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41 6ºAula A escola inclusiva Boa aula! <http://3.bp.blogspot.com> A inclusão escolar, enquanto paradigma educacional tem como objetivo a construção de uma escola acolhedora, onde não existam critérios ou exigências de natureza alguma, nem mecanismos de seleção ou discriminação para o acesso e a permanência com sucesso de todos os alunos (ALVES e BARBOSA, 2006, p15). Na presente aula, veremos as características da escola inclusiva, assim como o perfil do professor pedagogo neste contexto e, uma vez que ao longo nas nossas aulas essas características estiveram presentes, será uma retomada para que haja uma fixação e melhor reflexão acerca do assunto. 213 Educação Especial e Escola Inclusiva 42 Objetivos de aprendizagem 1 professor inc lus iv is ta Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender as características da escola inclusiva; • identificar o perfil do professor inclusivista. Seções de estudo 1 professor inclusivista A escola não pode tudo, mas pode mais. Pode acolher as diferenças. É possível fazer uma pedagogia que não tenha medo da estranheza, do diferente, do outro. A aprendizagem é destoante e heterogênea. Aprendemos coisas diferentes daquelas que nos ensinam, em tempos distintos, (...) mas a aprendizagem ocorre, sempre. Precisamos de uma pedagogia que seja uma nova forma de se relacionar com o conhecimento, com os alunos, com seus pais, com a comunidade, com produza outros tipos humanos, menos 1997 apud Roth, 2006, p. 1). É possível observar que é senso comum que a escola seja um lugar de acesso, livre de qualquer preconceito ou restrição às diferenças, um espaço no qual se exerce a liberdade de expressão, contribuindo para o alcance do desenvolvimento integral do ser humano, trazendo melhores relações interpessoais e avanços no aprendizado. De acordo com Franco (2012), por meio das considerações das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Especial (MEC/SEESP, 1998), a escola necessita tomar uma postura renovada comparada à da escola comum, pois significa, além de matricular as crianças com necessidades educacionais especiais, dar ao professor e a escola o suporte necessário à sua ação pedagógica. A escola inclusiva é a que propicia ao aluno com necessidades especiais, a apropriação do conhecimento escolar. É preciso estar atento com modelos de aprovação facilitada que impedem o verdadeiro desenvolvimento. Nesse sentido, a ação primordial é a capacitação de professores, para que sua prática pedagógica atenda à diversidade dos alunos. Contudo, essa formação precisa ser contínua, com troca de experiência e supervisões. Para o sucesso dessa proposta de Educação apoio para lidar com as necessidades especiais não só do aluno, mas também do professor da classe regular (FRANCO, 2012). Dentro da perspectiva apresentada acima, onde este sistema de suporte poderia estar disponível? Toda essa discussão perpassa pelo conceito de inclusão, que já debatemos em aulas anteriores, É preciso ter em mente, claramente, o que é inclusão e o que não é inclusão, pois é a partir desse entendimento que será possível visualizar a escola, assim como a prática do professor neste contexto. MRECH (2012, p1) aponta em seu artigo tal diferença, vejamos: portadores de necessidades especiais na vizinhança da sua residência. - propiciar a ampliação do acesso destes alunos às classes regular. - propiciar aos professores da classe regular um suporte técnico. - perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e processos diferentes. - levar os professores a estabelecer formas criativas de atuação com as crianças portadoras de integrado ao professor de classe comum do ensino regular. comuns sem o acompanhamento do professor especializado. - ignorar as fazer as crianças seguirem um processo único de desenvolvimento, ao mesmo tempo e para todas as idades. - extinguir o atendimento de educação especial antes do tempo. - esperar que os professores de classe regular ensinem as crianças portadoras de necessidades especiais sem um suporte técnico. 214 43 Dessa forma, fica evidente que a educação inclusiva tem de atender a esses alunos com qualidade, proporcionando condições e especializações aos profissionais, para que os objetivos, a interação e o desenvolvimento aconteçam (FERNANDES caracterizada principalmente pelo seu compromisso em desenvolver continuamente a capacidade de acolher uma ampla gama de diferenças individuais Acompanharemos, agora, a lista de práticas inclusivas na escola de Rogers (1993) com tradução e adaptação de Sassaki (1998). Essa lista foi anexada a um memorando, Basic Education Circulars Ganeiro, (1995), “Colocação de Alunos de Educação Especial Estadual de Educação, Pensilvânia, EUA. O autor propõe que se observem essas práticas em sua escola para certificar-se do grau de consistência entre as práticas inclusivas da sua escola e os ideais do movimento de inclusão escolar ou ainda pode ser um ponto de partida para debates em sua escola, envolvendo todos os profissionais da escola e a comunidade. Basicamente são perguntas que questionam a atuação inclusiva. Vamos à lista: 1. Partimos verdadeiramente da premissa de que cada aluno classes separadas ou escolas especiais?] 2. Individualizamos o programa instrucional para todos os que cada aluno necessita para explorar interesses individuais mesmos tipos de programa e recursos para a maioria dos alunos que possuem o mesmo rótulo diagnóstico?] 3. Estamos plenamente comprometidos em desenvolver uma comunidade que se preocupe em fomentar o respeito mútuo e o apoio entre a equipe escolar, os pais e os alunos, comunidade essa como se estes fossem seres estranhos?] 4. Nossos professores comuns e educadores especiais já integraram seus esforços e seus recursos de tal forma que eles possam trabalhar juntos como parte integrante de uma e departamentos separados com supervisares e orçamentos 5 . A nossa diretoria cria um ambiente de trabalho no qual os professores são apoiados quando oferecem ajuda um para o incompetentes se pedirem colaboração no trabalho com os alunos?] 6. Estimulamos a plena participação dos alunos com para os alunos à medida que suas necessidades mudem ao longo do ano escolar de tal forma que eles possam atingir e experienciar sucessos e sentir que verdadeiramente fadados ao fracasso?] parte plena da nossa comunidade escolar de tal forma que eles também possam experienciar o senso de pertencer? separada e lhes enviamos um jornalzinho separado?] currículo na medida do necessário para que eles possam maior número possível de provas e outros procedimentos de Fonte: Sassaki (1998). No quadro abaixo, Sassaki, (1997) apresenta as principais características das escolas inclusivas. Leia- as e faça uma análise crítica sobre cada uma delas. 1. Um senso de pertencer pertencem à escola e à comunidade e de que podem aprender juntos. 2. Liderança O diretor envolve-se ativamente com a escola toda no provimento de estratégias. 3. Padrão de necessidades individuais dos alunos. 4. Colaboração e cooperação Envolvimento de alunos em estratégias de apoio mútuo (ensino de iguais, sistema de companheiro, aprendizado cooperativo, ensino em equipe, co-ensino, equipe de 5. Novos papéis o responsabilidades Os professores falam menos e assessoram mais, psicólogos atuam mais junto aos professores nas salas de aula, todo o pessoal da escola faz parte do processo de aprendizagem. 6. Parceria com os pais Os pais são parceiros igualmente essenciais na educação de seus . atitudes? Ë possível visualizar a escola contemplando todas 215 Educação Especial e Escola Inclusiva 44 7. Acessibilidade Todos os ambientes físicos são tornados acessíveis e, quando necessário, é oferecida tecnologia assistiva. 8. Ambientes aprendizagem Espera-se que os alunos se promovam de acordo com o estilo e ritmo individual de aprendizagem e não deuma única maneira para todos. 9. Estratégias baseadas em pesquisas Aprendizado cooperativo, adaptação curricular, ensino de iguais, instrução direta, ensino recíproco, treinamento em habilidades sociais, instrução assistida por computador, treinamento em habilidades de estudar etc. 10. Novas formas de avaliação escolar Dependendo cada vez menos de testes padronizados, a escola usa novas formas para avaliar o progresso de cada aluno rumo aos respectivos objetivos. 11. Desenvolvimento profissional continuado Aos professores são oferecidos cursos de aperfeiçoamento contínuo visando à melhoria de seus conhecimentos e habilidades para melhor educar seus alunos. Fonte: Adaptação de Romeu Kazumi Sassaki, 1998. Para que a inclusão escolar seja real, o professor da classe regular deve estar sensibilizado e capacitado (tanto psicológica quanto intelectualmente) para mudar sua forma de ensinar e adaptar o que vai ensinar (FRANCO, 2012). Vamos conferir algumas atitudes que o professor deve desenvolver para atuar nessa prática, ou seja, todo educador comprometido com a filosofia da inclusão: • está mais interessado naquilo que o aluno deseja aprender do que em rótulos sobre ele; • respeita o potencial de cada aluno e aceita todos os estudantes igualmente; • adota uma abordagem que propicie ajuda na solução de • acredita que todos os educandos conseguem desenvolver habilidades básicas; • estimula os educandos a direcionarem seu aprendizado plenamente na sociedade, a usar mais o seu poder pessoal e • acredita nos alunos e em sua capacidade de aprender; • acredita que as metas podem ser estabelecidas e que, para atingi-Ias, pequenos passos podem ser úteis; • defende o princípio de que todas as pessoas devem ser incluídas em escolas comuns da comunidade; • sabe que ele precisa prover suportes (acessibilidade • está preparado para indicar recursos adequados a cada necessidade dos alunos, tais como: livros, entidades, aparelhos; • sabe que a aprendizagem deve estar baseada nas metas do aluno e que cada aluno será capaz de escolher métodos e materiais para aprender as lições; • sabe que, nos programas de alfabetização, os seguintes linguagem, histórias e outros textos sobre temas que o aprendiz conhece; alfabetização assistida por computador; material disponível no cotidiano do público; leitura assistida ou pareada usando livros convencionais e livros falados; debate após atividade extra-classe; coleção de histórias de vida dos próprios alunos; uso da lousa para escrever um texto em grupo; colagem com recortes de revistas, entre outros; • fornece informações sobre recursos externos à escola e faz a conexão com pessoas e entidades que possam ajudar o aluno na comunidade; • estimula outras pessoas importantes na vida do aluno a se envolverem com o processo educativo; provas e exames provocam medo e ansiedade nos alunos; motivador da aprendizagem dele; passa essa informação para outras pessoas; • é um bom ouvinte para que os alunos possam falar sobre a realidade da vida que levam e habilidades para o uso do poder pessoal no processo de mudança da sociedade. Fonte: SASSAKI (1998). Após essa leitura, você é capaz de se ver Retomando a aula pedagogo. É importante, então, recordar: da responsabilidade e o engajamento da escola e de todos os funcionários da mesma, assim como a comunidade envolvida, para garantir um ensino de qualidade e adequado a todos! inclusivista Nesta seção, foi possível acompanhar a caracterização do perfil da escola inclusivista e do professor, assim, podemos concluir que esta proposta é a que propicia ao aluno com necessidades especiais a apropriação do conhecimento escolar e 216 45 apresenta ações como a capacitação de professores, para que sua prática pedagógica atenda à diversidade dos alunos. Componentes da Educação Inclusiva. 1998. Adaptado de The Roeher lnstitute, Disability, Community and Society: Exploring the Links. North York: Roeher, 1996 p.68-69. Disponível em: <http://www.inclusao. • •<http://www.inclusao.com.br/projeto_ . •<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/ •<http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/ Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar Vale a pena assistir • Ao mestre com carinho – alunos com problemas de aprendizagem se transformam a partir de uma abordagem pedagógica diferenciada. 217
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