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Direito civil contratos

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DIREITO CIVIL
DIREITO DOS CONTRATOS 
Apresentação da disciplina
Professora Patrícia Matias Guimarães
Teremos aula das 19h as 21:50
Teremos intervalos de 25 minutos
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Em se tratando de “Avaliação Continuada”, podemos realizar atividades avaliativas em qualquer aula.
Conteúdo programático:
Você pode me dizer a importância dos CONTRATOS na vida de todos nós?
O Direito Civil como um todo é muito aplicado no nosso dia a dia. Alguns autores chegam até a dizer que a formatação do Código Civil Brasileiro está de acordo com as fases da vida de cada pessoa: nascimento, casamento e morte. Ao longo da vida, são firmados diversos negócios jurídicos, sendo que alguns desses são conhecidos como contratos, os quais podem ser escritos ou verbais e podem ser cercados de outras
características e peculiaridades.
O que é o contrato senão a exteriorização de vontade das partes? Os contratos possuem diversas formas e características. Um acordo verbal de vontades pode ser visto como contrato? Contrato é apenas o documento escrito? 
Conceito
O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico. Fonte de obrigação é o fato que lhe dá origem. Os fatos humanos que o Código Civil brasileiro considera geradores de obrigação são: 
a) os contratos; 
b) as declarações unilaterais da vontade; e 
c) os atos ilícitos, dolosos e culposos.
Parte histórica
O direito romano distinguia contrato  de convenção . Esta representava o gênero, do qual o contrato e o pacto eram espécies. Hoje, as expressões convenção , contrato e pacto são empregadas como sinônimas
Escambo
Direito Canônico – formalismo
Pós Revolução Francesa – Autonomia da vontade – Iluminismo
No direito moderno, após a Revolução Francesa que pleiteou a liberdade, igualdade e fraternidade, passou-se a valorizar a vontade das partes em contratar, isso porque o Iluminismo francês afirmava que a vontade racional do homem era o centro do universo e que, por isso, tinha o poder de normatizar os contratos da forma que quisessem. Assim, as partes dispunham, livremente, sobre com quem contratar, sobre o que contratar e a forma de contratação, não cabendo ao Estado interferir nestas escolhas. Cabia ao Estado, apenas, a solução de conflitos que adviessem dos contratos. Nesse sentido, acreditava-se que o mercado se autorregulava, ou seja, o mercado por si mesmo criava suas normas e regras, as quais provêm da livre iniciativa das partes, visto que não havia preocupação com a igualdade material destas na relação contratual. Os contratos, portanto, eram firmados apenas respeitando a vontade das partes, não importando se houvessem desigualdades econômicas ou sociais entre elas, ou até mesmo se, pelo contrato, uma das partes fosse mais beneficiada que a outra. Isso quer dizer que se garantia apenas a igualdade formal das partes perante o tratamento equânime dado pela legislação.
QUAL A NATUREZA JURÍDICA DO CONTRATO?
Princípio do pacta sunt servanda 
Vamos pensar um pouco no pacta sunt servanda. Apesar das partes serem consideradas servas do contrato, ou seja, terem que cumprir com o estabelecido no contrato, tal princípio tem sido relativizado nos dias atuais. Isso pode ser constatado nos contratos de adesão, em relação aos consumidores. O fato de ser possível desconsiderar o acordado entre as partes advém da proteção ao consumidor que é o hipossuficiente. 
Para mais informações sobre o assunto, pesquise mais em: LÍDICE, Roberta. O Contrato de Adesão como Instrumento Regulatório nas Relações Consumeristas e Empresariais. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2017, p. 36-39
Contratos
x 
Covid 19
x 
Pacta Sunt 
Servanda
 Ainda na parte histórica...
Destaque para o CÓDIGO DE NAPOLEÃO
E o Direito dos Contratos no Brasil – Código Civil 2002 – Princípios 
Outros conceitos de CONTRATO
Contrato é um acordo de vontade entre as partes, podendo ser bilateral ou multilateral. É feito com o intuito de realizar negócio jurídico, sendo que, resguardada a boa-fé e a autonomia privada, pode criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações, cujo conteúdo é patrimonial. Esse é denominado conceito de contrato clássico, e dele fazia parte também a boa-fé objetiva e todos os conceitos garantidores do contrato.
Todavia, como tudo evolui, há doutrinadores na atualidade que conceituam o contrato de forma diversa. 
Para Nalin (2005) apud (Tartuce, 2017), o contrato constitui a relação jurídica subjetiva fundamentada na solidariedade constitucional e destinada à produção de efeitos jurídicos existenciais e patrimoniais, não só entre os titulares subjetivos da relação, como também perante terceiros.
Dirigismo contratual
Dirigismo contratual é o princípio limitador da autonomia da vontade das partes contratantes, por intervenção do Estado, em função dos fins sociais e das exigências do bem comum, ele advém da necessidade de equilibrar o individualismo contratual, pois um dos princípios bases das relações contratuais é autonomia das partes de contratar ou não de forma consensual, que se caso fosse absoluta, cada indivíduo buscaria penas o interesse próprio causado consequências e desvantagens na relação contratual para uma das partes.
PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Artigo 421 do CC
“A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”.
Deve-se ainda realçar o disposto no parágrafo único do art. 2.035 do CC:
“Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”
O Contrato no CDC
Determina a Constituição Federal que o “Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor” (art. 5º, XXXII). Em cumprimento a essa determinação, foi elaborado o Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), que entrou em vigor em março de 1991, trazendo profundas modificações à ordem jurídica nacional, estabelecendo um conjunto sistemático de normas, de naturezas diversificadas, mas ligadas entre si por terem como suporte uma relação jurídica básica, caracterizada como uma relação de consumo.
O CDC reconhece, por assim dizer, a existência de valores jurídicos superiores ao dogma da vontade, mesmo que estejamos diante de relações privadas (MARQUES, 2016). 
CONTRATO = MANIFESTAÇÃO DE VONTADE
MANIFESTAÇÃO EXPRESSA
MANIFESTAÇÃO TÁCITA
Vamos relembrar a Escada Ponteana?
CÓDIGO CIVIL
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
Requisitos subjetivos, objetivos e formais.
No requisito subjetivo, devemos considerar o agente capaz, que é aquele que pode firmar o contrato. 
Imagine uma criança de 8 anos que, diariamente, efetue a compra de lanche na cantina de sua escola. Trata-se de uma situação corriqueira na vida deste incapaz. Nesta hipótese, como a criança não possui capacidade para manifestar vontade de comprar, mas, em contrapartida, por se tratar de ato com ampla aceitação social, a natureza jurídica deste não é de contrato, mas de um ato-fato jurídico, ou seja, produz efeitos no mundo jurídico, mesmo que não haja manifestação de vontade
.
Já, no que toca ao requisito objetivo, deve-se observar se o objeto do contrato é lícito, possível, determinado ou determinável. 
E, por fim, o último elemento do plano da validade, o requisito formal, é que o contrato atenda a forma prescrita ou não defesa em lei. 
Explicados os planos de existência e validade, passemos ao plano de eficácia, previstos nos arts. 121 a 137 do Código Civil (BRASIL, 2002). Isso porque um contrato pode existir e ser válido, mas não vir a produzir efeitos porque há elementos incidentais que podem postergar a eficácia do contrato, os quais são:
a) Termo: evento futuro e certo que determina o início da produção de efeitos ou ainda o término, como, porexemplo, um contrato de doação em que há uma cláusula prevendo que os noivos receberão casa quando se casarem.
b) Condição: evento futuro e incerto cujo acontecimento determina o início da produção de efeitos, como, por exemplo, uma promessa de que lhe darei um carro, se você passar no vestibular.
c) Encargo: obrigação acessória que compele uma das partes a realizar determinada coisa, um ônus, com o fim maior de receber outra, como, por exemplo, a promessa de que lhe darei um terreno no centro da cidade, desde que, lá, você abra uma empresa de transporte.
PRINCÍPIOS:
Autonomia da Vontade
Supremacia da Ordem Pública
Força obrigatória dos contratos, ou princípio do pacta sunt servanda. 
Relatividade dos efeitos contratuais.
Função Social do Contrato.
Descrição da situação-problema 
João tem uma casa para vender e sabe que Luiz tem exatamente a quantia que quer na casa. João sabe o quanto Luiz ama a família e, em uma conversa aberta, propõe a venda do imóvel a ele, dizendo que será ótimo para a família, pois é um espaço mais amplo. Porém, Luiz já tem outros planos para o dinheiro, e a atual casa, apesar de pequena, atende às necessidades familiares. Então, Luiz manifesta expressamente que não quer realizar o negócio jurídico de compra da casa. João, nervoso e com necessidade de pagar as dívidas que possui, fala a Luiz que irá matar seu filho menor, Astolfo, se o contrato não for realizado. Luiz, temendo um mal maior, realiza, a contragosto, o contrato. Você, na condição de advogado, recebe um e-mail de Luiz perguntando se o negócio jurídico é válido e se ele é obrigado a comprar a casa de João. Como é uma questão urgente, Luiz deve ser respondido o mais rápido possível. Como você elaboraria essa resposta?
1. Amadeus é um contador renomado em sua cidade, e, com muito esforço e estudos, conseguiu se destacar profissionalmente e ser reconhecido. Ao longo de toda vida, juntou dinheiro para adquirir a casa dos sonhos para sua mãe. E, hoje, depois de tanto esforço, isso se tornará real. Ele entrou em contato com Jéssica, corretora de imóveis da cidade, para que lhe preparasse a melhor casa. Jéssica, muito esperta, vendeu a Amadeus uma casa em cidade vizinha, que, segundo ela, era um excelente investimento, pois o imóvel se valorizaria. Então, Amadeus, sem nem conhecer o imóvel, adquiriu-o por meio de contrato de compra e venda, apenas. Para que os contratos sejam considerados válidos devem passar pelo plano de validade, que está disposto no art. 104 do Código Civil Brasileiro. Com base nisso, o contrato apresentado: 
a) É considerado inválido porque não respeitou o requisito de formalidade de escritura pública para contratos imobiliários em valor superior a 30 vezes o salário mínimo, conforme art. 108 do Código Civil (BRASIL, 2002). 
b) É considerado inválido porque foi firmado por agente incapaz, visto que Amadeus é menor de idade. 
c) É considerado inválido porque não determinou o objeto a ser contratado, sendo, portanto, o objeto indeterminado. 
d) É considerado inválido porque não preencheu o requisito de licitude do contrato. e) É considerado inválido porque o contrato de compra e venda de imóvel é proibido pela lei. 
2. Sobre os planos de validade do contrato, analise as seguintes asserções: 
I- A manifestação da vontade, nos contratos, pode ser tácita, quando a lei não exigir que seja expressa. 
II- Expressa é a manifestação exteriorizada apenas por escrito. 
III- O silêncio pode ser interpretado como manifestação tácita da vontade quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem e quando não for necessária a declaração de vontade expressa. 
Após acurada análise das asserções apresentadas, marque a única alternativa correta: 
a) Apenas a asserção I é verdadeira. 
b) Apenas a asserção II é verdadeira. 
c) Apenas as asserções I e II são verdadeiras. 
d) Apenas as asserções I e III são verdadeiras. 
e) Apenas as asserções II e III são verdadeiras.
3. Sobre os princípios contratuais, analise as seguintes asserções: 
I- O princípio da supremacia da ordem pública serve como freio para o princípio da autonomia da vontade, já que este é limitado pelo pacta sunt servanda e os bons costumes. 
II- Pelo princípio da força obrigatória dos contratos, ou princípio do pacta sunt servanda, podemos entender que as partes não são servas do contrato, ou seja, o consenso estabelecido entre as partes não precisa ser cumprido. Salvo com a anuência da outra parte, a palavra empenhada é irreversível. 
III- Pelo princípio da relatividade dos efeitos contratuais, as relações contratuais, em regra, podem atingir apenas as partes envolvidas, não beneficiando ou prejudicando terceiros. Contudo, segundo artigos expressos do Código Civil de 2002, o negócio jurídico também pode gerar efeitos em relação a terceiros. Após acurada análise das asserções apresentadas, marque a única alternativa correta: 
a) Apenas a asserção III é verdadeira. 
b) Apenas a asserção I é verdadeira. 
c) Apenas as asserções I e II são verdadeiras. 
d) Apenas as asserções I e III são verdadeiras. 
e) Apenas as asserções II e III são verdadeiras.

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