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PÉ DIABÉTICO Bruna Huidobro, Carolina Narita, Gabriel Ferro, Letícia Franco e Miguel Ângelo ÍNDICE • Anatomia do pé • Definição e introdução • Etiopatogenia • Quadro clínico e classificação • Artropatia de Charcot • Diagnóstico • Cuidados e prevenção • Tratamento • Caso clínico • Referências bibliográficas ANATOMIA DO PÉ • Formado por 7 ossos tarsais, 5 metatarsais e 14 falanges. • Pode ser dividido em: - Parte posterior (tálus e calcâneo) - Parte média (navicular, cubóide e cuneiformes) - Parte anterior (metatarsais e falanges). • A perna se articula com o pé através do tornozelo. ANATOMIA DO PÉ • Musculatura: - Músculos extrínsecos: origem na parte inferior da perna; - Músculos intrínsecos: origem da região dorsal ou região plantar do pé. • Os músculos são organizados em quatro camadas plantares e duas camadas dorsais • 1a camada plantar: abdutor do hálux, flexor curto dos dedos, abdutor do dedo mínimo • 2a camada plantar: quadrado plantar, lumbricais • 3a camada plantar: flexor curto do hálux, adutor do hálux, flexor do dedo mínimo • 4a camada plantar: interósseos plantares (3) • 1a camada dorsal: interósseos dorsais (4) • 2a camada dorsal: extensor curto dos dedos, extensor curto do hálux ANATOMIA DO PÉ • Essas camadas estão dentro de quatro compartimentos: - Compartimento medial: músculo abdutor do hálux e flexor curto do hálux e o tendão do músculo flexor longo do hálux; - Compartimento central: músculo flexor curto dos dedos, os tendões dos músculos flexor longo do hálux e flexor longo dos dedos, os músculos quadrado plantar e lumbricais e o músculo adutor do hálux; - Compartimento lateral: músculos abdutor e flexor curto do dedo mínimo; - Compartimento interósseo: músculos interósseos dorsais e plantares. • Um quinto compartimento, o compartimento dorsal do pé, situa-se entre a fáscia dorsal do pé e os ossos tarsais e a fáscia interóssea dorsal do mediopé e antepé. ANATOMIA DO PÉ ANATOMIA DO PÉ ANATOMIA DO PÉ • A inervação cutânea do pé: • - Parte medial: nervo safeno • - Dorso do pé: nervos fibulares superficial (principal) e profundo • - Planta do pé: nervos plantares medial e lateral • - Lateral: nervo sural • - Calcâneo: ramos calcâneos medial e lateral dos nervos tibial e sural. ANATOMIA DO PÉ DEFINIÇÃO • O pé diabético é uma complicação da Diabetes Mellitus, sendo resultado de um conjunto de alterações vasculonervosas. • Acomete os membros inferiores dos diabéticos e está associada à doença arterial periférica e neuropatia. • 4% a 10% das pessoas portadoras de diabetes apresentam úlceras nos pés. • 40% a 60% das amputações não traumáticas de membros inferiores ocorrem nesses pacientes, sendo que 85% destas são precedidas de úlceras nos pés. • O paciente diabético tem 17 vezes mais chance de realizar amputações nos membros inferiores comparados aos pacientes não diabéticos. DEFINIÇÃO DEFINIÇÃO • O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica caracterizada pela hiperglicemia resultante da deficiência na secreção ou ação da insulina, hormônio secretado pelo pâncreas. A longo prazo, a DM está associada a alterações na micro e macrocirculação, levando ao surgimento de disfunções em órgãos como olhos, rins, coração e também neuropatias. (Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. American Diabetes Association; Diabetes Care Jan 2014, 37 (Supplement 1) S81-S90; DOI: 10.2337/dc14-S081) • Atualmente, estima-se que cerca de 382 milhões de pessoas no mundo sejam portadoras de DM. DEFINIÇÃO • Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do pé diabético são a presença de Polineuropatia periférica (PND), deformidades , traumas, Doença Arterial Periférica (DAP) e histórico de úlcera/histórico de amputação. Alguns outros fatores que podem estar associados são histórico de doença renal decorrente do diabetes e Retinopatia diabética (RD), além de condição sócio- econômica, morar sozinho e inacessibilidade ao sistema de saúde. (FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA) • A tríade PND (polineuropatia periférica) + Deformidades + Trauma são fatores determinantes para o chamado pé diabético. (Santos ICRV, Sobreira CMM, Nunes ENS, Morais MCA. Prevalência e fatores associados a amputações por pé diabético. Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, Universidade de Pernambuco. 2012) FATORES DE RISCO Perda de sensibilidade tátil e dolorosa (neuropatia diabética) Doenças vasculares e ausência de pulsos pediosos Calosidades, anidrose, micoses, fissuras, locais de alta pressão nos pés Deformidades (Artropatia de Charcot) História de úlceras ou amputações DM de longa duração Mau controle glicêmico Nefropatia e retinopatia diabética concomitante Cuidados e higiene deficientes do pé ETIOPATOGENIA Fatores que contribuem para a progressão da doença e formação de lesões (úlceras, infecções e até gangrena): Comprometimento vascular Microangiopatia e Macroangiopatia Neuropatia periférica Deformidade do membro Comprometimento vascular Microangiopatia e Macroangiopatia Macroangiopatia Microangiopatia Presença de placas ateroscleróticas na parede dos vasos; Danos ao tecido por mecanismo oclusivo; Lesão rapidamente progressiva; Espessamento da túnica íntima; Comprometendo assim a difusão de gases. Macroangiopatia Aterosclerose Oclusão de vasos maiores; (Região Poplítea) Obstrução de capilares; (Região do pé) Bloqueio parcial do fluxo sanguíneo; Condições relacionadas: • Alimentação; • Fumo; • Prática de atividade física. Presente em 50% dos pacientes portadores da doença por período maior do que 10 anos e sem tratamento adequado. Microangiopatia Espessamento da túnica íntima; Comprometimento da difusão de gases; (Nutrição do tecido) Glicosilação não enzimática de proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos; Produtos Finais da Glicosilação Avançada; (AGEs, do inglês Advanced Glycation End-products) Sinalização inflamatória Hiperglicemia Redução da liberação de fatores vaso protetores; Estabelecimento de um estado pró-inflamatório; Reduz sua capacidade de vasodilatação; Favorece hiper- reatividade vascular; Alterações metabólicas e suas lesões vasculares secundarias Danos isquêmicos aos neurônios e às células de Schwann Neuropatia Periférica Diabética 3 formas de apresentação: ▪ Neuropatia Autonômica; ▪ Neuropatia Sensitiva; ▪ Neuropatia Motora. Neuropatia Periférica Neuropatia Autonômica Diabética (NAD) ❑ Comprometimento difuso do organismo; ❑ Danos provocados em pequenas fibras amielínicas; (sistema nervoso simpático e parassimpático) Provoca alterações cutâneas: Pele seca, quebradiça e facilmente irritável Reduz capacidade natural de proteção contra a entrada de microrganismos. Neuropatia Sensitivo-motora Diabética Inervação sensitiva ❑Inicia-se nas porções mais distais das extremidades do corpo ; ❑ Principais sintomas são: • Perda da sensação de dor; • Dormência do órgão; • Perda da propriocepção. Inervação Motora ❑Provoca fraqueza e/ou paralisia da musculatura intrínseca; ❑ Deformidades no órgão: • Dedos em garra ou em martelo; • Rebaixamento das cabeças metatarsais; • Desvio dos dedos do hálux para valgo ou varo; • Artropatia de Charcot. Neuropatia Sensitivo-motora Diabética Deformidade dos membros Deformidades; Proeminências ósseas e articulares; lesões cutâneas por pequenos tramas; Úlceras Lesões maiores Pequenos ferimento demoram para cicatrizar ou ainda não cicatrizam Deformidade dos membros Progressão da lesão Necrose tissular abaixo do revestimento epitelial do pé; Cavidade central indolor; Ulceração da pele; Paciente pode não perceber a existência da lesão; Agressão mecânica no local; Aprofundamento das ulceras. Progressão da lesão ❑ Sempre polimicrobianas; ❑ Proteus e Enterococci; ❑ Caráter agudo e rapidamente progressivo; ❑ Não causa sintomas expressivos; Infeções Resumo ARTROPATIA NEUROPÁTICADE CHARCOT Artropatia Neuropática de Charcot • Deformidade osteoarticular • Principais doenças base: Diabetes, Seringomielite e Sífilis • Diagnósticos diferenciais: Gota, Celulite e Osteomielite • Classificação Eichenholtz: Desenvolvimento, Coalescência e Consolidação Raio X Fonte: www.scielo.br/img/revistas//aob/v18n3/04f02.jpg FONTE:Pinheiro Ana. Pé de Charcot: Uma visão actual da neuroartropatia de Charcot. Rev. Port. Ortop. Traum. [Internet]. 2014 Mar [citado 2020 Abr 26] ; 22( 1 ): 24-33. DIAGNÓSTICO Diagnóstico – essencialmente clínico • Anamnese: tempo de evolução da doença, tipo do Diabetes, hábitos e fatores de risco, lesões e cirurgias nos pés • Exame físico: exame fisico geral, avaliação da marcha e avaliação do pé: Sistema vascular: - Palpação do pulso da artéria tibial posterior - Avaliação da coloração e aspectos da pele - Temperatura da região dorsal do pé, comparada ao da panturrilha SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. DIAGNÓSTICO Sistema Nervoso: - Avaliação dos reflexos: patelar e do tendão do calcâneo (Aquileu) - Avaliação motora: teste dos músculos extensores, flexores, eversores e inversores - Avaliação sensitiva: teste com monofilamento de Nylon de 10g - Avaliação da percepção vibratória: teste com diapasão SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. DIAGNÓSTICO Avaliação das úlceras e infecção: - Drenagem, odor, presença de tecido de granulação e estruturas subjacentes expostas, como tendões, cápsula articular ou osso -> classificação de Wagner • Sinais de infecção: pelo menos dois dos seguintes: eritema, calor, sensibilidade ou edema; drenagem de secreção purulenta do local da úlcera • Sinais sugestivos de osteomielite: visualização do osso na base da úlcera, úlcera maior do que 2×2 cm e uma elevação inexplicável na velocidade de hemossedimentação, celulite, abscesso de partes moles, trajetos fistulosos e interrupção da cortical óssea(radiografia) GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE, COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE. Protocolo de Manejo do Pé Diabético na Atenção Primária e Especializada de Saúde, 2018. CLASSIFICAÇÃO DE WAGNER Grau 0: pele íntegra Grau I: presença de úlcera com profundidade limitada à pele e tecido subcutâneo Grau II: presença de úlcera com maior profundidade, como músculo, fáscias, cápsula articular, ligamentos e osso Grau III: presença de infecção ativa, como abcesso, celulite ou osteomielite Grau IV: presença de gangrena no antepé Grau V: presença de gangrena de todo o pé SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. CLASSIFICAÇÃO DE WAGNER • Índice sistólico ou isquêmico (Índice tornozelo braquial- ITB) -> pressão sistólica da região acometida/ pressão sistólica da a. braquial Aferição: manguitos específicos ou doppler Resultados: <1: indicativo de doença vascular periférica Entre 0,45 e 1: possibilidade de intervenções ortopédicas com boa cicatrização <0,45: indicativo de doença obstrutiva grave -> encaminhamento para cirurgião vascular SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. EXAMES SUBSIDIÁRIOS Detecção precoce das alterações e complicações evitando sequelas graves (principalmente a osteomielite). • Radiografia: indicado principalmente na vigência para úlceras não superficiais infeccionadas. Detecção da osteomielite. Achados ósseos 1-2 semanas após. Inicial: desmineralização óssea • Ressonância Magnética: Distinguir uma infecção óssea de outra restrita às partes moles - Diagnóstico de pequenas alterações de partes moles (edema e celulite) - Detecção e delimitação da extensão de tecido necrótico • Cintilografia óssea com leucócitos marcados: quando RNM indisponível FERNANDES, Artur da Rocha Corrêa; AIHARA, André Yui; PECANHA, Patrícia C. and NATOUR, Jamil. Avaliação por meio de exame radiológico convencional e ressonância magnética do pé diabético. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2003, vol.43, n.5 RNM com presença de abcesso C e D: Presença de coleção com imagens gasosas de abcesso centrada na cabeça do 2º metatarso (setas brancas) e realce das partes moles adjacentes Radiografia osteomielite ESQ: presença de lesões osteolíticas na porção distal do metatarso com reação periosteal e aumento das partes moles adjacentes DIR: destruição óssea da cabeça do metatarso e base da falange com reação periosteal e aumento das partes moles adjacentes FERNANDES, Artur da Rocha Corrêa; AIHARA, André Yui; PECANHA, Patrícia C. and NATOUR, Jamil. Avaliação por meio de exame radiológico convencional e ressonância magnética do pé diabético. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2003, vol.43, n.5 TRATAMENTO Objetivos: • Manter a glicemia controlada • Proporcionar qualidade de vida para o paciente • Evitar o agravamento das úlceras e complicações. TRATAMENTO – GRAU 0 Pele íntegra Profilaxia das úlceras por orientação medico-educacional do paciente e familiares • Examinar os pés diariamente, com espelho a procura de fissuras, cortes, calos e feridas. Nunca tratar calos ou calosidades sem ajuda médica • Manter os pés sempre limpos e secos. Lavar com água morna e nunca quente, para evitar queimaduras • Lavar e secar as unhas do pé antes de cortá-las (evitar a remoção das cutículas e cantos da unha) e evitar idas a manicures • Na vigência de feridas, tratá-las precocemente, lavando com água e sabão, e cobrindo a ferida com curativa ou bandagem seca. CUIDADOS BÁSICOS • Usar meias folgadas, de composição de algodão, sem costura e evitar tecidos sintéticos (como nylon) • Não andar descalço! • Calçados ideais: fechados, macios, confortáveis, com solado rígido e que ofereça firmeza • Sacodir os sapatos e sentir seu interior antes de calçá-los TRATAMENTO – GRAU I Úlcera Superficial • Pode haver colonização bacteriana mas sem infecção ativa ou secreção purulenta. • Localizada: Antepé, região plantar do Halux ou sob as cabeças metatarsos centrais • Alivio da pressão mecânica na área ulcerada • Repouso no leito • Curativos diários • Uso de calçados apropriados com palmilhas moldadas • * Uso de bota gessada leve, sem carga ( trocas periódicas ) 7 a 10 dias • *Uso do gesso de contato total (GCT) aberto ou fechado Antes e depois do tratamento com CGT total em úlcera do grau I. Sizínio 4 ed. 2009 (Fig.24.7-2) • Grau 0 —> Uso de palmilha adequada • Reincidiva: Provável alteração estrutural —> correção cirúrgica Objetivo do GCT: • Diminuir a pressão mecânica por toda região plantar (principalmente no local ulcerado) • Diminuir o edema intersticial (facilita o retorno venoso e linfático, o que leva a uma diminuição do edema intersticial) • Permite a mobilização do paciente e tratamento ambulatorial • Proteger a área lesionada Foto A- GCT fechado Foto B – GCT aberto Sizínio 4 Ed. 2009 (Fig. 24.7-3) Gesso de contato total (GCT) BOTA DIABETIC WALKER Órtese TRATAMENTO – GRAU II Úlceras mais profundas • Atinge tensões, capsulas articulares, ligamentos, Fáscias ou ossos. • Possui colonização bacteriana , sem infecção ativa e com área de Hiperceratose marginal • Alternativas iguais da I e uso de GCT aberto ou fechado (Cicatrização estimada de 6 a 8 semanas) • Reicidiva ou dificuldade de fechamento do gesso: Correção cirúrgica de deformidade fixa, com osteotomias de metatarsos ou ressecções de cabeças matetarsais, correções de deformidades em farra ou martelo, correções de hálux valho, ostectomias, etc.. TRATAMENTO – GRAU I Úlcera grau II – Fechamento com GCT. Sizínio 4 Ed. 2009 (Fig 24.7-4) TRATAMENTO – GRAU III Úlcera com infecção ativa • Internação necessária. • Amostra profunda coletada. • Infecção é polimicrobiana. • Tratamento cirúrgico - drenagem e debridamento amplo • Lesões devem ficar abertas.• Após o quadro séptico ser controlado —> nova classificação deve ser feita ( grau I ou II) • O tempo de tratamento varia de 4 à 6 semanas (12 semanas em osteomielite) TRATAMENTO – GRAU IV • Gangrena seca, sem infecção e limitada a uma região —> curativo biológico • Gangrena infeccionada —> deve ser realizada a amputação (mesmo sem sinal de sepsemia) • Lisfranc ou Syme dependendo da perfusão. • Internação. • Imipenemo 4 500 mg 6/6 horas ou Meropenemo4 1 g 8/8 horas ou Piperacilina/Tazobactam4 4,5 g 8/8 horas EV • Tratamento de 4 à 6 semanas (12 semanas em osteomielite) Grau IV com amputação transmetatarsal Sizínio 4 Ed. 2009 (Fig. 24.7-5) Pé grau IV com amputação Syme Sizínio 4 Ed. 2009 (Fig. 24.7-6) TRATAMENTO – GRAU V • Gangrena geral • Procedimento cirúrgico Pé grau V Sizínio 4 Ed. 2009 (Fig. 24.7-7) TRATAMENTO PARA DOR • Analgésicos não opioides ou anti- inflamatórios • Havendo falha terapêutica e/ou dor intensa --> antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivantes. Níveis: ❑ Dedo(s) ❑ Raio (s) - metatarso + dedo ❑ Transmetatarsal ❑ Desarticulação tarsometatarsal (Lisfranc) ❑ Desarticulação no mediopé (Chopart) ❑ Desarticulação no tornozelo (Syme) ❑ Depende do grau de comprometimento do tecido necrosado * Preditores de amputação: ulceração no pé, índice tornozelo-braquial < 0,9, hemoglobina glicada (A1C) elevada e neuropatia. AMPUTAÇÃO Desarticulação Metatarsofalangiana - Entre o metatarso e as falanges proximais. Desarticulação transmetatarsais - Entre o metatarso e as falanges proximais – total. Desarticulação tarsometatarsal (Lisfranc) - - Entre metatarso e tarso - Retira todo o antepé Desarticulação no mediopé (Chopart) Desarticulação tibio-tarsica ( Syme) PRÓTESES • Uso de próteses com palmilhas modeladoras até o Lysfranc • Chopart é mais difícil --> coto muito curto, pode desenvolver deformidades. Prótese de Halux Prótese após amputação de Choppart Prótese após amputação de Lysfranc CASO CLÍNICO CASO CLÍNICO • Paciente B.C.R.H, feminino 69 anos, aposentada, viúva, natural de Londrina e procedente de Santos da entrada no serviço de ortopedia da Santa Casa de Santos com uma queixa principal de ulceração no pé direito sem queixas álgicas e com sinais flogísticos. • História Pregressa do paciente: DMII há mais de 15 anos. CASO CLÍNICO • Exame Físico: Pulso Arterial Pedioso presente, perda de sensibilidade dolorosa, ausência de cianose, ulceração de tornozelo e pé e grande destruição metatarsiana resultando em perda do arco plantar • Exame Complementar: Raio X: evidencia-se deformações articulares metatarsianas • Hemograma: Dentro da normalidade Ulceração de tornozelo e pé - grande destruição metatarsiana resultando em perda do arco plantar Fonte: Acervo Pessoal Dr.Miguel Ângelo de Sousa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • SIZINIO, Herbert. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4.ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. • MOORE, Keith L. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. • Diagnosis and Classification of Diabetes Mellitus. American Diabetes Association; Diabetes Care Jan 2014, 37 (Supplement 1) S81-S90; • (Santos ICRV, Sobreira CMM, Nunes ENS, Morais MCA. Prevalência e fatores associados a amputações por pé diabético. Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, Universidade de Pernambuco. 2012) • FERNANDES, Artur da Rocha Corrêa; AIHARA, André Yui; PECANHA, Patrícia C. and NATOUR, Jamil. Avaliação por meio de exame radiológico convencional e ressonância magnética do pé diabético. Rev. Bras. Reumatol. [online]. 2003, vol.43, n.5 • (Santos ICRV, Sobreira CMM, Nunes ENS, Morais MCA. Prevalência e fatores associados a amputações por pé diabético. Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, Universidade de Pernambuco. 2012) • GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, SUBSECRETARIA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE, COMISSÃO PERMANENTE DE PROTOCOLOS DE ATENÇÃO À SAÚDE. Protocolo de Manejo do Pé Diabético na Atenção Primária e Especializada de Saúde. • http://www.scielo.mec.pt/pdf/ang/v7n2/v7n2a02.pdf • https://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2210-pe-diabetico • https://pebmed.com.br/whitebook-saiba-como-abordar-o-pe-diabetico-uma-complicacao-do-diabetes/ • https://www.sciencedirect.com/topics/medicine-and-dentistry/diabetic-foot
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