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Medicina FTC – 2020.2 Catarina Viterbo ANALGESIA NA EMERGÊNCIA Emergências Clínicas – Prof. Albert– 02/09/2020 DOR ou ALGESIA: experiência sensorial e emocional “desagradável", associada a lesão tecidual real ou potencial. Não necessariamente precisa ter uma agressão física para que o paciente sinta dor. Importância da dor Sintoma de maior frequência nas emergências. Controle inadequado à insatisfação do doente. Um paciente insatisfeito vai procurando outros médicos e vai protelando a necessidade de uma intervenção/tratamento adequado. Várias razões • Subvalorizarão da queixa • Falta de obediência por parte do paciente à prescrição • Prescrição de doses subterapêuticas de analgésicos, devido ao receio de efeitos adversos graves e desconhecimento da sua farmacologia. Alguns analgésicos existe um limite, tanto superior quanto inferior e algumas pessoas não sabem prescrever direito UTI: • 50% dos pacientes não cirúrgicos. Se forem pacientes cirúrgicos isso vai para acima de 90%. Fatores Doença subjacente, trauma, cirurgia Cuidados de enfermagem: mobilização, aspiração da via aérea (saiu em um artigo que essa seria a pior dor que poderia existir), curativos. • A dor do parto seria a terceira pior dor que poderia existir. A segunda seria um trauma testicular. Fisioterapia: importante para os pacientes acamados, paciente pode estar somatizando. Imobilização prolongada e procedimentos invasivos terapêuticos, diagnósticos ou de monitorização Ansiedade: sendo crônica pode levar a dor. • Perturbação da mente à agitação → preocupação ou angústia. Alguns pacientes depois de muito tempo no hospital começam a ficar agitados de uma hora para outra. Essa agitação persistente da mente leva ao delirium. Delírio x Delirium: são conceitos diferentes. • O delirium é uma doença/patologia tem CID. Enquanto Delírio é um sintoma, relacionado com os transtornos esquizofrênicos/psicóticos. • Alteração do juízo da realidade: Seria alguém falar uma coisa que sabemos que não é verdade. Existe uma falsa percepção do que é verdadeiro e do que é falso. Pode ver falsos elementos, por exemplo, pode ver uma corda e falar que é uma cobra. Você pode perguntar para ele: “O martelo flutua na água?” Ele pode dizer que sim. • Alteração da consciência? O delírio por ser sintoma NÃO necessariamente precisa ter alteração da consciência. São os pacientes da psiquiatria que mesmo com o Glasgow de 15 continuam com o juízo alterado. O delirium TEM alteração do nível de consciência (qualquer Glasgow diferente de 15). • CID Distúrbios do sono: causado por dores crônicas. Hipercoagulabilidade: o paciente que fica com dor fica mais prostrado, acamado. Ele não tem tanta mobilização. Sabemos que os pacientes imóveis podem trazer uma estase sanguínea maior. O segundo ponto é que o paciente com dor tem uma FR e FC mais elevadas e uma demanda energética maior, do que um paciente que não está sentido dor. Se o paciente tiver em qualquer grau em que não esteja levando o oxigênio de forma adequada para os tecidos pode levar a microtromboses. Por esse aumento de Imunossupressão: a depleção de proteínas causada pelo aumento de FR/FC/Taxa metabólica leva a imunossupressão. Catabolismo e cicatrização alterados: por esse aumento de FC/FR/Taxa metabólica as proteínas acabam sendo consumidas. Imagine uma dor crônica, as proteínas vão sendo consumidas de uma forma muito mais aguda. Por isso, que o paciente ficar sentido dor durante o pós-operatório é ruim porque causa um problema na circulação. Disfunção pulmonar e ativação do sistema nervoso simpático, com taquicardia e aumento da resistência vascular periférica e do consumo miocárdico de O2: Por aumentar essa taxa metabólica também pode acabar causando uma disfunção pulmonar e ativação do sistema nervoso simpático, que no final de tudo vai levar ao consumo de oxigênio por parte do miocárdio. Inclusive, um paciente com dor crônica em outros lugares é um paciente que infarta mais. Por isso, tem aquela relação do paciente que tem depressão infarta mais. Assim como a relação depressão e neoplasia. Isso acontece porque os pacientes depressivos realmente eles sofrem, tem mais dor (que não é necessariamente física). Escolha do analgésico Intensidade da dor Natureza da dor Risco: se ele é em potencial ou se realmente está acontecendo aquela dor. Por exemplo, o mapa anestésico, eu vou preparar o paciente para submeter a dor então o paciente tem o risco de sentir dor. Sabendo que esse risco existe eu vou levar analgesia para o paciente. Escala numérica e visuais analógicas da intensidade da dor Essa das carinhas é muito utilizada pelos profissionais de enfermagem, principalmente nos pacientes intubados porque é muito mais simples a comunicação. Dor é uma coisa subjetiva, cada um tem a sua. É algo na área médica que ainda não conseguimos estabelecer algo mais objetivo para mensurar a dor, porque uma simples agulhinha em uma pessoa pode gerar uma dor insuportável e em outra pessoa que fraturou o pé e a dor não é tão insuportável assim. Medicamentos Analgésicos Anti-inflamatórios → AINE • Analgésicos “fracos” – X • De ação periférica – X Opioides (hipnoanalgésicos) • Analgésicos “fortes” – X • Ação central – X AINE São anti-inflamatórios que não são esteroides e que não tem o poder como os corticoides. Por ele ser um anti-inflamatório, ele vai tratar a dor de causa inflamatória. Então, não adianta tratar a dor do paciente depressivo com anti-inflamatório. É usado para o tratamento de lesão dentária, traumas, hérnia de disco. Posso fazer uma associação com anti- inflamatórios. • Analgésico: vão trazer alívio da dor para o paciente. • Antipirético: boa parte deles. Nem todos tem efeito para febre. • Antinflamatório o Exceção: Paracetamol – não anti-inflamatório. É um contrassenso, mas está na literatura. Perfil farmacodinâmico, mecanismo e eficácia semelhantes (prescrição concomitante?) AINE – ANTIINFLAMATÓRIO Mecanismo de ação periférica e central • Consegue inibição da Ciclooxigenase Quando um anti-inflamatório é prescrito são dadas as seguintes orientações: • Tomar bastante água por causa do rim. Após as refeições por conta do estômago (principalmente COX-1) e evitar por mais de 5 dias devido ao seu efeito antiplaquetário. Então a COX ela vai atuar justamente nesses órgãos. • É muito comum pacientes que fazem uso de anti-inflamatório por mais de 5 dias chegam na emergência com disfunção renal, hemorragia digestiva por conta da lesão gástrica e pela ação antiagregante plaquetária. Ás vezes, pode estar com uma pneumonia. 1ª geração – Bloqueiam a COX-1 e a COX-2 2ª geração – Bloqueiam seletivamente a COX-2: É dito como mais seletivo, porém na literatura não foi tão bem visto isso. Diziam que por seletivo não precisava tomar tanta água. Porém quando foram olhar as evidências foi visto que se for feito o uso de inibidores seletivos como a nimesulida também vai dar dor de estômago, assim como lesão renal, se for feito o uso prolongado. Resposta analgésica leve a moderada: para os pacientes com dor intensa eles não servem. Podem até ser utilizadas, mas você tem que associar com outra droga. Efeito “teto”: dores exorbitantes, os AINEs não são recomendados • Atividade antinflamatória limitada • Inferior aos corticoides • Inflamação dependentes da COX Não age na rinite, asma ... (Mediado por Leucotrieno): Vamos imaginar que temos duas cascatas de inflamação uma é mediada por COX e outra por leucotrieno. Se o paciente está com rinite e vocês dão anti-inflamatório para o paciente, o que pode ocorrer é que pode acabar bloqueando a via mediada por COX. Só que a inflamação continua ocorrendo, então a cascata vai se direcionar para a cascata do leucotrieno, por isso, que os pacientes com trauma e os pacientes asmáticos, talvez seja melhor fazer o corticoidecomo anti-inflamatório do que um AINE, porque pode acabar piorando o processo alérgico do paciente. AINE é para dor mediada por COX. Se for outro tipo de dor eu tenho que dar uma medição responsável para tal, pode ser um inibidor de leucotrieno, ou se eu quiser inibir tudo boto o corticoide. Barata Via oral, retal, intravenosa ou IM, IV ou IM • Diclofenaco, Ceprofeno, Tenoxicam, Valdecoxib • Paciente hospitalizados • Multiplas administrações Salicilatos (AAS) É um fitoterápico que veio da casca do salgueiro. • Século V: Hipócrates descreveu o pó ácido de casca de salgueiro para alívio da dor. • Patenteada em 1899 – Bayer • Mais consumido no mundo • Perdeu a patente após 1ª guerra mundial devido uso • 1971 → Descrito seu mecanismo de ação (Nobel) • Inibidor da COX-1 e COX-2 (não seletivo) • Analgésico, Antipirético, Antiinflamatórios • Antiagregante plaquetário VO: • 50 a 325mg (efeito antiagregante plaquetário) via oral para prevenção de trombose e doenças cardíacas (dose diária) • 500mg via oral para tratamentos da dor (a cada 4 horas): caso seja feito isso tem que verificar se o paciente não tem risco de queda, que não seja um paciente que dirija, com hipertensão grave, refratária, de mau controle. Porque podem gerar efeitos catastróficos. • 1000mg via oral para tratamento da dor e da inflamação (a cada 4, 6 ou 8 horas) O AAS no Brasil é mais utilizado para crianças e no contexto da SCA. Alguns trabalhos demonstram que uma dose de 50mg já é uma dose para fazer a prevenção primária. Contraindicação: Alergia, estados hemorrágicos, dengue Efeitos adversos: hemorragia, irritação gastrointestinal, angioedema • Diflunisal: derivado do AAS • Cetorolaco: derivado do AAS (SL ou EV): usado em quem sente muita enxaqueca porque ele consegue ter uma ação boa entre de 5-15 minutos. Pode ser feito sublingual. Indóis → Anti-reumáticos • Indometacina e Sulindaco • Inibidor da COX-1 e da COX-2 Semelhante ao AAS VO (25 mg, 50 mg) e VR (1000mg) Preferência na febre dos tumores malignos Boa ação uterina: importante pontuar isso porque existem mulheres que usam DIU e porventura usa um anti- inflamatório desses. O que acaba acontecendo é que ele pode gerar uma baixa eficácia do DIU e a mulher pode engravidar. • Mais tóxico Ác. Propiônico Ibuprofeno, cetoprofeno e naproxeno Inibidores de COX-1 e COX-2 Analgésico, antiinflamatório, anti-reumático e antipirético: O cetoprofeno não é utilizado para febre porque teria que ser utilizada uma dose bem maior. A mesma coisa com o naproxeno. Ação uterina, porém, afeta a eficácia do DIU VO, IM ou EV Crianças: podem cursar com arritmias pelo uso desses medicamentos. Ácido Antranílico Ác. Mefenâmico • Inibidores da COX-1 e da COX-2 • Semelhante aos outros AINES • Efeitos colaterais mais intensos: deixa de ser interessante por conta disso. • No período menstrual ele é muito utilizado porque ele tem uma posologia mais adequada ele se mantem no corpo por mais tempo, a eliminação dele é mais lentificada. Ácido fenilacético Diclofenaco e Teolmetina Inibidores da COX-1 e COX-2 Tolmetina → artrite. Mais utilizado na reumatologia e na oncologia. • Menos efeitos colaterais • VO Diclofenaco: • Apesar de antipirético, não é utilizado • VO e DM • Usado em doenças reumáticas e dor uterina • Menor frequência Ácido enólico (oxicams) São interessantes porque apresentam menor efeito colateral. A posologia também é porque ele pode ser usado apenas uma vez ao dia. • Piroxixam, Tenoxicam, Meloxicam • Inibidores da COX-1 e da COX-2 • VO e IV • Usado em doença reumática e dor uterina • Menor frequência de efeitos colaterais Inibidores seletivos • Nimesulida • Celecoxib • Rofecoxib • Etoricoxib • Valdecoxib Inibidores seletivos da COX-2 Nimesulida Semelhante aos outros AINES Menos efeito gástrico e renal: mas se usar por mais de 5 dias sem realizar as orientações para AINES vai trazer tanta lesão quanto. Hepatotóxico • Proibido em alguns países como Finlândia em 2002 e Irlanda em 2007. Por outro lado, eles têm o AAS venoso. Também o paracetamol venoso. Inibidores seletivos da COX-2 Coxib (Celecoxib, Rofecoxib, Etoricoxib, Valdecoxib) • Semelhante aos outros AINEs • Menor efeito gástrico e renal • Cardiotóxico: o que se tem de relato é que depois de ir ao dentista o paciente tomava Arcoxia e depois de um dia ele desmaiava, por conta de uma arritmia. • Brasil – retenção de receita e sendo retirados do mercado AINE - EFEITOS COLATERAIS 1. Digestivos: Epigastralgia, sangramento digestivo, náusea e enjoo. Todos em maior ou menor grau, exceto o paracetamol. Inibidores da COX-2 tem menor morbidade gástrica. 2. Renais: Retenção de água e sal, edema. Nefrite intersticial. Todos, inclusive Paracetamol 3. Hematológicos: Leucopenia, anemia aplásica, agranulocitose. Evento raro. Maior risco com Indometacina e Pirazolônicos, no tratamento crônico. 4. Neurológicos- Síndrome de Reye. Confusão mental. Coma (intoxicação) a. Observado com Aspirina 5. Hepáticos: Insuficiência hepática. Necrose hepática. a. Na intoxicação com paracetamol 6. Dermatológicos- “Rash” cutâneo. Prurido 7. Respiratórios: Pioram Rinite e Asma. PARACETAMOL Apesar da literatura dizer que é um AINE ele não é dependente de COX. Não é dependente do COX: Existe um contrassenso farmacológico, porque ele é um AINE não anti-inflamatório. Importante → Por ele não ser dependente de COX não leva a lesão gástrica. Não é antinflamatório Não leva à erosão gastroduodenal e sangramento digestivo → Porque ele não é dependente de COX. Antipirético e Analgésico: seu mecanismo de ação, as pessoas postulam que seja mediado por COX-3. Mas é aquela coisa, o COX-1 e COX-2 já foram isolados e esse nunca conseguimos isolar. Então, se existir esse COX-3 é por conta dele que o paracetamol atua. COX-3? Hepatotóxico (>4g) à Insuficiência Hepática; A dose dele é de 750mg. Se usar 4x ao dia dá 3g, a dose tóxica é maior que 4g. Entre 4-6g ele gera uma insuficiência hepática leve, 6-8 insuficiência hepática moderada e 8-9 insuficiência hepática grave e acima de 9g uma hepatite fulminante. Essa hepatite fulminante é um dos critérios para o transplante de fígado. Intoxicação • Acetilcisteı́na: pode ser utilizada de forma oral ou venosa, porém é difícil de ser achada. A N-Aceticisteína é aquele xarope para tosse. A acetilcisteína basta um comprimido se for a N-acetilcisteína precisa tomar o frasco inteiro, então deve se pesar o custo benefício. • Transplante de Fígado Extremamente tóxico aos cães e fatal em gatos Cuidado com urina e fezes DIPIRONA • Analgésico e Antipirético interessantes. • Não é anti-inflamatório Mecanismo de Ação? Ninguém sabe. • COX-3? Uso restrito/Banido: tem países que você não consegue entrar com a dipirona, tem que traduzir a receita. Em alguns países você pode ser acusado de tráfico internacional de drogas. • Agranulocitose – 0,2 a 2 casos/1 milhão apó s 4 dias de uso: Em um relato de caso, tinha um grupo que tinha enxaqueca se dava muito bem com a dipirona. Eles invadiram a fronteira americana e essa família teve algum gatilho comportamental que gerou a enxaqueca e teve que utilizar a dipirona. Eles deram entrada nos EUA e com as queixas foi dar o diagnóstico de agranulocitose (aplasia medular). Depois que foi feito o estudo, descobriram que todos eles usavam dipirona. o O Brasil é um dos poucos países que a dipirona é liberada, e talvez seja o país que mais consome no mundo. Também é um dos poucos país que tem a dipirona de 1g. OPIÓIDES • Originário da Índia • Papoula Papaver somniferum • Ópio • Morfina, Codeína, Tebaína, Papaverina e Noscapina • Século XVII a XIX • Símbolo aristocrático • Uso medicinal: analgésico, sonífero e antidiarréico • Limitação: dependência Analgésico potenteEfeito tranquilizante (sedativo): o AINE ele trata a dor de causa inflamatória. O opioide ele não TRATA ele muda a percepção da dor. Ele muda a dor de uma coisa desagradável para uma sensação agradável. Por isso que o opioide “bate onda” porque ele muda essa percepção. • Euforia Hipnótico: o paciente perde a capacidade de atuar por si. Ele atende aos comandos sem a capacidade de decidir. Tendência a produzir tolerância, dependência psíquica e física – uso crônico Ação fundamentalmente central: a ação dele é no cérebro justamente alterando a percepção de dor. • Depressão da consciência e das funçãõ es neurovegetativas • Controle da dor aguda intensa refratá ria aos AINEs: pode ser associado a outros medicamentos como a morfina e o cetoprofeno. Até porque se a dor de causa inflamatória for intensa você pode associar. • Controle da dor crônica neoplásica • Associado aos AINEs • Deprime o componente afetivo-emocional • Inibe a sensação aversiva, desagradável da dor Uso: • VO, SC, IM, IV, transdérmica e intra-raquiana Tramadol (baixa potência) Ele é bom porque quando o paciente vai para o centro cirúrgico ele usa uma série de opioides. Quando o paciente volta do centro cirúrgico você tem que fazer uma série de medicamentos para a dor. É melhor utilizar um opioide “falso” para não misturar com os outros opioides que ele tomou antes da cirurgia. Então para evitar alguns efeitos colaterais ao usar um opioide como a morfina, é melhor fazer o uso do tramadol. Não é propriamente um opioide Analgésico de ação central: muito próximo do labirinto por isso dá aquele enjoo. Então, deve ser usado com um anti-emético. Não é antinflamatório e antipirético Uso comercial em associação (VO, IM ou EV) • Uso diluído e após antiemético → Atenção ao uso de antiemético, como o plasil (metoclopramida), plamet (bromoprida), vonau (zofran), domperidona (Motilium). o ATENÇÃO→ Vonau reduz em 50% a atividade do tramal. Codeı́na (baixa potência) • Analgésico • Antitussı ́geno • Uso comercial em associação • Encontrada no ópio (0,9 a 3%) • Potência 12x menor que a morfina • 200mg VO = 130mg IM = 10mg de morfina • Tylex – 30mg de codeı ́na Importante saber essas relações entre o tramal e a codeína. Morfina Nome devido Morpheu • Analgésico, narcótico • Guerra Civil Americana – 400 mil soldados dependentes • SC, VO, EV ou Raqui Usos: • Dor crônica • Dor neoplásica • Anestesia geral • Pacientes terminais Doses • 2mg - 1a dose • 2 - 4mg - 2a dose • 2 - 10mg - A partir da 3a dose ou usuário crônico Meperidina (Petidina) • Potente analgésico • Potência semelhante à morfina • Menor efeito colateral que a morfina Exceto: dependência e síndrome de abstinência → Por isso não é tão utilizada. O paciente que é dependente dessa substância geralmente ela chega na emergência dizendo que tem uma doença, que está sentido muita dor, porém a única substância que ela não tem alergia é a Petidina. Metadona Potência semelhante à morfina Maior duração de ação: ela serve para tratar a abstinência de outros opioides. Porque quando eu faço a morfina depois de 4-6h, ela não está mais circulando mais. A dolantina de 10-12h acontece a mesma coisa. • A metadona demora até 1 semana. • Então, se eu tenho um paciente que está em uma clínica de reabilitação e tem abstinência de heroína, um opioide que eu posso fazer é a metadona. Começo com 10mg de 8/8h, depois de 1 mês eu deixou 10mg 12/12, e vai reduzindo gradualmente. Porque como no corpo ele vai demorando para sair, no decorrer dos meses ele vai percebendo pouco, então ela vai dependendo cada vez menos com o passar do tempo. Desenvolvida para a 2a Guerra Mundial contra o exército alemão (Dolophine) Antitussı ́geno Síndrome de abstinência mais leve, porém mais duradoura Uso: • Escolha na terapia de abstinência aos outros opioides, incluindo a heroína • Algumas leucemias – mata as células linfoblásticas leucêmicas Nalbufina Ela serve quando paciente está no centro cirúrgico operando, foi uma cirurgia traumática e eu sei que ele tem um alto risco de ter dor no pós-operatório imediato ao invés de fazer morfina e liberar ele para UTI/enfermaria eu faço a Nalbufina justamente para ter um menor efeito colateral. • Opioide agonista-antagonista • Analgesia semelhante à morfina • Efeito antagonista menor que o naloxone • Reversão menor da depressão respiratória Analgesia residual Efeito colateral → Aumento de FC e PA Oxicodona • Foi liberado no Brasil no final de 2016. Foram liberados os comprimidos de 5,10,20mg. • Analgésico 2x mais potente que a morfina • Ansiolítico e Sedativo • Derivado da codeína Limita o uso: • Apneia • Hipotensão grave • Medicamento caro Fentanil, Sufentanil, Alfentanil, Remifentanil 100x mais potente que a morfina 1. 0,1mg = 10mg de morfina 2. Opioide mais potente 0,1mg é a dose utilizada para intubar. Sequência: analgesia → sedação → bloqueador neuromuscular. • Ela tem que ser feita antes porque ela demora 5 minutos para o pico de ação. • Analgesia para intubação é sempre fentanil. • Analgésico e Hipnótico • VO e EV • EV: em bolus ou infusão contínua Usos: • Dor crônica • Dor oncológica • Dor aguda grave (IAM, Anemia falciforme) • Anestésico • Sedação (IOT) Usado como droga ilegal de abuso Tem também o PET que é o adesivo de fentanil que utilizado para a sedação. Muito utilizado em dor oncológica que o paciente fica usando por absorção subcutânea. Heroína • Derivada da morfina • Entorpecente • Sensação de prazer semelhante ao orgasmo • Apó s fase de euforia à fase de sedação Inicialmente como tratamento para a dependência da morfina e sedativo da tosse em crianças • Suspenso após descoberta de dependência maior Na Cruz Vermelha é comum usar a heroína como medicamento. Efeitos colaterais: • Depressão da Consciência (sonolência ao coma) • Depressão dos reflexos neurovegetativos • Hipotensão postural • Depressão respiratória – bradipnéia à apnéia (ocorre muito com o fentanil) • Náuseas, vômitos • Confusão mental • Retenção urinária • Suprime a tosse Obstipação →Diminuição da motilidade intestinal, que leva a maior absorção de água e fezes dura (trata diarreia) → Ficar atento com os idosos utilizando opioides. • Passar um medicamento assim depois de um mês quando o paciente chega já está com uma disfunção renal, hb baixa porque perdeu muito sangue sem perceber, está com o anti-agregado, lesão gástrica e sentido um desconforto gástrico, e ainda está obstipado com fecaloma. Constrição biliar: Espasmos nas vias biliares: se o paciente tiver cálculo biliar ele pode piorar. Outros: Prurido, imunossupressão e broncoconstricção: principalmente a morfina. Efeitos colaterais • Dependência • Desenvolve tolerância • Depende da administração (sobredose ou tempo prolongado) • Dor neoplásica à não é impedimento • Antagonista (overdose) Naloxone Para quem faz ACLS na parada cardiorrespiratória causada pelo excesso de opioides pode ser usado o Naloxone. Ela é uma droga que é absorvida no trato brônquico. Antigamente quando não conseguia pegar o acesso, tentava por via orotraqueal seria o VANEL: • Vasopressina • Atropina • Naloxone • Epinefrina • Lidocaína Lembrem que a morfina demora algumas horas. Se eu tenho uma droga que o pico de ação é de 45 minutos. Seria aquele caso do paciente que você fez morfina e o paciente rebaixou você dá naloxone, o paciente acorda, se daqui a 45’ você não der naloxone novamente ele vai rebaixar de novo porque a morfina ainda vai estar no do paciente. Precisa acordar esse paciente porque se você usou morfina era porque precisava, porque ele está com dor. Quando o paciente voltar com o naloxone ele também vai estar com dor e não vai ter um outro opioide que você possa fazer por 45 minutos. • Início de ação: 1 min • Pico de ação: 45min • EV ou VO ANESTÉSICOS LOCAIS • Bloqueiam a condução nervosa • Sensorial e motora • Bloqueio e infiltração • Pequenos procedimentos • Fisioterapia motora Lidocaı́na: é um antiarrítmico e pode fazer a absorção via brônquio. Curta duração: 60min a 4h • Tomar cuidado porque se fizer venoso pode induzir uma arritmia no paciente, pode causar uma crise convulsiva e consequente PCR. • Também pode acontecer do paciente reclamar de gosto metálico e zumbido no ouvido. Dor neuropática (venosa) - Arritmogênica • Bupivacaı ́na • Bloqueio peridural • Ropivacaı ́na • Bloqueio peridural mais prolongado Efeitos colaterais • Hipotensão arterial • Perfuração acidental de nervos, vasos e dura-máter • Crises convulsivas • Zumbido • Gosto metálico • PCR ANESTÉSICO Clorofórmio • Atualmente pouco utilizado • Anestésico volátil • Absorve calor da pele à ê temperatura à ê sensibilidade • Rainha Vitória (Reino Unido) • 1a mulher a usar para reduzir as dores do parto • Pode ser fatal se inalado ou expirado • Pode causar câncer Cateter Epidural → pode ser feita a morfina por aqui. ANALGESIA Medicação coadjuvante: podem associar várias drogas com o objetivo de reduzir a quantidade de uma droga e assim reduzir os efeitos colaterais. • Melhorar qualidade do tratamento e analgesia • Não aumenta morbidade do tratamento Opções: • Ansiolı ́ticos e Antipsicóticos • Relaxantes musculares • Antidepressivos • Corticóides • Clonidina • Cetamina • Dexmetomidine ANALGESIA- COADJUVANTE - Clonidina: a atensina que é um anti-hipertensivo oral. Cetamina: É um sedativo com poder analgésico. Então, se eu quero sedar um paciente na emergência e eu não quero usar o fentanil junto com tropofol. Quero usar uma droga só. Dexmetomidina (Precedex) Em pediatria tem o tumor de Wilms que causa uma hipertensão. Quando a criança foi retirar esse tumor, na década de 90, o anestesista fez a clonidina venosa, a ponto de rebaixar a criança sem precisar sedar ela. Foi feita a cirurgia apenas com a clonidina. Quando formos observar o receptor que a clonidina atuava que conseguia rebaixar e tirar a dor do paciente, ele era muito seletivo que era o alfa-1-b2-mica6 (não precisa saber), que foi visto que ele gerava o rebaixamento de sensório não sendo necessário o uso de anestesia. Foi assim que surgiu a dexmetomidina (Precedex), que seria uma clonidina super seletiva que serve para tratar dor e ansiedade do paciente. Por isso que existem muitos idosos que nos ambulatórios de hipertensão chegam 20h e quando dá 8h ele ainda está dormindo por conta dessa medicação. Quando tira a clonidina o paciente acorda. A lidocaína venosa não tem como fazer porque ela é muito rápida, em menos de 15 minutos você vai ter uma crise convulsiva PCR. Ansiolíticos e antipsicóticos: caso eu perceba que o paciente tem algum problema psiquiátrico que possa estar causando dor no paciente. Corticoides RELAXANTES MUSCULARES Não é um bloqueador neuromuscular. - SEDAÇÃO - • Diazepam: pode ser feito par ao paciente relaxar, porém tem um efeito muito curto. • Clonazepam: derivado do GABA, que assim como o GABA é um benzodiazepínico. Utilizo nas crises aguda, como na crise convulsiva aguda em que o paciente está tendo aqueles espasmos musculares. Para evitar as crises são utilizados outros medicamentos. • Carisoprodol • Tiocolcosı́deo • Orfenadrina Importante pontuar qual o motivo da dor é contratura muscular, tensão, ansiedade, coreia, balismo, parkinsonismo? Droga que afeta o músculo esquelético diminuindo o tônus muscular Usado para aliviar sintomas tais como espasmo muscular, dor e hiperreflexia Início: • Índios da Amazônia • Setas envenenadas de um sapinho. Classificação: • Ação Periférica (BNM): atua na placa hemidural bloquendo o músculo. • Não tem ação no SNC SEDAÇÃO Ação central → Relaxante muscular. Ele não atua placa neuro-muscular então ele tem ação central. Por ele ter essa ação central, a gente fala que o miosan dá sono. Porque ao invés dele atuar no músculo, ele atua no cérebro “relaxando”, por isso pode dar sono. Aliviar a dor músculo-esquelética e espasmos para reduzir a espasticidade Mecanismo: inibição sináptica em vários níveis e leve efeito sedativo/ansiolítico Doenças: • Dor por espasmo muscular • Fibromialgia, Mialgia Fascicular • Cefaléia vascular • Dor muscular por hipertonia • Estresse, coréia, parkinsonismo • Doenças neurovegetativas • Parkinson, Alzheimer, ELA Outras situações: • Coréia, Balismo, Paralisia Cerebral, Esclerose Múltipla Além da medicação própria posso associar um relaxante muscular para esses pacientes. OPÇÕES TERAPÊUTICAS Objetivo: • Considerar mecanismo da doença • Ajudar no tratamento da causa base • Reduzir os espasmos • Reduzir os efeitos colaterais das medicações • Associação com outras drogas ORFENADRINA • Dorflex • Associação: Dipirona + Cafeı ́na (justamente para reduzir o sono) • Anticolinérgico e Anti-histamínico • Espasmo muscular, torcicolo, fibromialgia, cefaleia vascular • Dorflex – 35mg • Dose letal: 2g • Arritmia, Convulsão e Morte apó s 2h CICLOBENZAPRINA Miosan • Dolamin Flex (+lisina) • Paciente com neurose • Contratura muscular • Aumenta absorção do cálcio • Inibidor polissináptico • Atividade antidepressiva: pacientes com dor muscular, tensão e neuroses. • Cuidado com: • IAM, Glaucoma • Retenção urinária CARISOPRODOL Tandrilax • Diclofenaco, Cafeı ́na e Paracetamol • Inibidor polissináptico • Reumatismo, osteoartrose, artrite reumató ide Dor ósteo-articular associada a muscular → Relacionado com os pacientes com hérnia de disco que está sentido aquela dor durante uma semana e depois trava. Quando ele trava quer dizer que a hérnia e o músculo inflamaram, então tem que usar o relaxante muscular para o músculo e um anti-inflamatório para o osso. • Coadjuvante no espasmo do balismo/coréia RELAXANTES MUSCULARES Atuam nos receptores GABA: Benzodiazepı́nicos Para as espasticidades – Baclofeno (Coréia e Balismo) Outros: Clonidina → pacientes hipertensos de difícil controle e que você sabe que a hipertensão dele tem um grau de ansiedade relacionado. SNC + SNP: Não produz dano estrutural: Dantrolene, magnésio (arritimia de PCR, crise convulsiva da eclampsia) → são aqueles que quando são retirados não causam nenhum dano. Produz dano estrutural: Etanol, Fenol (álcool benzı ́lico), toxina botulı ́nica ESCOPOLAMINA/HIOSCINA • Buscopan Composto/Buscopan Plus • Antiespasmódico • Dor tipo cólica → significa que é em víscera oca. • Overdose: • Paralisia, delírio, torpor ENXAQUECA Cefaleia hemicraniana com aura e sem aura, ou seja, ela pode avisar se vem ou não 25-30 minutos antes. Inclusive tem aqueles estocomas cintilantes que são aquelas estrelinhas que ficam brilhando no canto do olho. • Dor forte latejante e pulsátil • Escotomas cintilantes • Audiofobia x Fotofobia • Vômitos e Náuseas • Piora com esforços • Fatores desencadeantes Tratamento Crise aguda x portador crônico (profilaxia) → Profilaxia muito relacionado aos derivados de ergot. Crise • Lisador (Dipirona (500mg) + Prometazina (fenergan → Reduz a ansiedade do paciente + causa sonolência) + Adifenina (sensibilizador neural) • Neosaldina (Dipirona (300mg) + Isometepteno (sensibilizador neural) + Cafeı ́na) Se o paciente foi para a emergência foi porque já fez uso dessas duas medicações ele está pior. Então, é necessário o uso de analgésico venoso. Analgésicos venosos: começa, principalmente pelo tramal. Corticoide → Pergunta na prova porque eu escolheria determinado corticoide para essa enxaqueca. Seria a Dexametasona porque ele é o corticoide que atravessa a barreira hematoencefálica • Quem tem alergia ao AINE utiliza os opioides e o corticoide. • AINEs à Opióide • Ansiólise • Crônico à Profilaxia• Comportamento + Alimentares • Antidepressivos tricíclicos • Derivados do ergot → Profilaxia • Benzodiazepı ́nicos As pessoas que têm uma pressão mais baixa possuem uma maior sensibilidade a dipirona e qualquer dose já faz hipotensão. Nesses pacientes a neosaldina seria a melhor opção. A enxaqueca pode causar alucinações, pode ter um objeto que aparece e some na sua frente. Lewis Caroll descreveu isso nos seus livros, Alice no país das maravilhas. ANALGESIA CONTROLADA PELO PACIENTE (PCA) É aquela analgesia que o paciente utiliza o aplicativo, ele utiliza alguma daquelas escalas de dor e a bomba vai regulando a quantidade de analgésicos a depender da resposta.