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Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 1 Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação Class Patologia Geral Created Materials Property Reviewed Type Anotações de aula Degenerações: Introdução e Conceito Doenças possuem causas (etiologia) que agem por determinados mecanismos (patogênese) que produzem alterações morfológicas (anatomia patológica) que resulta em alterações funcionais do organismo (fisiopatologia) produzindo manifestações objetivas e subjetivas. Conceito: acúmulo de substância no citoplasma da célula, que leva a alterações morfológicas e acontece devido a alterações bioquímicas de compostos da própria célula, por alteração enzimática ou metabólica. É um processo patológico reversível: se retirada a causa a célula volta ao normal. Classificação Quais são as substâncias que podem acumular no citoplasma? Água → Degeneração hidrópica; citoplasma granular Lipídeos → Esteatose ou lipidose; formação de vacúolos Proteínas → Degeneração hialina; coloração eosinofílica e aspecto de grumos no citoplasma Uma mesma causa pode levar a diferentes tipos de degenerações e morfologias @Sep 1, 2020 9:59 AM Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 2 Degeneração Hidrópica Acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma da célula Causa: transtorno do equilíbrio hidreletrolítico Na microscopia: presença de citoplasma com aspecto granular, granulações citoplasmáticas Equilíbrio hidreletrolítico celular Membrana plasmática: transporte de solutos, formação de um gradiente de concentração Produção de energia celular: mitocôndrias são responsáveis, é onde ocorre a fosforilação oxidativa. Fornecem energia para transportes ativos. Patogênese Transtorno no equilíbrio hidreletrolítico celular: Alteração na produção ou consumo de ATP Redução da síntese de ATP: hipóxia, agentes tóxicos à membrana mitocondrial e inibidores da cadeia respiratória Hipóxia → isquemia (diminuição ou suspensão da irrigação sanguínea); alterações na bomba de sódio-potássio → Redução da síntese de ATP Agentes tóxicos físicos ou químicos → Lesão da membrana mitocondrial → Redução da síntese de ATP Agendes desacopladores da fosforilação oxidativa e inibidores da cadeia respiratória → Redução da síntese de ATP Alteração dos canais iônicos Fatores que codificam as moléculas que compõem os canais de transporte Perda da integridade da membrana celular Integridade da membrana Toxinas com atividade fosfolipase Agressões geradoras de radicais livres Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 3 Etiologia: Agentes biológicos, físicos (radiações, formação de radicais livres) 💡 Radicais livres: Provoca peroxidação lipídica → lesão da membrana Relação direta entre produção de ATP e bomba de sódio-potássio Alterações da permeabilidade da membrana Em qualquer causa ou mecanismo o que ocorre é: Aumento de Na Diminuição de K Aumento da pressão osmótica (PO) Entrada de água no citoplasma da célula Resultado Diluição da matriz citoplasmática dilatação de organelas desestruturação do citoesqueleto Grânulos citoplasmáticos (do que são compostos?) Turgidez Macroscopia Peso: aumentado Volume: aumentado Consistência: diminuída Cor: coloração pálida Degeneração Hialina Degeneração por acúmulo de proteínas no citoplasma das células Defeito no dobramento e transporte de proteína, levando ao acúmulo anormal de proteínas no citoplasma Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 4 Características microscópicas de luz Regiões mais eosinofílicas e amorfas Vítreo, hialino e brilhante Alteração dos elementos proteicos Condensação dos filamentos intermediários Acúmulo de material virótico Proteínas endocitadas Corpúsculo de Mallory: acúmulo de filamentos intermediários (fazem parte do citoesqueleto e mantêm o arcabouço da célula) Comum em hepatócitos de alcoólatras crônicos Hepatite alcoólica Cirrose Hepatite crônica Gera processo inflamatório que resulta em uma alta produção de radicais livres, que atuam sobre os filamentos/ceratinas induzindo uma peroxidação, facilitando ligações transversais entre eles e outras proteínas do citoesqueleto formando aglomerados e se precipitando. Microscopia: Aglomerado amorfo de substância eosinofílica Corpúsculo de Negri: agregados de partículas virais do vírus da raiva Mais possível de ser encontrado na região do hipocampo Encontrado somente se o paciente tiver a doença (raiva) Hepatócitos em Vidro Fosco: acúmulo de antígenos de superfície do vírus B (HbSAg) Possível de ser observado em casos de hepatocarcinoma e cirrose Microscopia: região citoplasmática rósea com alo em volta Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 5 Gotículas de reabsorção proteica: acúmulo de proteínas endocitadas Ocorre quando o paciente tem proteinúria Pode estar associado a presença de fibrina e hemácia na luz celular Microscopia: aspecto de gotículas no citoplasma 💡 Em alterações genéticas não há como reverter o processo, e a lesão permanecerá. Esteatose e Lipidose Alterações no metabolismo de lipídeos que geram acúmulo de gordura em células que não tem função de armazenagem Dois tipos: Triacilgliceróis → Esteatose Não triacilgliceróis → Lipidose Reversível. Microscopia: Vacúolos. Esteatose Triacilgliceróis Fatores (etiologia) que alteram (patogênese) o metabolismo lipídico: Hipóxia Desnutrição Agentes tóxicos Etanol Patogênese Aumento da síntese de lipídeos Diminuição da utilização, transporte ou excreção de lipídeos Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 6 Metabolismo lipídico: triacilglicerídeos podem vir da célula adiposa ou da alimentação, obtidos a partir de ácidos graxos livres que vão para os hepatócitos para serem metabolizados em acetil CoA, fosfolipídeos, triacilglicerídeos ou colesterol. Se ligam às apoproteínas e passa a ser chamado de lipoproteínas, que são liberadas para o plasma, para serem armazenados em adipócitos ou utilizados como fonte de energia. Esse processo exige uso de ATP. Mobilização aumentada de ácidos graxos → ex: maior disponibilidade de ácidos graxos em pessoas obesas Oxidação diminuída → menor produção de ATP via ácido graxo, mais disponibilidade de ác. graxo, sobrecarga destes e depósito no citoplasma Síntese diminuída de apoproteínas → não liberação dos lipídios produzidos Bloqueio da união da proteína com o lipídeo → não forma lipoproteína para ser liberada Bloqueio da liberação das lipoproteínas → devido a comprometimento funcional do citoesqueleto ETIOLOGIA/PATOGÊNESE Hipóxia → diminuição de ATP → oxidação diminuída 🔎 Desnutrição 1. → mobilização aumentada de ácidos graxos por lipólise (uso do armazenamento de adipócitos) → aumento dos ácidos graxos livres 2. → baixos níveis de síntese de proteínas → síntese diminuída de apoproteínas Agentes tóxicos Ex: tetracloreto de carbono Lesão do Retículo Endoplasmático → diminuição da síntese de proteínas/apoproteínas → lesão ao RE ocorre pela produção de radicais livres por esse agente tóxico Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 7 Etanol Pelas suas vias de metabolismo é formado o acetaldeído, que pode agir como radical livre levando a peroxidação das organelas, inclusive das mitocôndrias, onde essa lesão vai levar a diminuição da betaoxidação e não metabolização de ácidos graxos. O acetaldeído também pode agir dificultando o transporte de lipoproteínas por alterações no citoesqueleto da célula, levando ao acúmulo de lipídeos na célula. Pode ser convertido também em acetato, utilizado no ciclo da produção de energia, podendo ser convertido em ac. graxo, gerando diminuição deste. Macroscopia Aumento de peso e volume Consistência diminuida Coloração amarelada Cápsula distendida Bordas arredondadas (indica aumento do volume do órgão) Aspecto untuoso (gorduroso) Vasos em fenda (indica aumento do volume do órgão): vasos comprimidos Microscopia Presença de vacúolos, podendo ser micro ou macrovacúolos, com aspectomais claro, esbranquiçado, devido ao processamento da lâmina que realiza retirada dos lipídeos. Núcleo excêntrico, mais periférico, devido a presença de macrovacúolos. LIPIDOSE Não triacilgliceróis Sistêmica: são acumulados lipídeos complexos, como os de membrana por exemplo. Esfingolipídeos e gangliosídeos Localizada: acúmulo de colesterol Sistêmica Doença de Gaucher Teórica 1 - As degenerações: conceito e classificação 8 deficiência da beta-glicosidase → cliva a glicose da ceramida (lipídeo complexo), não há clivagem entre a glicose e o lipídeo. Assim, a ceramida que é importante em diversos processos não é utilizada. Reversibilidade? Não há como remover a causa por ser uma deficiência genética. Mas para a célula em si é uma lesão reversível. Microscopicamente: macrófagos com aspecto espumoso no baço. Localizada Xantoma protuberâncias gordurosas principalmente nas regiões de articulações comum em casos de hipercolesterolemia deposição de colesterol na região da derme e desenvolvimento de resposta inflamatória fagocitose do colesterol → macrófagos espumosos ou xantomatosos ruptura das células pode gerar acúmulo de colesterol no interstício também Aterosclerose Lesão endotelial crônica por fatores predisponentes que leva ao depósito de lipídeos na região da intima, desencadeando reação inflamatória onde haverão macrófagos realizando fagocitose do colesterol acumulado. São observadas células com aspecto espumoso Na macroscopia são vistas estrias gordurosas ou lipídicas Na evolução da lipidose pode se chegar à formação a aterosclerose, pelo aumento da espessura de placas de gordura. Na aterosclerose de fato: espessamento da íntima, células com aspecto espumoso, cristais de colesterol com aspecto de grãos de arroz no interstício.
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