na vida privada e na privacidade dos cidadãos.
Repercute os valores da sociedade brasileira atual, evitando que a intimidade e a vida privada dos cônjuges e de suas famílias sejam reveladas e trazidas ao espaço público dos tribunais, com todo o caudal de constrangimento que provocam, contribuindo para o agravamento de suas crises e dificultando o entendimento necessário para a melhor solução dos problemas decorrentes da separação.(LÔBO, 2008, p. 127)
A Emenda Constitucional n. 66, de 14 de julho de 2010, conhecida como “PEC do Divórcio”, deu nova redação ao § 6º do artigo 226 da Constituição Federal, retirando do texto a exigência, para o divórcio, do requisito temporal e da prévia separação.
O divórcio é a medida dissolutória do vínculo matrimonial válido, importando por consequência, a extinção dos deveres conjugais. Trata-se, no vigente ordenamento jurídico brasileiro, de uma forma voluntária de extinção de relação, sem causa específica, decorrente de simples manifestação de vontade um ou ambos os cônjuges, apta a permitir, por consequência, a constituição de novos vínculos matrimoniais (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2012, p.526).
 Um dos objetivos dessa burocratização é reduzir o ônus para o pessoal judiciário, porque muitos casais não precisam mais recorrer à justiça quando decidem normalizar sua situação com o consentimento de ambas as 
partes, basta ir ao registro para encerrar o casamento ou entrar em um processo simples. O processo de divórcio é suficiente, e os desejos e falta de amor das partes são requisitos necessários.
Portanto, o objetivo social das novas regras constitucionais é permitir que exerçam livremente seu direito de desconstruir a sociedade do cônjuge a qualquer momento, sem barreiras e sem intervenção estatal na privacidade de seus cônjuges, sem ter que rejeitar suas razões. O novo padrão permite que os cônjuges alcancem seus objetivos e tem mais vantagens. Não há defesa razoável. A culpa não faz parte do requisito e não pode ser acusada, e raramente é reconhecida na sentença (DIAS, 2011).
A via extrajudicial para o divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável não é permitida no caso em que houver nascituro ou filhos incapazes (art. 733 do NCPC), justamente para resguardar os interesses das crianças (BUENO, 2015).
2.2 Da atual definição de divórcio. 
As razões pelas quais os casais não pretendem mais manter sua vida comum são variadas, desde quebra de lealdade ou até infelicidade de um ou dois cônjuges, sendo que não mais resta a eles do que a dissolução do casamento e a agilidade na solução dos conflitos. O divórcio é dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias. (DINIZ. 2002)
 Devido a requisitos legais, independentemente de o divórcio ser contestado ou acordado por ambas as partes, um advogado deve estar presente para efetivar o procedimento, porque a pessoa é um profissional com qualificações técnicas adequadas para lidar com as necessidades envolvidas no problema, conforme se aduz do CPC / 2015.artigo 733:
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. (...)
 § 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
 Em suma, no que diz respeito ao divórcio consensual, seja judicial (obrigatório se houver crianças com deficiência)ou extrajudicial, o procedimento é mais rápido e mais simples que o procedimento contencioso; primeiro, é aprovado pelo juiz da parte (na acusação Proteger os interesses de pessoas incapacitadas na presença de funcionários); a segunda categoria inclui ações públicas elaboradas no cartório, que contêm as condições acordadas, e enviam as respectivas ações ao registro civil, e o divórcio será averbado na certidão de casamento.
2.3 Das espécies de divórcio
Com o desaparecimento do divórcio por conversão, provocado pela Emenda Constitucional n.66/2010, restaram três modalidades de divórcio, sendo, o divórcio judicial litigioso; o divórcio judicial consensual; e o divórcio extrajudicial consensual. 
Tudo isso exige apenas uma certidão de casamento. Somente quando um dos cônjuges fizer uma solicitação, o divórcio se tornará uma ação judicial e não haverá acordo sobre uma ou mais condições para a dissolução do casamento, portanto, é necessário resolver o conflito de acordo com todas as regras legalmente prescritas. O processo de divórcio deve ser realizado de acordo com o artigo 40, parágrafo 3 da Lei do Divórcio e os artigos 693 e 699 da Lei de Processo Civil de 2015 (SILVA, 2020). 
O divórcio judicial litigioso se aplica a casais que não chegaram a um acordo sobre separação ou questões relacionadas. A solicitação só pode ser contestada, não a causa da separação. Para reivindicações de manutenção, apenas as necessidades do solicitante e a capacidade da outra parte de pagar pela reivindicação programada serão discutidas sem a realização de uma investigação culpada. Para a custódia do filho, apenas o cônjuge revelará as condições para exercer suas melhores condições, excluindo qualquer 
investigação sobre o culpado da separação. A compensação final por perdas materiais ou mentais deve ser ajuizada em um processo de remuneração independente (SILVA, 2020).
 Note-se que durante o processo de divórcio sem o consentimento de um dos cônjuges, a reconciliação será sempre tentada. Se a mediação não for bem-sucedida, o Juiz buscará um acordo entre os cônjuges para o divórcio com consentimento mútuo; após obter o acordo ou tendo os cônjuges, em qualquer altura do processo, optado por essa modalidade do divórcio, seguir-se-ão os termos do processo de divórcio por mútuo consentimento.
 A via do divórcio judicial consensual poderá ser utilizada pelos casais que não desejarem ou não puderem se valer do divórcio extrajudicial consensual, por terem filhos menores, por exemplo. Na ausência de menores ou filhos incapacitados, os casais podem usar a via notarial, ou seja, o divórcio extrajudicial voluntário, que é uma ação pública elaborada por um notário e a assistência de um advogado ou defensor público, o que é muito comum. De acordo com o artigo 1.124-A do Código de Processo Civil, o contrato público deve conter uma declaração dos cônjuges de que estão casados, sem filhos menores ou filhos incapacitados, e esperam encerrar o casamento. A escritura pública é título hábil para a averbação do divórcio no Registro Civil.
 Os pedidos de divórcio feitos sob qualquer forma não estão sujeitos à prazo decadencial. Desde que atenda aos requisitos legais a qualquer momento. As partes interessadas ou casais podem procurar ativamente dissolver um relacionamento matrimonial eficaz. Seguindo esta afirmação final, o divórcio apenas dissolverá um casamento válido. Insista-se nesta última afirmação, o divórcio dissolve apenas o casamento válido. O tempo por si só, não dissolve o vínculo matrimonial, o divórcio pelo simples decurso de prazo, há a necessidade de sentença que o decrete (VENOSA, 2011, p. 227). 
Portanto, o divórcio pode ser aprovado sem o compartilhamento prévio de bens, independentemente de ser amigável ou não. A obrigação de manutenção, seja a favor do cônjuge ou da prole, bem como a responsabilidade de criar filhos menores, o direito de visitar e as provisões dos benefícios relacionados, devem ser determinadas com o acordo do marido e da esposa, mas devem ser aprovadas ou condenadas de maneira tolerante. Diferentemente do compartilhamento de bens, as obrigações de manutenção não podem ser definidas a posteriori.
 Se o cônjuge concorda em todos os aspectos da dissolução do casamento, o divórcio é mutuamente acordado. O divórcio consensual pode ocorrer de duas maneiras, a saber: judicial ou extrajudicial. Atualmente, está sendo discutido se um novo divórcio deve ser permitido pela lei brasileira: o divórcio unilateral ou impositivo como passa-se a expor.
Da corrente desfavorável à adoção do divórcio impositivo no Direito brasileiro mencionar pelo menos três autores contrários. 
3 Divórcio Impositivo 
3.1 DA DEFINIÇÃO DO DIVÓRCIO IMPOSITIVO
Em 2019, o tema supracitado ganhou espaço e ampla discursão no meio jurídico, com correntes favoráveis e contra, o Divórcio Impositivo ou Unilateral encontra-se em fase de inserção ou não no ordenamento jurídico brasileiro.
Os tribunais de Pernambuco e Maranhão publicaram em seus diários oficiais as chamadas disposições de "divórcio fiscal" para permitir que qualquer das partes solicite unilateralmente um registro de divórcio perante o registro civil. Essas medidas parecem tender a reduzir o ônus para o judiciário.
3.2 DO HISTÓRICO DA INCERÇÃO DO DIVÓRCIO IMPOSITIVO NO DIREITO BRASILEIRO
O divórcio é uma das modalidades de dissolução de uma união matrimonial por vias legais, por haver sido incluso na Constituição Federal pela Emenda Constitucional 66/2010, estabelecendo no artigo 226, § 6º, que “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”. Sendo assim, o Código Civil trouxe quatro modalidades de dissolução conjugal ao qual encontra-se previsto no artigo 1.571, e seus incisos, a priori o inciso IV, em que trata da legalidade do divórcio.
No entanto, em 2019, pontualmente em 14 de maio, foi aprovado por unanimidade, o Provimento 06/2019, pela Corte Especial do Tribunal de Justiça de Pernambuco ao qual trata-se de uma nova modalidade de divórcio, o “Impositivo”, a permitir a dissolução conjugal de forma unilateral, ou seja, independente de anuência da outra parte, no mesmo cartório de registro do casamento dos cônjuges, cabendo-lhe apenas a notificação do ato para posterior averbação.
Essa modalidade, entretanto, incube apenas por fim a união perante o Tabelião com a presença obrigatória de um advogado, não abrangendo a partilha patrimonial dos cônjuges nem outros direitos que comumente são discutidos de forma judicial, como alimentos, dentre outros.
O Conselho Nacional de Justiça em 31 de maio de 2019, mediante a impugnação à realização do divórcio impositivo realizada pelo Ministro Humberto Martins, em que proferiu decisão de modo a proibir a realização do divórcio impositivo ou unilateral em todos os cartórios do Brasil, visto que, ao entendimento do ministro pressupõe litígio sobre o divórcio unilateral, desta forma, no ordenamento jurídico brasileiro, Código de Processo Civil de 2015, regulamenta que apenas no Judiciário é possível a resolução entre as partes litigantes, ainda evidencia no quesito de competência ser exclusiva da União legislar sobre o processo civil no país.
A vista disso foi apresentado um Projeto de Lei PLS3457/19 pelo Senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) acerca do assunto em tela, ao qual apresenta a ideia de inclusão do artigo 733 – A, a regulamentação para a temática do Divórcio Impositivo, a fim de buscar a simplificação e descingir o Poder Judiciário ao habilitar os Cartórios de Registro Civis para a resolução do respectivo divórcio.
Outrossim, o referido Projeto de Lei, visa a desburocratização do divórcio, sem que haja abjunção da técnica e da égide de direitos.
3.3 DA CORRENTE DESFAVORÁVEL À ADOÇÃO DO DIVÓRCIO IMPOSITIVO NO DIREITO BRASILEIRO
O novo modelo de divórcio desmereceria a cultura brasileira, pela esfera de consequências em que o outro cônjuge sofreria, isto em questão de vulnerabilidade e danos, como por exemplo, a ilustre Professora Andréia Cristianni aborda a tratativa do plano de saúde, “O outro reflexo diz respeito ao planode saúde familiar. Por vezes, um cônjuge é dependente do outro no plano de saúde. Ora, com fundamento no divórcio, os planos de saúde excluem o ex-cônjuge dependente automaticamente, por não ter mais vínculo familiar com o titular do plano. “Este contexto, em ação de divórcio permite pedido reconvencional a fim de obter ordem judicial que obrigue o plano a manter o dependente mesmo dissolvido o casamento”. Um dano que até que atingisse a resolução, implicaria em perdas e danos¹.
É majoritário o entendimento de que o divórcio impositivo ou unilateral fere diversos direitos já presentes no processo civil. 
 Rabello (2019, p. 03) afirma que “o divórcio impositivo viola diretamente o regramento previsto no Código de Processo Civil, ao permitir que o cônjuge requerente postergue unilateralmente a partilha de bens para momento posterior ao divórcio extrajudicial”.
Comenta Fortuna (2019) que, quando há dissolução do casamento, e as partes não chegam em um consenso, esse conflito só pode ser resolvido pelo juiz.
Caso o instituto tivesse se mantido no Direito brasileiro, nem a partilha de bens, nem a guarda dos filhos poderiam, através dele, restar resolvidas. Em primeiro lugar, porque todo casal que pretenda a separação ou o divórcio e que tenha filhos menores de idade tem a obrigatoriedade de submeter a questão à apreciação do Poder Judiciário, notadamente pelo fato de que a intervenção do Ministério Público se faz obrigatória para a proteção do interesse desses menores. E, relativamente à partilha de bens, essa só poderia ser realizada extrajudicialmente se ambos os cônjuges acordassem. Qualquer divergência que se aponte impõe, também, a apreciação pelo Poder Judiciário (RABELLO, 2019, p. 02).
É preciso observar que o divórcio unilateral desjudicializado, por ser exercido sem a presença do outro cônjuge interessado, impossibilita que este venha a formular pretensões que têm de ser conhecidas anteriormente à decisão desconstitutiva do casamento, por serem a ela prejudiciais.
“O divórcio impositivo suprime o equilíbrio entre os cônjuges almejado pelo uso das técnicas de auto composição, na medida em que ignora uma série de pretensões do cônjuge que será meramente notificado. Veja-se, por exemplo, que o outro consorte poderá ter interesse na realização da partilha imediata dos bens, por exemplo. Nos termos do artigo 733 do Código de Processo Civil de 2015, a escritura de divórcio extrajudicial deve observar as balizas estabelecidas pelo artigo 731 do Código de Processo Civil. Assim, nos termos do parágrafo único do artigo 731 do Código de Processo Civil, só poderá ser dispensada a partilha de bens no divórcio extrajudicial se os cônjuges manifestarem que não desejam resolver esta questão por ocasião do divórcio: “Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658. ” (ALBUQUERQUE JR, 2016, p. 170).
A fim de resguardar os direitos dos interessados, deve constar da escritura uma cláusula dispondo que os celebrantes acordaram no sentido de realizar a partilha a posteriori, bem como descrevendo os bens comuns e os bens particulares (ALBUQUERQUE JR, 2016).
 Outra violação legal que vale a pena mencionar é a violação do artigo 22, seção XXV, da Constituição Federal. Segundo este artigo, as questões de registro estão sujeitas apenas à lei federal, ou seja, essa autoridade exclusiva da União. A lei federal pode lidar com as coisas, não com os regulamentos editados por corregedorias estaduais.
3.4 DA CORRENTE FAVORÁVEL A INSERÇÃO DO DIVÓRCIO IMPOSITIVO NO ORDENAMENTO JURIDICO BRASILEIRO
Acredita-se que o divórcio impositivo deveria ser introduzido no Direito Brasileiro, pois facilitaria o rompimento de vínculos conjugais indesejados, opressores, e favorecer o judiciário a tornar os demais procedimentos como partilha mais célere.
Sabe-se que um divórcio litigioso no decurso comum no país leva em cerca de 5 anos em média para resolução concreta. Isto, poderia ser reduzido a 3 anos pelo menos. O que de fato diminuiria o tempo e os litígios.
A partir de alguns artigos de mestres doutrinadores, percebe-se que uns entendem que a adoção do divórcio impositivo pelo direito brasileiro traz a desburocratização e facilitação da vida dos brasileiros.
“(...) Ele possibilita o pleno exercício do direito de liberdade no âmbito das relações de família e concretiza o princípio fundamental da busca da felicidade. O ponto negativo é ter que aguardar um processo legislativo às vezes muito lento e nem sempre consonante com as demandas e realidades da sociedade brasileira”.
(DELGADO, 2019)
“(...) devemos avançar com boas ideias, como a do “divórcio impositivo”, que precisa passar pelas instâncias legislativas previstas pela nossa Constituição e deve guardar a lógica do sistema registral complexo de existência do título hábil para registro. ”
(BRITO,2019) 
Por todo exposto, pode se verificar que ainda não existe uma decisão fixada entre os doutrinadores, magistrados e estudiosos do direito, acerca da possibilidade de inserção ou não do divórcio impositivo no direito brasileiro, assim, motivou-se a propositura do artigo acadêmico.
3.5 DA ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A ADOÇÃO DO DIVÓRCIO IMPOSITIVO NO DIREITO BRASILEIRO
A reflexão acerca do divórcio impositivo ser implementado no ordenamento jurídico no país, a ser acolhido pelo Artigo 733 - A, pode trazer benefícios como a facilitação do rompimento do vínculo conjugal, dentre outros, é de extrema importância nacional.
Ainda hoje, em 2020, milhares de cidadãos que desejam pôr fim ao vínculo matrimonial em busca da felicidade, vivem à mercê do lento processo judicial brasileiro. Uma realidade deparada por vários fatores, seja pela alta demanda de processos nas varas de família nos tribunais de justiça; seja pelo número de magistrados efetivos serem muito menores ao que deveria pelo crescimento da sociedade. Em que resulta-se em lentidão no judiciário e infelicidade pessoal.
Em contrapartida, o novo modelo de divórcio desmereceria a cultura brasileira, pela esfera de consequências em que o outro cônjuge sofreria, isto em questão de vulnerabilidade e danos, como por exemplo, a ilustre Professora
 Andréia Cristianni aborda a tratativa do plano de saúde, “O outro reflexo diz respeito ao plano de saúde familiar. Por vezes, um cônjuge é dependente do outro no plano de saúde. Ora, com fundamento no divórcio, os planos de saúde excluem o ex-cônjuge dependente automaticamente, por não ter mais vínculo familiar com o titular do plano. Este contexto, em ação de divórcio permite pedido reconvencional a fim de obter ordem judicial que obrigue o plano a manter o dependente mesmo dissolvido o casamento”. Um dano que até que atingisse a resolução, implicaria em perdas e danos.
No entanto, em meio de prós e contras acerca do tema, tanto quanto polêmico, deve-se analisar minuciosamente bem a tratativa temática, isto porque não há somente imposição pelo ordenamento jurídico aos cidadãos, mas tem-se uma cultura, um costume e religiosidade envolvida num todo ao tratar sobre casamento e divórcio, pessoas e sentimentos.
Caso não exista consensualidade dos cônjuges no tocante ao divórcio, “não pode o tabelião elaborar a escritura de separação. O ato é nulo”, explica Dias (2010, p. 132).
4 CONCLUSÃO
As razões pelas quais os casais não pretendem mais manter sua vida comum são variadas, desde quebra de lealdade ou até infelicidade de um ou dois cônjuges, sendo que não mais resta a eles do que a dissolução do casamento e a agilidade na solução dos conflitos. O divórcio é a quebra dos vínculos matrimoniais, que acaba com o impacto civil do casamento e do casamento religioso, mas não altera os direitos e obrigações dos pais para com os filhos.
 Devido a requisitos legais, independentemente de o divórcio ser contestado ou acordado por ambas as partes, um advogado deve estar presente para efetivar o procedimento, porque a pessoa é um profissional com qualificações técnicas adequadas para lidar com as necessidades envolvidasno problema. 
A Emenda Constitucional n. 66, de 14 de julho de 2010, conhecida como “PEC do Divórcio”, deu nova redação ao § 6º do artigo 226 da Constituição Federal, retirando do texto a exigência, para o divórcio, do requisito temporal e da prévia separação.
Portanto, o objetivo social das novas regras constitucionais é permitir que exerçam livremente seu direito de desconstruir a sociedade do cônjuge a qualquer momento, sem barreiras e sem intervenção estatal na privacidade de seus cônjuges, sem ter que rejeitar suas razões. O novo padrão permite que os cônjuges alcancem seus objetivos e tem mais vantagens. Não há defesa razoável. A culpa não faz parte do requisito e não pode ser acusada, e raramente é reconhecida na sentença.
A via extrajudicial para o divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável não é permitida no caso em que houver nascituro ou filhos incapazes (art. 733 do NCPC), justamente para resguardar os interesses das crianças.
O “divórcio impositivo” ou “divórcio unilateral” busca a autonomia da vontade de qualquer dos cônjuges, exercendo direito potestativo em que o princípio da autonomia privada constituiria o direito de decidir unilateralmente os próprios interesses e projetos, sem qualquer forma de redução ou limitação. 
Todavia, para que seja possível o procedimento extrajudicial do “divórcio impositivo” será necessário alteração legislativa, de modo que a lei expressamente preveja que a parte interessada o processe por meio extrajudicial.
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