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Apostila Tecnica Operatoria UFES

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1 
1 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO BIOMÉDICO 
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA 
LABORATÓRIO DE TÉCNICA OPERATÓRIA 
E 
 CIRURGIA EXPERIMENTAL 
“Prof. Dr. João Luiz de A. Carneiro”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE ORIENTAÇÃO 
 PROGRAMA PRÁTICO 
 2010 
 
BATISTA, E F N 
 
CARRARETTO, A R 
 
 
2 
2 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO BIOMÉDICO 
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA 
 
 
DISCIPLINA DE TÉCNICA OPERATÓRIA 
E 
 CIRURGIA EXPERIMENTAL 
“Prof. Dr. João Luiz de A. Carneiro”. 
 
MANUAL DE ORIENTAÇÃO 
 
PROGRAMA PRÁTICO 
 
2010 
 
PROFESSORES DA DISCIPLINA: 
 
 ABRANTES ARAÚJO SILVA 
 ANTÔNIO ROBERTO CARRARETTO 
 ELTON FRANCISCO NUNES BATISTA 
 JORGE WOLMER CHAMON DO CARMO 
 
 
Autores: 
BATISTA, E F N 
eltonmed@yahoo.com.br 
 
CARRARETTO, A R 
roberto@carraretto.med.br 
 
 
www.tocexp.ufes.br 
 
 
CAPA: ALUNOS DO 6º PERÍODO EM ATIVIDADE 
mailto:eltonmed@yahoo.com.br
mailto:roberto@carraretto.med.br
http://www.tocexp.ufes.br/
 
 
3 
3 
MANUAL DE ORIENTAÇÃO 
 
ENFOCADO NO 
 
PROGRAMA PRÁTICO 
 
DE 
 
TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL 
 
 
 
 
 
 
ELTON FRANCISCO NUNES BATISTA 
Professor Adjunto IV 
Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental 
Departamento de Clínica Cirúrgica 
Centro de Ciências da Saúde 
Universidade Federal do Espírito Santo 
 
 
 
ANTÔNIO ROBERTO CARRARETTO 
Professor Adjunto 
Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental 
Departamento de Clínica Cirúrgica 
Centro de Ciências da Saúde 
Universidade Federal do Espírito Santo 
 
 
 
 
 
VITÓRIA - ES 
2010 
 
 
4 
4 
C O N T E Ú D O 
 
 
1- Introdução 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Planta baixa do Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental 
 
2 – Roteiro das atividades práticas 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
 O animal – Introdução ao laboratório – Atividades: seqüência da anestesia – Atividades básicas – 
Atividades cirúrgicas – Atividades alternativas 
 
3 – Vivissecção 
 
4 – Temas informativos 
 
5 - O bloco cirúrgico 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Centro cirúrgico – Sala de recuperação pós-anestésica - centro de esterilização 
 
6- Equipe cirúrgica 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Componentes da equipe cirúrgica – Vestuário – Preparo da equipe – Conduta e postura no ambiente 
cirúrgico – Posição da equipe 
 
7 - O paciente 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Tricotomia – Preparo anti-séptico do paciente – Posição operatória do paciente –Campos operatórios 
 
8 - Instrumental cirúrgico 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Tricotomia – Caixa básica – Mesa básica - Sinalização cirúrgica 
 
9 - Material de sutura 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
 
 
5 
5 
Calibre e dimensão – Outras peculiaridades – Comportamento biológico – Classificação – Tipos de 
fios cirúrgicos 
 
10 - Agulhas cirúrgicas 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Anatomia de uma agulha 
 
11- Nós cirúrgicos 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Característica dos nós – Formato dos nós 
 
12 - Pontos e suturas 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Pontos e suturas convencionais - Suturas e ligaduras mecânicas 
 
13 - Acesso venoso 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Acesso venoso por punção - Acesso venoso por dissecção - Punção intra-óssea 
 
14 - Nocões gerais de anestesia 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
Avaliação pré-anestésica - Fases de uma anestesia geral 
 
15 - Intubação endotraqueal 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
Técnica para a intubação traqueal - Ventilação assistida e controlada 
 
16 - Reanimação cardio-respiratória 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
17 - Monitoração em anestesia 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
Oxigenação – Ventilação – Circulação - Outros parâmetros 
 
 
6 
6 
 
18 - Traqueostomia 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Indicações gerais – Classificação - Tipos de cânulas - Referências anatômicas - Complicações da 
traqueostomia - Cuidados com o paciente traqueostomizado 
 
19 – Cricotireostomia 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Cricotireostomia por punção (com agulha) - Técnica de ventilação - Cricotireostomia cirúrgica 
 
20 - Paracentese abdominal e lavado peritonial 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Técnica aberta do lavado peritonial - Técnica fechada do lavado peritonial - Complicações do 
lavado peritonial - Cuidados especiais 
 
21 – Toracocentese 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Toracocentese para derrames líquidos - Toracocentese no pnemotórax hipertensivo - 
Complicações da toracocentese 
 
22 - Drenagem pleural em selo d’água 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Técnica cirúrgica - Complicações da drenagem torácica - Mecanismo do sistema em selo d’água - 
Retirada do dreno 
 
23 - Pericardiocentese 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Complicações da pericardiocentese 
 
24 - Curativos 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Terminologia - Cuidados especiais nos curativos 
 
25 - Dispositivos de diatermia e outras variedades 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
 
 
7 
7 
Bisturi eletrônico - Bisturi ultra-sônico - Ligasure - Coagulador de argônio - Laser 
 
26 – Aspiradores 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
Aspirador elétrico - Sistema centralizado com rede (vácuo de parede) – Sistema venturi 
 
27 - Sumário I: atividades preliminares com o cão 
 . 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
28 - Preparo do animal para anestesia e cirurgia 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
29 - Anestesia geral 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
30 - Intubação oro-traqueal 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
Técnica 
 
31 - Monitoração do cão 
 
Antônio Roberto Carraretto 
 
32 – Sumário II: procedimentos cirúrgicos no cão 
 
Elton Francisco Nunes Batista 
 
33 - Acesso venoso 
 
34 – Traqueostomia 
 
35 - Laparotomias 
 
36 - Paracentese abdominal e lavado peritonial 
 
37 – Gastrostomia 
 
38 - Gastrotomia e gastrorrafia38 - Gastrotomia e gastrorrafia 
 
39- Gastroenteroanastomose 
 
40 – Colostomia 
 
 
 
8 
8 
41 – Esplenorrafia 
 
42 - Esplenectomia 
 
43 - Biópsia hepática 
 
44 - Drenagem pleural em selo d’água42 - Esplenectomia 
 
43 - Biópsia hepática 
 
45 - Relatório da cirurgia’ 
 
46 - Ficha da anestesia 
 
 
 
9 
9 
 
 
I- 
II- 
III- 
IV- 
V- 
VI- 
VII- 
VIII- 
IX- 
X- 
XI- 
XII- 
XIII- 
XIV- 
XV- 
XVI- 
XVII- 
XVIII- 
XIX- 
XX- 
XXI- 
XXII- 
XXIII- 
XXIV- 
XXV- 
XXVI- 
XXVII- 
XXVIII- 
XXIX- 
XXX- 
XXXI- 
XXXII- 
XXXIII- 
XXXIV- 
XXXV- 
XXXVI- 
XXXVII- 
XXXVIII- 
XXXIX- 
XL- 
XLI- 
XLII- 
 
 
Figura 1 - Planta baixa do Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia 
Experimental – CCS UFES 
 
 
 
 
10 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia 
Experimental – Especificação dos ambientes 
 
 
11 
11 
PRINCÍPIOS GERAIS DE APRENDIZADO 
 
As atividades de aprendizado devem ser planejadas para permitir que cada um 
adquira competências, seguindo objetivos bem definidos: 
 
 Participação ativa em todas as atividades planejadas; 
 
 Estabelecer uma relação entre as atividades propostas e os objetivos pessoais; 
 
 Experimentar satisfação, aplicando o que está sendo aprendido; 
 
 Sentir-se recompensado pelo sucesso, mais do que punido pelas falhas; 
 
 Receber instruçãode múltiplas formas (aulas teóricas, leitura, trabalho prático 
individual ou em grupo e observação independente); 
 
 Demonstração contínua do que aprendeu; 
 
 Pensar de modo divergente para encontrar soluções inovadoras; 
 
 Observar a demonstração dos exercícios antes de tentar realizá-los; 
 
 Conhecer previamente o que é esperado e realizar o que for relevante; 
 
 Praticar, para utilizar os conhecimentos e habilidades adquiridas, a fim de retê-los; 
 
 Refletir sobre os progressos no aprendizado e eventuais problemas de percurso; 
 
 Ajustar-se a conflitos e frustrações que possam surgir no decorrer do aprendizado; 
 
 Desenvolver objetivos pessoais realísticos; 
 
 Nunca desistir de algo que outros são capazes de realizar. 
 
 
12 
12 
INTRODUÇÃO
 
 
O programa de aulas práticas para o 6
o
. Período do Curso de Graduação Médica 
que é desenvolvido no Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – 
Centro Biomédico da UFES, obedece a critério seletivo de temas que oferecem maiores 
possibilidades no desenvolvimento das habilidades psicomotoras. Também permite a 
oportunidade dos alunos observarem, treinarem e executarem procedimentos cirúrgicos 
básicos, considerados essenciais a qualquer especialidade médica, e iniciarem até alguns 
procedimentos mais avançados na medida da evolução do desempenho do grupo. 
 
 A área física do Laboratório dispõe de auditório para 80 lugares; centro cirúrgico 
com duas salas e quatro mesas de operação; lavabo; sala de apoio; vestiários masculino e 
feminino, com instalações hidro-sanitárias; sala de professores; um aparelho de anestesia 
de uso hospitalar e dois respiradores mais simples; sistema de audiovisual; instalação de 
gases (ar comprimido, oxigênio e óxido nitroso); três monitores cardíacos; dois bisturis 
eletrônicos da marca Valley-lab; instrumental variado para cirurgias de pequeno, médio e 
grande porte; dispositivos para treinamento de nós cirúrgicos e suturas e também 
equipamentos de videocirurgia. São formados três grupos de trabalho (equipes) para 
aulas práticas e que permanecem inalterados durante todo o período. As atividades 
descritas são as mesmas para todos. 
 
 Participam desse programa, quatro Professores (três cirurgiões e um 
anestesiologista) e um grupo de Monitores devidamente treinados para as aulas práticas. 
Algumas atividades são repetitivas, permitindo ao aluno a oportunidade de adequada 
familiarização com as atividades básicas e fundamentais da cirurgia. O revezamento dos 
alunos no trabalho cirúrgico é estimulado e necessário para que cada um tenha a 
oportunidade de atuar em todas as funções. 
 
 Após a fase inicial de adaptação dos alunos, todas as atividades e condutas 
desenvolvidas no ambiente de aulas, podem ser consideradas de avaliação, permitindo-se 
elaborar um conceito do desempenho de cada aluno, que pode até dispensar a avaliação 
prática final. Esta avaliação conceitual é um critério que depende de cada orientador. 
 
Como as fontes didáticas disponíveis apresentam os assuntos aqui discutidos de 
maneira dispersa, tentou-se compor um fascículo que reúna grande parte dos assuntos 
enfocados e vivenciados no dia-a-dia do aluno na sua fase de aprendizado prático das 
bases de Técnica Operatória. Assim, em uma edição ainda temporária, reuniu-se os 
pontos mais importantes com ilustrações para a avaliação de uma futura publicação. 
 
Os procedimentos cirúrgicos descritos nos sumários, ao final do texto, têm por 
objetivo facilitar as tarefas relatadas no roteiro. As dúvidas serão resolvidas de imediato 
com os orientadores. 
 
 
13 
13 
ROTEIRO: ATIVIDADES PRÁTICAS 
 
 
O ANIMAL 
 
O cão é o animal preferencial e tradicionalmente utilizado para aula prática pela 
sua disponibilidade, fácil manuseio e porque resiste bem aos procedimentos anestésicos e 
cirúrgicos. O seu valor no aprendizado é inestimável. O aluno deve tomar consciência de 
que o animal no laboratório é o seu paciente naquele momento e, graças a ele, lhe será 
permitido treinar, desenvolver habilidades e aprender a técnica e tática de muitos dos 
procedimentos que se aplicam na cirurgia em seres humanos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Cão - Animal utilizado em aulas práticas 
 
É um ser vivo dito irracional, mas dotado de sentidos, inclusive a afetividade. 
Está sujeito ao sofrimento físico se não forem adotados todos os preceitos exigidos para 
o seu manuseio. Deve ser tratado com respeito, inclusive porque ele se submete ao nosso 
propósito de treinamento sem a opção de escolha. Considera-se o mínimo de cuidados 
básicos que devem ser dispensados nessa atividade do Laboratório: 
 
 Não assustar o animal, tratando-o com respeito e delicadeza; 
 Não permitir que sofra durante as operações ou no pós-operatório; 
 Adotar o melhor da técnica simulando o paciente de amanhã; 
 Lembrar que existe Lei que disciplina o trabalho com animais (texto - vivissecção); 
 
CUIDADOS: Como não se dispõe de criação própria, utilizam-se cães de rua recolhidos 
pelo Serviço Público de controle das zoonoses da Prefeitura Municipal. Embora 
aparentemente todos pareçam sadios, não se tem controle de vacinação e por isto ficam 
algum tempo em observação. Por razões de segurança, recomenda-se muito cuidado ao 
manuseá-los, estejam acordados ou anestesiados. 
 
 
14 
14 
INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO 
 
Apresentação das dependências de ensino (lavabo, salas de cirurgia, 
equipamentos) e orientação da dinâmica das aulas práticas. 
 
a- Normas de acesso ao centro cirúrgico e vestuário 
b- Técnicas de preparo anti-séptico da equipe cirúrgica: escovação e paramentação 
c- Demonstração: instrumental cirúrgico, caixa e mesa básicas 
d- Princípios básicos da sinalização em cirurgia e campos operatórios 
e- Treinamento: preparo anti-séptico da equipe cirúrgica 
f- Demonstração e treinamento de fios e nós cirúrgicos 
g- Demonstração de pontos e suturas 
 
 
ATIVIDADES 
 
As primeiras três aulas práticas são preparatórias e enfocam assuntos muito 
básicos relacionados ao acesso ao centro cirúrgico, escovação e paramentação, preparo 
da mesa de instrumental e identificação da caixa básica. Também se enfoca noções sobre 
fios cirúrgicos, pontos e nós e os vários tipos de pontos e suturas, que são treinados em 
pranchetas. 
 
Após as primeiras três aulas de noções gerais e treinamento básico, os alunos 
iniciam sua participação cirúrgica em animal vivo. 
 
 
SEQÜÊNCIA DA ANESTESIA: A demonstração inicial dos equipamentos, 
dispositivos necessários a intubação traqueal, ventilação e alguns procedimentos 
anestésicos é feita pelo Professor e, nas aulas subseqüentes, a anestesia será sempre 
conduzida pelos alunos em forma de rodízio, conforme a seguinte rotina: 
 
a- Preparo e checagem do material para anestesia geral: 
 Preparar o soro: Conectar o frasco ao equipo, retirar o ar. 
 Diluição do barbitúrico: (Thiopental Sódico à 2,5% - 1g + 40 ml soro ou 0,5g 
+ 20 ml soro) 
 Verificar e testar equipamentos e materiais para anestesia: (Ambú, 
Vaporizador, Cal Sodada, Laringoscópio e tubo oro-traqueal). 
 Verificar o circuito de gases 
b- Sempre usar luvas para lidar com os animais; 
c- Por medida de segurança, manter a focinheira no animal até a indução anestésica; 
d- Punção venosa com cateter plástico ou “butterfly” (pata dianteira), fixar o cateter e 
conectar o soro (instalação da via venosa); 
e- Indução anestésica com Thiopental sódico na dose de 10 mg /kg de peso; 
 A injeção do medicamento é lenta, enquanto se observa a reação do animal. 
 Verificar o reflexo corneano e palpebral, observar o relaxamento. 
 Retirar a focinheira e fixá-lo à mesa em decúbito dorsal; 
f- A fixação das patas do animal não deve interferir com a área de ação da equipe; 
 
 
15 
15 
g- Intubação oro-traqueal, insuflar balonete, ventilar com o Ambú, observar a expansão 
torácica e realizara ausculta torácica para confirmar posicionamento da cânula; 
h- Fixação do tubo e conexão ao aparelho de ventilação (respirador) ou mantê-lo em 
respiração espontânea (opcional); 
i- O tubo traqueal é fixado à mandíbula do animal com fio urso; 
j- Instalar os eletrodos para a Monitoração cardíaca; 
k- Início da anestesia inalatória (halotano, por exemplo); 
l- Acoplar a placa do bisturi elétrico em área de grande contato; 
m- Limpeza da pele do cão com água e sabão (toda a área de abordagem). 
 
 
ATIVIDADES BÁSICAS - TÓPICOS: 
 Preparo do material de anestesia 
 Diluição de drogas e montagem do soro 
 Checar respirador e rede de gases 
 Venóclise superficial 
 Indução anestésica 
 Intubação oro-traqueal 
 Monitoração 
 Manuseio do bisturi elétrico 
 Preencher a ficha da anestesia 
 
 
ATIVIDADES CIRÚRGICAS - TÓPICOS: 
 Dissecção de veias jugular e femoral, bilateralmente 
 Traqueostomia 
 Exérese de “pequenas lesões” (mamilos) sob anestesia local 
 Laparotomia mediana, exploração da cavidade e síntese da laparotomia 
 Drenagem pleural em selo d’água 
 Esplenorrafia ou Esplenectomia 
 Apendicectomia 
 Gastrotomia e gastrorrafia 
 Gastrojejunostomia 
 Colostomia em alça 
 Relatório da cirurgia 
 
 
ATIVIDADES ALTERNATIVAS - TÓPICOS: 
 Reanimação cardiopulmonar 
 Demonstração de laparoscopia 
 Cricotireostomia 
 Pericardiocentese 
 Paracentese abdominal e lavado peritonial 
 Toracocentese 
 Outras 
 
 
16 
16 
VIVISSECÇÃO 
 
 
Lei no. 6.638 de 08 de maio de 1979 – 
 
D. O. I, PTE. I, de 10.05.79. 
 
Estabelece normas para a prática didático-científica da vivissecção em animais e 
determina outras providências. 
 
Presidente da República, 
 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1
o
. - Fica permitida, em todo o território nacional, a vivissecção de animais, nos 
termos desta Lei. 
 
Art. 2
o
. - Os biotérios e os centros de experiência e demonstrações com animais vivos 
deverão ser registrados em órgão competente e por ele autorizados a funcionar. 
 
Art. 3
o
. - A vivissecção não será permitida: 
 
I- Sem o emprego de anestesia; 
II- Em centro de pesquisa e estudos não registrados em órgãos competentes; 
III- Sem a supervisão de técnico especializado; 
IV- Com animais que não tenham permanecido mais de quinze dias em biotérios 
legalmente autorizados; 
V- Em estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo graus e em quaisquer 
locais freqüentados por menores de idade. 
 
Art. 4
o
. - O animal só poderá ser submetido às intervenções recomendadas nos 
protocolos das experiências que constituem a pesquisa ou os programas de aprendizado 
cirúrgico quando, durante e após a vivissecção, receber cuidados especiais. 
 
Par. 1
o
. - Quando houver indicação, o animal poderá ser sacrificado sob estrita 
obediência às prescrições científicas. 
 
Par. 2
o
. - Caso não sejam sacrificados, os animais utilizados em experiências ou 
demonstrações somente poderão sair do biotério trinta dias após a intervenção, 
desde que destinados a pessoas ou entidades idôneas que por eles queiram 
responsabilizar-se. 
 
Art. 5
o
. - Os infratores desta Lei estarão sujeitos: 
 
I- Às penalidades cominadas no art. 64, caput. do Decreto Lei no.3.688, de 03 de 
outubro de 1941, no caso de ser a primeira infração; 
II- À interdição e cancelamento do registro do biotério ou do centro de pesquisa, no 
caso de reincidência. 
 
 
17 
17 
 
Art. 6
o
. - O poder executivo, no prazo de noventa dias, regulamentará a presente Lei, 
especificando: 
 
I- O órgão competente para o registro e a expedição de autorização dos biotérios e 
centros de experiências e demonstrações com animais vivos; 
II- As condições gerais exigíveis para o registro e o funcionamento dos biotérios; 
III- Órgão e autoridades competentes para a fiscalização dos biotérios e centros 
mencionados no inciso I. 
 
Art. 7
o
. - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação. 
 
Art. 8
o
. - Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, em 08 de maio de 1979; 158
o
. da Independência e 91
o
. da República. 
 
 
JOÃO B. DE FIGUEIREDO. 
 
E. Portela 
 
Ernani Guilherme Fernandes da Motta 
 
 
18 
18 
O BLOCO CIRÚRGICO 
 
O projeto de um hospital deve ser elaborado pela arquitetura e engenharia 
modernas porque envolve aspectos de grande complexidade. A abordagem do tema neste 
texto é despretensiosa e pretende-se apenas dar uma breve noção das necessidades 
básicas inerentes à área cirúrgica e seu funcionamento para diferentes realidades. 
 
O bloco cirúrgico é a área do hospital destinada exclusivamente à realização de 
cirurgias, exames e procedimentos com necessidade de anestesia e outras atividades ou 
serviços afins. Deve estar em localização estratégica, longe de ruídos e com acesso fácil, 
embora isolado da circulação geral. A previsão do número de leitos hospitalares deve ser 
compatível com a sua capacidade de demanda. O bloco cirúrgico é composto de três 
setores básicos que devem funcionar integrados - centro cirúrgico, centro de 
esterilização e sala de recuperação pós-anestésica. 
 
CENTRO CIRÚRGICO 
O projeto inicial da planta básica de um centro cirúrgico é complexo e depende 
de um estudo minucioso quanto às necessidades imediatas, disponibilidade de recursos, 
funcionalidade e a expectativa de demanda a médio e longo prazo. O ideal seria uma 
projeção estimada com base no crescimento da população e também onde a própria 
estrutura física do hospital como um todo, pudesse ser ampliado no futuro, conservando 
as mesmas características iniciais, sem aquelas construções ou adaptações improvisadas. 
As seguintes dependências são essenciais: 
 
 Entrada – local de acesso ao centro cirúrgico com entrada independente para 
pacientes e pessoal funcional; 
 
 Vestiários – dependências destinadas à troca da roupa de uso comum por 
vestuário padronizado de centro cirúrgico. Devem ser independentes para uso 
masculino e feminino; 
 
 Corredor – deve permitir acesso fácil às diversas dependências do centro 
cirúrgico; 
 
 Lavabo – ambiente onde a equipe cirúrgica asséptica faz o preparo (anti-sepsia) 
para a cirurgia. Sua comunicação deve ser a mais direta possível com as diversas 
salas e o seu espaço deve ser adequado para permitir a paramentação (capotes e 
luvas), permitindo que a equipe asséptica já saia desse ambiente pronta para a 
operação. Tradicionalmente, preconiza-se que a água das torneiras do lavabo 
deva ser estéril. No entanto, grande número de hospitais já não adota esta 
medida, o que exige da comissão de controle de infecção, um protocolo 
diferente. Em muitas instituições o recinto do lavabo é utilizado apenas para o 
preparo anti-séptico, sendo a paramentação completada na própria sala de 
operações; 
 
 Sala de indução anestésica – ambiente opcional e não disponibilizado na prática 
em nosso país, onde o paciente seria anestesiado para depois ser encaminhado à 
 
 
19 
19 
sala de operações. Não é o que acontece habitualmente nos nossos hospitais nos 
quais todo ato médico já se inicia na própria sala de operações; 
 
 Sala de operações – ambiente onde são realizados os procedimentos anestésicos 
e cirúrgicos e alguns exames especializados sob anestesia. A quantidade de salas 
e suas dimensões são planejadas de acordo com a realidade de cada instituição. 
 
Em geral, salas com dimensões médias de 35-40m
2
 são bem adequadas 
para a maioria dos propósitos cirúrgicos. No entanto, certas operações podem 
exigir salas maiores e operações mais simples podem ser realizadas em salas bem 
menores. As paredes e o teto não devem ter ângulos retos para evitar acúmulo de 
resíduos e o piso não deve ser descontínuo para facilitar a limpeza e deve ter 
aterramento adequado para evitar interferência elétrica em equipamentos. 
 
A iluminação deve ser adequada e os focos cirúrgicosnão devem 
contribuir para aquecer o ambiente. A sua posição deve ser mais centrada para a 
mesa de operações e com possibilidade de controle manual pela equipe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Foco cirúrgico – diferentes tipos 
 
 
 
A refrigeração controlada é outro item indispensável para o paciente e 
equipe, porque o trabalho cirúrgico deve ocorrer em ambiente confortável e 
seguro. A mesa de operações deve permitir mobilidade para transporte, com 
articulação que permita diversos movimentos para posicionar o paciente e com 
possibilidade de uso de Raios X e / ou intensificador de imagens. O mobiliário 
 
 
20 
20 
deve ser restrito ao mínimo, apenas para acondicionar materiais e medicamentos 
de uso mais imediato; 
 
 Arsenal – local onde estão armazenados os materiais, medicamentos e peças de 
reposição necessários ao funcionamento das salas de cirurgia. Deve ter 
proximidade com as salas de operações; 
 
 Sala de enfermagem – ambiente destinado ao pessoal da enfermagem com 
objetivos funcionais e também de conforto; 
 
 Conforto médico – sala de estar, onde a equipe pode aguardar o momento de 
iniciar a operação ou descansar nos seus intervalos. Pode servir para discussão 
dos casos cirúrgicos do dia, bem como para descontração. Também permite 
servir pequenas refeições ou lanches rápidos no decorrer do dia de trabalho; 
 
 Sala de serviços comuns – com objetivos variados dependendo da capacidade de 
demanda do bloco cirúrgico; 
 
 Sala de anatomia patológica (para exames de congelação) - algumas 
operações podem depender de exame histopatológico imediato (exame de 
congelação). Uma sala específica para a realização de tais exames no próprio 
ambiente cirúrgico agiliza o trabalho da equipe; 
 
 Sala de radiologia e revelação (câmara escura) – é freqüente a necessidade de 
obter radiografias em determinadas operações (cirurgias ortopédicas e das vias 
biliares, entre outras). Muitos hospitais já dispõem de intensificador de imagens 
que permite o exame dinâmico rápido. Nesses casos, a radiografia para 
documentação pode ser revelada no próprio setor de radiologia; 
 
 Expurgo – local onde se deposita o material e instrumental já utilizado, para a 
triagem de reprocessamento; 
 
SALA DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA 
Ambiente para onde o paciente é levado após deixar a sala de operações e 
permanece até que tenha condições de ser encaminhado para uma outra unidade, com 
segurança, após a avaliação médica de critérios de recuperação pós-anestésica. É 
recomendável que seja ambiente incorporado ao centro cirúrgico e deve funcionar em 
harmonia com o intervalo entre a operação e o transporte definitivo do paciente para o 
seu leito hospitalar. Nesta sala, o paciente deve permanecer sob contínua vigilância, 
inclusive com suas funções vitais monitoradas; 
 
 
CENTRO DE ESTERILIZAÇÃO 
Setor contíguo ou não ao centro cirúrgico, onde estão instalados os 
equipamentos para a esterilização e controle dos instrumentos e materiais necessários às 
operações. É fundamental que haja um perfeito entrosamento entre o Centro de 
Esterilização e a demanda do Centro Cirúrgico. 
 
 
 
21 
21 
TABELA 1: Dependências do Bloco Cirúrgico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CENTRO CIRÚRGICO 
 Entradas – paciente e pessoal 
 Vestiários 
 Corredor 
 Lavabo 
 Sala de anestesia 
 Sala de operações 
 Arsenal 
 Sala de enfermagem 
 Conforto médico 
 Sala de serviços comuns 
 Sala de anatomia patológica 
 Sala de Raios X e câmara escura 
 Expurgo 
 
 
 
SALA DE RECUPERAÇÃO 
 
PÓS-ANESTÉSICA 
 
 Ambiente incorporado ao centro cirúrgico 
 Leitos 
 Enfermagem fixa 
 Monitoração 
 Vigilância 
 Saída de pacientes 
 
 
 
CENTRO DE ESTERILIZAÇÃO 
 
 
 Ambiente contíguo ao centro cirúrgico 
 Pessoal próprio 
 Equipamentos e materiais de esterilização 
 Dinâmica compatível com a demanda 
 Harmonia com a demanda do hospital 
 
 
 
 
 
22 
22 
 A EQUIPE CIRÚRGICA 
 
Grupo de profissionais treinados nas atividades ligadas à cirurgia, onde cada 
componente tem funções e atribuições específicas. Deve-se privilegiar o sentido de 
equipe, o respeito e colaboração mútua, assiduidade e pontualidade. A manutenção do 
silêncio é fundamental. A livre circulação por outras salas e corredores não é conveniente 
porque favorece a contaminação. Também o número de pessoas na sala de operações 
deve ser restrito (o máximo de três além da equipe) para não interferir com a dinâmica 
funcional do ambiente e reduzir o risco de contaminação ambiental, campos operatórios 
e da mesa de instrumental. 
 
O acesso de pessoas portadoras de doença infecciosa aguda ao centro cirúrgico 
deve ser evitado, principalmente afecções do trato respiratório, mesmo que tais pessoas 
façam parte da equipe cirúrgica. 
 
COMPONENTES DA EQUIPE CIRÚRGICA 
O número de componentes pode variar com o tipo e porte da operação, embora 
exista uma composição básica bem estabelecida: 
 
 Componentes assépticos - fazem parte desse grupo todos aqueles que se submetem 
ao preparo anti-séptico no lavabo. São eles: o Cirurgião, 1
o
. Auxiliar, 2
o
. Auxiliar e 
Instrumentadora. Eventualmente também pode ser necessário um 3
o
. Auxiliar; 
 
 Componentes não assépticos - deste grupo fazem parte o anestesista e a circulante 
de sala. Também são ditos não assépticos os componentes eventuais, dependendo da 
sua necessidade em operações específicas. Por exemplo, o perfusionista, o pediatra, o 
cardiologista, o patologista, o radiologista ou o técnico de radiologia. De algum 
modo, se necessário, qualquer um desses profissionais pode ser solicitado para 
colaborar na equipe dependendo da operação proposta. 
 
VESTUÁRIO 
 O acesso ao centro cirúrgico deve ser restrito e implica na troca da roupa de uso 
comum por vestuário próprio. Vestir-se adequadamente significa usar jaleco, calça, 
gorro, máscara e botas (pró-pés). Esta não é roupa estéril, mas é de uso único entre as 
lavadas. Estando limpa, estará menos sujeita a disseminar contaminação e também 
diferencia as pessoas que circulam ou trabalham no bloco cirúrgico, constituindo-se em 
importante norma de disciplina e metodização. Sua padronização obedece aos critérios 
de cada instituição. 
 
Estando vestido de acordo com as normas estabelecidas pela Instituição, podem-
se percorrer quaisquer das dependências do centro cirúrgico. No entanto, é 
recomendável que para acesso à sala de cirurgia ou para assistir a uma operação a pessoa 
deva obter a anuência do cirurgião. 
 
 
23 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Troca de roupa – vestimenta própria para acesso 
ao centro cirúrgico 
 
 
PREPARO DA EQUIPE 
A chegada ao centro cirúrgico deve ocorrer 15 minutos antes da hora marcada 
para a operação e os seguintes passos são fundamentais: 
 Troca da roupa de uso comum por roupa própria padronizada; 
 Não vestir roupa do centro cirúrgico sobre a roupa “de rua”; 
 Procedimentos de anti-sepsia (equipe asséptica); 
 Paramentação com capote e luvas (equipe asséptica); 
 Acesso ao ambiente da operação; 
 Postura adequada ao ambiente e à função. 
 
PREPARO ANTI-SÉPTICO DA EQUIPE 
Atividade desenvolvida no lavabo, onde o método clássico da escovação das 
mãos e antebraços continua sendo o mais valorizado. A escovação com produtos anti-
sépticos é um ritual comum que, além de permitir a remoção das bactérias da superfície 
cutânea, também representa um ato de disciplina no contexto da metodização cirúrgica. 
Os membros da equipe asséptica (que participam no campo operatório) devem obedecer 
toda a seqüência do preparo que inclui, além da escovação de mãos e antebraços, a anti-
sepsia complementar, uso do capote e luvas. Após a paramentação, todo o cuidado para 
tocar em área não estéril, pelo risco de favorecer a contaminação. Alguns cuidados na 
escovação são importantese justificáveis: 
 
Técnica de Escovação e outros cuidados 
 Retirar todos os adornos das mãos e antebraços antes de iniciar a escovação; 
 Não molhar as roupas durante a escovação para não favorecer a contaminação do 
capote pelo contato; 
 A escova deve ter cerdas macias para não traumatizar a epiderme e favorecer o 
desenvolvimento de infecções cutâneas; 
 
 
24 
24 
 O tempo de escovação depende do número de escovadas em cada região e do tempo 
de ação do agente germicida utilizado; 
 A formação de espuma é importante na limpeza, e amplia a função umectante do anti-
séptico; 
 Considerar diferentes alturas na superfície a ser escovada: mãos e punhos, partes 
média e distal do antebraço, o cotovelo e parte distal do braço; 
 Orientar a escovação considerando as quatro faces das mãos e antebraços: anterior, 
posterior, lateral e medial; 
 Unhas aparadas não acumulam detritos e não favorecem a contaminação bacteriana; 
 Antes da escovação, as mãos devem ser consideradas como as áreas mais 
contaminadas e, ao final do preparo, essa condição deve estar invertida; 
 Manter as mãos em altura igual ou superior aos cotovelos para que a água não 
escorra de área mais contaminada para a mais limpa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Escovação – detalhes das áreas e da extensão da 
superfície a ser preparada 
 
 
 Lavar com água e sabão toda a região a ser preparada (mãos, punhos e antebraços); 
Iniciar a escovação com os produtos germicidas padronizados no hospital (ou mesmo 
o sabão de coco); 
 A escovação começa pelas mãos e punhos. Molhar sempre para facilitar a formação 
de espuma. Escovar obedecendo as quatro faces: a) palmar; b) dorsal; c) lateral e, d) 
medial, inclusive os dedos. Por fim, escovam-se as extremidades digitais e unhas; 
 Após o preparo das mãos e punhos, continuar a escovar os antebraços até os 
cotovelos, seguido à mesma orientação de rotina; 
 As cerdas da escova não devem passar em áreas já escovadas; 
 Finalmente, escova-se ao nível do cotovelo para completar esta etapa. A escova deve 
ser depositada em recipiente próprio após o uso; 
 Enxaguar as mãos e antebraços para retirar o produto utilizado. Apenas as mãos e 
punhos podem ser friccionados no enxágüe. As mãos devem ser mantidas em altura 
superior à dos cotovelos; 
 Lembrar que na grande maioria dos hospitais, a água do centro cirúrgico não é 
esterilizada. Nesse caso, seguir o protocolo da Instituição; 
 
 
25 
25 
 Anti-sepsia complementar, sem enxaguar, e secagem com compressa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Escovação – seqüência 
 
PARAMENTAÇÃO 
Ato de vestir o avental cirúrgico esterilizado e calçar luvas. Observar a orientação 
de como apanhar, vestir e amarrar o capote corretamente. Na seqüência, calçar as luvas 
que se apresentam embaladas, dobradas no punho e com a identificação da mão 
correspondente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Paramentação – pacote de capotes e seqüência da paramentação 
 
 
26 
26 
CALÇAR LUVAS 
Observar a orientação técnica de calçar luvas, que pode ser feito pela própria 
pessoa ou com auxílio da instrumentadora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Calçando luvas – seqüência. No detalhe, 
calçando luvas com auxílio da instrumentadora 
 
 
27 
27 
CONDUTA E POSTURA NO AMBIENTE CIRÚRGICO 
 A conversa baixa (o assunto não deve estressar o paciente) 
 Evitar conversar sobre a doença do paciente na sua presença; 
 O número de pessoas na sala deve ser limitado; 
 O acesso de visitantes à SO deve ter a permissão prévia do cirurgião; 
 Entrada e saída controladas para evitar o “vai-e-vem” 
 Evitar ruídos em demasia. 
 
POSIÇÃO DA EQUIPE 
 A posição da equipe em relação ao paciente na mesa, depende da topografia da 
lesão, da forma de abordagem e do tipo de operação. A disposição básica adotada em 
cirurgia abdominal posiciona o cirurgião à direita do paciente, e os auxiliares à esquerda. 
O anestesista fica na cabeceira e a instrumentadora pode ficar à direita ou à esquerda, 
conforme seu hábito ou a preferência do cirurgião (ilustração). As variações são 
aceitáveis dependendo da operação e dos critérios de cada cirurgião, uma vez que isso 
contribua para melhorar o trabalho cirúrgico, principalmente no que se refere a mão 
dominante (destros e não destros). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 10: Disposição da equipe cirúrgica no campo operatório 
 
 
Alterações no posicionamento do 2
o
. Auxiliar e da instrumentadora também 
podem ser determinadas pelo cirurgião, quando isto facilitar os movimentos e contribua 
para melhorar a dinâmica do ato operatório. 
 
 
 
28 
28 
O PACIENTE 
 
O paciente é conduzido ao centro cirúrgico de maca e nunca deve ir caminhando. 
Seu vestuário é próprio e não utiliza a máscara. A calça e jaleco são substituídos por um 
avental com abertura posterior para facilitar a sua remoção. Lembrar sempre de manter o 
respeito a sua individualidade, deixando a remoção das roupas para depois de iniciada a 
anestesia. Quando ainda acordado, evitar atitudes e comentários que possam causar 
constrangimento ou preocupação (por exemplo: exposição do paciente, tricotomia, 
sondagem, acesso venoso profundo, relato do seu caso clínico, etc.). 
 
Os seguintes cuidados de preparo do paciente cirúrgico são muito importantes e 
o aluno deve familiarizar-se desde cedo com a sua rotina. 
 
TRICOTOMIA 
A princípio, a tricotomia deve ser mínima e suficiente para permitir o curativo ao 
final da operação. Ela deve ser realizada no próprio centro cirúrgico, logo após a 
indução da anestesia. A tricotomia de véspera ou feita sem a supervisão do cirurgião 
pode ser inconveniente. Muitas vezes, a falta de prática ou o descuido com o 
procedimento de tricotomia, pode ocasionar ferimentos na pele do paciente. 
 
PREPARO ANTI-SÉPTICO DO PACIENTE 
Os cuidados de anti-sepsia do paciente não diferem muito daqueles adotados para 
a equipe cirúrgica. Deve-se limpar cuidadosamente a pele com água e sabão (ou solução 
degermante), atentando sempre para alguns locais onde o acúmulo de resíduos é mais 
comum (áreas com pelos, pregas cutâneas em região de articulação e no umbigo, por 
exemplo). A anti-sepsia complementa este preparo, com uso preferencial de produtos à 
base de iodo estável (polivinilpirrolidona-iodo) em solução alcoólica. Atentar para o fato 
das soluções anti-sépticas alcoólicas serem irritantes em contato com mucosas, genitália 
e períneo e também que alguns pacientes são alérgicos a produtos à base de iodo. Os 
pacientes pediátricos têm a pele mais sensível a esses produtos. A colocação dos campos 
operatórios deve ser retardada em pelo menos dois minutos para que haja tempo de 
formação da película protetora do anti-séptico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
29 
Figura 11: Anti-sepsia do campo operatório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Anti-sepsia do campo operatório 
 
CUIDADOS adicionais dependem de cada caso em particular (monitoração, enfaixar 
membros, sondas, acesso venoso profundo, posição e fixação do paciente na mesa, 
adequar certas posições viciosas, etc). 
 
POSIÇÃO OPERATÓRIA DO PACIENTE 
O adequado posicionamento do paciente na mesa facilita o trabalho cirúrgico. As 
posições são variáveis e dependem fundamentalmente da topografia do órgão ou da 
doença básica e resulta da procura de facilidades para o acesso e abordagem. Deve ser a 
mais fisiológica e confortável possível. No entanto, determinadas operações exigem que 
o paciente seja posicionado na mesa operatória em condições adversas ou mesmo muito 
incomodas e que não seriam bem toleradas sem a sedação profunda ou anestesia. São 
ditas posições viciosasporque podem determinar intercorrências, tanto em relação ao 
controle anestésico como em alterações no pós-operatório (dor, parestesia, câimbras, 
distensão muscular, etc.). Algumas posições mais comuns são: decúbito dorsal, decúbito 
ventral, decúbito lateral, posições combinadas, Pilèt e etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Mesa de cirurgia e posições operatórias do paciente 
 
 
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30 
CAMPOS OPERATÓRIOS 
São lençóis próprios utilizados para delimitar, isolar e proteger a área de atuação 
do cirurgião e equipe. Em algumas instituições já se encontram campos cirúrgicos de 
material descartável, utilizados de forma sistemática ou seletiva. Os campos operatórios 
são assim denominados: 
 
1
os.
 Campos – Em número de quatro, apresentam dimensões maiores e delimitam 
externamente toda a área de ação da equipe cirúrgica. Nas operações abdominais, dois 
campos maiores são dispostos no sentido longitudinal e os dois um pouco menores, no 
sentido lateral. Operações em outras regiões do corpo exigem padronização específica 
para a disposição dos 1
os. 
 Campos. A fixação dos campos de tecido é feita com pinças 
apropriadas (Backaus) ou por pontos que transfixam ou não a pele. Os campos 
descartáveis trazem dispositivos próprios para fixação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14: Campos operatórios – fixação dos 1
os
. campos 
 
2
os.
 Campos – Em número de dois, são fixados à parede por pontos, em plano anterior 
àquele da cavidade cirúrgica (geralmente fixado na aponeurose). Também já são 
disponíveis os campos plásticos que se aderem à pele e a isolam, dispensando os 2
os.
 
Campos convencionais. No entanto, tais dispositivos adesivos são discutíveis em termos 
de segurança quanto à maior colonização bacteriana no decorrer da operação. 
 
Considera-se que a utilização dos 2
os
 campos oferece proteção contra a 
contaminação bacteriana e implantes de células neoplásicas, além de disciplinar e 
embelezar o ato operatório. No entanto, muitos cirurgiões não os utilizam 
sistematicamente. 
 
3
os.
 Campos – Não têm número fixo definido. São compressas úmidas ou secas que se 
utilizam em cavidades cirúrgicas para proteger, isolar, fixar, secar e afastar estruturas ou 
vísceras. Deve ser uma rotina a contagem inicial das compressas da mesa cirúrgica e é 
indispensável conferi-las ao final da operação pelo risco de serem deixadas na cavidade 
cirúrgica. Essas compressas devem ter marcadores radiopacos. 
 
 
31 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 15: Campos operatórios – tipos, modos de fixação 
e utilização 
 
Campos fenestrados – São peças únicas de dimensões variadas e correspondem aos 
primeiros campos cirúrgicos. Geralmente utilizados para pequenos procedimentos, o seu 
uso é bastante prático e sua importância é justificada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16: Exposição do campo operatório na laparotomia 
 
 
32 
32 
INSTRUMENTAL CIRÚRGICO 
 
 O instrumental cirúrgico é selecionado de acordo com a operação proposta. Deve 
estar acondicionado em caixas ou pacotes próprios para a montagem da mesa operatória. 
 
CAIXA BÁSICA 
É o conjunto de instrumentos necessários ao maior número de operações de 
pequeno e médio porte com também para iniciar operações de grande porte. Podem ser 
acrescentados aos instrumentos da caixa básica todos aqueles que se tornem necessários 
no decorrer do ato cirúrgico. Classicamente os seguintes instrumentos fazem parte da 
caixa básica: 
 Pinça longa para anti-sepsia 
 Cabo de bisturi 
 Pinças de campo tipo Backaus 
 Porta-agulhas 
 Pinças de Allis 
 Pinça anatômica 
 Pinça de “dente de rato” 
 Afastadores de Farabeuf 
 Afastador maleável 
 Pinça de Mixter (pedículo) 
 Agulhas 
 Pinças hemostáticas curvas e retas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17: Instrumental cirúrgico - variedade 
 
 
34 
34 
MESA BÁSICA 
Corresponde a montagem da mesa cirúrgica com o instrumental da caixa básica 
acrescida do instrumental cortante, compressas, campos, fios, borracha de aspirador, 
cuba para soro, seringas, etc. Os instrumentos e materiais devem ser organizados na 
mesa em maior proximidade com a posição da instrumentadora e cirurgião, com 
prioridade para aqueles de utilização mais freqüente. A mesa de instrumental deve ter 
altura ajustável e com rodas, de modo que permita liberdade de movimento para 
diferentes posições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18: Mesa básica – disposição do instrumental e materiais 
 
 
SINALIZAÇÃO CIRÚRGICA 
A sinalização oral (mais antiga) e a manual (Bosch-Arana) tiveram suas 
vantagens e desvantagens descritas em 1938, onde era aconselhado o uso da sinalização 
sonora e luminosa produzida por aparelho elétrico. No entanto, esta forma de sinalização 
tornar-se-ia muito complexa porque pode causar confusão durante o ato operatório, 
porque fere o principio básico da metodização que é a simplificação. Hoje, utiliza-se um 
misto de sinalização manual e oral, devido a grande variedade de instrumentos para uma 
sinalização exclusivamente manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19: Sinalização cirúrgica manual 
 
 
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36 
MATERIAL DE SUTURA 
 
Na procura por melhores condições de fechamento das feridas o Homem tem se 
adaptado ao longo do tempo. A descrição mais antiga acerca das suturas é descrita no 
papiro de Edwin Smith, encontrado no Egito e que data de aproximadamente 3.500 anos 
a.C. Outros relatos (que mais parecem contos folclóricos), tratam da aproximação das 
bordas de feridas utilizando formigas cujas mandíbulas mantém-se firmes em estado de 
tetania após a retirada do seu corpo. Relatos bem mais recentes tratam da utilização da 
crina de cavalo e de fibras tendinosas de animais como o canguru, além de fibras de 
casca de plantas. No final do século 19 surgiu o fio de categute que, bem aceito, passou 
a ser produzido em grande escala no século 20. 
 
Nas últimas décadas, o arsenal cirúrgico dos fios de sutura teve seu maior avanço 
com a produção dos fios sintéticos. Hoje, há grande variedade de fios cirúrgicos com 
excepcional qualidade e este item já não representa obstáculo à técnica cirúrgica, 
completado principalmente com o advento das modernas suturas mecanizadas. 
 
O fio de sutura ou fio cirúrgico é a terminologia empregada para todo material 
filamentar utilizado para unir os tecidos e mantê-los coaptados, oferecendo condições 
para o processo da cicatrização. Também os fios são utilizados para ligaduras vasculares 
hemostáticas. 
 
A grande variedade e disponibilidade de material de sutura para os diferentes 
objetivos cirúrgicos, permite que o cirurgião escolha aqueles da sua preferência e que 
mais se adaptem às necessidades de cada caso. A produção dos fios sintéticos trouxe 
uma melhora considerável na resposta tecidual, em comparação aos fios orgânicos que 
apresentam maior reação do tipo corpo estranho. 
 
Os materiais empregados na produção dos fios, as suas características físicas, a 
resistência tênsil, o processo de absorção ou biodegradação pelo organismo e o grau de 
reação tissular representam os critérios mais relevantes na sua escolha. Assim, vários 
aspectos são importantes devem ser considerados: 
 
 Característica de monofilamento (ausência de capilaridade); 
 Boa resistência à tensão 
 Flexibilidade 
 Maleabilidade 
 Fácil esterilização (?). Hoje os fios já são disponibilizados prontos para uso; 
 Intensidade da reação tissular do tipo corpo estranho; Ação enzimática ou hidrólise em curto prazo; 
 Liso e forte com calibre reduzido; 
 Custo baixo; 
 Disponibilidade; 
 Segurança no nó; 
 Interferência mínima ou ausência de reação processo cicatricial; 
 Fácil aquisição; 
 Utilização ampliada (o mesmo fio servir para utilização em diferentes tecidos); 
 Baixa interferência com as infecções. 
 
 
37 
37 
 
CALIBRE E DIMENSÃO 
O calibre dos fios é medido por números a partir do zero, em escala ascendente e 
descendente. Quanto menor o número de zeros, maior calibre terá o fio. Em geral, a 
identificação por calibre obedece escala em décimos de milímetro. Como exemplo, fios 
de número 3-0 apresentam diâmetro aproximado de 0,20 mm a 0,25 mm e fios de 
número 2-0 apresentam diâmetro de 0,30 mm a 0,34 mm. 
 
 A dimensão também é variável e pode ter de alguns centímetros até cerca de 150 
cm dependendo da necessidade. Em operações laparoscópicas, nas quais se utilizam 
suturas com nós internos, o fio pode ter no máximo 20-25 cm. 
 
OUTRAS PECULIARIDADES 
Os fios pode ser disponibilizados para uso montados em agulhas ou soltos. 
Quando agulhados, pode-se dispor dos fios previamente montados de fábrica (preferível) 
ou montados no momento da operação. Para aplicações especiais existem fios montados 
em duas agulhas e duplo fio na mesma agulha. Essa característica do fio já vir agulhado e 
pronto para uso recebe a denominação de sertix. 
 
COMPORTAMENTO BIOLÓGICO 
A reação de corpo estranho ocorre em graus variáveis e é uma característica 
comum na grande maioria dos fios. Na fase inicial, resulta da reação tecidual ao material 
que, em alguns casos, pode evoluir para a formação de tecido fibroso encapsulado ou 
mesmo tecido de granulação em torno do material de sutura. 
 
 A característica de monofilamento é desejável no material de sutura pela ausência 
de capilaridade e porque não interage com a infecção. Outro aspecto importante é a 
capacidade do organismo promover ou não a absorção, a biodegradação ou a 
manutenção do material de sutura por período de tempo variável nos tecidos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
O material de sutura é classificado de acordo com a sua origem, ou seja, do tipo 
de material que é produzido. Assim, todos os fios conhecidos e disponíveis no mercado 
pertencem aos seguintes grupos: orgânicos, sintéticos e minerais. 
 
Independentemente da sua origem e dentro das características gerais das suturas, 
o comportamento biológico do material de sutura nos tecidos é variável. Podem ser 
assim relacionados: 
 
1- Fio absorvível – É eliminado do local da sutura em período variável e sua absorção 
é facilitada pelos processos da fagocitose ou hidrólise. Alguns materiais são de 
origem animal e outros, sintéticos. O tempo de absorção varia com a sua composição 
e calibre. 
 
2- Fio inabsorvível – Produzido de material biodegradável ou não. Pode ser de origem 
animal, vegetal ou sintético. Muitos dos materiais de sutura sofrem o encapsulamento 
pelos tecidos e ficam incorporados ao local da sutura. 
 
 
 
38 
38 
 Fio inabsorvível e biodegradável: sofre o processo da biodegradação que 
ocorre ao longo do tempo com o material de alguns fios. Isso desencadeia alterações 
na sua estrutura física com perda gradual da sua força tênsil. O material residual sofre 
o encapsulamento e fica incorporado ao tecido após a sua biodegradação. 
 
 Fio inabsorvível e não biodegradável: não sofre qualquer alteração na sua 
estrutura física ao longo do tempo. É encapsulado e permanece indefinidamente nos 
tecidos. 
 
TIPOS DE FIOS CIRÚRGICOS 
 
Fios orgânicos - De origem animal ou vegetal, podem também ser subdivididos em 
absorvíveis e não absorvíveis. De um modo geral, a característica mais importante dos 
fios orgânicos é a sua maior tendência para reação de corpo estranho nos tecidos. 
 
 Categute: material de sutura absorvível de origem animal tendo na sua 
composição a proteína denominada colágeno. É produzido de fibras torcidas da 
camada serosa do intestino delgado de bovinos que, por serem longitudinais, lhe 
proporcionam maior resistência. Provoca reação tissular moderada nos primeiros 
sete dias, evoluindo para leve por volta dos 14 dias. Sofre processo de absorção 
por fagocitose. 
Esterilizado pelo método Cobalto 60. 
 
O categute simples tem cor amarela e, embora a sua resistência tênsil termine no 
15
o
 dia, o seu tempo total de absorção dura cerca de 70 dias. É indicado para uso 
em tecidos de cicatrização rápida. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100% - 7
o
 dia: 40% - 14
o
 dia: 5%. 
 
Nomes Comerciais: 
- Categute simples
 
- Catpoint
 
- Surgicut plain
 
 
O categute cromado (cromagem com bicromato de potássio) tem cor marrom e 
a sua resistência tênsil se perde após o 21
o
 dia e o tempo total de absorção dura 
90 dias. É indicado para tecidos de cicatrização um pouco mais demorada. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100% - 7
o
 dia: 65% - 14
o
 dia: 40 – 21
o
 dia: 10%. 
 
Nomes Comerciais: 
- Categute cromado
 
- Catcromo

 
- Surgicut chromic

 
 
 Seda: material de sutura inabsorvível e biodegradável de origem animal, obtido à 
partir do casulo do bicho da seda da espécie Bombix mori. Utiliza como matéria 
prima a proteína (70%) e goma (30%). Pode ser trançado ou torcido, tem grande 
maleabilidade e devido ao processo de enceramento durante a sua preparação, 
pode ficar isento de capilaridade (característica de monofilamento). 
 
 
39 
39 
 
O tempo total de sua permanência nos tecidos (biodegradação) é de 02 anos e 
também sofre o processo de fagocitose. Provoca reação tissular moderada com 
resposta imunológica, decrescendo lentamente até o final da biodegradação. É 
indicado para as cirurgias: oftalmológica, geral, plástica e ligaduras vasculares. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100% - 14
o
 dia: 70% - 60
o
 dia: 60% – 1ano: 0%. 
Esterilizado pelo método Cobalto 60. 
 
Nomes Comerciais: 
- Seda
 
- Silkpoint
 
- Softsilk
 
 
 Algodão: material de sutura inabsorvível e biodegradável de origem vegetal, é 
obtido à partir das fibras longas da flor do algodão. É um fio torcido de grande 
maleabilidade e que provoca reação tissular moderada nos primeiros 07 dias, 
decrescendo gradativamente até por volta dos 180 dias. O contato com líquidos 
orgânicos desencadeia o processo da biodegradação ao longo do tempo, 
principalmente nos 06 meses iniciais e permanece encapsulado pelos tecidos após 
a sua degradação total (fibras vegetais não são absorvidas pelo nosso organismo). 
Alguns laboratórios industrializam fios de algodão com adição de fibras de 
poliéster no seu núcleo. Indicado em cirurgia geral e ligaduras vasculares. 
Resistência tênsil: 1
º
 dia – 100% - 180
º
dias - 50% - 2 anos – 30%. 
 
Nomes Comerciais: 
- Algodão
 
- Algofil

 
- Cottpoint

 
 
 Linho: material de sutura inabsorvível e biodegradável de origem vegetal, é 
obtido das fibras longas do linho. É um fio torcido muito maleável com força 
tênsil inferior a da seda e que provoca intensa reação tissular nos primeiros 12 
dias e decresce lentamente até o final da sua biodegradação que é inferior a 12 
meses. Pela sua reação tissular, pode até retardar o processo da cicatrização. 
Indicado para cirurgia geral, gastrintestinal e ligaduras vasculares. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100% - 14
o
 dia: 70% - 60
o
 dia: 60% – 1ano: 0%. 
Esterilizado com óxido de etileno. 
 
Nome comercial: - Linho
 
 
Fios sintéticos – Desenvolvidos mais recentemente, cada vez mais se destacam no 
arsenal cirúrgico, com propriedades e variantes de qualidade que os caracterizam como 
fios excepcionais. Existem fios sintéticos absorvíveis e não absorvíveis, sendo alguns 
também biodegradáveis. A utilização inicialmente limitada pelo custo elevado já está 
relativamente ultrapassada. Apresentam como grande qualidade a baixa reação tissular, 
principalmente se comparada com os fios orgânicos. Ácido Poliglicólico: fio absorvível sintético monofilamentar, resultante da 
polimerização do homopolímero que é o ácido glicólico. A polimerização do 
 
 
40 
40 
ácido glicólico resulta no composto de alto peso molecular – o ácido 
poliglicólico. Ao contrário do fio orgânico absorvível, este sofre hidrólise nos 
tecidos e tem absorção lenta. Em determinadas suturas pode ser um bom 
substituto para alguns fios não absorvíveis e fio absorvível orgânico. Tem boa 
maleabilidade e flexibilidade, é bem tolerado pelo organismo. 
 
Apresenta reação tissular leve nos primeiros 07 dias, evoluindo para mínima 
até o final do processo de absorção que ocorre por hidrólise no período médio de 
55 dias. Após perder a sua resistência tênsil, o ácido poliglicólico se decompõe 
em ácido glicólico e é absorvido. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100%- 14
o
 dia: 65%- 21
o
 dia: 30/40%- 28
o
 dia: 5/10%. 
Esterilizado com óxido de etileno. 
 
Nomes Comerciais: 
- Dexon
 
- Polisorb

 
 
 Poliglactina 910: fio trançado absorvível sintético, resultado da união de dois 
polímeros (copolímero) que são a Glicolida (90%) e a Lactida (10%), formas 
avançadas do ácido glicólico e ácido láctico, respectivamente. O nome 
Poliglactina 910 resulta da fusão de nomes daqueles 02 polímeros. Durante a sua 
produção, o fio ainda recebe uma cobertura de poliglactina 370 (50%) e estearato 
de cálcio (50%), o que acrescenta mais lubricidade ao fio. Fios muito finos de 
poliglactina são monofilamentares e não recebem essa cobertura. 
 
A lactida dificulta a penetração de líquidos entre os filamentos do fio, 
mantendo a resistência tênsil durante o período crítico da cicatrização. Apresenta 
reação tissular leve nos primeiros 07 dias, evoluindo para mínima até o final do 
processo de absorção que ocorre por hidrólise no período médio de 65 dias. 
Após perder a sua resistência tênsil, a poliglactina se decompõe e os dois 
polímeros são transformados em ácidos glicólico e láctico. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100%- 14
o
 dia: 65%- 21
o
 dia: 30/40%- 28
o
 dia: 5/10%. 
Esterilizado com óxido de etileno. 
 
Nome comercial: - Vicryl
 
 
 Poliglecaprone 25: fio absorvível sintético e monofilamentar, composto de um 
copolímero de Glicolida (75%) e Caprolactona (25%), originando seu nome. É 
absorvido por hidrólise em 90 a 120 dias independentemente das condições 
biológicas do paciente. Ocorre a penetração de líquido na estrutura do 
copolímero, o que provoca o rompimento da sua cadeia molecular fazendo com 
que retorne a sua forma inicial. Provoca reação tissular leve nos primeiros dias, 
evoluindo para mínima até o final do processo de absorção. É indicado para uso 
em cirurgia gastrintestinal, ginecologia e obstetrícia, urologia, cirurgia plástica e 
fechamentos em geral. Antes de ser implantado nos tecidos tem 60% mais 
resistência do que o categute. Tem sido considerado o fio de sutura mais 
maleável e flexível já produzido. 
Esterilizado com óxido de etileno. 
Resistência tênsil: 1
o
 dia: 100%- 7
o
 dia: 50/60%- 14
o
 dia: 20/30%- 21
o
 dia: 0%. 
 
 
41 
41 
 
Nome comercial: - Monocryl

 
 
 Polidioxanona: fio absorvível sintético e monofilamentar, obtido à partir da 
polimerização da P-dioxanona (Polidioxanona). É absorvido por hidrólise em 180 
dias. Ocorre a penetração de líquidos na estrutura molecular do polímero com 
rompimento da cadeia molecular, retornando a sua forma inicial P-
DIOXANONA. Provoca uma leve reação tissular nos primeiros 15 dias, 
evoluindo para mínima até o final do processo de absorção. 
R. tênsil: 1
o
 dia: 100%- 14
o
 dia: 70%- 28
o
 dia: 50%- 42
o
 dia: 25%- 56
o
 dia: 0%. 
Esterilizado com óxido de etileno. 
 
Nomes Comerciais: 
- PDS II

 
- Maxon

 
 
 Poliamida (nylon): fio sintético inabsorvível e biodegradável, pode ser 
monofilamentar ou trançado e pode ser obtido da poliamida pura, a partir de um 
único monômero (6) ou de monômeros diferentes (seis e 6,6). Tem alta 
resistência, boa maleabilidade e, por ter superfície lisa, não interage com 
infecções. Provoca reação tissular mínima durante os primeiros dias, decrescendo 
gradativamente até seu processo de encapsulamento pelos tecidos. Sua 
biodegradação ocorre a uma taxa de 20% ao ano por ação enzimática, sendo 
metabolizado pelas células do organismo. Este fio é indicado para uso em cirurgia 
geral, plástica, vascular, oftalmológica, neurocirurgia, micro-cirurgia, cirurgia 
ortopédica e ligaduras vasculares. 
Resistência tênsil: 1 dia – 100% - 1 ano - 80% - 2 anos – 65% - 5
º
ano – 0%). 
Esterilizado pelo método Cobalto 60. 
 
Nomes Comerciais: 
- Nurolon

 - monômeros diferentes (seis e 6,6) – trançados 
- Mononylon

- monômeros diferentes (seis e 6,6)- monofilamento 
- Softnylon

 - monômero único (6) - monofilamento 
 
 Polipropileno: fio de sutura sintético inabsorvível, não biodegradável, obtido a 
partir da polimerização do polipropileno. Construído em monofilamento de 
superfície lisa, é isento de capilaridade, possui alta resistência, ótima 
maleabilidade e provoca mínima reação tissular durante os primeiros dias que 
decresce rapidamente para logo iniciar o processo de encapsulamento. De todos 
os materiais de sutura é o que provoca menor reação tissular. Não sofre a 
biodegradação e permanece encapsulado pelos tecidos indefinidamente. É 
indicado para uso em cirurgia cardiovascular, oftalmológica, plástica, 
gastrintestinal e fechamentos em geral. 
Resistência tênsil: mantém a força tênsil inicial indefinidamente. 
Esterilizado com óxido de etileno. 
 
Nome comercial: - Prolene

 - cor azul característica 
 
 
 
42 
42 
 Poliéster: fio sintético inabsorvível não biodegradável, trançado, obtido à partir 
da polimerização do poliéster. Provoca reação tissular mínima durante os 
primeiros dias, decrescendo gradativamente até seu processo de encapsulamento 
pelos tecidos. Não sofre processo de degradação e permanece encapsulado pelos 
tecidos indefinidamente. Possui boa maleabilidade devido ao trançamento, tem 
mais resistência e é menos elástico que o nylon. É indicado para uso em cirurgia 
oftalmológica, cardiovascular, gastrintestinal e ligaduras vasculares. Os fios de 
fino calibre (10.0) são construídos em monofilamento para cirurgia oftalmológica. 
Resistência tênsil: mantém a força tênsil inicial indefinidamente. 
Esterilizado pelo método Cobalto 60. 
 
Nomes Comerciais: 
- Mersilene

 - trançado 
- Mersilene

 10.0 – monofilamento 
- Ethibond

 - trançado com cobertura de polibutilato, tem alta resistência e é 
indicado para cirurgia cardiovascular, fechamento do esterno e cirurgia 
ortopédica. 
- Polycot

 - fio torcido, composto poliéster (70%) e fibras longas de algodão 
(30%). Devido ao processo de enceramento, tem características de 
monofilamento. 
 
Fio mineral (metálicos) – Tem a resistência como grande vantagem e pode estar 
disponível em calibre variado. O fio de aço inoxidável é o principal representante dos fios 
metálicos. Outros fios minerais descritos são o tântalo e o bronze que já estão em desuso 
há bastante tempo. 
 
 Aço inoxidável: fio de sutura mineral inabsorvível, não biodegradável, 
confeccionado a partir de aço específico para implantes cirúrgicos (fórmula 
316L) com baixo teor de carbono e submetido a rigoroso controle de qualidade. 
Podem ser monofilamentares ou trançados. Os fios monofilamentares geralmente 
são mais utilizados, no entanto, têm como desvantagem a sua pouca flexibilidade. 
Fios de aço trançados são de manuseio mais fácil, mas não são muito disponíveis 
no mercado. É material inerte e provoca reação tissular de moderada a leve nos 
primeiros 21 dias, decrescendo rapidamente para mínima após esse período. É o 
mais resistente material de sutura e não sofre processo de biodegradação, 
permanecendo encapsulado pelos tecidos indefinidamente. É indicado para uso 
em cirurgia cardiovascular, bucomaxilofaciale cirurgia geral para sutura de 
parede e não interage com infecções. 
Resistência tênsil: mantém a sua força tênsil inicial, indefinidamente. 
Esterilizado pelo método Cobalto 60. 
 
Nome comercial: 
- Aciflex

 - monofilamento 
 
 
 
 
43 
43 
TABELA 2: Nomes comerciais e apresentação de alguns dos fios cirúrgicos disponíveis 
 
MATERIAL ETHICON CIRUMÉDICA P. SUTURE US-SURGICAL BRASMÉDICA 
 
COLÁGENO Categute 
Simples 
 Categute 
 Simples 
Catpoint Surgicut 
Plain 
Categute 
Simples 
 
COLÁGENO + B. DE 
POTÁSSIO 
Categute 
cromado 
Categute 
cromado 
Catcromo Surgicut 
Chromic 
Categute 
Cromado 
 
POLIGLICÓLICO Dexon Polysorb 
 
POLIGLACTINA P. Vicryl 
 
POLIDIOXANONA Pds II Maxon 
 
POLIGLECAPRONE Monocryl 
 
LINHO Linho Linho Linho 
 
SEDA Seda Seda Silkpoint Softsilk Seda 
 
ALGODÃO Algodão Algofil Cottpoint Algodão 
 
ALGODÃO + 
POLIÉSTER 
Polycot Algofil 
azul 
 
 
AÇO INOXIDÁVEL Aciflex Monicron Steelpoint Steel Aço 
 
POLIAMIDA – 
02 MONÔMEROS 
Mononylon Superlon Nylpoint Monosoft Nylon 
 
POLIAMIDA – 
01 MONÔMERO 
Softnylon 
 
POLIAMIDA (T) – 02 
MONÔMEROS 
Nurolon Dermaflex Bralon 
 
POLIÉSTER COM 
COBERTURA 
Ethibond Policron Surgidac 
 
POLIÉSTER Mersilene Surgilene 
 
POLIPROPILENO Prolene Propilene 
Novafil 
Supramid 
Supralene 
 Surgipro 
 
 
 
44 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 20: Fios cirúrgicos – Figuras obtidas apenas com 
objetivo didático dos fios de marca de utilização freqüente 
 
 
45 
45 
AGULHAS CIRÚRGICAS 
 
 As agulhas são pequenos instrumentos que servem como dispositivos 
condutores dos fios de sutura através de diferentes tecidos. As agulhas apresentam 
diferentes padrões de forma para cada aplicação. Devem ser resistentes e estáveis no 
porta-agulhas e devem ter o máximo poder de penetração nos tecidos com um mínimo 
de trauma. Existem agulhas com cabo, agulhas sem cabo (necessitam porta-agulhas), e 
agulhas retas (progressivamente em desuso). Suas dimensões variadas (de milímetros a 
vários centímetros) permitem sua utilização para os diferentes propósitos. 
 
ANATOMIA DE UMA AGULHA 
As agulhas apresentam formato e curvatura variáveis que se justifica pela grande 
variedade de aplicações nas diversas especialidades cirúrgicas. Elas se compõem de 03 
partes: a ponta, o corpo e o fundo. 
 
A ponta representa a característica mais importante de uma agulha cirúrgica 
porque disso depende a sua aplicabilidade nos diversos tecidos. Genericamente diz-se 
que as agulhas cirúrgicas podem ser traumáticas e não-traumáticas. No entanto, em cada 
um desses grupos existe uma grande variedade de formas de ponta, que as vezes se 
estende ao corpo da agulha. São pontas cilíndricas, rombas, triangulares, piramidais, em 
espátula, etc. É o seu calibre que define a sua resistência. 
 
O corpo da agulha pode ser cilíndrico ou acompanhar as modificações da ponta. 
A presença de ranhuras no corpo é um detalhe importante que impede a rotação ou 
instabilidade da agulha quando montada no porta-agulhas. Basicamente no corpo da 
agulha está a definição do seu formato que também é variável: agulhas retas, semi-retas 
e curvas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 21: Agulhas cirúrgicas para montar fio 
 
 
 
 
46 
46 
 O fundo também é definido como traumático ou não-traumático. Aquelas com 
fundo não-traumático, em geral, são descartáveis porque já vêm com o fio montado e 
pronto para uso. As agulhas de fundo traumático são reutilizáveis. e o fundo pode ser 
fixo ou falso, diferenciando a forma de montagem do fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 22: Agulhas cirúrgicas – detalhes da ponta, 
curvatura e fundo. 
 
O fundo da agulha pode ser fixo ou falso, diferenciando a forma de montagem do 
fio, ou seja, apresenta o ou não orifício. As agulhas com fundo de orifício necessitam 
montagem do fio enquanto as outras já vêm com fio e prontas para uso. Para a sua 
utilização, a agulha deve ser montada bem na extremidade do porta-agulhas que a fixa no 
seu 1/3 distal. As seguintes referências “anatômicas” de uma agulha são: 
 
 Comprimento de corda – distância em linha reta da ponta ao fundo; 
 Comprimento real – é a medida tomada ao longo da sua curvatura, desde a 
ponta até o fundo; 
 Raio – é à distância entre o centro do círculo até o corpo da agulha no ponto de 
sua curvatura; 
 Diâmetro – medida do seu calibre onda a unidade de referência é em milésimo de 
polegada, ou seja, um milésimo de polegada equivale a 0,025 milímetros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23: Agulha cirúrgica – nomenclatura “anatômica”. 
 
 
47 
47 
NÓS CIRÚRGICOS 
 
Os nós são recursos indispensáveis à maioria dos atos cirúrgicos e resultam do 
entrelaçamento múltiplo e ordenado das extremidades de um fio cirúrgico aplicado ao 
tecido, tanto na realização da ligadura hemostáticas como na fixação da sutura. A forma 
e o movimento resultante desse entrelaçamento do fio são os fatores que determinam a 
variedade de nós disponíveis para a cirurgia. 
 
Os nós são formados por três seminós com funções específicas. Alguns fios exigem 
mais de três seminós para que o nó fique seguro. Os seminós realizados em sentido 
contrário têm menor tendência ao deslizamento e não se soltam. Portanto, para que os 
seminós sejam iguais, devem ser realizados com mãos ou movimentos diferentes, 
evitando-se o cruzamento das extremidades do fio. Em tecidos de aproximação mais 
difícil, um 1
o
. seminó duplo oferece melhor ajuste. 
 
A execução de um nó pode ser feita exclusivamente com as mãos (nós manuais); 
com porta-agulhas ou pinças hemostáticas (nós instrumentais) e mistos (com as mãos e 
instrumento). Os nós instrumentais e os mistos são reservados para o caso de 
encurtamento indesejável (quando o fio se rompe) de um dos extremos do fio ou quando 
se pretende realizar seqüência de pontos ou ligaduras com o mesmo fio (para redução de 
custo quando se utiliza fio mais dispendioso). 
 
Os nós internos executados na videocirurgia são exclusivamente instrumentais, 
enquanto que os nós externos são mistos. 
 
CARACTERÍSTICA DOS NÓS 
Deve-se atentar para os critérios que orientam a execução dos nós corretos 
aplicáveis às diversas necessidades e situações. Diz-se que o nó é perfeito quando atende 
integralmente às condições técnicas exigidas para realizar um nó não defeituoso. Em 
particular, o nó nunca deve cruzar ou afrouxar o fio durante a sua realização. São 
cuidados indispensáveis na realização dos nós cirúrgicos: 
 
 Não cruzar e não afrouxar o fio; 
 O nó deve ser seguro desde o seu início; 
 Deve ser adaptado às diferentes tensões dos tecidos; 
 Fios menos flexíveis e maleáveis podem necessitar mais de 03 seminós; 
 Mantê-lo estável durante o manuseio das extremidades do fio; 
 Evitar a sua tração na seqüência dos seminós. 
 Evitar o seminó cruzado; 
 Diferentes operações (laparoscopia), nós especiais; 
 O nó não deve ficar frouxo; 
 Evitar tração na seqüência dos seminós; 
 Direcionar com o dedo indicador, para nós em profundidade; 
 O nó duplo exige duplicidade apenas do primeiro seminó; 
 
 
48 
48 
 Em certos nós o movimento é diferente na mesma mão (quadrado e da vovó); 
 Seminós simples ou duplos podem ser manuais ou instrumentais. 
 
a) Composição do nó: Um nó é composto de 03 seminós, com as seguintes funções: 
 Primeiro seminó ajusta; 
 Segundo fixa; 
 Terceiro é o de segurança. 
 Alguns fios exigem mais de 03 seminós para adequada segurança no nó. 
 
b) Classificação: Os nós podem ser classificados do seguinte modo: 
 Quanto aos componentes do nó: seminós; 
 Quantoà forma de sua execução: manual, instrumental ou mista; 
 Quanto ao tipo de nó: simples, do cirurgião, da vovó, quadrado, etc... 
 
c) Outros aspectos: adapta-se o número de seminós ao fio utilizado e ao tecido a 
ser suturado. Sempre que necessário, deve-se direcionar o laço do fio com o dedo 
indicador. Deve ser evitado o nó cruzado e, para tanto, as mãos devem ser alternadas 
nos diversos seminós. Tipos de nós especiais são adaptados à cirurgia laparoscópica; 
 
Tanto os nós simples como os duplos podem ser executados manualmente ou 
com instrumentos. Os nós simples podem ser diferenciados de acordo com os 
movimentos - da vovó, quadrado, simples, duplo, etc... 
 
FORMATO DOS NÓS 
A denominação empregada a seguir é utilizada para os nós manuais que 
dependem unicamente dos movimentos das mãos para a sua realização. Os nós 
denominados de simples ou duplos independem da forma como são executados, sejam 
manualmente ou com auxílio de instrumentos. Consistem da duplicidade ou não do 
primeiro seminó. 
 
a) Nós manuais – realizados com as mãos na evolução do procedimento. Existem vários 
tipos de nós, de acordo com a forma de execução e o movimento das mãos: nó simples, 
nó duplo, nó quadrado e nó da “vovó”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 24: Nós cirúrgicos – nó manual. 
 
 
49 
49 
Também hoje, os nós do tipo “pescador”, nó de “forca” e outros, têm vasta 
utilização na cirurgia videoendoscópica, nos chamados nós externos que são 
confeccionados fora da cavidade cirúrgica e conduzidos com dispositivo próprio através 
do trocarte. 
 
 Nó simples – com 03 seminós, é executado alternadamente com as duas mãos 
para obtenção do nó correto ou nó perfeito. Não pode haver o cruzamento das 
extremidades do fio. O fio cruzado (nó defeituoso) favorece de início a ruptura 
do fio e, posteriormente, o deslizamento e afrouxamento do nó. O nó simples 
com apenas uma das mãos resulta no cruzamento do fio em todos os seminós e 
pode ficar inseguro. Para que os seminós sejam iguais, as mãos ou os 
movimentos que entrelaçam os fios devem ser alternados. 
 
 Nó duplo (de cirurgião) – também com 03 seminós difere apenas no primeiro 
seminó que é duplo. É utilizado para ajustar um tecido suturado sob certa tensão. 
Este tipo de nó pode ser executado com adaptação dos movimentos do nó 
simples, quadrado e com e o uso auxiliar de instrumentos (porta-agulhas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 25: Nó duplo (de cirurgião). 
 
 Nó quadrado – utiliza movimento bi-digital com apenas uma das mãos e é 
preconizado para facilitar o ajuste de tecidos suturados sob certa tensão. Também 
pode incluir o primeiro seminó duplo. O cruzamento do fio é impedido pela 
inversão alternada do movimento digital. 
 
 Nó da vovó – é simples e rápido de realizar e também utiliza movimento digital, 
não exigindo alternância das mãos. O cruzamento do fio é impedido pela 
mudança do movimento a partir do 2
o
 seminó. 
 
b) Nó instrumental – quando executado com instrumentos (porta-agulhas), 
principalmente em cavidades fechadas onde é difícil o uso das mãos (videocirurgia). 
Preferencial na sutura com fio curto ou fios de maior custo, evitando-se assim, o 
consumo de muitos fios. Também o tipo instrumental pode ser útil no caso do fio romper 
durante os nós manuais, ficando uma das extremidades muito curta. Na cirurgia 
 
 
50 
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endoscópica, onde não existe possibilidade de acesso manual ao tecido suturado, os 
instrumentos são indispensáveis na realização das suturas e na fixação dos nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 26: Nó instrumental. 
 
c) Nó misto – é o nó executado com uma mão e um instrumento. Tanto os nós 
instrumentais como os mistos são preferencialmente realizados com o auxílio de porta-
agulhas nas suturas separadas, onde o mesmo fio permite vários pontos. Geralmente se 
utilizam instrumentos para nós com fios de braço curto ou para fios mais dispendiosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27: Nó misto (manual e instrumental). 
 
d) Outras particularidades dos nós: relacionadas a algumas situações próprias: 
 
 Nó em superfície – aplicados com fácil acesso visual, manual ou instrumental. 
Podem ser utilizados nós de qualquer tipo. 
 
 Nó em profundidade – também se utiliza nós de qualquer tipo. A fixação dos 
seminós exige a condução da extremidade do fio com o dedo indicador para que 
o mesmo não fique frouxo. São aqueles executados nas cavidade cirúrgica de 
acesso mais restrito e em estruturas cuja fixação do nó precisa ser com total 
segurança (exemplo: ligadura de grandes vasos). Na cirurgia endoscópica, a 
condução do nó externo é exclusivamente instrumental, utilizando dispositivos 
próprios. 
 
 
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PONTOS E SUTURAS 
 
Os pontos e as suturas são recursos que permitem e garantem o contato permanente 
dos tecidos lesados cirúrgica ou acidentalmente, enquanto se desenvolve o processo 
cicatricial. Toda ferida pode ser considerada como uma complicação biológica com 
tendência natural à remissão espontânea e que pode ser bem orientada e favorecida pela 
sutura. Logo, a importância de uma sutura tende a diminuir, à medida que a cicatrização 
evolui e ganha resistência própria. Neste contexto, a sutura ideal seria aquela que não 
deixasse interferência de material estranho nos tecidos após a completa reparação da 
ferida. Na prática, isto somente acontece em curto e médio prazo com as suturas 
absorvíveis ou, quando os pontos são retirados de modo programado (pontos 
superficiais). 
 
PONTOS E SUTURAS CONVENCIONAIS 
O ponto é a unidade da síntese. Uma síntese ou sutura completa, dependendo 
apenas da extensão e necessidade, pode ter apenas um ou vários pontos. Também 
dependendo da forma como os pontos são aplicados nos tecidos, denomina-se: sutura 
em pontos separados e suturas contínuas. Uma seqüência de pontos simples é 
denominada de sutura em pontos separados simples. 
 
 Além da reconstituição tecidual pela sutura, os pontos podem fazer hemostasia 
(pontos em X e pontos transfixantes) e fixar campos operatórios. Os seguintes tipos de 
pontos são realizados habitualmente: 
 
 Ponto simples – a agulha penetra e sai de modo simples nas bordas de uma 
ferida. É a forma mais simples e mais comum de se realizar uma sutura. Na pele, 
o ponto simples é o ideal para uma boa aproximação das bordas da ferida, uma 
vez que é necessária apenas a sua coaptação. Também os pontos simples podem 
ser utilizados em diversos outros tecidos e, dependendo da indicação, o ponto 
simples seqüencial e não interrompido caracteriza a sutura contínua simples ou 
chuleio simples. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 28: Pontos simples 
 
Na mucosa, no subcutâneo ou na camada sub-dérmica, os pontos simples 
realizados com inversão do nó são mais bem tolerados. A pegada é feita em uma 
borda da profundidade para a periferia e na outra borda, da periferia para a 
profundidade. Ao ser amarrado, o nó fica invertido e protegido na profundidade 
dos tecidos. 
 
 
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 Pontos de Blair-Donati – variedade exclusiva para a sutura da pele e tem como 
objetivo evitar a inversão das bordas em áreas de articulação ou quando a pele é 
flácida. Indicadas para utilização em dobras naturais, regiões de pele finas, feridas 
com bordas em bisel e nos locais de hemostasia mais difíceis. Podem ser largos 
ou estreitos e, dependendo da profundidade, reduzem o espaço morto 
Subdérmico. São úteis na sutura de pele flácida de pacientes emagrecidos ou 
onde há redução do panículo adiposo Subdérmico. A pegada maior da agulha 
objetiva a sustentação e a menor, a aproximação das bordas sem a sua inversão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 29: a) Ponto de Blair-Donati; b)Ponto em X 
 
 Pontos em X – têm a forma cruzada e são indicados como recurso de hemostasia 
em tecidos de acesso mais difícil ou quando a

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