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- -1
AUDITORIA HOSPITALAR
CAPÍTULO 2 - QUAL A METODOLOGIA DO 
TRABALHO DE AUDITORIA?
Celi Gonzales
- -2
Introdução
Neste capítulo vamos estudar como se realiza uma auditoria. Muitos conhecem a auditoria apenas pela
inquietação que ela traz previamente à sua realização. Outros conhecem a auditoria apenas pelo impacto que ela
traz após a sua execução. Mas, de fato, o que acontece entre o comunicado de realização de uma auditoria e a sua
conclusão?
O que é necessário para se realizar uma boa auditoria? A auditoria é um processo complexo e precisa ser
planejado corretamente para que sejam obtidos os resultados esperados. Mas, quais são os resultados
esperados? Quem estabelece os objetivos da auditoria?
Ora, todo trabalho em que se espera um resultado satisfatório necessita ter uma metodologia adequada para sua
realização. É necessário escolher as pessoas certas, elaborar cronograma de atividades, analisar o contexto da
instituição, verificar a disponibilização do material e demais recursos necessários, analisar distâncias, situações,
notícias da mídia e tantas outras providências.
Vamos estudar o perfil do auditor, suas habilidades profissionais e comportamentais, o planejamento dos
trabalhos de auditoria, as principais técnicas utilizadas pelos auditores e a apresentação de seus resultados, por
meio de um relatório. É um assunto bastante amplo, desta forma, vamos focar o que é mais usual na auditoria
hospitalar. Acompanhe!
2.1 O perfil do auditor
Vamos descrever o conjunto de características que compõem um bom auditor e entender por que elas são
necessárias para a realização de um bom trabalho de auditoria.
Naturalmente, são competências, habilidades e atitudes aprendidas ao longo do tempo, por meio de cursos,
estudos, experiência adquirida por meio de trabalhos realizados, enfim, das mais diversas formas.
É importante ressaltar que o que faz um bom auditor, não é apenas o conhecimento técnico do trabalho, mas
também suas atitudes comportamentais, como estudaremos a seguir.
2.1.1 Princípios profissionais
O auditor deve ter conhecimentos técnicos suficientes para a realização da sua tarefa. Deve ser um estudioso, de
forma que sempre busque atualização e aprimoramento em suas atividades, das mais variadas formas: cursos,
livros, congressos, portais especializados, artigos acadêmicos, discussões produtivas com colegas de profissão
etc. São muitas as formas de se obter conhecimento e atualização.
Naturalmente, um profissional nunca vai possuir todo o conhecimento sobre variados assuntos tratados em uma
VOCÊ SABIA?
Todos têm o direito de receber dos órgãos públicos informações de interesse particular. A Lei
n. 12.527 (BRASIL, 2011) regula o acesso às Informações. A partir dessa lei, o acesso é a regra e
o sigilo a exceção, portanto, ela tornou mais fácil a obtenção de dados e informações dos
órgãos públicos. Acesse o portal do Governo Federal e saiba mais em: <http://www.
>.acessoainformacao.gov.br/central-de-conteudo/infograficos/arquivos/entenda-a-lai/
- -3
Naturalmente, um profissional nunca vai possuir todo o conhecimento sobre variados assuntos tratados em uma
auditoria. Por isso, é importante que ele saiba trabalhar em equipe, complementando com o colega aquilo que
falta em seu conhecimento. “Os membros da equipe de auditoria devem possuir, coletivamente, o conhecimento,
as habilidades e a competência necessários para concluir com êxito a auditoria” (INTERLOCUS, 2017, p. 34).
Também é importante ter espírito investigativo para pesquisar e descobrir aquilo que se desconhece. É preciso
conhecer as fontes corretas onde buscar informações confiáveis. Além das técnicas de realização de auditoria,
deve estudar profundamente a atividade que vai auditar, neste caso, a área hospitalar, seu funcionamento,
regulamentações, especificidades, etc. Há hospitais em locais onde a mão de obra é escassa que mantém escolas
justamente com o objetivo de capacitar pessoal (SALU, 2013).
Figura 1 - O auditor deve procurar incessantemente pelo conhecimento, de inúmeras formas.
Fonte: sheff, Shutterstock, 2018.
E, mais importante, o auditor deve conseguir aplicar todo esse conhecimento no momento adequado, em
conjunto com os demais membros da equipe, a fim de realizar um bom trabalho de auditoria.
2.1.2 Princípios éticos
Dentro dos princípios éticos, há uma série extensa de comportamentos que podemos explorar no nosso
aprendizado. Primeiro, vamos buscar um conceito para a palavra ética. A palavra ética é derivada da língua grega
e significa aquilo, ou algo, que pertence aos valores e comportamentos do indivíduo (AULETE, 2018). Então,
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e significa aquilo, ou algo, que pertence aos valores e comportamentos do indivíduo (AULETE, 2018). Então,
quando falamos em princípios éticos, estamos nos referindo às condutas do profissional, que são consequências
de seu caráter.
Ora, então vamos falar das características do caráter do auditor que vão influenciar muito na execução e
resultado da auditoria. Ressalte-se aqui que o auditor recebe, algumas vezes, pressões das mais variadas formas,
de pessoas que tentam influenciar no resultado de seu trabalho. Claro, ele deve sempre agir com integridade.
Veja na tabela abaixo:
Quadro 1 - Algumas das principais características de comportamento de um bom auditor.
Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de INTERLOCUS, 2017; BRASIL, 2017.
Outro aspecto importante é que o auditor seja cauteloso ao se comunicar, pois aquilo que o auditor fala ou
escreve causa grande impacto no auditado.
Confira, no vídeo a seguir, um exemplo prático no qual um auditor teve um comportamento inadequado. Isso
trouxe prejuízos à equipe e causou uma repreensão por parte do seu superior.
https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
VOCÊ QUER LER?
Para conhecer mais sobre “integridade nas empresas”, visite o endereço <http://www.cgu.gov.
> que traz leituras sobre temas como nepotismo, conflito debr/assuntos/etica-e-integridade
interesses, corrupção, legislações correlatas etc. O objetivo é estimular a integridade no serviço
público e privado.
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https://cdnapisec.kaltura.com/p/1972831/sp/197283100/embedIframeJs/uiconf_id/30443981/partner_id
/1972831?iframeembed=true&playerId=kaltura_player_1547278700&entry_id=1_0kgwvb86
É importante destacar ainda que o auditor, além de ter essas características, deve demonstrá-las no
desenvolvimento dos seus trabalhos, fazendo da sua forma de agir um testemunho em favor da credibilidade da
auditoria. Ou seja, não basta ser, é necessário transparecer essas características.
2.1.3 Experiência
Em relação à experiência do auditor, podemos dizer que ela acrescenta maturidade à realização do trabalho e
possibilita desenvolver as atividades com pertinência e agilidade. A experiência também permite administrar
situações inesperadas que podem ocorrer no desenvolvimento da auditoria com desenvoltura.
Quando falamos em experiência consideramos todos os trabalhos de auditoria dos quais o profissional tenha
participado. Mas isso envolve mais ainda: os trabalhos anteriores em outras empresas públicas ou privadas, na
função de auditor ou não, cargos de chefia exercidos, a apresentação de trabalhos acadêmicos, aulas ministradas,
todo esse conhecimento é computado na qualificação de um auditor experiente.
Uma das áreas de conhecimentos indispensáveis é a financeira, pois ela envolve todas as operações de uma
instituição. De nada adiantaria o hospital prestar um ótimo serviço se seu custo fosse impagável e o acesso a seu
serviço fosse inatingível.
É importante também a experiência de trabalho na área auditada, mesmo que em outras empresas ou hospitais,
exercendo outras atividades. Especificamente com relação aos hospitais, é necessário conhecimento sobre a
estrutura, como os serviços funcionam e interagem entre si, informações sobre as áreas administrativas, deapoio e de assistência. Ou seja, é preciso que o auditor tenha uma visão macro do hospital, inclusive com relação
ao meio no qual ele está inserido.
VOCÊ O CONHECE?
Frei Luca Pacioli nasceu na Itália, foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões.
É considerado o pai da Contabilidade. A formalização da Contabilidade ocorreu na Itália, pois
foi neste país que se instaurou a mercantilização, sendo as cidades italianas os principais
interpostos do comércio mundial, além de ter as principais tipografias da época. O
conhecimento de contabilidade é sempre muito importante na execução de auditorias
(HANSEN, 2001).
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Quando falamos em Auditoria de Qualidade em hospitais, torna-se imperativo conhecer o Programa de
Qualidade do qual o hospital está participando. É costume ter à mão um roteiro elaborado para a auditoria de
programas de qualidade em hospitais. Muitos têm regras e critérios próprios, portanto, torna-se necessária a
observação exata do que o critério auditado pede.
Embora as regras e critérios sejam diferentes para cada programa, a realização de constantes auditorias é
rotineira, como no caso citado acima. Por fim, o auditor deve ser um conhecedor dos processos de auditoria e
dos processos relativos aos serviços que está auditando.
Além disso, é preciso que ele características pessoais que vão facilitar o seu trabalho e garantir a obtenção de
bons resultados na atividade. Muitas vezes, esse perfil é aproveitado nos hospitais para o desenvolvimento de
atividades de educação, como cursos, treinamentos, palestras, transformando as auditorias em ações educativas,
visando tanto a correção das não conformidades encontradas como a prevenção de novos erros e falhas.
2.2 O planejamento da auditoria
A fim de que a auditoria atinja seus objetivos, esta atividade deve ter um planejamento minucioso e realista. Para
garantir a execução do trabalho com tranquilidade, o planejamento também deve propiciar que os resultados da
auditoria sejam traduzidos em soluções e recomendações pertinentes para a solução dos problemas encontrados
no decorrer da auditoria na empresa ou no hospital (LUONGO, 2011).
As recomendações que serão feitas deverão ser baseadas em critérios objetivos, tais como legislação,
regulamentos, regimentos, normas e padrões relativos ao objeto da auditoria (INTERLOCUS, 2017). Por isso,
deve ser utilizada como base uma legislação atualizada e dirigida para aquela determinada situação.
O auditor não determina como deverá ser feita a correção de um problema encontrado, mas recomenda aos
gestores da instituição propostas para corrigir as não conformidades. Ou seja, auditor não exige, sugere e
convence.
CASO
Em geral, os hospitais que se afiliam a um Programa de Qualidade passam por diversas
auditorias a fim de atender aos critérios determinados e atingir o nível de qualidade esperado.
Quando isto ocorre, é atribuído ao hospital um selo, ou um título, que ratifica que aquela
instituição atingiu o nível de qualidade desejado pelo programa. Esse selo é uma grande
conquista e costuma ser bem divulgado. Veja, por exemplo, o caso do Hospital São Luís, que
recebeu o selo da l (JCI), uma importante certificadora. AoJoint Commission Internationa
receber a certificação o hospital divulgou que: “A unidade Itaim do Hospital e Maternidade São
Luiz foi acreditada pela (JCI), uma das certificações maisJoint Commission International
importantes do mundo”. Para conseguir a acreditação, o Hospital passou por um processo de
preparação, que durou cerca de três anos. Nesse período de preparação foram realizadas
diversas auditorias simuladas de caráter educativo. Leia mais sobre o tema em: <http://www.
saoluiz.com.br/sobre_o_sao_luiz/paginas/Noticias/materia/14-10-23
>./Itaim_conquista_selo_da_JCI.aspx
- -7
Figura 2 - Todo o planejamento da auditoria deve ser focado nos resultados que se deseja obter.
Fonte: garagestock, Shutterstock, 2018.
No momento do planejamento da atividade é necessário pensar e decidir sobre vários aspectos: a equipe que
realizará o trabalho, os prazos para execução de cada etapa, os recursos logísticos necessários, os custos da
auditoria, o ambiente no qual a instituição está inserida, legislação pertinente, etc.
2.2.1 Solicitação da auditoria
Um dos itens mais importantes nesta fase é a análise de quem é o solicitante da auditoria. Quem está
demandando esta ação? No caso de uma auditoria externa, possivelmente pode ter sido solicitada por um órgão
regulamentador ou mesmo por uma determinada legislação, que exige a sua execução periodicamente.
Se for uma auditoria interna, provavelmente terá sido solicitada pela alta administração da empresa ou do
hospital. No caso de uma auditoria de qualidade, pode ter sido solicitada pela Comissão Interna de Auditoria do
hospital ou pelo próprio programa de qualidade, ao qual o hospital está afiliado. As auditorias de qualidade nos
hospitais normalmente têm um objetivo mais especifico: a acreditação ou certificação do hospital naquele nível
de qualidade.
Vamos aproveitar para diferenciar certificação de acreditação, termos estes que muitas vezes causam confusão
entre alunos e mesmo entre profissionais da área. Clique nas abas a seguir para acompanhar.
Certificação
A certificação é concedida pela (ISSO) ou OrganizaçãoInternational Organization for Standardization
Internacional de Normatização e garante que todos os procedimentos daquele hospital ou daquele
departamento do hospital estejam padronizados. Com a padronização dos processos, todos os produtos ou
serviços deverão ter qualidade idêntica.
Acreditação
Pode ser concedida por diversas instituições acreditadoras. Avalia tanto os profissionais como a própria
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Pode ser concedida por diversas instituições acreditadoras. Avalia tanto os profissionais como a própria
organização, aplicando normas iguais, garantindo que todas as organizações da mesma categoria tenham o
mesmo nível de qualidade. Não se avalia um setor ou seção do hospital isoladamente, mas sim todos juntos. O
propósito deste enfoque é ratificar o quanto todos os setores do hospital são interligados, já que um sempre vai
interferir no resultado do outro. Vale aqui o dito popular “uma corrente é tão forte quanto o seu elo mais fraco”.
Quanto à qualidade, podemos dizer que um serviço de saúde tem um bom nível de qualidade quando seus
serviços são prestados em conformidade com ótimos critérios pré-estabelecidos (MENDES, 2011).
O importante é ter em mente que solicitantes diferentes podem ter objetivos diversos e exigir métodos e
respostas diferentes. Cabe à equipe entender o que está sendo solicitado na auditoria, quais são as questões que
se espera que sejam respondidas e quais as dúvidas que devem ser esclarecidas com muita atenção e cuidado.
2.2.2 Fase analítica
Uma vez que foi compreendido quem é o solicitante e quais são as questões para as quais se buscam respostas,
define-se os próximos passos da atividade. Estuda-se o ambiente no qual a instituição está inserida, recursos
existentes e transferidos, dados do município, notícias de imprensa, informações contidas em sistemas públicos,
denúncias, auditorias anteriores, etc.
E quais são as questões da auditoria? As questões são aquelas que trarão respostas para aquilo que o solicitante
precisa saber. Após o estudo de todo o contexto externo, no qual o hospital está inserido, e da sua estrutura
interna, é possível delinear o trabalho que será feito.
Nesta fase são definidos alguns tópicos, que você conhece clicando a seguir.
1
Qual a equipe de auditores que detém conhecimento específico para aquele trabalho.
2
Quem será o coordenador da equipe, quais os métodos e procedimentos que deverão ser utilizados na auditoria.
3
Quais os critérios que serão utilizados para análise.
4
Quais informações serão coletadas. 
5
Quais técnicas serão utilizadas.
6
Quais papéis de trabalho serão elaborados.
7
Onde e como serão coletadasas informações.
Enfim, todos os detalhes da atividade são planejados.
A fase analítica é muito importante e procura antecipar tudo o que irá ocorrer no desenvolvimento da auditoria
VOCÊ SABIA?
O Fundo Nacional de Saúde (FNS) é um fundo especial, ele é o gestor financeiro de todos os
recursos destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio dele os recursos federais
destinados à Saúde são transferidos aos municípios do Brasil todo. Você pode pesquisar os
valores que foram repassados a qualquer município, em um determinado período, e ajudar a
fiscalizar o setor. Leia mais em: < >.https://consultafns.saude.gov.br/#/detalhada
- -9
A fase analítica é muito importante e procura antecipar tudo o que irá ocorrer no desenvolvimento da auditoria
no momento da sua execução. Assim, antecipa possíveis riscos e minimiza erros e resultados indesejados.
2.2.3 Coleta das informações
Uma vez definidas quais serão as perguntas que devem ser respondidas para se atender ao solicitante da
auditoria, estabelece-se quais informações são necessárias para se chegar a essas respostas.
Neste momento se define o escopo da auditoria. O escopo é o foco, o alvo. Por exemplo: o período que será
auditado, quais unidades serão visitadas, etc. A auditoria tem que ter o tamanho certo para atender ao
solicitante, não pode ser menor, nem maior. Se for menor, não alcançará as respostas que busca, se for maior, irá
mobilizar tempo e recursos além do necessário.
Sabendo quais informações serão requeridas ao auditado ou sobre ele, resta definir como elas serão coletadas.
Muitas vezes a mesma informação é coletada em duas fontes diferentes, por exemplo, o saldo de uma conta
corrente pode ser encontrado em relatórios contábeis e também em extratos bancários, para fins de comparação
de valores.
Diversas são as fontes de informações em uma auditoria: documentos, pessoas, Organizações Não
Governamentais (ONGs), imprensa, sites relacionados, sistemas de informação, órgãos oficiais, etc.
(INTERLOCUS, 2017).
Assim, definidas quais informações serão necessárias, falta estabelecer como serão coletadas. Os métodos
utilizados para obter essas informações são chamados de técnicas de auditoria. Nesta fase da auditoria também
são elaborados os papéis de trabalho: planilhas a serem preenchidas, questões de entrevistas a serem
respondidas, que serão utilizados, etc. Esses são os papéis que vão documentar e organizar a análisechecklist 
das informações ou mesmo a sua coleta. Conheça exemplos clicando nas abas a seguir:
• 
Entrevistas e perguntas que serão realizadas.
• 
Itens dos contratos que serão analisados.
• 
Formulários de inspeção física que serão preenchidos; etc.
Os papéis de trabalho devem ser elaborados e organizados de tal forma que outros auditores, que não
participaram da auditoria, consigam entender as informações e o processo.
2.3 Técnicas de auditoria
As técnicas que serão utilizadas na realização da auditoria dependerão das informações requeridas, das fontes
onde serão encontradas, dos métodos que serão utilizados. Todos esses aspectos devem ser definidos na fase
analítica da auditoria, na fase de planejamento, antes da execução em campo propriamente dita.
O conhecimento e a experiência dos auditores da equipe serão fundamentais para a definição das técnicas
escolhidas. Outros fatores também são importantes, como tempo e recursos disponíveis, situação do auditado,
etc.
•
•
•
- -10
Figura 3 - O trabalho realizado em equipe é muito importante, pois uma auditoria hospitalar pode exigir 
conhecimentos especializados em diversas áreas de formação.
Fonte: Pressmaster, Shutterstock, 2018.
Vamos estudar mais profundamente dois desses métodos que são os mais utilizados: Requisição de documentos
e Extração de dados. Em seguida veremos um resumo de outras técnicas.
2.3.1 Requisição de documentos
Requisição de documentos é uma das principais técnicas utilizadas. É a solicitação ao auditado de diversos
documentos necessários para análise a fim de se obter as respostas desejadas.
Em um documento formal, um comunicado de auditoria, o coordenador da equipe informa ao auditado dados
básicos da auditoria que será realizada, tais como data, nome dos participantes da equipe, objetivo da auditoria e
solicita claramente quais documentos requer para análise.
Naturalmente, os documentos solicitados irão variar de acordo com o objetivo da auditoria, mas como exemplos
de documentos solicitados em uma auditoria hospitalar, podemos citar:
• estatuto (ou contrato social) e regulamento do hospital;
• organograma;
• folha de salários de pessoal;
• balanços e balancetes contábeis;
• composição da direção da instituição (com cargos, nomes e formação);
• plantas físicas;
• dados estatísticos e indicadores hospitalares;
• atas de reuniões das comissões existentes;
• relação do corpo clínico;
• inventário patrimonial;
• contratos diversos, como de manutenção preventiva e corretiva dos principais equipamentos ou 
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
- -11
• contratos diversos, como de manutenção preventiva e corretiva dos principais equipamentos ou 
contratos de aquisição de produtos e serviços;
• processos licitatórios ou procedimentos de compras;
• alvarás de funcionamento etc.
Nessa forma de coleta de informações, todos os documentos recebidos devem ser rigorosamente checados com a
solicitação anteriormente feita a fim de verificar se estão de acordo com o solicitado. Também é preciso estar
atendo à sua autenticidade e validade, assim como também deve ser observado se contém data, assinatura e
identificação de quem os emitiu.
•
•
•
- -12
Figura 4 - Geralmente em uma auditoria muitos documentos são solicitados e precisam ser detalhadamente 
analisados.
Fonte: Chatchai Kritsetsakul, Shutterstock, 2018.
Após o recebimento, a análise dessa documentação será feita pela equipe de auditoria, buscando-se evidências
para as constatações que irão compor o relatório. Caso necessário, esses documentos serão guardados e
intitulados como papéis de trabalho.
Dentre os documentos solicitados, que citamos acima como exemplos, alguns merecem destaque especial: o
Estatuto Social ou Contrato social é o documento que institui a mantenedora do hospital como pessoa jurídica. É
a “certidão de nascimento” da instituição. A existência da entidade começa com o registro do estatuto ou
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a “certidão de nascimento” da instituição. A existência da entidade começa com o registro do estatuto ou
contrato social.
O texto legal de criação de um hospital governamental é a sua lei de criação. Tratando-se, porém, de hospital não
governamental, sua criação pode estar prevista:
a) especificamente no Estatuto do mesmo ou da instituição ou associação que o mantém, para hospitais não
lucrativos; ou
b) no Contrato Social, para os hospitais privados lucrativos.
O Estatuto/Contrato Social é normalmente composto por estes capítulos: 
• Denominação - Sede – Duração – Finalidades;
• Quadro Associativo;
• Administração;
• Disposições Gerais.
Por meio deste documento, o auditor saberá a tipologia do hospital que ele está auditando. Algumas vezes, as
aparências enganam e um hospital que parece público pode ser particular ou vice-versa. Quanto às regras, a
legislação que disciplina o funcionamento de um ou de outro são diferentes.
É importante conhecer o Regulamento: é o texto que, contendo regras destinadas a esclarecer ou completar os
dispositivos de uma lei (ou estatuto ou contrato social), facilita a sua execução. É um documento estável que
contém normas ou explicações para o funcionamento do hospital e que devem ser obrigatoriamente observadas.
Qualquer parte do regulamento só pode ser alterada após aprovação do Conselho ou Mesa Diretora da
autoridade que o promulgou. Assim sendo, seus termos devem ser genéricos, a fim de não travar o
funcionamento do hospital, deixando-se os detalhes das disposições,para instruções ou para as ordens de
serviço.
O conteúdo do regulamento varia muito, mas em geral contém:
• Entidade Mantenedora;
• Finalidades;
• Manutenção;
• Organização do Hospital;
• Funções das Unidades;
• Atribuições dos ocupantes dos cargos;
• Recursos Humanos;
• Assistência;
• Disposições Gerais.
Por meio deste documento, o auditor entenderá a estrutura e funcionamento do hospital auditado e a origem das
verbas que o sustentam.
Também é importante conhecer o organograma da organização. O organograma é a representação gráfica da
organização que existe no hospital. Permite ao auditor a visualização do conjunto dos setores do hospital, sua
distribuição, linhas de comando, níveis de hierarquia, amplitude de comando, etc. O organograma facilitará
muito o trabalho do auditor e seu relacionamento com as pessoas da organização.
Entre outros documentos que podem ser solicitados estão as atas de reuniões das comissões existentes: elas são
solicitadas com a finalidade de comprovar se as comissões existentes são atuantes, se se reúnem com
regularidade, discutem assuntos pertinentes e, quando necessário, deliberam. Nos hospitais encontramos muitas
comissões, algumas obrigatórias, outras não. Por exemplo: Comissão de Controle de Infecções Hospitalares, de
Óbitos, de Revisão de Prontuários, de Padronização de Materiais e Medicamentos, de Ética Médica, de Segurança,
de Transplantes, etc.
Outro ponto que deve ser verificado são os indicadores hospitalares. Em uma auditoria hospitalar eles são muito
utilizados para avaliar a qualidade dos serviços prestados pela instituição. Segundo o Programa Compromisso
com a Qualidade Hospitalar (CQH) (2009), indicadores constituem a representação quantificada da qualidade de
um produto ou serviço. Como exemplos de indicadores podemos citar indicadores ligados à estrutura, aos
processos e aos resultados.
Conheça exemplos clicando a seguir.
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
- -14
Conheça exemplos clicando a seguir.
•
Indicadores de estrutura
Relacionados aos investimentos e/ou provimento de recursos necessários para o hospital, tais
como a porcentagem de médicos com título de especialistas, relação entre o número de
enfermeiros e número de leitos hospitalares, relação entre número de pessoal e número de leitos,
etc.
•
Indicadores de processo
Relacionados à otimização e/ou racionalidade na realização das atividades. Demonstram o
conhecimento daqueles que realizam as ações, tais como taxa de ocupação hospitalar, tempo
médio de permanência, taxa de cirurgias suspensas, índice de exames laboratoriais por paciente-
dia, taxa de acidentes de trabalho, etc.
•
Indicadores de resultados
Relaciona os objetivos e as metas propostas e compara-os aos resultados atingidos. Algumas vezes
inclui a estrutura e o processo. Em resumo, estão relacionados à gestão, tais como taxa de
absenteísmo, taxa de mortalidade, taxa de cesáreas, taxa de rotatividade, etc.
Importante ressaltar que, para uma análise consistente, é necessária a construção de uma série histórica dos
indicadores. Mais importante do que o número em si é a tendência para a qual o mesmo aponta. Ou seja, naquela
velha metáfora do copo com água pela metade, não importa necessariamente saber se o copo está meio cheio ou
meio vazio, mas sim se ele está enchendo ou esvaziando. Por isso, para uma análise de tendência são necessários,
pelo menos, a apresentação de 3 resultados consecutivos dos indicadores solicitados (CQH, 2009).
Além de analisar a tendência do indicador no tempo, é importante analisá-lo comparativamente com um
parâmetro escolhido. O parâmetro escolhido para comparação pode ser um dado de literatura, uma meta
estipulada ou um resultado de benckmarking.
Benchmarking é um termo que significa buscar os melhores resultados em outras empresas concorrentes, mais
fortes e líderes no mercado, com atividades ou processos similares. Significa conhecer e estudar os processos e
resultados dos melhores na área para aprender, e seguindo as melhores práticas, superar seus próprios
resultados. É um processo positivo (CQH, 2009).
2.3.2 Extração de dados
Nesta técnica, os dados são extraídos de sistemas de informática e analisados em planilhas eletrônicas. Diversos
são os sistemas que podem ser utilizados: sistemas do próprio auditado, sistemas de órgãos governamentais,
sistemas de uso público, etc. Conheça alguns exemplos que podemos consultar em uma auditoria hospitalar
clicando a seguir.
CNES
É o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, traz toda a estrutura física e funcional dos
estabelecimentos de serviços de saúde localizados em todo o território nacional. É um cadastro que dá
visibilidade, a todos os interessados, sobre os estabelecimentos de saúde do país, sejam públicos, privados,
•
•
•
- -15
visibilidade, a todos os interessados, sobre os estabelecimentos de saúde do país, sejam públicos, privados,
conveniados, pessoa física ou jurídica, bem como sua capacidade instalada (leitos, equipamentos, pessoal,
estrutura, etc).
SIOPS
Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde. É um instrumento que permite o
acompanhamento da aplicação mínima de recursos em ações e serviços públicos de saúde.
TABNET
Sistema que permite elaborar relatórios diversos contendo informações em saúde.
FNS
Fundo Nacional de Saúde. Informa os repasses de verbas federais destinadas à saúde para os municípios.
SARGSUS
Sistema de Apoio à Construção do Relatório de Gestão. Neste sistema, além do Relatório de Gestão, encontramos
o Plano Municipal de Saúde e a Programação Anual de Saúde.
Considere sempre que as auditorias devem ser realizadas de forma prática, objetiva, segura e ocupar o menor
tempo e o menor custo possível.
Assim, se necessário, o auditor pode usar técnicas de amostragem que possam lhe dar soluções confiáveis no
menor tempo e custo possível, com a menor margem de risco ou erro. A amostragem pode ser estatística ou não
estatística. Na amostragem não estatística o auditor usa critérios subjetivos, de acordo com a importância dada
pelo seu julgamento. Já, na amostragem estatística ele usa modelos estatísticos para selecionar a amostra.
A técnica de auditoria por amostragem é muito utilizada para a análise de dados quantitativos, normalmente em
grandes quantidades. No entanto, tem vantagens e desvantagens, tais como:
a-Vantagens:
• menor tempo de auditoria;
• menor custo na realização da auditoria;
VOCÊ QUER LER?
Uma boa forma de acesso aos variados sistemas citados é portal do DATASUS. Este endereço
contém para vários sistemas de saúde, como o CNES, o SIOPS, o SARGSUS, entre outros, links
que permitem obter uma infinidade de dados e informações. Confira em: <http://datasus.
>.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos
VOCÊ QUER VER?
As auditorias podem envolver muitos dados numéricos difíceis de trabalhar. A critério dos
auditores, há trabalhos que são feitos com dados amostrais, pois a totalidade de dados pode
tornar o trabalho difícil e até mesmo inviável. Você quer conhecer um pouco mais sobre
amostragem? Acesse o vídeo do Tribunal de Contas da União (TCU) (RIBEIRO, s.d.), no
endereço: <https://portal.tcu.gov.br/imprensa/tv-tcu/amostragem-estatistica-para-testes-de-
>.controle.htm
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• menor custo na realização da auditoria;
• respostas mais rápidas ao solicitante e ao auditado;
• análises mais acuradas, em razão do menor número de itens.
b-Desvantagens:
• aumento do risco de erros;
• escolha de amostra inadequada;
• estimativas incorretas.
Portanto, cabe analisar se a auditoria por amostragem é viável considerando cada caso específico.
2.3.3 Outras técnicas
Outras técnicas de coleta de informações são utilizadas na realização da auditoria, tais como a observação direta,
entrevista e grupo focal. No quadro abaixo foram descritas várias destas técnicas:
Quadro 2 - Algumas das principais técnicasde coleta de informações em auditoria.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em INTERLOCUS, 2017.
A escolha correta das técnicas de coleta de informações que serão utilizadas na auditoria é fundamental para o
sucesso do trabalho. Uma técnica escolhida de forma incorreta pode atrapalhar a obtenção dos resultados
necessários.
Também é necessário utilizar a técnica corretamente. Por exemplo, uma entrevista mal feita, com perguntas mal
formuladas, poderá resultar em informações e conclusões ambíguas ou mesmo incorretas.
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2.4 Relatório de auditoria
O relatório é a forma da equipe apresentar o resultado do trabalho de auditoria aos solicitantes. É o produto final
da auditoria. “Visa dar conhecimento do resultado da auditoria ao demandante, ao órgão/instituição auditada e
ao público.” (INTERLOCUS, 2017, p. 26).
Existem diversas formas de escrever um relatório de auditoria, dependendo dos objetivos da atividade, o tipo de
auditoria que foi realizada, a instituição que a realizou, o solicitante da atividade, etc. Os auditores devem levar
em consideração essas diferenças ao relatar seu trabalho. No entanto, alguns aspectos são imprescindíveis.
Precisam ser observados para que o relatório seja claro, preciso, coerente, tempestivo e sirva à sua destinação,
ou seja, responda às questões da auditoria.
Figura 5 - Os relatórios da auditoria também podem ser utilizados como instrumentos de gestão em diversas 
organizações.
Fonte: tsyhun, Shutterstock, 2018.
Vamos estudar algumas características deste relatório, tão específico, a seguir.
2.4.1 Estrutura do Relatório
Um relatório minimamente organizado apresenta os tópicos: introdução, metodologia, desenvolvimento e
conclusão. Com o relatório de auditoria não é muito diferente, mas há algumas particularidades.
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A estrutura do relatório deve conter, além dos itens citados acima, os dados básicos da auditoria, como a
identificação dos dirigentes da instituição, as constatações encontradas e as evidências que as fundamentam,
bem como recomendações para corrigir as não conformidades que foram encontradas. As não conformidades
devem ser atribuídas aos respectivos responsáveis.
Os relatórios também podem conter anexos e adendos, como fotos, planilhas, e declarações. Ou seja, tudo o que
for necessário para a sua correta interpretação por parte dos leitores.
A elaboração do relatório de auditoria (BRASIL, 2011) envolve muitas escolhas: o desenvolvimento do texto, a
organização dos papéis de trabalho, o destaque que será dado a cada um dos achados de auditoria e –
principalmente – o que será informado, analisado, argumentado e proposto em cada seção do texto. A qualidade
do relatório poderá influenciar na decisão do gestor para cumprir as recomendações ali propostas.
É importante ressaltar que, em algumas auditorias, é primeiramente elaborado um relatório preliminar, que é
enviado para o auditado para que o mesmo tenha a oportunidade de justificar as não conformidades
encontradas. Só depois é elaborado o relatório final, já contendo as justificativas do auditado, a análise e
acatamento das mesmas por parte dos auditores.
É importante destacar que após a elaboração do relatório ele deve ser sistematicamente revisado antes de ser
entregue.
2.4.2 Constatações e evidências
Constatar algo é comprovar. E comprovar é apresentar evidências sobre determinado fato. Um relatório de
auditoria tem na sua essência constatações e evidências. Ou seja, os fatos que foram comprovados, como foram
comprovados, quais as suas evidências.
VOCÊ QUER LER?
Você quer conhecer como é um relatório de auditoria pronto? No portal do Departamento
Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS) você pode acessar todos os relatórios de auditorias
que foram publicados pelo órgão, realizados na área da saúde, inclusive em hospitais. Pesquise
por data e Estado/município no endereço: <http://consultaauditoria.saude.gov.br/visao/pages
>./principal.html?1
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Figura 6 - Em uma auditoria todos os fatos relatados devem ser devidamente comprovados.
Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2018.
As constatações podem ser positivas ou negativas se comparadas com o critério escolhido para ser utilizado na
auditoria, por exemplo: legislações, regulamentos, estatutos, etc.
Exemplos de constatações:
• Indisponibilidade de transporte para o desenvolvimento das atividades externas.
• Atraso no cronograma da execução das obras da UPA 24h no Município ABC.
E como são conseguidas as evidências? Por meio das informações coletadas com as técnicas explicadas
anteriormente.
As evidências podem ser de três tipos. Conheça-os clicando nas abas a seguir.
Documental
Consiste em registros, contratos, relatórios, memorandos, cartas, notas fiscais, recibos, etc.
Analítica
Análises, conferências e cálculos.
Testemunhal
Consiste em informações apropriadas de pessoas que tenham conhecimento dentro e fora da organização
auditada.
Exemplos de evidências:
• “A existência de veículo permanente para realização das visitas foi observada em 55,3% das Unidades 
visitadas; outras 42,5% contavam com veículo eventual/agendado.” (INTERLOCUS, 2017, p. 213). 
• “Informações e fotos registradas no SISMOB indicam que, até a data de 11/9/2015, a obra, prevista para 
10/4/2015, não havia sido concluída” (INTERLOCUS, 2017, p. 212).
Em um relatório de auditoria não é permitido o relato de fatos sem comprovação, sem as evidências, pois isso
iria contrariar suas características mais importantes, conforme veremos a seguir.
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2.4.3 Atributos do Relatório de auditoria
Um relatório de auditoria é um documento técnico e formal (BRASIL, 2017). Não é uma peça literária, uma
notícia de jornal ou uma tese científica, portanto sua elaboração precisa atender às suas características próprias
(INTERLOCUS, 2017). Ele deve ter atributos como os apresentados no quadro abaixo.
Quadro 3 - Principais atributos de um relatório de auditoria.
Fonte: Elaborado pela autora, baseado em INTERLOCUS, 2017; BRASIL, 2017.
Um relatório de auditoria também deve ter (BRASIL, 2011):
• linguagem impessoal;
• conteúdo de fácil compreensão;
• conteúdos isentos de imprecisões e ambiguidades;
• apenas informações devidamente apoiadas por evidências adequadas e pertinentes; e, sobretudo,
• ser objetivo, convincente, construtivo e útil.
Após a elaboração do relatório deve-se dar os devidos encaminhamentos a ele, normalmente para aqueles que
solicitaram a auditoria e para os auditados, mas, dependendo do caso, também para os órgãos
regulamentadores.
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Figura 7 - O relatório da auditoria deve ter uma boa apresentação e uma linguagem apropriada.
Fonte: Shutterstock, 2018.
O auditado receberá recomendações para corrigir as não conformidades encontradas. Por isso, muitos
consideram o relatório de auditoria como um instrumento de gestão, que irá ajudar na melhoria da qualidade
dos serviços prestados pelo hospital.
Dessa forma, teremos um documento formal que têm em sua essência características que lhe conferem
credibilidade e que poderá, inclusive, servir de comparação para uma próxima auditoria, a fim de verificar o que
foi modificado.
Síntese
Neste capítulo foi apresentada a metodologia da execução de uma auditoria. Analisamos diferentes metas para a
auditoria e estudamos também o perfil de auditor, as características desejadas para esse profissional, as etapas
do planejamento de uma auditoria, os instrumentos que podem ser utilizados nela, assim como as principais
técnicas de auditoria e as características de um bom relatório, produto final desta atividade.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• conhecer o perfil de um auditor, tanto a parte profissional quanto a parte comportamental;
• aprender sobre as etapas que constituem o planejamento de uma auditoria e sua importância;
• entender quais são e como funcionam as principais técnicasde auditoria;
• aprender como deve ser um relatório de auditoria, considerando as partes que o constituem;
• observar exemplos de dados que podem ser coletados durante a auditoria;
• analisar diferentes métodos de coleta de dados.
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Carvalho Neto, Carlos Alberto Sampaio de Freitas, Ismar Barbosa Cruz, Luiz Akutsu. Coordenador: Antonio Alves
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> Acesso/biblioteca-digital/curso-de-auditoria-governamental-FF8080816364D7980163E56ACC1C1909.htm
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DATASUS. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS. Disponível em: <Sistemas e aplicativos.
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Conselho Regional de Contabilidade do RJ, Ago./Out., 2001. Disponível em: <http://www.atena.org.br/revista
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HOSPITAL SÃO LUÍS. Disponível em: <Itaim conquista sela da JCI. http://www.saoluiz.com.br/sobre_o_sao_luiz
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LUONGO, J. . . 1. ed. São Paulo: Rideel, 2011.et al Gestão de qualidade em Saúde
MENDES, E. V. . Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) – RepresentaçãoAs Redes de Atenção à Saúde
Brasil. 2. ed. Brasília, 2011.
PROGRAMA CQH. 3º Caderno de Indicadores CQH. 1. ed. São Paulo,Compromisso com a Qualidade Hospitalar.
2009.
SALU, E. J. 1. ed. Barueri: Manole, 2013.Administração hospitalar no Brasil. 
RIBEIRO, A. Tribunal de Contas da União. Secretaria deAmostragem Estatística para Testes de Controle.
Métodos e Suporte ao Controle Externo. Instituto Serzedello Corrêa. 15 min. Sonoro. Disponível em: <
>. Acesso em: 12https://portal.tcu.gov.br/imprensa/tv-tcu/amostragem-estatistica-para-testes-de-controle.htm
/12/2018.
	Introdução
	2.1 O perfil do auditor
	2.1.1 Princípios profissionais
	2.1.2 Princípios éticos
	2.1.3 Experiência
	2.2 O planejamento da auditoria
	2.2.1 Solicitação da auditoria
	2.2.2 Fase analítica
	2.2.3 Coleta das informações
	2.3 Técnicas de auditoria
	2.3.1 Requisição de documentos
	Indicadores de estrutura
	Indicadores de processo
	Indicadores de resultados
	2.3.2 Extração de dados
	2.3.3 Outras técnicas
	2.4 Relatório de auditoria
	2.4.1 Estrutura do Relatório
	2.4.2 Constatações e evidências
	2.4.3 Atributos do Relatório de auditoria
	Síntese
	Bibliografia

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