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educação especial aula 6

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6ºAula
A escola inclusiva
Boa aula!
<http://3.bp.blogspot.com>
A inclusão escolar, enquanto paradigma 
educacional tem como objetivo a 
construção de uma escola acolhedora, 
onde não existam critérios ou exigências 
de natureza alguma, nem mecanismos de 
seleção ou discriminação para o acesso e 
a permanência com sucesso de todos os 
alunos (ALVES e BARBOSA, 2006, p15).
Na presente aula, veremos as características da escola 
inclusiva, assim como o perfil do professor pedagogo neste 
contexto e, uma vez que ao longo nas nossas aulas essas 
características estiveram presentes, será uma retomada para 
que haja uma fixação e melhor reflexão acerca do assunto.
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Educação Especial e Escola Inclusiva
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Objetivos de aprendizagem
1 
professor inc lus iv is ta
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender as características da 
escola inclusiva;
• identificar o perfil do professor inclusivista.
Seções de estudo
1 
professor inclusivista
A escola não pode tudo, mas pode mais. 
Pode acolher as diferenças. É possível 
fazer uma pedagogia que não tenha medo 
da estranheza, do diferente, do outro. A 
aprendizagem é destoante e heterogênea. 
Aprendemos coisas diferentes daquelas 
que nos ensinam, em tempos distintos, 
(...) mas a aprendizagem ocorre, sempre. 
Precisamos de uma pedagogia que seja 
uma nova forma de se relacionar com 
o conhecimento, com os alunos, com 
seus pais, com a comunidade, com 
produza outros tipos humanos, menos 
1997 apud Roth, 2006, p. 1).
É possível observar que é senso comum que 
a escola seja um lugar de acesso, livre de qualquer 
preconceito ou restrição às diferenças, um espaço 
no qual se exerce a liberdade de expressão, 
contribuindo para o alcance do desenvolvimento 
integral do ser humano, trazendo melhores relações 
interpessoais e avanços no aprendizado.
De acordo com Franco (2012), por meio das 
considerações das Diretrizes Curriculares Nacionais 
para Educação Especial (MEC/SEESP, 1998), 
a escola necessita tomar uma postura renovada 
comparada à da escola comum, pois significa, 
além de matricular as crianças com necessidades 
educacionais especiais, dar ao professor e a escola o 
suporte necessário à sua ação pedagógica.
A escola inclusiva é a que propicia ao aluno 
com necessidades especiais, a apropriação do 
conhecimento escolar. É preciso estar atento com 
modelos de aprovação facilitada que impedem o 
verdadeiro desenvolvimento. Nesse sentido, a ação 
primordial é a capacitação de professores, para 
que sua prática pedagógica atenda à diversidade 
dos alunos. Contudo, essa formação precisa ser 
contínua, com troca de experiência e supervisões. 
Para o sucesso dessa proposta de Educação 
apoio para lidar com as necessidades especiais não 
só do aluno, mas também do professor da classe 
regular (FRANCO, 2012).
Dentro da perspectiva apresentada acima, onde este sistema 
de suporte poderia estar disponível?
 Toda essa discussão perpassa pelo conceito 
de inclusão, que já debatemos em aulas anteriores, 
É preciso ter em mente, claramente, o que é 
inclusão e o que não é inclusão, pois é a partir desse 
entendimento que será possível visualizar a escola, 
assim como a prática do professor neste contexto.
MRECH (2012, p1) aponta em seu artigo tal 
diferença, vejamos: 
portadores de necessidades especiais 
na vizinhança da sua residência. - 
propiciar a ampliação do acesso destes 
alunos às classes regular. - propiciar aos 
professores da classe regular um suporte 
técnico. - perceber que as crianças podem 
aprender juntas, embora tendo objetivos 
e processos diferentes. - levar os 
professores a estabelecer formas criativas 
de atuação com as crianças portadoras de 
integrado ao professor de classe comum 
do ensino regular.
comuns sem o acompanhamento do 
professor especializado. - ignorar as 
fazer as crianças seguirem um processo 
único de desenvolvimento, ao mesmo 
tempo e para todas as idades. - extinguir 
o atendimento de educação especial antes 
do tempo. - esperar que os professores 
de classe regular ensinem as crianças 
portadoras de necessidades especiais sem 
um suporte técnico.
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Dessa forma, fica evidente que a educação 
inclusiva tem de atender a esses alunos com qualidade, 
proporcionando condições e especializações aos 
profissionais, para que os objetivos, a interação e 
o desenvolvimento aconteçam (FERNANDES 
caracterizada principalmente pelo seu compromisso 
em desenvolver continuamente a capacidade de 
acolher uma ampla gama de diferenças individuais 
Acompanharemos, agora, a lista de práticas 
inclusivas na escola de Rogers (1993) com tradução 
e adaptação de Sassaki (1998). Essa lista foi anexada 
a um memorando, Basic Education Circulars Ganeiro, 
(1995), “Colocação de Alunos de Educação Especial 
Estadual de Educação, Pensilvânia, EUA. 
O autor propõe que se observem essas 
práticas em sua escola para certificar-se do grau 
de consistência entre as práticas inclusivas da sua 
escola e os ideais do movimento de inclusão escolar 
ou ainda pode ser um ponto de partida para debates 
em sua escola, envolvendo todos os profissionais da 
escola e a comunidade. Basicamente são perguntas 
que questionam a atuação inclusiva. Vamos à lista:
1. Partimos verdadeiramente da premissa de que cada aluno 
classes separadas ou escolas especiais?]
2. Individualizamos o programa instrucional para todos os 
que cada aluno necessita para explorar interesses individuais 
mesmos tipos de programa e recursos para a maioria dos 
alunos que possuem o mesmo rótulo diagnóstico?]
3. Estamos plenamente comprometidos em desenvolver uma 
comunidade que se preocupe em fomentar o respeito mútuo e o 
apoio entre a equipe escolar, os pais e os alunos, comunidade essa 
como se estes fossem seres estranhos?]
4. Nossos professores comuns e educadores especiais já 
integraram seus esforços e seus recursos de tal forma que 
eles possam trabalhar juntos como parte integrante de uma 
e departamentos separados com supervisares e orçamentos 
5 . A nossa diretoria cria um ambiente de trabalho no qual os 
professores são apoiados quando oferecem ajuda um para o 
incompetentes se pedirem colaboração no trabalho com os alunos?]
6. Estimulamos a plena participação dos alunos com 
para os alunos à medida que suas necessidades mudem ao 
longo do ano escolar de tal forma que eles possam atingir 
e experienciar sucessos e sentir que verdadeiramente 
fadados ao fracasso?]
parte plena da nossa comunidade escolar de tal forma que 
eles também possam experienciar o senso de pertencer? 
separada e lhes enviamos um jornalzinho separado?]
currículo na medida do necessário para que eles possam 
maior número possível de provas e outros procedimentos de 
Fonte: Sassaki (1998).
 No quadro abaixo, Sassaki, (1997) apresenta as 
principais características das escolas inclusivas. Leia-
as e faça uma análise crítica sobre cada uma delas.
1. Um senso de 
pertencer pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntos.
2. Liderança O diretor envolve-se ativamente com a escola toda no provimento de estratégias.
3. Padrão de 
necessidades individuais dos alunos.
4. Colaboração e 
cooperação
Envolvimento de alunos em estratégias de 
apoio mútuo (ensino de iguais, sistema de 
companheiro, aprendizado cooperativo, 
ensino em equipe, co-ensino, equipe de 
5. Novos papéis o 
responsabilidades
Os professores falam menos e assessoram 
mais, psicólogos atuam mais junto aos 
professores nas salas de aula, todo o 
pessoal da escola faz parte do processo de 
aprendizagem.
6. Parceria com os pais Os pais são parceiros igualmente essenciais na educação de seus .
atitudes? Ë possível visualizar a escola contemplando todas 
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Educação Especial e Escola Inclusiva
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7. Acessibilidade
Todos os ambientes físicos são tornados 
acessíveis e, quando necessário, é 
oferecida tecnologia assistiva.
8. Ambientes 
aprendizagem
Espera-se que os alunos se promovam 
de acordo com o estilo e ritmo individual 
de aprendizagem e não deuma única 
maneira para todos.
9. Estratégias 
baseadas em 
pesquisas
Aprendizado cooperativo, adaptação 
curricular, ensino de iguais, instrução 
direta, ensino recíproco, treinamento em 
habilidades sociais, instrução assistida por 
computador, treinamento em habilidades 
de estudar etc.
10. Novas formas 
de avaliação escolar
Dependendo cada vez menos de testes 
padronizados, a escola usa novas formas 
para avaliar o progresso de cada aluno 
rumo aos respectivos objetivos.
11. Desenvolvimento 
profissional continuado
Aos professores são oferecidos cursos 
de aperfeiçoamento contínuo visando 
à melhoria de seus conhecimentos e 
habilidades para melhor educar seus alunos.
Fonte: Adaptação de Romeu Kazumi Sassaki, 1998.
Para que a inclusão escolar seja real, o professor 
da classe regular deve estar sensibilizado e capacitado 
(tanto psicológica quanto intelectualmente) para 
mudar sua forma de ensinar e adaptar o que vai 
ensinar (FRANCO, 2012).
Vamos conferir algumas atitudes que o 
professor deve desenvolver para atuar nessa prática, 
ou seja, todo educador comprometido com a 
filosofia da inclusão:
• está mais interessado naquilo que o aluno deseja aprender 
do que em rótulos sobre ele;
• respeita o potencial de cada aluno e aceita todos os 
estudantes igualmente;
• adota uma abordagem que propicie ajuda na solução de 
• acredita que todos os educandos conseguem desenvolver 
habilidades básicas;
• estimula os educandos a direcionarem seu aprendizado 
plenamente na sociedade, a usar mais o seu poder pessoal e 
• acredita nos alunos e em sua capacidade de aprender;
• acredita que as metas podem ser estabelecidas e que, para 
atingi-Ias, pequenos passos podem ser úteis;
• defende o princípio de que todas as pessoas devem ser 
incluídas em escolas comuns da comunidade;
• sabe que ele precisa prover suportes (acessibilidade 
• está preparado para indicar recursos adequados a cada 
necessidade dos alunos, tais como: livros, entidades, aparelhos;
• sabe que a aprendizagem deve estar baseada nas metas 
do aluno e que cada aluno será capaz de escolher métodos 
e materiais para aprender as lições;
• sabe que, nos programas de alfabetização, os seguintes 
linguagem, histórias e outros textos sobre temas que o 
aprendiz conhece; alfabetização assistida por computador; 
material disponível no cotidiano do público; leitura assistida 
ou pareada usando livros convencionais e livros falados; 
debate após atividade extra-classe; coleção de histórias de 
vida dos próprios alunos; uso da lousa para escrever um texto 
em grupo; colagem com recortes de revistas, entre outros;
• fornece informações sobre recursos externos à escola e faz 
a conexão com pessoas e entidades que possam ajudar o 
aluno na comunidade;
• estimula outras pessoas importantes na vida do aluno a se 
envolverem com o processo educativo;
provas e exames provocam medo e ansiedade nos alunos;
motivador da aprendizagem dele;
passa essa informação para outras pessoas;
• é um bom ouvinte para que os alunos possam falar sobre 
a realidade da vida que levam e habilidades para o uso do 
poder pessoal no processo de mudança da sociedade.
Fonte: SASSAKI (1998).
 Após essa leitura, você é capaz de se ver 
Retomando a aula
pedagogo. É importante, então, recordar: da 
responsabilidade e o engajamento da escola 
e de todos os funcionários da mesma, assim 
como a comunidade envolvida, para garantir 
um ensino de qualidade e adequado a todos!
inclusivista
Nesta seção, foi possível acompanhar a 
caracterização do perfil da escola inclusivista e 
do professor, assim, podemos concluir que esta 
proposta é a que propicia ao aluno com necessidades 
especiais a apropriação do conhecimento escolar e 
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apresenta ações como a capacitação de professores, 
para que sua prática pedagógica atenda à diversidade 
dos alunos. 
Componentes da 
Educação Inclusiva. 1998. Adaptado de The Roeher 
lnstitute, Disability, Community and Society: 
Exploring the Links. North York: Roeher, 1996 
p.68-69. Disponível em: <http://www.inclusao.
 
• 
•<http://www.inclusao.com.br/projeto_
.
•<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/
•<http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/
Vale a pena
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• Ao mestre com carinho – alunos com problemas 
de aprendizagem se transformam a partir de uma 
abordagem pedagógica diferenciada.
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