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Apostila Inseminação Artificial em Bovinos

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MANUAL DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
			 		 
					Supervisão de Pecuária	
2008
EDITOR:
Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Goiás – SEAGRO
ELABORADO POR:
João Ednilson Batista
Médico Veterinário
Goiânia – GO
SUPERVISÃO:
Jesus Xavier Ferro
Medico Veterinário
Goiânia- GO
Digitação e Formatação:
Juliana Almeida de Araújo Dias
Kamila Furuya Freund
Superintendência de Execução de Programas
Gerência de Assistência Técnica e Extensão Rural
Supervisão de Pecuária
Distribuição: Supervisão de Metodologia
Rua Jornalista Geraldo Vale, 331, Setor Leste Universitário
Caixa Postal 331, CEP 74610-060
Goiânia – GO.
Telefone: (62)- 3201-8762 ou 3201-8763
Home Page: www.seagro.go.gov.br
Histórico da Inseminação Artificial
A inseminação artificial, segundo a lenda, foi utilizada pela primeira vez no ano de 1332, em eqüinos, pelos árabes. Mas o marco inicial é registrado no ano de 1779, quando o monge italiano de nome Lázaro Spallanzani demonstrou, pela primeira vez, ser possível a fecundação de uma fêmea sem contato com o macho, utilizando o sêmen de um cachorro colhido através de excitação mecânica e aplicou em uma cadela no cio, a qual veio a parir três filhotes.
Em 1949, Poldge, Smith e Parker, pesquisadores ingleses, demonstraram que o espermatozóide podia ser conservado por um longo tempo a baixas temperaturas, permitindo assim a conservação indefinidamente, dando maior difusão à inseminação artificial, favorecendo assim, de maneira decisiva, o incremento da inseminação artificial.
Inseminação Artificial no Brasil e no Mundo
Atualmente vários países inseminam seus rebanhos bovinos em escala bastante elevada. Podemos citar a Dinamarca com praticamente 100% de seu rebanho em regime de inseminação Artificial; A Suécia com 90%; Tchecoslováquia com 85%, os Estados Unidos com 75%. Todavia, a situação do Brasil é um tanto diferente, pois a inseminação artificial atinge somente 7% das fêmeas em condições de reprodução, sendo utilizada pela primeira vez em 1940, adquirindo impulso a partir de 1970, quando nasceram as principais empresas especializadas no ramo.
	
Inseminação Artificial – Definição
É o depósito mecânico do Sêmen no aparelho reprodutor da fêmea, utilizando meios artificiais e visando sua fecundação.
Vantagens da Inseminação Artificial
Várias são as vantagens da Inseminação Artificial:
Melhoramento do rebanho em menor tempo e a um baixo custo, através da utilização de sêmen de reprodutores comprovadamente superiores para produção de leite e carne.
Controle de doenças. Pela monta natural, freqüentemente o touro pode transmitir às vacas algumas doenças e vice-versa, o que pelo processo da inseminação artificial não ocorre.
Permite ao criador cruzar fêmeas zebuínas com touros de raça européias e vice-versa, através da utilização de sêmen desses touros. Sabemos que em muitas regiões de clima quente esses animais dificilmente se adaptam ao sistema de monta natural.
 Evita acidentes que podem ocorrer durante a cobertura de uma vaca por touro muito pesado.
Evita acidentes com pessoal, os quais podem ocorrer quando se trabalha com animais de temperamento agressivo.
Aumenta o número de descendentes de um reprodutor. Sabe-se que um touro cobre a cada ano, a campo, cerca de 30 vacas. Em regime de monta controlada pode servir a um máximo de 100 fêmeas, a cada ano. Isso significa que, considerando ser de 10 anos a vida reprodutiva de um touro, temos um total de 300 a 1000 filhos por animal, durante sua vida. Com a Inseminação Artificial esse número é extraordinariamente aumentado, podendo um reprodutor ter mais de 10.000 filhos. Assim, fica fácil entender como a Inseminação Artificial favorece o melhoramento do rebanho, pois esses touros estão sendo usados em vários rebanhos, no país e mesmo no exterior com grande número de filhos nascidos.
Obtenção de melhores índices de fertilidades.
Aproveitamento de touros férteis incapacitados para a monta.
Proporciona maior uniformidade aos rebanhos.
Proporciona o nascimento dos filhos após a morte do pai, face a possibilidade de congelamento e estocagem do sêmen, garantindo assim a continuidade desses reprodutores.
Requisitos para a prática da Inseminação Artificial:
Manejo da Fazenda
Manejo é um termo amplo e diz respeito a todas as atividades desenvolvidas diariamente com o rebanho.
Assistência Técnica:
Um bom manejo exige a necessidade de uma boa assistência técnica. Muitas fazendas tiveram maus resultados nos trabalhos de inseminação artificial, devido ao não cumprimento dessa exigência. Possíveis falhas que porventura possam vir a ocorrer devem ser corrigidas a tempo, a fim de evitar um prejuízo maior. É importante que as vacas inseminadas sejam examinadas em tempo hábil para o diagnóstico da prenhez. Porém, o valor da assistência técnica está no minucioso exame das fêmeas que não apresentam bom desempenho reprodutivo. Assim, fêmeas paridas com mais de 90 dias sem manifestação de cios, vacas com cios irregulares, vacas com infecção, vacas repetidoras de cio, dentre outras alterações, deverão ser comunicadas ao técnico para providências necessárias. Inseminador e veterinário devem procurar alcançar objetivos comuns. É preciso, pois, que entre eles haja perfeita harmonia e entrosamento, para o sucesso do programa.
Caberá ao técnico em conjunto com o proprietário, o inseminador, o administrador, o capataz e peões envolvidos na fazenda, definir as normas de manejo, nutrição e controle sanitário do rebanho.
Manejo do rebanho:
Para um bom manejo de rebanho na fazenda é importante que os animais sejam separados em lotes de acordo com a idade e condição corporal.
Nutrição:
Boas pastagens com subdivisões, suplementação mineral adequada em cochos cobertos, aguadas de boa qualidade e suplementação na seca (feno, silagem, cana, capim, etc.) assegurem ao rebanho níveis de produção de leite, ganho de peso e fertilidade.
Controle Sanitário:
Outro ponto extremamente importante diz respeito às vacinações para evitar o aparecimento de doenças, assim como o combate aos vermes, bernes, carrapatos, etc. A propriedade deve ter o controle de doenças reprodutivas. Essas medidas deverão ser cuidadosamente seguidas conforme a determinação de médico veterinário.
Outros aspectos de grande importância com respeito ao manejo são:
Vacas bem amojadas deverão permanecer em piquetes – maternidade para acompanhamento do parto.
Bezerro recém-nascido: verificar para que mame o colostro logo após o nascimento; o máximo nas primeiras 6 horas, e proceder o corte e a cura do umbigo.
Secagem das vacas: as vacas leiteiras devem estar secas 60 dias antes da data prevista para o parto.
Novilhas: fornecer boa alimentação às futuras vacas. Somente liberar as novilhas para a reprodução após atingirem um desenvolvimento adequado.
Descanso pós parto: Objetivando uma recuperação do animal em razão do período final da gestação, parto e início da lactação, além de aguardar a completa involução uterina, recomenda-se somente liberar a vaca para a inseminação artificial após decorridos 45-60 dias do parto.
Desmame: em gado de corte, tradicionalmente, recomenda-se que seja feito entre 7 e 8 meses de idade, quando machos e fêmeas deverão ser separados. No entanto, muitos estudos, trabalhos e observações já realizados em vários países, inclusive no Brasil, levam à conclusão de que o sistema tradicional de amamentação provoca a liberação de hormônios que dificulta o aparecimento do cio.
Assim, tanto a introdução de um programa de suplementação dos bezerros ao pé da vaca, como o esquema de aleitamento interrompido ou mesmo a implantação de um programa de desmame precoce, têm trazido inúmeros benefícios à fertilidade do rebanho.
Qualquer dessas medidas, entretanto, depende de condiçõese estruturas adequadas para o perfeito funcionamento. Por isso, a adoção de qualquer uma delas deverá ser detalhadamente discutida e acertado com o técnico que assiste a fazenda.
Instalações para Inseminação Artificial:
Para o bom desempenho dos trabalhos de inseminação, as instalações recomendadas são:
Tronco coberto ou brete;
Cômodo para os materiais de inseminação;
Pia com água corrente.
O tronco deve ser coberto para evitar a luz solar e águas de chuvas, extremamente prejudiciais ao espermatozóide. Uma simples adaptação nas instalações já existentes na maioria das fazendas, atende as exigências.
O cômodo destinado a guardar os materiais de inseminação pode ser um armário de construção simples e econômica, com adaptação da pia.
As vacas leiteiras podem ser facilmente inseminadas dentro do próprio estábulo, desde que o animal fique bem contido durante a inseminação.
Materiais e Equipamentos:
Organização de Fichários:
Todas as vacas deverão ser bem identificadas através de número a fogo, tatuagem, brinco, correntes, etc. Cada animal deverá ter uma ficha onde serão anotadas todas as ocorrências. Essas fichas constituem excelente instrumento de seleção, pois através delas serão identificados facilmente os animais mais produtivos e menos produtivos.
Caberá ao inseminador manter as fichas atualizadas. Nesse manual você encontrará modelos de ficha que poderão ser adotadas em sua propriedade.
FICHA DE CONTROLE REPRODUTIVO DO REBANHO
Fazenda:____________________________________Proprietário:_________________________________
Méd.Vet.Assistente Dr:_____________________________________________________________________
Nome da Vaca/nº_______________________Raça_________________Registro_______
Data de Nascimento_____________________Data do Último Parto_________________
INSEMINAÇÃO
DIAGNÓSTICO
DE GESTAÇÃO
PARIÇÃO
 PESO
OBS.
Data
Touro
Partida
Data
Resulado
Data
Sexo
N°Controle
Ao Nascer
A Desmama
__/__/__
__/___/__
___/___/__
Fig. 1. Frente da ficha individual para o controle das inseminações, diagnósticos de gestação, parições, etc.
CONTROLE GINECOLÓGICO
DATA
_______/______/______
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
OBSERVAÇÕES
Fig.2. Verso da ficha individual para o controle de eventuais problemas ginecológicos.
Anatomia e Fisiologia do Aparelho Reprodutivo da Vaca:
Vulva ou abertura exterior do aparelho reprodutivo. Em sua parte inferior existe uma estrutura chamada clitóris, que equivale ao pênis no macho.
Vagina é um tubo muscular com 20 a 25 centímetros de comprimento, que vai desde a vulva até o colo uterino e que geralmente se encontra bem lubrificado com muco por ocasião do cio. Na vagina encontramos algumas estruturas:
Canal Urinário: Situado na porção inicial da vagina. No momento da inseminação devemos tomar cuidado para que o aplicador não tome erradamente o caminho da bexiga.
Prega Transversal: Situada próximo ao canal urinário e que diminui o diâmetro da vagina.
Colo Uterino ou Cérvix: É sem dúvida a parte mais importante do aparelho reprodutivo. Esta estrutura é a base de todo o trabalho de inseminação artificial e, por isso o inseminador deve conhece-la muito bem. A função do colo é de proteger o útero contra contaminações, produz um tampão mucoso, durante a gestação, ficando totalmente fechado e por ocasião do parto ele se dilata e abre totalmente para a passagem do feto. Ele mede cerca de 10 cm, é constituído por 3 a 5 anéis cartilaginosos formando um canal sinuoso chamado canal cervical. A porção inicial do colo é projetada na vagina, formando um fundo de saco vaginal.
Corpo do Útero, Localizado logo após o colo. Pequena estrutura, tendo em geral cerca de 5 cm de comprimento. É em sua parte inicial, isto é, imediatamente após o fim do colo uterino que o sêmen é depositado na IA.
Cornos Uterinos são resultantes da bifurcação do corpo do útero e se comunicam com a trompa uterina do lado correspondente. É no corno uterino, direito ou esquerdo, que se dá a fixação do óvulo fecundado,chamado ôvo ou zigoto.
Ovidutos e trompas Uterinas: São tubos estreitos, de Diâmetro não maior que o grafite de um lápis. De cada corno uterino sai uma trompa, a qual termina junto ao ovário do mesmo lado. Sua extremidade superior, cujo nome é fimbria, é dilatada em forma de funil para possibilitar a captação do óvulo liberado pelo ovário. É no terço superior do oviduto que o óvulo e o espermatozóide se encontram e onde se da a fecundação.
Ovários são em número de dois e estão ligados às trompas uterinas. Eles produzem os óvulos, os quais, quando fecundados pelos espermatozóides, dão origem ao embrião, ou seja, a um novo bezerro. Os óvulos são produzidos periodicamente pelos ovários e são liberados cerca de 12 horas após o fim de cada cio. É o que se chama de ovulação. Após isto forma-se no ovário uma estrutura chamada corpo amarelo. Se não houver fecundação, este corpo amarelo regride e, o cio se repete num intervalo de 21 dias em média. Se houver fecundação, ele persiste durante a gestação de 5 a 6 meses, impedindo que a fêmea entre em cio naquele período.
Algumas observações sobre o Colo Uterino ou Cérvix:
Existem raças que o colo é menor e mais fino, aumentando o tamanho à medida em que o animal tem partos sucessivos. A correta introdução do aplicador será ensinada durante os treinamentos práticos. Vale a pena lembrar que, ao segurar o colo com a mão esquerda, através do reto, o inseminador deve empurrá-lo para adiante. Assim procedendo, as paredes da vagina serão esticadas, facilitando o trânsito do aplicador através da mesma até a introdução no primeiro anel no colo uterino. Daí em diante o inseminador não pode mais empurrar o aplicador, mas fazer movimentos suaves com a mão esquerda, trazendo o colo para cima do aplicador até o local exato onde o sêmen deve ser lentamente depositado, ou seja, logo após o término do último anel do colo, no início do corpo do útero. Se o inseminador deixar sêmen além desse ponto incorre em dois erros:
 o aplicador introduzido pode provocar lesões na parede do útero;
pode acontecer que o sêmen seja depositado no corno uterino oposto ao ovário onde ocorreu a ovulação, prejudicando o sucesso da inseminação.
Quando o sêmen é depositado no início do corpo do útero haverá sempre espermatozóides em ambas as trompas para a fertilização do óvulo. A passagem do aplicador torna-se fácil por ocasião do cio, pois além de aberto está lubrificado pelo muco, que contribui para o deslizamento do aplicador.
Reconhecimento do Cio:
A observação correta do cio é tarefa de fundamental importância para o inseminador detectar o momento certo para realizar a inseminação.
Muitos dos insucessos em programas de inseminação estão relacionados com falhas e desleixos na observação do cio. De modo geral, recomenda-se de 2 a 3 observações diárias do cio, devendo-se dispensar pelo menos 40 minutos a cada observação, durante os quais o inseminador deverá estar atento ao comportamento do rebanho.
Ciclo Estral da Vaca: É o intervalo que compreende o início do período do cio até o início do próximo. O intervalo médio de repetição do cio na vaca é de 21 dias, podendo variar de 17 a 24 dias. É controlado por hormônios, principalmente ovarianos.
Cio da Vaca: É bom que se esclareça que o cio (vício) é a fase em que a vaca é fértil e aceita espontaneamente o macho. É o período em que ela fica parada, enquanto outro animal salta sobre ela. Vamos ver adiante que ela mostra muitos outros sinais, mas só poderemos afirmar que determinada fêmea está no cio, se ela estiver aceitando ser montada pelo rufião ou companheira. No trabalho de observação do cio nota-se que antes de aceitar a monta, portanto antes do cio, a fêmea mostra sinais facilmente identificáveis pelo inseminador. Esse período que antecede o cio, denomina-se pré-cio, que dura de 4 a10 horas, e os sinais são os seguintes:
Inquietação, nervosismo;
cauda erguida;
vulva inchada e brilhante;
urina constantemente;
muco cristalino, transparente e semelhante a clara do ovo;
monta em outras fêmeas; mas não se deixa montar;
outros sinais como: diminuição do leite, perda de apetite, afastamento do rebanho, etc.
É bom lembrar que no cio o animal apresenta os mesmos sinais do pré-cio com a diferença de que no cio o animal monta e também aceita a monta.Observe que os sinais vão diminuindo em freqüência e em intensidade à medida que se aproxima o final do cio.
No trabalho de observação do cio nota-se que, antes de aceitar a monta, portanto antes do cio, a fêmea mostra sinais facilmente identificáveis.
Na vaca o cio dura de 10 a 18 horas. No final do cio quando a vaca começa a não aceitar a monta do rufião, é momento ideal para que a inseminação seja feita. É quando se tem a maior chance de fecundar a vaca utilizando a inseminação artificial.
	Dadas as dificuldades de se proceder a inseminação no horário ideal (final do cio), recomenda-se um esquema prático, que vem sendo utilizado com bons resultados: 
Vacas observadas em cio pela
manhã (aceitando a monta)
Deverão ser inseminadas 
à tarde do mesmo dia
Vacas observadas em cio à
tarde (aceitando a monta) ======>
Deverão ser inseminadas 
na manhã do dia seguinte bem cedinho
Lembramos que a maioria das vacas entram em cio à noite e de madrugada, sendo observadas em cio pela manhã, o que significa que a maioria das inseminações serão realizadas à tarde.
Cio de Encabelamento:
É um cio falso, que pode ocorrer em algumas vacas, devido a um desequilíbrio hormonal. Geralmente acontece por volta do 5º mês de gestação, época que o bezerro está “encabelando” no útero materno. Não há eliminação de muco, uma vez que o colo está fechado com o “tampão mucoso”. Por essa razão a passagem do aplicador é dificultada e a sensação de “cola” é observada.
O rompimento desse tampão pela passagem do aplicador e perfuração da membrana pode levar o animal a abortar.
Às vezes, são encontradas situações de vacas inseminadas e parindo cerca de 3 a 4 meses após a inseminação. São casos em que realizou-se a inseminação em vaca já prenhe. Por isso as anotações contidas em fichas são importantes no caso de dúvidas.
Cio Silencioso:
É o cio que o animal não apresenta nenhum sinal externo de cio, passando despercebido pelo inseminador. Pode suspeitar de um animal ao examinar sua ficha e constatar repetições de cio a intervalos maiores, porém múltiplos de 21.
Hemorragia de Metaestro:
Pode ocorrer pequeno sangramento 3 a 4 dias após o cio. Não significa sinal de prenhez ou de infecção.
	
O Sêmen e sua Constituição:
Espermatozóide: É um ser vivo que se encontra no sêmen, dotado de movimento próprio e que é responsável pela fecundação do óvulo. Somente pode ser visto por meio de microscópio.
Sêmen: É uma combinação de secreções dos testículos e outras glândulas do aparelho reprodutivo do macho. Como constituinte do sêmen temos os espermatozóides e o líquido seminal.
É fácil compreender que de nada valem um bom manejo e um inseminador competente se o sêmen aplicado não for de boa qualidade fecundante. É fundamental que se conheça bem a empresa onde adquirir o sêmen.
O Sêmen hoje é acondicionado em:
 Palheta fina: embalagem plástica com capacidade para 0,25 cm³ de sêmen.
A identificação adequada da palheta inclui: (a) Código NAAB, (b) nome do touro, (c) número de registro do reprodutor e (d) código da partida. 
Palheta média: São finos canudos de plástico, desenvolvida na França, de tamanho e de forma semelhante aos de uma carga de caneta esferográfica, com capacidade para 0,50 cm³ de sêmen. Essa embalagem é utilizada hoje mundialmente, em função de várias vantagens apresentadas em ralação às demais. Possibilita a identificação do nome, raça do reprodutor e partida do sêmen. Uma das extremidades é fechada de algodão hidrófobo especial e com talco polivinílico que se gelatiniza no momento em que o sêmen é aspirado automaticamente para o interior da embalagem. A outra extremidade é fechada pelo processo de ultra-som (esmagamento por vibrações). Esta embalagem ocupa menos espaço dentro do botijão. A maior vantagem da palheta média é a facilidade de sua utilização, extremamente simplificada em comparação com os outros tipos de embalagem. A assepsia e o aproveitamento da dose no momento da aplicação é total, pois o material fecundante sai direto da embalagem para o aparelho reprodutor da fêmea.
A identificação adequada da palheta inclui: (a) Código NAAB, (b) nome do touro, (c) número de registro do reprodutor e (d) código da partida. 
Inseminação Artificial Passo a Passo (Sequência): 
 
1- Antes de inseminar, verifique na ficha se a vaca está parida há mais de 45 dias, se tem apresentado cios normais. Após esta verificação e já com o animal no tronco, deve-se proceder um exame de muco eliminado através da vulva. O muco normal que reflete um cio de boa qualidade é semelhante à clara de ovo, límpido, transparente, brilhante e de consistência nem rala e nem espessa.
Quando o animal apresenta infecção uterina, acontece o chamado “cio sujo”; o muco ao exame mostra sinais visíveis de infecção, vindo sempre acompanhado de pus ou estrias de sangue. Nessa situação o inseminador não deve inseminar, porque o útero do animal não está em condições de desenvolver uma gestação. Nesse caso o inseminador deve comunicar à assistência técnica.
Às vezes, o muco pode estar acompanhado de um filamento de sangue vermelho vivo. Geralmente devido a uma ruptura de pequeno vaso no clitóris, em razão do edema generalizado que ocorre na faze do cio. Essa hemorragia não traduz nenhuma infecção e o cio pode ser aproveitado para inseminação.
2- Exteriorize a ponta da bainha através de uma pequena abertura no saco plástico do lado da extremidade onde deverá penetrar o aplicador.
3- Prepare o aplicador, verificando a extremidade que será utilizada e retire o êmbolo metálico de seu interior, colocando-o ao lado. Essa atitude evitará que o êmbolo possa empurrar a bucha antecipadamente, fazendo perder parte ou todo o sêmen contido na embalagem.
4- Prepare um cortador de palheta, ou uma lâmina de barbear, ou tesoura e papel toalha ou higiênico. Faça a limpeza do reto da fêmea a ser inseminada, em seguida lave a vulva e enxugue com papel toalha ou papel higiênico .
5- Abra a tampa do botijão e localize o sêmen a ser usado . Retire a caneca contendo o sêmen, até o máximo 7 cm abaixo da boca do botijão. Retire a dose de sêmen com auxílio de uma pinça, não gastando mais que 5 segundos para esta operação.
6- Em seguida mergulhe a palheta com extremidade da bucha voltada para baixo em água a 35ºC por 30 segundos. Sêmen acondicionado em palheta fina: descongelar em água a 35ºC, durante 7 segundos.
7- Enxugue a palheta com papel higiênico e corte com a lâmina em forma de bisel a extremidade oposta à da bucha.
8- Pressione levemente o êmbolo plástico da bainha com uma das mãos e encaixe nele a extremidade cortada da palheta até que esta se firme. Este procedimento evitará que o sêmen possa refluir entre a bainha e a palheta no momento da aplicação.
Introduza o aplicador na bainha, empurrando a palheta até a ponta. Fixe a bainha no aplicador através de pressão do anel plástico.
Encaixe o êmbolo metálico introduzindo-o vagarosamente, até onde está situada a bucha da palheta. Após colocar a luva de inseminação artificial, dirija-se à vaca, com o aplicador devidamente montado, tomando todos os cuidados de higiene.
9- Abra a vulva da vaca e introduza profundamente o aplicador na vagina, levemente inclinado para cima. Com um auxiliar,esta operação será facilitada.
10- Introduza delicadamente a mão esquerda no reto do animal, fixando o colo. Oriente a introdução do aplicador até a entrada da aberturado colo ou cévix. À partir daí, fazer movimentos com a mão que fixa o colo e não com o aparelho, até a completa passagem deste, através do colo.
11- Passando o colo uterino, deposite o sêmen lentamente após o seu último anel, isto é, no início do corpo do útero. “É O ALVO”.
12- Retire o aplicador e o braço e faça uma leve massagem no clitóris da fêmea.
13- Libere a bainha utilizada e anote os dados em ficha própria. Logo após envolva a bainha na luva e jogue-as no lixo. Fazer a limpeza do aplicador universal com álcool após o uso.
Cuidados no Manejo do Botijão:
Botijão:
É um recipiente isotérmico, com super isolamento a vácuo, utilizado para a conservação e transporte de sêmen. Para tanto, deve receber um gás chamado nitrogênio líquido, que conserva as doses de sêmen congeladas a 196º C abaixo de zero, por tempo indeterminado.
O botijão deve ser manipulado com o máximo cuidado, para evitar danos que possam resultar em prejuízos. É interessante a construção de uma caixa de madeira que confere maior proteção contra choque, além de evitar que ele tombe e o nitrogênio seja derramado.
O nitrogênio líquido evapora constantemente, devendo o inseminador estar atento para evitar a perda do sêmen. Para tanto, o inseminador deverá, regularmente, medir o nível de nitrogênio com régua apropriada distribuída pelas empresas de inseminação.
O limite mínimo do nível do nitrogênio para se trabalhar com segurança é de 15cm. Para se tomar essa medida, basta introduzir a régua no centro do botijão,aguardar alguns segundos, retirar e observar uma faixa branca (condensação), que se forma e que corresponde ao nível de nitrogênio no botijão.
A – Tampa protetora
B – Apoio da tampa
C – Estrutura em aluminio
D – Pescoço em isolante
E – Trava da tampa
F – Canecas identificadas
G – Sistema quimico para retenção do vácuo
H – Apoio das canecas
J – Super isolamento a vácuo
Observações Importantes:
Manter o botijão em ambiente ventilado, seco e sem raios solares direto;
Nunca deixar o botijão sem o plug da tampa devidamente colocada;
Nunca vedar a tampa para impedir a evaporação do líquido;
Nunca retirar os canecos vazios;
Medir regularmente o nível de nitrogênio;
Nunca dar batidas ou pancadas no botijão;
Nunca transportar o botijão solto em carrocerias de camionete ou caminhão;
Nunca transportar o botijão dentro de veículos com os vidros totalmente fechados.
Importante !
É bom lembrar que muito próximo à boca do botijão o sêmen estará sujeito a temperaturas que poderá causar danos irreversíveis aos espermatozóides. Por isso é importante que a palheta seja apanhada o mais profundo possível do botijão, com a utilização da pinça.
Inseminador:
Dentro do programa de inseminação artificial, o inseminador constitui-se em peça fundamental. De sua dedicação e condição de trabalho vão depender, em grande parte, os resultados. Para que possa estar em condições de desenvolver com êxito o programa é preciso que o inseminador apresente características básicas:
Interesse:
O inseminador deve ser uma pessoa interessada, responsável, honesto consigo mesmo e com seu empregador, e sobretudo gostar da atividade que está desenvolvendo.
Responsabilidade:
As tarefas de observação de cio, horário de inseminação, cuidados no momento da aplicação do sêmen devem ser observadas com rigor e dedicação.
Preparo:
É fundamental que o inseminador seja bem preparado. Esse é o objetivo do curso de treinamento de inseminadores. Mas, é importante que ao longo do tempo continuem aplicando os conhecimentos adquiridos.
Higiene:
Higiene pessoal do inseminador: Mãos limpas, unhas muito bem aparadas, roupas limpas e se possível a utilização de um avental durante os trabalhos de inseminação.
Higiene com o animal: Boa limpeza do reto e vulva. Lavar com água a vulva da vaca no sentido de cima para baixo, evitando a entrada de água para dentro da vagina. Logo após secar bem com papel higiênico ou papel toalha.
Higiene das instalações: O local da inseminação deverá estar sempre limpo, assim como o cômodo utilizado.
Higiene com o material utilizado: todo o material deverá ser manipulado com muito cuidado, para evitar contaminação durante a inseminação. A embalagem das pipetas e bainhas deve ser cortada num canto, apenas suficiente para retirar uma peça. No caso da bainha para palheta cortar do lado oposto à extremidade que irá penetrar no animal, ou seja do lado da bucha.
Observação importante: A pipeta ou bainha plástica só devem ser retiradas da embalagem no momento da utilização. E daí em diante não encostá-la em roupas, tábuas do curral ou tronco. É importante manter ao lado do tronco um latão de lixo para colocar todo material descartável: luvas, bainhas, pipetas, papel higiênico, etc. 
Dicas importantes:
Para o inseminador:
Trabalhe sempre observando todas os cuidados de higiene aprendidos durante o curso;
seja rigoroso nos horários das observações do cio e das inseminações;
anote sempre todas as ocorrências e dúvidas verificadas em seu trabalho e procure esclarecê-las com o veterinário, por ocasião de sua visita à propriedade;
antes de inseminar, observe a ficha da vaca e não insemine logo após o parto, observe se ela está parida há mais de 45 dias;
examine cuidadosamente o muco uterino antes de inseminar;
nunca deixe faltar sal mineralizado para as vacas, pois isso pode retardar o cio e predispô-las às infecções uterinas e retenção de placenta;
ao manejar o botijão de sêmen, observe atentamente: levantar a caneca no máximo até 5 cm abaixo da boca do botijão. retire rapidamente o sêmen (palheta) com auxílio de uma pinça, não gastando para isso mais que 5 segundos. imediatamente após, mergulhe totalmente a palheta com a extremidade da bucha voltada para baixo, em água a 35º c durante 30 segundos;
antes de introduzir o aplicador na vagina da vaca, lave com água e enxugue a vulva. não permita que a ponta do aplicador toque os lábios da vulva;
faça movimentos suaves com a mão que envolve o colo, até o aplicador ultrapassar todos os anéis da cérvix uterina;
deposite lentamente, o sêmen no início do corpo do útero;
após a inseminação, faça uma massagem no clitóris e anote os dados referentes à inseminação, na ficha da vaca.
Para o criador:
Seja também um inseminador. Para poder exigir é preciso saber fazer;
Acompanhe de perto os trabalhos do inseminador e do técnico. Mostre interesse pelos resultados da inseminação e ofereça prêmio por sua eficiência. Isto serve de estímulo ao inseminador;
É recomendável ter mais de um inseminador na fazenda;
Procure orientação de técnico capacitado para promover o acasalamento das fêmeas com os touros mais indicados.
Conclusões Finais:
Estamos certos de que este Manual do Inseminador irá ajudá-lo na execução de seu trabalho da maneira mais correta possível, bastando seguir as informações básicas contidas nele.
Antes de optar pela Inseminação Artificial o criador deverá conhecer bem todas as condições que deverão ser atendidas.
Todo o êxito de um programa de inseminação artificial depende, na sua essência, da capacitação do técnico inseminador. O perfeito aprendizado é fundamental para se obter os resultados altamente positivos da inseminação artificial.
Desejamos que o programa de inseminação artificial seja bem implantado e conduzido, para que se possa conseguir o máximo de sucesso na criação, além de contribuir para maior difusão do método no Brasil.
Muito Sucesso!
Bibliografia Consultada:
Manual do Inseminador – Associação Brasileira de Inseminação Artificial- ASBIA, 52 pág, 1997.
 Lagoa da Serra Inseminação Artificial, manual de uso, 26 pág.
 Inseminação Artificial – Supervisão de Metodologia – SEAGRO – GO, 15 pág.
FILHO, Antônio Mies, Reprodução dos Animais Domésticos e Inseminação Artificial,Vol. 1 e 2.
Cartilha de InseminaçãoArtificial – SENAR, 32 pág, 2003.
Apostila de Inseminação Artificial - Supervisão de Pecuária – SEAGRO – GO, 30 pág, 2003.

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