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Antonio Marcos Nascimento dos Santos ANÁLISE EXERGÉTICA NO PROCESSO DE AQUECIMENTO DE LICOR POBRE EM UMA REFINARIA DE ALUMINA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos – Mestrado Profissional, PPGEP/ITEC, da Universidade Federal do Pará, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Processos. Orientadores: Clauderino da Silva Batista Emanuel Negrão Macêdo Belém Junho de 2015 ANÁLISE EXERGÉTICA NO PROCESSO DE AQUECIMENTO DE LICOR POBRE EM UMA REFINARIA DE ALUMINA Antonio Marcos Nascimento dos Santos DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE PÓS- GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA PROCESSOS – MESTRADO PROFISSIONAL (PPGEP/ITEC) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA DE PROCESSOS. Examinada por: ________________________________________________ Prof. Clauderino da Silva Batista, D.Eng. (PPGEP/ITEC/UFPA - Orientador) ________________________________________________ Prof. Emanuel Negrão Macêdo, D.Sc. (PPGEP/ITEC/UFPA - Coorientador) ________________________________________________ Prof. Edilson Marques Magalhães, D.Eng. (PPGEP/ITEC/UFPA - Membro) ________________________________________________ Prof. Marcelo José Raiol Souza, D.Eng. (CCNT/UEPA - Membro) BELÉM, PA – BRASIL JUNHO 2015 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da UFPA Santos, Antonio Marcos Nascimento dos, 1981- Análise exergética no processo de aquecimento de licor pobre em uma refinaria de alumina / Antonio Marcos Nascimento dos Santos. - 2015. Orientador: Clauderino da Silva Batista; Coorientador: Emanuel Negrão Macêdo. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Tecnologia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos, Belém, 2015. 1. Calor- Transferência. 2.Exergia 3. Alumínio – Indústria - Consumo de energia. I. Título CDD 22.ed. 621.4022 iv Este trabalho é dedicado aos meus pais e à minha esposa pelo amor e incentivo constantes. v AGRADECIMENTOS Ao amigo Professor Clauderino da Silva Batista pela orientação, incentivo e ajuda na elaboração e composição do trabalho. Ao Professor Emanuel Negrão Macêdo pela orientação, ajuda, incentivo e colaboração na realização do trabalho. Aos colegas da Hydro Alunorte pelo incentivo e colaboração. À Hydro Alunorte pelo incentivo dado ao seu corpo técnico para se qualificar em nível de pós-graduação. Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Processos da Universidade Federal do Pará pela oportunidade dada em cursar uma pós-graduação em nível de mestrado. vi Resumo da Dissertação apresentada ao PPGEP/UFPA como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Processos (M.Eng.) ANÁLISE EXERGÉTICA NO PROCESSO DE AQUECIMENTO DE LICOR POBRE EM UMA REFINARIA DE ALUMINA Antonio Marcos Nascimento dos Santos Junho/2015 Orientadores: Clauderino da Silva Batista Emanuel Negrão Macêdo Área de Concentração: Engenharia de Processos Este trabalho tem a finalidade de identificar diferentes pontos de perdas de energia através de balanços de exergia em cada trocador de calor que aquece o licor pobre utilizado no processo Bayer para a extração da alumina na área da digestão. Para este estudo foram realizados balanços de energia e exergia nos trocadores de calor que recebem vapor vivo diretamente das caldeiras e também nos trocadores de vapor regenerativo que recebem a energia a partir da polpa digerida através da expansão nos flash tanques. Por meio de dados de processo, foi possível identificar, através dos balanços, qual a carga de energia recebida e a exergia destruída em cada trocador de calor em todas as etapas de aquecimento do licor pobre. O estudo ainda mostrou que em todos os trocadores há possibilidade de aumento de desempenho, uma vez que o valor de exergia do lado do casco nesses trocadores é bem maior que a exergia absorvida do lado dos tubos. Também foi feito um estudo comparativo entre os dados de projeto e os dados de processo para as variáveis como: consumo de vapor, energia gerada, temperatura do vapor, gradiente de temperatura nos trocadores, temperatura de entrada e saída do licor pobre, assim como foi feito comparação dos balanços de energia com dados de processo as variáveis: temperatura de entrada e saída do licor pobre, onde se observou uma boa concordância dos dados de projeto com os dados do balanço de massa, posteriormente também foi feita a validação do balanço de massa com os dados de processo, sendo o resultado bastante satisfatório. Essas validações e comparações foram necessárias para a análise mais importante do estudo que foi a análise exergética em todos os seis trocadores de calor. Essa análise propiciou a identificação de perdas significativas de energia nos trocadores 4 e 5. Com base nesses resultados foi feita uma análise exergoeconômica nesses trocadores, onde foi evidenciado perdas significativas de eficiência energética e por consequência perdas financeiras, servindo como ponto de partida para ações futuras de recuperação de energia e redução de custos operacionais. vii Abstract of Dissertation presented to PPGEP/UFPA as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master in Process Engineering (M.Eng.) EXERGY ANALYSIS IN THE HEATING PROCESS OF SPENT LIQUOR IN AN ALUMINA REFINERY Antonio Marcos Nascimento dos Santos June/2015 Advisors: Clauderino da Silva Batista Emanuel Negrão Macêdo Research Area: Process Engineering This work aims to identify points of higher energy losses through exergy balances in each heat exchanger that heats the spent liquor used in the Bayer process for the extraction of alumina in the area of digestion. For this study, energy and exergy balances were performed in the heat exchangers that receive live steam directly from boilers and also in regenerative steam exchangers that receive energy from digested slurry through expansion in the flash tank. By using process data, it was possible to identify, through balance sheets, which the load of incoming energy and the exergy destroyed in each heater in all heating steps spent liquor. The study also showed that in all the heat exchangers is possible to increase performance, since the exergy value of these exchangers shell side is much larger than the exergy of the absorbed side of the tubes. It was also made a comparative study of the design data and process data for variables such as consumption of steam, generated energy, steam temperature, temperature gradient in the exchangers, inlet temperature and output of spent liquor, as was made comparison of energy balances with the variable process data: inlet temperature and output of spent liquor, where there was a good convergence of design data with the mass balance data. Subsequently was also made mass balance validation with the process data, with the very good results. These validations and comparisons were required for analysis of the most important study was exergy analysis in all six heat exchangers. This analysis led to the identification of significant energy losses in heat exchangers four and five. Based on these results it was made a exergoeconomic analysis in these exchangers, where it was shown significant loss of energy efficiency and consequently financial losses, serving as a starting point for future actions of energy recovery and reducingoperating costs. viii SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO........................................................................... 1 1.1 MOTIVAÇÃO.................................................................................................... 1 1.2 OBJETIVOS....................................................................................................... 2 1.2.1 Geral................................................................................................................ 2 1.2.2. Específicos...................................................................................................... 2 1.3 CONTRIBUIÇÕES DA DISSERTAÇÃO......................................................... 2 1.4 SÍNTESE DO TRABALHO.............................................................................. 2 CAPÍTULO 2 - REVISÃO DA LITERATURA.................................................. 4 2.1 CONCEITO DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR........................................... 4 2.1.1 Formas de transferência de calor..................................................................... 4 2.1.1.1 Condução...................................................................................................... 4 2.1.1.2 Convecção.................................................................................................... 4 2.1.1.1 Radiação....................................................................................................... 5 2.2 TROCADORES DE CALOR............................................................................ 5 2.2.1 Trocadores de calor de casco e tubos.............................................................. 5 2.2.2 Coeficiente de troca térmica dos trocadores de calor...................................... 7 2.2.3 Efetividade dos trocadores de calor................................................................. 7 2.2.4 Balanço de energia nos trocadores de calor de casco e tubos......................... 7 2.3 GERAÇÃO DE VAPOR FLASH...................................................................... 9 2.3.1 Gradiente de pressão e temperatura nos estágios de expansão....................... 9 2.3.2 Balanço de energia nos tanques flash.............................................................. 10 2.3.3 Cálculo do fator de geração de vapor flash..................................................... 10 2.4 CENÁRIO ATUAL............................................................................................ 11 2.5 PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA....................................................... 12 2.5.1 Entalpia............................................................................................................ 13 2.5.2. Alguns casos específicos da primeira lei........................................................ 13 2.5.2.1 Processos adiabáticos................................................................................... 13 2.5.2.2 Processos isovolumétricos............................................................................ 13 2.5.2.3 Processos cíclicos......................................................................................... 14 2.6 SEGUNDA LEI DA TREMODINÂMICA....................................................... 14 2.6.1 Enunciados da segunda lei.............................................................................. 14 ix 2.6.2 Variação de entropia em processos internamente reversíveis......................... 15 2.7 EXERGIA.......................................................................................................... 16 2.7.1 Tipos de exergia.............................................................................................. 18 2.7.1.1 Exergia física................................................................................................ 18 2.7.1.2 Exergia química............................................................................................ 18 2.7.1.3 Exergia potencial.......................................................................................... 18 2.7.2 Balanço de taxa de exergia para volume de controle...................................... 19 2.7.3 Exergia e irreversibilidades............................................................................. 20 2.7.4 Análise exergoeconômica................................................................................ 21 CAPÍTULO 3 - MATERIAIS E MÉTODOS...................................................... 22 3.1 BALANÇO DE ENERGIA NO FLASH TANQUE/TROCADOR DE CALOR 4................................................................................................................. 23 3.1.1 Cálculo de massa de vapor que entra no trocador 4........................................ 24 3.1.2 Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 4.................................. 25 3.1.3 Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 4................ 25 3.1.3.1 Cálculo da DTML no trocador 4.................................................................. 26 3.1.3.2 Cálculo do fator de correção da DTML no trocador 4................................. 26 3.1.4 Cálculo da efetividade do trocador 4............................................................... 28 3.1.5 Cálculo de energia disponível para o trocador 4............................................. 29 3.1.6 Cálculo de energia absorvida pelo trocador 4................................................. 30 3.1.7 Cálculo da exergia do trocador 4..................................................................... 30 3.1.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 4...................................... 30 3.1.7.2 Cálculo do exergia do lado dos tubos do trocador 4.................................... 31 3.2 BALANÇO DE ENERGIA NO FLASH TANQUE/TROCADOR DE CALOR 3................................................................................................................. 32 3.2.1 Cálculo de massa de vapor que entra no trocador 3........................................ 33 3.2.2 Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 3.................................. 33 3.2.3 Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 3................ 33 3.2.4 Cálculo da efetividade do trocador 3............................................................... 33 3.2.5 Cálculo de energia disponível para o trocador 3............................................. 33 3.2.6 Cálculo de energia absorvida pelo trocador 3................................................. 34 3.2.7 Cálculo da exergia do trocador 3..................................................................... 34 x 3.2.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 3...................................... 35 3.2.7.2 Cálculo do exergia do lado dos tubos do trocador 3.................................... 35 3.3 BALANÇO DE ENERGIA NO FLASH TANQUE/TROCADOR DE CALOR 2................................................................................................................. 35 3.3.1 Cálculo de massa de vapor que entra no trocador 2........................................ 36 3.3.2 Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 2.................................. 36 3.3.3 Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 2................ 36 3.3.4 Cálculo da efetividade do trocador 2............................................................... 37 3.3.5 Cálculo de energia disponível para o trocador 2............................................. 37 3.3.6 Cálculo de energia absorvida pelo trocador 2................................................. 37 3.3.7 Cálculo da exergia do trocador 2..................................................................... 37 3.3.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 2...................................... 37 3.3.7.2 Cálculo do exergiado lado dos tubos do trocador 2.................................... 38 3.4 BALANÇO DE ENERGIA NO FLASH TANQUE/TROCADOR DE CALOR 1................................................................................................................. 39 3.4.1 Cálculo de massa de vapor que entra no trocador 1........................................ 39 3.4.2 Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 1.................................. 39 3.4.3 Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 1................ 40 3.4.4 Cálculo da efetividade do trocador 1............................................................... 40 3.4.5 Cálculo de energia disponível para o trocador 1............................................. 40 3.4.6 Cálculo de energia absorvida pelo trocador 1................................................. 40 3.4.7 Cálculo da exergia do trocador 1..................................................................... 40 3.4.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 1...................................... 40 3.4.7.2 Cálculo do exergia do lado dos tubos do trocador 1.................................... 40 3.5 BALANÇO DE ENERGIA NO TROCADOR DE CALOR 6.......................... 41 3.5.1 Cálculo de massa de vapor que entra no trocador 6........................................ 41 3.5.2 Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 6.................................. 41 3.5.3 Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 6................ 42 3.5.4 Cálculo da efetividade do trocador 6............................................................... 42 3.5.5 Cálculo de energia disponível para o trocador 6............................................. 42 3.5.6 Cálculo de energia absorvida pelo trocador 6................................................. 42 3.5.7 Cálculo da exergia do trocador 6..................................................................... 42 3.5.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 6...................................... 42 xi 3.5.7.2 Cálculo do exergia do lado dos tubos do trocador 6.................................... 42 3.6 BALANÇO DE ENERGIA NO TROCADOR DE CALOR 5.......................... 42 3.6.1 Cálculo de massa de vapor que entra no trocador 5........................................ 43 3.6.2 Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 5.................................. 43 3.6.3 Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 5................ 43 3.6.4 Cálculo da efetividade do trocador 5............................................................... 44 3.6.5 Cálculo de energia disponível para o trocador 5............................................. 44 3.6.6 Cálculo de energia absorvida pelo trocador 5................................................. 44 3.6.7 Cálculo da exergia do trocador 5..................................................................... 44 3.6.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 5...................................... 44 3.6.7.2 Cálculo do exergia do lado dos tubos do trocador 5.................................... 44 CAPÍTULO 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................ 45 4.1 BALANÇO DE MASSA E ENERGIA.............................................................. 45 4.1.1 Verificação do balanço de massa com os dados de projeto............................ 45 4.2 COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS DE PROJETO E DE PROCESSO..... 46 4.2.1 Consumo de vapor nos trocadores de calor..................................................... 47 4.2.2 Energia gerada para os trocadores de calor..................................................... 47 4.2.3 Temperatura do vapor dos trocadores de calor............................................... 48 4.2.4 Gradiente de temperatura de entrada e saída dos trocadores de calor............. 49 4.2.5 Temperatura de entrada dos trocadores de calor............................................. 49 4.2.6 Temperatura de saída dos trocadores de calor................................................. 50 4.2.7 Comparação dos dados de processo com o balanço de energia...................... 50 4.2.8 Efetividade e coeficiente de troca térmica nos trocadores de calor................ 51 4.2.9 Análise exergética nos trocadores de calor..................................................... 52 4.2.10 Análise exergoeconômica nos trocadores de 4 e 5........................................ 53 4.2.10.1 Cálculo da massa de vapor na exergia destruída........................................ 54 CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES.............................................. 56 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 58 ANEXOS................................................................................................................. 61 xii LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 Vista dos passes dentro de um trocador de calor de casco e tubos.................................................................................................. 6 Figura 2.2 Vista lateral e superior dos trocadores de calor de casco e tubos.................................................................................................. 6 Figura 2.3 Trocador de calor de casco e tubos................................................... 7 Figura 2.4 Área de geração de vapor flash......................................................... 9 Figura 2.5 Tanques de expansão gerador de vapor flash.................................... 10 Figura 2.6 Vista geral do processo de aquecimento de licor pobre.................... 11 Figura 2.7 Volume de controle de uma massa levada até as condições do ambiente............................................................................................ 20 Figura 3.1 Processo de aquecimento do licor pobre........................................... 22 Figura 3.2 Bateria de trocadores de calor de aquecimento do licor pobre.......... 23 Figura 3.3 Sistema flash tanque/trocador de calor 4........................................... 24 Figura 3.4 Determinação do fator de correção da DTML.................................. 27 Figura 3.5 Sistema flash tanque/trocador de calor 3........................................... 32 Figura 3.6 Sistema flash tanque/trocador de calor 2........................................... 36 Figura 3.7 Sistema flash tanque/trocador de calor 1........................................... 39 Figura 3.8 Sistema caldeira/trocador de calor 6................................................. 41 Figura 3.9 Sistema caldeira/trocador de calor 5................................................. 43 Figura 4.1 Temperatura de entrada do licor pobre de projeto versus balanço de massa/energia................................................................................ 45 Figura 4.2 Temperatura de saída do licor pobre de projeto versus balanço de massa/energia.................................................................................... 46 Figura 4.3 Vapor consumido nos trocadores de vapor vivo e regenerativo....... 47 Figura 4.4 Quantidade de energia gerada para os trocadores de calor............... 48 Figura 4.5 Temperatura do vapor nos trocadores de calor................................. 48 Figura 4.6 Gradiente de temperatura nos trocadores de calor............................ 49 Figura 4.7 Temperatura de entrada do licor pobre nos trocadores de calor........ 50 Figura 4.8 Temperatura de saída do licor pobre nos trocadores de calor........... 50 Figura 4.9 Temperatura de entrada do licor pobre de processo versus balanço de energia.......................................................................................... 51 xiii Figura 4.10 Temperatura de saída do licor pobre de processo versus balanço de energia...............................................................................................51 Figura 4.11 Efetividade dos trocadores de calor................................................... 52 Figura 4.12 Coeficiente de troca térmica dos trocadores de calor........................ 52 Figura 4.13 Exergia no lado do casco e no lado dos tubos nos trocadores de calor................................................................................................... 53 Figura 4.14 Exergia destruída nos trocadores de calor......................................... 53 xiv LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 Comparação entre energia e exergia................................................ 18 Tabela 3.1 Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 4........ 24 Tabela 3.2 Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 3........ 33 Tabela 3.3 Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 2........ 36 Tabela 3.4 Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 1........ 39 Tabela 3.5 Dados de processo e do balanço de energia no trocador 6.............. 41 Tabela 3.6 Dados de processo e do balanço de energia no trocador 5.............. 43 Tabela 4.1 Dados de projeto dos trocadores de calor........................................ 46 Tabela 4.2 Dados de processo dos trocadores de calor..................................... 47 Tabela 4.3 Dados da análise exergoeconômica nos trocadores de calor 4 e 5.. 55 xv NOMENCLATURA Cpf Capacidade calorífica do fluido frio (kcal/kg.ºC) LPCp Capacidade calorífica do licor pobre que entra no trocador (kcal/kg.ºC) Cpq Capacidade calorífica do fluido quente (kcal/kg.ºC) !Ed Taxa de destruição de exergia dentro do volume de controle (MW) f Fator de correção da diferença da temperatura média logarítmica eh Entalpia de entrada no tanque (kJ/kg) hlv,vapor,100ºC Diferença entre a entalpia líquido-vapor a 100ºC (kJ/kg) sh Entalpia de saída do tanque (kJ/kg) I Irreversibilidades do sistema (MW) !mcond,q Vazão mássica do fluido quente (t/h) !me Vazão mássica de entrada no tanque (t/h) !mf Vazão mássica do fluido frio (t/h) !mLP Vazão mássica de licor pobre que entra no trocador (t/h) !mV Vazão mássica de vapor que entra no trocador (t/h) !m[ef2- ef1]vap Exergia do lado do casco (MW) !m[ef4- ef3]liq Exergia do lado dos tubos (MW) Q Energia associada ao calor recebido da vizinhança para o sistema (kJ/kg) !Qced Calor cedido pelo fluido quente (kJ/kg) Qr Calor reversível (kJ/kg) !Qrec Calor recebido pelo fluido frio (kJ/kg) Tef Temperatura de entrada do fluido frio (ºC) LPTe Temperatura de entrada do licor pobre que entra no trocador (ºC) Teq Temperatura de entrada do fluido quente (ºC) Tr Temperatura na qual ocorre a transferência de calor reversível (K) Tsf Temperatura de saída do fluido frio (ºC) LPTs Temperatura de saída do licor pobre que entra no trocador (ºC) Tsq Temperatura de saída do fluido quente (ºC) xvi T0 Temperatura ambiente (K) S1 Entropia do condensado que sai do trocador (kJ/kg.ºC) S2 Entropia do condensado que entra do trocador (kJ/kg.ºC) U Coeficiente global de transferência de calor (W/m².K) W Energia associada ao trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinhança (kJ/kg) lVhΔ Variação de entalpia do vapor saturado que entra no trocador (kJ/kg) ΔEc Variação de energia cinética (kJ/kg) ΔEp Variação de energia potencial (kJ/kg) ΔU Variação de energia interna (kJ/kg) ΔS Variação de entropia do licor pobre (kJ/kg.ºC) ΔTln Diferença de temperatura média logarítmica (K) ε Efetividade térmica do trocador de calor !mee∑ !θfe Transferência de exergia com a massa que entra no volume de controle (kJ/kg) !mss∑ !θfs Transferência de exergia com a massa que sai do volume de controle (kJ/kg) 1 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO No atual capítulo é explanado os principais objetivos e as motivações para o estudo de eficiência energética no processo de aquecimento de licor pobre em uma refinaria de alumina, utilizando conceitos de exergia e análise termo econômica em trocadores de calor que usam vapor vivo, assim como trocadores que usam vapor regenerativo. 1.1-MOTIVAÇÃO Atualmente, por conta da crescente necessidade de aperfeiçoar seus processos a fim de reduzir seus custos operacionais e garantir competitividade no mercado, tem levado as indústrias a buscar novas formas de fazer uso dos recursos energéticos. Essa busca incessante por melhores resultados operacional, com o uso racional das fontes de energia têm sido determinante para a própria sobrevivência das empresas nos momentos de retração da economia mundial. Nestas indústrias uma das fontes de energia mais amplamente usada é o vapor. Segundo FRANCESCHINI (1982), o uso de vapor como fonte calor tem sido usado largamente em função da sua capacidade de armazenar e transportar enormes quantidades de energia. MANCINTYRE (1996) relatou que o vapor pode ser deslocado entre pontos distantes de forma econômica, permitindo um controle das perdas através desse deslocamento, tornando-as relativamente reduzidas. No processo de produção de alumina através da extração com hidróxido de sódio, que é chamado de processo Bayer, a reação ocorre em digestores, sob determinadas condições de temperatura e pressão. Apesar de que parte da energia usada no processo de produção de alumina é recuperada na forma de vapor flash, ainda há uma enorme oportunidade de redução no consumo de vapor vivo gerados nas caldeiras, isso porque no processo de aquecimento do licor pobre existem condições de perdas de energia que necessitam ser mapeadas e acompanhadas, pois impactam na eficiência dos 2 trocadores de calor, que por consequência fazem aumentar o consumo de vapor vivo que é um dos insumos que mais oneram os custos operacionais em uma refinaria de alumina. 1.2-OBJETIVOS 1.2.1 - Geral Uma vez que a produção de vapor é um dos insumos que oneram os custos de produção em uma refinaria de alumina, este trabalho tem como objetivo identificar pontos no processo de aquecimento de licor pobre com maior desperdício de energia utilizando técnicas de balanço exergético. 1.2.2 - Específicos − Identificar os equipamentos que mais desperdiçam energia. − Quantificar essas perdas, transformando-as em perdas financeiras. − Após mapear os pontos, possibilitar a implantação de ações que irão reduzir as perdas de energia e aumentar o tempo de campanha das baterias. − Calcular o coeficiente de troca térmica e a efetividade dos trocadores de calor. 1.3-CONTRIBUIÇÕES DA DISSERTAÇÃO O sistema de aquecimento de licor pobre é a região em o todo processo Bayer de maior temperatura e usa o vapor como fonte de aquecimento dos fluxos que entram nos digestores para a extração da alumina. Por se tratar de um insumo caro de produzir, qualquer fonte de desperdício de vapor acaba gerando enormes perdas financeiras. Este trabalho oferece um mapeamento dos pontos de maior perda de energia, quantificando- os em perdas financeiras, afim de que se possa tomar como ponto de partida para desencadear ações objetivando reduzir ou eliminar tais perdas 1.4-SÍNTESE DO TRABALHO O capítulo introdutório mostra os objetivos que o trabalho pretende alcançar, as motivações que levaram ao estudo do assunto e as contribuições deixadas dentro de uma indústria como forma de reduzir os custos de produção. 3 O capítulo 2 aborda a revisão da literatura, procurando enfatizar as principais contribuições com relação ao estudo da primeira e segunda lei da termodinâmica, assim como balanços de energia e análise exergética com desdobramento em exergoeconomia. Também foram abordados assuntos sobre trocadores de calor de casco e tubos e sistema de recuperaçãode vapor flash através de redução de temperatura e pressão. O capítulo 3 apresenta os balanços de energia e exergia em cada trocador de calor. Nos trocadores de calor de vapor regenerativo o balanço foi feito em conjunto com sistema de geração de vapor flash que recupera o vapor para ser novamente usado no aquecimento do licor pobre. Nos trocadores de vapor vivo o balanço foi feito diretamente com o vapor enviado das caldeiras. Também neste capítulo foi determinado em cada trocador o valor do coeficiente de troca térmica pelo método da DTML, assim como o cálculo da efetividade. O capítulo 4 revela os resultados dos balanços de energia e exergia, já identificando os trocadores de calor com maiores perdas de exergia e mostra também a análise exergoeconômica nesses trocadores, quantificando as perdas financeiras. Também nos mostra uma comparação entre os dados de projeto dos trocadores com os valores de processo obtidos em planta, assim com a comparação entre os valores obtidos através do balanço de massa e energia com os valores de processo. O capítulo 5 traz as conclusões referentes aos resultados encontrados no trabalho e apresenta as sugestões para implementações posteriores. 4 CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 - CONCEITO DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR É a energia em trânsito devido a uma diferença de temperatura, na qual o processo de propagação de calor é transmitido sempre de uma região de maior temperatura para uma região de menor temperatura (ÖZIŞIK, 1990). 2.1.1 - Formas de transferência de calor Existem três mecanismos distintos de transferência de calor: condução, convecção e radiação, no qual se combinam controlando a distribuição de temperatura de um determinado meio, o que faz com que esses mecanismos não possam ser isolados inteiramente um dos outros (ÖZIŞIK, 1990). 2.1.1.1 - Condução É a forma de transferência de calor em que a troca de energia ocorre de uma região de alta temperatura para uma região de baixa temperatura pelo movimento cinético ou pelo impacto direto das moléculas (ÖZIŞIK, 1990). É a transferência de energia que ocorre entre moléculas, sem haver necessariamente deslocamento dessas moléculas, que pode ser sólido ou fluído em contato físico em função de uma diferença de temperatura (MANCINTYRE,1996). 2.1.1.2 - Convecção Segundo MORAN e SHAPIRO (2009), convecção é a transferência de energia que ocorre entre uma superfície sólida e um fluído em movimento em função da diferença de temperatura entre eles. Para ÖZIŞIK (1990), um exemplo de convecção é quando um fluído escoa sobre um corpo sólido ou dentro de um canal com temperaturas diferentes entre eles e em consequência desse escoamento há transferência de calor 5 entre o fluído e a superfície sólida devido ao movimento do fluído em relação à superfície. 2.1.1.3 - Radiação É a transferência de energia que ocorre quando há mudança de configuração eletrônica dos átomos ou moléculas através da emissão de ondas eletromagnéticas. Essa transferência de energia ocorre sem necessidade de um meio de propagação e pode ocorrer até no vácuo (MORAN e SHAPIRO, 2009). 2.2 - TROCADORES DE CALOR Trocadores de calor são equipamentos utilizados em grande quantidade no setor industrial, dando suporte para os mais diversificados processos de engenharia. Dentre os mais usuais destacam-se os trocadores de casco e tubos por se tratar de equipamentos versáteis e apresentarem inúmeras vantagens tais como: custo, fabricação e principalmente desempenho térmico (BICCA, 2006). Esses equipamentos possuem diversas aplicações industriais como em sistemas automotivos, geração de energia e processos químicos, além de aplicações em sistemas de aquecimento doméstico (MORAN e SHAPIRO, 2009). São equipamentos que facilitam a transferência de calor entre dois ou mais fluídos em temperaturas diferentes e nos tipos mais comuns de trocadores, os mecanismos de transferência de calor são por condução e convecção (ÖZIŞIK, 1990). 2.2.1 - Trocadores de calor de casco e tubos São equipamentos que tem na sua constituição básica um feixe de tubos envolvidos por um casco normalmente de geometria cilíndrica, onde circula um fluxo externo ao feixe e outro pelo interior dos tubos. Nesses trocadores uma das características mais importantes é quantidade de passes que os fluxos estarão submetidos tanto no lado dos cascos como no lado dos tubos como mostra a figura 2.1. 6 Seus componentes principais são: cabeçote de entrada, cabeçote de retorno, o casco e o feixe de tubos (BICCA, 2006). Figura 2.1 – Vista das disposições dos passes dentro do trocador de casco e tubos. Segundo INCROPERA e DEWITT (1998), o desempenho da transferência de calor pode ser fortemente impactado pelas condições de mistura dos fluídos, uma vez que a variação de temperatura pode ser percebida em mais de uma direção. Figura 2.2 – Vista lateral e superior dos trocadores de calor de casco e tubos. 7 2.2.2 - Coeficiente de troca térmica dos trocadores de calor Para INCROPERA e DEWITT (1998), o cálculo do coeficiente global de troca térmica é determinado em função da resistência térmica total à transferência de calor entre dois fluídos. Este valor é determinado levando em consideração as resistências térmicas entre os fluídos separados por uma superfície. Uma forma de simplificação prática em projetos de trocadores de calor é considerar o coeficiente global de transferência de calor como constante em todo o comprimento do trocador de calor, usando valores médios de temperatura dos fluídos (BICCA, 2006). 2.2.3 - Efetividade dos trocadores de calor Na análise de trocadores de calor quando as temperaturas de entrada e saída são conhecidas o método da média logarítmica das diferenças de temperatura é utilizado de forma simples, entretanto se apenas as temperaturas de entradas forem conhecidas o uso desse método exigirá um processo interativo, o que o torna um processo de cálculo trabalhoso. Nesse caso o método da efetividade pode ser aplicado para análise de trocadores de calor. Este método foi desenvolvido em detalhes no primeiro momento por Kays e London (INCROPERA e DEWITT, 1998). 2.2.4 - Balanço de energia nos trocadores de calor de casco e tubos Os Trocadores de calor de aquecimento de licor pobre são de 4 passes do lado do tubo e 1 passe no lado do casco, dispostos verticalmente em série (figura 2.2), onde a entrada e saída do fluído que é aquecido e a saída do condensado estão instalados na parte inferior, já o vapor entra na parte superior do equipamento como mostra a figura 2.3. Figura 2.3 - Trocador de calor de casco e tubos. Entrada de Vapor Saída de Condensado Entrada de Licor Saída de Licor Entrada de Vapor Saída de Condensado Entrada de Licor Saída de Licor 8 recced QQ •• = (2.1) (2.2) Onde: �̇�𝑚𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 ,𝑞𝑞 = Vazão mássica do fluído quente �̇�𝑚𝑣𝑣 = Vazão mássica de vapor que entra no trocador de calor (2.3) (2.4) Q1 = Calor cedido ao fluído pelo condensado Qv = Calor cedido ao fluído pelo vapor Como o vapor ao entrar nos trocadores muda de fase, a sua temperatura não varia durante o processo de transferência de calor, portanto: Substituindo a Eqs. 2.4 e 2.3 na Eq. 2.2, obtém-se: (2.5) Fazendo a substituição dos coeficientes dos fluxos que entram no trocador tem- se:(2.6) Onde: = • Vm Vazão mássica de vapor que entra no trocador lVhΔ = Variação de entalpia do liquido-vapor saturado que entra no trocador = • LPm Vazão mássica de licor pobre que entra no trocador LPCp = Capacidade calorífica do licor pobre que entra no trocador LPTs = Temperatura de saída do licor pobre que entra no trocador LPTe = Temperatura de entrada do licor pobre que entra no trocador 9 2.3 - GERAÇÃO DE VAPOR FLASH Uma das etapas do processo Bayer é o aquecimento do licor através do vapor regenerativo, e a geração desse vapor ocorre quando o fluxo de polpa é resfriado à baixa pressão através da expansão nos tanques flash. Ao expandir-se, o fluxo de polpa possibilita a mudança de fase da água contida na polpa produzindo vapor que irá aquecer o licor pobre que entrará nos digestores (TORRES, 2001). 2.3.1 – Gradiente de pressão e temperatura nos estágios de expansão O processo de geração de vapor flash que ocorre nos tanques de expansão tem uma relação direta com o gradiente de pressão e temperatura de cada estágio. Ao sair dos digestores onde ocorre a extração da alumina, o fluxo de polpa de bauxita digerida expande-se em 4 estágios até perder temperatura e pressão chegando no último estágio à pressão atmosférica como mostra a figura 2.4. A variação média de pressão a cada estágio de expansão é de 0,4 Kgf/cm², iniciando com 1,4 Kgf/cm² e finalizando no último estágio à pressão atmosférica. Já a temperatura tem uma variação média a cada estágio de 9 °C, que inicia com 145 °C e chega até 109 °C. Figura 2.4 – Área de geração de vapor flash. 10 2.3.2 - Balanço de energia nos tanques flash Vapor Flash Entrada de Polpa de Bauxita Saída Polpa de Bauxita Figura 2.5 - Tanque de expansão gerador de vapor flash. O balanço de energia nos tanques de geração de vapor flash pode ser observado através da Eq. 2.7. entrada vapor saidaE E E= + (2.7) (2.8) (2.9) 2.3.3 – Cálculo do fator de geração de vapor flash e s lv,vapor,100ºC h hf h −= (2.10) (2.11) f = Fator de geração de vapor flash = • Vm Vazão de vapor gerado = • em Vazão mássica de entrada no tanque lv,vapor,100ºCh = Diferença entre a entalpia liquido-vapor à 100ºC (2257 KJ/kg). eh = Entalpia de entrada no tanque sh = Entalpia de saída do tanque 11 2.4 – CENÁRIO ATUAL Uma das etapas do processo Bayer consiste na digestão de bauxitas em uma solução de hidróxido de sódio sob condições específicas de temperatura e pressão. Para se alcançar a temperatura de extração, o licor pobre e a polpa de bauxita são aquecidos com vapor vivo gerado nas caldeiras e vapor recuperado nos tanques de expansão como mostra a figura 2.6. O uso dessa energia para obter a temperatura de extração nem sempre é feita de forma eficiente, uma vez que no processo atual necessita de mecanismos que permitam identificar pontos de perdas dessa energia, impossibilitando dessa maneira ações de melhorias que possam reduzir o consumo de vapor e os custos de produção. Tanque de polpa de bauxita Vapor Vivo Licor Pobre Licor Pobre Condensado Caldeira Condensado Licor Pobre Polpa de bauxita Vapor Flash Trocador de calor de vapor vivo Polpa de bauxita digerida Polpa de bauxita Condensado Aquecedores de polpa Figura 2.6 – Vista geral do processo de aquecimento do licor pobre. 12 2.5 - PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA A primeira lei da termodinâmica estabelece que todo o sistema termodinâmico possui um parâmetro ou uma variável extensiva de estado chamado de energia interna quando em estado de equilíbrio. Ela expressa o princípio físico da conservação da energia nas transformações ou processos termodinâmicos, incluindo as trocas de energia tanto por transferência de calor quanto por realização de trabalho, além de possuir em sua essência o conceito de energia interna (PÁDUA, 2006). Na prática observa-se que a energia interna no ciclo independe do caminho percorrido, ou seja, em qualquer processo termodinâmico a variação de energia interna dependente apenas estado final e inicial do sistema, portanto o referido sistema deverá trocar quantidades diferentes de calor com a vizinhança ao percorrer caminhos diferentes a fim de que se possa manter a variação de energia interna constante. Para SONNTAG e BORGNAKKE (2003), a primeira lei é fundamentada em experiências práticas por diversos e diferentes caminhos, sempre confirmando direta ou indiretamente a sua robustez. Desta forma podemos definir a primeira lei de termodinâmica para sistemas como: (2.12) Esta lei representa a aplicação do princípio da conservação de energia em sistemas que podem trocar energia com a vizinhança envolvendo calor e trabalho, onde: CEΔ =Representa a variação de energia cinética. PEΔ =Representa a variação de energia potencial. UΔ =Representa a variação de energia interna do sistema. Q =Representa a quantidade de energia associada ao calor recebido da vizinhança para o sistema, nas seguintes situações: Q > 0, quando a energia passa da vizinhança para o sistema. Q < 0, quando a energia passa do sistema para a vizinhança. W =. Representa a quantidade de energia associada ao trabalho realizado pelo sistema sobre a vizinhança, nas seguintes situações: W > 0, quando o sistema realiza trabalho sobre a vizinhança. 13 W < 0, quando o sistema recebe trabalho da vizinhança. 2.5.1 – Entalpia Em diversas análises termodinâmicas entalpia H é a soma da energia interna U com o produto da pressão p pelo volume V em questão (MORAN e SHAPIRO, 2009). H = U + pV (2.13) Uma vez que U, p e V são todas propriedades específicas, isso faz também da entalpia uma propriedade específica que pode ser expressa em base mássica. h = u + PV (2.14) Por serem propriedades específicas u, h e v possuem seus valores tabelados e para estados de saturação os valores de uf e ug , como também hf e hg são obtidos em função da pressão e temperatura de saturação (MORAN e SHAPIRO, 2009). A entalpia específica de uma mistura bifásica líquido-vapor é dada em termos de título por: h = (1 - x)hf + xhg = hf + x(hg - hf) (2.15) Onde ‘x’ é o título da mistura líquido-vapor e a variação de entalpia (hg - hf) durante a vaporização é geralmente representado em tabelas como hfg. 2.5.2 - Alguns casos específicos da primeira lei 2.5.2.1 - Processos adiabáticos Neste tipo de processo não há troca de calor entre o sistema e sua vizinhança, isto é, o sistema está totalmente isolado. Na natureza existem alguns processos que podemos fazer uma aproximação com os adiabáticos, que são aqueles que ocorrem tão rapidamente que o sistema chega ao seu estado final antes que possa trocar calor com a vizinhança. Quando isso ocorre a transferência de calor Q 0= , desprezando as variações de energia cinética e potencial, e a assumindo o processo no estado estacionário a primeira lei, torna-se: W m h= Δ(2.16) 2.5.2.2 - Processos isovolumétricos 14 Esses processos ocorrem a volume constante, desta forma usando a definição de trabalho executado pelo sistema entre os estados final e inicial, têm-se: ifW = f i pdV∫ , como não houve variação de volume, o trabalho é nulo, desprezando as variações de energia cinética e potencial, e a assumindo o processo no estado estacionário a primeira lei, torna-se: Q m h= Δ (2.17) 2.5.2.3 - Processos cíclicos Neste processo o sistema passa por várias transformações, mas ao final retorna ao seu estado inicial. Dessa forma tem-se que i fE E= , portanto não há variação de energia interna, e o sistema é fechado a primeira lei, logo: Q W= (2.18) 2.6 - SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA A segunda lei da termodinâmica, assim como a primeira, tem sustentação em fatos experimentais e ocorrências na natureza, por isso sua validação está relacionada com os resultados das observações práticas que podem ser deduzidas a partir destas experiências. Segundo SONNTAG e BORGNAKKE (2003), são essas evidências experimentais que nos permite formular a segunda lei. Para MORAN e SHAPIRO (2009), a segunda lei também possibilita prever o sentido dos processos, além de determinar o melhor desempenho teórico dos ciclos, assim como permite avaliar quantitativamente os fatores que impedem esse desempenho. 2.6.1 - Enunciados da segunda lei Para a segunda lei existem dois enunciados clássicos conhecidos como: enunciado de Clausius e Kelvin-Planck (SONNTAG e BORGNAKKE, 2003). O enunciado de Clausius estabelece que é impossível para qualquer sistema operar de tal maneira que o único efeito seja o de transferência de energia sob a forma 15 de calor de um corpo mais frio para um corpo mais quente (MORAN e SHAPIRO, 2009). Já o enunciado de Kelvin-Planck afirma que é impossível construir uma máquina térmica capaz de operar em ciclos e que possua capacidade de remover calor de um reservatório quente e transformá-lo integralmente em trabalho sem causar nenhuma modificação no sistema ou no exterior (SONNTAG e BORGNAKKE, 2003). 2.6.2 – Variação de Entropia em Processos Internamente Reversíveis Segundo MORAN e SHAPIRO (2009), a variação de entropia em um sistema fechado submetido a processos internamente reversíveis está intimamente relacionada com a quantidade de energia que este sistema recebe ou perde, isto é, ao receber energia na forma de calor sua entropia aumenta e ao perder essa energia sua entropia diminui, já para um processo internamente reversível a entropia não se altera. Esta relação de variação de entropia com quantidade de calor transferido em processos internamente reversíveis pode ser descrita pela seguinte equação: 𝑑𝑑𝑑𝑑 = % 𝛿𝛿𝛿𝛿 𝑇𝑇 ) 𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖𝑖 𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 (2.19) Aplicando a integração de um estado inicial 1 até um estado final 2 na Eq. 2.19, temos: (2.20) Onde: 𝑄𝑄 = �̇�𝑚 𝐶𝐶𝐶𝐶 ∆𝑇𝑇 e sendo constantes �̇�𝑚𝐶𝐶𝐶𝐶, temos: (2.21) Portanto: (2.22) 16 Onde: ∆S = É a variação de entropia do sistema. ṁ = É a vazão mássica do fluído que entra no sistema. Cp = É o calor específico do fluído. T1 = É temperatura inicial do fluído. T2 = É temperatura final do fluído. 1.7 – EXERGIA Um dos fundamentos mais sólidos do conhecimento humano é a primeira lei da termodinâmica, onde esta propõe que a energia é conservada. Já para a segunda lei, mesmo considerando que exista conservação de energia, ela estabelece que haja degradação da energia em todo o processo real. A exergia permite quantificar esta degradação de energia através da diminuição da capacidade de realizar trabalho (JÚNIOR, 2003). Tradicionalmente tem-se usado a primeira lei da termodinâmica para avaliar eficiência de sistemas térmicos (HORLOK, 1997). Esta avaliação torna-se incompleta uma vez que não contabiliza a qualidade da energia, isto é, não leva em consideração as irreversibilidades que são inerentes a todos os processos reais, por isso existe a necessidade do uso em conjunto da segunda lei, através de uma análise exergética (KOTAS, 1995). Exergia é o maior trabalho teórico possível que pode ser obtido, quando um determinado sistema interage com o ambiente até que eles atinjam o estado de equilíbrio (MORAN e SHAPIRO, 2009). Segundo SZARCURT et al (1988), exergia é a quantidade máxima obtida de trabalho quando alguma matéria é trazida do seu estado inicial para um estado de equilíbrio termodinâmico com os componentes comuns da natureza circunvizinha por meio de processos reversíveis de troca de calor e matéria exclusivamente com o entorno. O conceito de LORA e NASCIMENTO (2004) mostra que exergia expressa a quantidade máxima de trabalho que pode ser obtido a partir de um desequilíbrio 17 térmico, mecânico e químico de um sistema comparado com outro sistema de referência. Para SANCHEZ PRIETO (2003), em sistemas energéticos onde os fluxos estão estabelecidos fora das condições do meio ambiente (referência), a exergia pode ser interpretada com a parte da energia que pode ser transformada em trabalho mecânico, e que sua destruição é consequência direta das irreversibilidades de um sistema. Ainda segundo o autor, uma das condições que pode aumentar a geração de irreversibilidades é a operação de equipamentos fora das especificações de projeto, além de que, tal condição não somente gera um aumento da destruição da exergia, como também incrementa as perdas exergéticas para o ambiente. Quando um sistema atinge seu estado de equilíbrio mecânico e térmico é chamado de estado de referência, já para o estado de repouso total o sistema também alcança o equilíbrio químico com o ambiente, isto é, a composição química, temperatura e pressão são iguais ao do ambiente, além de que a velocidade e altura em relação ao ambiente é zero (VELÁSQUEZ ARRREDONDO, 2009). A exergia difere da energia porque não é conservada em processos reais (irreversíveis). Ela pode ser destruída durante um determinado processo através de perdas e dissipações que estão associadas às irreversibilidades encontradas nos processos. O maior aproveitamento dos recursos energéticos é obtido quando há a redução da exergia destruída ou das perdas energéticas (MORAN e SHAPIRO, 2009). Segundo VELÁSQUEZ ARREDONDO (2009), os recursos necessitam ser medidos tanto pela quantidade como pela sua qualidade, e a exergia tem essa característica de medir os recursos pela qualidade. Por exemplo, as energias elétrica, cinética e potencial podem ser convertidas totalmente em trabalho mecânico, entretanto com o calor sempre haverá perdas para o meio ambiente e, portanto seu valor exergético será menor. A tabela 2.1 mostra uma analogia e as principais diferenças entre energia e exergia. 18 Tabela 2.1- Comparação entre energia e exergia (DINCER, 2002; WALL e CONG, 2001). ENERGIA EXERGIA Primeira lei da termodinâmica Primeira e segunda lei da termodinâmica Energia é movimento ou capacidade para gerar movimento Exergia é trabalho ou movimento ordenado com capacidade de gerar trabalho Energia e matéria é a mesma coisa Energia e informação é a mesma coisa Energia sempre se conserva, não pode ser produzidaou consumida Exergia é destruída nos processos irreversíveis e não pode ser conservada em processos reais Energia é uma medida de quantidade Energia é uma medida tanto de quantidade quanto de qualidade 1.7.1 – Tipos de Exergia A exergia total, tal como a energia, podem ser consideradas como o somatório de diversos componentes. Eliminando os efeitos magnéticos, nucleares e de tensão superficial tem-se que o fluxo total de exergia (E) é a junção de quatro componentes: exergia física (Ef), exergia química (Eq), exergia cinética (Ec) e exergia potencial (Ep). 2.7.1.1 Exergia Física A exergia física representa a quantidade máxima de trabalho produzido por um sistema desde seu estado inicial a uma temperatura T e pressão P até um estado final a To e Po, sendo que este último é o estado de referência (SERRA, 2006). 2.7.1.2 Exergia Química A exergia química expressa o máximo de trabalho que pode ser gerado a partir da diferença da composição química de um sistema em relação ao meio ambiente. 2.7.1.3 Exergia Potencial A exergia potencial está relacionada a capacidade de gerar trabalho através da força gravitacional. 19 A exergia total (E) de um sistema em um determinado estado especificado é dada pela expressão (MORAN e SHAPIRO, 2009). E = (U – Uo) + ρo(V – Vo) – To(S – So) + Ec + Ep (2.23) Onde: E = Exergia total U - Uo = Variação de energia interna entre um estado especificado e um estado morto V - Vo = Variação de volume entre um estado especificado e um estado morto S - So = Variação de entropia entre um estado especificado e um estado morto To = Temperatura de referência do ambiente 2.7.2 – Balanço de Taxa de Exergia para Volume de Controle Neste balanço serão consideradas as transferências de exergia nas entradas e saídas do volume de controle, ficando da seguinte forma (MORAN e SHAPIRO, 2009): (2.24) Onde: ∑ �̇�𝑚𝑒𝑒𝑒𝑒 �̇�𝜃𝑓𝑓𝑒𝑒 = Transferência de exergia com massa que entra no volume de controle ∑ �̇�𝑚𝑠𝑠𝜃𝜃𝑓𝑓𝑠𝑠𝑠𝑠 = Transferência de exergia com massa que sai do volume de controle �̇�𝐸𝑑𝑑 = Taxa de destruição de exergia dentro do volume de controle Em regime permanente, dEvc/dt = dVvc/dt = 0, sendo assim o balanço de exergia em regime permanente em termos de taxas fica da seguinte forma: (2.25) A figura 2.7 mostra um sistema aberto que passa de um estado termodinâmico qualquer até o estado de condições ambiente (MORAN e SHAPIRO, 2009). 20 (P,T,V,Z) Figura 2.7 – Volume de controle de uma massa levada até às condições do ambiente. Os termos e estabelecem a exergia por unidade de massa que atravessa a entrada e saída respectivamente e são conhecidos como exergia específica de fluxo, expressos da seguinte forma: (2.26) Onde h representa a entalpia específica e s representa a entropia específica na entrada ou na saída consideradas, assim como h0 e s0 representam os respectivos valores dessas propriedades quando avaliadas em T0 e P0 (MORAN e SHAPIRO, 2009). 2.7.3 – Exergia e Irreversibilidades Para SANTOS et al (2001), as irreversibilidades reais são causadas por imperfeições nos processos, fazendo com que haja um aumento de entropia nas transformações. Nessa geração de entropia ocorre a perda de calor com potencial de gerar trabalho, isso significa que há perda de qualidade da energia. As irreversibilidades de um processo podem ser determinadas pela equação de Gouy-Stodola. Esse teorema relaciona a entropia gerada e o trabalho perdido, que chamamos de irreversibilidade. I= To [(m2 S2 - m1 S1) – Ʃ(Qr/Tr)] (2.27) Onde: m1 = Vazão mássica da substância que entra no sistema. m2 = Vazão mássica da substância que sai do sistema. 21 S1 = Entropia da substância que entra no sistema. S2 = Entropia da substância que sai do sistema. Qr = Calor reversível. Tr = Temperatura na qual ocorre a transferência de calor reversível. 2.7.4 – Análise Exergoeconômica Para TSATSARONIS (1993) e SCIUBBA (2005), em 1932 Joseph Keenan utilizou pela primeira vez os conceitos de exergia como critério para avaliar custos, entretanto foi na na década de 60 do século passado que a exergoeconomia teve seus conceitos alavancados com os trabalhos de W. Fretzscher na Alemanha, J. Szargut na Polônia, V. Brodyansky na antiga União Soviética e nos Estados Unidos com M.Tribus, R.B. Evans, E.F. Obert e R.A. Gaggioli. Os projetos de sistemas térmicos necessitam de avaliações explícitas de engenharia econômica, uma vez que os custos sempre serão um fator de determinação da viabilidade desses projetos. A termoeconomia pode ser aplicada de forma abrangente, entretanto tem uma aplicação mais restrita em situações que envolvem exergia e economia, onde objetiva aperfeiçoar projetos e operação de sistemas térmicos (MORAN e SHAPIRO, 2009). Segundo CRUZ (2010), a análise exergoeconômica é a combinação da análise exergética que indica a máxima quantidade de trabalho que pode ser obtido nos processos e mensura as suas irreversibilidades, com a análise econômica que identifica os custos de construção, operação e manutenção desses processos. Para análise exergoeconômica os métodos foram divididos de uma forma geral em dois grupos que são: método de custeio em base exergética que calcula os custos médios dos fluxos da planta e o método de otimização que calcula os custos marginais dos produtos (LARAZZARETO e TSATSARONIS, 2006). 22 CAPÍTULO 3 MATERIAIS E MÉTODOS O sistema de aquecimento de licor pobre usado em uma refinaria de alumina é composto de duas etapas. Na primeira o licor é aquecido em uma bateria de quatro trocadores de calor que recebem energia gerada nos tanques de expansão. A segunda etapa de aquecimento do licor pobre é feita em dois trocadores de calor utilizando vapor vivo gerado em caldeiras. Esses trocadores recebem o licor dos trocadores regenerativos (vapor flash) e elevam sua temperatura até que esteja ideal para o processo de digestão da alumina. Na figura 3.1 os trocadores de calor estão indicados como HE’s (heat exchanger) e os tanques de expansão como FT’s (flash tank). A figura 3.2 mostra baterias de trocadores de calor que recebe vapor flash gerado nos FT’s (flash tank) através da expansão do fluxo de polpa em vários estágios que sai dos digestores, onde a variação média de pressão a cada estágio de expansão é de 0,4 Kgf/cm², iniciando com 1,4 Kgf/cm² e finalizando no último estágio à pressão atmosférica. Já a temperatura tem uma variação média a cada estágio de 9 °C, que inicia com 145 °C e chega até 109 °C. Tanques de polpa Condensado Atmosfera HE 1HE 2HE 3HE 4HE 5HE 6 FT 4 FT 3 FT 2 FT 1 FT 5 Tanque Alívio de Pressão Vapor VivoAquecedor de Polpa Tanque de Licor Pobre Polpa para Filtração Evaporação CFT 2 HE 7 Digestor Grande Digestor Pequeno Figura 3.1- Processo de aquecimento do licor pobre e recuperação de vapor flash. 23 Figura 3.2- Bateria de trocadores de calor de aquecimento do licor pobre. Para entender melhor o processo de aquecimento do licor pobre e suas oportunidades de ganhos existentes foram realizados balanços de energia e exergia em cada trocador. As analises iniciaram-se pelos trocadores que utilizam vapor de flash, começando pelo quarto trocador de calor até o primeiro e finalizando nos trocadores de vapor vivo como mostra a figura 3.1. Essa avaliação particularizada de cada sistema tanque/trocador foi realizada para identificar locais de maior destruição de exergia assim como possíveis ganhos no sistema de troca térmica. 3.1 - BALANÇO DEENERGIA NO FLASH TANQUE / TROCADOR DE CALOR 4 Para esse sistema o licor pobre é aquecido através do vapor gerado no flash tanque 4, que é o primeiro tanque de expansão logo após a saída da polpa dos digestores. Também existe uma corrente de vapor flash adicionada no trocador 4 gerada pela troca térmica nos trocadores de vapor vivo como mostra a figura 3.3. 24 Figura 3.3- Sistema flash tanque / trocador de calor 4. Tabela 3.1- Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 4. Corrente 1 (Polpa) 2 (Polpa) 3 (Vap. Flash) 4 (Vap. Flash) 5 (Licor Pobre) 6 (Licor Pobre) 7 (Cond.) Vazão Mássica (t/h) ------- ------- 26,9 9,2 1338 1338 ------- Vazão Volumétrica (m³/h) 1286 1259 ------- ------- 1096 1105 ------- Massa Específica (Kg/m³) ------- ------- ------- ------- 1220 1210 ------- Temperatura (ºC) 145 134,1 134,1 ------- 100 117,9 134,1 Calor Específico(KJ/KgºC) ------- ------- ------- 4354 3,559 3,559 ------- Calor Sensível (KJ/Kg) 610,6 563,8 563,8 ------- ------- ------- 563,8 Calor Latente (KJ/Kg) ------- ------- 2161,6 ------- ------- ------- ------- 3.1.1 - Cálculo da massa de vapor que entra no trocador 4 A vazão mássica de vapor total que entra no trocador 4 será a massa de vapor gerado no tanque flash (corrente 3), mais a massa de vapor adicionada (corrente 4), sendo que, 4m • é constante e igual a 9,2 t/h como mostra a tabela 3.1. 43t mmm ••• += (3.1) Usando as Eq.2.10 e 2.11, assim como aplicando os dados da tabela 3.1, obtem-se: ( )KJ/kg 563,86,610 2257KJ/kg t/h1286m3 −×= • = 26,9 t/h logo a massa total de vapor que entra no trocador é: 5 Polpa HE 4 FT 4 Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado Vapor Flash 1 2 3 6 4 7 55 Polpa HE 4 FT 4 HE 4HE 4 FT 4FT 4 Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado Vapor Flash 11 22 33 66 44 77 25 1,36mt = • t/h de vapor. 3.1.2 - Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 4 (2.4) lv mm •• = CpΔpmQ • = (2.5) ( )TeTsCpm − • llvv hmhm •• += (2.6) ( ) Cpm hmhmTeTs llvv • •• +=− eT Cpm hmhmTs llvv ++= • •• ( ) 0,100 3,559 x 1338 563,82725,436,1x Ts +−= C 4,116Ts °= 3.1.3 - Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 4 Para o cálculo do coeficiente de troca térmica pelo método da DTML foi usada a seguinte equação: (3.2) Onde: (3.3) 26 Qrec = Calor recebido pelo trocador �̇�𝑚𝐿𝐿= Vazão mássica do licor pobre que entra no trocador 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐿𝐿= Calor específico do licor pobre 𝑇𝑇𝑠𝑠= Temperatura de saída do licor pobre 𝑇𝑇𝑒𝑒= Temperatura de entrada do licor pobre A= Área de troca térmica ∆𝑇𝑇𝑙𝑙𝑙𝑙= Diferença da temperatura média logarítmica (DTML) f = Fator de correção da DTML 3.1.3.1- Cálculo da DTML do trocador 4 Para o cálculo da DTML foi usada a seguinte equação: = (3.4) = = 24 K 3.1.3.2- Cálculo do fator de correção da DTML do trocador 4 Para o cálculo do fator de correção da DTML foram usadas as equações (3.5) e (3.6) juntamente com a figura 3.4. (3.5) (3.6) Onde: P = Razão adimensional de diferenças de temperaturas R = Razão de capacidades térmicas TC2 = Temperatura de saída do licor pobre TC1 = Temperatura de entrada do licor pobre Th1 = Temperatura de entrada do vapor Th2 = Temperatura de saída do vapor 27 Figura 3.4 - Determinação do fator de correção da DTML. Fonte: ÖZIŞIK (1990). Usando os valores da tabela 3.1 tem-se: P = (117,9 − 100,0) (134,1 − 100,0) P = 0,5 R = (134,1 − 134,1) (117,9 − 100,0) R=0,0 Usando os valores de P e R na Figura 3.4, temos que o fator de correção da DTML será de 0,98. Usando os valores da tabela 3.1, tem-se: �̇�𝑚𝐿𝐿= 1338 t/h 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐿𝐿= 3559 J/Kg.K 𝑇𝑇𝑠𝑠= 390,9 K 𝑇𝑇𝑒𝑒= 373 K A= 1094 m² ∆𝑇𝑇𝑙𝑙𝑙𝑙= 24K f = 0,98 𝑄𝑄𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟𝑟 = 1338 𝑥𝑥 3559(390,9 − 373,0) 28 Qrec = 85259224 MJ/j Transformando em W temos: Qrec = 23683118W 𝑈𝑈 = 23683118 1094 𝑥𝑥 24 𝑥𝑥 0,98 U = 920 W/m².K 3.1.4 - Cálculo da efetividade do trocador 4 Para o cálculo da efetividade foi usada a seguinte equação: (3.7) Sendo que: (3.8) (3.9) Onde: Qreal = Troca de calor real no trocador Qmáx = Máxima troca de calor possível no trocador �̇�𝑚𝐿𝐿𝐿𝐿= Vazão mássica do licor pobre que entra no trocador CpLP = Calor específico do licor pobre Cpvap = Calor específico do vapor TS LP = Temperatura de saída do licor pobre TE LP = Temperatura de entrada do licor pobre TE vap = Temperatura de entrada do vapor Cmin = O menor valor entre Cpvap e CpLP Qreal = Qrec Qreal = 23683118 W 29 Para o cálculo de Q máx foi usado os dados da tabela 3.1 𝑄𝑄𝑚𝑚á𝑥𝑥 = 1338 𝑥𝑥 3559(407,1 − 373,0) ε = 23683118 45117001 𝜀𝜀 = 0,52 3.1.5 - Cálculo da energia disponível para o trocador 4 A energia disponível para o trocador 4 fornecida pelo vapor flash, é a somatória calor sensível cedido pela fase líquida e o calor latente fornecida pela fase vapor. (3.10) Calor sensível fornecido pela fase líquida: (3.11) 563,8KJ/Kg36,1t/hQliq ×= • �̇�𝑄𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 =17216,4 MJ/h, transformando em MW, têm-se: �̇�𝑄𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 =5,7 MW Calor latente fornecido pelo vapor flash: (3.12) g2161,6KJ/Kt/h1,36Qvap ×= • MJ/h2,70020Qvap = • , transformando em MW temos: MW 21,7Qvap = • Portanto o calor total disponível para o trocador 4 é: MW 27,4Qdisp = • Qmáx = 16242103 KJ/h Qmáx = 45117001W 30 3.1.6 - Cálculo da energia absorvida no trocador 4 Calor recebido pelo licor pobre: (3.13) Onde: = • licorm Vazão mássica de licor pobre que entra no trocador 4. Cplicor = Calor específico do licor pobre Ts licor =Temperatura de saída do licor pobre Te licor =Temperatura de entrada do licor pobre ( ) Cº0,1009,117C.º KJ/Kg559,3t/h1338Qlicor −××= =licorQ 85,2 MJ/h, transformando em MW temos: =licorQ 23,7 MW 3.1.7 - Cálculo da exergia do trocador 4 3.1.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 4 vap = (3.14) Onde: �̇�𝑚 = Quantidade de vapor que entra no trocador 4. ℎ2 = Entalpia do vapor que entra no trocador 4. ℎ1 = Entalpia do condensado que sai no trocador 4. 𝑇𝑇0 = Temperatura ambiente.𝑆𝑆2 = Entropia do vapor que entra no trocador 4. 𝑆𝑆1 = Entropia do condensado que sai no trocador 4. T0 = 300K – Temperatura absoluta do ambiente à 27°C. = • m 36,1 t/h – Massa de vapor calculada pelo balanço de massa e energia no flash tank 4 disponível na tabela 3.1. 31 h2 = 2725,4 KJ/Kg - Valor tabelado de entalpia do vapor à 134,1°C que sai do flash tank 4 e entra no trocador 4. h1 = 563,8 KJ/Kg - Valor tabelado de entalpia do condensado à 134,1°C que sai do flash tank 4 e entra no trocador 4. S2 = 6,98540 KJ/Kg°C - Valor tabelado de entropia do vapor à 134,1°C que sai do flash tank 4 e entra no trocador 4. S1 = 1,67751 KJ/Kg°C - Valor tabelado de entropia do condensado à 134,1°C que sai do flash tank 4 e entra no trocador 4. 𝑚𝑚 ̇ $𝑒𝑒𝑓𝑓2 − 𝑒𝑒𝑓𝑓1 *vap = 36,1 [(563,8 − 2725,4) − 300(1,67651 − 6,98540)] 𝑚𝑚 ̇ $𝑒𝑒𝑓𝑓2 − 𝑒𝑒𝑓𝑓1 *vap = - 20538,5 MJ/h, transformando em MW temos: 𝑚𝑚 ̇ $𝑒𝑒𝑓𝑓2 − 𝑒𝑒𝑓𝑓1 *vap = - 5,7 MW 3.1.7.2 Cálculo da exergia do lado dos tubos do trocador 4 liq = (3.15) Onde: �̇�𝑚 = Vazão mássica de licor pobre que entra no trocador 4. ℎ4 = Entalpia do licor pobre que entra no trocador 4. ℎ3 = Entalpia do licor pobre que sai no trocador 4. 𝑇𝑇0 = Temperatura ambiente. ∆𝑆𝑆= Variação de entropia do licor pobre no trocador 4. Cálculo da variação de entropia no trocador 4. (3.16) ∆S = 3,559 KJ Kg . °C x ln 390,9 373,0 32 ∆S = 3,559 KJ Kg. °C x 0,046873 ∆S = 0,16681KJ/°C ℎ4 − ℎ3 = 𝐶𝐶𝐶𝐶∆𝑇𝑇 ℎ4 − ℎ3 = Cp ∆T ℎ4 − ℎ3 = 3,559 x (117,9 − 100) ℎ4 − ℎ3 = 63,7 KJ Kg 𝑚𝑚 ̇ $𝑒𝑒𝑓𝑓4 − 𝑒𝑒𝑓𝑓3 *liq=1338[(63,7) − 300𝑥𝑥0,16681] 𝑚𝑚 ̇ $𝑒𝑒𝑓𝑓4 − 𝑒𝑒𝑓𝑓3 *liq= 35247,7 MJ/h, transformando em MW temos: 𝑚𝑚 ̇ $𝑒𝑒𝑓𝑓4 − 𝑒𝑒𝑓𝑓3 *liq=5,1 MW 3.2 - BALANÇO DE ENERGIA NO FLASH TANQUE / TROCADOR DE CALOR 3 Nesse estágio de aquecimento o licor pobre ganha temperatura através do vapor gerado no flash tanque 3 por expansão do fluxo de polpa que sai dos digestores, além da corrente 6 que é o condensado gerado no trocador 4 como mostra a figura 3.5. 1 2 3 45 7 HE 3 FT 3 Polpa Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado 6 Condensado 11 22 33 4455 77 HE 3 FT 3 Polpa Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado 6 Condensado HE 3 FT 3 Polpa Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado HE 3 FT 3 HE 3HE 3 FT 3FT 3 Polpa Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado 66 Condensado 33 Figura 3.5 - Sistema flash tanque / trocador de calor 3. Tabela 3.2- Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 3. Corrente 1 (Polpa) 2 (Polpa) 3 (Vap. Flash) 4 (Licor Pobre) 5 (Licor Pobre) 6 (Cond.) 7 (Cond.) Vazão Mássica (t/h) ------- ------- 16,4 1338 1412 ------- ------- Vazão Volumétrica (m³/h) 1259 1243 ------- 1087 1157 ------- ------- Massa Específica (Kg/m³) ------- ------- ------- 1230 1220 ------- ------- Temperatura (ºC) 134,1 127,2 127,2 90,2 100 ------- 127,2 Calor Específico(KJ/KgºC) ------- ------- ------- 3,559 3,559 ------- ------- Calor Sensível (KJ/Kg) 563,8 534,4 534,4 ------- ------- 534,4 534,4 Calor Latente (KJ/Kg) ------- ------- 2181,7 ------- ------- ------- ------- 3.2.1 Cálculo da massa de vapor que entra no trocador 3 A quantidade de vapor total que entra no trocador 3 será a massa de vapor gerado no tanque flash 3 (corrente 3), a corrente 6 por se tratar de condensado, troca apenas calor sensível com o fluído. Ver anexo 1. 3.2.2 - Cálculo da temperatura prevista na saída do trocador 3 Ver anexo 2. 3.2.3 - Cálculo do coeficiente de troca térmica pela DTML no trocador 3 Ver anexo 3. 3.2.4 - Cálculo da efetividade do trocador 3 Ver anexo 4. 3.2.5 Cálculo da energia disponível para o trocador 3 A energia disponível para o trocador 3 é o calor latente fornecido pelo vapor flash mais o calor sensível cedido pela fase líquida. Calor sensível fornecido pela fase líquida é calculado pela Eq. (3.11), logo: 34 (3.17) Onde: Ver anexo 5. 3.2.6 - Cálculo da energia absorvida pelo trocador 3 Para calcular o calor recebido pelo licor pobre usou-se a Eq. (3.13) Ver anexo 6. 3.2.7 - Cálculo da exergia do trocador 3 3.2.7.1 Cálculo da exergia do lado do casco do trocador 3 Para o calculo da exergia do lado do casco do trocador 3 usou-se a Eq.(3.14). Onde: �̇�𝑚 = Quantidade de vapor que entra no trocador 3. ℎ2 = Entalpia do vapor que entra no trocador 3. ℎ1 = Entalpia do condensado que sai no trocador 3. 𝑇𝑇0 = Temperatura ambiente. 𝑆𝑆2 = Entropia do vapor que entra no trocador 3. 𝑆𝑆1 = Entropia do condensado que sai no trocador 3. T0 = 300K – Temperatura absoluta do ambiente à 27°C. = • m 16,4 t/h – Massa de vapor calculada pelo balanço de massa e energia no flash tank 3 disponível na tabela 3.2. h2 = 2716,1 KJ/Kg - Valor tabelado de entalpia do vapor à 127,2°C que sai do flash tank 3 e entra no trocador 3. h1 = 534,4 KJ/Kg - Valor tabelado de entalpia do condensado à 127,2°C que sai do flash tank 3 e entra no trocador 3. 35 S2 = 7,05437 KJ/Kg°C - Valor tabelado de entropia do vapor à 127,2°C que sai do flash tank 3 e entra no trocador 3. S1 = 1,60469 KJ/Kg°C - Valor tabelado de entropia do condensado à 127,2°C que sai do flash tank 3 e entra no trocador 3. Ver anexo 7. 3.2.7.2 Cálculo da exergia do lado dos tubos do trocador 3 Para o cálculo da exergia do lado dos tubos usou-se a Eq. (3.15). Onde: �̇�𝑚 = Vazão mássica de licor pobre que entra no trocador 3. ℎ4 = Entalpia do licor pobre que entra no trocador 3. ℎ3 = Entalpia do licor pobre que sai no trocador 3. 𝑇𝑇0 = Temperatura ambiente. ∆𝑆𝑆= Variação de entropia do licor pobre no trocador 3. Cálculo da variação de entropia no trocador 3. Para calcular a variação de entropia no trocador 3 usou-se a Eq. (3.16). Ver anexo 8. 3.3 - BALANÇO DE ENERGIA NO FLASH TANQUE / TROCADOR DE CALOR 2 Nesse estágio, o aquecimento do licor pobre é feito por apenas uma parte do vapor gerado no flash tanque 2, uma vez que a outra parte é usada para aquecer o licor enviado para os tanques de polpa, além da corrente 7 que é o condensado gerado nos trocadores 4 e 3 como mostra a figura 3.6. 36 4 Polpa HE 2 FT 2 Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado Vapor Flash p/ HE 7 1 2 3 5 8 6 7 Condensado 44 Polpa HE 2 FT 2 Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado Vapor Flash p/ HE 7 1 2 3 5 8 6 7 Condensado Polpa HE 2 FT 2 Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado Vapor Flash p/ HE 7 1 2 3 5 8 6 7 Condensado Polpa HE 2 FT 2 HE 2HE 2 FT 2FT 2 Polpa Vapor Flash Licor Pobre Licor Pobre Condensado Vapor Flash p/ HE 7 11 22 33 55 88 66 77 Condensado Figura 3.6 - Sistema flash tanque/trocador de calor. Tabela 3.3 - Dados de processo e do balanço de energia no flash tanque 2. Corrente 1 (Polpa) 2 (Polpa) 3 (Vapor Flash) 4 (Licor Pobre) 5 (Licor Pobre) 6 (Condensado) 7 (Condensado) 8 (Vapor Flash) Vazão Mássica (t/h) ------- ------- 16,7 1338 1338 ------- ------- 7,2 Vazão Volumétrica (m³/h) 1243 1219 ------- 1079 1087 ------- ------- ------- Massa Específica (Kg/m³) ------- ------- ------- 1240 1230 ------- ------- ------- Temperatura (ºC) 127,2 117 117 80,5 90,2 ------- ------- 117 Calor Específico(KJ/KgºC) ------- ------- ------- 3,559 3,559 ------- ------- ------- Calor Sensível (KJ/Kg) 534,4 491 491 ------- -------
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