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Cuidados paliativos: filosofia e princípios
D.G. apresenta diagnóstico de câncer de pulmão com metástases ósseas, estadiamento clínico IV, interna no programa de atenção domiciliar devido à necessidade de cuidados paliativos.
Publicado em 6 de Julho de 2015
Autores Daniela Habekost Cardoso
Editores Anaclaudia Fassa e Luiz Augusto Facchini
Editores Associados Samanta Bastos Maagh, Deisi Cardoso Soares, Adriana Roese, Everton José Fantinel, Rogério da Silva Linhares, Bárbara Heather Lutz, Natália Sevilha Stofel
Você já respondeu todas as 5 questões deste caso.
Sua média de acertos final foi de 80,00%.
RECOMEÇAR
Paciente
Branco
 
D.G.
 
48 anos
 
dor
ansiedade
Anamnese
Queixa principal
Dor e ansiedade.
Histórico do problema atual
D.G. ingressa no serviço de atenção domiciliar, após 30 dias de internação hospitalar, para tratamento de sintomas, sobretudo para controle da dor. O usuário já realizou quimioterapia e radioterapia, mas nesse momento, devido à progressão do tumor e a ausência de respostas às terapêuticas modificadoras da doença, aquelas foram suspensas. Devem ser mantidos cuidados paliativos a D.G., para promover controle e, assim, melhorar sua qualidade de vida.
A equipe do serviço de atenção domiciliar, composta por médico, enfermeiro e técnico de enfermagem, chega a sua casa para realizar a primeira visita, e percebe que D.G. não apresenta controle álgico. Ao investigar as razões para o fato, a enfermeira descobre que C.G., sua cuidadora, tem dúvidas em relação ao analgésico prescrito (ver a prescrição) e, sobretudo, medo de administrá-lo, pois entende que a morfina pode causar prejuízos à saúde de D.G.
A enfermeira aplica a escala numérica para avaliar a dor, e D.G. a pontua como 7, ou seja, forte.
Histórico
História social
D.G. tem seu núcleo familiar formado por sua esposa, C.G., e seus dois filhos, M.G. (10 anos) e A.G. (12 anos), residem em uma casa de alvenaria, com cinco cômodos, localizada em um bairro periférico de uma cidade de grande porte. Ele é barbeiro, mas no momento, não desenvolve a atividade, porém recebe remuneração mensal referente ao auxílio doença, sendo a única renda da família. C.G. é a sua cuidadora principal e por isso precisou deixar o trabalho. Passa maior parte do tempo na cama ou poltrona. Paciente relata acreditar em Deus.
Antecedentes familiares
Relata que o pai faleceu de AVC hemorrágico aos 62 anos e a mãe de câncer de mama aos 58 anos. Tem dois irmãos, que não apresentam alterações de saúde, e uma irmã com diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
Medicações em uso
Morfina 30mg, 1cp VO a cada 4 h
Morfina 10mg, 1 ampola subcutânea, se dor, até de 2/2h
Bisacodil 5mg, 1cp a cada 24 h
Ondasetron 8mg, 1cp a cada 12 h
Amitriptilina 25mg, 2cp à noite
Antecedentes pessoais
Refere ser tabagista, em abstinência há 1 ano, momento em que ocorreu o diagnóstico. Consumo de álcool eventualmente, suspenso também há 1 ano. Nega alergias ou outras patologias.
Exame Físico
Geral:
Paciente lúcido e comunicativo, deambulando sem auxílio, apresenta alopecia, face sem alterações, mucosa oral úmida e corada.
Tórax: observa-se presença de cateter de hipodermóclise em região subclávia à direita. Ausculta pulmonar com múrmuros vesiculares diminuídos à esquerda (local do tumor). Ausculta cardíaca: ritmo regular dois tempos e sem bulhas, taquicárdico devido a dor. Aceita de forma regular alimentação por via oral, refere inapetência, mais acentuada pela dor. Abdômen flácido e indolor à palpação, membros superiores e inferiores sem alterações. Diurese em bom volume, eliminações intestinais ausentes há 3 dias.
Sinais Vitais e Antropométricos
	PA: 120/70 mmHg
	FC: 105bpm
	FR: 28 mrpm
	Altura: 1,73 cm
	Peso: 61kg
	IMC: 20,38 kg/m²
	Dor: 7
	TAX: 36,6ºC
Questão 1Escolha simples
D.G recebeu alta hospitalar e retorna para sua casa. Para garantir conforto e controle de sintomas é atendido por uma equipe interdisciplinar domiciliar que promove a ele cuidados paliativos. Sobre essa modalidade terapêutica, para quais pacientes está indicada e qual seu objetivo?
Para todos os pacientes com doenças graves que ameaçam a vida, com objetivo de promover controle de sintomas e melhor qualidade de vida.
Para pacientes com câncer, com o objetivo de aliviar sofrimentos e prolongar o tempo de vida.
Apenas para pacientes em terminalidade, com o objetivo de promover somente controle da dor e outros sintomas físicos.
Apenas para pacientes que manifestem dor forte, como objetivo o controle de sintomas físicos e alívio dos sofrimentos psicossociais e espirituais.
Para pacientes em terminalidade, como o objetivo de controlar a dor e outros sintomas físicos, mas não visa aliviar sofrimentos psicossociais e espirituais.
 
Acertou
O cuidado paliativo está indicado para pessoas com doenças que ameaçam a vida e que necessitem de controle de sintomas físicos e alívio dos sofrimentos psicossociais e espirituais. Dentre esses agravos, encontram-se as neoplasias malignas, mas também, doenças cardíacas, renais, pulmonares, hepáticas, neurológicas e infectocontagiosas como HIV/AIDS. Assim, o cuidado paliativo deve atender à pessoas que vivenciam o processo de terminalidade, mas também àquelas que apresentam possibilidades de se beneficiarem com terapias modificadoras do curso da doença.
Saiba mais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define cuidados paliativos como uma abordagem que objetiva melhorar a qualidade de vida dos pacientes e famílias que enfrentam doenças que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e alívio dos sofrimentos físicos, psicossociais e espirituais (WORLD HEALTH ORGANIZATION, [2002]).
Assim, a OMS considera que os cuidados paliativos devem ser oferecidos o mais precocemente possível no curso de qualquer doença crônica, grave, progressiva e incurável, que ameace a continuidade da vida.
Questão 2Escolha simples
Considerando o caso do Sr. D.G., destaca-se a relevância do controle álgico promovendo alívio da dor e de outros sintomas estressantes para o cuidado paliativo, sendo um dos princípios que norteiam os profissionais. Assim sobre a importância do controle álgico pode-se afirmar:
O adequado controle álgico para pacientes que apresentam dor crônica e fazem uso de opioides em horários fixos somente poderá ser alcançado no ambiente hospitalar.
O controle adequado da dor permite ao paciente viver mais ativamente e com melhor qualidade de vida, contudo é uma experiência física e sofrimentos psicológicos e espirituais não podem potencializá-la.
Para um adequado controle álgico é necessário valorizar as informações fornecidas pelo paciente, como intensidade e frequência da dor, pois é uma experiência sensorial individual e subjetiva.
O objetivo principal do controle da dor é de apenas minimizar esse sintoma, pois na maioria dos casos de pessoas com câncer não é possível atingir o controle total e eliminar a dor.
Para a avaliação adequada da dor deve-se incluir instrumentos para quantificá-la como a escala numérica, contudo o seu resultado não influenciará o opção do analgésico.
 
Acertou
A dor é uma experiência individual, única e subjetiva. Devido a isso, encontra-se a importância de avaliar adequadamente a dor por meio de escalas e de valorizar os relatos de ocorrência e intensidade da dor expressa pela pessoa que a vivencia, pois a dor é o que a pessoa descreve (CARDOSO, 2009, p. 86) e o primeiro passo para avaliá-la é acreditar no que é referido (BRASIL, 2013).
E, por se tratar de uma experiência subjetiva, fatores psicológicos, sociais, culturais e espirituais podem estar envolvidos, sendo este o conceito de DOR TOTAL. Sendo possível controlá-la de 70 a 90% dos pacientes com câncer, por meio de avaliação e analgesia adequada (VARGAS-SCHAFFER, 2010).
Saiba mais
Além do controle da dor a WORLD HEALTH ORGANIZATION ([2002]). estabelece outros princípios do Cuidado Paliativo:
	Promover o alívio da dor e de outros sintomas estressantes;
	Não acelerar nem adiar a morte;
	Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida;
	Integrar os aspectos psicológicose espirituais no cuidado ao paciente;
	Oferecer suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento de sua morte;
	Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e luto;
	Priorizar abordagem multiprofissional;
	Melhorar a qualidade de vida;
	Iniciar o mais precocemente o cuidado paliativo, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida.
Questão 3Escolha simples
D.G. manifesta dor e quantifica como forte, sendo indicada morfina para tratá-la, um opioide forte, conforme preconiza a OMS. No entanto, ainda é comum a desinformação e preconceito sobre o uso dessa medicação, sendo fundamental orientar corretamente pacientes e familiares. Neste sentido, a equipe ao orientar a cuidadora C.G., está correta ao afirma que:
Opiodes fortes, como a morfina e o tramadol, estão indicados para pacientes que apresentam dor forte, devendo ser administrados em doses e horários fixos.
Opiodes fortes, como a morfina e a metadona, são excelentes analgésicos, porém para que o controle da dor seja efetivo é necessário administrá-los na dose indicada e em horários fixos.
Opioides fortes, como a morfina, em cuidados paliativos devem ser administrados preferencialmente por via oral, apenas quando o paciente manifestar dor.
Opioides fracos, como a codeina e o tramadol, podem ser usados em pacientes que apresentam dor forte, assim também indicados para o paciente D.G.
Opiodes fortes, como a morfina e a codeína, são excelentes analgésicos e promovem o controle da dor e consequentemente melhor qualidade de vida.
 
Incorreto
Para tratar adequadamente a dor é necessário quantificá-la por meio da escala numérica. Dessa forma, para dor forte, pontuação de 7 a 10, são indicados opioides fortes, como morfina, metadona, oxicodona e fentanil. Porém, essas medicações para atingirem seu objetivo de controle álgico devem ser administradas em doses e horários fixos.
Saiba mais
A Organização Mundial da Saúde, desde 1984, preconiza a Escada Analgésica para tratamento da dor (BRASIL, 2013) (Figura 01).
A escada é formada por três degraus, e em cada um está a indicação da medicação que deverá ser administrada de acordo como a dor apresentada pelo paciente.
Figura 01: Escada Analgésica da OMS
	Degrau
	Categoria
	Protótipo
	Substitutos
	1
	Não opiáceo
	AAS
	AINE'S / Paracetamol
	2
	Opiáceo fraco
	Codeína
	Tramadol
	3
	Opiáceo forte
	Morfina
	Metadona / Fentanil / Oxicodona
Fonte: CARVALHO; PARSONS, 2012
Questão 4Escolha simples
Conforme exame físico realizado pela equipe da atenção domiciliar, D.G está há 3 dias sem evacuar, assim há a prescrição de laxante, sobre essa medicação podemos afirmar que, nesta situação, está indicada para:
Tratamento da constipação intestinal, devendo ser suspenso seu uso após controle desse sintoma.
Somente para a prevenção da constipação intestinal, pois essa medicação não é efetiva para tratá-la.
Tratamento e prevenção da constipação intestinal em decorrência do uso da morfina, devendo ser mantido seu uso mesmo após alcançar o controle desse sintoma.
Somente para tratamento da constipação intestinal, pois essa medicação não é indicada para prevenção desse sintoma em pacientes que fazem uso de opioides.
Não está indicada corretamente, pois o uso de opioides como a morfina previne a ocorrência de constipação intestinal.
 
Acertou
A constipação é um sintoma frequente em pacientes em cuidados paliativos, sobretudo os que fazem uso de opioides. Para minimizar esse sintoma torna-se fundamental a prescrição de um laxante profilático ao iniciar-se com o uso de opioides. (HATANAKA, 2009).
Saiba mais
Os opioides interferem diretamente na motilidade do trato gastrointestinal, promovendo retardo do trânsito do conteúdo intestinal e aumento da capacidade absortiva de fluidos, sendo indispensável o uso de um laxante profilático concomitante. Porém, medidas não farmacológicas devem ser associadas, como orientar o paciente a aumentar o consumo de líquidos e fibras e incentivar a atividade física, quando possível. (HATANAKA, 2009, p. 124).
Quanto aos tipos de laxantes podem ser classificados, segundo HATANAKA (2009, p. 126) em:
	Laxantes que aumentam o volume de fezes: carboximetilcelulose, psyllium, glicerina, lactulose e sorbitol
	Laxantes que facilitam o deslizamento das fezes: parafina liquida e docusato de sódio
	Laxantes estimulantes da mucosa colônica: Sene, dantron e bisacodil
Questão 5Escolha simples
A equipe do serviço de atenção domiciliar, que assiste D.G, em seu processo de trabalho busca desenvolver cuidado integral e humanizado, como propõe o cuidado paliativo, sobre esse fato é correto afirmar.
Para promover cuidado integral e atender as necessidades do usuário e famílias o cuidado paliativo tem como princípio a abordagem multiprofissional e não interdisciplinar.
Para tornar efetiva a humanização do cuidado na prática da assistência paliativa é fundamental valorizar a pessoa que vivencia esse processo, assim como suas necessidades, contudo, a família não precisa ser incluída nas ações da equipe de saúde.
A humanização e a integralidade são questões fundamentais a assistência, contudo a atenção a familiares enlutados, embora importante, não necessita ser incluída, pois não tem relação com o cuidado paliativo.
A humanização e a integralidade são questões fundamentais na atenção paliativa, nesse sentido, o cuidado paliativo tem como um dos seus princípios auxiliar a família também durante o processo do luto.
Para tornar efetiva a humanização do cuidado na prática da assistência paliativa é fundamental valorizar a pessoa que vivencia esse processo, assim como suas necessidades, contudo, a família não precisa ser incluída nas ações da equipe de saúde.
 
Acertou
Para atender à integralidade da pessoa em cuidados paliativos é fundamental promover alívio dos sofrimentos físicos, mas também, psicossociais e espirituais. E incluir a família e suas necessidades durante o período do adoecimento e após o óbito do paciente, na fase do luto, sendo este um dos princípios do cuidado paliativo e como forma de garantir a integralidade e humanização do cuidado.
Neste pensar, tendo em vista a complexidade desse processo é necessária equipe multiprofissional, que preferencialmente deverá alcançar em seu processo de trabalho uma abordagem interdisciplinar.
Saiba mais
Segundo dados de MACIEL (2009, p. 78-79), a equipe de saúde que atende pessoas em cuidados paliativos e suas famílias deve ser formada por diversos profissionais, tais como médico, farmacêutico, enfermeiro, assistente social, psicólogo, nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, dentista e assistente espiritual.
E a equipe multiprofissional deve estar apta para atender a suas necessidades de forma integral e humanizada, articulando e promovendo ações que garantam uma sobrevida digna e controle adequado dos sintomas físicos, psicológicos e espirituais, conforme recomenda a filosofia paliativista, compreendendo este ser e sua família na sua subjetividade e complexidade, a quem ainda se tem muito a fazer. (CARDOSO et al., 2013, p. 1140).
Objetivos do Caso
Promover conhecimento crítico e reflexivo sobre a filosofia e princípios do cuidado paliativo.

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