FILOSOFIA: A MANIPULAÇÃO INDEVIDA DA CIÊNCIA NA ELABORAÇÃO DE ARMAS QUÍMICAS E AS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA OS SERES HUMANOS.

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
FILOSOFIA: A MANIPULAÇÃO INDEVIDA DA CIÊNCIA NA ELABORAÇÃO DE ARMAS QUÍMICAS E AS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS PARA OS SERES HUMANOS.
RIO DE JANEIRO
2020
Introdução
	Desde os tempos da Grécia Antiga (século VII a.C.), a filosofia tem a intenção de racionalizar o pensamento do homem, na busca de uma construção verdadeira do conhecimento sobre o ambiente em que vivemos e a realidade que nos cerca. As reflexões filosóficas permeiam a história da evolução da humanidade, e suas teses se baseiam nas condições econômicas, políticas e sociais de determinada época. Com o advento da modernidade, a ciência se distanciou da filosofia deixando de estudar os fenômenos de forma abrangente, e passou a ter foco em objetos específicos. O desenvolvimento das ciências instaurou novas formas de conhecimento, permitindo invenções que influenciam diretamente na vida humana. Mas até que ponto a evolução da ciência pode trazer malefícios para o ser humano e a sociedade como um todo? O objeto deste trabalho é proporcionar uma reflexão crítica de como a manipulação indevida da ciência na elaboração de armas químicas pode ocasionar consequências negativas para os seres humanos, a partir de fatos historicamente conhecidos.
Desenvolvimento
	Estruturada por meios de métodos experimentais e demonstrações, a ciência por Aristóteles foi definida como o "conhecimento das causas pelas causas”. A ciência evoluiu do campo da observação metódica para a união entre o conhecimento teórico e a prática, e desta forma, tornou-se capaz de interferir consistentemente na realidade prática dando empoderamento aos homens, de tal maneira que adquirimos autonomia para transformar e dominar o planeta. 
	As primeiras armas químicas utilizadas em grande escala ocorreram na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando a Alemanha espalhou gás cloro para dispersão dos adversários perto da cidade belga de Ypres, deixando 5 mil mortos e outros 10 mil feridos. Mais recentemente, em 2017, o gás sarin matou 87 pessoas em ataques na Síria. Estas substâncias além de matar, geram os mais variados tipos de doenças na população atingida, e, embora os efeitos danosos e devastadores sejam conhecidos, a produção e o aprimoramento destas armas, que se tornam cada vez mais tóxicas, permanecem diariamente nas grandes nações.
	A ciência ao desgarrar-se da filosofia, com o enfoque nos juízos de realidade e comprovando suas teses produziu transformações fantásticas sobre a nossa realidade, fomentou o progresso tecnológico oferecendo à raça humana uma infinidade de produtos e serviços disponíveis. Assim, o conhecimento científico faz-se necessário no cotidiano, e, através dele existe o potencial de inúmeras outras benfeitorias para a nossa espécie, como: a descoberta de novos medicamentos, curas de doenças terminais, dentre outras. Entretanto, a ciência por si só, enraizada nela mesma, tida como o centro do universo, e priorizada como o saber necessário para solucionar todos os problemas existentes, conforme intelectualmente defendido pelo mito do cientificismo, nos faz abdicar dos juízos de valor. É preciso olhar além da objetividade e avaliar criticamente, de forma ampla, as várias possibilidades que os avanços científicos e tecnológicos podem proporcionar.
	É nesse contexto que devem ser observadas e discutidas as concepções éticas. A luz da moral e da ética, os representantes dos Estados produtores e mandantes do uso de armas química em pessoas sabem que tal atitude fere os princípios morais e éticos da nação mundial, pois mencionamos aqui crimes contra a humanidade. E como considerou Kant no período do iluminismo, o homem é capaz de discernir entre o bem e o mal, sendo capaz de escolher o caminho da moralidade.
Então, o que leva ao homem tomar decisão tão devastadora? Porque cientistas se alinham a governos no desenvolvimento de projetos mortíferos, se eles, como especialistas, sabem das consequências? Isso acontece porque os valores essenciais da ciência relacionados à melhoria da qualidade de vida e à evolução harmônica da sociedade, por ora são suplantados em nome de interesses políticos e econômicos e pela busca de poder, e quando os valores éticos se desviam do caminho da virtude, os efeitos colaterais são os danos a outras pessoas.
Conclusão
	É certo que o desenvolvimento das investigações científicas proporcionou a evolução do conhecimento e nos trouxe uma série de benefícios, e ainda podemos aguardar exponenciais realizações da ciência. No entanto, é necessário que ciência e filosofia caminhem juntas para o crescimento convergente da humanidade, pois a reflexão crítica e a busca pela ética, discutidas pela filosofia, permite ao homem perceber e avaliar de forma global o que a evolução vem representando para a sociedade. Neste trabalho, abordamos como o homem conquistou a autossuficiência impulsionada pelos avanços científicos, e vimos que a ciência manipulada em prol de valores obscuros gera consequências negativas aos seres humanos por muitas vezes irreparáveis. Espera-se que a filosofia conjugada à ciência auxilie os homens a enxergar o bem comum e compreender que os fins não justificam os meios, de modo que possam encontrar habilidade para valorizar uma vida virtuosa, honesta e digna como bem previsto por Platão e Sócrates.
Referências Bibliográficas
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