Buscar

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
 
1- CONCEITO DE CONTRATO 
 
• “É o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de 
conduta idônea à satisfação dos interesses que a regulam.” Orlando Gomes 
 
• “Trata-se do ajuste de vontades por meio do qual são constituídos, modificados ou 
extintos os direitos que uma das pessoas tem, muitas das vezes em benefício de 
outro.” Roberto Lisboa 
 
• “O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende, para sua formação, da 
participação de pelo menos duas partes. É , portanto, negócio jurídico bilateral ou 
plurilateral. [...] Sempre, pois, que o negócio jurídico resultar de um mútuo consenso, 
de um encontro de du as vontades, estaremos diante de um contrato.” Carlos Roberto 
Gonçalves 
 
2- ESTRUTURA 
 
2.1- PARTES: 
 
• Bipolaridade da relação contratual, alteridade e composição de interesses. 
 
2.2- OBJETOS: 
 
2.2.1- IMEDIATO: 
 
• Operação/ verbo: dar, vender, alugar, etc. 
 
2.2.2- MEDIATO: 
 
• Bens jurídicos materiais ou imateriais: automóvel, imóvel, dinheiro, crédito, etc. 
 
3- NATUREZA JURÍDICA 
 
3.1- TEORIAS 
 
3.1.1- TEORIAS OBJETIVAS 
 
• ​TEORIA NORMATIVA:​ Acordo de vontades que possui a função criadora do direito. 
• ​TEORIA PERCEPTIVA​: As cláusulas contratuais têm na natureza preceito jurídico. 
 
3.1.2- TEORIAS SUBJETIVAS 
 
• ​TEORIA VOLUNTARISTA:​ A vontade é o fundamento dos contratos. 
• ​TEORIA DECLARATIVA:​ A vontade declarada por ambas as partes é o fundamento dos 
contratos. 
 
 
 
4- CONDIÇÕES DE VALIDADE 
 
• Contratos são negócios jurídicos, e por essa razão desdobram-se nos três planos 
da escada ponteana: 
“​EXISTÊNCIA​ - ​VALIDADE ​- ​EFICÁCIA​” 
 
Art. 104 do CC: 
I- agente capaz; 
II- objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III- forma prescrita ou não defesa em lei. 
Além disso, o objeto deve ser suscetível de apreciação econômica. 
VIDE: Art. 2035 do CC 
 
5- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
 
5.1- LIBERDADE DE CONTRATAR: 
 
• Autonomia da vontade as pessoa são livres para contratar. 
• Arts. 421 e 425 do CC 
• O princípio da autonomia da vontade s e alicerça exatamente na ampla liberdade 
contratual, no poder dos contratantes de disciplinar os seus interesses mediante 
acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela ordem jurídica. 
 
5.2- SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA 
 
• Interesse público > interesse particular. 
• Art. 2035, parágrafo único do CC. 
• Art. 17 da LINDB. 
• O interesse da sociedade deve prevalecer quando colide com o interesse individual. 
• A ideia de ordem pública é constituída por aquele conjunto de interesses jurídicos e 
morais que incumbe à sociedade preservar. Por conseguinte, os princípios de ordem 
pública não podem ser alterados por convenção entre os particulares. 
 
5.3- CONSENSUALISMO 
 
• Liberdade das formas. 
• Art. 107 do CC. • De acordo com o princípio do consensualismo, basta, para o 
aperfeiçoamento do contrato, o acordo de vontades. 
 
5.4- FUNÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DO CONTRATO 
 
• Art. 421 do CC. 
• Art. 2035, parágrafo único. 
• Enunciados 22 e 23- Jornada de Direito Civil. 
• A função social do contrato serve precipuamente para limitar a autonomia da 
vontade quando tal autonomia esteja em confronto com o interesse social e este 
deva prevalecer. Tem por escopo promover a realização de uma justiça comutativa, 
aplainando as desigualdades substanciais entre os contraentes. 
• Princípio da Retroatividade Motivada. 
 
5.5- OBRIGATORIEDADE 
 
• Intangibilidade dos contratos força vinculante dos contratos. 
• O princípio da força obrigatória do contrato significa, em essência, a irreversibilidade 
da palavra empenhada. 
• Fundamentos: 
• A necessidade de segurança nos negócios; 
• A intangibilidade ou imutabilidade do contrato -- “pacta sunt servanda”. 
• Art. 389 do CC: consequências do inadimplemento. 
• A única limitação a esse princípio, dentro da concepção clássica, é a escusa por 
caso fortuito ou força maior, consignada no art. 393 e parágrafo único do Código Civil. 
 
5.6- RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO CONTRATO 
 
• Os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, àqueles que 
manifestaram a sua vontade, vinculando -os ao seu conteúdo, não afetando terceiros 
nem seu patrimônio. 
• Enunciado 21- Jornada de Direito Civil. 
 
5.7- REVISÃO DOS CONTRATOS 
 
• Teoria da Cláusula Implícita: o cumprimento do contrato pressupõe inalterabilidade 
das citações de fato. 
• Teoria da Imprevisão: consiste, portanto, na possibilidade de desfazimento ou revisão 
forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários, a prestação 
de uma das partes tornar-se exageradamente onerosa — o que, na prática, é 
viabilizado pela aplicação da cláusula rebus sic stantibus (voltar as coisas como eram 
antes). 
• Arts. 478, 479, 480 do CC 
• Art. 317 do CC: a regra se aplica para ambas as partes. 
• Em resumo, as modificações supervenientes que atingem o contrato podem ensejar 
pedido judicial de revisão do negócio jurídico, se ainda possível manter o vínculo 
com modificações nas prestações (arts. 317 e 479 do CC), ou de resolução, nos 
termos dos arts. 317 e 478. 
 
 
 
5.8- BOA-FÉ E DA PROBIDADE 
 
• Art. 422 do CC. 
• O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só 
durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do 
contrato. 
• A boa-fé objetiva impõe ao contratante um padrão d e conduta, de agir com retidão, 
ou seja, com probidade, honestidade e lealdade, nos moldes do homem comum, 
atendidas as peculiaridades dos usos e costumes do lugar. 
• A probidade é um dos aspectos objetivos do princípio da boa- fé, podendo ser 
entendida como a honestidade de proceder ou a maneira criteriosa de cumprir todos 
os deveres, que são atribuídos ou cometidos à pessoa. 
 
Funções da boa-fé: 
 
• Função Interpretava: as relações jurídicas decorrentes do contrato devem ser 
interpretadas à luz da boa-fé. Tal mandamento se direciona tanto às partes envolvidas 
no contrato, quanto o magistrado. A função interpretativa está contida no art. 113 do 
CC. 
• Função criadora d e deveres jurídicos: a boa-fé objetiva é fonte dos deveres de 
condutas (deveres anexos, deveres secundários e deveres laterais). 
• Função de controle: a boa-fé objetiva, combinada com a disciplina jurídica do abuso 
do direito – art. 187 do CC – é utilizada para considerar ilícito, os atos atentatórios à 
boa-fé objetiva, e, por isso, proibir a sua execução. Busca vedar ou punir o exercício de 
direito subjetivo quando se caracteriza abuso da posição jurídica. 
• Enunciado 362 - IV Jornada de Direito Civil. 
 
6- CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS 
 
6.1- QUANTO À FORMA: 
 
CONTRATOS PARITÁRIOS: 
 
Regulados pelo Direito Civil, são aqueles em que as partes discutem livremente as 
condições, porque se encontram em situação de igualdade. 
 
CONTRATOS DE ADESÃO: 
 
• Regulados pelo CDC, são contratos cuja polarização se dá entre consumidor e 
fornecedor. Arts. 2º e 3º do CDC. Contrato de adesão é aquele em que as cláusulas são 
previamente estipuladas por um dos contraentes, de modo que o outro não tem o 
poder de debater as condições, nem introduzir modificações no esquema proposto; ou 
aceita tudo em bloco ou recusa tudo por inteiro (‘é pegar, ou largar’). 
• Ex.: contrato de seguro, de consórcio, de transporte… 
 
 
6.2- QUANTO AO MOMENTO DE APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO 
 
CONTRATOS CONSENSUAIS: 
 
• Aperfeiçoados pela declaraçãode vontade, não depende da entrega imediata da 
coisa. 
• Ex.: art. 482 – compra e venda de bem imóvel. 
 
CONTRATOS REAIS: 
 
• Precisam da efetiva entrega da coisa no momento da celebração do contrato. 
• Ex.: art. 579 – contrato comodato. 
• A efetiva entrega do objeto não é fase executória, porém, requisito da própria 
constituição do ato. 
 
QUANTO À MANEIRA DE APERFEIÇOAMENTO DO CONTRATO 
 
CONTRATOS SOLENES: 
 
• Art. 108 do CC. 
• São os contratos que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoar. 
Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a 
formalidade constitui a substância do ato – art. 109 – (escritura pública na alienação 
de imóveis, pacto antenupcial, testamento público etc.). 
• Não observada a forma, o contrato é nulo (CC, art. 166, IV). 
 
CONTRATOS NÃO-SOLENES: 
 
• São os de forma livre, basta o consentimento para a sua formação. 
• Art. 107 do CC. 
• Têm as partes permissão para estipular que determinado contrato só poderá ser 
celebrado por instrumento público. Neste caso, este será da “substância do ato” (CC, 
art. 109). E o contrato que em princípio era não-solene, passa a ser solene. 
 
6.4- QUANTO À TIPICIDADE 
 
CONTRATOS TÍPICOS: 
 
• São os regulados pela lei, os que têm seu perfil nela traçado. 
• Ex.: contrato de locação. 
 
CONTRATOS ATÍPICOS: 
 
• São os que resultam de um acordo de vontades, não tendo, porém, as suas 
características e requisitos definidos e regulados na lei. P ara que sejam válidos 
basta o consenso, que as partes sejam livres e capazes e o seu objeto lícito, 
possível, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica. 
• Art. 425 do CC. 
 
6.5- QUANTO À PRESENÇA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
CONTRATOS DE DIREITO PÚBLICO: 
 
• A administração pública figura em um dos polos. São regidos pelas normas de 
direito público e, subsidiariamente, por normas de direito privado, no que não lhe for 
incompatível. 
• Ex.: licitações 
• OBS: financiamentos feitos pela CAIXA são de direito privado. 
 
CONTRATOS DE DIREITO PRIVADO: 
 
• Firmado entre particulares e regidos pelas normas de direito privado. Podem ser de 
direito comum, mercante ou de consumo. 
 
6.6- QUANTO À RECIPROCIDADE 
 
CONTRATOS UNILATERAIS: 
 
• São os contratos que criam obrigações unicamente para uma das partes. 
• Ex.: o mútuo, o comodato, o depósito, a doação pura, o mandato, a fiança. 
 
CONTRATOS BILATERAIS: 
 
• São os contratos que geram obrigações para ambos os contratantes. 
• São também chamados de sinalagmáticos, pois as obrigações são recíprocas. 
• Para caracterizar a bilateralidade, não é necessário que essas prestações sejam 
equivalentes, segundo um critério objetivo: “basta que cada parte veja na prestação 
da outra uma compensação suficiente à sua própria prestação”. 
 
CONTRATOS PLURILATERAIS: 
 
• São os contratos que contêm mais de duas partes 
• Há direitos e deveres recíprocos entre as partes. 
• Ex.: contratos de sociedade, contratos de consórcio. 
 
CONTRATOS BILATERAIS IMPERFEITOS: 
 
• São contratos unilaterais, que por circunstância acidental, ocorrida no curso da 
execução, gera alguma obrigação para o contratante que não se comprometerá. 
• Ex.: o depósito e o comodato surgir para o depositante e o comodante, no 
decorrer da execução, a obrigação d e indenizar certas despesas realizadas pelo 
comodatário e pelo depositário. 
 
6.7- QUANTO ÀS VANTAGENS PATRIMONIAIS DAS PARTES 
 
CONTRATOS GRATUITOS OU BENÉFICOS: 
 
• Há vantagem ou benefício a uma das partes. Há uma prestação sem que haja uma 
contraprestação a ela correlata e proporcional. 
• Ex.: comodato, doação pura. 
 
CONTRATOS ONEROSOS: 
 
• Há vantagens e sacrifícios patrimoniais para ambas as partes. 
• Nos contratos onerosos ambos os contraentes obtêm proveito, ao qual, porém, 
corresponde um sacrifício. Eles impõem ônus e, ao mesmo tempo, acarretam 
vantagens a ambas as partes, ou seja, sacrifícios e benefícios recíprocos. 
• Ex.: troca, compra e venda. 
 
6.8- QUANTO À DETERMINAÇÃO DO OBJETO CONTRATUAL 
 
CONTRATOS COMUTATIVOS: 
 
• As partes sabem com exatidão suas prestações e contraprestações. O objeto é 
determinado. 
 
CONTRATOS ALEATÓRIOS: 
 
• Há a presença do risco, que pode recair na própria existência da coisa (contrato de 
esperança), quanto na quantidade da coisa (contrato de coisa esperada). O objeto é 
determinável. 
• Caracteriza-se, ao contrário do comutativo, pela incerteza, para as duas partes, 
sobre as vantagens e sacrifícios que dele podem advir. É que a perda ou lucro 
dependem de um fato futuro e imprevisível. 
• Ex.: contrato de seguro, compra antecipada de safra. 
 
6.9- QUANTO ÀS RELAÇÕES INTERCONTRATUAIS 
 
CONTRATOS PRINCIPAIS: 
 
• São os que têm existência própria, autônoma e não dependem, pois, de qualquer 
outro. 
• Ex.: compra e venda, locação. 
 
 
CONTRATOS ACESSÓRIOS: 
 
• São aqueles que guardam uma relação de dependência com outro contrato, 
existindo em função dele (Princípio da Gravitação Jurídica). 
• Ex.: contrato de fiança, promessa de compra e venda. 
 
CONTRATOS COLIGADOS: 
 
• Contratos principais por natureza, mas que, por vontade das partes estão unidos por 
um nexo funcional. 
• Ex.: compra e venda de 2 terrenos para um único fim. 
 
6.10- QUANTO AO MOMENTO DE SEU CUMPRIMENTO 
 
CONTRATOS DE EXECUÇÃO IMEDIATA: 
 
• São os que se consumam num só ato, sendo cumpridos imediatamente após a 
celebração. Cumprida, a obrigação, exaurem -se. A solução se efetua de uma vez só 
e por prestação única, tendo por efeito a extinção cabal da obrigação. 
• Ex.: compra e venda à vista. 
 
CONTRATOS DE EXECUÇÃO DIFERIDA: 
 
• São contratos a termo, que deverão ser adimplidos em sua totalidade na data do 
vencimento ajustado. 
 
CONTRATOS DE EXECUÇÃO CONTINUADA: 
 
• Aqueles cuja execução se dará de forma periódica. • Ex.: locação, compra e venda a 
prazo. 
 
6.11- QUANTO AO AGENTE 
 
CONTRATOS PERSONALÍSSIMOS: 
 
• Apenas podem ser celebrado pela pessoa constante no contrato. 
• São os contratos celebrados em atenção às qualidades pessoais de um dos 
contraentes. Por essa razão, o obrigado não pode fazer-se substituir por outrem. 
• Geralmente dão origem a uma obrigação de fazer, cujo objeto é um serviço 
infungível, que não pode ser executado por outra pessoa. 
 
CONTRATOS IMPESSOAIS: 
 
• São contratos cuja prestação pode ser cumprida indiferentemente por qualquer 
pessoa. 
 
CONTRATOS DE ADESÃO 
 
• Art. 54 do CDC: é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade 
competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, 
sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
• Art. 47 do CDC: as cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais 
favorável ao consumidor. 
 
SUJEITOS: 
 
• Predisponente ou Estipulante. 
• Aderente 
----Cláusulas abusivas: 
serão nulas 
• Arts. 423 e 424 do CC 
 
7- ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
 
7.1- CONCEITO 
 
• Nessas modalidades, uma pessoa convenciona com outra que concederá uma 
vantagem ou benefício e m favor de terceiro, que não é parte no contrato. Dá-se a 
estipulação em favor de terceiro, pois, quando, no contrato celebrado entre duas 
pessoas, denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem 
resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à formação do 
vínculo contratual. 
 
Princípio da Relatividade dos Efeitos do Contrato: 
 
• Os efeitos do contrato só se produzemem relação às partes que manifestaram sua 
vontade. 
• As estipulações em favor de terceiros são exceções expressamente consignadas na 
lei (arts. 436 a 438 do CC). 
• Ex.: contratos de seguro. 
 
7.2- SUJEITOS 
 
ESTIPULANTE: 
 
• Aquele que cede seu benefício contratual a terceiro. 
 
PROMITENTE: 
 
• O outro contraente (contratado), devedor da obrigação em favor de terceiro. 
 
 
BENEFICIÁRIO: 
 
• Terceiro que não participa do pacto contratual, mas se beneficia. 
 
7.3- OUTRAS CONSIDERAÇÕES: 
 
# A capacidade só é exigida dos dois primeiros, pois qualquer pessoa pode ser 
contemplada com a estipulação, seja ou não capaz. 
# Porém, o art. 793 do Código Civil estabelece uma restrição, nos contratos de 
seguro, proibindo a instituição de beneficiário inibido de receber a doação do 
segurado, como a concubina do homem casado. 
# Na formação do contrato o beneficiário se torna credor do promitente. 
# No instante de sua formação, o vínculo obrigacional decorrente da manifestação da 
vontade estabelece-se entre o estipulante e o promitente, não sendo necessário o 
consentimento do beneficiário. Tem este, no entanto, a faculdade de recusar a 
estipulação em seu favor. Portanto, embora a validade d o contrato não dependa da 
vontade do beneficiário, sem dúvida a sua eficácia fica nessa dependência. 
# A estipulação em favor de terceiro proporciona uma atribuição patrimonial gratuita 
ao favorecido, ou seja, uma vantagem suscetível de apreciação pecuniária, a ser 
recebida sem contraprestação. A eventual onerosidade dessa atribuição patrimonial 
invalida a estipulação. 
 
8- PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO - ARTS. 339 e 340 CC 
 
8.1- CONCEITO 
 
• Trata-se do denominado contrato por outrem ou promessa de fato de terceiro. O 
único vinculado é o que promete, assumindo obrigação d e fazer que, não sendo 
executada, resolve -se e m perdas e danos. Isto porque ninguém pode vincular 
terceiro a uma obrigação. 
• Não de confunde com o mandato, por faltar-lhe a representação. 
• Também não se confunde com a fiança, pois esta é contrato acessório. 
 
8.2- SUJEITOS 
 
CREDOR: 
 
• Aquele que se beneficia com a obrigação. 
 
PROMITENTE: 
 
• É o que promete a obrigação de terceiro em favor do credor. 
 
TERCEIRO: 
 
• É o prometido pelo promitente para o cumprimento da obrigação 
 
9- VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
 
9.1- CONCEITO 
 
• São defeitos ocultos que tornam a coisa imprópria para uso a que se destina ou 
que, se fossem conhecidos, impediriam a realização do contrato. Autoriza o 
comprador a rejeitar a coisa recebida e redibir o contrato ou a pedir o abatimento do preço 
pago (ação estimatória). 
 
9.2- REQUISITOS CARACTERIZADORES DOS VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
 
1-​ Que a coisa tenha sido recebida em virtude de contrato comutativo, ou de 
doação onerosa, ou remuneratória. 
 
2-​ Que os defeitos sejam ocultos: 
 
• Se o agente já os conhecia e não os julgou capazes de impedir a aquisição 
presumir-se-á que assim renunciou à garantia legal da redibição. 
 
3-​ Que os defeitos existam no momento da celebração do contrato e que perdurem até o 
momento da reclamação. 
 
4-​ Que os defeitos sejam desconhecidos do adquirente. 
 
5-​ Que os defeitos sejam graves. 
 
9.3- EFEITOS 
 
• Se o bem, objeto do negócio jurídico contém defeitos ocultos, o adquirente pode 
enjeitá-lo ou pedir o abatimento no preço (art. 441 e 442 do CC). 
• Se o alienante não conhecia o vício, ou o defeito, isto é, se agiu de boa-fé, “tão 
somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato. Mas se agiu de má-fé, 
além de restituir o que recebeu, responderá também por perdas e danos (art. 443 
CC). 
• Ainda que o adquirente não possa restituir a coisa portadora de defeito, por ter 
ocorrido seu perecimento, a responsabilidade do alienante subsiste, se o fato decorrer 
de vício oculto, já existente da tradição (art. 444 CC). 
 
9.4- AÇÕES CABÍVEIS 
 
• As ações destinadas a combater os vícios redibitórios são também chamadas de 
ações edilícias (redibitória ou estimatória). 
 
Qual a diferença entre vício redibitório para erro ou dolo? 
• Erro ou dolo são vícios de consentimento diretamente ligados à coisa ou a uma 
característica da essêncial da coisa. Não existe a princípio defeito. Ex.: a compra de uma 
bijuteria pensando ser jóia. 
• Já o vício redibitório é u m defeito não aparente da coisa, mas não existe a 
princípio, dúvida em relação à coisa propriamente dito. Ex.: comprou uma bijuteria, 
sabendo ser bijuteria, mas o feixe não funcionava. 
 
Uma doação pura de um automóvel, tido como perfeito pelo donatário, mas 
possui diversos defeitos ocultos, pode ser enjeitada quando os vícios forem 
descobertos? 
 
• Não. Somente doações onerosas ou remuneratórias podem ser enjeitadas art. 441, 
parágrafo único, CC. 
 
Defeitos de fácil constatação ensejam redibição? 
 
• Não. Para que enseje redibição o defeito tem que ser oculto. 
 
9.5- PRAZOS PARA PROPOSITURA DAS AÇÃO (art. 445 CC) 
 
SEM POSSE PRÉVIA: 
 
Bem Móvel:​ 30 dias a partir da tradição. 
 
Bem Imóvel:​ 1 ano a partir da tradição. 
 
SE O ADQUIRENTE JÁ TINHA POSSE PRÉVIA DO BEM ANTES DA TRADIÇÃO: 
 
Bem Móvel:​ 6 meses a partir da tradição. 
 
Bem Imóvel:​ 6 meses a partir da tradição. 
 
SE O VÍCIO, POR SUA NATUREZA, SÓ PUDER SER CONHECIDO MAIS TARDE: 
 
9.5.3.1- 1º Entendimento: ​Enunciado 174 da Jornada de Direito Civil (Gustavo 
Tependino, Marcos Jorge Catalan, Leonardo Bessa): 
 
Bem Móvel:​ 30 dias, que começa a contar a partir da ciência do vício, dentro de um 
prazo de 180 dias. 
 
Bem Imóvel:​ 1 ano, que começa a contar a partir da ciência do vício, dentro de um 
prazo de 1 ano. 
OBS:​ não se aplica redução relativa à posse prévia. 
 
9.5.3.2- 2° Entendimento: ​Caio Mário da Silva Pereira 
 
Bem Móvel:​ 30 dias, que começa a contar a partir da ciência do vício, dentro de um 
prazo de 180 dias. 
 
Bem Imóvel: ​ 1 ano, que começa a contar da ciência do vício, dentro de um prazo 
de 1 ano. 
OBS:​ se aplica a redução relativa à posse prévia. 
 
9.5.3.3- 3º Entendimento:​ Flávio Tartuce, Maria Helena Diniz (majoritária) 
 
Bem Móvel: ​180 dias, que começa a contar a partir da ciência do vício. 
 
Bem Imóvel: ​1 ano, que começa a contar a partir da ciência do vício. 
OBS:​ não se aplica a redução relativa à posse prévia. 
 
9.5.4- SE O VÍCIO FOR ENCONTRADO EM ANIMAIS: 
 
● Art. 445, § 2º. 
● De acordo com o estabelecido em lei especial; 
● Na falta de lei especial, pelos usos locais; 
● Na ausência de lei especial e uso local, utilizam-se as normas do art. 445. 
 
9.5.5- SE OUVER CLÁUSULA DE GARANTIA: 
 
● 446 CC. 
● Não existe necessidade de propositura de ação, uma vez que existe garantia. 
No entanto, o adquirente deve denunciar o defeito em 30 dias do respectivo 
descobrimento sob pena de perder i direito à garantia. 
 
9.5.6- OBSERVAÇÕES GERAIS: 
 
● Todos os prazos são decadenciais; 
● Se o alienante sabia do defeito, o adquirente também terá direito à 
indenização por perdas e danos- art. 443 CC. 
● Art. 206, § 3º, V: o prazo para ajuizar a ação por perdas e danos é 
prescricional (3 anos). 
● Vício Redibitórios no CDC: 
○ Qual o prazo para redibição de bens imóveis de acordo com o 
CDC? Pode ser aplicado o prazo de 1 ano do CC na relação de 
consumo? 
 
○ • Prazo: 180 dias- art. 18, §§ 1° e 2º CDC; 
○ • 1º entendimento: Não. Lei especial prevalece sobre lei geral, na 
relação de consumo aplica-se o CDC. 
○ • 2º entendimento: Sim. Aplica-se o princípio da norma jurídica mais 
benéficaao hipossuficiente. 
 
10- DA EVICÇÃO 
 
10.1- CONCEITO 
 
● Evicção é a perda da coisa em virtude de sentença judicial, que a atribui a 
outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. 
 
● Todo alienante é obrigado não só a entregar ao adquirente a coisa alienada 
como também a garantir-lhe o uso e gozo. Dá -se a evicção quando o 
adquirente vem a perder, total ou parcialmente, a coisa por sentença fundada 
em motivo jurídico anterior. 
 
● Será o alienante, pois, obrigado a resguardar o adquirente dos riscos pela 
perda da coisa para terceiro, por força d e decisão judicial em que fique 
reconhecido que aquele não era o legítimo titular do direito que convencionou 
transmitir. 
 
10.2- SUJEITOS 
 
● o alienante​, que responde pelos riscos da evicção; 
● o evicto​, que é o adquirente vencido na demanda movida por terceiro; e 
● o evictor​, que é o terceiro reivindicante e vencedor da ação. 
 
10.3- REQUISITOS 
 
● Onerosidade da aquisiçã​o; 
● Perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada​; 
● Ignorância, pelo adquirente, da litigiosidade da coisa​ (Art. 457); 
● Anterioridade do direito do evictor​ — o alienante só responde pela perda 
decorrente de causa já existente ao tempo da alienação. Se lhe é posterior, 
nenhuma responsabilidade lhe cabe. 
● Sentença judicial reconhecendo a evicção; apreensão policial de coisa furtada 
ou roubada em momento anterior à aquisição ou pela privação da coisa por ato 
inequívoco de qualquer autoridade. 
 
10.4- DENUNCIAÇÃO DA LIDE AO ALIENANTE 
 
● Art. 456 do CC e art. 70, I do CPC. 
● Carlos Roberto Gonçalves considera a denunciação da lide requisito para a 
ocorrência da evicção, porém o tema não é pacífico. 
● “somente após a ação d o terceiro contra o adquirente é que este poderá agir 
contra aquele. Dispõe o art. 456 do Código Civil que, ‘para poder exercitar o 
direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante 
imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as 
leis do processo’. Faz-se a notificação por meio da denunciação da lide 
(CPC, art. 70, I) para que o alienante venha coadjuvar o réu -denunciante na 
defesa do direito (CC, art. 456, parágrafo único).” 
● Existe ainda o entendimento jurisprudencial entendendo que a denunciação 
não é obrigatória, sendo somente necessária para a restituição ao evicto pelo 
alienante seja feita no mesmo processo. Assim, se o evicto não fizer a 
denunciação, poderá ser indenizado através de ação própria. 
 
10.5- CONSEQUÊNCIAS 
 
● Restituição integral do preço. 
● Indenização dos frutos que tiver que restituir. 
● Despesas do contrato. 
● Custas processuais e honorários advocatícios. 
● Indenização dos prejuízos que resultem diretamente da evicção. 
OBS:​ Se houver deterioração da coisa aplicam-se os arts. 451 e 452 do CC. 
 
10.6- RENÚNCIA DA GARANTIA DA EVICÇÃO 
 
● A garantia da evicção pode ser renunciada. Contudo, a eficácia da cláusula 
que exclui a evicção varia conforme o adquirente tenha ou não real conhecimento 
do risco da evicção (art. 44 9). Se o adquirente tinha conhecimento dos 
riscos da evicção e concordou com a cláusula exonerando a responsabilidade 
(cláusula de irresponsabilidade pela evicção ou cláusula non praestendo 
evictione) deve suportar os riscos (art. 457). 
 
11- DO CONTRATO PRELIMINAR (arts. 462- 466) 
 
11.1- CONCEITO 
 
● É um contrato provisório, preparatório, no qual prometem complementar o 
ajuste, celebrando o definitivo. Tem por objeto a celebração de um contrato 
definitivo. 
● Os contraentes ao celebrar um contrato preliminar não visam modificar 
efetivamente sua situação, mas, apenas criar a o brigação de um futuro 
contrato definitivo. 
● Os requisitos objetivos e subjetivos para a formação de um contrato 
preliminar são os mesmos dos contratos de forma geral (art. 104 CC) . 
 
11.2- PARTICULARIDADES 
 
1-​ As formalidades exigidas para o contrato definitivo nã o precisam ser seguidas 
(art. 462). 
2-​ Cláusula de arrependimento é possível, com ou sem previsão de multa (art. 463). 
3- ​ Registro no Cartório ( art. 463, parágrafo único; Enunciado 30 da I Jornada de 
Direito Civil). 
 
12- DA EXTINÇÃO DO CONTRATO 
 
12.1- MODO NORMAL DE EXTINÇÃO 
 
● A extinção dá-se, em regra, pela execução, seja ela instantânea, diferida ou 
continuada. O cumprimento da prestação libera o devedor e satisfaz o credor. 
Este é o meio normal de extinção do contrato. 
● Comprova-se o pagamento pela quitação fornecida pelo credor, observados os 
requisitos exigidos no art. 320 do Código Civil. 
 
12.2- EXTINÇÃO DO CONTRATO SEM CUMPRIMENTO 
 
 
 
 
 
12.3- CAUSAS ANTERIORES OU CONTEMPORÂNEAS À FORMAÇÃO DO 
CONTRATO 
 
NULIDADE ABSOLUTA: 
 
● Decorre de ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a 
preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a 
sua formação (ex tunc) – arts. 166 e 167 CC. 
● Não precisa de confirmação e não convalesce com o tempo. 
● Pode ser requerido em juízo a qualquer tempo, por qualquer interessado, 
podendo ser declarada de ofício pelo juiz ou por promoção do Ministério 
Público (CC, art. 168). 
● Se a hipótese for de nulidade parcial, só quanto a ela poderá ser exercido o 
direito (art. 184). Quando cabível a conversão (art. 170), a procedência do 
pedido extintivo de nulidade será apenas parcial, devendo o juiz declarar qual 
o negócio jurídico que subsiste (princípio do aproveitamento do contrato). 
 
NULIDADE RELATIVA: 
 
● Advém da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente 
incapaz não assistido, ou porque contém algum dos vícios do consentimento, 
como erro, dolo, coação etc. Como pode ser sanada (art. 172) e até mesmo 
não arguida no prazo prescricional (art. 178 e 179), não extinguirá o contrato 
enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença. 
● Não pode ser arguida por ambas as partes da relação contratual, nem 
declarada ex officio pelo juiz. Legitimado a pleitear a anulação está somente o 
contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra (CC, art. 177). 
 
CLÁUSULA RESOLUTIVA: 
 
● Na execução do contrato, cada contraente tem a faculdade de pedir a 
resolução se o outro não cumpre as obrigações avençadas. Essa faculdade pode 
resultar: 
 a) de convenção (cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso); 
ou 
b) de presunção legal (cláusula resolutiva tácita ou implícita). 
● Em todo contrato bilateral ou sinalagmático presume -se a existência de uma 
cláusula resolutiva tácita, autorizando o lesado pelo inadimplemento a pleitear 
a resolução do contrato, com perdas e danos (art.475). 
● Art. 474: em ambos os casos, expressa ou tácita, a resolução deve ser 
judicial, ou seja, precisa ser pronunciada pelo juiz. A sentença que reconhecer 
a cláusula expressa e o di reito à resolução terá efeito meramente declaratório, 
ex tunc; portanto, sendo a cláusula tácita, a sentença tem efeito 
desconstitutivo, dependendo d e interpelação judicial, ou seja , a cláusula só 
produz efeitos após a interpelação. 
 
DIREITO DE ARREPENDIMENTO: 
 
● Quando expressamente previsto no contrato, o arrependimento autoriza qualquer 
uma das partes a rescindir o ajuste, mediante declaração unilateral da 
vontade, sujeitando-se à perda do sinal ou à sua devolução em dobrosem, 
no entanto, pagar indenização suplementar. Configuram-se, in casu, as a rras 
penitenciais (art. 420 do CC e Súm. 412 do STF). 
● O direito de arrependimento deve ser exercido no prazo convencionado ou 
antes da execução do contrato se nada foi estipulado a esse respeito. 
● O Código d e Defesa do Consumidor concede a este o direito de desistir do 
contrato, no prazo de sete dias, sempre que a contratação se der fora do 
estabelecimento comercial, especialmente quando por telefone ou em domicílio, 
com direito de devolução do que pagou, sem obrigação de indenizar perdas e 
danos (art. 49). 
 
12.4- CAUSAS SUPERVENIENTES À FORMAÇÃO DO CONTRATO 
 
RESOLUÇÃO: 
 
● Na lição de Orlando Gomes, é “um remédio concedido à parte para romper o 
vínculo contratual mediante ação judicial”. O inadimplemento por ser voluntário 
(culposo) ou não (involuntário). 
● A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou 
incumprimento por um dos contratantes. 
 
● Resolução por inexecução voluntária: 
 
● Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi executado e obrigando a 
restituições recíprocas ( salvo em contratos de trato sucessivo, como locação, 
cujos efeitos produzidos pela resolução serão ex nunc), sujeitando, ainda, o 
inadimplente ao pagamento das perdas e danos e da cláusula penal. 
● Não é admitida em casos de incumprimentos irrelevantes. 
 
● Exceção de contrato não cumprido (art. 476): 
 
● Aplicável em contratos bilaterais, que envolvem prestações recíprocas, atreladas 
umas às outras. Se uma das prestações não é cumprida, deixa de existir 
causa para o cumprimento da outra. 
● Para que possa ser alegada depende que as prestações das partes sejam 
simultâneas ou sucessivas. 
 
● Exceção do contrato parcialmente cumprido: 
 
● Apesar de não previsto em lei, é aplicável utilizando a mesma lógica da 
execução anterior, quando um dos contraentes cumpriu apenas em parte, ou 
de forma defeituosa, a sua obrigação, quando se comprometerá a cumpri-la 
integral e corretamente. 
 
● Exceção de inseguridade (art. 477): 
 
● Aplicável nas obrigações a prazo (execução diferida). 
● Enunciado 438 da V Jornada de Direito Civil: 
“A execução de inseguridade, prevista no art. 477 CC também pode 
ser oposta à parte cuja conduta põe manifestamente em risco a 
execução do programa contratual”. 
 
● Resolução por inexecução involuntária: 
 
● Decorre de fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação 
de terceiro ou de acontecimentos inevitáveis, alheios à vontade dos 
contraentes, denominados caso fortuito ou força maior, que impossibilitam o 
cumprimento da obrigação. 
● A impossibilidade deve ser total, pois se a inexecução for parcial e de 
pequena proporção, o credor pode ter interesse em que, mesmo assim, o 
contrato seja cumprido; há de ser, ainda, definitiva. 
● Produz efeitos ex tunc, extinguindo o que foi e obrigando a restituições 
recíprocas. 
● O inadimplente não fica, no caso de inexecução involuntária, responsável pelo 
pagamento de perdas e danos, salvo se expressamente obrigou-se a ressa rcir 
os “prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior” ou estiver “em mora” 
(CC, arts. 393 e 399). 
 
● Resolução por onerosidade excessiva: 
 
● Decretada por sentença utilizando o princípio da revisão dos contratos 
(também conhecido como princípio da onerosidade excessiva) que presume a 
existência implícita de uma cláusula contratual, pela qual a obrigatoriedade de 
seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade de fato dos contratantes. 
● Requisitos: 
o ​vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato 
sucessivo; 
o ​ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; 
o ​considerável alteração da situação de fato existente no momento da 
execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração; e 
o ​nexo causal entre o evento superveniente e a consequente excessiva 
onerosidade. 
● Contratante que estiver em mora quando da ocorrência dos fatos não pode 
invocar, em sua defesa, a onerosidade excessiva, pois, estando naquela 
situação respondendo pelos riscos supervenientes, ainda que decorrida por 
caso fortuito ou força maior (art. 399). 
● A parte beneficiada pelo evento imprevisível pode evitar a resolução propondo 
alternativas (art. 479). 
● A mesma revisão contratual prevista no art. 478 pode ser realizada sem os 
requisitos apontados anteriormente, se no contrato, as obrigações couberem a 
apenas uma das partes (art. 480). Ex.: pagamento de multa em contrato de 
locação (art. 572). 
 
RESILIÇÃO: 
 
● Resilir, do latim resilire, significa, etimologicamente, “voltar atrás”. 
● Tem como causa a manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. 
● Resilição bilateral​ — a resilição bilateral denomina-se distrato, que é o 
acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. 
● Resilição unilateral​ — a unilateral, por sua vez, pode ocorrer somente em 
determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente 
romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade. 
 
Distrato: 
● Segundo a lição de Caio Mário, distrato ou resilição bilateral “é a declaração 
de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o 
vínculo. 
● Qualquer contrato pode cessar pelo distrato: é necessário, todavia, que os efeitos 
não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal da 
extinção. Contrato extinto não precisa ser dissolvido. 
● Os efeitos do distrato são, efetivamente, ex nunc, para o futuro, não se 
desfazendo os anteriormente produzidos. 
● O distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando 
este tiver forma especial, mas não quando esta for livre. 
 
Denúncia: 
● Ocorre somente n as obrigações duradouras, contra a sua renovação ou 
continuação, independentemente do não cumprimento da outra parte, nos 
casos permitidos na lei (p. ex., denúncia prevista nos arts. 6º, 46, § 2º, e 57 
d a Lei n. 8.245, de 18.10.1991 sobre locação de imóveis urbanos) ou no contrato. 
● A resilição unilateral independe de pronunciamento judicial e produz efeitos ex 
nunc, não retroagindo. 
● No contrato de mandato a resilição unilateral denomina -se revogação ou renúncia, 
conforme iniciativa seja do mandante ou do mandatário. 
● Para valer, precisa-se ser notificada à outra parte, produzindo efeitos a partir 
do momento em que chega a seu conhecimento. 
● A princípio, não precisa ser justificada, mas em certos contratos exige-se que 
obedeça à justa causa. Nessas hipóteses, a inexistência de justa causa não 
impede a resilição do contrato, mas a parte que o resiliu injustamente fica 
obrigada a pagar à outra perdas e danos. 
 
 
MORTE DE UM DOS CONTRATANTES: 
 
● A morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos 
personalíssimos, que não poderão ser executados pela morte daquele em 
consideração do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu 
efeito opera-se ex nunc. 
 
RESCISÃO: 
 
● Existe o hábito no meio negocial de utilizar a expressão “rescisão” englobando 
as figuras da resolução e da resilição. Contudo, a rescisão ocorre nas 
hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que 
ocorre lesão (art. 157) ou que foram celebrados em estado deperigo (art. 156).

Continue navegando