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INTRODUÇÃO À AUDITORIA Professor: Esp. Vilson Davi Corrêa da Cruz Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Kaio Vinicius Cardoso Gomes Editoração Flávia Thaís Pedroso DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CRUZ, Vilson Davi Corrêa da. Auditoria Empresarial. Vilson Davi Corrêa da Cruz. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 46 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Auditoria 2. Empresarial 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0009-2 CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 04 sumário 07| ORIGEM DA AUDITORIA 14| EVOLUÇÃO DA AUDITORIA 21| ÓRGÃOS RELACIONADOS COM A AUDITORIA 30| FUNDAMENTOS DA AUDITORIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Destacar a contabilidade como alicerce da auditoria. • Conceituar a origem da auditoria. • Explanar sobre a evolução da auditoria. • Fundamentar e refletir sobre os objetivos da auditoria interna e externa. • Definir os órgãos relacionados à auditoria. • Classificar os tipos de auditores. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Origem da Auditoria • Evolução da Auditoria • Órgãos Relacionados com a Auditoria • Fundamentos da Auditoria INTRODUÇÃO À AUDITORIA INTRODUÇÃO introdução Prezado(a) aluno(a), inicialmente, faz-se necessário conhecermos a origem da técnica de auditoria, desenvolvida pelo profissional denominado auditor, o qual vem se qualificando e se aprimorando constantemente, principalmente devido a tantas modificações e atualizações das regras da contabilidade. A auditoria é uma técnica principalmente contábil, mas utilizada tanto no meio contábil como no administrativo. O que a diferencia nesses dois âmbitos é a finalidade de sua execução e qual é o objetivo esperado com a sua aplicabilidade, pois o auditor interno visa um controle interno mais eficiente, eficaz e seguro. No entanto e não tanto diferente assim, o auditor externo preza pela confiabilidade do controle interno avaliado, mas seu foco está na emissão do relatório de opinião, geralmente de publicação obrigatória pelas empresas de capital aberto junto com as demais demonstrações contábeis. Assim, pode-se constatar que o profissional que exerce o cargo de auditor interno ou externo deve-se ater ao que se encontra em um mundo corporativo totalmente globalizado e informatizado, já que o mundo corporativo atual afeta as organizações em todas as suas transações contábeis, administrativas e financeiras, necessitando de rapidez, segurança e confiabilidade da gestão administrativa, contábil e financeira da organização. O auditor, atualmente, tem alcançado um nível de conhecimento técnico profissional elevado, devido à necessidade de possuir um grande conhecimento intelectual, ou seja, o conhecimento intangível que o profissional possui e está internalizado na sua competência pessoal e profissional mostra-se capaz de identificar, analisar e comprovar, por meio de procedimentos e ferramentas utilizadas corretamente pela auditoria, tudo o que ocorreu na gestão administrativa e nas transações contábeis e financeiras envolvidas de uma organização. Todvia, para que esse profissional possa desempenhar bem a execução dos serviços prestados em auditoria, não pode e nem deve abrir mão dos conhecimentos conceituais, normativos e regulamentadores pertinentes à execução dos serviços de auditoria, seja ela interna ou externa. São esses os conhecimentos que serão discorridos no decorrer de nossos estudos. INTRODUÇÃO introdução Neste material, o foco principal é conceituar, refletir e analisar o objetivo da auditoria, por meio do conhecimento de seus procedimentos e ferramentas que possam auxiliar o auditor a tomar uma decisão confiável e segura sobre a opinião emitida do controle interno de uma organização ou sobre as demonstrações contábeis analisadas e auditadas de uma entidade. Pós-Universo 7 ORIGEM DA AUDITORIA Pós-Universo 8 Para que se defina a origem da auditoria, é necessário e primordial definirmos o alicerce da fundamentação que sustenta a técnica de auditoria, em que a contabilidade, enquanto geradora de relatórios e de possíveis informações para os mais diversos tipos de usuários, torna-se o principal foco do auditor independente ou externo. É eviente que ela é utilizada, também, pelo auditor interno, mas isso será estudado de forma específica. Contabilidade A contabilidade foi desenvolvida com objetivo de gerar informações aos seus diversos tipos de usuários, por meio dos seus relatórios contábeis, para o controle interno e administrativo organizacional e para o auxílio na tomada de decisões pelos seus diferentes usuários. Relacionada a isso, ela transforma dados em relatórios e, respectivamente, em informações gerenciais e contábeis, direcionada de acordo com a necessidade de cada usuário interno ou externo, destacando a sua utilização pelos próprios funcionários das empresas que têm cargos que requerem as tomadas de decisões internas e aos usuários externos. Entre eles, destacam-se aqueles que não têm ligação direta com a empresa, mas que necessitam das informações para execuções ou tomada de decisões de suas atividades. Exemplos disso são os fornecedores, órgãos governamentais, investidores e entre outros. Segundo Favero et al. (2009, p.3), “a complexidade de geração da informação contábil é resultado das características dos usuários combinada com os propósitos para quais as informações são utilizadas”. Tal afirmação ressalta a necessidade da geração de relatório específico para atender as diferentes necessidades de cada usuário ou da organização. Dessa forma, cabe à contabilidade identificar o que cada um necessita e providenciar as informações que vão ao encontro do propósito da decisão esperada. Para alcançar a sua finalidade, a contabilidade utiliza várias técnicas, como Escrituração, Elaboração das Demonstrações Contábeis e a Análise das Demonstrações e da Auditoria, que é nosso foco neste material. Como já descrito, a contabilidade surgiu para a geração das informações, atendendo as necessidades dos diferentes usuários das organizações, sendo, a auditoria, uma de suas técnicas, a qual consiste na análise, na confrontação e nas confirmações dessas informações geradas contabilmente. Pós-Universo 9 Segundo Attie (2011, p.5), “a auditoria é uma especialização (técnica) contábil voltada a testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar uma opinião sobre determinado dado”. Não se pode confirmar corretamente quando ocorreu, de fato, o surgimento da Auditoria. Pinho (2007, p.5) relata que os imperadores romanos solicitavam a alguns funcionários nomeados de confiança que verificassem as ações financeiras de seus administradores provinciais e que esses resultados fossem demonstrados por meio da prestação de contas pessoalmente. Já Pereira (2011) comenta que, na França, eram realizadas leituras das contas de domínio dosbarões diante de funcionários da coroa que dariam confiabilidade ao que estava sendo dito. Isto significa que a auditoria ocorria de forma a garantir, aos imperadores e aos reis, que os registros identificavam valores e quantidades corretos. Attie (2011, p. 7) comenta que: “ [...] segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por consequência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais. Portanto, constata-se que existem várias informações referentes ao início dos serviços de execução de auditoria. Isso demonstra que, desde o provável início da auditoria, já havia uma preocupação em confrontar e confirmar as informações contábeis com a opinião ou confirmação de uma pessoa apta e qualificada para constatação da fidedignidade contábil. Com desenvolvimento do sistema capitalista e a busca de investimentos no mercado de capitais em ações, os futuros investidores e proprietários das empresas viram-se necessitados de informações contábeis que lhes garantissem a escolha de qual organização aplicar os seus investimentos. Por outro lado, as organizações se depararam com a necessidade de elaborar e demonstrar todos os seus relatórios/ demonstrações contábeis. Pós-Universo 10 A publicação e elaboração das demonstrações contábeis devem ser realizadas da forma mais correta e segura possível, cumprindo totalmente as legislações fiscais e trabalhistas, a fim de cativarem novos investidores para que eles apliquem seus recursos monetários no mercado de capitais das empresas, o que fica mais seguro com a opinião de um terceiro profissional, não ligado internamente às organizações, dando origem ao auditor independente ou externo. É ele que emite o relatório de opinião sobre as demonstrações contábeis dessas empresas, para que elas possam se expandir, conquistar novos mercados e gerar recursos financeiros a serem pagos como dividendos aos novos acionistas. Attie (2011, p. 7) explica que: “ [...] a veracidade das informações, o correto cumprimento das metas, a aplicação do capital investido de forma lícita e o retorno do investimento foram algumas das preocupações que exigiram a opinião de alguém não ligado aos negócios e que confirmasse, de forma independente, a qualidade e precisão das informações prestadas, dando, dessa forma, o ensejo ao aparecimento do auditor. Assim, após essa inicialização, os auditores externos nos Estados Unidos, a partir do ano de 1934, tiveram o real reconhecimento da sua importância, passando, a auditoria, a vigorar como uma norma para as empresas que efetuassem transações na Bolsa de Valores em ações, as quais foram obrigadas a dar maior credibilidade para as suas Demonstrações Contábeis por meio dos exames de auditoria externa e emissão do relatório de opinião. Ainda, segundo Franco e Marra (2009, p39): “ As mesmas causas responsáveis pelo surgimento da auditoria são hoje determinantes de sua extraordinária evolução. A grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como consequência do crescimento das empresas, do aumento da sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos. Pós-Universo 11 Todo esse desenvolvimento e o avanço da tecnologia e da informatização fizeram e ainda continuam fazendo que a auditoria externa se torne cada vez mais importante, junto da evolução da ciência contábil, tornando-se uma técnica dinâmica enquanto instrumento de identificação, de orientação, de interpretação, de previsão e de prevenção de erros ou de fraudes nas organizações. A prática de auditoria iniciou-se no Brasil devido à necessidade ligada às empresas estrangeiras. Isso, porque essas empresas possuíam instalações no Brasil e precisavam que suas Demonstrações Contábeis fossem devidamente auditadas, assim como era em seus países de origem, para que fossem garantidas e mantidas suas operações, conforme estabelecido pela Bolsa de Valores. Confirma esse fato, Attie (2011, p. 8): “ As principais influências que determinaram o desenvolvimento de auditoria no Brasil foram: Filiais e subsidiaria de firmas estrangeira. Financiamentos das empresas brasileiras através de entidades internacionais. Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas. Evolução do mercado de capitais. Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972. Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei N° 6.404/76 das Sociedades por Ações. Houve a criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Lei 6.404/76 das Sociedades por Ações. Essa lei determinou que todas as companhias de Capital Aberto S/A teriam, agora, a obrigatoriedade de serem auditadas por auditores independentes ou externos, assim como com registrado na CVM vinculando as negociações de ações dessas empresas na Bolsa de Valores Mobiliários ao cumprimento da Lei. Pós-Universo 12 Conforme pode ser definido por Attie (2011, p. 9): “ [...] a definição e companhia aberta adotada é mais ampla que o conceito fiscal de sociedade de capital aberto, pois toda companhia que faz apelo, por mínimo que seja, à poupança pública, cria, ao ingressar no mercado de capitais, relações que inexistem nas companhias fechadas e que exigem disciplina própria para proteção da economia popular e no interesse do funcionamento regular e do desenvolvimento do mercado dos valores mobiliários. Na quarta-feira, 17 de dezembro de 2014, o CFC divulgou a nova norma para o Programa de Educação Profissional Continuada, a NBC PG 12. A nova norma, além de ser aplicada aos auditores externos, agora se, estende- se para os profissionais das empresas de grande porte que são obrigadas a contratar auditoria independente. Não só, mas a Norma abrange toda a equipe de preparadores das demonstrações contábeis, inclusive os que as assinam. O CFC informou que, em 2015, serão aplicadas apenas algumas atualizações formais da Norma. Já a inclusão de mais profissionais no PEPC deve entrar em vigor apenas em 2016. Segundo a Norma, as disposições não se aplicam aos profissionais técnicos da firma de auditoria que exercem a função de especialista da empresa e que detenha habilidades, conhecimento e experiência em áreas específicas não relacionadas à contabilidade ou à auditoria das demonstrações contábeis, exceto os sócios da firma de auditoria. Fonte: adaptado de IBRACON (2012, on-line)1. fatos e dados O Conceito de Auditor O auditor é um profissional que possui competência profissional de contador e deve estar devidamente legalizado no órgão regulamentador da classe CRC - Conselho Regional de Contabilidade, CFC - Conselho Federal de Contabilidade, CVM - Comissão de Valores Mobiliários e demais específicos à atividade do exercício da auditoria independente. Pós-Universo 13 O auditor externo deve possuir conhecimento nas áreas de tributos, de contabilidade, das modernas técnicas empresariais que envolvem os conhecimentos, análise de documentos, domínio das Normas Brasileiras de Contabilidade e de auditorias, procedimentos de auditoria e testes de amostragens. Tudo isso, para que possa fundamentar o seu relatório de opinião sobre as Demonstrações Contábeis ou Sistemas de Controles Internos. A origem da palavra auditor, segundo Attie (2011, p. 7), “[...] na realidade provém da palavra inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar)”. O autor conceitua, também, como auditor “aquele que ouve”, “ouvinte”, que pode ser definida, em sua execução, como o levantamento de documentos, o exame documental, a análise de documentos, livros e registros das movimentaçõese transações financeiras da empresa e, no caso do auditor externo, para emissão de opinião sobre as informações contábeis auditadas aos seus usuários ou ao contratante do serviço de auditoria. O desempenho da função de auditor externo, atualmente, é muito mais abrangente do que o tradicional conhecimento que a maioria das pessoas tem de fiscal ou atividade de fiscalização. O auditor externo se adapta à modernidade e à excelência da qualificação profissional, na qual identifica, constata a veracidade dos fatos e das transações comerciais e contábeis, bem como procura identificar a segurança do sistema de controle interno organizacional, os processos informatizados, novas tecnologias utilizadas pela empresa auditada e os fatores motivacionais que a organização proporciona. Tudo isso é observado levando em consideração a possibilidade de ocorrências de erros ou fraudes na empresa. Oliveira e Filho (2001) ressaltam as inovações nas áreas em que o auditor deve-se ater, tais como: processos informatizados da produção de bens e serviços, tecnologia de produção, automatização e robotização, práticas comerciais e de negócios, fatores motivacionais etc. O que pode ser compreendido é a ideia de que o auditor vem demonstrando a sua preocupação de forma preventiva e que há a existência do aprimoramento dos controles da empresa auditada, a qual fundamenta a emissão do relatório não obrigatório por lei chamado de relatório comentado, referente a todas as observações relevantes que encontraram no decorrer dos serviços de auditoria na empresa auditada. Pós-Universo 14 EVOLUÇÃO DA AUDITORIA Pós-Universo 15 A contabilidade fornece informações para auxiliar os administradores na tomada de decisão interna ou externa. Com a sua evolução e o avanço do mercado competitivo, ela foi se tornando obrigatória para a maioria das empresas, pois o governo também começou a utilizá-la para arrecadação de impostos. No entanto, a contabilidade não deve ser feita basicamente para atender as exigências do governo, e sim para auxiliar seus usuários nas tomadas de decisões, procurando atender a evolução do mercado mercantilista mundial. Attie (2011, p. 7) comenta que: “ [...] em essência, a causa da evolução da auditoria, que é decorrente da evolução da contabilidade, foi a do desenvolvimento econômico dos países, síntese do crescimento das empresas e da expansão das atividades produtoras, gerando crescente complexidade na administração dos negócios e das práticas financeiras como uma força motriz para o desenvolvimento da economia de mercado. Concernente a essa evolução da contabilidade, a auditoria externa também evoluiu, pois, com o desenvolvimento econômico dos países, a complexidade nos negócios e na sua administração também aumentou, surgindo, assim, a necessidade da auditoria externa para analisar a veracidade e a qualidade das informações geradas e repassadas. Auditoria Interna A auditoria interna ou gerencial expandiu-se juntamente com o desenvolvimento das empresas, as quais possuíam necessidade de delegar atribuições e compartilhar a responsabilidade com seus funcionários para auxiliarem na administração. Ela também foi impulsionada pelo o avanço do mercado informatizado, tecnológico e da concorrência globalizada, tornando-se necessária uma desconcentração de domínio e melhor aproveitamento das competências de seus funcionários nas grandes organizações. Relacionado a todos esses fatores, a auditoria interna tornou-se um meio para verificar o acompanhamento e a confrontação das normas e dos procedimentos internos a serem executados por todos os funcionários de uma organização ou para cada uma das atividades desenvolvidas por um departamento da empresa, tendo, como primazia, a eficiência, eficácia operacional e cumprimento das políticas da organização. Pós-Universo 16 Segundo a Resolução CFC 1.135/2008, que aprovou a NBC T 16.8, o controle interno, sob o enfoque contábil, deve compreender: “ [...] o conjunto de recursos, métodos, procedimentos e processos adotados pela entidade do setor público, com a finalidade de: (a) Salvaguardar os ativos e assegurar a veracidade dos componentes patrimoniais. (b) Dar conformidade ao registro contábil em relação ao ato correspondente. (c) Propiciar a obtenção de informação oportuna e adequada. (d) Estimular adesão às normas e às diretrizes fixadas. (e) Contribuir para a promoção da eficiência operacional da entidade. (f ) Auxiliar na prevenção de práticas ineficientes e antieconômicas, erros, fraudes, malversação, abusos, desvios e outras inadequações. (CFC, 2008, s.p.) Essa verificação é realizada pelo auditor interno e da forma mais independente possível. Esse é um funcionário da empresa com vínculo empregatício, mas não deve deixar se influenciar pela alta administração. Segundo Franco e Marra (2009, p. 219): “ Suas funções, entretanto, devem ser exercidas com a mais absoluta independência, sem interferência da administração, que apesar da sua função superiormente hierárquica, deve sujeitar-se também ao seu controle e submeter a seu exame todos os atos por ele praticados. A relevância da independência de um auditor interno é de suma importância para que a auditoria executada seja conduzida de forma eficiente e eficaz. A independência é obtida, primordialmente, pelo posicionamento do auditor interno na estrutura organizacional. O auditor interno deve ocupar uma posição na estrutura organizacional da empresa de forma que se reporte a um executivo com autoridade para tomar uma ação sobre todos os pontos identificados na auditoria, fazendo que suas recomendações sejam cumpridas. Pós-Universo 17 A auditoria interna, assim como a externa, na aplicação dos procedimentos técnicos, possui, por objetivo, analisar a qualidade e a eficácia dos controles internos e das informações da organização, sendo elas financeiras, contábeis e operacionais e demais categorias. Segundo a Resolução CFC 1.135/2008, que aprovou a NBC T 16.8: “ [...] o controle interno é classificado nas seguintes categorias: (a) Operacional: relacionado às ações que propiciam o alcance dos objetivos da entidade; (b) Contábil: relacionado à veracidade e à fidedignidade dos registros e das demonstrações contábeis; (c) Normativo: relacionado à observância da regulamentação pertinente. (CFC, 2008, s.p.) Ele serve como um auxílio aos administradores com suas informações técnicas, pois esses profissionais não conseguem acompanhar todos esses controles diretamente, havendo assim, a necessidade de deixar evidenciado o fato de que o auditor terá toda a liberdade e autoridade para auditar qualquer área dentro da organização. Conforme ressalta Almeida (2012, p. 5), “[...] o auditor interno não deve desenvolver atividades que possam vir um dia a examinar (como, por exemplo, elaborar lançamentos contábeis), para que não interfira em sua independência”. A auditoria interna tem, como função principal, auxiliar a administração da organização, fornecendo análises, recomendações, sugestões e aprimoramento para um desempenho efetivo de suas responsabilidades e funções, na busca de prevenção de fraudes, erros e ineficiências. A técnica de auditoria, seja interna ou externa, leva-nos a reflexão e a análise de todo o conhecimento pessoal e profissional adquirido no percurso de nossa vida, capacitando-nos com excelência profissional. Fonte: o autor reflita Pós-Universo 18 Auditoria Externa A auditoria externa é o conjunto de procedimentos técnicos que têm, como objetivo, a emissão do relatório de opinião sobre a adequacidade das demonstrações contábeis, com base na amostragem auditada, apontando se ele está em conformidade com as Normas Brasileiras de Auditoria e de Contabilidade e dos Princípios de Contabilidade. Almeida (2012, p24) conceitua que “o objetivo do auditor externo ou independente é emitir sua opinião sobre as demonstrações financeiras examinadas”.A auditoria externa deve ser realizada por um profissional independente, sem vínculo empregatício com a empresa que será auditada. “A independência do auditor externo deve ser absoluta e jamais poderá aceitar imposições da empresa quanto ao procedimento que deverá adotar para a realização da auditoria, nem quanto às conclusões a que deve chegar” (FRANCO; MARRA, 2009, p. 218). A auditoria externa ou independente surgiu proveniente da evolução do mercado capitalista. Com o crescimento e a expansão do mercado, as organizações passaram a ser competitivas e aumentaram as suas estruturas operacionais de produção e de serviços, o que exigiu a necessidade de adequações em investimento em tecnologia e, consequentemente, nos seus sistemas de controles e de procedimentos internos, com foco na redução de custos e na competitividade dos produtos comercializados. Assim, foi necessário abrir o capital de suas empresas ao mercado de ações, com o objetivo de captar recursos, pois os financiamentos e os empréstimos bancários se tornaram uma fonte de recurso muito mais cara em relação aos acionistas. Esses novos investidores, já habituados a esse tipo de investimento, precisariam, primeiro, saber como estava a situação financeira e patrimonial das empresas que buscam esses recursos. Não só, mas, a sua capacidade de honrar seus compromissos e de gerar lucros para possíveis pagamentos de dividendos e, principalmente, como estavam sendo administradas internamente, evitando fraudes e erros. De posse de documentos e de relatórios contábeis com essas informações e o relatório de opinião do auditor externo, aumentaria a segurança- e o retorno sobre o capital investido. Pós-Universo 19 Attie (2011, p. 12) define que: “ [...] o objetivo do exame normal de auditoria das demonstrações contábeis é expressar uma opinião sobre a propriedade das mesmas, e assegurar que elas representem em seu conjunto adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações, as mutações do seu patrimônio líquido e os demais demonstrativos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com as práticas contábeis no Brasil. Portanto, a auditoria externa tem, como objetivo principal e exclusivo, emitir uma opinião sobre a adequacidade das Demonstrações Contábeis de uma organização, com base na Legislação vigente, podendo contar com o apoio do auditor interno. Almeida (2012, p.5) relata que: “[...] portanto, surgiu o auditor interno como uma ramificação da profissão de auditor externo e, consequentemente, do contador”. O auditor externo pode, se quiser, até utilizar os papéis de trabalho de um auditor interno, pois a auditoria interna é considerada uma ramificação da auditoria externa A necessidade de auditoria interna surgiu devido à necessidade da evolução do mercado de capitais na Bolsa de Valores e da exigência de publicação das demonstrações contábeis por essas empresas de capital aberto. Auditoria como Técnica Contábil A técnica de auditoria serve para validar a contabilidade, pois confronta e analisa as transações contábeis ocorridas em determinado período a ser auditado, para convalida-la, ou seja, confirmar sua confiabilidade e os meios que a elaboraram. A técnica de auditoria é realizada com a finalidade de constatar se foram seguidas todas as Normas Brasileiras de Auditoria, de Contabilidade e dos Princípios da Contabilidade, e se foram cumpridas as obrigações legais, fiscais e patrimoniais da empresa. Ao se tratar da auditoria externa, para que ela possa emitir um relatório de opinião válido, confiável e pronto a ser publicado aos acionistas ou aos investidores. Pós-Universo 20 Franco e Marra (2009, p.39) argumentam que: “ [...] conclui-se ser a auditoria uma das técnicas utilizadas pela Contabilidade, ou seja, aquela destinada a examinar a escrituração e demonstrações contábeis, a fim de confirmar sua adequação. A auditoria, dessa forma, aperfeiçoa a utilidade das informações fornecidas e dá credibilidade à Contabilidade, valorizando seus objetivos. Já, ao se tratar da técnica de auditoria interna, o auditor interno não emite um relatório de opinião publicável, somente de sugestões e de recomendações internas, que chamamos de relatório comentado ou de comentários. Comenta-se que, nas pequenas empresas, os procedimentos operacionais e as rotinas administrativas são mais passíveis de falhas. Exemplos disso, são: falha no registro das operações contábeis, desqualificação dos funcionários, a utilização de um sistema de controle informatizado etc. O que os pequenos empresários não sabem é que muitas técnicas de auditoria interna podem ser utilizadas e gerenciadas pelo próprio proprietário ou administrador. Um exemplo disso são as rotinas que permitem a conferência de saldos, simplesmente para confrontar se tudo que vendeu, menos os pagamentos, confere com o saldo diário ou semanal e onde está o valor financeiro físico, estoques. Não só, mas se tudo que foi produzido, menos o vendido, confere com o estoque a ser vendido e pagamentos, verificando a forma de pagamento e os documentos de origem de compras. O maior problema está em não fazer uso da contabilidade como ferramenta de controle interno, já que um funcionário pode se apoderar de uma mercadoria ou até mesmo colocar uma mercadoria velha ou defeituosa em lugar de uma nova. Quando se utiliza a contabilidade somente para satisfazer a legislação fiscal, não há controle dos processos utilizados pela organização e perde-se a oportunidade de lidar com um lado ainda pouco explorado do contador: o de auditor interno. A contabilidade utilizada corretamente gera dados e informações e garante o registro de toda a movimentação do patrimônio da organização. Esse ambiente de informação cria oportunidades únicas para o planejamento de um sistema de controle interno, evitando fraudes e erros. Fonte: adaptado de Lorenzoni e Vieira (2013).. saiba mais Pós-Universo 21 ÓRGÃOS RELACIONADOS COM A AUDITORIA Pós-Universo 22 Para que o auditor possa desenvolver os serviços de auditoria externa, ele deve observar e obedecer às Leis e Normas Profissionais determinadas e aprovadas pelos órgãos regulamentadores e fiscalizadores da profissão de auditor. Pinho (2007, p. 9) comenta sobre alguns organismos reguladores: “ [...] a atividade de auditoria, no Brasil, caracteriza-se pela regulamentação governamental. Em decorrência da abrangência das atividades subordinadas a estes organismos e pelo poder de fiscalização que lhes é conferido, é possível classificar como principais reguladores os seguintes: CFC, IBRACON, CVM e BACEN. No Brasil, ainda estamos muito longe de conquistarmos a emancipação e, como auditores e demais profissionais envolvidos com a contabilidade, de desenvolvermos normas e regulamentos específicos de contabilidade, com o objetivo de autorregulamentarmos a profissão de auditoria, assim como já ocorrem em outros países, em que os profissionais de auditoria criam as suas próprias regras de atividade, nas quais podem contar com o acompanhamento da execução dessas normas e regulamentos por meio das entidades governamentais. Pinho (2007, p. 10) comenta que “[...] no nível internacional, destacam-se: USA, Reino Unidos, Canadá, Alemanha, França, Japão e Itália”. Dentre as mais importantes do Brasil, destacam-se a seguir: CVM - Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários é um órgão que tem a função de fiscalizar as operações de transações comerciais no mercado de capitais no Brasil. O auditor independente, que exerce auditoria externa e, principalmente, audita as empresas que exercem as atividades ligadas ao mercado de valores mobiliários, tais como instituições financeiras, empresas de capital aberto, corretoras etc., deve se registrar para exercer a função de auditor independente. Isso se deve, pois a CVM tem a função de fiscalizar o mercado de capitais no Brasil e exige que essas entidadesou empresas citadas contratem o auditor externo anualmente para que apresentem seu relatório de opinião juntamente com a publicação de suas demonstrações contábeis. Pós-Universo 23 A CVM também estabelece deveres e responsabilidades para os auditores externos e para as empresas de auditoria. Almeida (2012, p. 7) comenta sobre as exigências para o registro de auditor independente: • Estar registrado em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador. • Haver exercido atividade de auditoria de demonstrações contábeis, dentro do território nacional, por período não inferior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria contador. • Estar exercendo atividade de auditoria independente, mantendo escritório profissional legalizado, em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício da atividade, em condições que garantam a guarda e o sigilo dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus clientes. • Possuir conhecimento permanente atualizado sobre o ramo de atividade, os negócios e as práticas contábeis e operacionais de seus clientes, bem como possuir estrutura operacional adequada ao seu número e porte dos seus clientes. • Ter sido aprovado em exame de qualificação técnica. Além disso, destaca-se que o exame de qualificação técnica e registro no CNAI - Cadastro Nacional de Auditores Independentes do CFC é elaborado por meio de uma prova escrita que é formada por questões com respostas objetivas e dissertativas, em que o auditor, caso aprovado, está apto a desenvolver atividades de auditoria, podendo solicitar seu registro no Conselho federal de Contabilidade. O exame de qualificação técnica pode ser classificado em três tipos de provas, conforme a NBC-PA 13 (R1), item 13: “ O Exame de Qualificação Técnica é composto de 3 (três) provas: (a) prova de Qualificação Técnica Geral para os contadores que pretendam atuar em auditoria de instituições reguladas pela CVM. (b) Prova Específica para Atuação em Auditoria nas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. (c) Prova Específica para Atuação em Auditoria nas sociedades supervisionadas pela SUSEP-Superintendência de Seguros Privados. (CFC, 2014, s.p.) Pós-Universo 24 Como os serviços de auditoria independente podem ser prestados por pessoa física ou jurídica, o Conselho Federal de Contabilidade também definiu exigências a serem cumpridas pelas pessoas jurídicas que exercem as atividades de auditoria. Almeida (2012, p. 7) define como as seguintes: • Estar inscrita no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, sob a forma de sociedade civil, constituída exclusivamente para a prestação de serviços profissionais de auditoria e demais serviços inerentes à profissão de contador. • Que todos os sócios sejam contadores e que pelo menos a metade desses seja cadastrada como responsável técnico. • Constar no contrato social, ou ato constitutivo equivalente, cláusula dispondo que a sociedade responsabilizar-se-á pela reparação de dano que causar a terceiros, por culpa ou dolo, no exercício da atividade profissional e que os sócios responderão solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, depois de esgotados os bens da sociedade. • Estar regularmente inscrita, bem como seus sócios e demais responsáveis técnicos regularmente registrados, em Conselho Regional de Contabilidade. • Estarem todos os responsáveis técnicos autorizados a emitir relatório de opinião de auditoria em nome da sociedade, exercida atividade de auditoria de demonstrações contábeis, dentro do território nacional por período não inferior a cinco anos, consecutivos ou não, contados a partir da data do registro em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de contador. • Terem sido todos os responsáveis técnicos aprovados em exame de qualificação técnica. • Manter escritório profissional legalizado, em nome da sociedade, com instalações compatíveis com o exercício da atividade, de auditoria independente, em condições que garantam a guarda, a segurança e o sigilo dos documentos e informações decorrentes dessa atividade, bem como a privacidade no relacionamento com seus clientes. • Manter quadro permanente de pessoal técnico adequado ao número e porte dos seus clientes, com conhecimento atualizado sobre o ramo de atividade, os negócios e as práticas contábeis e operacionais. Pós-Universo 25 A Comissão de Valores Mobiliários ainda exige dos responsáveis por auditorias externas que eles verifiquem a publicação das demonstrações contábeis auditadas, assim como a publicação do relatório de opinião emitido pelos auditores em jornais ou revistas que as empresas são obrigadas a divulgarem suas demonstrações contábeis. Além da parte contábil, a CVM ainda exige que os auditores verifiquem se as destinações dos resultados apurados no exercício social foram devidamente destinadas, conforme constavam do contrato social da empresa ou do estatuto da organização. A Comissão de Valores Mobiliários proíbe, ao auditor independente, a prestação dos seus serviços para as empresas que eles não possuam grau de independência total ou nas que ele possa ser considerado alguém que exerça atividade incompatível com a função de auditor. Almeida (2012, p. 9) define como atividades incompatíveis: • Adquirir ou manter títulos ou valores mobiliários de emissão da entidade, suas controladas, controladoras ou integrantes de um mesmo grupo econômico. • Prestar serviços de consultoria que possam caracterizar a perda da sua objetividade e independência (assessoria à reestruturação organizacional, avaliação de empresas). • Determinação de valores para efeito de constituição de provisões ou reservas técnicas e de provisões para contingências. • Planejamento tributário. • Remodelamento dos sistemas contábil, de informações e de controle interno. • Qualquer outro produto ou serviço que influencie ou que possa vir a influenciar as decisões tomadas pela administração da instituição auditada. • O auditor Independente Pessoa Física e o Auditor Independente Pessoa Jurídica não podem prestar serviços para um mesmo cliente, por prazo superior a cinco anos consecutivos, contados a partir da data desta instrução, exigindo-se um intervalo mínimo de três anos para a recontratação.Os auditores independentes deverão manter uma política de educação continuada de todo o seu quadro funcional e de si próprio, conforme o caso, segundo as diretrizes aprovadas pelo Conselho Federal de Contabilidade e pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, com vistas a garantir a qualidade e o pleno atendimento das normas que regem o exercício da atividade de auditoria de demonstrações contábeis. Pós-Universo 26 A Comissão de Valores Mobiliários também edita e esclarece as normas para o desenvolvimento da contabilidade relacionadas com as empresas que realizam a avaliação dos seus bens pelo método da equivalência patrimonial, as que são obrigadas a fazerem a consolidação das demonstrações contábeis e as que praticam a reavaliação dos seus ativos. CRC – Conselho Regional de Contabilidade e CFC Conselho Federal de Contabilidade Esses conselhos fazem parte do conselho de classe dos contadores. Eles servem de ajuda sobre as dúvidas e sobre os procedimentos para o melhor desenvolvimento das técnicas de contabilidade. Também, o acadêmico, depois da conclusão do curso em Ciências Contábeis e sua aprovação no exame de suficiência, realizado pelo CFC, deve se registrar na categoria de contador no conselho de sua região, para poder desempenhar a função de contador. No caso de auditor, deve registrar-se também no CFC, assim como fora estudado no tópico anterior. Almeida (2012, p. 10) define que “[...] a finalidade principal desses conselhos é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de contabilista”.O CFC também constitui a Comissão de Educação Profissional Continuada (CEPC- CFC) com as atribuições específicas para elaborar e acompanhar o cumprimento da Educação Profissional Continuada (EPC), que é a atividade formal e reconhecida, com a finalidade de manter, atualizar e expandir os conhecimentos técnicos e profissionais, indispensáveis para a execução dos serviços do auditor independente. Aplica-se a Educação Profissional Continuada aos contadores com registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI), exercendo, ou não, a atividade de auditoria independente, cujo CRC tem a responsabilidade de incentivar a implementação de atividades de capacitação que permitam o cumprimento dessa Norma. Os contadores auditores devem cumprir 40 pontos de Educação Profissional Continuada por ano-calendário, conforme tabelas de pontuações constantes no Anexo da Norma NBC PG 12, a partir de 2014. A título de exemplo, apresentamos a tabela II e sua devida pontuação (a tabela completa e atualizada pode ser encontrada no link: http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCPG12(R3).pdf ): Pós-Universo 27 Tabela 1 – Docência A comprovação de docência deve ser feita mediante apresentação de declaração emitida pela instituição de ensino, contendo disciplina, carga-horária e período de realização. Natureza Características Atribuição de Pontos Pós-graduação (lato sensu e stricto sensu) Disciplinas relacionadas ao PEPC ministradas por instituições de ensino superior credenciadas pelo MEC. 05 pontos por disciplina ministrada no ano, limitado a 20 pontos anuais. Observação: A disciplina ministrada em mais de uma turma, independente da instituição e do semestre letivo, será computada uma única vez no ano. Graduação e cursos de extensão Cursos ou eventos credenciados Participação como conferencista, palestrante, painelista, instrutor e facilitador em eventos nacionais e internacionais. Cada hora vale 01 ponto. (limitado a 20 pontos anuais) Fonte: CFC (2014, s.p.). CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis surgiu da necessidade de se criar normas compatíveis e norteadoras, provenientes das mudanças contábeis refletidas das normas internacionais de contabilidade, concernentes com a redução dos custos de emissão de relatórios contábeis, redução dos riscos de análises contábeis, uniformidade de utilização pelas empresas brasileiras dessas normas e geração de relatórios aos diversos usuários das informações contábeis. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, segundo Almeida (2012, p. 11): “ [...] tem por objetivo, o estudo o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Os Pronunciamentos Técnicos possuem validade e são aceitos por toda a classe contábil, como força de Lei. Eles são submetidos, obrigatoriamente, a audiências públicas que envolvem profissionais ligados à contabilidade. Pós-Universo 28 BACEN – Banco Central do Brasil Tratando-se de auditoria independente, o Banco Central do Brasil é responsável pela regulamentação e fiscalização das Instituições Financeiras e demais instituições envolvidas ao Sistema Financeiro no Brasil. Todas essas organizações necessitam, anualmente, dos serviços prestados de auditoria independente. Segundo as Resoluções 3.198 e 4.329 do Banco Central do Brasil: “ RESOLUÇÃO Nº 3.198 DA OBRIGATORIEDADE Art. 1º Devem ser auditados por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que atendam aos requisitos mínimos a serem fixados pelo Banco Central do Brasil: I – As demonstrações contábeis, inclusive notas explicativas: a) Das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, exceto as sociedades de crédito ao microempreendedor. b) Das câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação. II - As demonstrações contábeis previstas nos arts. 3º e 10º da Resolução 2.723, de 31 de maio de 2000. III – O documento Informações Financeiras Trimestrais (IFT), de que trata o art. 1º da Circular 2.990, de 28 de junho de 2000, na forma de revisão especial. Art. 2º O auditor independente pode ser pessoa física ou pessoa jurídica. Art. 9º As instituições, câmaras e prestadores de serviços referidos no art. 1º devem proceder à substituição do responsável técnico, diretor, gerente, supervisor e qualquer outro integrante, com função de gerência, da equipe envolvida nos trabalhos de auditoria, após emitidos pareceres relativos a, no máximo, cinco exercícios sociais completos. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2004, s.p.). Assim como fora estudado, o Banco Central do Brasil dita as suas resoluções concernentes às normas brasileiras de auditoria e contabilidade, principalmente em relação a independência e o tempo dos serviços prestados de auditoria. Pós-Universo 29 FUNDAMENTOS DA AUDITORIA Pós-Universo 30 Objetivo da Auditoria Interna O objetivo da auditoria interna é o de realzar um acompanhamento e uma revisão de todo o sistema que envolve transações contábeis, administrativas, operacionais, financeiras e patrimoniais e, principalmente, seus controles internos, ou seja, audita 100% das transações ocorridas. Esse objetivo visa a proteção dos Bens e dos Direitos de uma organização contra fraudes e erros, buscando um índice zero de ocorrência de fraudes e ou desvios financeiros e patrimoniais. O objetivo da auditoria interna é o controle administrativo, por meio da constatação e da verificação dos sistemas de controles internos, quanto à eficiência e eficácia das transações operacionais ocorridas na empresa, focando nas deficiências e nos riscos possíveis de acontecerem. Oliveira e Filho (2001, p16) descrevem que a auditoria interna objetiva: • À proteção dos bens e direitos da empresa contra fraudes, desvios ou desfalques. • À constatação de possíveis irregularidades e usos indevidos dos bens e direitos da empresa, que comprometam seu desempenho. • Ao aprimoramento contínuo da eficiência e eficácia operacional, contribuindo com soluções que possibilitem e facilitem o atingimento das metas e dos planos estabelecidos. Pode-se concluir que o objetivo da auditoria interna se constitui como um conjunto de procedimentos realizados, a fim de se obter um exame da integridade dos controles internos e das informações físicas, contábeis e operacionais da empresa. Pós-Universo 31 Processamento Eletrônico de Dados – PED Quando uma empresa auditada utiliza o processamento eletrônico de dados, é necessário que, na equipe de desenvolvimento da Auditoria Interna, tenha um profissional qualificado em tecnologia da informação e nos sistemas de controles utilizados. Essa necessidade é decorrente do fato de que as informações são totalmente informatizadas e compiladas em relatórios os quais o profissional ajudará a implementar os procedimentos a serem aplicados, além de orientar e supervisionar os controles da empresa. Mais informações na NBC TI 01 – Da Auditoria Interna. Fonte: o autor. saiba mais Objetivo da Auditoria Externa O objetivo principal e exclusivo da auditoria externa é a emissão do relatório de opinião sobre a adequacidade e confiabilidade das Demonstrações Contábeis auditadas, conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade adotadas no Brasil. Tudo isso, a fim de identificar eventuais falhas no controle interno da empresa, com base no tamanho da amostra e no atendimento à obrigatoriedade das organizações, o que será estudado no tópico de objetivo da auditoria. Segundo Oliveira e Filho (2001, p. 15), para alcançar esse objetivo da auditoria, é necessário aplicar a técnicacontábil, visando à obtenção de elementos que possam ajudar no julgamento das transações e das demonstrações contábeis verificando se: • Foram efetuados de acordo com os Princípios de Contabilidade. • Refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período examinado e as demais situações e informações nelas demonstrados e constantes das notas explicativas. Geralmente, esse objetivo é solicitado ou contratado pelo motivo de cumprimento de obrigação legal, estatutária, aquisição de empresas, tais como fusão, cisão ou incorporação, e apresentação e publicação de Consolidação das Demonstrações Contábeis pelas organizações que formam Grupos de Sociedades. Pós-Universo 32 Objeto da Auditoria O objeto da auditoria interna ou externa é o patrimônio da organização e, quando falamos em patrimônio, temos que ressaltar que é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações, cujas contas envolvidas possuem influência relevante na apuração do Resultado do Exercício e do Balanço Patrimonial. Para que as organizações obrigadas por lei possam oferecer uma maior transparência de controle patrimonial sobre os seus Bens, Direitos e Obrigações, elas necessitam da emissão do relatório de opinião do auditor externo. Essas organizações que são obrigadas a publicar as suas demonstrações contábeis, as quais envolvem todos os Bens, Direitos e Obrigações, podem ser classificadas, segundo Pinho (2007, p. 41), em: • Sociedades por ações de capital aberto. • Instituições Financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, exceto as sociedades de crédito ao microempreendedor, câmaras prestadoras de serviços de compensação e liquidação. • Planos de saúde. • Eventos culturais com uso de verba incentivada. • Seguradoras. • Previdências privadas. • Pessoas jurídicas de direito privado, mantenedoras de instituições de ensino superior. • Entidades beneficentes de assistência social cuja receita bruta seja superior a R$ 2.400.000,00 • Sociedades beneficiárias de recursos oriundos de incentivos fiscais (ADENE, ADA). • Fundos em condomínio. • Sociedades de investimentos. • Entidades responsáveis pelo mercado de balcão organizado, bolsas de valores. • Cooperativas. Pós-Universo 33 • Programa de revitalização de cooperativas de crédito agropecuário. • Companhia emissora de títulos negociáveis ou contratos de investimento coletivo. • Incorporação, Fusão, Cisão em companhias abertas. • Por condição imposta por órgãos controladores, mantenedores ou concedentes de crédito. Todas as organizações citadas estão relacionadas ao objeto da auditoria externa ou independente. No entanto, a auditoria interna também visa o controle patrimonial e se dedica especificadamente ao controle interno organizacional. Perez Jr. (2012, p. 2) comenta: “ [...] a auditoria é uma técnica autônoma dentre as técnicas da ciência contábil, razão pela qual tem objeto perfeitamente identificado e definido, sendo este não apenas único, mas também múltiplo, conforme o entendimento unanimemente consagrado nos dias de hoje. Torna-se evidente que o auditor deve ser flexível no planejamento dos serviços de auditoria, levando em consideração a especificidade de cada trabalho a ser realizado e definindo o grau de aprofundamento nos controles da organização. O autor também enfatiza que existe um certo consenso em relação a alguns itens básicos a serem auditados, como: “ a) Comprovação, pelo registro, de que são exatos os fatos patrimoniais. b) Demonstração dos erros e fraudes encontrados. c) Sugestão das providências cabíveis, visando à prevenção de erros e fraudes. d) Verificação de que a contabilidade é satisfatória sob o aspecto sistemático e de organização. e) Verificação do funcionamento do controle interno. f ) Proposição de medidas de previsão de fatos patrimoniais, com o protesto de manter a empresa dentro dos limites de organização e legalidade. Pós-Universo 34 Conforme estudamos, o objeto da auditoria é a proteção do patrimônio da empresa, por meio da identificação de possíveis erros ou fraudes ocorridos e, ao mesmo tempo, da prevenção como inibição de seu possível acontecimento. Tipos de Auditores A função do cargo de auditor pode ser separada ou classificada em três partes ou grupos distintos: Interno, Fiscal e Externo ou Independente. Uma definição básica para que se possa diferenciar cada um dos auditores está relacionada ao objetivo da auditoria e quem é o usuário contratante dos serviços. Peres Jr. (2012, p. 3) classifica e conceitua os auditores como: Auditor Usuários Objetivo Independente ou Externo Acionistas, Investidores, Credores, Governo e Público externo à empresa em geral. Atendimento de exigência legal ou estatutária. Interno Administradores e Público interno à empresa em geral. Atender exigências operacionais e administrativas. Fiscal Governo Federal, Estadual ou Municipal. Evitar sonegação de tributos. Fonte: Perez Jr. (2012, p. 3). Destacamos, ainda, que, como ramificações dos tipos de auditoria citados, temos: Auditoria Operacional, Auditoria de Compliance (normativas), Auditoria de Gestão, Auditoria de Sistemas, Auditoria Ambiental etc. Pós-Universo 35 Oliveira e Filho (2001, p. 19) apresentam uma tabela dos tipos e dos objetivos da auditoria. São eles Tipos de Auditoria Objetivos AUDITORIA OPERACIONAL Avaliação sistemática da eficácia e da eficiência das atividades operacionais e dos processos administrativos visando o aprimoramento contínuo da eficiência e da eficácia operacional, contribuindo com soluções. AUDITORIA DE COMPLIANCE (normativas) Auditoria para verificação do cumprimento/observância de normas e de procedimentos implantados pela empresa ou pelos órgãos reguladores de determinadas atividades. Por exemplo, normas implantadas pelo Banco Central do Brasil a serem observadas pelas instituições financeiras para o combate do crime “lavagem de dinheiro”. AUDITORIA DE GESTÃO Trabalhos dirigidos à análise dos planos e diretrizes da empresa objetivando mensurar a eficiência da gestão das operações e sua consistência com os planos e metas aprovados. AUDITORIA DE SISTEMAS Exames e avaliações da qualidade do sistema de computação de dados e dos controles existentes no ambiente de tecnologia de informações visando otimizar a utilização dos recursos de computação de dados, minimizar os riscos envolvidos nos processos e garantir a geração de informações e de dados confiáveis, em tempo, ao menor custo possível. AUDITORIA AMBIENTAL Avaliação dos processos operacionais e produtivos das empresas visando: (a) a identificação de dados ao meio ambiente e à quantificação de contingências e (b) a preparação da empresa para receber Certificações de ISO (meio ambiente). Fonte: adaptado de Oliveira e Filho (2001, p. 19). Portanto, ressalta-se a importância do auditor em elaborar um bom planejamento de execução de auditoria, relacionado ao tipo de serviço contratado a ser realizado e ao seu grau de envolvimento do controle interno. atividades de estudo 1. O auditor utiliza as informações da contabilidade para examinar os fatos e as transações contábeis, com foco na obtenção de evidências que os auxiliem. Sendo assim, a contabilidade tem como seu principal objetivo atender e: a) elaborar o Balanço Patrimonial e o Relatório de Opinião. b) gerar informações aos seus diversos tipos de usuários. c) comparar e analisar as transações da organização. d) informar, ao auditor, sobre as Notas Explicativas e o Controle Interno. e) contribuir para a geração de informações aos usuários internos. 2. Os serviços ou procedimentos relacionados à auditoria executados pelo auditor externo podem ser classificados como: a) Contabilização dos fatos financeiros e patrimoniais ocorridos na organização. b) Análise do fluxo de entradas e de saídas da organização mensalmente. c) Cumprir com a exigência da legislaçãofiscal e tributária. d) Arquivar documentos, livros dos registros contábeis e administrativos. e) Análise dos documentos diversos e emissão do relatório de opinião. 3. Os auditores internos desenvolvem seus trabalhos da forma mais eficiente possível, tendo, como uma de suas características, o fato de que: a) Não estão diretamente ligados às empresas e examinam as demonstrações contábeis. b) Emitem relatório de opinião em relação à fidelidade de demonstrações contábeis, transmitindo tais informações a bancos, fornecedores e aos acionistas. c) Auxiliam a administração da empresa no monitoramento, na análise e no aprimoramento das normas internas implantadas. d) São intermediários entre a empresa e outros interessados, que usam suas informações contábeis. e) Não se preocupam com os controles internos, simplesmente auditam. atividades de estudo 4. Julgue as afirmativas a seguir com (V) para as Verdadeiras e (F) para as Falsas: )( O auditor externo, em relação à responsabilidade sobre o controle interno, tem menor preocupação com sua implantação e acompanhamento, do que o auditor interno. )( O auditor externo emite relatório de opinião sobre as demonstrações contábeis na fase inicial do serviço de auditoria e relatório de opinião do controle interno no final. )( O auditor externo tem, como objetivo principal, detectar todas as irregularidades, fraudes ou erros ocorridos na empresa. )( O possível novo acionista pode avaliar a capacidade da empresa de gerar recursos e cumprir com seus compromissos, por meio das demonstrações contábeis publicadas. )( O profissional contábil que examina auditando as demonstrações contábeis da empresa verifica a sua adequacidade de acordo com as legislações e emite a sua opinião é o auditor independente. A sequência correta é: a) V, V, F, V, V. b) V, F, V, F, V. c) F, F, V, F, F. d) V, F, F, V, V. e) F, F, F, V, V. 5. Relacionado com a evolução da contabilidade e da técnica de auditoria, podemos dizer que: a) A auditoria interna é uma ramificação do desenvolvimento da auditoria externa. b) O auditor interno emite o relatório de opinião para os seus acionistas. c) A auditoria externa é a principal responsável pelo controle interno da organização. d) O auditor externo é funcionário da organização. e) Auditar o controle interno da organização é o principal objetivo do auditor externo, para identificar fraude ou erro. atividades de estudo 6. O auditor externo, para poder exercer os serviços de auditoria externa, tem de ter: a) No mínimo duas graduações e uma delas com registro no CRC. b) Registro no Conselho Regional de Contabilidade e no Conselho Federal de Contabilidade. c) Somente registro do Conselho Regional de Contabilidade. d) Estar cursando bacharelado em Ciências Contábeis e trabalhar em escritório de auditoria há, pelo menos, 05 anos. e) Trabalhar em empresa de consultoria ou escritório de contabilidade na função de auditor interno. 7. Qual é a função da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), concernente ao desempenho dos serviços do auditor externo?: a) Verificar o serviço realizado pelo auditor externo. b) Constatar se as normas internas da empresa estão sendo seguidas. c) Estabelecer deveres e responsabilidades para os auditores internos. d) Emitir opinião sobre o trabalho executado pelo auditor externo. e) Registrar o profissional contador como auditor externo e fiscalizar o desempenho dos seus serviços. 8. Assinale a alternativa correta, em relação à auditoria externa e suas respectivas finalidades: a) Além de averiguar e detectar eventuais falhas nos sistemas contábeis, os auditores externos devem emitir o relatório de opinião sobre a adequacidade das Demonstrações Contábeis. b) A técnica de auditoria desenvolveu-se com a Revolução Industrial. c) Para atuar como auditor, basta ter somente conhecimento profissional de contabilidade. d) A Contabilidade é uma prática antiga, tendo surgido, com certeza, nos Estados Unidos da América. e) Os auditores externos devem atuar de forma preventiva à ocorrência de falhas e de desvios de controles internos, apresentando, obrigatoriamente, uma solução para a redução desses riscos. atividades de estudo 9. Assinale a alternativa, na qual é evidenciada uma das atividades que não está relacionada com a função do auditor interno: a) Auditar e analisar se as normas e os procedimentos de controles internos estão sendo cumpridos de forma satisfatória pelos funcionários da organização. b) Responsabilidade, juntamente com a administração, na prevenção contra erros e fraudes que possam ocorrer na organização. c) Confrontar e conciliar, por meio da contabilidade, se as transações registradas estão corretas. d) Efetuar o controle e a contabilização do patrimônio da entidade em todos os seus aspectos administrativos ou contábeis. e) Analisar constantemente se as normas e os procedimentos internos proporcionam proteção e segurança do patrimônio da organização. resumo A auditoria é uma das técnicas contábeis totalmente dependente da contabilidade, tendo, como origem de sua prática no Brasil, a necessidade criada pelas empresas estrangeiras com instalações no país, quando notaram que precisariam que suas Demonstrações Contábeis fossem devidamente auditadas por profissionais contadores, assim como era em seus países de origem. Isso para que fossem garantidas e mantidas as suas operações conforme o estabelecido pela Bolsa de Valores brasileira. O profissional denominado auditor externo possui competência técnica e é devidamente registrado no órgão regulamentador da classe CRC - Conselho Regional de Contabilidade e nos demais órgãos exigidos por Lei. Consequentemente, com a evolução da contabilidade, a auditoria externa também evoluiu e foi necessário o surgimento de um profissional que permanecesse atuando no acompanhamento e no controle das transações ocorridas na empresa. Assim, surgiu o auditor interno, com foco na aplicação dos procedimentos técnicos e com o objetivo de analisar a qualidade e a eficácia dos controles internos e das informações da organização, que podem ser financeiras, contábeis e operacionais. O auditor também acompanha a elaboração dos relatórios finais distintos e facilita o desenvolvimento da auditoria externa, que tem, como objetivo exclusivo, emitir uma opinião sobre a adequação das Demonstrações Contábeis de uma organização, com base nas Legislações vigentes e nos Princípios Contábeis, podendo contar com o apoio da auditoria interna, que é considerada uma ramificação da auditoria externa. A auditoria externa deve obedecer às Normas Profissionais e Técnicas determinadas e aprovadas pelos órgãos regulamentadores e fiscalizadores da profissão de auditoria, como o Conselho Federal de Contabilidade, em que o auditor independente deve possuir registro para exercer a auditoria externa e seguir os Pronunciamentos Técnicos Contábeis, os quais possuem validade e são aceitos por toda a classe contábil, com força de Lei. Torna-se necessário, então, a distinção entre o objetivo da auditoria interna, que é acompanhamento e revisão de todo o sistema que envolve transações contábeis, administrativas, operacionais, financeiras e patrimoniais e, principalmente, seus controles internos da empresa, e do objetivo exclusivo da auditoria externa, que é a emissão do relatório de opinião sobre a adequacidade e confiabilidade das Demonstrações Contábeis auditadas. Além disso, a função do cargo de auditor ser classificada em três partes ou grupos distintos como: Interno, Fiscal e Externo ou Independente. relato de caso AUDITORIA CONTÁBIL: ORIGEM O surgimento da auditoria está ligado à contabilidade. Essa surgiu para controlar o patrimônio das empresas mediante os registros, interpretando os fatos ocorridos, com a finalidade de fornecer informações sobre a gestão patrimonial. A auditoria surgiu como consequência da necessidadede confirmação dos registros contábeis devido ao aparecimento das grandes empresas e da taxação do imposto de renda, em resultados apurados em balanços (Crepaldi, 2000). Na antiguidade, exatamente, na Civilização Suméria, já existia relatos da atividade auditorial (Motta, 1998). Em 1285, na Inglaterra, no reinado de Eduardo I, evidenciou-se esta prática como também o uso, pela primeira vez, do termo auditor para designar aquele que realiza o exame de contas públicas e servia como testemunha para levar a punição aos possíveis infratores. A evolução da auditoria se deu com o desenvolvimento econômico dos países, devido ao crescimento das empresas e da expansão das atividades produtoras, ocasionando crescente complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras. A aplicação do capital investido de forma correta e o retorno do investimento foram uma das preocupações que exigiram a opinião de alguém para confirmar de forma independente a qualidade e a necessidade das informações prestadas, dando ensejo ao aparecimento do auditor. A auditoria chegou ao Brasil quando empresas multinacionais aqui se instalaram (ATTIE, 2000). Várias empresas decidiram investir capitais no país, expandindo os negócios. Consequentemente, as empresas de auditoria foram abrindo escritórios no Brasil, divulgando as técnicas e a cultura da Auditoria. O poder público foi de fundamental participação na difusão da Auditoria no Brasil através das diversas leis que obrigaram a existência da Auditoria e da figura do Auditor Independente, conforme trata a Lei 4.728/65, cujo texto legal trata e torna obrigatória esta prática. relato de caso Foi de grande importância para a profissão de auditor o poder público, pois, foi este quem criou normas que regulamentam o termo Auditor. Dispõe sobre o registro e exercícios da atividade de Auditoria Independente, definindo os deveres e as responsabilidades dos administradores das entidades auditadas no relacionamento com os auditores independentes. O Conselho Federal de Contabilidade em regime aberto com o Instituto Brasileiro de Contadores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil e a Superintendência de Seguros Privados aprovaram várias normas que aprimoram a evolução e a crescente importância da auditoria, tais como: a NBC P 1 - IT2 Independência, Sigilo Auditor Independente; NBC TA 200 - Objetivos Gerais do Auditor Independente. Fonte: Portal Educação ([2019], on-line)². referências ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BANCO CENTRAL DO BRASIL. Resolução n. 3.198 - altera e consolida a regulamentação relativa à prestação de serviços de auditoria independente para as instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e para as câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação. São Paulo: Banco Central do Brasil, 2004. ______. Resolução n. 4.329 - altera o Regulamento anexo à Resolução nº 3.198, de 27 de maio de 2004, que dispõe sobre a prestação de serviços de auditoria independente para as instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil e para as câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação. São Paulo: Banco Central do Brasil, 2014. CFC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 1135/08 - aprova a NBC T 16.8 - Controle Interno. Brasília: CFC, 2008. ______. Conselho Federal de Contabilidade. NBC PA 13 (R1) - dá nova redação à NBC PA 13 que dispõe sobre o Exame de Qualificação Técnica para Registro no Cadastro Nacional de Auditores Independentes (CNAI) do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Brasília: CFC, 2014. ______. Conselho Federal de Contabilidade. NBC PA 13 (R2) - dá nova redação à NBC PA 13 (R1) que dispõe sobre o Exame de Qualificação Técnica. Brasília: CFC, 2015. FAVERO, H. L. et al. Contabilidade: Teoria e Prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria Contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LORENZONI, R.; VIEIRA, E. T. V. O Controle Interno e a Auditoria como Ferramenta de Desenvolvimento nas Micro e Pequenas Empresas. Revista Gestão e Desenvolvimento em Contexto (Gedecon), v. 1, n. 1, 2013. OLIVEIRA, L. M. de; FILHO, A. D. Curso Básico de Auditoria. São Paulo: Atlas, 2001. PEREIRA, A. D. Auditoria das Demonstrações Contábeis. São Paulo: Atlas, 2011. PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de Demonstrações Contábeis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. referências PINHO, R. C. de S. Fundamentos de Auditoria: Auditoria Contábil. São Paulo: Atlas, 2007. REFERÊNCIAS ON-LINE: ¹Em: <http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/detNoticia.php?cod=774>. Acesso em: 20 fev. 2019. ²Em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/43734/auditoria-contabil- origem#ixzz3LJbrGBk8>. Acesso em: 22 fev. 2019. resolução de exercícios 1. b) Gerar informações aos seus diversos tipos de usuários. 2. e) Análise dos documentos diversos e emissão do relatório de opinião. 3. c) Auxiliam a administração da empresa no monitoramento, na análise e no aprimoramento das normas internas implantadas. 4. d) V, F, F, V, V. 5. a) A auditoria interna é uma ramificação do desenvolvimento da auditoria externa. 6. b) Registro no Conselho Regional de Contabilidade e no Conselho Federal de Contabilidade. 7. e) Registrar o profissional contador como auditor externo e fiscalizar o desempenho dos seus serviços. 8. a) Além de averiguar e detectar eventuais falhas nos sistemas contábeis, os auditores externos devem emitir o relatório de opinião sobre a adequacidade das Demonstrações Contábeis. 9. d) Efetuar o controle e a contabilização do patrimônio da entidade em todos os seus aspectos administrativos ou contábeis. ORIGEM DA AUDITORIA
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