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REPARO CICATRICIAL E LESÕES DE TECIDO MOLE Felipe Nicolau da Silva Em todo ato cirúrgico ocorre à perda da integridade do tecido para que o procedimento seja realizado. Então um importante aspecto é saber manejar o tecido para que ocorra a correta cicatrização. Causas do dano: Podem ser de natureza física ou química. A natureza as lesão pode influenciar no prognostico da cicatrização. (Hupp, 2009) Reparação da ferida: Epitelização Habilidade regenerativa geneticamente programada Proliferação → migração → inibição por contato Estágios da Cicatrização das Feridas Processo de reparação tecidual que substitui o tecido lesado por um tecido novo. Três estágios básicos são (1) inflamatório, (2) fibroplástico e (3) remodelação. 1. Estágio Inflamatório Momento em que ocorre a lesão tecidual - 3 a 5 dias. Fases: Vascular – começo da inflamação, vasoconstrição inicial – coagulação sanguínea. A fibrina proveniente do plasma transudado causa obstrução linfática. Celular - ativação do sistema complemento, Adesão de leucócitos polimorfonucleares → migração (diapdese) → neutrófilos liberam o conteúdo de seus lisossomos/ monócitos, macrófagos (corpos estranhos e necróticos). Fase de intervalo - nenhum ganho significativo de resistência (↓ colágeno) / fibrina (↓ resistência à tração) 2. Estágio Fibroblástico Deposição de substância fundamental e tropocolágeno Mucopolissacarídeos atuam cimentando as fibras colágenas entre si Pobre organização do colágeno Resistência da ferida aumenta Dura de 2 a 3 semanas Ao final do estágio fibroplástico, será rígida pela excessiva quantidade de colágeno Eritematosa pelo alto grau de vascularização Capaz de resistir a 70% a 80% da tensão suportada pelo tecido não lesionado 3. Estágio de Remodelação Estágio de remodelação/ maturação da ferida Fibras colágenas previamente depositadas são destruídas conforme são substituídas por novas fibras colágenas Resistência da ferida aumenta lentamente Contração da ferida / benéfico no reparo do ferimento Durante a contração do ferimento as suas margens migram uma em direção à outra Contrações danosas: margens não justapostas/ queimaduras de terceiro grau/ lacerações curvas intensas (grande quantidade de tecido sobre o lado côncavo) SIGNIFICÂNCIA CIRÚRGICA DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS O objetivo do cirurgião em relação à formação da cicatriz não é preveni-la, mas, ao contrário, produzir uma cicatriz que minimize a perda de função e que tenha uma aparência tão discreta quanto possível. Fatores Prejudiciais à Cicatrização das Feridas (1) Corpos estranhos; Tudo que o corpo não reconhecendo como sendo próprio dele Bactérias (proliferação/ infecção), sujeira (abrigo para bactérias) e material de sutura (antigênico/ inflamação crônica) (2) Tecido necrótico, Barreira para o influxo de células reparadoras Estágio inflamatório prolongado Nicho protetor para bactérias (3) Isquemia Provocar a formação de tecido necrótico Diminuir a chegada de anticorpos, leucócitos e antibióticos Chegada de oxigênio e nutrientes Causas: suturas tensionadas ou incorretamente localizadas, retalhos mal planejados, etc e causas sistêmicas. (4) Tensão na ferida Tendência a manter as margens das feridas afastadas Tecido estrangulado produz isquemia Removidas precocemente/ abertura da ferida por tensão Mantidas por um longo período/ tendera a se abrir na fase de modelação/ cicatrizes desfigurantes Cicatrização por Primeira, Segunda e Terceira Intenções Duas maneiras básicas de cicatrização de feridas Primeira intenção: Quando a junção e estabilização das bordas da ferida onde não houve perda de tecido Retoma mesma posição de antes da lesão Formação mínima de cicatriz Margens intimamente aproximadas ↓ reepitelização, ↓ deposição de colágeno, ↓ contração e a remodelação Cicatrização mais rápida ↓ risco de infecção (ex; ferimento suturado cirurgicamente) Segunda intenção: Um espaço é mantido entre as margens de uma incisão ou de uma laceração A perda de tecido impede a aproximação das bordas As feridas são deixadas abertas e se fecharão por meio de contração e epitelização Cicatrização mais demorada Ex; alvéolos após extração, ulceras profundas e grandes lesões avulsiva Terceira intenção Uso de enxertos de tecido para cobrir grandes feridas e reduzir ou eliminar o espaço entre as margens da ferida Cicatrização dos Alvéolos após Extração Cicatrizam por segunda intenção O alvéolo é preenchido por sangue, que se coagula e promove o selamento do alvéolo do meio oral. Primeira semana: o Estagio inflamatório, leucócitos → remoção de dendritos o Fibroplasia → influxo de fibroblastos e capilares o Epitélio migra para o interior do alvéolo → estabelecer contato o Osteoclastos se acumulam ao longo da crista óssea. Segunda semana: o ↑ tecido de granulação preenche o alvéolo o Deposição de osteóide tem início ao longo do osso alveolar que reveste o alvéolo O osso cortical que reveste o alvéolo não é completamente reabsorvido antes de 4 a 6 meses após a extração, o que pode ser radiograficamente reconhecido pela perda de uma lâmina dura claramente observável. Cicatrização Óssea Mesmos eventos que ocorre na cicatrização de tecidos moles o Osteoblastos (reabsorvem osso necrótico) e osteoclastos (depositam osteóide) o Origem: (1) periósteo; (2) endósteo e (3) células mesenquimais pluripotenciais circulantes. o Cicatriza por segunda intenção, fratura com margens livres afastadas / CALO o fibroblastos e os osteoblastos produzem matriz fibrosa → forma um calo circunferencial → calo ossifica-se → deposição de um novo tecido ósseo o Cicatrização óssea por primeira intenção: fratura incompleta/ margens não separadas entre si (galho verde) o Reaproximação com estabilização rígida (redução anatômica da fratura) o Produção de pouco tecido fibroso/ reossificação rápida/ formação mínima de calo o Placas de fixação óssea o Fatores importantes para cicatrização óssea adequada: (1) vascularização e (2) imobilidade Neuropatologia Facial de Origem Traumática Resultado de fraturas faciais Danos mais prevalentes: (1) Nervo alveolar inferior (mentoniano), Fraturas mandibulares (corpo). Procedimentos cirúrgicos pré-protéticos. Cirurgias com osteotomia com clivagem sagital Ressecção mandibular para tratamento de neoplasias orais. Remoção de terceiros molares inferiores impactados. (2) nervo lingual e (3) nervo infraorbitário. Classificação (1) Neuropraxia: menos grave/ contusão de um nervo no qual a manutenção da continuidade da bainha epineural e dos axônios é mantida Infamação ao redor de um nervo ou isquemia Recuperação espontânea completa (dias/semanas) (2) Axonotmese: perda da continuidade dos axônios, mas não da bainha epinelral Trauma contuso grave, esmagamento ou tração extrema. Regeneração axonial (nem sempre ocorre) - 2 e 6 meses (3) Neurotmese: mais grave/ perda completa de continuidade do nervo Rupturas causadas por projéteis ou facas/ secção iatrogênica Prognóstico para recuperação espontânea – reservado Cicatrização do Nervo Degeneração: Desmielinização segmentar, na qual a bainha de mielina desaparece em segmentos isolados do nervo. o ↓ da velocidade de condução o Sintomas: parestesia/ disestesia/ hiperestesia/ hipoestesia Degeneração walleriana, trauma em ramos nervosos o Axônios e a bainha de mielina de um nervo distal - desintegração por completo o Cessa toda a condução nervosa distal ao coto axonal proximal o Nervos periféricos Regeneração: Após a lesão O coto axonal proximal emite um grupo de novas fibras (o cone de crescimento) Novas bainhas de mielina provavelmentese formarão à medida que os axônios aumentarem de diâmetro.
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