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Seminário VI - Regra Matriz de Incidência Tributária

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MÓDULO: TRIBUTO E SEGURANÇA JURÍDICA
SEMINÁRIO VI – REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA – HIPÓTESE TRIBUTÁRIA
Aluna: Marília Tófollis de Melo Ramos
QUESTÕES
1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional no direito positivo? 
A regra matriz de incidência tributária pode ser concepcionada em dois sentidos, o primeiro como sendo o esquema lógico semântico que serve de mecanismo de análise ao texto positivado e o segundo, enquanto norma jurídica em sentido estrito na sua forma de estrutura hipotética-condicional.
A regra matriz de incidência tributária a partir de sua conceção de esquema lógico semântico de análise, elaborado sob o prisma do Constructivismo Lógico-Semântico, se subdivide em antecedente e consequente, sendo que aquele estabelece critérios para identificação de fato que revele capacidade contributiva (fato jurídico tributário), enquanto este estabelece critérios para a relação jurídica tributária (obrigação tributária). 
Sob tal perspectiva, tem-se que o antecedente é composto pelos critérios material, espacial e temporal, enquanto o consequente pelo critério pessoal e qualitativo. 
O critério material, composto em regra por um verbo e um complemento, delimita o núcleo do acontecimento que será promovido a fato jurídico tributário. É o núcleo da hipótese, encontrado no exemplo do ICMS, cujo critério material está em circular (verbo) mercadoria (complemento).
Por sua vez, o critério espacial delimita o local em que o evento deverá ocorrer para configurar o fato jurídico tributário. Já o critério temporal demarca o instante em que se considera ocorrido o evento tributário. 
No consequente, o critério pessoal contém as informações capazes de identificar os sujeitos da relação jurídica a ser instaurada quando constituído o fato jurídico. Por fim, o critério quantitativo é aquele que identifica a quantia a ser recolhida aos cofres públicos, que possui como elementos a base de cálculo e a alíquota. Aqui vale ressaltar que Aurora Tomazini nomina este último critério como prestacional, isso por entender que nem sempre o objeto da prestação será quantificado pelo legislador. 
Sua funcionalidade principal, segundo a primeira concepção acima mencionada, é servir de instrumento lógico de compreensão do enunciado prescritivo que descreve a incidência normativa tributária. Essa esquematização possibilita visualizar com precisão todas as informações para identificar a ocorrência do fato e qual a relação jurídica constituída. 
Em decorrência, esse esquema lógico da RMIT permite controlar a constitucionalidade e legalidade da norma, na medida que o detalhamento permite esmiuçar a norma para verificar se encontra-se em consonância com as regras jurídicas que lhe servem como fundamento de validade. 
2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê? 
De forma simples e de fácil compreensão, Geraldo Ataliba afirma que a hipótese de incidência é a formulação hipotética, prévia e genérica, contida na lei, de um fato. Ou seja, é a descrição legislativa de um fato a que a lei atribui força jurídica para determinar o nascimento de uma obrigação tributária.
Da mesma forma Hugo de Brito Machado leciona que a hipótese de incidência designa com maior propriedade a descrição contida na lei da situação necessária e suficiente ao nascimento da obrigação tributária.
Feitos os devidos esclarecimentos, percebe-se que hipótese de incidência há a previsão de critérios materiais para que se possa reconhecer uma conduta concreta que se amolde à hipótese descrita em lei como suscitadora de obrigação tributária. Esses critérios materiais são sempre determinados em consonância com o princípio da legalidade, não sendo permitido ao aplicador da norma manipular seus elementos caracterizadores, com base em analogia ou outro elemento, para incluir na regra-matriz do tributo um evento alheio à previsão constitucional.
No Constructivismo Lógico Semântico a hipótese, também denominada por antecedente, compõe a primeira parte da RMIT que é responsável por delimitar o fato jurídico tributário. Nesse sentido, o enunciado da hipótese é elaborado com um status de indeterminação que comporta finitas denotações. A hipótese descreve, portanto, uma situação futura ao estabelecer critérios que identificam sua ocorrência no tempo e espaço.
A falta de um dos critérios na RMIT demonstra imprecisão da mensagem legislada, o que compromete a regulação almejada pelo legislador. Não obstante, apenas três são os critérios necessários para identificação do acontecimento toda vez que ele ocorra na hipótese da RMIT, e esses critérios são o material, espacial e temporal. Por essa razão não há necessidade de um critério pessoal para compor a hipótese da RMIT. 
3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito. 
Segundo o ilustre professor Geraldo Ataliba entende-se por incidência o fenômeno especificamente jurídico da subsunção de um fato a uma hipótese legal. Entende o estudioso, acompanhado por boa parte da comunidade jurídica, que a incidência se dá de forma automática e infalível sob o tecido social. Já para a vertente doutrinária que segue o Constructivismo Lógico Semântico, a incidência não é automática e depende da iniciativa do homem para que se identifique a incidência.
Para essa corrente jusfilosófica, pode-se descrever a fenomenologia da incidência tributária como sendo o acontecimento denotativo, ocorrido em determinado momento e lugar, sob o qual se identifica a conotação extraída da norma geral, ao qual um agente aplicador competente, identificando a ocorrência do evento constituirá o fato jurídico e definirá a relação jurídica tributária estabelecida.
Adotando a premissa de que a incidência não é automática, dependendo assim de sua aplicação para que se consuma, não haveria então diferença entre incidência e aplicação do direito. Nos termos preceituados por Aurora Tomazini “falar em aplicação é o mesmo que falar em incidência, porque a norma jurídica não incide sozinha. Para produzir efeitos ela precisa ser aplicada”.
4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das provas? 
Segundo a conceituação entabulada pelo professor Paulo de Barros Carvalho, evento é o acontecimento do mundo real ainda não discorrido por meio da linguagem. Assim, evento é pura e simplesmente um recorte no mundo fenomênico despido de qualquer relato ou transcrição linguística. 
Já os fatos são articulações da linguagem de um evento, ou seja, é o pronunciamento linguístico do acontecimento do mundo fenomênico. Sinoticamente, poder-se-ia dizer que a assumpção do que é fato se assemelha à do que é o relato. 
O fato jurídico, por sua vez, é o fato traduzido por meio de linguagem jurídica. A relação entre fato jurídico e teoria das provas reside na interligação entre as ferramentas da linguagem contidas no campo sintático jurídico para comprovação de que aquele fato está contido no domínio jurídico. 
5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113, §1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em que o termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de suas aparições. 
Preocupados com o rigor conceitual que o estudo impõe, alguns cientistas tendem a concluir que a expressão fato gerador é equívoca. Tradicionalmente, o conceito de fato gerador se subdivide para alcançar a definição de duas realidades distintas, quais sejam: a descrição da hipótese e a sua concreta verificação. Para isso, os que se utilizam de tal expressão a subdividem em fato gerador em abstrato e fato gerador em concreto.
Conforme diz Geraldo Ataliba, entendimento do qual corroboro, duas situações distintas não devem ser designadas pelo mesmo termo já que, até por questões didáticas, é mais conveniente dispor de termos distintos para nomear realidadesdistintas. 
As acepções de fato gerador empregadas pelo CTN nos arts. 4º e 105, respectivamente, fazem referência à hipótese e evento, na medida que o art. 4º fato gerador é colocado como a situação ocorrida em determinado espaço e tempo em que verificada a ocorrência de certo critério material. No art. 105 por sua vez, o conceito de evento é identificado quando menciona-se fatos geradores futuros, ou seja situações não concretas ainda a ocorrerem às quais ainda despidas de trasncrição pela linguagem.
No art 16º a expressão fato gerador equivale a fato imponível, por ser o evento ocorrido que concretiza a hipótese de incidência. No art. 113, §1º, o termo fato gerador foi empregado com o sentido de hipótese de incidência. No art. 114 e no AREsp 215273, colacionado no anexo I, fato gerador também faz referência ao conceito de hipótese. 
6. Diferençar: a data do fato jurídico tributário da data no fato jurídico tributário (vide anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito. 
À compreensão da dualidade data do fato e data o fato deve se aplicar a diferenciação entre processo e produto. A expressão data do fato jurídico tributário remete ao instante em que se dá a aplicação do direito e constituição do fato jurídico, enquanto a data no fato jurídico se refere ao instante em que é constituído o conteúdo do enunciado do fato jurídico, ou seja, é o momento descrito como aquele em que o evento se realizou.
Tárek Moyses Moussalem distingue essa divisão temporal ao dizer que a data do fato se refere ao momento da enunciação, que é estampado na enunciação-enunciada, enquanto a data do fato seria o momento do acontecimento, que é estampado no enunciado-enunciado.
Quanto aos conceitos de erro de fato e erro de direito, pode-se dizer que ambos são desajustes de linguagem. Não obstante, existem diferenças. Se o fato é o relato do acontecimento no mundo fenomênico, então o erro de fato se conceitua como a articulação errônea das técnicas linguísticas na descrição desse evento. 
Por outro lado, o erro de direito é o engano na subsunção que ocorre por haver falha aplicação da norma individual e concreta na norma geral e abstrata. Em suma, como afirma Aurora Tomazini em diferenciação clara e enxuta, erro de fato é o problema de prova, enquanto erro de direito é o problema de subsunção.
7. Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência tributária objeto da ação judicial: 
a) critério material
b) critério temporal
c) critério material
d) critério pessoal
e) critério material
8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art. 25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo se relaciona com o domínio espacial de vigência. 
O Princípio da Universalidade da Renda previsto no art. 153, §2º, I da Constituição Federal é uma derivação do Princípio da Isonomia. Na CF esse princípio preceitua simplesmente que o Imposto de Renda deve incidir e ser cobrado, tanto quanto possível, de todas as pessoas. Sob essa perspectiva, o Princípio da Universalidade prescrito tanto na CF encontra-se no critério pessoal da RMIT.
Não obstante, quanto à Lei nº 9.249/95, em seu art. 25, diz-se que “Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano.”
Na referida lei o critério pessoal se sobressai ao definir todos os sujeitos da relação jurídica que serão alvo do consequente criado na hipótese, in casu, as pessoas jurídicas. Inobstante, vale dizer que o princípio da universalidade no suso artigo também recai sobre o critério espacial e temporal para delimitar os compositores do sujeito passivo do critério pessoal. 
9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado”.5 Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e, considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da legislação paulista. 
Regra matriz de incidência tributária 
Hipótese ou antecedente
Critério material: ser proprietário de veículo automotor 
Critério temporal: pela análise da Lei X, vê-se que o legislador estadual optou por definir o critério temporal da incidência desse tributo a depender da condição do veículo, por exemplo, em se tratando de veículo em que se acabara de adquirir, considera-se ocorrido o evento tributário na data de sua aquisição.
Critério espacial: local do domicílio ou da residência proprietário.
Consequente
Critério pessoal: o sujeito passivo (contribuinte) é o proprietário do veículo.
Critério quantitativo: a base de cálculo, no caso de veículo novo, é o valor total constante do documento fiscal de aquisição do veículo automotor, enquanto a alíquota depende do tipo do veículo, variando de 1,5% a 4%.No RE 1016605, com repercussão geral reconhecida, foi fixada a tese que a capacidade ativa referente ao IPVA pertence ao Estado onde deve o veículo automotor ser licenciado. 
Considerando que os arts. 109 e 110 do CTN dispõem que a lei tributária não poderá alterar os conceitos definidos no direito privado, nesse caso verifica-se, quanto ao critério espacial, que a Lei 13.296/08 dá nova definição sobre o conceito de domicílio engendrado no Código Civil, no título III, arts. 70 a 78. De mais a mais, a referida lei paulista também cria novas definições também não previstas no códex civilista.

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