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1. "A posição não se limitava aos jorrnais. Nina Rodrigues publicava em 1894, As raças humanas e a responsabilidade penul no Brasil, onde não só defendia só a proeminência do médico na atuação penal, como advogava a existência de dois códigos no país - um para negros, outro para brancos -, correspondentes aos diferentes graus de evoluqão apresentados por esses dois grupos. Falando, portanto, de um lugar respeitado e privilegiado, esses intelectuais entendiam a questão nacional a partir da raça e do indivíduo, mascarando uma discussão mais abrangente sobre a cidadania, que se' impunha no contexto de implantação da jovem República." ( SCHWARCS , Lilia M. USOS E ABUSOS DA MESaIÇAGEM E DA MÇA NO BRASIL uma história das teorias raciais em finais do século XIX. ) O texto apresenta a análise da historiadora sobre um importante conjunto de ideias de finais do século XIX e X que enaltecia a diferença racial e a discriminação. A partir da sua leitura e conhecimento prévios podemos concluir que: O racismo, embasado por discursos de cientistas, começou a ser criticado pela imprensa. O racismo, sustentado pelo discurso de pesquisadores, começou a ser chamado de pseudo ciência. O racismo começou a ser refutado no século XIX no espaço da academia. O racismo, um elemento novo em nossa sociedade, começou a ser disseminado no século XIX. Certo O racismo assumiu no século XIX uma porção "científica" que apoiava e legitimava sua prática. Explicação: No século XIX começaram a ser difundidas as chamadas teorias raciais que justificavam a existência de grupos superiores a outros em virtude de características físicas. Este conjunto teórico começou a ser largamente difundido nas academias, ou seja, dentro dos espaços de pesquisa. Lamentavelmente o discurso racista encontrou respaldo na "ciência" da época. 2. Os embates científicos raciais se agravaram no Brasil após a abolição da escravidão, as discussões sobre raça e mestiçagem passaram a fazer parte da agenda dos assuntos ligados à cidadania brasileira. A simples importação de análises científicas feitas por europeus e estadunidenses deixou de ser suficiente. Mesmo partindo de lugares diferentes (o direito, a medicina e o jornalismo), Silvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha identificaram a diversidade racial ¿ principalmente a forte presença negra no Brasil ¿ como: Certo Entrave para que as palavras ordem e progresso, estampadas na bandeira do Brasil República, de fato se transformassem em prática social; Entrave para que as palavras ordem e progresso, estampadas na bandeira do Brasil República, jamais se transformassem em prática social; Entrave para que as palavras ordem e progresso, estampadas na bandeira do Brasil Imperial, de fato se transformassem em prática social; Solução para que as palavras ordem e progresso, estampadas na bandeira do Brasil Colonial, de fato se transformassem em prática social; Solução para que as palavras ordem e progresso, estampadas na bandeira do Brasil República, de fato se transformassem em prática social; Explicação: É interessante perceber, como foram ricas e profundas as contribuições desses autores: Silvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha que em suas análises pesquisaram a questão da mestiçagem e o negro. Esses cientistas sociais, identificaram a diversidade racial, principalmente a forte presença negra no país e, verificaram como o ¿entrave para que as palavras ordem e progresso, estampadas na bandeira do Brasil República, de fato se transformassem em prática social¿. Portanto, a única proposição correta é a terceira. Gabarito Comentado 3. Marque entre as opções abaixo aquela que apresenta o nome de dois pensadores brasileiros que se dedicaram ao tema da miscigenação. Arthur Ramos e Florestan Fernandes. Sérgio Buarque de Holanda e Florestan Fernandes. Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr. Caio Prado Jr e Gilberto Freyre. Certo Gilberto Freyre e Arthur Ramos. Explicação: Esses autores realizaram seus estudos sobre a sociedade e cultura brasileira buscando entender que a miscigenação das três raças fazia parte da formação do Brasil. Essa visão que tomava a miscigenação como elemento fundametal para a análise da sociedade brasileira foi uma característica do pensamento social durante a década de 30. Gilberto Freyre escreveu o estudo Casa Grande e Senzala que alcançou grande repercussão no país e contribuiu para uma visão em que a convivência entre as raças no caso brasileiro teria sido menos violenta e mais conciliadora se comparada com outras nações da região. Gabarito Comentado 4. O Brasil é constituído por diversidade étnico-cultural. Contudo, embora reconheçamos esta diversidade, pode-se pontuar que: A contribuição dos povos indígenas e europeus se sobrepõe àquela dos africanos. Houve maior contribuição e importância dos europeus. Houve menor contribuição dos povos indígenas. Certo Diferentes povos contribuíram, em diferentes nuances, para a formação da sociedade brasileira. A contribuição dos povos indígenas e africanos se sobrepõe àquela dos portugueses. 5. A mestiçagem pode ser considerada uma singularidade na formação da identidade nacional brasileira. Varias obras, artísticas e literárias, foram produzidas a partir da ideia de uma mistura racial envolvendo europeus, negros e índios. Dentre elas, podemos citar: A origem das espécies, de Charles Darwin e A moreninha de Joaquim Manuel de Macedo. Certo Macunaíma, de Mario de Andrade e o Guarani, de José de Alencar. Os sermões, de Padre Antônio Vieira e Tristes Trópicos, de Claude Lévi-Strauss A casa e a rua, de Roberto da Matta e Helena, de José de Alencar Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre e Dom Casmurro, de Machado de Assis. 6. Gilberto Freyre em sua obra Casa Grande & Senzala procurou: Errado defender a inexistência da chamada "democracia racial e combater a fusão dasx três raças. Errado apresentar uma imagem positiva de um Brasil mestiço , como resultado da fusão das três raças. estimular as imigrações estrangeiras , principalmente de orientais, para o desenvolvimento das atividades urbanas. difundir a eugenia em sua obra, ou seja, um branqueamento racial. despertar nos governos republicanos a idéia de criação de reservas indígenas e quilombos. Explicação: Casa-Grande & Senzala é uma obra surpreendente e esclarecedora sobre a formação do povo brasileiro- com todas as qualidades e seus vícios-, e foi importantíssima para consagrar a importância do indígena- e principalmente do negro- no desenvolvimento racial e cultural do Brasil, que é um dos mais complexos do mundo. 7. "O indianismo dos românticos [...] denota tendência para particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a literatura ocidental, inserindo-as na realidade local, tratando-as como próprias de uma tradição brasileira." (Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira) Considerando-se o texto acima, pode-se dizer que o indianismo, na literatura romântica brasileira: Certo Procurou adaptar os modelos europeus à realidade brasileira. Procurou enaltecer o papel do escravo indígena. Procurou adaptar os modelos femininos europeus às mulheres brasileiras. Procurou adaptar os índios à escravidão. Procurou enaltecer a rebeldia dos índios brasileiros. 8. Em um contexto relativo à construção dos Estados Nacionais no Brasil e no mundo houve o desenvolvimento de numerosas teorias raciais científicas que buscavam explicar o Brasil, seu povo e o seu nível de desenvolvimento. Baseados em seus estudossobre as teorias raciais científicas que fizeram parte do pensamento social brasileiro, assinale abaixo a alternativa correta: e) No contexto do final do século XIX, os abolicionistas destoavam entre os intelectuais brasileiros porque defendessem a liberdade dos negros escravizados e a transformação dos últimos em cidadãos plenos. d) Os homens de ciência do Brasil dialogaram com os teóricos e cientistas europeus e estadunidenses e, por esses motivos, apropriaram-se das contribuições dos últimos de forma quase integral. a) Estudiosos e cientistas europeus e estadunidenses como Broca, Gobineau e Le Bon defendiam que a raça branca era a mais evoluída e propuseram a miscigenação para branquear as demais sociedades do mundo. Certo c) No imaginário brasileiro do final do século XIX, os indígenas passaram a ser vistos como símbolo de pureza nacional a partir de uma leitura oriunda dos intelectuais românticos. Tal visão idealizada excluía os indígenas que viviam no mesmo período e continuavam sendo alvos de violências. b) No contexto europeu, as teorias raciais científicas se desenvolveram a partir da apropriação de uma doutrina da igreja católica baseada na crença de que os africanos não tinham alma. Explicação: Erro da alternativa A: Broca, Gobineau e Le Bon eram contrários à miscigenação. Erro na alternativa B: as teorias racistas foram edificadas como contraponto às doutrinas religiosas. Erro na alternativa D: os tiveram que achar uma matriz teórica original, ou seja, adaptaram as teorias estrangeiras ao que combinava e descartando o que era problemático para a construção de um argumento racial no país. Erro na alternativa E: nem todos os abolicionistas estavam certos quanto à igualdade de direitos para os antigos escravos.
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