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2 Sumário Evolução do Trabalho ............................................................................................................................... 5 CONCEITO DE EVOLUÇÃO DO TRABALHO ................................................................................... 7 Regime de trabalho Primitivo ................................................................................................................... 8 Regime de trabalho Feudal ..................................................................................................................... 10 Regime de trabalho Capitalista ............................................................................................................... 10 Regime de trabalho Socialista Comunista .............................................................................................. 13 Revolução Industrial ............................................................................................................................... 15 A Primeira etapa da Revolução Industrial .............................................................................................. 15 A Segunda Etapa da Revolução Industrial ............................................................................................. 16 A Terceira Etapa da Revolução Industrial .............................................................................................. 16 Pioneirismo Inglês .................................................................................................................................. 16 As Máquinas a Vapor ............................................................................................................................. 17 As Fábricas e os Trabalhadores .............................................................................................................. 19 Impactos Sociais da Automação ............................................................................................................. 23 Automação e Crise .................................................................................................................................. 24 Automação e Emprego: o Debate ........................................................................................................... 25 Breve Reflexão sobre o Caso Brasileiro ................................................................................................. 28 Definição Tipos de Empresas ................................................................................................................. 30 1.Sociedade em nome coletivo ............................................................................................................ 32 2.Sociedade em comandita simples ..................................................................................................... 32 3.Sociedade limitada ........................................................................................................................... 32 3.1.ME – Microempresa ................................................................................................................... 33 3.2.EPP – Empresa de Pequeno Porte ............................................................................................. 33 3.3.Empresa individual ..................................................................................................................... 33 4.Sociedade em comandita por ações ................................................................................................ 34 5.S/A – Sociedade Anônima ................................................................................................................ 34 6.EIRELI ................................................................................................................................................ 34 Saúde e Segurança do Trabalhador ........................................................................................................ 37 O SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho .................. 39 O SESMT - Profissionais Integrantes ..................................................................................................... 42 Engenheiro em Segurança do Trabalho............................................................................................... 42 CBO Nº 2149 – 15 ............................................................................................................................... 42 Médico em Segurança do Trabalho ..................................................................................................... 43 3 CBO Nº 2251 – 40 ............................................................................................................................... 43 Enfermeiro em Segurança do Trabalho ............................................................................................... 44 CBO Nº 2235 – 30 ............................................................................................................................... 44 Auxiliar de Enfermagem em Segurança do Trabalho ......................................................................... 45 CBO Nº 3222 – 35 ............................................................................................................................... 45 Técnico em Segurança do Trabalho ................................................................................................... 46 CBO Nº 3516 – 05 ............................................................................................................................... 46 Acidente do Trabalho ............................................................................................................................. 47 Ato Inseguro x Condição Insegura ......................................................................................................... 51 A Personalidade ...................................................................................................................................... 53 A PERSONALIDADE ........................................................................................................................ 54 Estrutura da Personalidade .................................................................................................................. 54 ID, EGO E SUPEREGO – Relações entre Três Sistemas ...................................................................... 55 Estereótipos ............................................................................................................................................ 58 Estereótipos de gênero ........................................................................................................................ 59 Estereótipos raciais e étnicos ............................................................................................................... 60 Estereótipos sócio-econômicos ........................................................................................................... 61 Preconceito ............................................................................................................................................. 61 Comunicação .......................................................................................................................................... 63 História da Comunicação .................................................................................................................... 65 Formas e Componentes da Comunicação ........................................................................................... 66 A comunicação Profissional ................................................................................................................ 67 Trabalho em Equipe ................................................................................................................................71 O que é trabalho em Equipe ................................................................................................................ 71 Trabalho em Equipe e Liderança ........................................................................................................ 73 Dicas para o sucesso do trabalho em equipe: ................................................................................... 73 Rejeitar o trabalho em equipe .............................................................................................................. 75 Qualidade de Vida .................................................................................................................................. 79 Qualidade de vida no Trabalho ........................................................................................................... 80 Programas de Promoção de Qualidade de vida no Trabalho (QVT) ...................................................... 83 A qualidade de vida no trabalho (QVT) .............................................................................................. 83 Exercício Físico ................................................................................................................................... 84 Treinamento e desenvolvimento dos trabalhadores ............................................................................ 85 Ergonomia ........................................................................................................................................... 86 Ginástica Laboral ................................................................................................................................ 87 Benefícios ............................................................................................................................................ 88 4 Avaliação de Desempenho .................................................................................................................. 89 Higiene e Segurança do Trabalho ....................................................................................................... 90 Estudos de Cargos e Salários .............................................................................................................. 91 Controle de Álcool e Drogas ............................................................................................................... 92 A importância da Ética e da Postura Profissional ................................................................................... 93 Ética ..................................................................................................................................................... 95 A Vontade é o Combustível da Ética .................................................................................................. 95 Ética e Postura Profissional como um Código .................................................................................... 95 Código de Ética Profissional ............................................................................................................... 96 5 Evolução do Trabalho Ao longo da história da humanidade, variando com o nível cultural e com o estágio evolutivo de cada sociedade, o trabalho tem sido percebido de forma diferenciada. Como lembra Peter Drucker, o trabalho é tão antigo quanto o ser humano. No ocidente, a dignidade do trabalho foi falsamente louvada por muito tempo. O segundo texto grego mais antigo, cerca de cem anos mais novo que os poemas épicos de Homero, é um poema de Hesiodo (800 a.c.) intitulado “Os trabalhos e os dias”, que canta o trabalho de um agricultor. Porém, tanto no ocidente como no oriente esses gestos de louvor eram puramente simbólicos. Nem Hesíodo, nem Virgílio, nem ninguém da época, estudou de fato o que um agricultor faz e, menos ainda, como faz. O trabalho era o que os escravos faziam. Mas o trabalho é mais do que um instrumento criador de riqueza (posição dos economistas clássicos). Além do valor intrínseco, serve também para expressar muito da essência do ser humano (o homo faber¹). O trabalho está intimamente relacionado a personalidade. (Quando dizemos que fulano é um carpinteiro um médico ou um mecânico, estamos, de certa forma, definindo um ser a partir do trabalho que ele exerce). ¹Homo Faber – (Do latim) Conceito do ser humano como ser capaz de fabricar ou criar ferramentas com inteligência. E tem a Capacidade de fabricar utensílios que transformam a natureza. No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para sobreviver (acepção bíblica), A necessidade de comer, de se abrigar, etc. era que determinava a necessidade de trabalhar. O avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas trouxe progressos ao trabalho. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Mais tarde, a Revolução Industrial viria a afetar também não só o valor e as formas de trabalho, como uma organização e até o aparecimento de politicas sociais. A necessidade de organizar o trabalho, principalmente quando envolve muitas pessoas e/ou muitos instrumentos e muitos processos, criou a idéia do “emprego”. 6 Com o advento da Revolução Industrial, êxodo rural, concentração dos meios de produção, a maior parte da população não tinha nem ferramentas para trabalhar como artesãos. Sendo assim, restava as pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. É nessa época que a noção de emprego² toma sua forma. O conceito de emprego é característico da Idade Contemporânea. ²Emprego - Refere-se à ação e ao efeito de empregar. Este verbo significa ocupar alguém (na medida em que lhe é oferecido um posto de trabalho e delegadas determinadas responsabilidades). Temos motivos para crer que esse fim de Século XX é o inicio de um período de transição de onde passaremos da idade contemporânea para uma Idade Pós- Contemporanea. As mudanças que vêm ocorrendo graças à tecnologia, principalmente, a tecnologia da computação-telecomunicação, estão modificando as relações econômicas entre empresas, empregados, governos, países, línguas, culturas e sociedades. 7 CONCEITO DE EVOLUÇÃO DO TRABALHO O trabalho que faz parte de uma das necessidades humanas tem sua origem com o aparecimento do ser humano, a partir daí com o desenvolvimento de pequenas ferramentas de pedra o homem começa a buscar meios para sua alimentação. Podemos dividir a história do trabalho através do modo de produção que o homem desenvolveu ao longo da historia que são os regimes de trabalho primitivo, escravo, feudal, capitalista e comunista. As variantes políticas, culturais e econômicas da história e que transformou o modo de como surgiu o trabalho e foi transformado ao longo da história, o desenvolvimento da intelectualidade humana na construção do materialismo ajudou a formar o homem que temos hoje. As transformações do trabalho e passada de geração para geração através da cultural que gera homem, transformando a natureza com o seu trabalho. 8 Regime de trabalho Primitivo Este que e o primeiro modo de produção que surge através das comunidades primitivas com o avanço das primeiras ferramentas, estas que eram construídas de pedra, espinhos, e pedaços de lascas de arvore, a partir daí o homem buscava saciar suas necessidades básicas, todo trabalho era na busca de melhorias voltadas para a atividade do dia a dia, como alimentar-se, e abrigar-se combater seus inimigos. Neste momento a sociedade primitiva estava em relações iguais de trabalho, pois cada um desenvolvia uma atividade para o bem de toda a relação de trabalho era simples, pouca eeram a alternativa de trabalho. A partir do momento em que o homem começa a plantar e a estocar alimentos e riquezas aparece a queda do sistema primitivo surgindo novas formas sociais de interação, e começa aparecer a hierarquia. Regime de trabalho Escravo¹ Com o avanço de novas formas de trabalho surge relações de poder onde os que detinham o poder ficaram sendo os senhores dos escravos, este ultimo fazia o mais diversificado trabalho desde de construir palácios a ser empregado domestico na casa do seu senhor, este tipo de modo de trabalho perdurou até o fim do período antigo quando o império romano do ocidente, cai e com os anos este modo de trabalho perde sua força e legitimidade no ocidente europeu, sendo a escravidão não mais viável economicamente como também socialmente. 9 ¹Trabalho escravo - De acordo com o artigo 149 do Código Penal brasileiro, são elementos que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo: - Condições degradantes de trabalho (incompatíveis com a dignidade humana, caracterizadas pela violação de direitos fundamentais coloquem em risco a saúde e a vida do trabalhador); - Jornada exaustiva (em que o trabalhador é submetido a esforço excessivo ou sobrecarga de trabalho que acarreta a danos à sua saúde ou risco de vida); - Trabalho forçado (manter a pessoa no serviço através de fraudes, isolamento geográfico, ameaças e violências físicas e psicológicas); e - Servidão por dívida (fazer o trabalhador contrair ilegalmente um débito e prendê-lo a ele). Os elementos podem vir juntos ou isoladamente. O termo “trabalho análogo ao de escravo” deriva do fato de que o trabalho escravo formal foi abolido pela Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Até então, o Estado brasileiro tolerava a propriedade de uma pessoa por outra não mais reconhecida pela legislação, o que se tornou ilegal após essa data. Não é apenas a ausência de liberdade que faz um trabalhador escravo, mas sim de dignidade. Todo ser humano nasce igual em direito à mesma dignidade. E, portanto, nascemos todos com os mesmos direitos fundamentais que, quando violados, nos arrancam dessa condição e nos transformam em coisas, instrumentos descartáveis de trabalho. Quando um trabalhador mantém sua liberdade, mas é excluído de condições mínimas de dignidade, temos também caracterizado trabalho escravo. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, através de sua relatora para formas contemporâneas de escravidão, apoiam o conceito utilizado no Brasil. Fonte.: http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/ 10 Regime de trabalho Feudal Com o avanço de tribos bárbaras na Europa e também com a queda do império romano do ocidente a escravidão perde sua força, a igreja medieval surge sendo um grande controlador social, e com o avanço da ruralizarão na Europa o campo ganha força sendo com isto o aparecimento de uma nova ordem social o feudalismo onde o trabalho do servo estava preço ao senhor feudal que provia para o seu servo proteção militar, os trabalhadores eram servos que cuidavam das terras do senhor feudal. A função de cada um na sociedade era bem definida o servo em geral trabalha com trabalhos braçais, o clero cuidava da espiritualidade e intelectualidade e os nobres governavam e davam proteção aos servos, sendo esta uma sociedade estamentos sociais definidos o servos mantinham o sistema na base a onde com sua pouca tecnologia davam a maior parte de suas colheitas ao senhor feudal este era o sistema de trabalho que ocorre ate o começo das caravanas, onde muitos desses senhores iam para guerras ao oriente e de lá traziam mercadorias construindo um comercio em volta dos palácios feudais surgindo ai a primeira força de capitalismo. Regime de trabalho Capitalista O capitalismo é um sistema que passa por evoluções constantes, foi o que mais gerou formas e meios de trabalho para os homens, o capitalismo inicial começa no fim da Idade Média com as caravanas que desenvolveram nos tempos das cruzadas entre o oriente, surge ai a busca de mercadorias e o começo de trocas comerciais das mais variadas mercadorias trazendo para a Europa produtos que eram utilizados pela nobreza, aos poucos em torno dos grandes castelos o conhecido “burgos” surgiam, bancas onde ocorria o comercio de venda desses produtos, este comercio foi aumentadas e com eles novas técnicas e oficinas surgindo, corporações de oficio criadas por ferreiros e outros artesãos, desta forma surge as cidades, e com isto o capitalismo mercantil, novas e varias formas de trabalho surgem, bancos e capitalistas para fomentar este novo sistema e impulsionar a nova classe “a burguesia”. Com guerras no oriente o comercio para estas regiões estavam com dificuldades de acontecer, portugueses fomentam novos meios de buscar novas rotas para a Ásia surge neste tempo o avanço ultramarino, surgem novas e variadas formas de trabalho o estamentos sociais¹ não servia mais para 11 este novo sistema além de ter nobre, clero surge a burguesia e comerciantes, marinheiros, banqueiros entre outras tantas profissões em pequenas manufaturas a expansão ultramarina que começa com Portugal avança para espanhóis, ingleses entre outros povos europeus o mundo já não era mais restrito a Europa. ¹ Estamento - Antes do nascimento da Sociedade Industrial, a qual como se sabe foi consequência direta das Revoluções Industrial e Francesa, o tipo de estrutura social vigente era a que caracterizava uma sociedade estamental. Nessa sociedade, aqueles que nascessem nos estamentos mais baixos estariam condenados à neles permanecerem, uma vez que não havia a possibilidade de ascensão social. A segunda fase do capitalismo aparece com o grande avanço da indústria na Inglaterra as forças de trabalho começam a aparecer cada vez mais desiguais entre patrão e empregado, as pequenas manufaturas dos mais variados produtos que surgiam começam a ganhar força e surge grande indústrias a onde trabalhadores que estavam no campo iam trabalhar na cidade recebendo um salário muito baixo. O trabalhador do campo perde suas terras pelo grande avanço dos grande e poderosos senhores que começam a utilizar estas para o cultivo em grande escala com o aparecimento de novas técnicas de cultivo aumentando a produtividade dos alimentos e também com o avanço do uso desta para ovelhas. 12 Aparece ai entre o trabalhador braçal que mantinha a sociedade ele pouco tinha alem da sua prole, o historiador Marx começa a partir deste período a fazer suas criticas ao trabalho capitalista e suas varias formas de exploração a onde o trabalhador ficava pobre e ignorante e sem suas ferramentas necessárias para a produção vendendo apenas o seu trabalho braçal para o burguês este que era a grande classe de ricos e poderosos eles detinham a indústria o comercio e controlava com sua influência o poder político a religião começa a ser inibida por sua força. Com o avanço dos estados nacionais o processo de independência da América o trabalho modifica-se em varias categorias, empresarial, bancário, comercial, indústria e campo entre essas categorias existem inúmeras formas de trabalho o avanço do meio social com novas tecnologias e o aumento dessas no mundo, vendo sua exploração diante dos burgueses os trabalhadores que são a maioria da sociedade começa a conscientizar de sua ação política na sociedade e de sua exploração através do manifesto comunista surge na Rússia a primeira revolução do trabalhador que ficou conhecida como a revolução russa na busca de uma nova sociedade mais justa através dasideias de Marx. A terceira e ultima forma de capitalismo aparece na século XX, é o chamado capitalismo financeiro mantido através de grande corporações multinacionais e bancos e de um sistema financeiro que sustenta a pirâmide social, através de credito consumo gerando um ciclo de consumo que entrou em crise recentemente através da bolha imobiliária dos Estados Unidos quebrando diversos bancos por falta de liquides no processo de empréstimo. 13 Regime de trabalho Socialista Comunista Através das idéias de Karl Marx, que critica o capitalismo e que busca através dos seus estudos uma sociedade a onde o que mais trabalha, no caso o trabalhador, possa de fato utilizar dos benefícios que o próprio criou no campo e fabricas. Sendo estes sempre explorados ao longo da história, o proletariado¹ se uniu através de comitês para derrubar o governo Monárquico que existia na Rússia, que detinha como política econômica o capitalismo industrial. ¹Proletariado - É o conjunto de trabalhadores que necessitam vender a sua força-de-trabalho a um empresário capitalista. O proletariado é a classe trabalhadora urbana basicamente formada de operários, operadores repetitivos de máquinas, surgidas na Revolução Industrial. Ficou conhecido pelo nome de bolchevique o grupo político russo formado por ex-integrantes do Partido Operário Social- Democrata Russo (POSDR), fundado em 1898. O termo bolchevismo é de origem russa e significa, literalmente, "maioria" (em russo, bolscinstvó). A utilização do termo para se referir a tal grupo se deve à divisão ocorrida no POSDR, cujos integrantes eram defensores do ideal marxista. Em seu segundo congresso, realizado em Londres, em 1903 (pois a liderança do partido estava banida da Rússia), surgiram duas novas correntes políticas: bolcheviques e mencheviques. Os bolcheviques constituíam a maioria do antigo partido, daí o termo com que ficaram conhecidos. Sob o comando de Vladimir Lênin, ocorrerá em torno do Partido Bolchevique a aglomeração de várias lideranças políticas visivelmente influenciadas por ideais revolucionários e interessadas em dar fim às imposições do governo vigente por meio de uma completa reforma na sociedade russa. Os bolcheviques defendiam a revolução socialista, a instalação da ditadura do proletariado, com a aliança de operários e camponeses, enfim, acreditavam que o governo deveria ser diretamente controlado pelos trabalhadores. O segundo grupo, a minoria do antigo POSDR ficou conhecido como "mencheviques", ou minoria, (em russo: menscinstvó) e era um grupo que acreditava em uma fórmula mais moderada de socialismo, que deveria ser implantado após o pleno amadurecimento do capitalismo em terras russas. 14 Com a força política de Lenin e Stalin criou na união soviética o partido comunista, e conseguiu derrubar o sistema capitalista e a política que estava implantada. O sistema Socialista que busca através de sua força de distribuição dos meios de produção, acaba também com a luta de classes, começa com a ideia socialista dos meios de produção pelo controle do estado em seu ultimo estagio, implantado o comunismo que seria o ultimo estagio dessa evolução, aonde o estado nem estaria mais determinando a vida econômica e tudo estaria acontecendo por sua alto evolução natural das coisas. Esta ideia cabe muito bem a um estado desenvolvido como é a ideia de Karl Marx, mas não evitou a queda do sonho socialista das classes igualitárias. O sistema gerou grandes desigualdades e atrasos em alguns setores da vida industrial, mas durante metade do século XX rivalizou com o capitalismo de igual para igual até o seu fim. Produzindo uma das fases mais temidas da sociedade, o conhecido período da Guerra Fria. 15 Revolução Industrial A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas. Até o final do século XVIII a maioria da população europeia vivia no campo e produzia o que consumia. De maneira artesanal o produtor dominava todo o processo produtivo. Apesar de a produção ser predominantemente artesanal, países como a França e a Inglaterra, possuíam manufaturas. As manufaturas eram grandes oficinas onde diversos artesãos realizavam as tarefas manualmente, entretanto subordinados ao proprietário da manufatura. A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. A população começou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos, com uma boa renda média. A Inglaterra foi precursora na Revolução Industrial devido a diversos fatores, entre eles: possuir uma rica burguesia, o fato do país possuir a mais importante zona de livre comércio da Europa, o êxodo rural e a localização privilegiada junto ao mar o que facilitava a exploração dos mercados ultramarinos. Como muitos empresários ambicionavam lucrar mais, o operário era explorado sendo forçado a trabalhar até 15 horas por dia em troca de um salário baixo. Além disso, mulheres e crianças também eram obrigadas a trabalhar para sustentarem suas famílias. Diante disso, alguns trabalhadores se revoltaram com as péssimas condições de trabalho oferecidas, e começaram a sabotar as máquinas, ficando conhecidos como “os quebradores de máquinas“. Outros movimentos também surgiram nessa época com o objetivo de defender o trabalhador. O trabalhador em razão deste processo perdeu o conhecimento de todo a técnica de fabricação passando a executar apenas uma etapa. A Primeira etapa da Revolução Industrial Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, à Inglaterra. Houve o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa época o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a continuação da Revolução. 16 A Segunda Etapa da Revolução Industrial A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países como Alemanha, França, Rússia e Itália também se industrializaram. O emprego do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção do motor a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram as principais inovações desse período. A Terceira Etapa da Revolução Industrial Alguns historiadores têm considerado os avanços tecnológicos do século XX e XXI como a terceira etapa da Revolução Industrial. O computador, o fax, a engenharia genética, o celular seriam algumas das inovações dessa época. Pioneirismo Inglês Coalbrookdale, cidade britânicaconsiderada um dos berços da Revolução Industrial. A Inglaterra foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores: Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas¹, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberação da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo. ¹Guildas - Recebiam o nome de guildas ou corporações de ofício as associações formadas porartesãos profissionais e independentes, em igualdade de condições, surgidas na Baixa Idade Média (séculos XII ao XV) destinadas a proteger os seus interesses e manter os privilégios conquistados. 17 O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros. Revolução Inglesa (1640) A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português. A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados. Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano. As Máquinas a Vapor As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias. Máquina de Newcomen, para bombeamento da água. 18 O motor a vapor de James Watt, alimentado principalmente com carvão, impulsionou a Revolução Industrial noReino Unido e no resto mundo. As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou. As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos. As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força). Trem movido a vapor, Revolução Industrial. 19 As Fábricas e os Trabalhadores A Revolução Industrial foi um marco para desvalorização do trabalho manual, pois muitos foram substituídos por máquinas, e os que trabalhavam na fábrica, só participavam de determinada fase da produção. O trabalho se tornava algo contínuo, repetitivo, mecanizado, por exemplo, se a função era bater um prego em determinado local do produto, era só isso que se fazia o dia inteiro, na mesma velocidade e ritmo. Muitos não sabiam nem qual era o produto final, e essa função muitas vezes não correspondia ao valor do que ele era capaz de produzir. Linha de Produção na Fabrica Mas não haviam opções, o trabalho nas fábricas era o que dominava nas cidades da Inglaterra, e aos artesãos que desejavam continuar seu trabalho manual, não era mais possível, pois não tinham condições de concorrer no mercado com os capitalistas. As relações entre os indivíduos começou a ser controlada pelo mercado, não haviam mais laços e relações comunitárias. A divisão de classes era fundamental para a operação do sistema, ou seja, a classe dos proprietários, e a classe dos proletariados. Filme Tempos Modernos de Charles Chaplin As fábricas não eram ambientes adequados de trabalho, tinham péssimas condições de iluminação e ventilação. Não haviam medidas nem equipamentos de segurança para os operários, muitos se acidentavam e contraíam graves doenças. A média de vida dos trabalhadores era muito baixa comparada à de hoje. A jornada de trabalho chegava até 16 horas por dia, sem direito a descansos e férias. Os salários eram baixíssimos, garantindo ainda mais lucros aos proprietários, e a disciplina era rigorosa para manter o aumento da produção. Os trabalhadores não tinham direitos e nem o amparo social. Mulheres e crianças trabalhavam da mesma maneira que os homens, nas mesmas condições, mas o salário pago a eles era bem mais baixo. Portanto, era muito mais lucrativo contratá-los. E pelos baixos valores oferecidos, era fundamental que todos da família trabalhassem. 20 As condições de vida e de trabalho eram precárias, e por serem submetidos à tantas situações difíceis e sem escolha, os operários se uniram e começaram a organizar movimentos e revoltas. Por tantas adversidades, os trabalhadores chegaram à conclusão que precisavam começar a lutar por seus direitos. Ludismo O Ludismo estourou em 1811, foi uma das primeiras revoltas dos operários que eram contra os avanços tecnológicos, que substituíam homens por máquinas, e o nome deriva de um dos líderes, Ned Ludd. Eram revoltas radicais, onde os trabalhadores invadiam as fábricas, e destruíam as máquinas, ficando conhecidos como “quebradores de máquinas”. Ilustração do Movimento de Ludismo (1811) Existiam esquadrões luditas, que andavam armados com martelos, pistolas, lanças, e durante a noite, andavam de um distrito ao outro, destruindo tudo que encontravam. Porém, muitos manifestantes foram condenados à prisão, à morte, à deportação e até à forca. O Ludismo ocorreu durante alguns anos, mas aos poucos os manifestantes constataram que não eram contra as máquinas que deveriam reagir, e sim ao uso que os proprietários faziam delas, abusando da mão-de-obra dos operários. 21 Ilustração do Movimento Cartista (1836) Cartismo De maneira mais organizada, em 1836 surgiu o Cartismo, constituído pela “Associação dos Operários” e liderado por Feargus O’Connor e William Lovett. Reinvidicavam direitos políticos, como o sufrágio universal (direito de voto), o voto secreto, melhoria das condições e jornadas de trabalho. Redigiram a “Carta da Povo”, onde pediam um conjunto de reformas junto ao Parlamento. Inicialmente, as exigências não foram aceitas pelo Parlamento, havendo grandes movimentos e revoltas por parte dos operários. Depois de muitas tentativas e lutas, o Cartismo foi se dissolvendo até chegar ao fim. Porém, o espírito do movimento não se perdeu e ganhou maior presença política depois de um tempo, fazendo com que algumas leis trabalhistas fossem criadas. Dessa forma, o Cartismo teve seu direcionamento focado na política, por meio da qual conseguiu conquistar diversos direitos políticos para o grupo de trabalhadores Cartismo voltado a Política 22 Primeiros Movimentos Sindicais Trade Unions (Formação de Sindicatos) Os operários chegaram à conclusão de que a união era fundamental para se contrapor ao poder burguês, então criaram os “trade- unions”, associações formadas pelos operários, mas que possuíam uma evolução muito lenta nas reinvindicações que faziam. Porém, evoluíram e formaram os sindicatos,que eram sistemas de organização que defendiam seus direitos, eram os focos de resistência à exploração capitalista. Mas diferente dos sindicatos de hoje, tinham muita dificuldade de atuação. A burguesia via um grande perigo nessas associações e os sindicatos eram ameaçados pela violência. Portanto, as reuniões tinham que ser secretas, não havendo sedes sindicais. Mas aos poucos foram se organizando e realizando greves e protestos. E os proprietários levavam prejuízo, pois não tinha quem trabalhasse durante as manifestações. Conflitos em movimentos Sindicais Em 1824, diante de todo esse crescimento das lutas operárias, a Inglaterra acabou aprovando a primeira lei, que permitiu a organização sindical dos trabalhadores. Depois dessa conquista, o sindicalismo se fortaleceu ainda mais. A partir desse momento, começaram a surgir organizações de federações que unificavam várias categorias dos trabalhadores e em 1830 foi fundada a primeira entidade geral dos operários ingleses. Chegou a ter cerca de 100 mil membros. Em 1866, ocorreu o primeiro congresso internacional das organizações de trabalhadores de vários países, que representou um grande avanço na unidade dos assalariados, onde surge a fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Mas a burguesia sempre achava novos meios de interferir e reprimir os sindicatos. A história da legislação trabalhista dependeu de muitas lutas, os operários e sindicatos resistiram à muita pressão para que hoje, todos pudessem ter os direitos trabalhistas. 23 Impactos Sociais da Automação A palavra Automação, vem do latim Automatus, que significa mover-se por si, é um sistema automático de controle pelo qual os mecanismos verificam seu próprio funcionamento, efetuando medições e introduzindo correções, sem a necessidade da interferência do homem. Linha de Produção Automatizada Automação é a utilização de técnicas computadorizadas ou mecânicas para diminuição do uso de mão de obra em qualquer processo, incentivando o uso de robôs nas linhas de produção, a automação visa diminuir os custos e aumentar a velocidade da produção. . Também pode ser definida como um conjunto de técnicas que podem ser aplicadas sobre um processo objetivando torná-lo mais eficiente, ou seja, maximizando a produção com menor consumo de energia, menor emissão de resíduos e melhores condições de segurança, tanto humana e material quanto das informações inerentes ao processo 24 Automação e Crise Vale de início lembrar que a questão do desenvolvimento da automação industrial - e, mais exatamente, das formas avançadas de automação está intimamente ligada à evolução da tecnologia da microeletrônica e de suas aplicações produtivas. Por outro lado, a chamada "revolução microeletrônica" vem sendo considerada por alguns autores contemporâneos como um dos principais vetores de uma nova revolução tecnológica que se estaria processando e que deverá forjar uma base técnica renovada para a produção capitalista. Ainda de acordo com essa visão, a nova base técnica em processo de formação dotará o sistema dos meios materiais necessários para vencer os obstáculos que presentemente se interpõem à retomada da expansão da acumulação. Ou seja, concretamente, ao promover uma forte elevação da produtividade, essa revolução tecnológica abriria o caminho para a superação da crise atual, desencadeando uma nova fase de crescimento para o capitalismo. No rol das tecnologias (ou "grupos" de inovações técnicas) de ponta que poderão constituir o núcleo central dessa nova base técnica, em geral são incluídas: a) as biotecnologias (dentre estas, a engenharia genética); b) as inovações ligadas às novas formas de produção de energia (energia solar, fusão termonuclear, etc); c) a microeletrônica. Dentre essas inovações tecnológicas, são aquelas ligadas ao desenvolvimento da microeletrônica que vêm apresentando os melhores resultados em suas aplicações produtivas (notadamente, em termos de rentabilidade); nessa perspectiva, é a microeletrônica que parece oferecer o maior potencial no que concerne à capacidade de polarizar uma dinamização das atividades econômicas. Segundo G. Friedrichs "O advento da microeletrônica oferece uma nova dimensão às mudanças tecnológicas e à automação. Existem, no mínimo, cinco fatores que fazem da microeletrônica a tecnologia-chave da nossa época". (Friedrichs, 1983, p.81) Os fatores apontados pelo autor ressaltam: o amplo espectro de aplicações dessa tecnologia, afetando direta ou indiretamente todos os setores da atividade econômica (produção, administração pública e privada e serviços); o acelerado processo de difusão dessas inovações; o seu caráter, ao mesmo tempo, "labor-saving" e "capital-saving" e a sua flexibilidade, adaptando-se tanto à produção em larga escala como em pequenas e médias séries. 25 Cabe ainda levantar, mesmo que de passagem, uma objeção a um tipo de visão estreitamente mecanicista desse processo. A constituição de uma base técnica revolucionada não pode determinar, a saída de uma crise estrutural como essa que o capitalismo atravessa na atualidade; ela não representa condição suficiente para tanto. Essa ótica incorre, na verdade, em um certo determinismo tecnológico que deve ser questionado; é necessário que o processo de introdução e difusão desse conjunto de tecnologias de ponta seja acompanhado de transformações estruturais de natureza sócio-econômica, de modo a engendrar as condições de rentabilização das novas técnicas. Uma análise em perspectiva histórica da evolução do capitalismo confirmaria a procedência dessa observação. O amplo processo histórico — transcorrido durante a primeira metade do século — de formação e consolidação das condições estruturais dos regimes de acumulação sobre uma base intensiva constitui um exemplo eloquente nesse sentido. As transformações que ocorreram durante esse período resultaram na constituição de novas normas de produção (nesse contexto é que se situa a nova base técnica de produção), novas normas de consumo (o consumo de massa), novos procedimentos no que concerne à gestão monetária e financeira da acumulação bem como mudanças expressivas nos padrões de concorrência intercapitalística.'' No entanto nem por isso se deve cair no erro oposto, que consistiria em subestimar o papel das novas tecnologias de ponta como resposta à crise atual. "Isoladas, a revolução da microeletrônica ou a redução do tempo de trabalho não podem trazer soluções para a crise. Em contrapartida, . . . através de transformações profundas nos modos de produção e nos modos de vida, as novas tecnologias constituem um dos elementos importantes de resposta à crise atual" (Richonnier, 1983). O que importa reter dessa discussão é que as perspectivas para o futuro apontam claramente no sentido de um desenvolvimento cada vez mais acelerado da automação dos processos produtivos, disseminando e aprofundando, em consequência, seu impacto sobre as estruturas econômicas e sociais. Automação e Emprego: o Debate O tema automação/emprego remete a um velho debate: os efeitos do progresso técnico sobre o nível de emprego; a criação e destruição de empregos em decorrência da utilização (e do aperfeiçoamento) de máquinas na produção. Essa problemática remonta, como se sabe, à época da Revolução Industrial e à obra de autores clássicos da Economia Política (Ricardo e Marx, em primeiro plano). Como naquela época, pode-se detectar atualmente, a grosso modo, duas grandes teses a respeito. Para alguns autores, a automação, ao provocar uma elevação substancial da produtividade, acarreta redução do nível do emprego: "Mas, no conjunto, parece necessário esperar da revoluçãoeletrônica (e notadamente dos microprocessadores) antes uma forte supressão de empregos do que uma retomada do crescimento" 26 (Real, 1981, p.305) "No período atual, efetivamente o progresso técnico está destruindo inúmeros empregos anteriormente estáveis e propiciando a criação de otitros de características freqüentemente distintas e em quantidade insuficiente para absorver a população ativa" (Gaspard, 1981, p.30) Já para outros, a automação engendra efeitos estimulantes sobre o emprego, e isso basicamente em função dos efeitos de encadeamento cumulativos por ela suscitados sobre o conjunto da economia, o que se traduziria, a termo, em um saldo líquido positivo em termos de emprego. "Assim, as relações entre a automação e emprego parecem se opor às crenças populares que emergem neste período de subemprego. A análise dos fatos corrobora nossa tese. Os ganhos de produtividade exercem, a longo prazo, um efeito estimulante sobre o emprego" (Fourçans & Tarondeau, 1981, p.201) É relevante assinalar inicialmente que, ao nível micro, isto é, ao nível de cada unidade produtiva afetada diretamente pela automação, o aumento da produtividade deverá implicar uma supressão de postos de trabalho (como fica ilustrado abaixo pelos estudos de caso). Contudo esse nível de análise, embora necessário, é insuficiente: o fenômeno deve ser examinado no âmbito setorial e, de forma mais ampla, no plano macroeconômico e macrossocial, de modo a captar não somente os efeitos diretos e imediatos, mas também toda a gama de efeitos indiretos e secundários desencadeados pela introdução e difusão do uso de dispositivos automáticos de produção. Especificamente, esse estudo global deverá investigar os possíveis efeitos induzidos, no que concerne: a) à indústria de bens de capital, notadamente o segmento que produz equipamentos automatizados; b) à elevação da demanda pelas mercadorias produzidas com a nova tecnologia, em decorrência de uma queda dos seus preços relativos (a possibilidade de transferência dos ganhos de produtividade para os preços); c) ao aparecimento e/ou expansão de atividades — produção de bens de serviços — ligadas à automação (e aqui a análise deverá incorporar também o Setor Terciário, onde importantes efeitos induzidos podem ser gerados). Além disso, alguns autores observam que esse estudo não deve-se limitar apenas a uma dimensão nacional; ele deve extrapolar o espaço produtivo nacional, contemplando inclusive as repercussões da automação no plano da divisão internacional do trabalho. Concretamente, é preciso ter em conta a possibilidade do crescimento das exportações e portanto do emprego em função de um aumento de competitividade dos setores automatizados no contexto do mercado mundial. Por outro lado, um atraso na adoção dessas mudanças tecnológicas poderia ter consequências negativas sobre o nível de emprego: 27 "Se certos países exploram mais rapidamente a nova tecnologia do que outros, seus mercados internacionais (incluindo sua parcela no mercado doméstico dos países tecnologicamente em atraso) ampliar-se-ão em detrimento dos demais países ...Embora não se possa dizer com certeza que uma bem sucedida adaptação tecnológica resume em pleno emprego, pode-se afirmar seguramente que o atraso na mudança tecnológica face aos competidores leva a um desemprego mais considerável" (Sleigh et alii, 1983, p.92) Segundo a tese "otimista" que encontramos nas chamadas teorias da compensação do emprego, os efeitos positivos do incremento da produtividade sobre a economia devem, a médio e a longo prazo, mais do que compensar a supressão imediata de postos de trabalho no interior da unidade ou mesmo do ramo de produção atingido pela automação. Contudo podemos, de imediato, levantar alguns reparos a essa tese. Esse questionamento é bom esclarecer não significa que essa tese da transferência de empregos seja absolutamente equivocada. O que se deseja refutar é o pretendido automatismo desses mecanismos compensatórios, alertando para a existência de alguns fatores que inibem a flexibilidade do sistema, conferindo a este uma certa "viscosidade". Dentre esses fatores, destacaremos os seguintes: a) a correspondência entre empregos suprimidos e criados é problemática, a adaptação da estrutura de qualificações da força de trabalho existente aos novos tipos de ocupação criados pela automação está longe de se verificar sem uma certa "fricção". Isto significa que a efetiva realização da transferência de mão-de-obra depende de uma considerável maleabilidade do mercado de trabalho e forçosamente exigirá vultosos gastos para adaptar a qualificação da força de trabalho à evolução das oportunidades de emprego (em retreinamento da mão-de-obra por exemplo); b) a hipótese de queda dos preços, relativos dos produtos dos ramos atingidos pela automação nem sempre é realista; as estruturas monopolistas ou oligopolistas de grande número de mercados podem reduzir e mesmo obstruir esse efeito; c) há que se levar necessariamente em conta na análise a posição que o País ocupa na competição internacional e sua forma de inserção na divisão internacional do trabalho, em particular, deve ser considerado o grau de internação da produção de bens de capital, especialmente no que tange à capacidade de produção interna de bens de equipamento automatizados (como veremos em seguida, essa questão é de relevância no caso brasileiro). Em síntese, vemos que, dada a diversidade e a complexidade dos fatores envolvidos, se torna extremamente difícil avaliar e prognosticar o impacto real da automação sobre o nível geral do emprego. As tentativas de avaliação quantitativa desse impacto não são, via de regra, satisfatórias. Essa dificuldade explica, em certa medida, o julgamento pessimista formulado em alguns trabalhos acerca da possibilidade de se chegar a conclusões definitivas a respeito dos efeitos da automação sobre o emprego: "O resultado comum de todos os estudos científicos é o seguinte: é impossível formular prognósticos macroeconômicos quantitativos conclusivos em relação à influência da microeletrônica sobre a oferta de oportunidades de trabalho disponíveis" (Krupp apud Pastré, 1981, p.56) 28 Entretanto, apenas à guia de ilustração, podemos mencionar um exemplo que ganha um interesse especial na medida em que se refere a um país que é considerado por muitos como o paradigma do capitalismo do futuro, o novo "modelo" de economia capitalista. País onde o grande dinamismo verificado no desenvolvimento da automação vem sendo, pelo menos é o que se afirma com frequência, assimilado de maneira perfeitamente harmoniosa por parte da organização econômica e social. Os resultados de uma pesquisa realizada no Japão, envolvendo 106 casos de automação na indústria daquele país, revelaram que: "as supressões de empregos produtivos registrados variam entre 40% e 70% segundo as diferentes aplicações (montagem, usinagem, soldagem, controle de qualidade, etc.)" (Geze, 1981, p.225) Mas, evidentemente, apesar da amplitude da amostra, trata-se de uma percepção apenas parcial do fenômeno, na medida em que esse levantamento não capta os possíveis efeitos indiretos e secundários desses casos de automação. Breve Reflexão sobre o Caso Brasileiro No que concerne ao caso brasileiro, convém antes de mais nada registrar duas observações. A primeira refere-se ao estágio ainda incipiente do processo de difusão do uso de equipamentos automatizados na indústria brasileira: "Como já realçamos no início desse relatório, o processo de automação da manufatura no Brasil é recente e ainda com difusão limitada" (Secretaria Especial de Informática, 1983, p.8) A seguida diz respeito ao precário conhecimento que se tem atualmente em relação a esse fenômeno. Escassas e deficientes são asinformações e raros, os estudos realizados sobre a difusão da automação na indústria do País e suas consequências; "O trabalho da subcomissão revelou o incipiente conhecimento existente no país sobre os impactos sociais da automação não só sobre a indústria como também em relação a outros setores sócio-econômicos. Daí a sugestão da subcomissão no sentido de que se empreenda pesquisas nesta área, já que o aprofundamento dos conhecimentos nestas matérias abrirão possibilidades de uma maior quantificação e qualificação dos impactos sociais da automação". (Secretaria Especial de Informática, 1983, p.39). Apesar dessas limitações, uma breve reflexão sobre o impacto do desenvolvimento da automação na indústria brasileira pode conduzir à opinião de que, provavelmente, esse movimento viria reforçar a tendência em relação ao aumento do desemprego, tendência essa que já se faz sentir de forma bastante vigorosa, no momento, em função da conjuntura de profunda crise econômica do País. Algumas constatações dão respaldo a essa opinião. No caso brasileiro, os possíveis efeitos positivos de encadeamento (geradores de emprego) seriam consideravelmente arrefecidos. Isso porque grande parte dos equipamentos automatizados (e, principalmente, aqueles que incorporam as tecnologias mais sofisticadas) devem ser obtidos via importação. Além do mais, mesmo dentre aqueles equipamentos cuja produção interna já foi viabilizada, uma grande parcela é produzida mediante utilização de tecnologias e/ou peças e componentes importados. Com efeito, uma pesquisa realizada recentemente sobre a difusão de Máquinas- Ferramenta com Controle Numérico (MFCN) no Brasil verificou que: 29 a) em sua maior parte, esses equipamentos instalados no País foram importados: "Estimamos que hoje existam cerca de 680 MFCN em uso no parque industrial brasileiro (importadas até dezembro de 1979 e produzidas aqui até junho de 1980) . . . Destas, aproximadamente 130 foram fabricadas no Brasil" (Tauile, s.d., p.169); b) por outro lado, a presença do capital estrangeiro era dominante na produção local desses equipamentos: "A oferta interna total de MFCN, em 1980, era feita por 8 firmas, das quais 6 são de propriedade de capital alemão" (Tauile, 1982, p. 18); c) além disso, mesmo em relação às MFCN montadas no País, constatou-se que suas partes e componentes mais sofisticados eram importados: "De qualquer modo, o que nos interessa registrar é que as partes e componentes mais sofisticados são ainda importados mesmo nos melhores casos, pois a indústria (micro) eletrônica no Brasil ainda está em seus estágios iniciais de formação e consolidação" (Tauile, 1982, p.l9). É bom ressaltar que a questão não se restringe à produção direta do equipamento automatizado e seus componentes. Há que se considerar também toda a constelação de atividades ligadas à concepção-produção dessa tecnologia (pesquisa básica, pesquisa e desenvolvimento, engenharia, etc); Atividades essas capazes de gerar empregos altamente qualificados. Como se sabe, essas atividades estão igualmente concentradas em determinadas economias centrais do sistema capitalista. Diante desse quadro, evidencia-se a necessidade da criação de mecanismos no sentido de se exercer um controle efetivo sobre o processo de automação na indústria brasileira, evitando o agravamento do problema do desemprego que já adquire proporções bastante sérias no presente. 30 Definição Tipos de Empresas Uma empresa é uma unidade econômico-social, integrada por elementos humanos, materiais e técnicos, que tem o objetivo de obter utilidades através da sua participação no mercado de bens e serviços. Nesse sentido, faz uso dos fatores produtivos (trabalho, terra e capital). As empresas podem ser classificadas de acordo com a atividade econômica que desenvolvem. A partir da seguinte separação setorial: - Setor primário (que obtêm os recursos a partir da natureza, como é o caso das agrícolas, pesqueiras ou pecuárias); - Setor secundário (dedicadas à transformação de matérias-primas, como acontece com as industriais e as da construção civil); e - Setor terciário (empresas que se dedicam à prestação de serviços ou ao comércio). 31 Outra classificação igualmente possível para as empresas é de acordo com a sua constituição jurídica: - Empresas Individuais (que pertencem a uma única pessoa); e - Societárias (constituídas por várias pessoas). Neste último grupo, as sociedades, por sua vez, podem ser anônimas, de responsabilidade limitada e de economia social (as chamadas cooperativas), entre outras. Há várias classificações possíveis para sistematizar as empresas, tudo dependendo do aspecto desejado. Na área jurídica, o Código Civil (lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002) relaciona seistipos de empresas ou sociedades empresárias, entre seus artigos 980-A e 1039 a 1092: 1. sociedade em nome coletivo, 2. sociedade em comandita simples, 3. sociedade limitada, 4. sociedade em comandita por ações 5. sociedade anônima, que continua a ser regulada pela lei nº 6.404-76, acrescida das modificações feitas pelas Leis nºs 9.457-97 e 10.303-01. 6. há ainda a empresa individual de responsabilidade limitada – EIRELI – inovação do direito brasileiro, buscando sintonia com a realidade do empreendedorismo local - prevista no artigo 980-A do código civil e em lei própria, a 12441/11. A atividade econômica pode ser exercida individualmente ou de forma coletiva. Caso a opção seja a de empresário individual, o patrimônio particular se confunde com o da empresa. É importante lembrar que o ordenamento jurídico prevê a figura da sociedade simples. Trata-se de um novo tipo societário criado em substituição ao tradicional modelo de sociedade civil. Sociedades simples não podem exercer qualquer atividade econômica organizada, com a finalidade de produção ou circulação de bens ou serviços. Sua finalidade deve se concentrar em atividades profissionais de natureza científica, literária e/ou artística. O código anterior previa ainda a sociedade de capital e indústria, que foi extinta. Já a sociedade cooperativa, que antes era sociedade civil, agora é sociedade simples, e conta com novas características. Continua a ser inscrita na Junta Comercial, pois é regida por lei especial. 32 Apesar da lei brasileira trazer seis tipos diferentes de empresas, na prática apenas duas delas são amplamente utilizadas: a sociedade limitada, estatisticamente a preferida, e a sociedade anônima. As demais espécies são raramente encontradas. 1.Sociedade em nome coletivo É constituída necessariamente por pessoas físicas. Há igualdade entre os seus sócios, que respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. A administração da sociedade cabe exclusivamente aos sócios, sendo vedada a nomeação de terceiros para tal função. Seu nome comercial obrigatório é firma ou razão social, composta pelo nome de qualquer sócio, acompanhado da expressão & CIA. Neste tipo de sociedade não é necessário contribuir com dinheiro ou bens para a integralização do capital social. A contribuição poderá ser efetivada com prestação de serviços. A sociedade em nome coletivo pode exercer atividade econômica, comercial e civil, podendo ser empresário individual ou não, e responsáveis solidários pelas obrigações sociais. A exploração de atividade econômica por esse tipo de associação de esforços não preserva nenhum dos sócios dos riscos inerentes ao investimento empresarial. 2.Sociedade em comandita simples Sociedade em comandita simples é aquela constituída por dois tipos de sócios: 1. pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, denominados comanditados. 2. comanditários, que respondem somentepelo valor de suas respectivas cotas; A sociedade deve ser administrada pelo sócio comanditado. Na ausência do comanditado, os sócios comanditários devem nomear um administrador provisório para realizar os atos de administração sem assumir a condição de sócio, no prazo de cento e oitenta dias. O sócio comanditário que praticar atos de gestão e fizer uso da firma social assume responsabilidades de modo solidário e ilimitado. 3.Sociedade limitada Sociedade limitada é aquela dedicada à atividade empresarial, composta por dois ou mais sócios que contribuem com moeda ou bens para a formação do capital social. A responsabilidade dos sócios está limitada à sua proporção no capital da empresa. Cada sócio, porém, tem obrigação com a sua parte do capital social, podendo ser chamado a integralizar quotas dos sócios que deixaram de integralizá-las. 33 Sua administração é exercida por uma ou mais pessoas estipuladas em contrato ou ato separado. O termo LTDA ou sociedade limitada é usado para designar o tipo de empresa que exige uma escritura pública ou contrato social que define entre outras coisas quem são os sócios da empresa, quantos são e como as quotas de capital estão distribuídas entre eles. O nome empresarial pode ser de dois tipos: denominação social ou firma social. De constituição mais simples, este tipo de sociedade é a mais adotada pelas pequenas empresas, em função da limitação da responsabilidade dos sócios e da simplicidade dos seus atos. Contudo em face das modificações introduzidas pelo novo Código Civil, que aumentou seu formalismo (em especial para as empresas com mais de dez sócios), e o grau de responsabilidade dos sócios, é possível que haja uma migração desta modalidade para a de sociedade por ações, de formalismo semelhante, mas cuja responsabilidade dos sócios é restrita ao valor das ações por eles subscritas. A sociedade limitada pode assumir a forma de Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), mediante declaração. É importante que ela atenda aos requisitos da lei complementar 123, de 14 de dezembro de 2006. 3.1.ME – Microempresa São consideradas micro e pequena empresa a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário individual regularizados perante a junta comercial do estado e que corresponda a determinados requisitos específicos. A mais importante, de acordo com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, é que uma empresa será considerada microempresa quando, no ano-calendário, (ano em que houve operações) a receita bruta for igual ou inferior a R$ 240.000,00. 3.2.EPP – Empresa de Pequeno Porte Na mesma Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, para ser considerada microempresa ou Empresa de Pequeno Porte, a mesma deve ter faturamento bruto anual superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00. 3.3.Empresa individual A empresa individual ou empresário individual também pode ser considerado microempresa, com a diferença de que não há sociedade e, portanto, não há contrato social. Esse tipo é ideal para algumas atividades, em particular no campo de prestação de serviços onde o profissional pode exercer individualmente a atividade sem precisar estabelecer uma sociedade limitada com outra pessoa. 34 4.Sociedade em comandita por ações Este tipo de empresa tem o capital dividido em ações e é regulado pelas mesmas normas relativas às sociedades anônimas. Possui duas categorias de acionistas semelhantes aos sócios comanditados e aos comanditários das comanditas simples. Trata-se de uma sociedade comercial híbrida, pois mistura aspectos da comandita e da sociedade anônima. Será regida pelas normas correspondentes às sociedades anônimas, nos pontos que forem adequados. Poderá comerciar sob firma ou razão social, e o uso de denominação não lhe é vedado. A denominação ou firma deve ser complementada pelas palavras comandita por ações, por extenso ou de forma abreviada. 5.S/A – Sociedade Anônima A sociedade anônima (S/A) ou empresa jurídica de direito privado, abriga a maioria dos empreendimentos de grande porte no Brasil e sua regulamentação se encontra na lei 6.404/76. Seu capital está dividido em partes iguais chamadas ações, que podem ser negociadas em bolsa de valores sem a necessidade de uma escritura pública. Tais ações podem ser adquiridas pelo público em geral, que desse modo torna-se sócia da empresa, sem com que passe a fazer parte do contrato social, como no caso das LTDA. As S/A podem ser de capital aberto ou capital fechado. Sua constituição difere caso seja aberta ou fechada, sendo sucessiva ou pública para a primeira, e simultânea ou particular para a segunda. A estrutura organizacional da S/A é composta de: assembléia geral, conselho de administração (facultativo no caso de companhia fechada), diretoria e conselho fiscal, com atribuições fixadas na Lei 6.404/76, além das determinadas no estatuto social. A sociedade pode participar de outras sociedades, e será designada por denominação acompanhada das expressões companhia ou sociedade anônima, escritas por extenso ou abreviadamente, sendo vedada a utilização da abreviação "cia" ao final da denominação. 6.EIRELI A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) é constituída por uma única pessoa, titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, não inferior a cem vezes o maior salário-mínimo vigente. A EIRELI será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas. 35 Existem duas formas de se instituir uma EIRELI: a) originária: quando decorre de ato de vontade da criação específica desta modalidade de pessoa jurídica; b) superveniente: na forma do §3° do art 980-A, quando “resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração”. O titular não responde com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa, diferentemente do que acontece com o empresário individual, cuja responsabilidade pelas dívidas contraídas recai em seu próprio patrimônio pessoal (pessoal física). Caso não possua patrimônio suficiente para liquida-las, o titular torna-se insolvente e se sujeita ao regime falimentar, respondendo por suas dívidas, exclusivamente, o patrimônio que tiver obtido e defasado ao longo de sua existência. Existe a possibilidade do dono da EIRELI ter o seu patrimônio pessoal atingido, seguindo, assim, os termos aplicados à desconsideração da personalidade jurídica. Foi a partir das necessidades e vantagens que a regulamentação desse tipo de empresa traria à realidade jurídica e econômica que surgiu a lei 12.441/11, que consagrou a criação da EIRELI, permitindo que uma única pessoa natural possa, sem precisar formar sociedade com outra, constituir uma pessoa jurídica com responsabilidade limitada ao capital integralizado. O código civil recebeu ainda a adição de um artigo, o 980-A, dotado de seis parágrafos, que estabeleceu diretrizes gerais para a existência de uma EIRELI. A pessoa natural que constituir uma EIRELI poderá figurar somente em uma única empresa desta modalidade. Ao nome empresarial, de acordo com o art.980-A, deverá ser adicionada a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. 36 37 Saúde e Segurança do Trabalhador A Saúde e Segurança do trabalhador pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são adotadas, visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador. O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes profissionaisformam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Órgão integrante da NR – 4 38 Órgão Integrante da NR – 5 Também os empregados da empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A Segurança do Trabalho faz com que a empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, melhorando as relações humanas no trabalho, procurando evitar o Acidente de trabalho (é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte, perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho). 39 O SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho Toda movimentação em relação a Segurança do Trabalho no Brasil começou timidamente em 1981 com a lei de proteção ao trabalho do menor. Com a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em 1919 a prevenção de acidentes no Brasil ganha um novo impulso, é criado então, a Lei n° 3724 de 15 de Janeiro de 1919, essa foi à primeira de lei acidente de trabalho no Brasil Em 1967 foi criado o SESMT a partir do Decreto-Lei Nº 229 de 28 de Fevereiro de 1967. E posteriormente foi regulamentado, mais precisamente em 1972 pela Portaria Nº 3237. Em 1990 o quadro do SESMT foi alterado, sendo introduzidos todos os profissionais que participam dele atualmente. Compete ao SESMT esclarecer os empregados dos riscos no ambiente de trabalho e promover ações para neutralizá-los ou eliminá-los. Sempre visando a promoção da saúde, prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais. 40 Segundo a NR-4 em seu item 4.4.1, os profissionais abaixo compõem o SESMT: – Médico do Trabalho: Médico portador de curso em nível de pós graduação em Medicina do Trabalho ou portador de certificado de residência médica em área relacionada á saúde do trabalhador. – Engenheiro de Segurança do Trabalho: Engenheiro, Arquiteto portador do curso em nível de pós graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho conforme lei 7410 de 29/11/85. – Enfermeiro do Trabalho: É o Enfermeiro que possui especialização em nível de pós-graduação em Enfermagem do Trabalho. 41 – Técnico em Segurança do Trabalho: Profissional com registro no Ministério do trabalho. Profissional formado em nível Técnico conforme lei 7410 de 29/11/85. – Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: Portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo Ministério da Educação. Veja a descrição das atividades dos profissionais de Saúde e Segurança do Trabalho, de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações - (CBO). 42 O SESMT - Profissionais Integrantes Engenheiro em Segurança do Trabalho CBO Nº 2149 – 15 Atribuições: Engenheiro de segurança é o engenheiro ou arquiteto, que possui curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Atua na gestão de segurança e saúde ocupacional, em médias e grandes empresas dos mais diversos segmentos. Visando reduzir as perdas decorrentes de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Essas perdas podem ser humanas, de maquinários e equipamentos, multas e meio ambiente. No Brasil, a profissão é regulamentada pela lei 7.410, de 27 de novembro de 1985 que dispôs sobre a especialização, em nível de pós-graduação, de engenheiros e arquitetos em engenharia de segurança do trabalho. 43 Médico em Segurança do Trabalho CBO Nº 2251 – 40 Atribuições: Realizam consultas e atendimentos médicos; Tratam pacientes e clientes; Implementam ações de prevenção de doenças e promoção da saúde tanto individuais quanto coletivas; Coordenam programas e serviços em saúde, efetuam perícias, auditorias e sindicâncias médicas; elaboram documentos e difundem conhecimentos da área médica no trabalho. Fonte CBO do Ministério do Trabalho . Vale lembrar, que o Médico do Trabalho é responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional). Programa esse que anda junto com o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) da empresa. O Médico do Trabalho também tem participação na CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), LTCAT (Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho), e várias outras atividades. 44 Enfermeiro em Segurança do Trabalho CBO Nº 2235 – 30 Atribuições: O enfermeiro do trabalho normalmente é o líder da equipe de enfermagem do trabalho. Atua na assistência ao paciente, em ambulatórios, hospitais, ambulâncias, setores de trabalho e em domicílio. Atua em procedimentos de enfermagem de maior complexidade e prescreve ações, realiza a rotina receitada pelo médico. Cabe a ele juntamente com o médico a realização de coleta de dados sobre doenças ocupacionais, realização de inquéritos sanitários, coleta de dados estatísticos de morbidade e mortalidade de trabalhadores e etapas antecedentes aos estudos epidemiológicos. Executa, avalia programas de prevenções de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, faz análise dos fatores geradores de insalubridade, para propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador. É sua função participar do processo de treinamento e instrução dos trabalhadores no uso de equipamento de proteção individual (EPI), na prevenção de doenças do trabalho em harmonia e concordância com os outros profissionais de saúde do trabalho e Segurança do Trabalho. 45 Auxiliar de Enfermagem em Segurança do Trabalho CBO Nº 3222 – 35 Atribuições Desempenham atividades técnicas de enfermagem em empresas públicas e privadas como: Hospitais, clínicas e outros estabelecimentos de assistência médica, embarcações e domicílios. Atuam em cirurgia, terapia, puericultura, pediatria, psiquiatria, obstetrícia, saúde ocupacional e outras áreas. Prestam assistência ao paciente zelando pelo seu conforto e bem estar, administram medicamentos e desempenham tarefas de instrumentação cirúrgica, posicionando de forma adequada o paciente e o instrumental. Organizam ambiente de trabalho e dão continuidade aos plantões. Trabalham em conformidade às boas práticas, normas e procedimentos de biossegurança. Realizam registros e elaboram relatórios técnicos. Desempenham atividades e realizam ações para promoção da saúde do trabalhador. 46 Técnico em Segurança do Trabalho CBO Nº 3516 – 05 Convido você aluno a participar e preencher SEU ESPAÇO ! http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorCodigo.jsf 47 Acidente do Trabalho De acordo com a Legislação Brasileira, acidente do trabalho é definido como “aquele que ocorre pelo exercício da função a serviço da empresa”, podendo provocar lesão corporal ou até mesmo a morte. Ele também poderá causar “ a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Há, porém, 03 (três) tipos de acidentes de trabalho. Conforme descrito abaixo: - Atípico (ou doença do trabalho): doença sofrida em razão do trabalho, também conhecida como doença ocupacional ou profissional (como adquirir deficiencia auditiva pelo barulho
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