Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MATERIAL DIDÁTICO PRÁTICAS E MÉTODOS DE GESTÃO ESCOLAR CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017 0800 283 8380 www.faculdadeunica.com.br Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 UNIDADE 1 - A LEGISLAÇÃO: POSSIBILIDADES E LIMITES ................................ 7 UNIDADE 2 - ELEMENTOS QUE COMPÕEM AS ATRIBUIÇÕES DO DIRETOR ESCOLAR ................................................................................................................. 21 UNIDADE 3 - A ADMINISTRAÇÃO: UMA FERRAMENTA ESSENCIAL PARA O DIRETOR ESCOLAR ................................................................................................ 29 UNIDADE 4 - CONCEITO DE GESTÃO ................................................................... 34 UNIDADE 5 - GESTÃO PARTICIPATIVA E PARTICIPAÇÃO ................................. 36 UNIDADE 6 - AS PRÁTICAS DO DIRETOR NA GESTÃO PARTICIPATIVA .......... 40 UNIDADE 7 - O NOVO PAPEL DA LIDERANÇA DO DIRETOR: A ARTE DE LIDERAR COM SABEDORIA ................................................................................... 43 7.1 CARACTERÍSTICAS E HABILIDADES DE UM LÍDER SEGUNDO OS CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL ............................................................................................ 53 7.2 O DIRETOR-LÍDER: EQUIPE E ÉTICA ....................................................................... 55 UNIDADE 8 - QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ESCOLAR: ATRIBUIÇÃO DO DIRETOR ............................................................................................................ 58 UNIDADE 9 - MOTIVAÇÃO: O DIRETOR É O MAESTRO ...................................... 62 UNIDADE 10 - A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO DO DIRETOR ................... 66 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 APRESENTAÇÃO Caros profissionais, bem-vindos à Disciplina PRÁTICAS E MÉTODOS DE GESTÃO ESCOLAR. A partir de agora, você tem em seu poder um material de pesquisa imprescindível para servir de apoio em meio a tantas mudanças neste terceiro milênio, principalmente no contexto escolar. Nesta apostila há um debate e troca de ideias de autores que discutem a atualidade do contexto da gestão escolar com base no modelo de gestão participativa, modelo pelo qual se faz urgente a sua adoção nas escolas públicas ou privadas. Cada vez mais, a sociedade demonstra a necessidade da escola investir em trabalho que promova a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, em todos os níveis de ensino, de modo que sejam desenvolvidos conhecimentos, habilidades e atitudes que a contemporaneidade demanda. Sendo assim, foi necessário um estudo sistemático do assunto com o objetivo de contextualizar sobre o fenômeno da gestão escolar democrática, pois estamos vivendo em um mundo competitivo que pressiona cada vez mais os diretores a terem conhecimentos administrativos, pedagógicos e muitos outros para darem conta da realidade das escolas brasileiras. A Gestão Escolar assume um novo papel que ultrapassa a administração em seu sentido tradicional. Isso acontece porque a Gestão Escolar agrega uma complexidade de ações a serem desenvolvidas pelo gestor, que vão desde o conhecimento da função social da escola até as formas mais adequadas de condução do trabalho na escola. O Gestor Educacional precisa exercer as funções sociais da escola, a gestão democrática, o gerenciamento de recursos humanos, o processo de ensino- aprendizagem, o gerenciamento de recursos físicos, de recursos financeiros, do patrimônio da escola, avaliação institucional, bem como sobre liderança voltada para ações integradoras de todos os participantes do ambiente escolar, consolidando uma prática de gestão que fortaleça os vínculos entre a escola, a família e a comunidade. Essa pressão se manifesta de maneira expressiva e em ritmo acelerado, imposto pela própria sociedade e da política neoliberal. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 Percebe-se a cada dia, a necessidade de acompanhamento das mudanças em âmbito de direção escolar, pois muito se fala na competência dos professores, e a competência dos dirigentes? Quais são os atributos de um diretor escolar neste terceiro milênio? Que modelo de liderança é mais adequado para dar conta da realidade? Como resolver os conflitos que acontecem nas escolas, todos os dias, que não são contemplados pelos textos legais? Esses são alguns questionamentos que devem ser levados em consideração para que, aquele que deseja ou já exerce a função de diretor escolar saiba que muitos são os atributos que lhe são destinados. Assim, nota-se que é preciso oferecer condições para a concretização de uma gestão escolar participativa nas escolas, descentralização de poder, porém integrada e compartilhada. Dessa forma, a gestão escolar eficaz se mostra uma emergência e um paradigma de gestão a ser seguido neste milênio, pois compreende-se que é necessário a participação de vários segmentos da sociedade para decidirem o que é prioridade e o que é secundário para a escola. E essa escolha não se refere apenas de técnicas, mas também de sabedoria e de uma liderança de verdade. Bons estudos! Profa . Ms. Rosana Cristina Ferreira Silva Guarde a sua alma, lembrando-se sempre daquela palavra do apostolo: ‘quem tiver administrado bem terá adquirido para si um bom lugar’. Cuide com toda solicitude dos enfermos, das crianças, dos hóspedes e dos pobres, sabendo, sem dúvida alguma, que deverá prestar contas de todos esses no dia do juízo. São Bento Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 INTRODUÇÃO A presente apostila trata-se de um estudo reflexivo sobre as práticas e métodos da gestão escolar para o atual contexto das escolas brasileiras. Sabe-se que neste terceiro milênio muitas mudanças ocorreram em todos os setores e a escola não ficou de fora desse fenômeno. Sendo assim, é preciso repensar a forma de administrar e gerir uma instituição, pois não é uma tarefa fácil acompanhar as rápidas mudanças. Além disso, o espaço escolar é também um lugar historicamente construído, é um espaço social, carregadode cultura, de diversidade, de gente, de professores, alunos, pais de alunos, entre outros. Outro fator que modificou o modo de pensar e agir nas escolas está relacionado ao contexto da educação brasileira que necessita de maior atenção à gestão escolar. Hoje, não se espera do diretor escolar apenas técnicas com enfoque limitado em administração, é necessário que a direção seja mais dinâmica e coletiva. Compreender o elemento humano, energizar os professores, saber ser um líder e ter competência são condições fundamentais e imprescindíveis para a melhoria da qualidade do ensino e a transformação da própria identidade da educação brasileira. As escolas são carentes de liderança clara e competente, de referencial teórico-metodológico avançado de gestão, de uma perspectiva de superação efetiva das dificuldades cotidianas. Para tanto, é necessário a adoção de mecanismos e métodos estratégicos para uma nova gestão escolar que vise a solução dos problemas encontrados no cotidiano escolar. Assim, a gestão escolar deve promover a organização, a participação coletiva, a mobilização de toda a sua comunidade, uma eficaz articulação de ideias e de todos os recursos materiais e humanos necessários para garantir o avanço dos processos educacionais das instituições de ensino. Desse modo, compete à gestão escolar estabelecer o direcionamento e a dinamização capazes de dinamizar o ensino, as práticas sociais e a cultura das escolas. Diante dessas premissas, pode-se perceber que ser um dirigente de escola é muito mais complexo do que se pode imaginar, não trata apenas de saber técnicas Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 de administração de empresas nem saber gerir conflitos. A gestão da escola precisa de tudo isso e muito mais habilidades que vão além de entender as legislações vigentes e atender, quando possível as exigências da comunidade escolar. Somente as escolas que são eficazes têm dirigentes eficazes. É preciso ter competência e seriedade para assumir uma direção de escola. É preciso de um líder que saiba liderar com a razão sem deixar de lado a afetividade. A verdadeira liderança é aquela que serve, não a que oprime e manda. Os diretores de escola precisam ter subsídios para a gestão escolar acontecer satisfatoriamente e é nesse sentido que esta apostila foi elaborada. Há no decorrer desta, as práticas legais para um dirigente, tópicos sobre algumas metodologias úteis para o cotidiano da escola, conselhos sobre liderança e sugestões de leituras que são de grande importância para quem se destina a tal atividade. Espera-se que o diretor da escola entenda os pressupostos explanados neste texto, pois o diretor não é o único, mas é o maior responsável pela gestão da escola, assim, fica claro que é preciso saber gerir, buscando maior autonomia, maior participação democrática de todos que fazem parte da escola. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 UNIDADE 1 - A LEGISLAÇÃO: POSSIBILIDADES E LIMITES Segundo Valerien (2001), o diretor da escola precisa ter plena consciência da legislação vigente. Ter esse conhecimento é fundamental para gerir uma escola com autonomia e responsabilidade. Embora ele possa ser uma pessoa com grande iniciativa, é preciso que ele respeite os limites estabelecidos pela legislação, assim, o diretor que utiliza os meios lícitos tem a capacidade para firmar a sua autoridade e aumentar o seu prestígio perante a sua comunidade escolar. Existe uma grande quantidade de textos oficiais que dizem respeito à direção de escola, atividade que se torna cada vez mais exaustiva e complexa. Dessa forma, pode-se perceber que muitas competências e atribuições são atribuídas a este profissional. É uma necessidade conhecer a hierarquia dos textos legais para determinar o que é essencial e o que é secundário. No Brasil, segundo Valerien (2001), a ordem de importância desses textos é a seguinte: • Constituição: lei maior, traça as grandes linhas de organização do país, tratando inclusive de educação; • Leis complementares: desenvolvem, com mais pormenores, normas da própria Constituição. A Lei de Diretrizes e bases da Educação Lei 9394/96 é uma lei complementar; • Leis: elaboradas pelo poder legislativo, estabelecem normas a serem obedecidas nacionalmente; • Decretos: promulgados pelo poder executivo, em geral, estabelecem procedimentos para o cumprimento das leis. Outros textos legais de origem do poder executivo: • Portarias; • Circulares; • Instruções ou ordens de serviço. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 Como se percebe, são muitas as atribuições do diretor, e um problema detectado é que nem todos os problemas que aparecem no cotidiano de uma escola estão previstos dentro dos textos legais, embora sempre é exigido do diretor uma resposta concreta, mesmo sem ter de referir-se a um texto legal, como por exemplo: 1. os professores pedem ao diretor melhor circulação das informações e mais transparência; 2. um pai exerce sobre o diretor uma forte pressão para que o filho mude de turma; 3. um professor que sempre recusa a participar das festividades da escola; 4. a mãe de um aluno vem informar que o filho apareceu com vômitos e dores de cabeça no dia seguinte em que caiu no pátio, durante o recreio; 5. o diretor pretende organizar, durante a primeira semana, melhor acolhida aos novos alunos; 6. o diretor de ensino queixa-se com o diretor da escola a respeito de uma professora cujo comportamento os pais têm apresentado muitos protestos. Diante disso, torna-se uma necessidade conhecer os textos legais sobre as atribuições do diretor, mesmo que muitos problemas ocorridos no cotidiano da escola não sejam contemplados pelos textos. Espera-se do diretor competências e habilidades para administrar tais problemas, levando em consideração, primeiramente, os regimentos de cada estado, município e de cada escola. Em cada estado brasileiro há uma autonomia para que haja um regimento próprio, de acordo com as necessidades da região, lembrando que todos devem estar engajados na Constituição e na LDB 9394/96. A título de ilustração, apresentam-se aqui as atribuições do diretor e vice-diretor definidas pelo Regimento Estadual da Educação Básica do Estado do Pará: SEÇÃO II DO NÚCLEO ADMINISTRATIVO Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 Art.27 – A administração geral da escola estará a cargo do diretor e vice-diretores que, juntamente com o conselho escolar, deverão definir a propostapedagógica da unidade escolar, enfatizando sua filosofia e objetivos. Art.28 – As funções de diretor e vice-diretor da unidade escolar serão exercidas por servidores graduados em Pedagogia, em administração escolar, ou pós-graduados, conforme as normas em vigor. Parágrafo único – No interior do Estado, na falta de administradores escolares para exercerem as funções de diretor e vice-diretor, poderão exercê-las, a título precário, os profissionais que tiverem outra titulação, conforme a legislação em vigor. Art.29 – O diretor e o vice-diretor deverão gerenciar as atividades administrativas e pedagógicas da unidade de ensino, empenhando-se na execução de uma proposta de trabalho integrada à comunidade e condizente com as necessidades da mesma, visando alcançar um melhor aproveitamento da unidade, enquanto espaço de construção do saber e formação da consciência crítica. Parágrafo único – As funções de diretor e vice-diretor de unidade escolar serão exercidas por servidores do quadro efetivo desta Secretaria. Art.30 – São atribuições do núcleo administrativo: I – cumprir e fazer cumprir as determinações superiores, as constantes neste regimento e as normas internas da unidade de ensino; II – cumprir e fazer cumprir os princípios da gestão democrática; III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas aulas estabelecidas; IV – coordenar a construção e a execução do projeto pedagógico da unidade de ensino; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 V – elaborar horários e realizar distribuição de carga horária dos professores, conjuntamente com o núcleo pedagógico e docente; VI – promover o intercâmbio com outras unidades de ensino e a integração da escola com a comunidade; VII – incentivar atividades que possam servir aos fins da unidade de ensino; VIII – propiciar ações efetivas na unidade de ensino que sensibilizem a comunidade escolar a zelar pelo patrimônio público respeitando-o e conservando-o como bem de todos; IX – zelar pela integridade física e moral de servidores e alunos durante a permanência destes no âmbito da unidade de ensino; X – garantir condições para que o arquivo da unidade de ensino esteja atualizado e bem conservado; XI – promover, juntamente com o núcleo pedagógico, sessões de estudos visando esclarecer aos alunos e aos funcionários da escola seus direitos e deveres com base neste Regimento; XII – impedir que pessoas alheias à escola e à rede pública estadual de ensino desempenhem atividades profissionais na unidade, sem a devida autorização da Secretaria Executiva de Educação; XIII – coordenar a elaboração e a execução do processo de avaliação interna da unidade de ensino; XIV – garantir condições para a efetivação das avaliações externas promovidas por órgãos governamentais. Art.31 – São atribuições do diretor: I – organizar e encaminhar aos setores competentes da Secretaria Executiva de Educação, projetos de implantação, autorização e reconhecimento de cursos; II – responder, legalmente, perante os órgãos públicos competentes, pelo funcionamento da unidade de ensino; III – implementar atividades de capacitação de recursos humanos; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 IV – assinar correspondência e todos os documentos escolares; V – presidir reuniões administrativas e/ou pedagógicas na unidade de ensino, bem como incentivar as categorias para a composição do conselho escolar; VI – prestar contas ao conselho escolar das atividades de cunho financeiro, desenvolvidas na unidade de ensino; VII – controlar a frequência e pontualidade dos servidores, enviando ao setor competente da Secretaria Executiva de Educação os documentos pertinentes; VIII – encaminhar mensalmente ao Juizado da Infância e da Adolescência e ao conselho tutelar, a relação nominal dos alunos menores de quatorze anos regularmente matriculados que se ausentarem da unidade de ensino por mais de três dias no mês, a fim de evitar a evasão e a reprovação, conforme a legislação em vigor; IX – abonar até três faltas mensais do servidor, quando justificadas de acordo com o Regime Jurídico Único; X – convocar reuniões periódicas para discutir questões fundamentais à unidade de ensino; XI – dar ciência à Secretaria Executiva de Educação sobre os reparos, reformas e ampliações, que porventura forem necessárias na unidade de ensino; XII – atestar os serviços feitos por empresas ou por profissionais contratados, comunicando à Secretaria Executiva de Educação quando não corresponderem ou forem de qualidade inferior ao preestabelecido oficialmente; XIII – zelar pela qualidade da merenda escolar e criar mecanismos de acompanhamento e controle do estoque, evitando desvios dos gêneros; XIV – responsabilizar-se pelo recebimento da merenda escolar, comunicando ao setor competente, qualquer irregularidade detectada; XV – comunicar à Secretaria Executiva de Educação a necessidade de materiais e equipamentos indispensáveis ao funcionamento da unidade de ensino; XVI – enviar relatório anual de aproveitamento final ao setor competente da Secretaria Executiva de Educação, até noventa dias após o término do ano letivo; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 XVII – resolver problemas internos da escola, ouvindo o conselho escolar, quando necessário, antes de recorrer ao órgão central. Art.32 – Ao vice-diretor competirá, além das funções compartilhadas com o diretor, coordenar o turno que está sob sua responsabilidade, bem como substituí-lo ou representá-lo em sua ausência ou impedimento legal. Existem outros aspectos do trabalho que o diretor deve fazer na escola que se chamam papéis ou atribuições. O diretor escolar como também o vice-diretor ou diretor adjunto, naquelas escolas onde existem esse cargo, exercem alguns importantes e diferentes papéis na sua gestão. Segundo Valerien (2001), antes de qualquer coisa, a pessoa que pretende assumir a direção de uma escola, deve apresentar algumas características que podem influenciar diretamente na forma em que ele vai conduzir a gestão da escola. Isso não significa que ele precise ter todas elas, mas se essa pessoa souber se autoavaliar e ouvir as pessoas que o cercam, certamente ela poderá ver quais são suas deficiências e saber quais os aspectos que precisam ser melhorados. Estas são algumas características que formam o perfil do diretor da escola que precisa, primeiramente, desempenhar o papel de: 1 – O papel de conselheiro pedagógico: • Controlar a aplicação dos programas nos diferentes níveis; • Esforçar para manter boas relações com os professores e procurar garantir a correta organização dos trabalhos didáticos; • Propor e introduzir mudanças e inovaçõesem nível de sua escola. Colocar- se, assim, na origem de certos projetos educativos, que poderão generalizar- se após um período de experimentação e avaliação; • Ter predisposição para trabalho coletivo. Essa é uma das exigências básicas, saber trabalhar em equipe, afinal o que queremos é que na escola seja feita uma gestão participativa e democrática, portanto o diretor deve saber trabalhar em equipe; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 • Ser um articulador e mediador dos segmentos internos e externos; • Ser uma pessoa que dialoga com os diferentes grupos existentes, tanto dentro da escola como fora dela, buscando a maior interação possível com esses grupos em favor do desenvolvimento de sua escola; • Ter iniciativa e firmeza de propósito para realização de ações; • Ser uma pessoa sempre disposta a estimular e incentivar as ações positivas de seu estabelecimento, sempre que possível encabeçando essas iniciativas ou à frente delas, junto das pessoas que as iniciaram. • Atualizar-se com relação aos assuntos técnicos, pedagógicos, administrativos, financeiros e legislativos, e como eles afetam a gestão da escola. 2 – O papel de administrador: • Assegurar a ligação entre escola e as estruturas hierárquicas superiores, representar a autoridade administrativa da educação em nível local; • Zelar pelo respeito à legislação escolar e ser competente ao transmitir e explicar os textos oficiais; • Representar legalmente a secretaria estadual de educação, não pode e não deve esquecer que é um funcionário público de carreira e que tem vínculo com esse órgão superior de ensino, tendo, portanto que prestar contas de suas ações e atender a Secretaria Estadual sempre que solicitado; • Conduzir sua escola de acordo com as determinações e orientações da Secretaria de Estado, ficando sob sua responsabilidade a coordenação das atividades dos demais servidores públicos e profissionais da educação lotados na sua escola, averiguando o desempenho regular de suas atribuições, garantindo assim que a escola execute sua proposta pedagógica com qualidade; • Ser transparente e coerente nas ações. Ter conhecimento de todas as suas ações e decisões, fazendo isso de forma antecipada, não esperando que Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 venham primeiras as cobranças para só depois dar esclarecimentos, pois isso pode gerar dúvidas sobre a sua gestão, causando um clima de desconfiança entre as pessoas. Portanto, a palavra chave é comunicação; • Prestar contas de seus atos e, para isso, poderá utilizar os diversos meios de comunicações existentes e disponíveis na escola para dar clareza e retidão aos seus atos. 3 – O papel de gestor do funcionamento cotidiano da escola: • Fazer a gestão dos diversos materiais escolares e da biblioteca; • Ter compromisso na elaboração e execução das políticas públicas e, além de acreditar, deve repassar para os outros esse seu entusiasmo; • Zelar pelo bom funcionamento do recinto escolar, das instalações e do imobiliário; • Gerir os recursos humanos, cuidando para que haja boa distribuição das tarefas. Identificar as necessidades e, por vezes, procurar os recursos necessários a fim de enfrentar as dificuldades encontradas; • Ser capaz de autoavaliar e promover a avaliação do grupo; • Saber que nem sempre está certo e que nem sempre tem razão, nem ele, e muitas vezes nem o grupo. Por isso, deve ser capaz de reconhecer isso e tomar as medidas necessárias para corrigir suas deficiências e as deficiências do grupo. Ao fazer uma avaliação de si mesmo e do grupo, terá a grande oportunidade de medir seus erros e acertos, assim corrigi-los antes que comprometa todo o seu trabalho e o de sua equipe; • Ter a capacidade de resolver problemas. Ser capaz de ver, ouvir, sentir o problema no momento e no local onde está acontecendo, sem fugir dele e sem tentar adiar a sua solução. Os problemas sempre existirão e deve-se dar encaminhamento a eles, procurando resolvê-los de forma definitiva e não tomando medidas paliativas que somente acobertem o problema naquele momento, permitindo que mais tarde eles se repitam; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 • Buscar ajuda e a participação de outras pessoas para ouvir suas opiniões sobre a questão e dividir as responsabilidades pelas decisões tomadas; • Criar um ambiente de trabalho onde haja respeito e confiança entre os membros da equipe escolar, assegurando condições para o alcance dos objetivos. Por isso, deve definir e distribuir tarefas dando total apoio às pessoas que trabalham em sua equipe e lembrando-se sempre de que um bom relacionamento é a base para uma boa gestão; • Ser um defensor da educação. Acreditar no modelo de ensino, nas práticas educacionais e no sistema de educação como um todo; • Ter liderança democrática e capacidade de mediação. Saber ouvir a todos, dividir responsabilidades e ser capaz de mediar conflitos e oposições. Somente assim é possível construir uma gestão democrática e participativa. 4 – O papel de animador do meio social: • Tomar parte ativa na Associação de pais e Mestres; • Ter espírito ético e solidário. Conduzir suas atribuições sempre respeitando os princípios éticos, com imparcialidade; • Ter isenção, mas sem ser ausente e distante dos acontecimentos. Também deve promover que todos na escola também respeitem estes princípios. • Assegurar a ligação da escola com as autoridades locais; • Ser conhecedor da realidade da escola. O diretor precisa conhecer, não apenas a escola internamente, mas a comunidade envolta da escola. Entender o contexto da sociedade em que a escola está inserida, conhecer o meio onde os alunos vivem, entender suas famílias e descobrir os problemas que cercam a escola e também os pontos positivam existente envolta dela; • Saber que tudo que acontece fora da escola acaba exercendo influência dentro dela; • Estimular permanentemente a ligação entre escola e o meio; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 • Ter credibilidade na comunidade e, para isso, precisa ser uma pessoa que transmita credibilidade, quer na sua conduta profissional, como pessoal e até mesmo na familiar. As pessoas, na maioria das vezes, avaliam o comportamento do diretor da escola com o comportamento que ele apresenta na vida social. Portanto, é de se esperar que a pessoa que venha a ser diretor de uma escola, seja uma pessoa de credibilidade junto a comunidade que ele representa. De acordocom Valerien (2001), diante das atribuições do diretor, retirado do regimento do Estado do Pará, pode-se perceber que, a legislação não pode prever tudo, assim, o diretor escolar não é somente o representante, a autoridade, encarregado de fazer respeitar a legislação, mas é também um animador, dotado de qualidades pessoais, possuindo o sentido das relações e da responsabilidade. É imprescindível o conhecimento dos textos legais e sua correta aplicação constitui responsabilidade do diretor. Como a legislação não contempla todos os acontecimentos de uma escola e nem regulamenta tudo, fica a cargo do diretor saber gerir os conflitos, administrando da melhor maneira possível todos os recursos humanos e materiais da escola. Ainda dentro deste eixo temático, conforme Luck (2000), é preciso ressaltar que a administração da escola constitui em uma área de atuação decisiva no processo educativo, tendo em vista sua posição de influência e liderança sobre todas as atividades desenvolvidas na escola. É preciso conhecer, analisar e controlar o que se passa dentro da escola e direcionar as inovações necessárias ao bom desempenho de suas funções. É preciso examinar a escola por meio de uma concepção sistêmica. A escola constitui–se em um conjunto de elementos, como pessoas que exercem diferentes papéis, estrutura de relacionamento, ambiente físico, etc. que interagem e se influenciam mutuamente no ambiente de trabalho. Portanto, quando se pensar em algum setor da escola, deve-se pensar também em suas relações com os demais setores, bem como com a comunidade. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 Todas as posições e medidas tomadas devem ser examinadas, só assim poderão ter melhores condições de ação coordenada e eficaz. Quanto maior e melhor for o entendimento das funções e condições de funcionamento das partes do sistema e de como interagem, maiores serão as probabilidades de se tirar vantagens de seus esforços e resultados, ou seja, é preciso que cada funcionário da escola saiba qual é a sua função, mas todas as funções têm uma interdependência. Diante disso, há de se pensar na divisão do trabalho escolar que corresponde ao agrupamento de funções, seguindo determinados critérios, de forma a permitir que a carga total de trabalho seja desempenhada satisfatoriamente pelas pessoas disponíveis para seu desempenho com o conhecimento específico e com competência. Dessa maneira é que se determinada a pessoa ou o conjunto de pessoas que recebem a incumbência de uma parte do processo de ensino-- aprendizagem, outra de outra parte, e assim sucessivamente. Qualquer papel social é determinado por uma série de fatores, uns de maior impacto que outros, dependendo das circunstâncias. Esses fatores interferentes são, por exemplo, a avaliação das necessidades e características da escola, a quantidade e formação dos seus recursos humanos, a expectativa mantida por pessoas que participam do mesmo sistema social, a própria concepção do papel pelo seu ocupante. Os papéis são analisados ao nível de generalização. Sua tradução em desempenho ocorre na medida em que os ocupantes das posições percebem o seu papel da mesma forma e as pessoas ocupando papéis circunstantes mantêm expectativas correspondentes. Diante dessas perspectivas, vale ressaltar ainda mais sobre a importância do papel do diretor escolar, uma vez que são muitas as suas atribuições. É do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido, e controlando todos os recursos para tal. Devido a sua posição central na escola, o desempenho de seu papel exerce forte influência (tanto positiva, como negativa) sobre todos os setores e pessoas da Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 escola. É do seu desempenho e de sua habilidade em influenciar o ambiente que depende, em grande parte, a qualidade do ambiente e clima escolar, o desempenho do seu pessoal e a qualidade do processo ensino-aprendizagem. Para Luck (2000), a fim de desincumbir-se do seu papel, o diretor assume uma série de funções, tanto de natureza administrativa, quanto pedagógica. Do ponto de vista administrativo, compete-lhe, por exemplo: • Organização e articulação de todas as unidades componentes da escola; • Controle dos aspectos materiais e financeiros da escola; • Articulação e controle de recursos humanos; • Articulação da escola-comunidade; • Articulação da escola com nível superior de administração do sistema educacional; • Formulação de normas, regulamentos e adoção de medidas condizentes com os objetivos e princípios propostos; • Supervisão e orientação a todos aqueles a quem são delegadas responsabilidades. Do ponto de vista pedagógico, é de sua alçada, por exemplo: • Dinamização e assistência aos membros da escola para que promovam ações condizentes com os objetivos e princípios educacionais propostos; • Liderança e inspiração no sentido de enriquecimento desses objetos e princípios; • Promoção de um sistema de ação integrada e cooperativa; • Manutenção de um processo de comunicação claro e aberto entre os membros da escola e entre a escola e a comunidade; • Estimulação à inovação e melhoria do processo educacional. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 De acordo com Luck (2000), quanto maior for a escola e mais complexo for o seu ambiente, mais árdua se torna a tarefa do diretor para desincubir-se do seu papel. Assim é que se promove em escolas de tamanho médio e grandes a subdivisão das funções interessantes à posição do diretor e a possibilidade de o mesmo delegar a execução de várias delas a outras pessoas, notadamente ao supervisor escolar. De qualquer forma, conforme Gutierrez & Catani (1998), a atuação do diretor é essencialmente contraditória e difícil. Por um lado, o diretor é considerado a autoridade máxima no interior da escola, e isso, daria a ele grande poder e autonomia, mas por outro lado, ele acaba se constituindo, de fato, em virtude de sua condição de responsável último pelo cumprimento da Lei e da Ordem na escola, em mero preposto do Estado. O diretor deve ter competência técnica, conhecimentos, métodos e princípios fundamentais para uma moderna administração dos recursos da escola, mas por outro lado falta autonomia em relação aos escalões superiores e a precariedade das condições concretas em que se desenvolvem as atividades no interior da escola. Segundo Gutierrez & Catani, fala-se que o problema está na falta de administração de recursos, mas o que acontece é justamente, em muitos casos, a falta de recursos. De acordo com Demo (2002), faz-se pertinente falar da questão da escolha democrática dos dirigentes escolares.Em si, trata-se de conquista sem retorno, porque deve ser possível a democracia neste tipo de escolha. Se a escola está inserida no contexto da instrumentação da cidadania, democracia deve ser parte integrante. Todavia, existe problema crucial a ser superado, para não implantar o democratismo. Um dirigente de escola não pode apenas ser bem eleito, precisa ainda de competência técnica, como já foi mencionado. Ainda, segundo o mesmo autor mencionado anteriormente, é mister levar-se em conta que, na atual circunstância legal, as autoridades como Prefeito, Governador e Secretários de Educação têm legitimidade para indicar, porque faz parte do mandato conquistado nas urnas. É necessário mudar a legislação, não para Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 estabelecer mecanismos democratistas que depõem contra a escola e os professores, mas para equilibrar qualidade formal e política. Para Demo (2002), o acesso a cargos de direção precisa se submeter-se a alguma forma de tirocínio – concursos, exame, prova – para, a seguir, abrir espaço para a mobilização pertinente que inclua a comunidade, e o papel principal do dirigente de escola não é a administração física, mas a promoção da qualidade da educação. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 UNIDADE 2 - ELEMENTOS QUE COMPÕEM AS ATRIBUIÇÕES DO DIRETOR ESCOLAR Existem algumas dimensões de liderança relacionadas com as escolas que são eficazes, como: 1 – Segundo Luck et al (2005), enfoque pedagógico do diretor; ênfase nas relações humanas; criação de um ambiente positivo; ações voltadas para metas claras, realizáveis e relevantes; capacitação em serviço voltada para a questão pedagógica; acompanhamento contínuo das atividades escolares, consenso sobre valores e objetivos; planejamento a longo prazo; estabilidade e manutenção do corpo docente e apoio em âmbito municipal para a melhoria escolar. 2 – O diretor deve buscar o envolvimento de todos, para isso, ele precisa exercer algumas características da gestão participativa, como compartilhamento de autoridade; delegação de poder; responsabilidades assumidas em conjunto; valorização e mobilização da sinergia da equipe; canalização de talentos e iniciativas em todos os segmentos da escola e compartilhamento constante e aberto de informações. 3 – De acordo com Luck et al (2005), o diretor escolar precisa ter atributos de um líder participativo; facilitador e estimulador da participação dos pais, alunos, professores e demais funcionários, na tomada de decisão e implementações de ações; promotor da comunicação aberta; demonstrador de orientações pró-ativa; construtor de equipes participativas; incentivador da participação, da capacitação e desenvolvimento dos funcionários e de todos os da escola; criador de clima de confiança e receptividade e mobilizador de energia, dinamismo e entusiasmo. 4 – Conforme Valerien (2001), para tal implementação, para mobilizar uma gestão participativa, o diretor precisa ter estratégias que facilitem a participação de todos, identificar as oportunidades apropriadas para a ação e decisão compartilhada; estimular a participação dos membros da comunidade escolar; estabelecer normas de trabalho em equipe e orientar a sua efetivação; transformar boas ideias coletivas; garantir os recursos necessários para apoiar os esforços participativos e prover reconhecimento coletivo pela participação e pela conclusão de tarefas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 5 – Segundo Luck et al (2005), um diretor participativo envolve os outros e compartilha a sua liderança com a comunidade escolar, sendo assim, o diretor tem tarefas na escola, como criar com a comunidade escolar e comunicar a visão da escola; desenvolver a confiança e o comprometimento dos professores e demais funcionários com essa visão; definir em conjunto os objetivos da escola; utilizar e canalizar as competências da escola para a efetivação de resultados; desenvolver a equipe mediante acompanhamento e orientação coletiva contínua e motivar a equipe da escola como um todo. 6 – O diretor precisa criar uma visão para a escola, para isso ele necessita de trabalhar junto à comunidade escolar para desenvolver a visão e os objetivos da escola; promover reuniões formais e informais para refletir sobre a visão e os objetivos; desenvolver uma ótica pró-ativa e empreendedora e definir uma entidade comum; desenvolver o perfil da escola. 7 – O diretor deve ser capaz de construir com sua equipe a visão de futuro da escola; definir equipes de liderança em áreas especificas e com sua participação nos propósitos gerais da escola e manter a mobilização de interesses e esforços. 8 – O desenvolvimento de uma equipe é uma dimensão básica do estilo de gestão participativa, então, para isso, o diretor deve ensinar as habilidades necessárias para a participação eficaz; proporcionar apoio e encorajamento para os integrantes da equipe; modelar o comportamento de equipe eficaz e, sobretudo, promover contínua interação entre os membros. 9 – uma atmosfera motivadora é construída através das atitudes e conhecimentos do diretor. Desse modo, ele deve estabelecer na escola um sentido comum, de cumplicidade, de família, no desenvolvimento dos objetivos educacionais; criar oportunidades para frequentes trocas de ideias, de inovações e criação conjunta no trabalho; orientar as ações pedagógicas para que, conjuntamente, promovam a aprendizagem dos alunos e o desenvolvimento profissional do professor e dar visibilidade e transparência às ações e seus resultados. 10 – Luck (2005) salienta também a existência da direção diretiva, ou seja, trata-se de líderes que tendem a funcionar de maneira autônoma. Tomam decisões Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 sozinhos e dão instruções específicas sobre o que fazer e como executar determinadas tarefas. Definem objetivos, resolvem problemas e preferem que os outros subordinados sigam as regras e os regulamentos. Esse tipo de líder se baseia em recompensas e punições. A sua atuação baseia-se em o líder escolar dizer claramente ao professor o que este deve fazer e proporcionar as orientações de como realizar as tarefas utilizando, principalmente, formas autocráticas de tomar decisões. Tem como princípios orientadores, pessoas com pouca capacitação e experiência necessitando do máximo de direcionamento para atingir um determinado padrão de desempenho, assim como situações emergenciais requerem resposta imediata. O líder sabe mais sobre o trabalho do que osubordinado; os subordinados são novos no emprego, têm pouca experiência e formação limitada. Não existe nenhum tipo de participação. 11 – Outro tipo de líder é o que se baseia na instrução. Sua atuação como líder da escola combina direcionamento com elogios e encorajamento para levantar a confiança e a motivação dos liderados. As decisões são tomadas pelo líder, depois de considerar o interesse dos integrantes da equipe da escola. Seus princípios orientadores se concentram à medida que os professores vão se tornando mais experientes, menos direcionamento e maior apoio pessoal é necessário. O papel do líder escolar é orientar, como se fosse o técnico de um time, e desenvolver o time da escola. Os subordinados são mais experientes, confiantes e amadurecidos, o líder sente maior confiança nos seus subordinados. A participação é limitada. 12 – Existe também a liderança de auxílio, neste caso o líder da escola ouve, consulta e apóia ativamente os integrantes da equipe, que tem a oportunidade de influenciar na decisão desde o início. Princípios orientadores à medida que o professor se torna mais experiente, o papel do líder é proporcionar objetivos desafiadores. 13 – O tipo de diretor que tem a sua liderança delegada envolve, como companheiros de trabalho, os professores e os demais funcionários da escola. Trata-se de uma ação criadora de elevada sinergia. Normalmente, o diretor com esse estilo de liderança envolve os integrantes da equipe ou professores no processo de decisão. Tem como princípios orientadores a delegação de autoridade, desenvolve habilidades e o comprometimento dos integrantes da equipe. O diretor é Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 hábil em delegar poder. Neste modelo de liderança existe a participação total, pois o líder promove em seus funcionários e professores a capacitação e comprometimento com o cumprimento dos objetivos propostos; o líder tem absoluta confiança nos integrantes da sua equipe; o líder acredita em participação e se sente seguro o suficiente para desistir do controle; o time da escola está pronto para trabalhar em equipe e não há pressão de tempo para tomada de decisões. 14 – Diretores eficazes agem com eficiência, definem objetivos claros; exibem confiança e receptividade com relação aos outros; discutem fatos abertamente; solicitam e ouvem ativamente o ponto de vista dos outros; convivem com situações ambíguas e com circunstâncias que mudam constantemente, aceitando-as e utilizam a gestão participativa para conseguir a ajuda dos outros. 15 – O diretor da escola eficaz seleciona o estilo adequado de liderança de acordo com a situação. Em seguida, ele deve apresentar uma proposta de autoavaliação de desempenho para que cada um identifique seus pontos fortes na condição de líder pedagógico. 16 – O diretor da escola precisa solucionar problemas que surgem no cotidiano. É preciso relacionar a busca de ação com a solução para a tarefa que apresenta problemas. Desse modo, o diretor precisa definir o problema e os objetivos; solicitação de fatos, ideias e opiniões dos participantes; proposição pelo líder, de fatos, ideias e opiniões para a solução desejada; clarificação de situações confusas; apresentação de exemplos e de estruturas; síntese das discussões e determinação de quando uma conclusão ou consenso foi alcançado. 17 – Existem também ações relacionadas com as pessoas para a solução de problemas. Neste caso, o diretor precisa apoiar as pessoas que trazem grandes contribuições, como encorajamento à participação mediante reconhecimento; redução de tensão por causa de possíveis desentendimentos; reconciliação; modificação de posições e admissão de erro; facilitação pelo líder à participação dos membros e avaliação da eficácia do grupo. 18 – Uma forma que ajuda o diretor a encontrar os problemas, sua causa e sua solução, pode ser realizada com a utilização do diagrama de causa e efeito, um instrumento utilizado pela área da Administração de empresas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 O diagrama conhecido como ESPINHA DE PEIXE, por causa do seu formato, é considerado como uma das melhores ferramentas básicas da qualidade. Esse diagrama de causa e efeito é também conhecido como diagrama de Ishikawa, por ter sido desenvolvido pelo engenheiro japonês Kaoru Ishikawa. Figura 1: Diagrama de causa e efeito Fonte: Slack (1999, p. 469). É utilizado quando é preciso identificar as causas de um problema. O diagrama permite, a partir dos grupos básicos de possíveis causas, desdobrar tais causas até os níveis de detalhe adequados à solução do problema. Os diagramas de causa e efeito são um método particularmente efetivo de ajudar a pesquisar as raízes dos problemas. Eles fazem isso levantando as mesmas questões: o que, onde, como e por que anteriores, mas desta vez acrescentando algumas respostas possíveis de uma forma explícita. Eles também podem ser usados para identificar áreas onde são necessários mais dados. (SLACK et al, 1999, p. 468). Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 Os grupos básicos podem ser definidos em função do tipo de problema que está sendo analisado. Usualmente, para os problemas de natureza operacional, sugere-se a adoção dos seguintes grupos básicos: • Máquinas; • Materiais; • Mão-de-obra; • Metodologia, métodos; • Instalações/ambiente. Já no caso de problemas de natureza administrativa ou gerencial, pode-se iniciar a análise com os seguintes grupos básicos: • Políticas; • Equipamentos; • Pessoal/recursos humanos; • Procedimentos; • Infraestrutura. Segundo Slack et al (1999), entre as vantagens de se usar uma ferramenta formal de análise de causa e efeito, como é o caso do diagrama de Ishikawa, em vez de fazer um levantamento não estruturado das causas, pode-se citar a própria montagem do diagrama, é educativa, na medida em que exige um esforço de hierarquização das causas identificadas, de uma agregação em grupos. É desejável que a montagem do diagrama seja feita por uma equipe de pessoas envolvidas com o problema, através de um brainstorming. Dessa forma, segundo o mesmo autor citado anteriormente, o foco passa a ser no problema, levando à conscientização de que a solução não se restringirá a atitudes simplistas como substituir pessoas ou adquirir equipamentos, mas exigirá uma abordagem integrada, atacando-se as diversas causas possíveis. Além disso, Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 contribui comuma efetiva pesquisa das causas, evitando-se o desperdício de esforços com o estudo de aspectos não relacionados com o problema. O uso do diagrama de causa e efeito colabora com a identificação de necessidade de dados, para efetivamente comprovar a procedência ou improcedência das diversas possíveis causas identificadas. Sendo assim, o diagrama é o ponto de partida para o uso adequado de outras ferramentas básicas. Através desse diagrama também é possível identificar o nível de compreensão que a equipe tem sobre o problema. Quando este não é adequadamente entendido, a elaboração do diagrama conduz naturalmente à troca de ideias entre as pessoas envolvidas e à identificação dos conflitos na organização. Sendo o seu uso considerado como genérico, torna-se aplicável a problemas das mais diversas naturezas. Ao utilizar o diagrama de causa e efeito, a empresa poderá contar com um instrumento eficiente para detectar as falhas e, consequentemente, encontrar a solução. Ao usar, continuamente, a empresa estará em busca de um melhoramento contínuo. O melhoramento contínuo também é conhecimento como kaizen que significa melhoramento na vida pessoal, na vida doméstica, na vida social, e na vida do trabalho. Quando aplicada para o local de trabalho, Kaizen significa melhoramentos contínuos envolvendo todo mundo – administradores e trabalhadores igualmente. (Slack et al 1999, p. 460). Portanto, as empresas que desejam o melhoramento contínuo precisam fundamentar-se nesta filosofia e, sobretudo, aplicá-la em cada passo de suas atividades, envolvendo toda a equipe. 19 – É preciso levar em consideração que o diretor eficaz torna a escola eficaz. Nesse sentido, percebe-se que este modelo eficaz de diretor possui o seguinte perfil, conforme ilustra Luck et al (2005). a) Área administrativa: • Visão de conjunto e estratégica; • Conhecimento da política e da legislação educacional; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 • Competência administrativa e pegagógica; • Habilidades de planejamento; • Habilidades de manejo e controle e orçamento; • Habilidades de organização; • Habilidades de acompanhamento e monitoramento; • Habilidades de avaliação; • Habilidade de usar uma grande variedade de técnicas de solução de problemas; • Habilidade de resolver problemas criativamente; • Habilidade de tomar decisões eficazmente. b) Área de relacionamento interpessoal/inteligência emocional: • Habilidade de se comunicar eficazmente; • Habilidade de mobilizar a equipe escolar e comunidade local; • Habilidade de facilitar processos de equipe; • Habilidade de desenvolver equipes; • Habilidade de negociar e resolver conflitos; • Habilidade de avaliar e dar feedback ao trabalho dos outros. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 UNIDADE 3 - A ADMINISTRAÇÃO: UMA FERRAMENTA ESSENCIAL PARA O DIRETOR ESCOLAR Administrar é dirigir uma organização utilizando técnicas de gestão para que alcance seus objetivos de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental, de tal forma que as Relações Humanas no ambiente de trabalho sejam otimizadas e não conflituosas. Lacombe (2003) diz que a essência do trabalho do administrador é obter resultados por meio das pessoas que ele coordena. A partir desse raciocínio de Lacombe, tem o papel do "Gestor Administrativo" que com sua capacidade de gestão com as pessoas, consegue obter os resultados esperados. De acordo com Paro (1999), a administração escolar é a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Ela se configura como uma iniciativa humana, já que somente o homem é capaz de estabelecer objetivos a serem cumpridos. A atividade administrativa é, então, não apenas exclusiva, mas necessária à vida do homem. Drucker (1998) diz que administrar é manter as organizações coesas, fazendo-as funcionar. As principais funções administrativas são: • Fixar objetivos (planejar); • Analisar, conhecer os problemas; • Solucionar problemas; • Organizar e alocar recursos (recursos financeiros, tecnológicos e humano); • Comunicar, dirigir e motivar as pessoas (liderar); • Negociar; • Tomar as decisões; • Mensurar e avaliar (controlar). Fayol foi o primeiro a definir as funções básicas do Administrador - POCCC, como: Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 • Planejar; • Organizar; • Controlar; • Coordenar; • Comandar. Dessas funções, a que sofreu maior evolução foi o "comandar" que hoje chama-se de Liderança. Diante do exposto, pode-se perceber que ao longo do tempo, a questão da administração passou por muitas mudanças e alcançou níveis desejáveis de melhoramento, uma vez que percebe-se que o administrador competente é aquele que deixa de comandar para tornar-se um líder. Segundo Paro (1999), a administração escolar deve ser analisada em suas relações com a transformação social, pois através deste exame das condições de possibilidade da própria educação escolar é que se pode perceber que, realmente, a escola deve ser administrada como uma empresa que é responsavel pela transformação social. As escolas brasileiras apresentam como problema central, geralmente, a falha na administração, mas qual seja a sua incapacidade de ajustar- se às exigencias da vida contemporânea, ajustamento esse que requer uma ação organizada, planejada e realizada com pessoas qualificadas. Em detrimento deste problema que a tendência de uma nova gestão escolar se faz necessária, as organizações escolares deparam-se com inúmeros desafios, pois as mudanças ocorrem em uma velocidade cada vez maior. Desse modo, elas sentem uma necessidade de acompanhar esse cenário, a cada instante mais instável, o que exige de seus colaboradores novas ideias, novas perspectivas, mais motivação, inteligência, conhecimento e, sobretudo, liderança. Segundo Bennis e Naus (1998, p. 49-51), há uma diferença entre administração e liderança. Ambas são importantes, “Administrar significa ocasionar, realizar, assumir a responsabilidade, conduzir.(...) Liderar é influenciar, guiar em direção, curso, ação, opinião”. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 Os diretores têm como objetivo maior manter a continuidade da organização, enquanto os líderes estão voltados para oportunidades de desenvolvimento organizacional, por essas razões de divergências de atitudes e pensamentos. Bennis (1996, p. 197), desenvolveu uma pesquisa que aponta as principais diferençasde atitudes entre o líder e o gerent,e de forma bastante explícita. Com o passar do tempo, surgem perguntas que giram em torno do desempenho do líder e seus seguidores em uma organização. A influência de um líder sobre a cultura de uma organização varia de acordo com o desenvolvimento dessa organização e dos diversos aspectos do seu comportamento (ações, recompensas aos seguidores e suas decisões). Segundo Miller (1984, p. 74), é mais fácil estabelecer uma cultura em novas organizações do que mudar a cultura de organizações que estão afixadas no mercado há muito tempo. Não que seja impossível mudar a cultura das escolas mais “maduras”. A partir de uma visão bastante formulada e grande comprometimento, os líderes conseguem implementar estratégias que cristalizam os novos valores e pressupostos na cultura da organização e, principalmente, quando veem a necessidade de uma revitalização da instituição escolar. Isso, porém, inspira as pessoas através de uma visão de um futuro melhor, o que justifica a forma de fazer as coisas. Mesmo sabendo de vários conceitos para implantação de uma cultura, criar uma cultura em uma organização já construída historicamente como é a escola, não é um processo nada simples, pois envolve ideias que já existem, ideias estabelecidas a um certo tempo que acabam sendo contrárias, que de uma certa forma pode ocasionar conflitos. A mudança para muitas empresas é tida como inimiga, além de ser temida. As mudanças, segundo Bennis (1996, p. 193), não podem ser vistas como inimigas, pois são, na realidade, a fonte da salvação organizacional. Através das transformações as empresas podem voltar ao centro de suas atividades. É preciso ainda transformar os ideais de muitas empresas em relação a seus funcionários. Poucas organizações começaram a fazer o uso correto de seu principal patrimônio, seus funcionários. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 Para uma maior estabilidade, os líderes-diretores precisam ser criativos e estar interessados com o que se passa com seus colaboradores como os professores, alunos, a família dos alunos e toda a comunidade que circunda a escola. Quando a organização já possui potencial para viver e sobreviver, as crenças, os valores e as premissas maiores do empresário são transmitidos aos modelos conceituais dos subordinados. Portanto, não é sem sentido afirmar que sem líderes e gerentes as organizações não conseguirão mudanças. Líderes e Administradores convivem dentro das organizações e seus comportamentos se complementam, sem se conflitarem nas empresas que defrontam com a necessidade de mudança pela qual passam as organizações na atualidade. De maneira natural, todo grupo determina um líder-diretor para guiar os caminhos, uns conseguem atingir o que foi previsto e outros não. Os que não conseguem, geralmente, ainda não conseguiram pensar no futuro e ter uma visão além. Não aprenderam a entender como as pessoas são motivadas para atender os objetivos. E não é preciso saber apenas identificar as necessidades das pessoas, é preciso satisfazer para ver surgir novos horizontes. Ver e ouvir é um dos primeiros passos que Chopra sugere para quem deseja ter seus seguidores, além de delegar poder, fazendo a moral das pessoas se elevarem, é preciso: • saber o que realmente quer; • ter propósitos, e o que sua imagem representa para as pessoas; • demonstrar ação; • assumir as responsabilidades ao invés de deixar somente como promessas; • ter liberdade emocional, empatia e sincronismo, sabendo reservar energia para quando chegar ao objetivo não parar nele, prosseguir. Assim, de acordo com Chopra, somente aquele que for capaz de encontrar sabedoria em meio ao caos, será lembrado como grande líder-diretor. O ideal é Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 olhar para frente, para entender o futuro como um movimento dentro de si mesmo. Assim, a capacidade de entender às necessidades das pessoas pode ser aprendida. Os líderes de hoje encontrarão exigências maiores e mais complexas já que surge uma explosão tecnológica e uma crescente conscientização de que as pessoas são um fator fundamental na eficácia organizacional (DRUCKER, 2001, p. 198). Hoje, segundo Drucker (1996, p. 105), as pessoas que englobam a organização não são mais passivas, tornaram-se participativas, além de avaliarem mais o desempenho de seus dirigentes. Atualmente, não existe mais uma de autoridade definida. Se puder olhar para trás e observar líderes políticos como Roosevelt e Kennedy, e até mesmo Drucker e McGregor (líderes do pensamento), podem-se perceber semelhanças, como ego elevado, a capacidade de pensar estrategicamente. Possuem fortes convicções, sabem muito bem como empregar o poder da eficiência, além de serem um tanto empáticos. Esses líderes variam quanto a seus valores, estilos gerenciais e prioridades. São preocupados em se distinguirem na sociedade, outros procuram ser os melhores no seu segmento. Os estilos gerenciais variam, as atitudes também, os líderes do futuro podem então tomar como base este processo e se adequarem a eles, e assim passarão a ter seu reconhecimento. As tendências mundiais estão moldando os novos líderes, segundo Drucker (1996, p. 179), e somente será um verdadeiro líder aquele que enfrentar e vencer os desafios, que exigirão que os líderes identifiquem, promovam, reforcem, e vivam como modelos, motivem grupos à ação comum e empenhem seus melhores esforços na busca deste objetivo. Embora a natureza das organizações, sem dúvida, venham a sofrer mudanças no futuro, os desafios de criar, construir, manter e mudar (evoluir) as organizações para novas formas, permanecerão os mesmos. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 UNIDADE 4 - CONCEITO DE GESTÃO Segundo o Dicionário Aurélio (2007), o termo Gestão vem do latim gestione que designa o ato de gerir, de gerenciar e de administrar. Ainda, de origem latina, gerir, isto é, gerere, significa “trazer”, “produzir”, “executar” e “administrar”. Desse modo, pode-se dizer que gestão pressupõe ter gerência sobre, saber administrar, saber dirigir alguma organização ou algum projeto, reger, gerenciar. Assim, pode-se dizer que gestão é a mobilização do talento humano coletivamente organizado, de forma a agregar diversidades e diferenças. Ao pensar em gestão, o homem busca eliminar qualquer tipo de exclusão. A gestão precisa ser vista dentro das organizações em uma perspectiva democrática, na qual cada gestor tenha competência para: • Saber gerir as pessoas das organizações; • Gerir os conhecimentos; • Gerir ideias suas e dos colegas de equipe; • Gerenciar a organização; • Gerir as perspectivas da organização como um todo. Alarcão (2003) diz que “Gerir ideias e perspectivas é estar estimulando o pensamento reflexivo, pois o gestoré o timoneiro na viagem da aprendizagem em direção ao conhecimento”. Para Gurgel (2003), “Ser um gestor é possibilitar utopias, sonhos e não serem reprodutivistas de modelos convenientes de discursos ideológicos”. Diante do exposto etimológico dos termos, pode-se salientar que com a evolução dos tempos, as palavras tomaram outras proporções e significados abrangendo outras áreas do conhecimento. O significado de ter uma preocupação por parte do profissional e ou da organização trata-se de uma visão do futuro ou uma perspectiva estratégica de um determinado projeto. Desse modo, acredita-se Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 35 que há uma necessidade, portanto, da junção de uma boa gestão e de uma ótima eficiência. Sendo assim, de acordo com Rosini (2003) uma Gestão eficiente implica: • Ter uma visão do futuro, ou seja, buscar uma transformação e reconhecer que os objetivos e as metas estratégicas são mutáveis; • Ser comprometido e envolvido com a organização; • Ter conhecimento e prática. Buscar teorizar, fazer planos ou criar modelos, depois avaliar, julgar os resultados que a empresa produziu e replanejar; • Não se limitar ao presente e a momentos de ausência de turbulência mercadológica, é preciso buscar e ampliar o horizonte temporal, pois o futuro das organizações é incerto; • Preocupar-se com a vida útil dos produtos, com a qualidade dos serviços e mercados da empresa. Vale dizer que o ciclo de vida de muitos produtos e serviços está encurtando cada vez mais, sendo assim, não é possível deixar de revê-los e modificá-los sempre; • Repensar a estrutura organizacional e os processos administrativos para identificar as necessidades das organizações e traçar o perfil do administrador requerido para ocupar postos na média e alta gerência, bem como em posições de assessoramento. De acordo com Vasconcellos (2002), diante de tantas mudanças cada vez mais aceleradas, o mercado precisa buscar profissionais com: • ampla base de conhecimentos de instrumentos de gestão; • larga informação sobre a dinâmica do mercado internacional; • capacidade empreendedora; • sensibilidade mercadológica; • capacidade de desenvolver conhecimentos, competências, habilidades e atitudes que atendam a essas expectativas. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 36 UNIDADE 5 - GESTÃO PARTICIPATIVA E PARTICIPAÇÃO Segundo Rudá (2002), o conceito de controle social indica a participação da sociedade civil na elaboração, acompanhamento e verificação ou monitoramento das ações de gestão pública. Isso, na prática, significa que é preciso ter uma definição das diretrizes a serem seguidas, significa a realização de um diagnóstico da situação com o intuito de indicar as prioridades de tomada de decisão, definir programas e ações, avaliar os objetivos, processos e resultados obtidos. Desse modo, é possível perceber que a concepção de gestão participativa é uma gestão pública, do povo, no caso das escolas implica a participação de professores, funcionários, alunos e pais de alunos. De acordo com Rudá (2002), esse conceito chegou ao Brasil através da promulgação da Constituição Federal de 1988, que introduziu elementos e diretrizes de democracia participativa, incorporando a participação da comunidade na gestão de políticas públicas. Segundo Almeida (2007), a análise de experiências pautadas no discurso da gestão participativa mostra que há diferentes formas de se viabilizar esse discurso. Pouco a pouco, o modelo de gestão participativa vem sendo incorporado por vários segmentos da sociedade como partidos políticos, empresas privadas ou estatais e também nas escolas, mas cada um cria algum tipo de especificidade em relação a esse modelo. Segundo Rudá (2002), para que haja uma gestão participativa, é preciso, portanto, a participação de toda a sociedade, professores, famílias, partidos políticos, associações, conselhos, entre outros. Rudá (2002) salienta que, para as pessoas com pouco conhecimento sobre a gestão participativa, existem alguns portais de ministérios do Governo Federal que oferecem cursos a distância para conselheiros, pois é preciso conhecer o processo de funcionamento sobre o controle social e o que se trata da participação da sociedade. É necessário saber que para acontecer uma gestão participativa é preciso de uma reorganização, como: • Universalização e prestação de serviços públicos; Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 37 • Descentralização das políticas públicas; • Gestão democrática e participativa; • Controle interno, externo e controle social; • Monitoramento de políticas públicas – definição de metas, elaboração de indicadores de avaliação, metodologia de investigação, elaboração de balanços de monitoramento; • Mecanismo de controle, tais como, conselhos e gerentes sociais, balanço e observatório social. O conceito de participação e as formas de sua operacionalização constituem temas polêmicos que dão abertura a posições muito divergentes. Além do conflito ideológico presente, há uma coletânea de termos mal definidos. De acordo com Teixeira (2001), a participação cidadã é como um processo complexo e contraditório entre sociedade civil, Estado e mercado, em que os papéis se redefinem pelo fortalecimento dessa sociedade civil mediante a atuação organizada dos indivíduos, grupos e associações. Esse fortalecimento dá-se, por um lado, com a assunção de deveres e responsabilidades políticas específicas e, por outro, com a criação e exercício de direitos. Implica também o controle social do Estado e do mercado, segundo parâmetros definidos e negociados nos espaços públicos pelos diversos atores sociais e políticos. Cada vez mais, a participação cidadã tenta contemplar dois elementos contraditórios presentes no atual contexto das dinâmicas política, escolar e empresarial. Primeiro, o “fazer ou tomar parte”, no processo político-social, por indivíduos, grupos, organizações que expressam interesses, identidades e valores que poderiam se situar no campo do “particular”, mas atuando num espaço de heterogeneidade, diversidade e pluralidade. Segundo Teixeira (2001), o elemento “cidadania”, no sentido “cívico”, enfatizando as dimensões de universalidade, generalidade, igualdade de direitos, responsabilidades e deveres. A dimensão cívica articula-se à ideia de deveres e responsabilidades, à propensão ao comportamento solidário, inclusive relativamente Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 38 àqueles
Compartilhar