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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 1- CONCEITO DE CONTRATO • “É o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta idônea à satisfação dos interesses que a regulam.” Orlando Gomes • “Trata-se do ajuste de vontades por meio do qual são constituídos, modificados ou extintos os direitos que uma das pessoas tem, muitas das vezes em benefício de outro.” Roberto Lisboa • “O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende, para sua formação, da participação de pelo menos duas partes. É , portanto, negócio jurídico bilateral ou plurilateral. [...] Sempre, pois, que o negócio jurídico resultar de um mútuo consenso, de um encontro de du as vontades, estaremos diante de um contrato.” Carlos Roberto Gonçalves 2- ESTRUTURA 2.1- PARTES: • Bipolaridade da relação contratual, alteridade e composição de interesses. 2.2- OBJETOS: 2.2.1- IMEDIATO: • Operação/ verbo: dar, vender, alugar, etc. 2.2.2- MEDIATO: • Bens jurídicos materiais ou imateriais: automóvel, imóvel, dinheiro, crédito, etc. 3- NATUREZA JURÍDICA 3.1- TEORIAS 3.1.1- TEORIAS OBJETIVAS • TEORIA NORMATIVA: Acordo de vontades que possui a função criadora do direito. • TEORIA PERCEPTIVA: As cláusulas contratuais têm na natureza preceito jurídico. 3.1.2- TEORIAS SUBJETIVAS • TEORIA VOLUNTARISTA: A vontade é o fundamento dos contratos. • TEORIA DECLARATIVA: A vontade declarada por ambas as partes é o fundamento dos contratos. 4- CONDIÇÕES DE VALIDADE • Contratos são negócios jurídicos, e por essa razão desdobram-se nos três planos da escada ponteana: “EXISTÊNCIA - VALIDADE - EFICÁCIA” Art. 104 do CC: I- agente capaz; II- objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III- forma prescrita ou não defesa em lei. Além disso, o objeto deve ser suscetível de apreciação econômica. VIDE: Art. 2035 do CC 5- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 5.1- LIBERDADE DE CONTRATAR: • Autonomia da vontade as pessoa são livres para contratar. • Arts. 421 e 425 do CC • O princípio da autonomia da vontade s e alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. 5.2- SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA • Interesse público > interesse particular. • Art. 2035, parágrafo único do CC. • Art. 17 da LINDB. • O interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual. • A ideia de ordem pública é constituída por aquele conjunto de interesses jurídicos e morais que incumbe à sociedade preservar. Por conseguinte, os princípios de ordem pública não podem ser alterados por convenção entre os particulares. 5.3- CONSENSUALISMO • Liberdade das formas. • Art. 107 do CC. • De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades. 5.4- FUNÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DO CONTRATO • Art. 421 do CC. • Art. 2035, parágrafo único. • Enunciados 22 e 23- Jornada de Direito Civil. • A função social do contrato serve precipuamente para limitar a autonomia da vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este deva prevalecer. Tem por escopo promover a realização de uma justiça comutativa, aplainando as desigualdades substanciais entre os contraentes. • Princípio da Retroatividade Motivada. 5.5- OBRIGATORIEDADE • Intangibilidade dos contratos força vinculante dos contratos. • O princípio da força obrigatória do contrato significa, em essência, a irreversibilidade da palavra empenhada. • Fundamentos: • A necessidade de segurança nos negócios; • A intangibilidade ou imutabilidade do contrato -- “pacta sunt servanda”. • Art. 389 do CC: consequências do inadimplemento. • A única limitação a esse princípio, dentro da concepção clássica, é a escusa por caso fortuito ou força maior, consignada no art. 393 e parágrafo único do Código Civil. 5.6- RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO • Os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que manifestaram a sua vontade, vinculando -os ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem seu patrimônio. • Enunciado 21- Jornada de Direito Civil. 5.7- REVISÃO DOS CONTRATOS • Teoria da Cláusula Implícita: o cumprimento do contrato pressupõe inalterabilidade das citações de fato. • Teoria da Imprevisão: consiste, portanto, na possibilidade de desfazimento ou revisão forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários, a prestação de uma das partes tornar-se exageradamente onerosa — o que, na prática, é viabilizado pela aplicação da cláusula rebus sic stantibus (voltar as coisas como eram antes). • Arts. 478, 479, 480 do CC • Art. 317 do CC: a regra se aplica para ambas as partes. • Em resumo, as modificações supervenientes que atingem o contrato podem ensejar pedido judicial de revisão do negócio jurídico, se ainda possível manter o vínculo com modificações nas prestações (arts. 317 e 479 do CC), ou de resolução, nos termos dos arts. 317 e 478. 5.8- BOA-FÉ E DA PROBIDADE • Art. 422 do CC. • O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato. • A boa-fé objetiva impõe ao contratante um padrão d e conduta, de agir com retidão, ou seja, com probidade, honestidade e lealdade, nos moldes do homem comum, atendidas as peculiaridades dos usos e costumes do lugar. • A probidade é um dos aspectos objetivos do princípio da boa- fé, podendo ser entendida como a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa. Funções da boa-fé: • Função Interpretava: as relações jurídicas decorrentes do contrato devem ser interpretadas à luz da boa-fé. Tal mandamento se direciona tanto às partes envolvidas no contrato, quanto o magistrado. A função interpretativa está contida no art. 113 do CC. • Função criadora d e deveres jurídicos: a boa-fé objetiva é fonte dos deveres de condutas (deveres anexos, deveres secundários e deveres laterais). • Função de controle: a boa-fé objetiva, combinada com a disciplina jurídica do abuso do direito – art. 187 do CC – é utilizada para considerar ilícito, os atos atentatórios à boa-fé objetiva, e, por isso, proibir a sua execução. Busca vedar ou punir o exercício de direito subjetivo quando se caracteriza abuso da posição jurídica. • Enunciado 362 - IV Jornada de Direito Civil. 6- CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 6.1- QUANTO À FORMA: CONTRATOS PARITÁRIOS: Regulados pelo Direito Civil, são aqueles em que as partes discutem livremente as condições, porque se encontram em situação de igualdade. CONTRATOS DE ADESÃO: • Regulados pelo CDC, são contratos cuja polarização se dá entre consumidor e fornecedor. Arts. 2º e 3º do CDC. Contrato de adesão é aquele em que as cláusulas são previamente estipuladas por um dos contraentes, de modo que o outro não tem o poder de debater as condições, nem introduzir modificações no esquema proposto; ou aceita tudo em bloco ou recusa tudo por inteiro (‘é pegar, ou largar’). • Ex.: contrato de seguro, de consórcio, de transporte… 6.2- QUANTO AO MOMENTO DE APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO CONTRATOS CONSENSUAIS: • Aperfeiçoados pela declaraçãode vontade, não depende da entrega imediata da coisa. • Ex.: art. 482 – compra e venda de bem imóvel. CONTRATOS REAIS: • Precisam da efetiva entrega da coisa no momento da celebração do contrato. • Ex.: art. 579 – contrato comodato. • A efetiva entrega do objeto não é fase executória, porém, requisito da própria constituição do ato. QUANTO À MANEIRA DE APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO CONTRATOS SOLENES: • Art. 108 do CC. • São os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade constitui a substância do ato – art. 109 – (escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público etc.). • Não observada a forma, o contrato é nulo (CC, art. 166, IV). CONTRATOS NÃO-SOLENES: • São os de forma livre, basta o consentimento para a sua formação. • Art. 107 do CC. • Têm as partes permissão para estipular que determinado contrato só poderá ser celebrado por instrumento público. Neste caso, este será da “substância do ato” (CC, art. 109). E o contrato que em princípio era não-solene, passa a ser solene. 6.4- QUANTO À TIPICIDADE CONTRATOS TÍPICOS: • São os regulados pela lei, os que têm seu perfil nela traçado. • Ex.: contrato de locação. CONTRATOS ATÍPICOS: • São os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas características e requisitos definidos e regulados na lei. P ara que sejam válidos basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito, possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica. • Art. 425 do CC. 6.5- QUANTO À PRESENÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTRATOS DE DIREITO PÚBLICO: • A administração pública figura em um dos polos. São regidos pelas normas de direito público e, subsidiariamente, por normas de direito privado, no que não lhe for incompatível. • Ex.: licitações • OBS: financiamentos feitos pela CAIXA são de direito privado. CONTRATOS DE DIREITO PRIVADO: • Firmado entre particulares e regidos pelas normas de direito privado. Podem ser de direito comum, mercante ou de consumo. 6.6- QUANTO À RECIPROCIDADE CONTRATOS UNILATERAIS: • São os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes. • Ex.: o mútuo, o comodato, o depósito, a doação pura, o mandato, a fiança. CONTRATOS BILATERAIS: • São os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes. • São também chamados de sinalagmáticos, pois as obrigações são recíprocas. • Para caracterizar a bilateralidade, não é necessário que essas prestações sejam equivalentes, segundo um critério objetivo: “basta que cada parte veja na prestação da outra uma compensação suficiente à sua própria prestação”. CONTRATOS PLURILATERAIS: • São os contratos que contêm mais de duas partes • Há direitos e deveres recíprocos entre as partes. • Ex.: contratos de sociedade, contratos de consórcio. CONTRATOS BILATERAIS IMPERFEITOS: • São contratos unilaterais, que por circunstância acidental, ocorrida no curso da execução, gera alguma obrigação para o contratante que não se comprometerá. • Ex.: o depósito e o comodato surgir para o depositante e o comodante, no decorrer da execução, a obrigação d e indenizar certas despesas realizadas pelo comodatário e pelo depositário. 6.7- QUANTO ÀS VANTAGENS PATRIMONIAIS DAS PARTES CONTRATOS GRATUITOS OU BENÉFICOS: • Há vantagem ou benefício a uma das partes. Há uma prestação sem que haja uma contraprestação a ela correlata e proporcional. • Ex.: comodato, doação pura. CONTRATOS ONEROSOS: • Há vantagens e sacrifícios patrimoniais para ambas as partes. • Nos contratos onerosos ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, corresponde um sacrifício. Eles impõem ônus e, ao mesmo tempo, acarretam vantagens a ambas as partes, ou seja, sacrifícios e benefícios recíprocos. • Ex.: troca, compra e venda. 6.8- QUANTO À DETERMINAÇÃO DO OBJETO CONTRATUAL CONTRATOS COMUTATIVOS: • As partes sabem com exatidão suas prestações e contraprestações. O objeto é determinado. CONTRATOS ALEATÓRIOS: • Há a presença do risco, que pode recair na própria existência da coisa (contrato de esperança), quanto na quantidade da coisa (contrato de coisa esperada). O objeto é determinável. • Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e imprevisível. • Ex.: contrato de seguro, compra antecipada de safra. 6.9- QUANTO ÀS RELAÇÕES INTERCONTRATUAIS CONTRATOS PRINCIPAIS: • São os que têm existência própria, autônoma e não dependem, pois, de qualquer outro. • Ex.: compra e venda, locação. CONTRATOS ACESSÓRIOS: • São aqueles que guardam uma relação de dependência com outro contrato, existindo em função dele (Princípio da Gravitação Jurídica). • Ex.: contrato de fiança, promessa de compra e venda. CONTRATOS COLIGADOS: • Contratos principais por natureza, mas que, por vontade das partes estão unidos por um nexo funcional. • Ex.: compra e venda de 2 terrenos para um único fim. 6.10- QUANTO AO MOMENTO DE SEU CUMPRIMENTO CONTRATOS DE EXECUÇÃO IMEDIATA: • São os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após a celebração. Cumprida, a obrigação, exaurem -se. A solução se efetua de uma vez só e por prestação única, tendo por efeito a extinção cabal da obrigação. • Ex.: compra e venda à vista. CONTRATOS DE EXECUÇÃO DIFERIDA: • São contratos a termo, que deverão ser adimplidos em sua totalidade na data do vencimento ajustado. CONTRATOS DE EXECUÇÃO CONTINUADA: • Aqueles cuja execução se dará de forma periódica. • Ex.: locação, compra e venda a prazo. 6.11- QUANTO AO AGENTE CONTRATOS PERSONALÍSSIMOS: • Apenas podem ser celebrado pela pessoa constante no contrato. • São os contratos celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem. • Geralmente dão origem a uma obrigação de fazer, cujo objeto é um serviço infungível, que não pode ser executado por outra pessoa. CONTRATOS IMPESSOAIS: • São contratos cuja prestação pode ser cumprida indiferentemente por qualquer pessoa. CONTRATOS DE ADESÃO • Art. 54 do CDC: é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. • Art. 47 do CDC: as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. SUJEITOS: • Predisponente ou Estipulante. • Aderente ----Cláusulas abusivas: serão nulas • Arts. 423 e 424 do CC 7- ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 7.1- CONCEITO • Nessas modalidades, uma pessoa convenciona com outra que concederá uma vantagem ou benefício e m favor de terceiro, que não é parte no contrato. Dá-se a estipulação em favor de terceiro, pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas, denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à formação do vínculo contratual. Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato: • Os efeitos do contrato só se produzemem relação às partes que manifestaram sua vontade. • As estipulações em favor de terceiros são exceções expressamente consignadas na lei (arts. 436 a 438 do CC). • Ex.: contratos de seguro. 7.2- SUJEITOS ESTIPULANTE: • Aquele que cede seu benefício contratual a terceiro. PROMITENTE: • O outro contraente (contratado), devedor da obrigação em favor de terceiro. BENEFICIÁRIO: • Terceiro que não participa do pacto contratual, mas se beneficia. 7.3- OUTRAS CONSIDERAÇÕES: # A capacidade só é exigida dos dois primeiros, pois qualquer pessoa pode ser contemplada com a estipulação, seja ou não capaz. # Porém, o art. 793 do Código Civil estabelece uma restrição, nos contratos de seguro, proibindo a instituição de beneficiário inibido de receber a doação do segurado, como a concubina do homem casado. # Na formação do contrato o beneficiário se torna credor do promitente. # No instante de sua formação, o vínculo obrigacional decorrente da manifestação da vontade estabelece-se entre o estipulante e o promitente, não sendo necessário o consentimento do beneficiário. Tem este, no entanto, a faculdade de recusar a estipulação em seu favor. Portanto, embora a validade d o contrato não dependa da vontade do beneficiário, sem dúvida a sua eficácia fica nessa dependência. # A estipulação em favor de terceiro proporciona uma atribuição patrimonial gratuita ao favorecido, ou seja, uma vantagem suscetível de apreciação pecuniária, a ser recebida sem contraprestação. A eventual onerosidade dessa atribuição patrimonial invalida a estipulação. 8- PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO - ARTS. 339 e 340 CC 8.1- CONCEITO • Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro. O único vinculado é o que promete, assumindo obrigação d e fazer que, não sendo executada, resolve -se e m perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular terceiro a uma obrigação. • Não de confunde com o mandato, por faltar-lhe a representação. • Também não se confunde com a fiança, pois esta é contrato acessório. 8.2- SUJEITOS CREDOR: • Aquele que se beneficia com a obrigação. PROMITENTE: • É o que promete a obrigação de terceiro em favor do credor. TERCEIRO: • É o prometido pelo promitente para o cumprimento da obrigação 9- VÍCIOS REDIBITÓRIOS 9.1- CONCEITO • São defeitos ocultos que tornam a coisa imprópria para uso a que se destina ou que, se fossem conhecidos, impediriam a realização do contrato. Autoriza o comprador a rejeitar a coisa recebida e redibir o contrato ou a pedir o abatimento do preço pago (ação estimatória). 9.2- REQUISITOS CARACTERIZADORES DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 1- Que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo, ou de doação onerosa, ou remuneratória. 2- Que os defeitos sejam ocultos: • Se o agente já os conhecia e não os julgou capazes de impedir a aquisição presumir-se-á que assim renunciou à garantia legal da redibição. 3- Que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdurem até o momento da reclamação. 4- Que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente. 5- Que os defeitos sejam graves. 9.3- EFEITOS • Se o bem, objeto do negócio jurídico contém defeitos ocultos, o adquirente pode enjeitá-lo ou pedir o abatimento no preço (art. 441 e 442 do CC). • Se o alienante não conhecia o vício, ou o defeito, isto é, se agiu de boa-fé, “tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Mas se agiu de má-fé, além de restituir o que recebeu, responderá também por perdas e danos (art. 443 CC). • Ainda que o adquirente não possa restituir a coisa portadora de defeito, por ter ocorrido seu perecimento, a responsabilidade do alienante subsiste, se o fato decorrer de vício oculto, já existente da tradição (art. 444 CC). 9.4- AÇÕES CABÍVEIS • As ações destinadas a combater os vícios redibitórios são também chamadas de ações edilícias (redibitória ou estimatória). Qual a diferença entre vício redibitório para erro ou dolo? • Erro ou dolo são vícios de consentimento diretamente ligados à coisa ou a uma característica da essêncial da coisa. Não existe a princípio defeito. Ex.: a compra de uma bijuteria pensando ser jóia. • Já o vício redibitório é u m defeito não aparente da coisa, mas não existe a princípio, dúvida em relação à coisa propriamente dito. Ex.: comprou uma bijuteria, sabendo ser bijuteria, mas o feixe não funcionava. Uma doação pura de um automóvel, tido como perfeito pelo donatário, mas possui diversos defeitos ocultos, pode ser enjeitada quando os vícios forem descobertos? • Não. Somente doações onerosas ou remuneratórias podem ser enjeitadas art. 441, parágrafo único, CC. Defeitos de fácil constatação ensejam redibição? • Não. Para que enseje redibição o defeito tem que ser oculto. 9.5- PRAZOS PARA PROPOSITURA DAS AÇÃO (art. 445 CC) SEM POSSE PRÉVIA: Bem Móvel: 30 dias a partir da tradição. Bem Imóvel: 1 ano a partir da tradição. SE O ADQUIRENTE JÁ TINHA POSSE PRÉVIA DO BEM ANTES DA TRADIÇÃO: Bem Móvel: 6 meses a partir da tradição. Bem Imóvel: 6 meses a partir da tradição. SE O VÍCIO, POR SUA NATUREZA, SÓ PUDER SER CONHECIDO MAIS TARDE: 9.5.3.1- 1º Entendimento: Enunciado 174 da Jornada de Direito Civil (Gustavo Tependino, Marcos Jorge Catalan, Leonardo Bessa): Bem Móvel: 30 dias, que começa a contar a partir da ciência do vício, dentro de um prazo de 180 dias. Bem Imóvel: 1 ano, que começa a contar a partir da ciência do vício, dentro de um prazo de 1 ano. OBS: não se aplica redução relativa à posse prévia. 9.5.3.2- 2° Entendimento: Caio Mário da Silva Pereira Bem Móvel: 30 dias, que começa a contar a partir da ciência do vício, dentro de um prazo de 180 dias. Bem Imóvel: 1 ano, que começa a contar da ciência do vício, dentro de um prazo de 1 ano. OBS: se aplica a redução relativa à posse prévia. 9.5.3.3- 3º Entendimento: Flávio Tartuce, Maria Helena Diniz (majoritária) Bem Móvel: 180 dias, que começa a contar a partir da ciência do vício. Bem Imóvel: 1 ano, que começa a contar a partir da ciência do vício. OBS: não se aplica a redução relativa à posse prévia. 9.5.4- SE O VÍCIO FOR ENCONTRADO EM ANIMAIS: ● Art. 445, § 2º. ● De acordo com o estabelecido em lei especial; ● Na falta de lei especial, pelos usos locais; ● Na ausência de lei especial e uso local, utilizam-se as normas do art. 445. 9.5.5- SE OUVER CLÁUSULA DE GARANTIA: ● 446 CC. ● Não existe necessidade de propositura de ação, uma vez que existe garantia. No entanto, o adquirente deve denunciar o defeito em 30 dias do respectivo descobrimento sob pena de perder i direito à garantia. 9.5.6- OBSERVAÇÕES GERAIS: ● Todos os prazos são decadenciais; ● Se o alienante sabia do defeito, o adquirente também terá direito à indenização por perdas e danos- art. 443 CC. ● Art. 206, § 3º, V: o prazo para ajuizar a ação por perdas e danos é prescricional (3 anos). ● Vício Redibitórios no CDC: ○ Qual o prazo para redibição de bens imóveis de acordo com o CDC? Pode ser aplicado o prazo de 1 ano do CC na relação de consumo? ○ • Prazo: 180 dias- art. 18, §§ 1° e 2º CDC; ○ • 1º entendimento: Não. Lei especial prevalece sobre lei geral, na relação de consumo aplica-se o CDC. ○ • 2º entendimento: Sim. Aplica-se o princípio da norma jurídica mais benéficaao hipossuficiente. 10- DA EVICÇÃO 10.1- CONCEITO ● Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. ● Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada como também a garantir-lhe o uso e gozo. Dá -se a evicção quando o adquirente vem a perder, total ou parcialmente, a coisa por sentença fundada em motivo jurídico anterior. ● Será o alienante, pois, obrigado a resguardar o adquirente dos riscos pela perda da coisa para terceiro, por força d e decisão judicial em que fique reconhecido que aquele não era o legítimo titular do direito que convencionou transmitir. 10.2- SUJEITOS ● o alienante, que responde pelos riscos da evicção; ● o evicto, que é o adquirente vencido na demanda movida por terceiro; e ● o evictor, que é o terceiro reivindicante e vencedor da ação. 10.3- REQUISITOS ● Onerosidade da aquisição; ● Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada; ● Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa (Art. 457); ● Anterioridade do direito do evictor — o alienante só responde pela perda decorrente de causa já existente ao tempo da alienação. Se lhe é posterior, nenhuma responsabilidade lhe cabe. ● Sentença judicial reconhecendo a evicção; apreensão policial de coisa furtada ou roubada em momento anterior à aquisição ou pela privação da coisa por ato inequívoco de qualquer autoridade. 10.4- DENUNCIAÇÃO DA LIDE AO ALIENANTE ● Art. 456 do CC e art. 70, I do CPC. ● Carlos Roberto Gonçalves considera a denunciação da lide requisito para a ocorrência da evicção, porém o tema não é pacífico. ● “somente após a ação d o terceiro contra o adquirente é que este poderá agir contra aquele. Dispõe o art. 456 do Código Civil que, ‘para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo’. Faz-se a notificação por meio da denunciação da lide (CPC, art. 70, I) para que o alienante venha coadjuvar o réu -denunciante na defesa do direito (CC, art. 456, parágrafo único).” ● Existe ainda o entendimento jurisprudencial entendendo que a denunciação não é obrigatória, sendo somente necessária para a restituição ao evicto pelo alienante seja feita no mesmo processo. Assim, se o evicto não fizer a denunciação, poderá ser indenizado através de ação própria. 10.5- CONSEQUÊNCIAS ● Restituição integral do preço. ● Indenização dos frutos que tiver que restituir. ● Despesas do contrato. ● Custas processuais e honorários advocatícios. ● Indenização dos prejuízos que resultem diretamente da evicção. OBS: Se houver deterioração da coisa aplicam-se os arts. 451 e 452 do CC. 10.6- RENÚNCIA DA GARANTIA DA EVICÇÃO ● A garantia da evicção pode ser renunciada. Contudo, a eficácia da cláusula que exclui a evicção varia conforme o adquirente tenha ou não real conhecimento do risco da evicção (art. 44 9). Se o adquirente tinha conhecimento dos riscos da evicção e concordou com a cláusula exonerando a responsabilidade (cláusula de irresponsabilidade pela evicção ou cláusula non praestendo evictione) deve suportar os riscos (art. 457). 11- DO CONTRATO PRELIMINAR (arts. 462- 466) 11.1- CONCEITO ● É um contrato provisório, preparatório, no qual prometem complementar o ajuste, celebrando o definitivo. Tem por objeto a celebração de um contrato definitivo. ● Os contraentes ao celebrar um contrato preliminar não visam modificar efetivamente sua situação, mas, apenas criar a o brigação de um futuro contrato definitivo. ● Os requisitos objetivos e subjetivos para a formação de um contrato preliminar são os mesmos dos contratos de forma geral (art. 104 CC) . 11.2- PARTICULARIDADES 1- As formalidades exigidas para o contrato definitivo nã o precisam ser seguidas (art. 462). 2- Cláusula de arrependimento é possível, com ou sem previsão de multa (art. 463). 3- Registro no Cartório ( art. 463, parágrafo único; Enunciado 30 da I Jornada de Direito Civil). 12- DA EXTINÇÃO DO CONTRATO 12.1- MODO NORMAL DE EXTINÇÃO ● A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja ela instantânea, diferida ou continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Este é o meio normal de extinção do contrato. ● Comprova-se o pagamento pela quitação fornecida pelo credor, observados os requisitos exigidos no art. 320 do Código Civil. 12.2- EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO 12.3- CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO CONTRATO NULIDADE ABSOLUTA: ● Decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc) – arts. 166 e 167 CC. ● Não precisa de confirmação e não convalesce com o tempo. ● Pode ser requerido em juízo a qualquer tempo, por qualquer interessado, podendo ser declarada de ofício pelo juiz ou por promoção do Ministério Público (CC, art. 168). ● Se a hipótese for de nulidade parcial, só quanto a ela poderá ser exercido o direito (art. 184). Quando cabível a conversão (art. 170), a procedência do pedido extintivo de nulidade será apenas parcial, devendo o juiz declarar qual o negócio jurídico que subsiste (princípio do aproveitamento do contrato). NULIDADE RELATIVA: ● Advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido, ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo, coação etc. Como pode ser sanada (art. 172) e até mesmo não arguida no prazo prescricional (art. 178 e 179), não extinguirá o contrato enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença. ● Não pode ser arguida por ambas as partes da relação contratual, nem declarada ex officio pelo juiz. Legitimado a pleitear a anulação está somente o contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra (CC, art. 177). CLÁUSULA RESOLUTIVA: ● Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução se o outro não cumpre as obrigações avençadas. Essa faculdade pode resultar: a) de convenção (cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso); ou b) de presunção legal (cláusula resolutiva tácita ou implícita). ● Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume -se a existência de uma cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear a resolução do contrato, com perdas e danos (art.475). ● Art. 474: em ambos os casos, expressa ou tácita, a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa ser pronunciada pelo juiz. A sentença que reconhecer a cláusula expressa e o di reito à resolução terá efeito meramente declaratório, ex tunc; portanto, sendo a cláusula tácita, a sentença tem efeito desconstitutivo, dependendo d e interpelação judicial, ou seja , a cláusula só produz efeitos após a interpelação. DIREITO DE ARREPENDIMENTO: ● Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer uma das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da vontade, sujeitando-se à perda do sinal ou à sua devolução em dobrosem, no entanto, pagar indenização suplementar. Configuram-se, in casu, as a rras penitenciais (art. 420 do CC e Súm. 412 do STF). ● O direito de arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado ou antes da execução do contrato se nada foi estipulado a esse respeito. ● O Código d e Defesa do Consumidor concede a este o direito de desistir do contrato, no prazo de sete dias, sempre que a contratação se der fora do estabelecimento comercial, especialmente quando por telefone ou em domicílio, com direito de devolução do que pagou, sem obrigação de indenizar perdas e danos (art. 49). 12.4- CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO RESOLUÇÃO: ● Na lição de Orlando Gomes, é “um remédio concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial”. O inadimplemento por ser voluntário (culposo) ou não (involuntário). ● A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes. ● Resolução por inexecução voluntária: ● Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a restituições recíprocas ( salvo em contratos de trato sucessivo, como locação, cujos efeitos produzidos pela resolução serão ex nunc), sujeitando, ainda, o inadimplente ao pagamento das perdas e danos e da cláusula penal. ● Não é admitida em casos de incumprimentos irrelevantes. ● Exceção de contrato não cumprido (art. 476): ● Aplicável em contratos bilaterais, que envolvem prestações recíprocas, atreladas umas às outras. Se uma das prestações não é cumprida, deixa de existir causa para o cumprimento da outra. ● Para que possa ser alegada depende que as prestações das partes sejam simultâneas ou sucessivas. ● Exceção do contrato parcialmente cumprido: ● Apesar de não previsto em lei, é aplicável utilizando a mesma lógica da execução anterior, quando um dos contraentes cumpriu apenas em parte, ou de forma defeituosa, a sua obrigação, quando se comprometerá a cumpri-la integral e corretamente. ● Exceção de inseguridade (art. 477): ● Aplicável nas obrigações a prazo (execução diferida). ● Enunciado 438 da V Jornada de Direito Civil: “A execução de inseguridade, prevista no art. 477 CC também pode ser oposta à parte cuja conduta põe manifestamente em risco a execução do programa contratual”. ● Resolução por inexecução involuntária: ● Decorre de fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o cumprimento da obrigação. ● A impossibilidade deve ser total, pois se a inexecução for parcial e de pequena proporção, o credor pode ter interesse em que, mesmo assim, o contrato seja cumprido; há de ser, ainda, definitiva. ● Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi e obrigando a restituições recíprocas. ● O inadimplente não fica, no caso de inexecução involuntária, responsável pelo pagamento de perdas e danos, salvo se expressamente obrigou-se a ressa rcir os “prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior” ou estiver “em mora” (CC, arts. 393 e 399). ● Resolução por onerosidade excessiva: ● Decretada por sentença utilizando o princípio da revisão dos contratos (também conhecido como princípio da onerosidade excessiva) que presume a existência implícita de uma cláusula contratual, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade de fato dos contratantes. ● Requisitos: o vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo; o ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; o considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração; e o nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva onerosidade. ● Contratante que estiver em mora quando da ocorrência dos fatos não pode invocar, em sua defesa, a onerosidade excessiva, pois, estando naquela situação respondendo pelos riscos supervenientes, ainda que decorrida por caso fortuito ou força maior (art. 399). ● A parte beneficiada pelo evento imprevisível pode evitar a resolução propondo alternativas (art. 479). ● A mesma revisão contratual prevista no art. 478 pode ser realizada sem os requisitos apontados anteriormente, se no contrato, as obrigações couberem a apenas uma das partes (art. 480). Ex.: pagamento de multa em contrato de locação (art. 572). RESILIÇÃO: ● Resilir, do latim resilire, significa, etimologicamente, “voltar atrás”. ● Tem como causa a manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. ● Resilição bilateral — a resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. ● Resilição unilateral — a unilateral, por sua vez, pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade. Distrato: ● Segundo a lição de Caio Mário, distrato ou resilição bilateral “é a declaração de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o vínculo. ● Qualquer contrato pode cessar pelo distrato: é necessário, todavia, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal da extinção. Contrato extinto não precisa ser dissolvido. ● Os efeitos do distrato são, efetivamente, ex nunc, para o futuro, não se desfazendo os anteriormente produzidos. ● O distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando esta for livre. Denúncia: ● Ocorre somente n as obrigações duradouras, contra a sua renovação ou continuação, independentemente do não cumprimento da outra parte, nos casos permitidos na lei (p. ex., denúncia prevista nos arts. 6º, 46, § 2º, e 57 d a Lei n. 8.245, de 18.10.1991 sobre locação de imóveis urbanos) ou no contrato. ● A resilição unilateral independe de pronunciamento judicial e produz efeitos ex nunc, não retroagindo. ● No contrato de mandato a resilição unilateral denomina -se revogação ou renúncia, conforme iniciativa seja do mandante ou do mandatário. ● Para valer, precisa-se ser notificada à outra parte, produzindo efeitos a partir do momento em que chega a seu conhecimento. ● A princípio, não precisa ser justificada, mas em certos contratos exige-se que obedeça à justa causa. Nessas hipóteses, a inexistência de justa causa não impede a resilição do contrato, mas a parte que o resiliu injustamente fica obrigada a pagar à outra perdas e danos. MORTE DE UM DOS CONTRATANTES: ● A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos, que não poderão ser executados pela morte daquele em consideração do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu efeito opera-se ex nunc. RESCISÃO: ● Existe o hábito no meio negocial de utilizar a expressão “rescisão” englobando as figuras da resolução e da resilição. Contudo, a rescisão ocorre nas hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorre lesão (art. 157) ou que foram celebrados em estado deperigo (art. 156).
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