Aula 1 - Processo do Trabalho II[5523]

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Direito Processual do Trabalho 
Profa. Silvia Pereira 
SEJAM BEM-VINDOS
Programação
UNIDADE I
Recursos no Processo do Trabalho 
UNIDADE II
Execução Trabalhista 
UNIDADE III
Procedimentos Especiais
UNIDADE IV
Dissídios Coletivos
Bibliografia
Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante e Jorge Neto Cavalcante – Direito Processual do Trabalho – 2018
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597019162/cfi/6/2!/4/2/2@0:0.101
Leone Pereira – Manual de Processo do Trabalho – 2019
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553610594/cfi/0!/4/4@0.00:0.00
Sérgio Pinto Martins – Direito Processual do Trabalho - 2019
Não esqueçam!!
Teoria Geral dos Recursos Trabalhistas 
Conceito de Recurso: é a provocação do reexame de determinada decisão pela autoridade hierarquicamente superior, em regra, ou pela própria autoridade prolatora da decisão, objetivando a reforma ou modificação do julgado, ou seja, é o remédio processual concedido às partes ou terceiro prejudicado ou Ministério Público, objetivando que a decisão judicial impugnada seja submetida a novo julgamento.
Natureza jurídica: Direito subjetivo processual => nasce através da decisão proferida, sendo uma faculdade da parte. 
** É um prolongamento do exercício do direito de ação.
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Fundamentos: 
Os fundamentos da existência dos recursos são:
 a) inconformismo da parte vencida - é da natureza do ser humano não se conformar com um resultado negativo e querer uma nova oportunidade de apreciação da matéria;
b) falibilidade humana - o juiz é um ser humano que também erra, podendo proferir decisões injustas ou não amparadas pelo ordenamento jurídico vigente; 
c) aprimoramento das decisões judiciais e uniformização da interpretação da legislação.
d) forma de controle dos atos jurisdicionais pelas instâncias superiores - o juiz, ao prolatar a sua decisão, tenha o discernimento de que ela poderá ser apreciada por órgão colegiado superior, composto por magistrados mais experientes, evitando-se arbitrariedades.
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Classificação:
Ordinários – permitem ampla revisão da matéria, inclusive matéria de fato. São exemplos o Recurso Ordinário (Trabalhista) e Apelação (Cível).
Extraordinários - Julgam matéria de direito e não de prova e objetivam verificar se a lei foi aplicada corretamente. Exigem prequestionamento do dispositivo e são dirigidos aos Tribunais superiores. São exemplos o Recurso de Revista, Embargos, Recurso Extraordinários e Recurso Especial. 
Obs.: Prequestionamento = é a alegação prévia e análise pelo órgão julgador a quo da matéria de interesse do recorrente, para que um recurso excepcional seja recebido pelas instâncias superiores: STF (Recurso Extraordinário), STJ (Recurso Especial) e TST (Recurso de Revista). A priori, somente a matéria concretamente conhecida pelo órgão a quo será objeto de apreciação do órgão ad quem, pois o debate fora realmente exaurido pela decisão recorrida. (Súmula 297 TST, OJ 62 SDI-1 , OJ 118, SDI-1 e OJ 119 SDI-1 ).
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Princípios que regem os Recursos Trabalhistas
Os recursos seguem determinados princípios para sua interposição, os principais deles são:
1) Duplo Grau de Jurisdição: A CRFB não o prevê, mas diversos autores o posicionam como um derivado do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, LV, da CRFB). Implica a possibilidade do reexame de uma demanda (administrativa ou judicial) pela instância superior, mediante interposição de recurso em face da decisão do órgão de uma instância inferior.
-> É a possibilidade concedida ao jurisdicionado de submeter a decisão judicial impugnada a um novo julgamento, aprimorando, indubitavelmente, as decisões do Poder Judiciário.
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** Duplo grau de jurisdição obrigatório - Também conhecido como reexame necessário, remessa ex officio, ou como recurso de ofício (denominação muito criticada pela doutrina), previsto no art. 496 do CPC, no Decreto--Lei n. 779/69, embora não tenha natureza jurídica de recurso, e sim de condição de eficácia da sentença, é aplicável ao Processo do Trabalho.
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Súmula nº 303 do TST - FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016 
I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constituição Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ultrapassar o valor correspondente a:
a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; 
b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; 
c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
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III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está sujeita ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas hipóteses dos incisos anteriores. (ex-OJ nº 71 da SBDI-1 - inserida em 03.06.1996).
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação processual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa. (ex-OJs nºs 72 e 73 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 25.11.1996 e 03.06.1996). 
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Exceção:
Súmula nº 303 do TST - FAZENDA PÚBLICA. REEXAME NECESSÁRIO (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 211/2016, DEJT divulgado em 24, 25 e 26.08.2016. 
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em:
a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
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Cabe à lei a criação e o regramento dos recursos. Por conseguinte, não é inconstitucional uma lei que traga procedimento que não preveja a existência de recurso.
Procedimento sumário (dissídio de alçada) previsto no art. 2º, §§ 3º e 4º, da Lei nº. 5.584/70 (salvo se versarem sobre matéria constitucional).
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Princípios que regem os Recursos Trabalhistas
2) Unirrecorribilidade: também conhecido como princípio da singularidade ou unicidade recursal, define que só existe um recurso cabível para cada decisão, ou seja, só se admite um recurso para vergastar a decisão.
A parte interpondo dois recursos, deverá escolher um.
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Princípios que regem os Recursos Trabalhistas
3) Fungibilidade: também denominado princípio da conversibilidade recursal permite o aproveitamento de recurso erroneamente nominado, como se fosse o que deveria ser interposto, atendendo-se ao princípio da finalidade ou simplicidade do processo. Porém há que se advertir que para a aplicação do principio em comento se deve verificar a existência de três fatores cumulativos:
 i) inexistir erro grosseiro – ex.: OJ 412 SDI 1 TST, OJ 152 SDI 2 
ii) tem que haver dúvida plausível quanto ao recurso cabível (haver fundadacontrovérsia doutrinária e jurisprudencial sobre o recurso cabível para a decisão).
iii) o recurso erroneamente interposto deve obedecer o prazo do recurso cabível.
Aplicação – Ex.: Súmula 421, II TST
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Princípios que regem os Recursos Trabalhistas
4) Taxatividade: também denominado da legalidade ou da reserva legal, só é admissível recurso que a lei preveja, ou seja, só cabe recurso que esteja devidamente previsto em lei, com a sua hipótese de cabimento.
Lei processual = exclusividade da União – Art. 22, I CF.
O rol dos recursos trabalhistas é taxativo:
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a) Recurso Ordinário - previsto na CLT, Art. 893 e 895 e Arts. 328 e 329 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho.
b) Recurso de Revista - regulado na CLT, Arts. 893 e 896, na Lei nº 7.701/88, Art. 5º, "a" e Art. 331 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. O recurso de revista é o recurso cabível ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs).
c) Embargos de Declaração - art. 897-A CLT - instrumento jurídico pelo qual a parte solicita esclarecimentos ao juízo acerca de eventual omissão, contradição, obscuridade ou, ainda, erros materiais que possam ocorrer nas decisões judiciais de acordo com a CLT.
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d) Embargos - art. 894 CLT - Cabível das decisões das turmas que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com Súmula ou Orientação jurisprudencial do TST ou do Supremo Tribunal Federal.
e) Agravo de Petição - delineado nos Arts. 893, IV e 897, "a", § § 1º e 3º da CLT é cabível contra as decisões proferidas em sede de execução.
f) Agravo de Instrumento - regulado no Arts. 893, IV e 897, "b", § § 2º e 4º da CLT e Instrução Normativa TST nº 6 de 08/06/96 - é o recurso cabível contra as decisões que denega seguimento ao recurso de um grau para outro de jurisdição, tais como recurso ordinário, o de revista ou o agravo de petição.
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g) Agravo Regimental – também conhecido como “Agravinho” ou “Agravo interno”, previsto na Lei nº 7.701/88 Arts. 3º e 5º e nos Regimentos do Tribunal Superior (art. 338) e Tribunais Regionais do Trabalho - Agravo regimental é o recurso de agravo previsto nos regimentos internos dos tribunais, cabível da decisão monocrática do tribunal, com o fim de levar o recurso ou pedido ao colegiado.
h) Recurso Extraordinário - Regulado na Constituição Federal no artigo 102, III - serve para devolver ao STF o julgamento das causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo da Constituição Federal, buscando uniformizar a interpretação dada à norma constitucional.
i) Pedido de Revisão de Valor de Alçada - criado pela Lei nº 5.584/70, Art. 2º - recurso inominado, pelo qual a parte irresignada visa a rever o valor atribuído à reclamação pelo juízo a quo, quando da fixação da alçada.
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j) Recurso Ordinário Constitucional – previsto no Art. 102, II da CF, É o recurso cabível contra decisão denegatória de habeas corpus ou mandado de segurança, proferida em segunda instância ou por Tribunal Superior. Portanto, pode ser interposto perante o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça.
*MS - o prazo é de 15 dias (art. 33 da Lei 8.038/90)
* HC - o prazo é de 5 dias (art. 30 da Lei 8.039/90)
k) Recurso Adesivo – previsto no art. 997 do CPC/2015 e Súmula 283 do TST, é aquele que é interposto somente diante da conduta da parte contrária, ou seja, caso uma parte não tenha recorrido e a outra o tenha feito, a parte omissa poderá aproveitar essa oportunidade para interpor seu recurso na modalidade adesiva.
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l) Reclamação Correicional - mencionada no artigo 709 da CLT e nos Arts. 682, XI e 709, II da CLT, no Art. 13, do Regimento Interno da Corregedoria Geral da Justiça do Trabalho e nos Regimentos dos Tribunais Regionais do Trabalho - se caracteriza por ser um procedimento judicial que demanda uma pronta solução por parte do julgador - o Corregedor, para corrigir erros, abusos e atos contrários à boa ordem processual e que importem em atentado a fórmulas legais de processo, quando para o caso não haja recurso ou outro meio processual específico.
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5) Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: as decisões interlocutórias são irrecorríveis, somente se permitindo a apreciação de seu merecimento em recurso da decisão definitiva, artigo 893, §1º, da CLT. 
Súmula nº 214 do TST - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, DJ 14, 15 e 16.03.2005 - Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: 
a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; 
b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;
c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.
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6) Princípio da proibição da reformatio in pejus: é vedado ao tribunal, no julgamento de um recurso, proferir decisão mais desfavorável ao recorrente, do que aquela recorrida.
7) Princípio da Variabilidade Recursal: parte da doutrina entende que seria possível o recorrente modificar o recurso interposto, desde que ainda no prazo, com o objetivo de interpor o recurso correto para a decisão, sustentando-se que a interposição de outro recurso representaria a desistência tácita do primeiro.
Porém outra parte da doutrina entende que neste caso ocorreu a preclusão consumativa. 
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8) Princípio da uniformização dos prazos recursais: o prazo para interposição dos recursos trabalhistas foi uniformizado pelo Art. 6º da Lei 5.584/70.
Prazo – 08 dias
IN 39/2016 – Art. 1º, § 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art. 893 da CLT), exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A).
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Exceções:
Embargos declaratórios – 05 dias ( Art. 897-A CLT) 
Recurso extraordinário - 15 dias (Art. 1.030 CPC).
Recurso ordinário constitucional – 15 dias (Art. 1.003, § 5o, do CPC/2015)
Recurso de revisão ou pedido de revisão – 48 horas (Art. 2º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 5.584/70)
Fazenda Pública – Art. 183 CPC e Decreto-lei 779/69 – Art. 1º Nos processos perante a Justiça do Trabalho, constituem privilégio da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das autarquias ou fundações de direito público federais, estaduais ou municipais que não explorem atividade econômica: III - o prazo em dobro para recurso;
Art. 183 CPC, 
Art. 180 CPC – Ministério Público - prazo em dobro
Litisconsortes – OJ 310 SDI 1 – inaplicável Art. 229 CPC
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9) Princípio da dialeticidade ou discursividade: consiste na obrigação de apresentar argumentos na defesa do recurso, não podendo o interessado apenas manifestar a vontade, mas sim, devendo apresentar seus motivos e fundamentar o seu inconformismo com a decisão.
Súmula 422 TST - RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CONHECIMENTO 
(redação alterada, com inserção dositens I, II e III)  - Res. 199/2015, DEJT divulgado em  24, 25 e 26.06.2015. Com errata publicado no DEJT divulgado em 01.07.2015
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos em que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motivação secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade de recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da competência de Tribunal Regional do Trabalho, exceto em caso de recurso cuja motivação é inteiramente dissociada dos fundamentos da sentença.
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Princípios que regem os Recursos Trabalhistas
10) Princípio da inexigibilidade de fundamentação: O recurso ordinário não exige fundamentação, podendo ser interposto por simples petição (Art. 899 CLT).
Pode ser aplicada também nos casos em que empregado ou empregador estiver postulando sem advogado. (Art. 791 e 839 CLT).
Tal princípio não vige para recursos técnicos.
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Juízo de admissibilidade: verificação das condições impostas pela lei para que se possa apreciar o conteúdo da postulação. Com o resultado positivo, o recurso é admissível. Quando o órgão a que compete julgar o recurso o declara inadmissível, diz-se que ele não conhece do recurso. O juízo de admissibilidade é preliminar ao de mérito. 
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Requisitos de admissibilidade recursal ou pressupostos recursais: são aqueles que devem ser preenchidos pelo recorrente no momento da interposição do recurso para que este seja conhecido e julgado pelo tribunal. Em regra os recursos são submetidos ao duplo juízo de admissibilidade (art. 2º, XI, da Instrução Normativa n. 39/2016 do TST):
a) juízo a quo (primeiro juízo de admissibilidade recursal): órgão que proferiu a decisão impugnada; 
b) juízo ad quem (segundo juízo de admissibilidade recursal): órgão competente para o julgamento do recurso.
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Requisitos de admissibilidade recursal ou pressupostos recursais: Podem ser classificados como:
a) Extrínsecos ou objetivos: dizem respeito a fatores externos à decisão judicial que se pretende impugnar, os aspectos de forma dos recursos, tais como tempestividade, preparo, regularidade de representação ou regularidade formal, cabimento (previsão legal) e inexistência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito de recorrer.
b) Intrínsecos ou subjetivos: dizem respeito a fatores internos à decisão judicial que se pretende impugnar. São eles: Capacidade, Legitimidade para recorrer, Interesse recursal; 
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Previsão legal ou Cabimento - A decisão judicial deverá ser passível de impugnação mediante recurso e este deve ser adequado.
Tempestividade - TST afastou o caráter extemporâneo ou prematuro do recurso interposto antes da publicação de acórdão, cancelando a Súmula 434.
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Regularidade de representação 
O TST entende que o ius postulandi ou Jus postulandi das partes, conforme determina Art. 791 CLT, limita-se as Varas dos Trabalho e os TRT’s, não alcançando ação rescisória, ação cautelar, mandado de segurança e os recursos de competência do TST. (Súmula 425 TST).
Mandato tácito – OJ 286 SDI 1
Irregularidade de representação – Súmula 383 TST
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Regularidade de representação 
Súmula nº 436 do TST - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. PROCURADOR DA UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO FEDERAL, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS. JUNTADA DE INSTRUMENTO DE MANDATO (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 52 da SBDI-I e inserção do item II à redação) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 
I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. 
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
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Preparo: pagamento de custas processuais e depósito recursal.
Art. 899 - § 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vezes o salário-mínimo regional, nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância. Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por simples despacho do juiz. 
Súmula nº 161 do TST - DEPÓSITO. CONDENAÇÃO A PAGAMENTO EM PECÚNIA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - Se não há condenação a pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 899 da CLT (ex-Prejulgado nº 39).
Ato 247/2019 TST - o limite do depósito para a interposição de recurso ordinário passa a ser de R$ 9.828,51. Nos casos de recurso de revista, embargos, recurso extraordinário e recurso em ação rescisória, o valor será de R$ 19.657,02.
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Deserção de Recurso Processual. É o abandono do recurso pelo recorrente, caracterizado pela falta de preparo no prazo legal. 
Súmula nº 245 do TST - DEPÓSITO RECURSAL. PRAZO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 - O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo ao recurso. A interposição antecipada deste não prejudica a dilação legal.
Art. 789 - § 1o As custas serão pagas pelo vencido, após o trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal.  
Lei 5.584/70 – Art. 7º A comprovação do depósito da condenação (CLT, art. 899, §§ 1º a 5º) terá que ser feita dentro do prazo para a interposição do recurso, sob pena de ser este considerado deserto. 
Valor das custas = Art. 789-A CLT
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Não se aplica deserção: 
De recurso da massa falida por falta de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação (Súmula 86 do TST)
Art. 790-A CLT
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Legitimidade
A legitimidade para a interposição de recurso está disciplinada no art. 996 do
CPC/2015, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho.
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Negar seguimento a recurso é pura e simplesmente impedir que seja apreciado pelo colegiado; relator nota que, caso contrário, será perda de tempo. E em atenção ao princípio da economia processual tranca o trâmite do recurso.
Art. 897 - Cabe agravo, no prazo de 8 (oito) dias:  
 b) de instrumento, dos despachos que denegarem a interposição de recursos.  
O agravo de instrumento, no processo de trabalho, é cabível contra decisão que denega seguimento ao recurso de um grau para outro de jurisdição, ou seja, tem a função de destrancar o recurso que ainda não subiu para análise do órgão superior.
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Obs.: 
O conhecimento do recurso quer dizer que ele atende a todos os requisitos de admissibilidade e o provimento significa que a decisão proferida pelo Tribunal modificou a sentença favoravelmente a quem recorreu 
Se ausentes quaisquer dos requisitos que visam a admissibilidade do recurso, o mesmo não será conhecido e o recurso não tem seguimento.
Caso conhecido o recurso (pois encontram-se presentes os requisitos de admissibilidade) será feito, então, o juízo de mérito, que corresponde à possibilidade de acolher(prover) ou não o pedido.
  
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Juízo de Mérito: após a preliminar da admissibilidade,cumpre apreciar a matéria impugnada para acolhê-la, caso fundada, ou rejeitá-la, caso infundada. O objeto do juízo de mérito é o próprio conteúdo da impugnação à decisão recorrida.