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VICTORIA CHAGAS 1 CÂNCER COLORRETAL VICTORIA CHAGAS 2 CÂNCER COLORRETAL ❖ EPIDEMIOLOGIA 3º mais frequente no mundo e 4ª no Brasil 2ª mais incidente em homens e mulheres no Brasil (INCA) Mortalidade: 3º homens e mulheres no Brasil (INCA) Houve um aumento nos casos devido ao estilo de vida, porém devido aos rastreios e retiradas dos pólipos precocemente diminuiu a mortalidade relacionada ao tumor Relacionado aos países mais industrializados devido ao estilo de vida ocidental (alimentação pobre em nutrição e abuso de alimentos industrializados e processados) Afeta pessoas mais velhas, diagnosticado geralmente com 50-60 anos Mais prevalente em homens Menos de 20% dos casos ocorrem antes dos 50 anos ❖ FATORES DE RISCO Alimentação – gordura, carne vermelha e processados (recomendado comer menos de 500 gramas por semana – compostos nitrosos) Etilismo – acima de 30 gramas por dia é convertido em acetoaldeído (carcinogênico) Sedentarismo (equilibra hormônios, reduz inflamação e regula trânsito do TGI) Obesidade e diabetes (resistência à insulina → ↑ IGF-1 → proliferação mucosa intestinal e inibição da apoptose) Tabagismo Baixa ingestão de fibras (fibras reduzem proliferação celular) Idade: >55 anos Sexo masculino e afrodescendentes Doença de Chron (pólipos inflamatórios) e colite Síndromes hereditárias → Polipose adenomatosa familiar (PAF) e síndrome de Lynch ❖ PATOGENIA Se inicia a partir de pólipos (lesões benignas que crescem na parede interna do intestino) Displasia na mucosa → adenoma → pode evoluir para adenocarcinoma (95% dos tumores do intestino grosso) ADENOMAS (pedunculados ou sésseis) - Tubulares → pólipos pequenos, pedunculados, compostos por glândulas arredondadas ou tubulares pequenas, PAF – mais comum - Vilosos → são maiores e sesseis, vilosidades delgadas, pior prognostico – menos comum. - Tubulovilosos → mistura de elementos tubulares e vilosos, prognostico intermediário - Sésseis serrilhados – lesões mais comuns no colón direito, tem potencial maligno semelhante ao de adenomas tradicionais. Apresentam uma arquitetura serrilhada. VICTORIA CHAGAS 3 VIA APC/BETA-CATENINA: - Relacionado a 80% dos tumores de cólon - Distúrbios que levam ao aumento da sinalização de WNT → relacionado com PAF - PAF → pólipos por todo cólon – mínimo 100 para diagnostico - <1% do CA de cólon - Ocorre a mutação do supressor de tumor APC (via de sinalização da WNT) - Em condições normais a APC se liga a b-catenina e a degrada - Com a perda da APC a beta-catenina se acumula e é levada ao núcleo onde ativa a transcrição de genes que modificam a MYC e a ciclina D1 (promovem a proliferação) - Acompanha mutações adicionais como hiperexpressão do KRAS (proliferação) e da COX2 (aumenta angiogênese); supressores de tumor como SMAD2/SMAD4 que são efetores da TGF-b (inibe ciclo celular) e o TP53 (ocorre em fase mais tardia – 70%) - Aumento da telomerase VIA DE INSTABILIDADE DE MICROSSATÉLITES (defeitos no reparo do DNA) - Alterações nos genes de reparo do DNA como: hMSH2, hMLH1, MSH6, hPMS1 e hPMS2 - Microssatélites → são pequenas sequências repetitivas de nucleotídeos (três a cinco pares de bases) altamente polimórficas no genoma e muito sujeitas a mutações. - TGF-beta → inibe a proliferação de células epiteliais (mutação → proliferação) - Perda do BAX → proteína apoptótica - KRAS e TP53 tipicamente não são mutados - Principal característica é a combinação de instabilidade microssatélite + mutação de BRAF (oncogene) + metilação de alvos específicos (MLH1 e 2) - Relacionado com a síndrome de Lynch (CA colorretal hereditário sem polipose) VICTORIA CHAGAS 4 ❖ SINAIS E SINTOMAS Inicialmente é assintomático e possui progressão lenta (20/25 anos) Variam de acordo com local: o Cólon ascendente (bolo fecal ainda não está totalmente formado) causa diarreia ou constipação, hematozequia, anemia e tumor palpável no flanco direito o Cólon transverso/descendente causa diarreia mais frequente, constipação, hematozequia, flatos com distensão abdominal, obstrução e perfuração. o Sigmoide causa hematozequia, diminuição do calibre das fezes, tenesmo (vontade constante de evacuar). o Reto causa o afilamento das fezes por conta da parcial obstrução do canal gerando dificuldades de evacuação (urgência, tenesmo, puxo e incontinência). Sintomas gerais: sangue nas fezes; alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados); dor ou desconforto abdominal; fraqueza e anemia; perda de peso sem causa aparente; alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas); massa (tumoração) abdominal e tenesmo – urgência para micção e defecação. A obstrução intestinal total causa a parada de eliminação de flatos e fezes e está associada a distensão abdominal (no raio x abdominal aparece o sinal do grão de café). Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorroidas, verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico ❖ RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO METÁSTASES: mais comum em fígado, pulmão e peritônio RASTREAMENTO: feitos para público alvo de acordo com ministério da saúde - Pacientes com histórico familiar ou síndrome hereditária entre 50 a 85 anos - Primeiro faz o sangue oculto nas fazes - Se positivo faz colonoscopia ou retossigmoidoscopia - Em <50 anos são os casos de pessoas com histórico familiar de síndrome de Lynch, PAF ou CA colorretal (recomendado colonoscopia de 2 em 2 anos após os 25 anos ou 10 anos antes do diagnóstico do familiar) DIAGNÓSTICO: biópsia VICTORIA CHAGAS 5 CÂNCER COLORRETAL - PATOLOGIA A maioria dos cânceres de intestino se encontra no cólon ❖ PÓLIPOS INTESTINAIS São protuberâncias (massas tumorais) que se projetam em direção a luz intestinal podendo ser múltiplos ou únicos, pequenos e grandes Podem ser sésseis ou pediculados (mais fácil de retirar) Frequência aumenta com idade Maioria é não neoplásica → pólipo hiperplásico, inflamatório e hamartomatosos Os pólipos neoplásicos são chamados de ADENOMAS o PÓLIPOS HIPERPLÁSICOS Representa 90% dos pólipos colônicos Não são neoplásicos Acúmulo de células epiteliais nas criptas colônicas Não é monoclonal nem pré-cancerosa, é uma ativação/inativação da proliferação celular Constituídos por criptas bem definidas, alongadas e/ou ramificadas, com borda interna de aspecto serrilhado, revestidas por células caliciformes e absortivas com maturação preservada. Geralmente são pequenos e localizados no final do cólon (reto e sigmoide) o PÓLIPOS NEOPLÁSICOS (ADENOMAS) Podem ser esporádicos ou associados a síndromes Ocorre em 20-30% em pacientes <40 anos e 40-50% em pacientes >60 anos Predisposição familiar aumenta o risco em 4x São alterações neoplásicas oriundas de mutação monoclonal → pode evoluir para CA São classificados quanto a arquitetura e a displasia VICTORIA CHAGAS 6 ▪ ARQUITETURA: tubular, viloso ou túbulo-viloso Há também o ADENOMA SÉSSIL SERRILHADO - Origina geralmente no cólon proximal - Aspecto serrilhada por toda extensão - Potencialmente maligno - Se surgir displasia → progressão para câncer é rápida ▪ DISPLASIA: - Baixo grau → núcleos são dispostos na porção basal da célula e há produção de mucinas - Alto grau → perda da orientação basal dos núcleos e da produção de mucinas Nomenclatura: - Tipo de neoplasia (adenoma) - Arquitetura (tubular, viloso ou túbulo-viloso) - Displasia - ex.: Adenoma viloso com displasiade alto grau ADENOMA TUBULAR ADENOMA TUBULO- VILOSO ADENOMA VILOSO - 75% dos adenomas - Formação de criptas para baixo, mas mucosa ainda é reta em cima - Tendem a ser pequenos, pedunculados, com glândulas arredondadas ou tubulares pequenas - 5-10% dos adenomas - Intermediário - Forma projeções para cima começando a parecer vilos - Risco de malignidade - Vilos de 25-50% - Maiores e sésseis - Menos de 10% - Apresenta vilos (>50%) → longas hastes semelhantes a dedos - Maiores e sésseis - Risco de malignidade VICTORIA CHAGAS 7 ❖ ADENOCARCINOMA (CÂNCER COLORRETAL) Tipo histológico mais comum de CA colorretal Deriva de adeno = glândula Principal fator prognóstico é a profundidade da invasão do tumor e as metástases Locais mais frequentes de metástases são os linfonodos regionais, fígado, pulmões e ossos Começa na mucosa e vai invadindo as outras camadas 1-3% dos casos são síndromes familiares e a maioria são casos esporádicos Mais comum >60 anos, mas pode acometer pacientes mais jovens 55% ocorrem no colo sigmoide MICROSCOPIA: Displasia epitelial, glândulas irregulares, desmoplasia, áreas de necrose
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