Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 1/24 LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃOLETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO CONSCIÊNCIACONSCIÊNCIA FONOLÓGICAFONOLÓGICA Autor: Me. Li l ian Maia Borges Testa R e v i s o r : E t n a Pa l o m a I N I C I A R 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 2/24 introduçãoIntrodução Ao falarmos em alfabetização, não podemos desconsiderar alguns aspectos que envolvem os métodos de ensino ao longo dos anos, ou seja, como a aquisição da leitura e da escrita pode ser compreendida pela criança. Dessa forma, o professor precisa compreender de que maneira ocorre a consciência fonológica e como a criança aprende pelo sistema fônico. Devemos ter em mente também o que é o método de ensino e aprendizagem quando nos referimos ao processo de alfabetização. Dessa forma, devemos levar em conta a importância da leitura e da escrita enquanto função social, isto é, como o aluno precisa compreender com sentido o processo de leitura e escrita para o seu cotidiano, a �m de exercer as práticas de leitura e assimilar os diferentes gêneros textuais que o cerca. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/24 Ao falarmos em linguagem verbal, devemos lembrar que esse tipo de linguagem é uma forma de comunicação, assim como os demais gêneros de linguagem, como a não verbal, a digital, entre outras. No entanto, devemos considerar que a criança em processo de alfabetização está em contato direto com a linguagem verbal, ou seja, a palavra em si, utilizada como prática comunicativa. Sabemos que há uma relação entre a alfabetização e a consciência fonológica, ou melhor, a consciência fonológica consiste na habilidade que o ser humano tem em observar e estudar a língua por meio do som, que é o conhecimento da sonoridade das palavras que o falante possui. Dessa forma, na alfabetização, a consciência fonológica refere-se à re�exão que fazemos em relação às partes sonoras que pronunciamos. Podemos comprovar tais considerações nos preceitos apontados por Piccoli e Camini (2012): A consciência fonológica pode ser agrupada como um conjunto de habilidades que permite à criança compreender e manipular unidades sonoras da língua, conseguindo segmentar unidades maiores em menores. Tais capacidades são fundamentais na alfabetização, tendo em vista que da consciência fonológica depende da série de processos fundamentais para a aprendizagem da leitura e da escrita (PICCOLI; CAMINI, p. 103). Linguagem Verbal eLinguagem Verbal e Relações SonorasRelações Sonoras 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 4/24 Nesse contexto, ao falarmos em alfabetização, é necessário relembrarmos os diferentes métodos utilizados nesse processo, ao longo dos anos, para se ensinar a criança a ler e a escrever. Em princípio, vamos compreender o método sintético que se refere à correspondência entre o som e a gra�a, que se divide em: alfabético, fônico e silábico. Em relação ao método alfabético, inicialmente, o estudante aprende as letras e, em seguida, forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais. Por �m, compõe as palavras que produzirão o texto. No método fônico, também conhecido como fonético, a criança reconhece o som da letra e a une ao som da consoante com o da vogal, a �m de obter a pronúncia da sílaba formada. Já no método silábico, ou silabação, o aluno reconhece as sílabas, as quais, depois, formam as palavras. A aprendizagem ocorre por meio da leitura mecânica do texto, a partir da decifração das palavras, vindo, posteriormente, a sua leitura com compreensão. Quanto ao método analítico, podemos a�rmar que pode ser dividido em palavração, sentenciação ou global. Na palavração, como o próprio nome diz, inicia o trabalho a partir da palavra. Primeiramente, observamos o contato com os vocábulos em uma sequência que apresenta todos os sons da língua e, depois da aquisição de um número de palavras, obtém-se, assim, frases. A sentenciação nos leva ao trabalho desenvolvido diretamente com a frase - nesse caso, a unidade global de aprendizagem é a frase, que, em seguida, é dividida em palavras e, depois, são retiradas as unidades mais simples, as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e história, notamos que são frases com começo, meio e �m, elaboradas por meio de frases com signi�cados que despertam o interesse da criança. Observamos, ainda, que alguns estudiosos a�rmam que esse método é considerado mecânico, pois a criança decora essas frases e não aprende realmente a ler. Assim, as relações sonoras fazem parte do processo de alfabetização - dessa forma, é notório considerar que a consciência fonológica auxilia a criança a identi�car a sonoridade das palavras, ou seja, ajuda na decodi�cação do código linguístico, na compreensão de grafemas, sons, sílabas e palavras e, por conseguinte, na aquisição da leitura e da escrita. Conforme salienta Cagliari (1989, p. 8): "[...] ler e escrever são atos 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 5/24 linguísticos e, portanto, a compreensão da natureza da escrita, de suas funções e usos é indispensável ao processo de alfabetização". Ainda no que diz respeito ao processo de alfabetização voltado à conscientização fonológica, observamos que Capovilla e Capovilla (2003) salientam que alguns pesquisadores têm estudado a questão que envolve as habilidades metalinguísticas em crianças que se encontram em processo de alfabetização para a aquisição, mais tarde, da leitura e da escrita. Comungando dos preceitos apontados por Piccoli e Camini (2012, p. 102), notamos que essas habilidades metalinguísticas são divididas em “consciência fonológica, consciência semântica, consciência sintática e consciência pragmática". Nesse contexto, comungamos os preceitos apontados por Cunha e Capellini (2011, p. 87) em relação ao processo de alfabetização e à consciência fonológica: A consciência fonológica é uma parte integrante da consciência metalinguística e está relacionada à habilidade de re�etir e manipular os segmentos da fala, abrangendo, além da capacidade de re�exão (consultar e comparar), a capacidade de operar com rimas, aliteração, sílabas e fonemas (contar, segmentar, unir, adicionar, suprimir, substituir e transpor) (CUNHA; CAPELLINI, 2011, p. 87). Sabemos que, para aprender a ler, a criança precisa estar em contato com diferentes gêneros textuais, de distintas esferas, ou seja, jornalísticos, escolares, documentários, midiáticos, entre outros. Assim, retomamos o conceito que envolve a alfabetização e o letramento, pois devemos levar em conta que ler não signi�ca apenas decodi�car o código linguístico: é ir além daquilo que está explícito nas linhas escritas, porque o leitor precisa compreender as intenções e as possibilidades de um texto. praticar V P ti 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 6/24 p Vamos Praticar Em nossos estudos, veri�camos que o processo de alfabetização está relacionado à consciência fonológica da língua. Dessa forma, a criança precisa compreender que a palavra é formada por partes sonoras, que cada sílaba emite um som. Assim, assinale a alternativa que apresenta o conceito de consciência fonológica. a) Consiste na habilidade de aprender a decodi�car o código linguístico por meio do uso de frases completas. b) Consiste na aquisição da segunda língua por meio de atividades de memorização e construção de cópias de textos. c) Consiste no uso de memorização do alfabeto para iniciar o trabalho com textos longos e sem sentido para a criança. d) Consiste nas habilidades que levam a criança a entender a estrutura das unidades sonoras da língua. e) Consistena leitura direta de um texto, sem a necessidade de compreendê-lo, apenas saber como a palavra é formada. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 7/24 Quando falamos em cultura escrita, devemos observar alguns conceitos para que possamos compreender a leitura e a escrita enquanto função social, melhor dizendo, é preciso conhecer a concepção de criança, qual era a sua representação para a sociedade antiga e como ela é vista atualmente, como a infância era vista. Somente assim compreenderemos como a leitura e a escrita podem fazer sentido para a criança em processo de alfabetização. Conceito de Infância O conceito de infância surgiu histórica e epistemologicamente na sociedade moderna. Entre o século XV e o século XVIII, podemos dizer que temos o �m da chamada Idade Média e o início da Idade Moderna. São os historiadores que denominam os períodos históricos. Modernidade é, então, para os historiadores, o período que surgiu após o Renascimento. Desse modo, �loso�a moderna e ciências modernas, no sentido histórico, diz respeito ao período da história ocidental que se iniciou a partir do século XVII e vai até início do século XIX, quando podemos falar em Idade Contemporânea. Cultura Escrita:Cultura Escrita: Função SocialFunção Social 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 8/24 A palavra “moderno” vem do latim modernus e quer dizer “atual”, “agora”. Essa origem do conceito moderno mostra, na história do pensamento ocidental, uma divisão que foi estabelecida pelos pensadores hoje chamados de modernos. O debate sobre a superioridade dos modernos ou dos antigos surgiu na Itália em 1620, com Alessandro Tassoni, e está ligado à noção de história como progresso, sobretudo, na França e Inglaterra (ABBAGNANO, 1982, p. 58). Os marcos para os estudos sobre a história da infância indicam o livro de Phillipe Ariès, História Social da Infância e da Família, na França, em 1960. Outros livros começam a aparecer no cenário dos estudos sobre a infância e compõem investigações sobre a vida das crianças em diferentes sociedades e períodos da história ocidental. Quando mencionamos a concepção de criança, devemos voltar um pouquinho no tempo e procurar compreender que esse conceito começou a vigorar somente na Idade Moderna, pois, antigamente, a criança não era estudada, pelo contrário: era uma fase inexistente, pois a criança era considerada, como muitos teóricos preconizam, como um “adulto em miniatura”. Entretanto, é válido ressaltar que, mesmo sendo considerada uma adulto em miniatura, a criança não tinha os mesmos direitos que um adulto, conforme observamos na arte medieval, única forma de retratar o real na Idade Média. Na modernidade, podemos dizer que surgiu uma primeira concepção de infância devido aos estudos da �loso�a, do corpo e da mente, levando os adultos à preocupação com as crianças. Desse modo, a “[...] a palavra infância passou a designar a primeira idade de vida: a idade da necessidade de proteção, que perdura até os dias de hoje” (NASCIMENTO; BRANCHER; OLIVEIRA, 2013, p. 5). Nesse contexto, veri�camos que, naquele momento, as crianças eram tomadas como seres que precisavam de cuidados especiais, de uma educação e de uma rígida disciplina para serem adultos socialmente aceitos. As crianças eram tomadas como seres irracionais, sem coerência. Ao considerarmos as ideias apresentadas por Nascimento, Brancher e Oliveira (2013), notamos que o �lósofo Rousseau recomendava uma educação infantil sem castigos, sem prisões e sem exércitos, pois as crianças tornaram-se objetos de muitas preocupações e estudos. Com a Revolução Francesa, o Estado focou seu interesse no bem-estar e escolarização das crianças. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 9/24 Na época contemporânea do �nal do século XIX até agora, com a institucionalização da escola, muitos estudos foram feitos e, aos poucos, consolidou-se o conceito de infância. Dessa forma, essa formulação ganha amplo signi�cado quando começamos a falar em pediatria, pedagogia, psicologia, entre outros campos de investigação para pensar o desenvolvimento do corpo e da mente da criança. A isso chamamos de construção social da criança. No período citado, nos deparamos com espaços exclusivos para crianças, roupas exclusivas para crianças, cabelos etc. As escolas tinham salas separadas por idades. Agora, as crianças somente encontravam os adultos na vida em família. Não podemos omitir aqui que as crianças pobres, embora vistas também como crianças diferenciadas de adultos, podiam trabalhar. O trabalho infantil, embora extirpado na lei, permanece em países que burlam e exploram os pequenos. O Surgimento da Escola Em nosso século e na produção de livros didáticos escolares, podemos falar em escola como conhecemos quando nos remetemos ao início por meio da história da pedagogia moderna, inaugurada por João Amós Comenius (1582-1670), nascido na Boêmia. Comenius participou de um movimento do cristianismo que tinha como objetivo realizar a Terceira Reforma. A primeira teria sido feita por Jesus Cristo, a segunda por Lutero e terceira seria obra de um coletivo entendido aqui como coletivo de intelectuais, que queriam a democratização dos conhecimentos contra os segredos do ofício, o que a historiadora Frances Yates chamou de Iluminismo Rosa-Cruz (BATISTA, 2017). Segundo Batista (2017), notamos que se tratava de um pensamento da modernidade, que pensava a aliança entre o trabalho intelectual e manual, entendia o conhecimento baseado no método cientí�co da observação e experimentação e pensava também uma forma de comunicação desses conhecimentos. Ainda em conformidade com o autor citado, a pedagogia comeniana ou moderna propunha a formação de um novo homem pela uni�cação do trabalho intelectual e manual, prático e empírico. Nesse movimento, temos ainda o amigo de Comenius, 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 10/24 Francis Bacon (1561-1626), Samuel Hartlib (1600-1662), Maurício de Nassau (1604- 1679) e, talvez, como diz Batista (2017), René Descartes (1596-1650). Batista (2017) ainda relata que, para Comenius, se havia um método para conhecer, haveria também um método para ensinar. Para conhecer, o método era baseado na observação e na experimentação; para ensinar, deveríamos ter o mesmo. A observação e a experimentação deveriam substituir a exegese, ou seja, a explanação e interpretação dos textos como a prática medieval. Em outras palavras, é a união do trabalho intelectual e manual que fala Comenius. Desse modo, a pedagogia comeniana concebe a criança como folha de papel em branco, que poderia receber a inscrição ou o ensino. Esse seria o caminho seguro para uma educação universal, condição básica para a formação de um novo homem. Desde o século XVI, as experimentações com plantas e animais no campo e os livros de divulgação desses efeitos circulavam pela Europa em manuais baratos que a imprensa, ainda restrita à época, já fazia. Batista (2017) indica que, em 1550, Adam Riese publicou um manual de aritmética que contou com 38 edições. Essa prática estabeleceu um modo de ensinar tudo a todos. O livro didático conteria conteúdos novos, cientí�cos, desenhos e línguas, de modo a alcançar todos que estivessem na escola. O próprio Comenius escreveu manuais de latim e alemão e uma cartilha, nos moldes da cartilha que vigora até hoje e que ainda é utilizada por várias instituições de ensino, ou seja, o manual para alfabetizar crianças, conhecido como Caminho Suave. Entretanto, sabemos que, atualmente, a alfabetização se dá por meio da relação direta com o letramento, isto é, a criança, ao iniciar o processo de escolarização, já apresenta um conhecimento prévio e teve contato com a escritae, assim, ela precisa relacionar o que está aprendendo com o seu cotidiano. Assim, a aprendizagem, hoje em dia, se dá por meio do texto escrito. ti 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 11/24 praticarVamos Praticar Entre o século XV e o século XVIII, podemos dizer que temos o �m da chamada Idade Média e o início da Idade Moderna. São os historiadores que denominam os períodos históricos e percebemos que a criança passou a ter uma importância para a sociedade, o que não acontecia no período da Idade Média. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta como a criança era vista durante a Idade Média. a) Como um ser não pensante. b) Como um ser que não precisa de cuidados. c) Como uma etapa que necessitava de estudos. d) Como um adulto em miniatura. e) Como um ser que precisava ser estudado. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 12/24 A tomada de consciência das limitações que o paradigma simpli�cador nos impõe é um convite para que procuremos colocar a educação em um universo multidimensional, a �m de permitir que percebamos a não existência de soluções simples e perenes para problemas complexos. Isso nos ajudaria a pensar a partir de certezas relativas e provisórias das ciências e de nossas próprias convicções pessoais. A educação nessa dimensão, vista como polidimensional, livre de dogmas, permitiria que nos abríssemos a diversas perspectivas, munindo-nos da necessária humildade para um trabalho efetivamente interdisciplinar. Esse paradigma, não simpli�cador, é uma utopia que vai se construindo à margem do mundo escolar estabelecido. A educação “enxergada” por meio dele é uma ciência profundamente interdisciplinar, constituindo-se em uma autêntica confederação de fronteiras. Nesse terreno, o desa�o é abrir múltiplos espaços para se pensar e praticar educação, por exemplo, formando andarilhos que saibam transitar entre fronteiras da pedagogia com a psicologia, a sociologia, a matemática, a biologia, a antropologia, a física, a inteligência arti�cial, entre outras ciências. E, isso, em um contexto em que ethos e ciência transitem por rotas convergentes. Nessa perspectiva, o conhecimento passa a Práticas dePráticas de Letramento eLetramento e AlfabetizaçãoAlfabetização 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 13/24 ser pensado como atividade e processo, perdendo o status de mero legado das gerações anteriores. O percurso é outro. Democracia, cidadania com competência para fazer escolhas, atitudes, valores no lugar de preparar as crianças, desde muito cedo, para o mercado de trabalho, para serem cidadãos. A palavra cidadania �cou muito desgastada, mas ela ainda tem muitos signi�cados: vai desde saber ler para sobreviver, saber ler para pegar o ônibus ou para reclamar no Procon a respeito da geladeira vendida com defeito. Cidadania é saber informática para navegar na internet, como proceder diante de velhas fórmulas de educar e mudá-las. Identi�camos a educação centrada no ensino como sendo pretensamente neutra e, em consequência, ingênua e ideológica. Entendemos a educação, quando colocada em um contexto interdisciplinar, como potencialmente poderosa para superar as amarras ideológicas. Diante do quadro assim delineado, �ca uma interrogação: como reinventar a educação? 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 14/24 Neste século, a temática abordando educação passa por um radical processo de enriquecimento. Há, hoje, um explícito convite para a inserção da educação em um universo em que o ensinar padece de um forte processo de deterioração e, por outro lado, o educar ganha signi�cância. Educar situa-se no campo da interação e lembra diálogo, preocupações com desenvolvimento intelectual e moral, desa�os, aprendizagens, parcerias, compromissos éticos, localização étnica etc. Esse processo, por não se fundamentar em dados a priori, nos convida a pensar em conhecimentos e sabedorias e, por extensão, a transitar por entre ciências e, também, buscar relações pessoais que sejam mais simétricas. Os problemas atuais da educação não ideológica transcendem o campo do ensinar e desa�am o professor a ser um educador. A educação teria de enfrentar desa�os como, por exemplo, formar alunos competentes. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/24 Pensar em formar aprendizes competentes implica abandonar a serena segurança, sustentada em estereótipos cristalizados, e assumir um universo povoado de incertezas. Aqueles, de início, citados anteriormente, artí�ces da serena segurança da escola de ontem e de hoje, transformam-se em questões desa�adoras: Um professor que sente prazer em se envolver na aventura de trabalhar criativamente com conhecimentos, que procura inventar e reinventar usos para os conhecimentos, que conhece os currículos escolares, os livros didáticos e a burocracia escolar, que tem sensibilidade para perceber que umas pessoas se apaixonam pela ciência, outras pela poesia etc. Uma criança que pode ser considerada uma �lósofa, ao fazer, constantemente, indagações re�exivas, ela quer construir, em nível de representação, o mundo em que vive. Ela deseja compreender as múltiplas tramas que percebe e, para isso, faz muitas perguntas e cria inúmeras hipóteses explicativas. A criança precisa de interlocutores para confrontar suas ideias, ou seja, necessita de parceiros para a aventura de ler e reler um mundo em processo de construção. Um mundo multidimensional para ser pensado e ser conhecido, repleto de mitos, lendas, sabedorias, sonhos, ciência e poesia. Um mundo de múltiplas culturas e racionalidades. Isso exige que reinventemos nossos conceitos sobre a educação das crianças e jovens. Nessa reinvenção, ela precisaria �car livre das amarras da neutralidade, ser não ingênua e não ideológica. Essa questão, em nossa leitura, faz parte da busca da construção de um novo lugar para se pensar conhecimentos e, no caso da alfabetização, nos deparamos com as práticas de alfabetização e letramento. A educação, nessa dimensão, vai além dos limites impostos pela cultura do ensino; será, necessariamente, interdisciplinar, desenvolvendo-se em áreas de fronteiras com outros conhecimentos, como, por exemplo, com a psicologia, a antropologia, a matemática, a biologia, a linguística etc. O compromisso com a contemporaneidade signi�ca o abandono do papel regulatório do ensino, um passo importante para a construção de um humanismo preocupado com o respeito à pluralidade de ideias, de racionalidades, de anseios etc. Para isso, em 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 16/24 um primeiro passo, seria fundamental inventar uma escola que não negasse o hoje da criança, impondo o ontem como modelo. Arroyo (2004) fala em recuperar a humanidade roubada. Quem nos roubou? A burocracia, o tempo corrido das escolas sem escolhas docentes, a hierarquia da instituição, os inúmeros discursos das elites e dos burocratas como “a educação é progresso do país”, “quem estuda, melhora” e outros jargões. Educar é humanizar, dizia Paulo Freire, e esse é, ainda hoje, a frase mais importante para as crianças. Em síntese, como a�rma Arroyo (2004, p. 243): A �nalidade da educação básica é o pleno desenvolvimento dos educandos, entretanto, ele não é linear, para a maioria dos alunos, ele é truncado. O que torna nosso saber fazer bem mais complexo do que preveem, por vezes, as teorias do desenvolvimento e da aprendizagem (ARROYO, 2004, p. 243). Nesse contexto, observamos que o maior compromisso do professor alfabetizador está diretamente ligado às dimensões afetivas, acolhedoras e humanizadas. Assim, ao falarmosem práticas de alfabetização e letramento, devemos ter em mente a forma como o professor trabalhará em sala de aula, desenvolver a criança para que a escrita e a leitura tenham um sentido para ela. Por isso, o trabalho com os gêneros textuais é uma forma de ligar a aprendizagem ao cotidiano da criança, utilizar o texto como forma de se ensinar a língua. Outra forma de se trabalhar a alfabetização e o letramento seria por meio do uso das tecnologias em sala de alfabetização. Fazemos parte de uma sociedade letrada, assim, a escola deve se adequar a essa necessidade, a �m de preparar o aluno para o letramento, bem como usar a leitura e a escrita para a prática social. Assim, ao se trabalhar com a escrita, o aluno deve aprender seus diferentes usos e a sua função dentro da sociedade, isto é, o estudante precisa saber interpretar o que leu e não apenas aprender a ler. Sob esse viés, não podemos deixar de mencionar que a tecnologia já faz parte do cotidiano escolar, isto é, as mídias estão cada vez mais presentes no dia a dia dos educandos. As escolas não podem �car alheias às mudanças que ocorrem no mundo, mas não somente mudanças na sociedade, como também transformações 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 17/24 tecnológicas, pois um mundo sem barreiras geográ�cas, culturais e linguísticas está cada vez mais próximo. As novas tecnologias devem ser implementadas no espaço escolar com o objetivo de se obter um resultado proveitoso delas. Um desses objetivos é o rendimento no processo de ensino e aprendizagem e, principalmente, visando à extinção da monotonia das aulas. É válido ressaltar que o quadro-negro e o giz também já foram considerados tecnologias. Segundo Libâneo (1998, p. 34): reflitaRe�ita Sabemos que o desenvolvimento tecnológico atua de forma satisfatória no processo de ensino e aprendizagem, principalmente nas práticas de sala de aula, para a transmissão e a aquisição do conhecimento, pois observamos que o aluno se aproxima desse conhecimento. Assim, como um professor alfabetizador deve procurar se formar e informar para trabalhar com todos os avanços tecnológicos em que a sociedade contemporânea tem vivido tão rapidamente? Como ensinar nossas crianças a ler e a escrever utilizando os novos aparatos tecnológicos? 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 18/24 A didática contemporânea não pode mais ignorar esse importante conteúdo que são as tecnologias da comunicação e da informação, tanto como conteúdo escolar quanto como meios educativos. É na escola que se pode fazer, professores e alunos juntos, a leitura crítica das informações e familiarizá-los no uso das mídias e multimídias (LIBÂNEO, 1998, p. 34). O uso das mídias na educação é uma nova metodologia aplicada para ensinar, a �m de permitir a substituição do giz e da lousa pela tecnologia que está presente em vídeos, DVDs, TV, computadores etc. O emprego dessas tecnologias atuais está cada vez mais presente na educação, facilitando e prendendo mais a atenção de nossos educandos. Ao utilizar as novas tecnologias, os professores enfrentam grandes desa�os, pois recebem alunos que já estão adaptados, o que deixa os professores cada vez mais preocupados. A tecnologia em si não é boa ou ruim; tudo depende do uso que se faz dela. As tecnologias inseridas no cotidiano escolar podem servir tanto para reforçar uma visão autoritária, conservadora, individualista, como uma visão progressiva. A pessoa com postura autoritária poderá utilizar a tecnologia para reforçar ainda mais o controle/dominação sobre os demais. Por outro lado, uma postura diferenciada, pautada por uma atitude interativa utilizará as tecnologias para possibilidades diversas com foco na ampliação da interação (SAVIANI, 1995, p. 35). O papel da escola é observar os avanços e as transformações tecnológicas e mostrá- los sempre em sala de aula, conversando com os alunos e procurando ajudá-los a perceberem os aspectos positivos e negativos trazidos pelos recursos tecnológicos ou pela mídia. As nossas crianças também já são educadas pela mídia, principalmente por meio dos programas de TV, nas quais obtêm informações, conhecimentos, fantasias, sentimentos etc. A mídia acaba sendo sedutora, prazerosa ao explorar o sensorial da criança por meio de histórias que são vistas ou estão em contato no seu cotidiano. A mídia acaba educando enquanto estamos entretidos. Sendo assim, precisamos procurar sempre acompanhar as diversas transformações tecnológicas, buscando estar sempre preparados, bem como os nossos educandos, 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 19/24 para o uso da mídia presente em nosso dia a dia, sempre de forma positiva. Por isso, hoje, a educação necessita da mídia, para que os educandos não �quem excluídos da sociedade tecnológica atual. praticarVamos Praticar O papel da escola é observar os avanços e as transformações tecnológicas e mostrá-los sempre em sala de aula, pois a proposta é conversar com os alunos e procurar ajudá-los a perceberem os aspectos positivos e negativos trazidos pelos recursos tecnológicos ou pela mídia. Assim, qual o objetivo do uso das tecnologias em sala de aula? a) Levar o aluno a memorizar os conteúdos trabalhados de forma monótona e insigni�cante para a sua vida. b) Trabalhar o conteúdo de forma memorística e que leve o educando a não re�etir sobre suas ações em sala de aula. c) Questionar a escola sobre o uso de redes sociais dentro do ambiente escolar para trabalhar conteúdos antigos. d) O rendimento no processo de ensino e aprendizagem e, principalmente, visando à extinção da monotonia das aulas. e) Levar o aluno a desenvolver as habilidades motoras e de memória, fazendo com que o aluno tenha aulas monótonas. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 20/24 indicações Material Complementar F I L M E A Sociedade dos Poetas Mortos Ano: 1989 Comentário: o respectivo �lme narra o professor de inglês John Keating, interpretado pelo ator por Robin Williams, que chega para lecionar em um tradicional colégio para rapazes e lá rompe com os tradicionais e arcaicos métodos da escola. Com isso, desperta a paixão pela literatura em seus alunos e inspira alguns deles a sonhar e a buscar utopias. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer a seguir. T R A I L E R 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 21/24 L I V R O O Desaparecimento da Infância Editora: Graphia Editorial Autor: Neil Postman ISBN: 978-8585277307 Comentário: defende a hipótese de que a infância está desaparecendo, uma vez que ocorre uma “adultização” das crianças pela TV, pela mídia em geral que, por meio da propaganda, vende a concepção, a indumentária, os hábitos e os costumes dos adultos às crianças. 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 22/24 conclusão Conclusão Ao veri�carmos o processo de alfabetização ao longo dos anos, notamos que muitas mudanças ocorreram. Desde o reconhecimento da infância como etapa de evolução da vida humana até o seu processo de escolarização, que hoje é uma das principais etapas da educação básica, ou seja, a educação infantil. Nesse contexto, veri�camos que, atualmente, as práticas de alfabetização voltam-se para o desenvolvimento da alfabetização atrelada ao desenvolvimento do letramento, por isso as práticas pedagógicas devem suprir as necessidades educacionais desse aluno, inserido em uma sociedade em que o conhecimento foi apresentado ao estudante de forma rápida. Assim, em uma sala de alfabetização, o uso das tecnologias é imprescindível para o avanço da leitura e da escrita, a �m de auxiliar,mais tarde, no desenvolvimento de leitores competentes. No mais, notamos que, ao mesmo tempo, o ato de alfabetizar e letrar contribui para que o aluno re�ita e relacione o conteúdo com a sua prática social. Por isso, o ensino deve ser realizado de forma pluridimensional. referências Referências Bibliográ�cas 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 23/24 ABBAGNANO, N. Dicionário de Filoso�a. São Paulo: Mestre Jou, 1982. ARROYO, M. A educação básica e o movimento social do campo. In: ARROYO, M.; CALDART, R.; MOLINA, M. (orgs.). Por uma educação do campo. São Paulo: Vozes, 2004. BATISTA, D. E. A didática de Comênio: entre o método de ensino e a viva voz do professor. Pro-posições. v. 28, p. 256-276, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pp/v28s1/0103-7307-pp-28-s1-0256.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. CAGLIARI, L. C. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 1989. CAPOVILLA, A. G. S.; CAPOVILLA, F. C. Alfabetização: método fônico. São Paulo: Memnon, 2003. CUNHA, V. L. O.; CAPELLINI, S. A. Habilidades metalinguísticas no processo de alfabetização de escolares com transtornos de aprendizagem. Revista Psicopedagogia, v. 28, n. 85, p. 85-96, 2011. ISSN: 0103-8486. LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e pro�ssão docente. São Paulo: Cortez Editora, 1998. MILITÃO, G. M. A. Alfabetização e letramento: as práticas de leitura como recurso para alfabetização. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/sepech/arqtxt/ARTIGOSANAIS_SEPECH/giseldamamilitao.pdf. Acesso em: 26 maio 2020. NASCIMENTO, C. T. do; BRANCHER, V. R.; OLIVEIRA, V. F. do. A construção social do conceito de infância: algumas interlocuções históricas e sociológicas. Disponível em: http://coral.ufsm.br/gepeis/wp-content/uploads/2011/08/infancias.pdf. Acesso em: 9 maio 2020. PICCOLI, L.; CAMINI, P. Práticas pedagógicas em alfabetização: espaço, tempo e corporeidade: eixos linguísticos da alfabetização. São Paulo: Edelbra, 2012. SAVIANI, D. Escola e democracia. 30. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 1995. https://www.scielo.br/pdf/pp/v28s1/0103-7307-pp-28-s1-0256.pdf http://www.uel.br/eventos/sepech/arqtxt/ARTIGOSANAIS_SEPECH/giseldamamilitao.pdf http://coral.ufsm.br/gepeis/wp-content/uploads/2011/08/infancias.pdf 03/09/2020 Ead.br https://unifacs.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 24/24 SOCIEDADE dos Poetas Mortos. [S. l.]. 1 trailer (2 min 45 s). Publicado por Ailton Lopes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Oo9R1neW4lw. Acesso em: 28 maio 2020. https://www.youtube.com/watch?v=Oo9R1neW4lw
Compartilhar