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/ Linguagens da Arte e Regionalidades Aula 10: Intercâmbio entre as linguagens da arte – Literatura e música Apresentação Na aula de hoje, �nalizaremos os nossos estudos de Linguagens da Arte e Regionalidades com o tema literatura e música. Objetivos Reconhecer os aspectos históricos da relação entre música e literatura; Relacionar fontes literárias com a produção musical contemporânea; Identi�car os elementos estéticos que aproximam a poesia da letra de música; Conhecer a posição dos críticos em relação ao reconhecimento da letra de música como poesia. A música é uma manifestação cultural comum a todos os povos e comunidades. O desenvolvimento de ritmos harmônicos sempre fez parte tanto das cortes, para �ns de entretenimento da nobreza, quanto das aldeias, atenuando o esforço do trabalho dos camponeses. A música vence as fronteiras do espaço, do tempo e da língua. Para os antigos gregos, a música acompanhava diversas atividades humanas e, dentre elas, as representações teatrais, com a utilização de coros, e a poesia, sempre declamada por um aedo com o acompanhamento de liras. Daí o surgimento da expressão “poesia lírica”. Aedo grego / Na Idade Média, a relação entre literatura e música intensi�ca-se. A �gura do trovador ou jogral, um artista que vive da elaboração de poemas musicados, expande- se pela Europa e as suas composições chegam aos nossos dias, normalmente classi�cadas como cantigas trovadorescas ou medievais. Essas cantigas, que uniam poema e música, inauguraram alguns comportamentos em relação ao amor e à sociedade que hoje vemos reproduzidos na literatura e na música. As cantigas trovadorescas marcaram a cultura ocidental e estão na origem de muitas composições musicais brasileiras. Classi�cadas como cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio e maldizer, essas peças musicais são estudadas como arte literária, visto que apenas as letras compostas pelos trovadores chegaram até nossos dias. Comentário As cantigas de amor representam o amor espiritual e eterno de um trovador por uma Dama (ou Dona). Por não ser correspondido, em virtude da diferença de classes sociais, esse amor provoca sofrimento e desejos de morrer no trovador, que não revela a ninguém seu sentimento por respeito à amada. As Fontes Literárias da Música Popular Brasileira A Cultura Medieval e a Música Contemporânea Esse modelo de amor consagrou-se ao longo dos séculos, sendo expresso em diversos romances, poemas e composições musicais. Amor passou a rimar com dor, morte, sonhos, segredos. É fácil notar a in�uência das cantigas de amor na música popular brasileira quando comparamos as letras das cantigas de amor com a música “Meu Bem Querer”, de Djavan. / A dona que eu am’e tenho por senhor amostráde-mi-a Deus, se vos en prazer for, se non, dáde-mi a morte. Bernal de Bonaval (séc. XII) - fragmento Ai eu de mim, e que será? Que fui tal dona querer ben a que non ouso dizer ren de quanto mal me faz haver. E feze-a Deus parecer melhor de quantas no mund'ha. Nuno Fernandes Torneol (séc. XIII) - fragmento Meu bem querer É segredo, é sagrado Está sacramentado Em meu coração Meu bem querer Tem um quê de pecado Acariciado pela emoção Meu bem querer Meu encanto, estou sofrendo tanto Amor, e o que é o sofrer Para mim que estou Jurado pra morrer de amor (Djavan) É evidente a relação entre os dois tipos de composição: o “bem querer”, o segredo, o sofrimento e o desejo de morrer por amor. Comentário Notas: as cantigas trovadorescas, em sua maior parte, foram escritas em galaico-português. Assim, a palavra “senhor” corresponde à “senhora”; “ren” = coisa (referência à senhora, em tom cordial). / Outra modalidade de cantiga trovadoresca que marca o nosso cancioneiro popular são as cantigas de amigo. Apesar de compostas e cantadas por trovadores, o eu lírico constituído é feminino. Essas cantigas representam a relação amorosa entre um homem �dalgo ou cavaleiro (da Corte) e a mulher aldeã (camponesa ou pastora). O amor, nesse caso, é carnal e, após a entrega amorosa, a mulher é abandonada pelo homem amado. Suas con�dências e lamentos são temas das cantigas de amigo. São várias as referências, na música popular brasileira, a essas fontes. No entanto, o mais comum, nos meios acadêmicos, é associar as cantigas de amigo às composições musicais de Chico Buarque de Holanda, artista que é comumente chamado de “trovador”. Além de suas músicas fazerem referência aos mesmos temas, há a coincidência de Chico Buarque emprestar sua voz para o eu lírico feminino que ele traduz. "Ai, Deus, que doo que eu de mí hei, porque se foi meu amigu'e fiquei pequena e del namorada." - Pero de Veer – séc. XII – fragmento Ai Deus, que dó que eu de mim tenho, porque se foi meu amigo e �quei sozinha e dele enamorada.(Paráfrase) Nota: amigo = namorado. / "O que será ser só Quando outro dia amanhecer Será recomeçar Será ser livre sem querer O que será ser moça e ter E vergonha de viver " - Abandono - Edu Lobo/Chico Buarque – fragmento "Ai ondas que eu vin veer, se me saberedes dizer por que tarda meu amigo sen mí? Ai ondas que eu vin mirar, se me saberedes contar por que tarda meu amigo sen mí?" - Martim Codax – séc. XIII-XIV "(...)O seu homem foi-se embora, Prometendo voltar já. Mas as ondas não têm hora, Morena, De partir ou de voltar. Passa a vela e vai-se embora Passa o tempo e vai também. Mas meu canto ‘inda lhe Implora, morena, Agora, morena, vem." - Morena dos olhos d’água – Chico Buarque - fragmento Nas duas composições, observamos o tema do abandono e da tristeza do eu lírico feminino. Estudos mais recentes têm estabelecido uma relação entre as cantigas de escárnio e maldizer e as letras dos funks cariocas. Compostas pelos mesmos trovadores medievais, essa modalidade de cantigas tinha o objetivo especí�co de satirizar �guras da Idade Média e criticar determinados comportamentos sociais, como se identi�ca, hoje, no funk. Trata-se, no caso, de uma proposta de processo criativo e não de in�uências diretas dos textos medievais sobre essas manifestações culturais especí�cas. Chico Buarque de Holanda – Trovador Moderno / Propostas Estéticas dos Movimentos Literários na Música Popular Brasileira As in�uências literárias sobre a música popular brasileira não se limitam a uma retomada direta – a que se chama intertextualidade – de elementos dos textos poéticos. As propostas estéticas dos movimentos literários também deixaram modelos que são assimilados pela sociedade e se repetem na música contemporânea. O Romantismo é, seguramente, a maior fonte de in�uência para os compositores modernos. O modelo de amor ideal e o sofrimento por amor, inaugurados pelas cantigas de amor e aprimorados pelo movimento romântico, particularmente a partir do século XIX, são constantes no cancioneiro popular nacional. Nas composições abaixo, é apresentado um dos temas mais constantes do Romantismo: a dor da separação. "(...) Hoje, segues de novo... Na partida Nem o pranto os teus olhos umedece, Nem te comove a dor da despedida. E eu, solitário, volto a face, e tremo, Vendo o teu vulto que desaparece Na extrema curva do caminho extremo. " - Nel Mezzo del Camin... – Olavo Bilac – fragmento "(...)E agora tudo bem Você partiu para ver Outras paisagens E o meu coração embora Finja fazer mil viagens Fica batendo parado Naquela estação (...)" - Naquela Estação – (João Donato/ Caetano Veloso/Ronaldo Bastos – fragmento) / Nos anos 70, o cenário musical brasileiro estava limitado pela censura. Alguns compositores, como Chico Buarque, conseguiam ludibriar os censores com metáforas difíceis de serem interpretadas e enviavam à nação suas mensagens contra a ditadura. No entanto, a maior parte dos artistas não encontrava espaço para criar livremente. É nesse período que invadem as rádios músicas nas quais podem ser identi�cadas as marcas do movimento literário denominado Arcadismo, o qual pregava a simplicidade da vida no campo, o amor tranquilo, a abdicação dos ideais revolucionários. Há uma interessante relação entrehistória, literatura e música que podemos estabelecer. No século XVIII, época do Arcadismo, o mundo vivia uma grande revolução. A burguesia assumiu o poder com a Revolução Francesa (1789) e ameaçava as monarquias constituídas. No mesmo ano, a Coroa portuguesa debelava uma revolta, no Brasil, contra a cobrança de impostos abusivos, revolução essa que �cou conhecida como Incon�dência Mineira. No entanto, a poesia, indiferente a esses fatos, tratava de temas bucólicos. Em nosso país, algo semelhante acontecia na década de 70: em meio a revoltas contra a ditadura, a música que fazia sucesso nas rádios também pregava o equilíbrio, a serenidade, a paz da vida no campo. Em 1971, Elis Regina gravou a música “Casa no Campo”, de Zé Rodrix e Tavito: “Eu quero uma casa no campo / Onde eu possa compor muitos rocks rurais / E tenha somente a certeza / Dos amigos do peito e nada mais / Eu quero uma casa no campo / Onde eu possa �car do tamanho da paz (...)”. Em 1975, o cantor Gilson fez sucesso com uma composição sua e de Joran chamada “Casinha Branca”, que repetia os ideais árcades: “Eu queria ter na vida simplesmente / Um lugar de mato verde / Pra plantar e pra colher / Ter uma casinha branca de varanda / Um quintal e uma janela / Para ver o sol nascer”. Relançada recentemente, a música “Além do Horizonte” (1975), de Eramos Carlos e Roberto Carlos, retoma os elementos estéticos da literatura árcade. "Enquanto pasta alegre o manso gado, minha bela Marília, nos sentemos à sombra deste cedro levantado. Um pouco meditemos na regular beleza, que em tudo quanto vive nos descobre a sábia Natureza." - Lira XIX – Tomás Antonio Gonzaga – fragmento / "Além do horizonte deve ter Algum lugar bonito Pra viver em paz Onde eu possa encontrar A natureza Alegria e felicidade Com certeza Lá nesse lugar O amanhecer é lindo Com flores festejando Mais um dia que vem vindo Onde a gente pode Se deitar no campo Se amar na relva Escutando O canto dos pássaros " - Erasmo Carlos e Roberto Carlos - fragmento "(...)Vem, ó Marília, vem lograr comigo Destes alegres campos a beleza, Destas copadas árvores o abrigo: Deixa louvar da corte a vã grandeza: Quanto me agrada mais estar contigo Notando as perfeições da Natureza!” " - Soneto de Bocage – fragmento A proposta do eu lírico, nas três composições, é a mesma: um convite à amada para viverem juntos uma vida simples no campo. Apropriação da Poesia Pela Música: O Poema Musicado É comum que grandes compositores se dediquem a criar melodias para poemas conhecidos ou adaptar poemas a uma nova composição. Essa proposta estreita ainda mais a relação entre literatura e música, consolidando um diálogo entre as duas manifestações artísticas. / Famosos poemas foram musicados ou serviram de inspiração para grandes letristas. Chico Buarque, mais uma vez, destaca-se nesse trabalho. A sua bela leitura do poema “Morte e Vida Severina”¹ (1956), de João Cabral de Melo Neto, levou o poeta a ser premiado no Festival de Nancy (1966). Chico Buarque continua seu projeto, e vários outros poemas tornam-se a semente de belas composições. Em 1968, o cantor e compositor participou do III Festival Internacional da Canção apresentando a música “Sabiá”, em intertextualidade com o poema romântico de Gonçalves Dias “Canção do Exílio”. A música era um protesto contra a ditadura, fazendo uma alusão aos opositores do governo que foram exilados. Mas o público não entendeu a proposta e vaiou a apresentação, que contava também com Tom Jobim e Cybele e Cynara, do Quarteto em Cy2. Leitura Leia o poema na íntegra. "Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá." - Canção do Exílio, Gonçalves Dias - fragmento javascript:void(0); / "Vou voltar, sei que ainda Vou voltar para o meu lugar Foi lá, é ainda lá Que eu hei de ouvir Cantar uma sabiá Cantar uma sabiá" - Tom Jobim e Chico Buarque - fragmento Apresentação da música “Sabiá”: Tom Jobim, Cybele e Cyrana e Chico Buarque. São incontáveis as intertextualidades entre a literatura e a música brasileira. Adriana Calcanhoto fez uma melodia para o poema “O Outro”, do poeta português Mário de Sá-Carneiro; também encantada com a poesia portuguesa, Maria Bethânia gravou CDs com poemas de Fernando Pessoa e de seus heterônimos, além de outros poetas lusitanos, como Manuel Alegre e Sophia de Mello Breyner Andressen; Fernando Pessoa, dos mais citados, possui versos retomados por Caetano Veloso, como “A língua é minha pátria”. Adriana Calcanhoto, Maria Betânia e Caetano Veloso O cantor Raimundo Fagner alcançou enorme sucesso com poemas musicados, dos quais se destacam “Canteiros”, apropriação do poema “Marcha” de Cecília Meireles; “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar; e “Fanatismo”, de Florbela Espanca. E Renato Russo, líder da banda de rock Legião Urbana, fez história com a música Monte Castelo, a qual unia um texto bíblico ao famoso soneto de Luís Vaz de Camões: “O amor é fogo que arde sem se ver... / Raimundo Fagner Renato Russo Os Estudos Acadêmicos Sobre Música Popular Há muito a música foi incluída nos estudos acadêmicos em comparação com a literatura. A importância das composições musicais brasileiras foi reconhecida pelos institutos de Letras e, hoje, é possível estudar tanto uma relação entre os dois tipos de arte – literatura e música – quanto reconhecer que a letra de uma música pode, sim, ser considerada poesia. Vários críticos literários têm se dedicado ao tema, entre eles, José Miguel Wisnik e Luiz Tatit. Ambos consideram que a música brasileira conquistou um lugar tão especial quanto o que vinha sendo ocupado pela poesia. José Miguel Wisnik especi�ca a relação entre música e literatura: "O surgimento, na segunda metade do século XX, de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Antônio Cícero, reafirma esta singularidade da cultura brasileira. Eles, e outros, alternam e combinam a atividade de músicos com intervenções importantes na cultura letrada. Chico Buarque através de romances, Caetano Veloso em ensaios e Antônio Cícero em livros de filosofia e poesia." - O Globo javascript:void(0); / Luiz Tatit, professor da USP, poeta, letrista e cantor, no documentário “Palavra (en)cantada”, de Helena Solberg e Marcio Debellian, busca referências mais internas da relação entre música e poesia e lembra que a canção depende basicamente da melodia da fala, especialmente no Brasil, país de forte tradição oral. O poema concreto, estudado na aula 8 em sua relação com as artes plásticas, mais uma vez se destaca em nossos estudos, visto serem estabelecidas relações entre a estética concretista e as músicas do Tropicalismo. O poeta concretista Augusto de Campos, em matéria de jornal, elogiou a música “Boa Palavra”, de Caetano Veloso, composta em 1966. Caetano Veloso Caetano Veloso, reconhecido como um dos maiores poetas da música brasileira, curiosamente é associado ao movimento concretista com a mesma frequência com que é apontado como o mais barroco de nossos compositores. Sem dúvida, o trabalho com a linguagem elaborado por Caetano Veloso faz merecer a denominação de poesia para as letras de suas canções. Todos os teóricos reconhecem que, hoje, quem discute música é o crítico de literatura e o acadêmico, os quais deslocam, com frequência, seu centro de interesse do livro para a música. Silviano Santiago apresenta uma explicação para esse fato: “o atraso da literatura com relação a outras formas de expressão artística”. E explica: / "Tal atraso tem sua razão de ser no fato de a nova geração olhar com tremendo pouco caso a comunicação verbal e de considerar ainda com violento desprezo o que se define hoje como escritura. E também porque, do ponto de vista sociológico, estejamos diante de uma geração que curte o gregário, estando, pois, impossibilitada de aceitar a regra maior para a leitura do texto literário, a solidão." - Silviano Santiago, 2000 Não há dúvida de que a música assumiu um lugar de destaque na pirâmide da cultura nacional. É verdade que, tendo razão Silviano Santiago,isso é consequência de um comportamento cultural negativo, que é a autodestruição de nossa existência como leitores críticos e competentes. Talvez por isso poetas transitem entre o texto e a música, como Antônio Cícero e Arnaldo Antunes. Seja como for, temos sido presenteados com poemas em forma de música por Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Adriana Calcanhoto, Lenine, Zeca Baleiro, Zélia Duncan, Ana Carolina e tantos outros compositores que têm assumido a missão de desenvolver a nossa cultura contemporânea. Quem sabe não seja a hora de trilharmos o caminho de volta: reconhecer, através da música, o valor da poesia e voltarmos a ser leitores críticos e competentes? Notas Referências AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2004. BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e �loso�a da linguagem. São Paulo: Editora Hucitec, 2004. BOSI, Alfredo. Re�exões sobre a arte. São Paulo: Ática, 1991. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2005. DURIGAN, Jesus Antônio. Erotismo e literatura. São Paulo: Ática, 1986. HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 2007. HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2003. JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. São Paulo: Papirus Editora, 2009. ROSENFELD, Anatol. Cinema: arte & indústria. São Paulo: Perspectiva, 2002. SANTIAGO, Silviano. Literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. SODRÉ, Nelson Werneck. Síntese de história da cultura brasileira. Rio de Janeiro: Bertrand, 2003. TINHORÃO, José Ramos. História social da música popular brasileira. São Paulo: Ed. 34, 2005. VIANNA, Hermano. Mistério do samba. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2004. Bibliogra�a complementar: BOSI, Alfredo. “Sobre alguns modos de ler poesia: memórias e re�exões”. in. Leitura de poesia. São Paulo: Ática, 1996. LIPOVETSKY, Gilles. “Narcisismo ou a estratégia do vazio”, “Modernismo e pós-modernismo”. in. A era do vazio. São Paulo: Manole, 2006. / Próxima aula Explore mais
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