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01/09/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 10 Infarto Intestinal, Apendicite e Diverticulite Isquemia Mesentérica Síndrome de Abdome Agudo - etiologia: isquemia/hipóxia. Fase 1: lesão hipóxica inicial ocorre no início do comprometimento vascular • Enterócitos são resistentes à hipoxia transitória. Fase 2: lesão de reperfusão após restauração do suprimento de sangue (momento que a lesão ocorre) • Casos graves à falência múltipla dos órgãos. Passagem de produtos bacterianos da luz intestinal àa infiltração de neutrófilos e a liberação de mediadores inflamatórios adicionais. Segmentos intestinais no final dos suprimentos arteriais são particularmente suscetíveis à isquemia: • maior grau: flexura esplênica • circulações terminais das aa.mesentéricas superior e inferior • menor grau: o cólon sigmoide e o reto • circulações terminais das aa. mesentérica inferior, pudenda e ilíaca). Vascularização das glândulas: capilares correm ao longo das glândulas (cripta - superfície - vênulas pós-capilares): • superfície do epitélio mais vulnerável à isquemia, em relação às criptas (necrose do epitélio com criptas íntegras) * Macroscopicamente há uma coloração vinhosa devido ao tempo isquemia, conforme o tempo, ela coloração tende a aumentar - nesse caso, foi devido a uma torção. Caso haja uma distorção, pode reperfundir e gerar êmbolos, podendo gerar lesões por EROs, aumentando TNF e Interleucinas, podendo fazer com que o paciente entre em óbito. *Haverá uma dor difusa, não especifica - abdome agudo, causado por isquemia mesentérica. A artéria mesentérica superior faz irrigação, principalmente, na flexura esplênica e nessa região arterial ela é mais propícia a formar trombos, principalmente em pessoas mais idosas. Principais causas por formação de uma isquemia mesentérica: • Trombos Como o indivíduo é idoso, haverá alteração da mucosa. A maioria dos casos de isquemia, será devido a uma aterosclerose formando uma trombose mesentérica. Quadro de instalação crônica. • Êmbolos Alterações na estrutura cardíaca, com pequenos trombos que se deslocam e cometem principalmente na artéria mesentérica; Sendo um quadro de instalação aguda. Aguda: • Aterosclerose (trombose), IAM (embolia) • infarto transmural. • demarcação entre área normal e do infarto. 01/09/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 10 – Dr. Marcelo Contieri 2 • Área de necrose coagulativa. • Infarto vermelho. Crônica • Fibrose da lâmina própria. • Estenose do órgão. Apendicite A apendicite é definida como inflamação aguda do apêndice cecal, secundária a obstrução luminal e infecção superposta. É a causa mais comum de dor abdominal de tratamento cirúrgico, com pico de incidência na segunda década de vida.A fisiopatologia da apendicite aguda inclui a obstrução luminal por fecalitos, hiperplasia linfoide, tumores primários, metástases, parasitas, corpos estranhos, doença de Crohn ou bridas, levando a aumento da pressão intraluminal. Após ultrapassar a pressão de perfusão capilar, há redução das drenagens venosa e linfática, promovendo isquemia e translocação bacteriana. A inflamação transmural pode levar à perfuração e extensão para estruturas adjacentes, cursando com peritonite local ou generalizada. O quadro clínico clássico de apendicite aguda ocorre em metade a dois terços dos pacientes e consiste em dor abdominal periumbilical com migração posterior para a fossa ilíaca direita. Associa-se a náuseas e vômitos, além de dor à palpação no ponto de McBurney e leucocitose com predomínio de neutrófilos. Achados de Imagens Imagem. Apendicite aguda. Imagens ultrassonográficas nos planos apendiculares axial (A) e longitudinal (B) evidenciam apêndice difusamente espessado (setas grandes em A e B) associado a aumento da ecogenicidade da gordura periapendicular adjacente (setas pequenas em A e B). Radiografia simples o Apendicolito em 5%-10% dos pacientes. o Nível hidroaéreo em alças da fossa ilíaca direita. o Indefinição das margens do músculo psoas direito. o Pneumoperitônio (incomum). o Coleções líquidas, especialmente quando perfurada. o Escoliose antálgica, de concavidade direita Ultrassonografia o "Apêndice não compressível, espessado (> 7/8 mm de diâmetro). o Apendicolito com sombra acústica posterior. o Fluido, flegmão, abscesso na fossa ilíaca direita. o Fluxo aumentado ao Doppler na parede apendicular Imagem 2. Apendicite aguda não complicada. TC com contrate IV, imagens axiais (A e B), evidencia espessamento do apêndice (setas em A e B), com aumento do grau de realce da mucosa e discreta densificação da gordura periapendicular. A escolha entre ultrassonografia e tomografia computadorizada como exame inicial para avaliação de apendicite deve ser considerada em cada caso. Familiaridade com a técnica de exame, idade, sexo e biótipo são fatores relevantes na eleição do método de exame. Devido à ausência de radiação ionizante e à grande capacidade de avaliação de doenças ginecológicas, a ultrassonografia é o método de escolha para pacientes pediátricos, mulheres jovens e gestantes. A tomografia computadorizada está indicada principalmente a pacientes obesos e quando há suspeita de complicações como perfuração do apêndice ou coleções. Nas demais situações, o método inicial dependerá de fatores econômicos, 01/09/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 10 – Dr. Marcelo Contieri 3 disponibilidade do equipamento, experiência com o método ultrassonográfico e contraindicação à injeção intravenosa de contraste iodado. Fisiopatologia Aumento da pressão intra-luminal (congestão): • coprólitos • cálculo biliar • massas de parasitas IMAGEM. necrose instalada, derrama para o interior formando uma inflamação que acomete a mucosa, submucosa e muscular - devido a isso será necessário o processo cirúrgico. *Astronautas antes de ir pro espaço, precisam fazer a cirurgia de retirada do apêndice. Imagem.grande quantidade de células inflamatórias dentro do tecido conjuntivo. 01/09/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 10 – Dr. Marcelo Contieri 4 Diverticulite Divertículos são pequenas saculações de mucosa e submucosa que se projetam através da camada muscular da parede da alça, entre a teniae coli e o mesentério, no ponto de penetração do vaso sanguíneo, razão pela qual têm propensão ao sangramento. Podem ocorrer em qualquer porção do intestino grosso, mas são mais comuns nos cólons sigmoide e descendente. O intestino delgado é mais raramente acometido. Diverticulite é a complicação mais comum da doença diverticular, acometendo cerca de 40% dos pacientes num período de 20 anos. Surge após obstrução do divertículo, com consequente acúmulo de secreção, proliferação bacteriana, distensão, isquemia, inflamação e microperfuração. Essa sequência de eventos leva à formação de abscessos, mais frequentemente de localização extramural, os quais podem evoluir com aderências e/ou peritonite. Achados Clínicos O quadro clínico clássico da diverticulite do cólon sigmoide consiste em dor na fossa ilíaca esquerda, massa palpável, febre e leucocitose. Essa apresentação é menos evidente em pacientes idosos, imunossuprimidos ou com doença renal crônica, sendo o diagnóstico feito eventualmente já na presença de perfuração e pneumoperitônio. Achados de Imagens A TC com contrastes intravenoso, oral e retal apresenta acurácia superior a 90% no diagnóstico da diverticulite aguda. Comumente observa-se espessamento parietal simétrico do segmento comprometido, identificando-se divertículos de permeio (que também podem apresentar espessamento das paredes), associado a densificação da gordura pericolônica, ingurgitamento de vasos mesentéricos e pequena quantidade de líquido adjacente. Imagem. Diverticulute aguda estádio I. TC com contrate retal (positivo), imagens axiais (A e B) e coronal © evidencia espessamento parietal focal do sigmoide, com divertículo (seta em B) associado a densificaçãodo mesossigmoide adjacente. Quadros mais acentuados podem evoluir com perfuração, formação de abscessos intracavitários (pericolônicos ou a distância), fístulas (colovesical, colovaginal e colocutânea) e obstrução intestinal. Estádio Patologia Achados 0 Inflamação estende-se até a serosa Espessamento mural com poucas altrações inflamatórias na gordura paracolônica. I Abscesso ou flegmão menor que 5 cm Espessamento mural com alterações inflamatórias na gordura paracolônica proeminentes. II Extensão além do mesocólon sigmoide Abscesso com até 15 cm. III Extensão além da cavidade pélvica ou abscessos múltiplos Processo inflamatório com extensão além de cavidade pélvica ou múltiplas coleções IV Material fecal na cavidade peritoneal Achados semelhantes ao grau III Resumo • Invaginações da mucosa intestinal o Adquiridas • Idade: >30 anos (comum: >60 anos) • Patogênese: 01/09/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 10 – Dr. Marcelo Contieri 5 o Pressão intraluminal elevada (peristaltismo); o Estrutura única da muscular própria da mucosa; o Áreas de descontinuidade focal na parede muscular (onde passam nervos, vasos). • Projeções saculares a partir da mucosa para fora da parede intestinal • Classificação morfológica: o Verdadeiros: todas as camadas da parede (congênitos – divertículo de Meckel) - não fechamento adequado da estrutura onfalomesentérica que fazia parte do cordão umbilical que não se atrofia completamente formando essa atrofia - haverá as quatro porções: mucosa, submucosa, muscular e submucosa. o Falsos (pseudodivertículos): herniação da mucosa e submucosa em sentido da túnica muscular (Doença Diverticular do Colon) - haverá apenas algumas estruturas formando esse divertículo - mucosa, submucosa e serosa; aparece normalmente devido a uma alta pressão na luz intestinal, principalmente no intestino grosso, haverá fragilidade na muscular - normalmente a muscular se rompe, e a mucosa se projetou entre elas formando a cavidade denominada divertículo falso - composto por mucosa, submucosa e serosa. o Complicações: o Obstrução: diverticulite (Aumento da pressão e inflamação) o Perfuração: abscesso o Estenose: fibrose • Evaginação da mucosa e submucosa o Junto às tênias o Colo sigmóide • Patogênese: o Aumento da pressão intraluminal o Fragilidade da túnica mucosa (hipoperfusão e inervação) o Área de descontinuidade focal na parede da mucosa (por onde passam vasos, nervos) - menor resistência muscular. Diverticulite de Meckel • Cerca de 2% da população • Persistência do ducto onfalomesentérico • Divertículo verdadeiro: todos os estratos da parede • Presença de mucosa gástrica funcionante em 50% dos casos – doença ulcerosa péptica 01/09/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 10 – Dr. Marcelo Contieri 6 Outras Possibilidades... Intussuscepção: ocorre quando o segmento do intestino, comprimido por uma onda de peristaltismos, se encaixa no segmento distal mais próximo. Uma vez aprisionado, o segmento invaginado é propelido pelo peristaltismo e puxa p mesentério junto com ele. Não tratada pode progredir para obstrução intestinal, compressão de vasos mesentéricos e infarto. Pode ocorre na presença de pólipos intestinais ou massas na parede intestinal. Vólvulo: alça intestinal rotaciona - comum na presença de aumento de volume, podendo ocorrer tanto em intestino delgado e grosso. Região isquemia toda alça. É a torção completa da alça intestinal sobre sua base mesentérica de adesão. Logo, a apresentação inclui características de obstrução e infarto. O vólvulo ocorre mais frequente em alças grandes redundantes do cólon sigmoide, seguido em frequência pelo ceco, intestino delgado, estomago e, raramente, cólon transverso. Hérnias: Qualquer fraqueza ou defeito na parede da cavidade peritoneal pode permitir a protrusão de uma bolsa de peritônio delimitada por serosa chamada de saco herniário. As hérnias adquiridas ocorrem mais comumente na porção anterior, através dos canais inguinais e femorais ou do umbigo, ou dos locais de cicatrizes cirúrgicas. Estas devem gerar preocupação por causa da protrusão visceral (herniação externa). Isso é particularmente verdadeiro para as hérnias inguinais, as quais tendem a ter orifícios estreitos e grandes sacos. As alças do intestino delgado estão frequentemente envolvidas, mas porções do omento ou do intestino grosso também se projetam e qualquer um destes pode ficar aprisionado. A pressão na abertura da bolsa pode prejudicar a drenagem venosa do intestino aprisionado. A estase e o edema resultantes aumentam o volume da alça herniada, levando a um aprisionamento permanente, ou encarceramento, e ao longo do tempo, se desenvolve um comprometimento (estrangulamento) arterial e venoso que pode resultar em infarto.
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