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_CASO CONCRETO 6 (Liberdade Provisória)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA XX VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
Processo nº: XXXX
MATIAS, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, portador do documento de identidade nº XXX, inscrito no CPF sob o nº XXX, residente e domiciliada na XXX, vem, por meio do advogado infra assinado, cujo endereço encontra-se na procuração em anexo, requerer a concessão de 
RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE
com fundamento no artigo 5º, inciso LXV, da Constituição da República Federativa do Brasil e no art. 310, I do Código de Processo Penal, nos seguintes termos:
I - DOS FATOS:
O acusado, no dia 15/11/2016, por volta das 22 horas, foi preso, por uma guarnição da Policia Militar, como incurso no artigo 180 do Código Penal, quando conduzia, pela Av. Brasil, na altura do nº YY, um veículo automotor, marca Volkswagen, modelo Gol, placa XYX0611, veículo esse que os policiais constataram ser produto de crime.
Em sede policial, a Sra. Miranda, proprietária do veículo, reconheceu, o acusado como autor do crime de roubo ocorrido 2 dias antes, ou seja, em 13/11/2016.
Lavrado o Auto de Prisão em Flagrante, o acusado encontra-se preso, como autor do delito previsto no art. 180 do CP.
VIANA, 2ª Câmara Criminal, Data de Publicação: 14/12/2016)
II – DOS FUNDAMENTOS:
O artigo 302 do CPP dispõe que se considera em flagrante delito quem está cometendo a infração penal, acaba de cometê-la, é perseguido, logo após, de cometer a infração penal ou é encontrado, logo depois, com objetos que façam presumir ser ele o autor da infração.
 O acusado foi preso, no dia 15/11/2016, dirigindo o veículo produto de roubo, que, segundo narrou a vítima, ocorreu no dia 13/11/2016, ou seja, 2 dias anteriores à prisão, o que não caracteriza nenhuma das circunstâncias previstas no referido dispositivo legal, demonstrando claramente a inexistência de possibilidade de prisão em flagrante do acusado.
 Não obstante ter a suposta vítima reconhecido o acusado como sendo o autor do roubo, esse fato, por si só, não importa na imediata possibilidade de prisão em flagrante do acusado, pois, conforme exposto, não houve a ocorrência de nenhuma das circunstâncias previstas no artigo 302 do CPP.
 Diante do exposto, não resta outra alternativa a não ser o reconhecimento da ilegalidade da prisão em flagrante do acusado, devendo a medida cautelar ser imediatamente relaxada, já que o instituto do relaxamento da prisão previsto no art. 5º, LXV, da CF, consagra o direito subjetivo ao qual possui todo e qualquer cidadão em ter imediatamente sua prisão relaxada no caso de ilegalidade.
Assim, estando-se diante de uma prisão em flagrante ilegal não há dúvidas de que esta deverá ser relaxada. É o que se depreende da Jurisprudência infracitada:
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. ART. 157, § 2º, INCISO I E ART. 180, AMBOS DO CÓDIGO PENAL. PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO CONVERTIDA EM PREVENTIVA. EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. CONFIRMAÇÃO DA ORDEM DEFERIDA IN LIMINE. RELAXAMENTO DA PRISÃO. APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES. Ordem conhecida e concedida, confirmando-se a decisão prolatada em sede de liminar para se relaxar a prisão do paciente, porém impondo-lhe o cumprimento das medidas cautelares estabelecidas no art. 319, I, III, IV e V, do Código de Processo Penal, além da condição imposta no art. 310, parágrafo único, do mesmo diploma legal, sem prejuízo daquelas que o Magistrado a quo entender necessárias, tudo sob pena de imediata revogação do benefício. 1. O exame da questão de excesso de prazo na formação da culpa deve ser feita de forma global, ou seja, como um todo diante do prazo previsto para a conclusão da instrução criminal e não em relação a cada ato procedimental. 2. Como observado quando da análise do pedido liminar, vê-se que o excesso de prazo na formação da culpa encontra-se amplamente caracterizado. Com base nos documentos acostados aos autos e na consulta realizada ao Portal de Serviços desta Egrégia Corte � eSAJ, verifica-se que o paciente permanece preso há cerca de nove meses sem encontrar-se sequer iniciada a instrução processual, eis que, designadas audiências para 05/09/2016, 06/10/2016 e 03/11/2016, nenhuma delas se realizou, quer em face da não confecção de expedientes, quer por força da ausência justificada da Magistrada de piso, estando designado novo ato apenas para o dia 11 de janeiro de 2017. 3. Desta sorte, à míngua de qualquer critério de razoabilidade, é manifesto o constrangimento ilegal ao direito de locomoção do paciente por excesso de prazo na formação da culpa, a ensejar o relaxamento de sua custódia cautelar, sob pena de postergação do indevido constrangimento. 4. Muito embora se reconheça a ilegalidade da prisão cautelar do paciente � em face do excesso de prazo na formação da culpa �, considera-se ser possível a imposição de ônus ou de restrição ao direito de locomoção do libertado em casos excepcionais como o que se apresenta. Isso porque o Juiz criminal, munido do poder de cautela que lhe é inerente, não deve atuar como simples espectador, mas visando ao efetivo resultado do processo, garantindo todos os meios necessários à sua instrumentalização. 5. Ordem conhecida e concedida, confirmando-se a decisão prolatada em sede de liminar para se relaxar a prisão do paciente, porém impondo-lhe o cumprimento das medidas cautelares estabelecidas no art. 319, I, IV e V, do Código de Processo Penal, além da condição imposta no art. 310, parágrafo único, do mesmo diploma legal, sem prejuízo daquelas que o Magistrado a quo entender necessárias, tudo sob pena de imediata revogação do benefício. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus nº 0628106-22.2016.8.06.0000 formulado por José Holanda Cavalcante da Silva, em favor de Henrique Silva de Sousa, contra ato do Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da 7ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. Acordam os Desembargadores integrantes da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em conhecer da presente ordem para conceder-lhe provimento, relaxando a custódia preventiva do paciente, porém, sujeitando-o ao cumprimento das medidas cautelares estabelecidas no art. 319, I, III, IV e V, do Código de Processo Penal, além da condição imposta no art. 310, Parágrafo único, do mesmo diploma legal, sem prejuízo daquelas que o Magistrado a quo entender necessárias, tudo sob pena de imediata revogação do benefício, nos termos do voto da eminente Relatora. Fortaleza, 14 de dezembro de 2016. Relatora
(TJ-CE - HC: 06281062220168060000 CE 0628106-22.2016.8.06.0000, Relator: FRANCISCA ADELINEIDE
III – JURISPRUDÊNCIA:
Cumpre-se ressaltar, mais uma vez que não existe vedação legal para que não seja concedida LIBERDADE PROVISÓRIA, uma vez que o acusado preenche os requisitos elencados no parágrafo único, do art. 310 do Código de Processo Penal o que está em consonância com o entendimento jurisprudencial:
“173834 – LIBERADE PROVISÓRIA – FURTO QUALIFICADO – ACUSADO PRIMÁRIO COM BONS ANTECEDENTES – Inexistência de qualquer dos requisitos motivadores da prisão preventiva. Concessão. Possibilidade. É possível a concessão da liberdade provisória ao acusado por furto qualificado, primário com bons antecedentes quando não for preenchido nenhum dos requisitos dispostos no art. 312 do CPP, sendo insuficientes para manutenção do encarceramento os indícios ou provas da existência do crime e de sua autoria.” (TACRIMSP – HC 374256/8 – 5ª C. – Rel. Juiz Luís Ganzerla – DOESP 08.01.2001) JCPP. 312
Neste mesmo sentido afirma o insigne MIRABETE (2017, pag. 672) ao comentar o parágrafo único do art. 310, na pág.672[footnoteRef:1]: [1: MIRABETE, Julio Fabbrini, Código de Processo Penal Interpretado, 8ª edição, pág.672, 2017] 
“Inseriu a Lei nº 6.416, de 24-5-77, outra hipótese de liberdade provisória sem fiança com vínculo para a hipótese em que não se aplica ao preso em flagrante qualquer dashipóteses em que se permite a prisão preventiva. A regra, assim, passou a ser, salvo exceções expressas, de que o réu pode defender-se em liberdade, sem ônus econômico, só permanecendo preso aquele contra o qual se deve decretara prisão preventiva. O dispositivo é aplicável tanto às infrações afiançáveis como inafiançáveis, ainda que graves, a réus primários ou reincidentes, de bons ou maus antecedentes, desde que não seja hipótese em que se pode decretar a prisão preventiva. Trata-se, pois, de um direito subjetivo processual do acusado, e não uma faculdade do juiz, que permite ao preso em flagrante readquirir a liberdade por não ser necessária sua custódia. Não pode o juiz, reconhecendo que não há elementos que autorizariam a decretação da prisão preventiva, deixar de conceder a liberdade provisória.” 
E ainda:
“É possível a concessão de liberdade provisória ao agente primário, com profissão definida e residência fixa, por não estarem presentes os pressupostos ensejadores da manutenção da custódia cautelar.” (RJDTACRIM 40/321).
E mais:
“Se a ordem pública, a instrução criminal e a aplicação da lei penal não correm perigo deve a liberdade provisória ser concedida a acusado preso em flagrante, nos termos do art. 310, parágrafo único, do CPP. A gravidade do crime que lhe é imputado, desvinculada de razões sérias e fundadas, devidamente especificadas, não justifica sua custódia provisória” (RT 562/329)
Já o inciso LXVI, do art. 5º, da Carta Magna, diz o seguinte:
“LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;”
No inciso LIV, do mesmo artigo supracitado, temos:
“LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;”
Por fim, transcreve-se o inciso LVII, do mesmo artigo:
“LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;”
IV – DO PEDIDO:
Diante do exposto, requer a Vossa Excelência, nos termos do art.310, parágrafo único, do CPP a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA, inexistindo requisitos autorizadores da prisão preventiva e, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo, postula-se após o parecer do Digno Representante do Ministério Público, seja arbitrada a fiança para o referido caso.
 Requer, a EXPEDIÇÃO DO COMPETENTE ALVARÁ DE SOLTURA para o cumprimento imediato pela autoridade policial que mantém sua custódia, como medida da mais LEGÍTIMA JUSTIÇA.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e Data
ADVOGADO
OAB

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