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PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 1 GASTRITE OBJETIVOS A partir da compreensão da estrutura e da função do estômago, reconhecer em processos de doença, as repercussões clínicas, as alterações em exames complementares, bem como as propostas terapêuticas clínicas e cirúrgicas.�Realizar diagnóstico diferencial entre as afecções do estômago entre si, bem como com outras doenças. DISPEPSIA © Do grego, dys = ruptura ou dificuldade, pepse = digestão; © É o termo médico que designa “dificuldade de digestão”, popularmente conhecida como “indigestão”; © Conjunto de sintomas que acomete 20 – 40% da população; GASTRITE © Do grego (gaster = estômago), ite = sufixo nominal da inflamação; © Processo predominantemente inflamatório da mucosa gástrica; SINTOMAS DISPÉPTICOS © Epigastralgia, desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, saciedade precoce, plenitude pós-prandial, distensão abdominal, eructações frequentes; © Vômito com sangue, fezes negras à sintomas de alarme; © Dispepsia à orgânica ou funcional? o A dispepsia tem várias maneiras de ser descrita; Paciente pode ter muita dor e achados endoscópicos/histológicos normais, ou não ter dor e ter gastrite importante e não ter nada na biopsia... Muitas vezes os sintomas do paciente não tem haver com o achado histológico/endoscópico; GASTRITE/GASTROPATIA © A doença gástrica deve categorizar-se como gastrite e gastropatia; GASTRITE GASTROPATIA Processo predominantemente inflamatório (inflamação da mucosa gástrica) neutrófilo, linfócito Lesão celular epitelial e regeneração, associado à mínima ou nenhuma inflamação da mucosa ENDOSCOPIA © A história da endoscopia diagnóstica pode ser dividida em 4 períodos: ó Endoscopia rígida (1809 – 1932); ó Endoscopia semiflexível (1932 – 1958); ó Endoscopia com fibras ópticas (1958 – 1981); ó Endoscopia eletrônica (1981 – atualmente); HISTÓRICO 1936 - Schindler Gastrites crônicas Superficiais/Atróficas 1972 - Whitehead Truelove Gear Tipo de mucosa/local Presença de infiltrado Presença e tipo de metaplasia 1973 - Strickland e Mackay A (autoimune) => gastrite atrófica do corpo e fundo gástrico associada com hipo e acloridria B ( não autoimune)=> inflamação do antro, não autoimune PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 2 1975 - Glass e Pichumoni A corpo (modificaram Strickland e Mackay) B antro AB => atrófica intensa que atinge todo o estômago, apontada como precursora do carcinoma gástrico 1980 – Pelayo Correa Gastrite Crônica Autoimune relacionada com hipocloridria e anemia perniciosa Gastrite Crônica Hipersecretora/ difusa antral ( H pylori) em geral associada a úlcera duodenal Gastrite Crônica Ambiental (alterações inflamatórias multifocais , mais intensa na incisura angularis 1990- Sidney Divisão Endoscópica e histológica 2007 – OLGA H pylori CLASSIFICAÇÃO DE SYDNEY à é o que usamos É em cima dessa classificação que interpretamos os laudos endoscópicos; ESTÔMAGO Corpo/antro à células G que produzem gastrina (a gastrina estimula as células parietais a produzirem ácido no corpo) - quando temos inflamação por H pylori dessas células, aumenta o estimulo da gastrina para produzir mais ácido. CLASSIFICAÇÃO: © Tempo à aguda X crônica; © Achados histológicos; © Distribuição anatômica (gastrite está no corpo? No antro? No fundo gástrico?) ou mecanismo patogênico proposto; geralmente no antro e vai ascendendo. ó Fundo e corpo vem associado pois a população de células é a mesma ó O antro não pois as células são diferentes PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 3 Glândulas principais (parietais) à HCl Antroà Células G à gastrina Lesões em antroà Hipercloridria (gastrina estimula células parietais) Lesões em corpoà Hipocloridria (diminui o número de células produtoras de HCL) CONSENSO DE KYOTO – 2015 PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 4 GASTRITE DE ACORDO COM O MECANISMO PATOGÊNICO – PROVAJ AGUDA CRÔNICA ATRÓFICA FORMAS INCOMUNS Infecção Aguda pelo H pylori Tipo A: Autoimune Predominantemente corpo/fundo Linfocítica Outras Infecções: Outras Bacterias, Tipo B: Correlacionada com H pylori Predominantemente antral Eosinofílica Mycobacterias, Indeterminada Doença de Crohn Sífilis, Viral, Parasitas, Fungos Sarcoidose Gastrite granulomatosa isolada Principal causa de gastrite aguda à infecção aguda pelo H pylori; Antro – células que não produzem ácido à local favorito H pylori; Após ficar muito tempo no antro, quando esse lugar não estiver mais propício para ela, ela vai ascendendo pelo estômago; Linfocítica – associada a doença celíaca; Doença de Crohn – raro acometimento gástrico; AGUDA GASTRITE AGUDA POR HELICOBACTER PYLORI © Corresponde à primoinfecção pelo H. pylori (primeira vez em que o paciente tem contato com essa bactéria); ó Como contraímos o H pylori? à contato de pessoa para pessoa, ingestão de água... © Normalmente não diagnosticada (muitas vezes ocorre na infância, antes dos 5 anos); © Início súbito de dor epigástrica, náuseas e vômitos; © Achados endoscópicos ó Variáveis pode não ter nada. Enantema (vermelhidão), erosões (pequenas “aftas” que podem ser brancas ou vermelhas), úlceras, friabilidade da mucosa); © Gastrite neutrofílica aguda (porque faz lesão então os PMN migram para o local); © Se não tratada evolui para gastrite crônica; GASTRITE FLEGMONOSA AGUDA © Flegmão= coleção, abcesso. © Rara, porém com índice de mortalidade de 60% © Infecção bacteriana da muscular da mucosa e submucosa do estômago (Streptococcus sp, Staphylococcus sp, Escherichia coli, Proteus); © Gastrite enfisematosa Clostridium welchii (coleção gasosa na submucosa); © Acomete pacientes debilitados, com doenças graves, alcoólatras, HIV... pode ocorrer como complicação de doença sistêmico, septicemia, cirurgias digestivas; © Epigastralgia, peritonite, febre, hipotensão; © Endoscopia ó Mucosa edemaciada, com exsudato verde escuro e múltiplas ulcerações; cultura; © Microscopia ó Infiltrado polimorfonuclear intenso; © Tratamento ó Antibióticos e drenagem da parede gástrica (endoscópica ou cirúrgica); gastrectomia pode ser necessária também; PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 5 CRÔNICA-ATRÓFICA GASTRITE CRÔNICA AUTO-IMUNE (TIPO A): © Gastrite tipo A; © Transmissão genética autossômica recessiva; © Acomete corpo e fundo; © Assintomática; © Hipocloridria/acloridria (porque ocorre atrofia progressiva das células que produzem ácido); © Anticorpos anti células parietais e anti fator intrínseco; ó Paciente com sintomas inespecíficos, anemia macrocítica à lembrar de solicitar Ac anti fator intrínseco, B12, Ac anti células parietais!! © Atrofia parcial ou completa das glândulas gástricas com substituição por metaplasia intestinal; © Redução do fator intrínseco à anemia perniciosa; © Hipergastrinemia à por feedback (como ocorre atrofia das células que produzem ácido e então falta ácido, o estômago produz mais gastrina para estimular a produção de ácido e tentar compensar isso) gera hiperplasia das células ECL (células enterocromafins); © Tratamento à administração parenteral mensal de vitamina B12 + controle endoscópico (porque 2 – 9% dos pacientes podem evoluir para Tu carcinoide); GASTRITE CRÔNICA ASSOCIADA AO H PYLORI (TIPO B): © H pylori à 95% das gastrites crônicas; © A distribuição do H pylori no estômago é importante à indicador do padrão de evolução da gastrite; ó Primeiro localiza-se no antro e depois sobe para o corpo; © Assintomática; © Alterações atróficas progressivas, há metaplasia intestinal; © O efeito do tratamento do H pylori sobre atrofia e metaplasia intestinal é controverso (não sabemos se as lesões são reversíveis); © H pylori à agente carcinógeno tipo 1 à causaCa gástrico; ó Toda pessoa que tiver um familiar de primeiro grau com câncer gástrico tem que avaliar se tem H pylori!!! ó Normalmente começamos a fazer endoscopia em pacientes > 40 anos; ó < 40 anos à apenas quando o paciente tem sintomas de alarme. ó Sintomas de alarme à perda de peso, despertar noturno, sangramento, febre; ó Se tiver familiar com histórico de câncer gástrico à fazer endoscopia 10 anos antes da idade de diagnóstico do familiar (ex: familiar com diagnóstico de câncer aos 46 anos – o familiar deve fazer endoscopia aos 36 anos); Folículos linfoides na mucosa do paciente (Gastrite nodular) No antro PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 6 Metaplasia intestinal Atrofia da mucosa FORMAS INCOMUNS GASTRITE LINFOCÍTICA: © Afecção rara (1% dos pacientes dispépticos); © Adultos de ambos os sexos com mais de 50 anos; © Epigastralgia, anorexia, emagrecimento; assintomática; © Etiologia desconhecida à associações com a doença celíaca, H pylori, doença de Menetrier e linfoma gástrico; © Aspecto endoscópico à normal ou em alguns casos pode ter nodulações com depressões centrais e hiperemia circunjacente (gastrite varioliforme?); © Caracterizada Histologicamente por intensa infiltração de linfócitos intraepiteliais (mais de 25 linfócitos para cada 100 células epiteliais); GASTRITE EOSINOFÍLICA: © Envolvimento do estômago num distúrbio incomum – gastroenterite eosinofílica; © Infiltração eosinofílica em qualquer camada do estômago (mucosa, muscular própria e serosa); ó Mucosa à predomínio do antro (pregas espessadas, nodulações e ulcerações); ó Muscular à rigidez e estreitamento antral; ó Serosa à ascite com alto teor de eosinófilos; © Concomitância de lesões de esôfago, delgado e cólon; ó Muitas vezes também biopsiamos o esôfago/delgado na EDA; © Eosinofilia no sangue periférico; © Sintomas decorrentes da estase à saciedade precoce, náuseas, vômitos; ó Como ocorre no antro e o antro é responsável pelo esvaziamento gástrico (ondas propulsoras) – quando o antro está acometido o paciente tem saciedade precoce, náuseas e vômitos; © Anemia pela perda crônica de sangue pelas lesões; © Tratamento à corticoesteróides (para tentar diminuir a lesão); ó Eventualmente cirúrgico pela estenose pilórica; PROVA 1 CLÍNICA GASTRO Maria Eduarda Valgas 7 DOENÇA DE CROHN: © Raro acometimento gastroduodenal; © Pode apresentar infiltrado granulomatoso às biópsias, úlceras aftóides e estenoses; lesão sepe09nginosa e não continua. © Pode ocorrer estenose do antro (raro); SARCOIDOSE: © Raro envolvimento gástrico; (diagnostico de exclusão) © Envolvimento gástrico é secundário à forma sistêmica (doença fibronodular dos pulmões, adenomegalia hilares, lesões líticas das falanges, anergia cutânea); © Presença de granulomas não caseosos; © Hiperemia com edema no antro com erosões sobrepostas; ó Como acomete o antro, pode dar sintomas de saciedade precoce, náuseas, vômitos; GASTROPATIAS Não tem tanto infiltrado inflamatório, tem mais lesões; GASTROPATIA HIPERTRÓFICA – DOENÇA DE MÉNÉTRIER: © Adulto com mais de 50 anos, predisposição familiar; © Epigastralgia, emagrecimento, anemia, diarreia, edema; © Pregas gigantes no corpo e fundo; © Hipoalbuminemia secundária à gastropatia perdedora de proteínas; © Hitologia à hiperplasia foveolar com atrofia glandular, dilatação cística e espessamento da mucosa; © Hipocloridria (porque ocorre atrofia glândular – não produz ácido); - aumenta a gastrina para tentar compensar; © Diagnóstico diferencial: ó Zollinger-Ellison, amiloidose, linfoma, carcinoma infiltrativo, processos granulomatoso; © Tratamento depende da gravidade e das manifestações clínicas; © Perda da barreira mucosà permeabilidade aumentada para proteínas, por isso perde proteina ECTASIA GÁSTRICA VASCULAR ANTRAL – WATERMELON STOMACH: © Mais comum em mulheres e, em associação com distúrbios autoimunes; © Faixas avermelhadas, quase paralelas, no antro; © Pode ocorrer sangramento abundante; © Hiperplasia fibromuscular da lâmina própria e capilares superficiais dilatados contendo trombos; (Mais comum ter uma anemia crônica, ferroprênica) © Doença recidivante; © Tratamento à plasma de argônio (muito eficaz), eletrocoagulação bipolar, cirurgia; GASTROPATIA HIPERTENSIVA PORTAL: © A cirrose e hipertensão portal podem levar a alterações endoscópicas decorrentes da congestão venosa;à Fundo e corpo; © Aspecto em mosaico, manchas avermelhadas na mucosa e pontos vermelhos; (aspecto em mosaico) © Hitologia (não é muito usada para fazer o diagnóstico) à ectasia vascular e hemorragia subepitelial; © Não há relação com a gravidade da hepatopatia ou tamanho das varizes do esôfago; GASTRITE AGUDA HEMORRÁGICA: (ela é aguda apenas depois do uso de AINES) © “Gastrite” erosiva aguda à gastropatia é o termo mais indicado; © Causa de HDA; © Secundária à hipovolemia, estresse, isquemia, álcool, AINE, congestão crônica, queimaduras, cirurgias, etc; © Ocorre por isquemia e queda da barreira protetora; © Profilaxia é importante!!!! © Profilaxia à evitar álcool, tratar H pylori, evitar AINEs, uso de inibidores da bomba de prótons... Nome do arquivo: 7. Gastrite e Doença Ulcerosa Péptica.docx Pasta: /Users/mariaagapitovalgas/Library/Containers/com.microsoft.Word/ Data/Documents Modelo: /Users/mariaagapitovalgas/Library/Group Containers/UBF8T346G9.Office/User Content.localized/Templates.localized/Normal.dotm Título: Mariana Garcia - Gastroenterologia Assunto: Autor: Marina Garcia Palavras-chave: Comentários: Data de criação: 06/09/19 10:55:00 Alterar número: 2 Salvo pela última vez em: 06/09/19 10:55:00 Salvo pela última vez por: dudavalgass@hotmail.com Tempo total de edição: 0 Minutos Impresso pela última vez em: 06/09/19 10:55:00 Como a última impressão Número de páginas: 7 Número de palavras: 1.786 Número de caracteres: 10.530 (aprox.)
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