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1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO BIOMÉDICO DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA LABORATÓRIO DE TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL “Prof. Dr. João Luiz de A. Carneiro”. MANUAL DE ORIENTAÇÃO PROGRAMA PRÁTICO 2010 BATISTA, E F N CARRARETTO, A R 2 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO BIOMÉDICO DEPARTAMENTO DE CLÍNICA CIRÚRGICA DISCIPLINA DE TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL “Prof. Dr. João Luiz de A. Carneiro”. MANUAL DE ORIENTAÇÃO PROGRAMA PRÁTICO 2010 PROFESSORES DA DISCIPLINA: ABRANTES ARAÚJO SILVA ANTÔNIO ROBERTO CARRARETTO ELTON FRANCISCO NUNES BATISTA JORGE WOLMER CHAMON DO CARMO Autores: BATISTA, E F N eltonmed@yahoo.com.br CARRARETTO, A R roberto@carraretto.med.br www.tocexp.ufes.br CAPA: ALUNOS DO 6º PERÍODO EM ATIVIDADE mailto:eltonmed@yahoo.com.br mailto:roberto@carraretto.med.br http://www.tocexp.ufes.br/ 3 3 MANUAL DE ORIENTAÇÃO ENFOCADO NO PROGRAMA PRÁTICO DE TÉCNICA OPERATÓRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL ELTON FRANCISCO NUNES BATISTA Professor Adjunto IV Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental Departamento de Clínica Cirúrgica Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal do Espírito Santo ANTÔNIO ROBERTO CARRARETTO Professor Adjunto Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental Departamento de Clínica Cirúrgica Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal do Espírito Santo VITÓRIA - ES 2010 4 4 C O N T E Ú D O 1- Introdução Elton Francisco Nunes Batista Planta baixa do Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental 2 – Roteiro das atividades práticas Elton Francisco Nunes Batista O animal – Introdução ao laboratório – Atividades: seqüência da anestesia – Atividades básicas – Atividades cirúrgicas – Atividades alternativas 3 – Vivissecção 4 – Temas informativos 5 - O bloco cirúrgico Elton Francisco Nunes Batista Centro cirúrgico – Sala de recuperação pós-anestésica - centro de esterilização 6- Equipe cirúrgica Elton Francisco Nunes Batista Componentes da equipe cirúrgica – Vestuário – Preparo da equipe – Conduta e postura no ambiente cirúrgico – Posição da equipe 7 - O paciente Elton Francisco Nunes Batista Tricotomia – Preparo anti-séptico do paciente – Posição operatória do paciente –Campos operatórios 8 - Instrumental cirúrgico Elton Francisco Nunes Batista Tricotomia – Caixa básica – Mesa básica - Sinalização cirúrgica 9 - Material de sutura Elton Francisco Nunes Batista 5 5 Calibre e dimensão – Outras peculiaridades – Comportamento biológico – Classificação – Tipos de fios cirúrgicos 10 - Agulhas cirúrgicas Elton Francisco Nunes Batista Anatomia de uma agulha 11- Nós cirúrgicos Elton Francisco Nunes Batista Característica dos nós – Formato dos nós 12 - Pontos e suturas Elton Francisco Nunes Batista Pontos e suturas convencionais - Suturas e ligaduras mecânicas 13 - Acesso venoso Elton Francisco Nunes Batista Acesso venoso por punção - Acesso venoso por dissecção - Punção intra-óssea 14 - Nocões gerais de anestesia Antônio Roberto Carraretto Avaliação pré-anestésica - Fases de uma anestesia geral 15 - Intubação endotraqueal Antônio Roberto Carraretto Técnica para a intubação traqueal - Ventilação assistida e controlada 16 - Reanimação cardio-respiratória Antônio Roberto Carraretto 17 - Monitoração em anestesia Antônio Roberto Carraretto Oxigenação – Ventilação – Circulação - Outros parâmetros 6 6 18 - Traqueostomia Elton Francisco Nunes Batista Indicações gerais – Classificação - Tipos de cânulas - Referências anatômicas - Complicações da traqueostomia - Cuidados com o paciente traqueostomizado 19 – Cricotireostomia Elton Francisco Nunes Batista Cricotireostomia por punção (com agulha) - Técnica de ventilação - Cricotireostomia cirúrgica 20 - Paracentese abdominal e lavado peritonial Elton Francisco Nunes Batista Técnica aberta do lavado peritonial - Técnica fechada do lavado peritonial - Complicações do lavado peritonial - Cuidados especiais 21 – Toracocentese Elton Francisco Nunes Batista Toracocentese para derrames líquidos - Toracocentese no pnemotórax hipertensivo - Complicações da toracocentese 22 - Drenagem pleural em selo d’água Elton Francisco Nunes Batista Técnica cirúrgica - Complicações da drenagem torácica - Mecanismo do sistema em selo d’água - Retirada do dreno 23 - Pericardiocentese Elton Francisco Nunes Batista Complicações da pericardiocentese 24 - Curativos Elton Francisco Nunes Batista Terminologia - Cuidados especiais nos curativos 25 - Dispositivos de diatermia e outras variedades Elton Francisco Nunes Batista 7 7 Bisturi eletrônico - Bisturi ultra-sônico - Ligasure - Coagulador de argônio - Laser 26 – Aspiradores Elton Francisco Nunes Batista Aspirador elétrico - Sistema centralizado com rede (vácuo de parede) – Sistema venturi 27 - Sumário I: atividades preliminares com o cão . Elton Francisco Nunes Batista 28 - Preparo do animal para anestesia e cirurgia Elton Francisco Nunes Batista 29 - Anestesia geral Antônio Roberto Carraretto 30 - Intubação oro-traqueal Antônio Roberto Carraretto Técnica 31 - Monitoração do cão Antônio Roberto Carraretto 32 – Sumário II: procedimentos cirúrgicos no cão Elton Francisco Nunes Batista 33 - Acesso venoso 34 – Traqueostomia 35 - Laparotomias 36 - Paracentese abdominal e lavado peritonial 37 – Gastrostomia 38 - Gastrotomia e gastrorrafia38 - Gastrotomia e gastrorrafia 39- Gastroenteroanastomose 40 – Colostomia 8 8 41 – Esplenorrafia 42 - Esplenectomia 43 - Biópsia hepática 44 - Drenagem pleural em selo d’água42 - Esplenectomia 43 - Biópsia hepática 45 - Relatório da cirurgia’ 46 - Ficha da anestesia 9 9 I- II- III- IV- V- VI- VII- VIII- IX- X- XI- XII- XIII- XIV- XV- XVI- XVII- XVIII- XIX- XX- XXI- XXII- XXIII- XXIV- XXV- XXVI- XXVII- XXVIII- XXIX- XXX- XXXI- XXXII- XXXIII- XXXIV- XXXV- XXXVI- XXXVII- XXXVIII- XXXIX- XL- XLI- XLII- Figura 1 - Planta baixa do Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – CCS UFES 10 10 Figura 2 - Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Especificação dos ambientes 11 11 PRINCÍPIOS GERAIS DE APRENDIZADO As atividades de aprendizado devem ser planejadas para permitir que cada um adquira competências, seguindo objetivos bem definidos: Participação ativa em todas as atividades planejadas; Estabelecer uma relação entre as atividades propostas e os objetivos pessoais; Experimentar satisfação, aplicando o que está sendo aprendido; Sentir-se recompensado pelo sucesso, mais do que punido pelas falhas; Receber instruçãode múltiplas formas (aulas teóricas, leitura, trabalho prático individual ou em grupo e observação independente); Demonstração contínua do que aprendeu; Pensar de modo divergente para encontrar soluções inovadoras; Observar a demonstração dos exercícios antes de tentar realizá-los; Conhecer previamente o que é esperado e realizar o que for relevante; Praticar, para utilizar os conhecimentos e habilidades adquiridas, a fim de retê-los; Refletir sobre os progressos no aprendizado e eventuais problemas de percurso; Ajustar-se a conflitos e frustrações que possam surgir no decorrer do aprendizado; Desenvolver objetivos pessoais realísticos; Nunca desistir de algo que outros são capazes de realizar. 12 12 INTRODUÇÃO O programa de aulas práticas para o 6 o . Período do Curso de Graduação Médica que é desenvolvido no Laboratório de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental – Centro Biomédico da UFES, obedece a critério seletivo de temas que oferecem maiores possibilidades no desenvolvimento das habilidades psicomotoras. Também permite a oportunidade dos alunos observarem, treinarem e executarem procedimentos cirúrgicos básicos, considerados essenciais a qualquer especialidade médica, e iniciarem até alguns procedimentos mais avançados na medida da evolução do desempenho do grupo. A área física do Laboratório dispõe de auditório para 80 lugares; centro cirúrgico com duas salas e quatro mesas de operação; lavabo; sala de apoio; vestiários masculino e feminino, com instalações hidro-sanitárias; sala de professores; um aparelho de anestesia de uso hospitalar e dois respiradores mais simples; sistema de audiovisual; instalação de gases (ar comprimido, oxigênio e óxido nitroso); três monitores cardíacos; dois bisturis eletrônicos da marca Valley-lab; instrumental variado para cirurgias de pequeno, médio e grande porte; dispositivos para treinamento de nós cirúrgicos e suturas e também equipamentos de videocirurgia. São formados três grupos de trabalho (equipes) para aulas práticas e que permanecem inalterados durante todo o período. As atividades descritas são as mesmas para todos. Participam desse programa, quatro Professores (três cirurgiões e um anestesiologista) e um grupo de Monitores devidamente treinados para as aulas práticas. Algumas atividades são repetitivas, permitindo ao aluno a oportunidade de adequada familiarização com as atividades básicas e fundamentais da cirurgia. O revezamento dos alunos no trabalho cirúrgico é estimulado e necessário para que cada um tenha a oportunidade de atuar em todas as funções. Após a fase inicial de adaptação dos alunos, todas as atividades e condutas desenvolvidas no ambiente de aulas, podem ser consideradas de avaliação, permitindo-se elaborar um conceito do desempenho de cada aluno, que pode até dispensar a avaliação prática final. Esta avaliação conceitual é um critério que depende de cada orientador. Como as fontes didáticas disponíveis apresentam os assuntos aqui discutidos de maneira dispersa, tentou-se compor um fascículo que reúna grande parte dos assuntos enfocados e vivenciados no dia-a-dia do aluno na sua fase de aprendizado prático das bases de Técnica Operatória. Assim, em uma edição ainda temporária, reuniu-se os pontos mais importantes com ilustrações para a avaliação de uma futura publicação. Os procedimentos cirúrgicos descritos nos sumários, ao final do texto, têm por objetivo facilitar as tarefas relatadas no roteiro. As dúvidas serão resolvidas de imediato com os orientadores. 13 13 ROTEIRO: ATIVIDADES PRÁTICAS O ANIMAL O cão é o animal preferencial e tradicionalmente utilizado para aula prática pela sua disponibilidade, fácil manuseio e porque resiste bem aos procedimentos anestésicos e cirúrgicos. O seu valor no aprendizado é inestimável. O aluno deve tomar consciência de que o animal no laboratório é o seu paciente naquele momento e, graças a ele, lhe será permitido treinar, desenvolver habilidades e aprender a técnica e tática de muitos dos procedimentos que se aplicam na cirurgia em seres humanos. Figura 3: Cão - Animal utilizado em aulas práticas É um ser vivo dito irracional, mas dotado de sentidos, inclusive a afetividade. Está sujeito ao sofrimento físico se não forem adotados todos os preceitos exigidos para o seu manuseio. Deve ser tratado com respeito, inclusive porque ele se submete ao nosso propósito de treinamento sem a opção de escolha. Considera-se o mínimo de cuidados básicos que devem ser dispensados nessa atividade do Laboratório: Não assustar o animal, tratando-o com respeito e delicadeza; Não permitir que sofra durante as operações ou no pós-operatório; Adotar o melhor da técnica simulando o paciente de amanhã; Lembrar que existe Lei que disciplina o trabalho com animais (texto - vivissecção); CUIDADOS: Como não se dispõe de criação própria, utilizam-se cães de rua recolhidos pelo Serviço Público de controle das zoonoses da Prefeitura Municipal. Embora aparentemente todos pareçam sadios, não se tem controle de vacinação e por isto ficam algum tempo em observação. Por razões de segurança, recomenda-se muito cuidado ao manuseá-los, estejam acordados ou anestesiados. 14 14 INTRODUÇÃO AO LABORATÓRIO Apresentação das dependências de ensino (lavabo, salas de cirurgia, equipamentos) e orientação da dinâmica das aulas práticas. a- Normas de acesso ao centro cirúrgico e vestuário b- Técnicas de preparo anti-séptico da equipe cirúrgica: escovação e paramentação c- Demonstração: instrumental cirúrgico, caixa e mesa básicas d- Princípios básicos da sinalização em cirurgia e campos operatórios e- Treinamento: preparo anti-séptico da equipe cirúrgica f- Demonstração e treinamento de fios e nós cirúrgicos g- Demonstração de pontos e suturas ATIVIDADES As primeiras três aulas práticas são preparatórias e enfocam assuntos muito básicos relacionados ao acesso ao centro cirúrgico, escovação e paramentação, preparo da mesa de instrumental e identificação da caixa básica. Também se enfoca noções sobre fios cirúrgicos, pontos e nós e os vários tipos de pontos e suturas, que são treinados em pranchetas. Após as primeiras três aulas de noções gerais e treinamento básico, os alunos iniciam sua participação cirúrgica em animal vivo. SEQÜÊNCIA DA ANESTESIA: A demonstração inicial dos equipamentos, dispositivos necessários a intubação traqueal, ventilação e alguns procedimentos anestésicos é feita pelo Professor e, nas aulas subseqüentes, a anestesia será sempre conduzida pelos alunos em forma de rodízio, conforme a seguinte rotina: a- Preparo e checagem do material para anestesia geral: Preparar o soro: Conectar o frasco ao equipo, retirar o ar. Diluição do barbitúrico: (Thiopental Sódico à 2,5% - 1g + 40 ml soro ou 0,5g + 20 ml soro) Verificar e testar equipamentos e materiais para anestesia: (Ambú, Vaporizador, Cal Sodada, Laringoscópio e tubo oro-traqueal). Verificar o circuito de gases b- Sempre usar luvas para lidar com os animais; c- Por medida de segurança, manter a focinheira no animal até a indução anestésica; d- Punção venosa com cateter plástico ou “butterfly” (pata dianteira), fixar o cateter e conectar o soro (instalação da via venosa); e- Indução anestésica com Thiopental sódico na dose de 10 mg /kg de peso; A injeção do medicamento é lenta, enquanto se observa a reação do animal. Verificar o reflexo corneano e palpebral, observar o relaxamento. Retirar a focinheira e fixá-lo à mesa em decúbito dorsal; f- A fixação das patas do animal não deve interferir com a área de ação da equipe; 15 15 g- Intubação oro-traqueal, insuflar balonete, ventilar com o Ambú, observar a expansão torácica e realizara ausculta torácica para confirmar posicionamento da cânula; h- Fixação do tubo e conexão ao aparelho de ventilação (respirador) ou mantê-lo em respiração espontânea (opcional); i- O tubo traqueal é fixado à mandíbula do animal com fio urso; j- Instalar os eletrodos para a Monitoração cardíaca; k- Início da anestesia inalatória (halotano, por exemplo); l- Acoplar a placa do bisturi elétrico em área de grande contato; m- Limpeza da pele do cão com água e sabão (toda a área de abordagem). ATIVIDADES BÁSICAS - TÓPICOS: Preparo do material de anestesia Diluição de drogas e montagem do soro Checar respirador e rede de gases Venóclise superficial Indução anestésica Intubação oro-traqueal Monitoração Manuseio do bisturi elétrico Preencher a ficha da anestesia ATIVIDADES CIRÚRGICAS - TÓPICOS: Dissecção de veias jugular e femoral, bilateralmente Traqueostomia Exérese de “pequenas lesões” (mamilos) sob anestesia local Laparotomia mediana, exploração da cavidade e síntese da laparotomia Drenagem pleural em selo d’água Esplenorrafia ou Esplenectomia Apendicectomia Gastrotomia e gastrorrafia Gastrojejunostomia Colostomia em alça Relatório da cirurgia ATIVIDADES ALTERNATIVAS - TÓPICOS: Reanimação cardiopulmonar Demonstração de laparoscopia Cricotireostomia Pericardiocentese Paracentese abdominal e lavado peritonial Toracocentese Outras 16 16 VIVISSECÇÃO Lei no. 6.638 de 08 de maio de 1979 – D. O. I, PTE. I, de 10.05.79. Estabelece normas para a prática didático-científica da vivissecção em animais e determina outras providências. Presidente da República, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1 o . - Fica permitida, em todo o território nacional, a vivissecção de animais, nos termos desta Lei. Art. 2 o . - Os biotérios e os centros de experiência e demonstrações com animais vivos deverão ser registrados em órgão competente e por ele autorizados a funcionar. Art. 3 o . - A vivissecção não será permitida: I- Sem o emprego de anestesia; II- Em centro de pesquisa e estudos não registrados em órgãos competentes; III- Sem a supervisão de técnico especializado; IV- Com animais que não tenham permanecido mais de quinze dias em biotérios legalmente autorizados; V- Em estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo graus e em quaisquer locais freqüentados por menores de idade. Art. 4 o . - O animal só poderá ser submetido às intervenções recomendadas nos protocolos das experiências que constituem a pesquisa ou os programas de aprendizado cirúrgico quando, durante e após a vivissecção, receber cuidados especiais. Par. 1 o . - Quando houver indicação, o animal poderá ser sacrificado sob estrita obediência às prescrições científicas. Par. 2 o . - Caso não sejam sacrificados, os animais utilizados em experiências ou demonstrações somente poderão sair do biotério trinta dias após a intervenção, desde que destinados a pessoas ou entidades idôneas que por eles queiram responsabilizar-se. Art. 5 o . - Os infratores desta Lei estarão sujeitos: I- Às penalidades cominadas no art. 64, caput. do Decreto Lei no.3.688, de 03 de outubro de 1941, no caso de ser a primeira infração; II- À interdição e cancelamento do registro do biotério ou do centro de pesquisa, no caso de reincidência. 17 17 Art. 6 o . - O poder executivo, no prazo de noventa dias, regulamentará a presente Lei, especificando: I- O órgão competente para o registro e a expedição de autorização dos biotérios e centros de experiências e demonstrações com animais vivos; II- As condições gerais exigíveis para o registro e o funcionamento dos biotérios; III- Órgão e autoridades competentes para a fiscalização dos biotérios e centros mencionados no inciso I. Art. 7 o . - Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação. Art. 8 o . - Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, em 08 de maio de 1979; 158 o . da Independência e 91 o . da República. JOÃO B. DE FIGUEIREDO. E. Portela Ernani Guilherme Fernandes da Motta 18 18 O BLOCO CIRÚRGICO O projeto de um hospital deve ser elaborado pela arquitetura e engenharia modernas porque envolve aspectos de grande complexidade. A abordagem do tema neste texto é despretensiosa e pretende-se apenas dar uma breve noção das necessidades básicas inerentes à área cirúrgica e seu funcionamento para diferentes realidades. O bloco cirúrgico é a área do hospital destinada exclusivamente à realização de cirurgias, exames e procedimentos com necessidade de anestesia e outras atividades ou serviços afins. Deve estar em localização estratégica, longe de ruídos e com acesso fácil, embora isolado da circulação geral. A previsão do número de leitos hospitalares deve ser compatível com a sua capacidade de demanda. O bloco cirúrgico é composto de três setores básicos que devem funcionar integrados - centro cirúrgico, centro de esterilização e sala de recuperação pós-anestésica. CENTRO CIRÚRGICO O projeto inicial da planta básica de um centro cirúrgico é complexo e depende de um estudo minucioso quanto às necessidades imediatas, disponibilidade de recursos, funcionalidade e a expectativa de demanda a médio e longo prazo. O ideal seria uma projeção estimada com base no crescimento da população e também onde a própria estrutura física do hospital como um todo, pudesse ser ampliado no futuro, conservando as mesmas características iniciais, sem aquelas construções ou adaptações improvisadas. As seguintes dependências são essenciais: Entrada – local de acesso ao centro cirúrgico com entrada independente para pacientes e pessoal funcional; Vestiários – dependências destinadas à troca da roupa de uso comum por vestuário padronizado de centro cirúrgico. Devem ser independentes para uso masculino e feminino; Corredor – deve permitir acesso fácil às diversas dependências do centro cirúrgico; Lavabo – ambiente onde a equipe cirúrgica asséptica faz o preparo (anti-sepsia) para a cirurgia. Sua comunicação deve ser a mais direta possível com as diversas salas e o seu espaço deve ser adequado para permitir a paramentação (capotes e luvas), permitindo que a equipe asséptica já saia desse ambiente pronta para a operação. Tradicionalmente, preconiza-se que a água das torneiras do lavabo deva ser estéril. No entanto, grande número de hospitais já não adota esta medida, o que exige da comissão de controle de infecção, um protocolo diferente. Em muitas instituições o recinto do lavabo é utilizado apenas para o preparo anti-séptico, sendo a paramentação completada na própria sala de operações; Sala de indução anestésica – ambiente opcional e não disponibilizado na prática em nosso país, onde o paciente seria anestesiado para depois ser encaminhado à 19 19 sala de operações. Não é o que acontece habitualmente nos nossos hospitais nos quais todo ato médico já se inicia na própria sala de operações; Sala de operações – ambiente onde são realizados os procedimentos anestésicos e cirúrgicos e alguns exames especializados sob anestesia. A quantidade de salas e suas dimensões são planejadas de acordo com a realidade de cada instituição. Em geral, salas com dimensões médias de 35-40m 2 são bem adequadas para a maioria dos propósitos cirúrgicos. No entanto, certas operações podem exigir salas maiores e operações mais simples podem ser realizadas em salas bem menores. As paredes e o teto não devem ter ângulos retos para evitar acúmulo de resíduos e o piso não deve ser descontínuo para facilitar a limpeza e deve ter aterramento adequado para evitar interferência elétrica em equipamentos. A iluminação deve ser adequada e os focos cirúrgicosnão devem contribuir para aquecer o ambiente. A sua posição deve ser mais centrada para a mesa de operações e com possibilidade de controle manual pela equipe. Figura 4: Foco cirúrgico – diferentes tipos A refrigeração controlada é outro item indispensável para o paciente e equipe, porque o trabalho cirúrgico deve ocorrer em ambiente confortável e seguro. A mesa de operações deve permitir mobilidade para transporte, com articulação que permita diversos movimentos para posicionar o paciente e com possibilidade de uso de Raios X e / ou intensificador de imagens. O mobiliário 20 20 deve ser restrito ao mínimo, apenas para acondicionar materiais e medicamentos de uso mais imediato; Arsenal – local onde estão armazenados os materiais, medicamentos e peças de reposição necessários ao funcionamento das salas de cirurgia. Deve ter proximidade com as salas de operações; Sala de enfermagem – ambiente destinado ao pessoal da enfermagem com objetivos funcionais e também de conforto; Conforto médico – sala de estar, onde a equipe pode aguardar o momento de iniciar a operação ou descansar nos seus intervalos. Pode servir para discussão dos casos cirúrgicos do dia, bem como para descontração. Também permite servir pequenas refeições ou lanches rápidos no decorrer do dia de trabalho; Sala de serviços comuns – com objetivos variados dependendo da capacidade de demanda do bloco cirúrgico; Sala de anatomia patológica (para exames de congelação) - algumas operações podem depender de exame histopatológico imediato (exame de congelação). Uma sala específica para a realização de tais exames no próprio ambiente cirúrgico agiliza o trabalho da equipe; Sala de radiologia e revelação (câmara escura) – é freqüente a necessidade de obter radiografias em determinadas operações (cirurgias ortopédicas e das vias biliares, entre outras). Muitos hospitais já dispõem de intensificador de imagens que permite o exame dinâmico rápido. Nesses casos, a radiografia para documentação pode ser revelada no próprio setor de radiologia; Expurgo – local onde se deposita o material e instrumental já utilizado, para a triagem de reprocessamento; SALA DE RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA Ambiente para onde o paciente é levado após deixar a sala de operações e permanece até que tenha condições de ser encaminhado para uma outra unidade, com segurança, após a avaliação médica de critérios de recuperação pós-anestésica. É recomendável que seja ambiente incorporado ao centro cirúrgico e deve funcionar em harmonia com o intervalo entre a operação e o transporte definitivo do paciente para o seu leito hospitalar. Nesta sala, o paciente deve permanecer sob contínua vigilância, inclusive com suas funções vitais monitoradas; CENTRO DE ESTERILIZAÇÃO Setor contíguo ou não ao centro cirúrgico, onde estão instalados os equipamentos para a esterilização e controle dos instrumentos e materiais necessários às operações. É fundamental que haja um perfeito entrosamento entre o Centro de Esterilização e a demanda do Centro Cirúrgico. 21 21 TABELA 1: Dependências do Bloco Cirúrgico CENTRO CIRÚRGICO Entradas – paciente e pessoal Vestiários Corredor Lavabo Sala de anestesia Sala de operações Arsenal Sala de enfermagem Conforto médico Sala de serviços comuns Sala de anatomia patológica Sala de Raios X e câmara escura Expurgo SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA Ambiente incorporado ao centro cirúrgico Leitos Enfermagem fixa Monitoração Vigilância Saída de pacientes CENTRO DE ESTERILIZAÇÃO Ambiente contíguo ao centro cirúrgico Pessoal próprio Equipamentos e materiais de esterilização Dinâmica compatível com a demanda Harmonia com a demanda do hospital 22 22 A EQUIPE CIRÚRGICA Grupo de profissionais treinados nas atividades ligadas à cirurgia, onde cada componente tem funções e atribuições específicas. Deve-se privilegiar o sentido de equipe, o respeito e colaboração mútua, assiduidade e pontualidade. A manutenção do silêncio é fundamental. A livre circulação por outras salas e corredores não é conveniente porque favorece a contaminação. Também o número de pessoas na sala de operações deve ser restrito (o máximo de três além da equipe) para não interferir com a dinâmica funcional do ambiente e reduzir o risco de contaminação ambiental, campos operatórios e da mesa de instrumental. O acesso de pessoas portadoras de doença infecciosa aguda ao centro cirúrgico deve ser evitado, principalmente afecções do trato respiratório, mesmo que tais pessoas façam parte da equipe cirúrgica. COMPONENTES DA EQUIPE CIRÚRGICA O número de componentes pode variar com o tipo e porte da operação, embora exista uma composição básica bem estabelecida: Componentes assépticos - fazem parte desse grupo todos aqueles que se submetem ao preparo anti-séptico no lavabo. São eles: o Cirurgião, 1 o . Auxiliar, 2 o . Auxiliar e Instrumentadora. Eventualmente também pode ser necessário um 3 o . Auxiliar; Componentes não assépticos - deste grupo fazem parte o anestesista e a circulante de sala. Também são ditos não assépticos os componentes eventuais, dependendo da sua necessidade em operações específicas. Por exemplo, o perfusionista, o pediatra, o cardiologista, o patologista, o radiologista ou o técnico de radiologia. De algum modo, se necessário, qualquer um desses profissionais pode ser solicitado para colaborar na equipe dependendo da operação proposta. VESTUÁRIO O acesso ao centro cirúrgico deve ser restrito e implica na troca da roupa de uso comum por vestuário próprio. Vestir-se adequadamente significa usar jaleco, calça, gorro, máscara e botas (pró-pés). Esta não é roupa estéril, mas é de uso único entre as lavadas. Estando limpa, estará menos sujeita a disseminar contaminação e também diferencia as pessoas que circulam ou trabalham no bloco cirúrgico, constituindo-se em importante norma de disciplina e metodização. Sua padronização obedece aos critérios de cada instituição. Estando vestido de acordo com as normas estabelecidas pela Instituição, podem- se percorrer quaisquer das dependências do centro cirúrgico. No entanto, é recomendável que para acesso à sala de cirurgia ou para assistir a uma operação a pessoa deva obter a anuência do cirurgião. 23 23 Figura 5: Troca de roupa – vestimenta própria para acesso ao centro cirúrgico PREPARO DA EQUIPE A chegada ao centro cirúrgico deve ocorrer 15 minutos antes da hora marcada para a operação e os seguintes passos são fundamentais: Troca da roupa de uso comum por roupa própria padronizada; Não vestir roupa do centro cirúrgico sobre a roupa “de rua”; Procedimentos de anti-sepsia (equipe asséptica); Paramentação com capote e luvas (equipe asséptica); Acesso ao ambiente da operação; Postura adequada ao ambiente e à função. PREPARO ANTI-SÉPTICO DA EQUIPE Atividade desenvolvida no lavabo, onde o método clássico da escovação das mãos e antebraços continua sendo o mais valorizado. A escovação com produtos anti- sépticos é um ritual comum que, além de permitir a remoção das bactérias da superfície cutânea, também representa um ato de disciplina no contexto da metodização cirúrgica. Os membros da equipe asséptica (que participam no campo operatório) devem obedecer toda a seqüência do preparo que inclui, além da escovação de mãos e antebraços, a anti- sepsia complementar, uso do capote e luvas. Após a paramentação, todo o cuidado para tocar em área não estéril, pelo risco de favorecer a contaminação. Alguns cuidados na escovação são importantese justificáveis: Técnica de Escovação e outros cuidados Retirar todos os adornos das mãos e antebraços antes de iniciar a escovação; Não molhar as roupas durante a escovação para não favorecer a contaminação do capote pelo contato; A escova deve ter cerdas macias para não traumatizar a epiderme e favorecer o desenvolvimento de infecções cutâneas; 24 24 O tempo de escovação depende do número de escovadas em cada região e do tempo de ação do agente germicida utilizado; A formação de espuma é importante na limpeza, e amplia a função umectante do anti- séptico; Considerar diferentes alturas na superfície a ser escovada: mãos e punhos, partes média e distal do antebraço, o cotovelo e parte distal do braço; Orientar a escovação considerando as quatro faces das mãos e antebraços: anterior, posterior, lateral e medial; Unhas aparadas não acumulam detritos e não favorecem a contaminação bacteriana; Antes da escovação, as mãos devem ser consideradas como as áreas mais contaminadas e, ao final do preparo, essa condição deve estar invertida; Manter as mãos em altura igual ou superior aos cotovelos para que a água não escorra de área mais contaminada para a mais limpa. Figura 6: Escovação – detalhes das áreas e da extensão da superfície a ser preparada Lavar com água e sabão toda a região a ser preparada (mãos, punhos e antebraços); Iniciar a escovação com os produtos germicidas padronizados no hospital (ou mesmo o sabão de coco); A escovação começa pelas mãos e punhos. Molhar sempre para facilitar a formação de espuma. Escovar obedecendo as quatro faces: a) palmar; b) dorsal; c) lateral e, d) medial, inclusive os dedos. Por fim, escovam-se as extremidades digitais e unhas; Após o preparo das mãos e punhos, continuar a escovar os antebraços até os cotovelos, seguido à mesma orientação de rotina; As cerdas da escova não devem passar em áreas já escovadas; Finalmente, escova-se ao nível do cotovelo para completar esta etapa. A escova deve ser depositada em recipiente próprio após o uso; Enxaguar as mãos e antebraços para retirar o produto utilizado. Apenas as mãos e punhos podem ser friccionados no enxágüe. As mãos devem ser mantidas em altura superior à dos cotovelos; Lembrar que na grande maioria dos hospitais, a água do centro cirúrgico não é esterilizada. Nesse caso, seguir o protocolo da Instituição; 25 25 Anti-sepsia complementar, sem enxaguar, e secagem com compressa. Figura 7: Escovação – seqüência PARAMENTAÇÃO Ato de vestir o avental cirúrgico esterilizado e calçar luvas. Observar a orientação de como apanhar, vestir e amarrar o capote corretamente. Na seqüência, calçar as luvas que se apresentam embaladas, dobradas no punho e com a identificação da mão correspondente. Figura 8: Paramentação – pacote de capotes e seqüência da paramentação 26 26 CALÇAR LUVAS Observar a orientação técnica de calçar luvas, que pode ser feito pela própria pessoa ou com auxílio da instrumentadora. Figura 9: Calçando luvas – seqüência. No detalhe, calçando luvas com auxílio da instrumentadora 27 27 CONDUTA E POSTURA NO AMBIENTE CIRÚRGICO A conversa baixa (o assunto não deve estressar o paciente) Evitar conversar sobre a doença do paciente na sua presença; O número de pessoas na sala deve ser limitado; O acesso de visitantes à SO deve ter a permissão prévia do cirurgião; Entrada e saída controladas para evitar o “vai-e-vem” Evitar ruídos em demasia. POSIÇÃO DA EQUIPE A posição da equipe em relação ao paciente na mesa, depende da topografia da lesão, da forma de abordagem e do tipo de operação. A disposição básica adotada em cirurgia abdominal posiciona o cirurgião à direita do paciente, e os auxiliares à esquerda. O anestesista fica na cabeceira e a instrumentadora pode ficar à direita ou à esquerda, conforme seu hábito ou a preferência do cirurgião (ilustração). As variações são aceitáveis dependendo da operação e dos critérios de cada cirurgião, uma vez que isso contribua para melhorar o trabalho cirúrgico, principalmente no que se refere a mão dominante (destros e não destros). Figura 10: Disposição da equipe cirúrgica no campo operatório Alterações no posicionamento do 2 o . Auxiliar e da instrumentadora também podem ser determinadas pelo cirurgião, quando isto facilitar os movimentos e contribua para melhorar a dinâmica do ato operatório. 28 28 O PACIENTE O paciente é conduzido ao centro cirúrgico de maca e nunca deve ir caminhando. Seu vestuário é próprio e não utiliza a máscara. A calça e jaleco são substituídos por um avental com abertura posterior para facilitar a sua remoção. Lembrar sempre de manter o respeito a sua individualidade, deixando a remoção das roupas para depois de iniciada a anestesia. Quando ainda acordado, evitar atitudes e comentários que possam causar constrangimento ou preocupação (por exemplo: exposição do paciente, tricotomia, sondagem, acesso venoso profundo, relato do seu caso clínico, etc.). Os seguintes cuidados de preparo do paciente cirúrgico são muito importantes e o aluno deve familiarizar-se desde cedo com a sua rotina. TRICOTOMIA A princípio, a tricotomia deve ser mínima e suficiente para permitir o curativo ao final da operação. Ela deve ser realizada no próprio centro cirúrgico, logo após a indução da anestesia. A tricotomia de véspera ou feita sem a supervisão do cirurgião pode ser inconveniente. Muitas vezes, a falta de prática ou o descuido com o procedimento de tricotomia, pode ocasionar ferimentos na pele do paciente. PREPARO ANTI-SÉPTICO DO PACIENTE Os cuidados de anti-sepsia do paciente não diferem muito daqueles adotados para a equipe cirúrgica. Deve-se limpar cuidadosamente a pele com água e sabão (ou solução degermante), atentando sempre para alguns locais onde o acúmulo de resíduos é mais comum (áreas com pelos, pregas cutâneas em região de articulação e no umbigo, por exemplo). A anti-sepsia complementa este preparo, com uso preferencial de produtos à base de iodo estável (polivinilpirrolidona-iodo) em solução alcoólica. Atentar para o fato das soluções anti-sépticas alcoólicas serem irritantes em contato com mucosas, genitália e períneo e também que alguns pacientes são alérgicos a produtos à base de iodo. Os pacientes pediátricos têm a pele mais sensível a esses produtos. A colocação dos campos operatórios deve ser retardada em pelo menos dois minutos para que haja tempo de formação da película protetora do anti-séptico. 29 29 Figura 11: Anti-sepsia do campo operatório Figura 12: Anti-sepsia do campo operatório CUIDADOS adicionais dependem de cada caso em particular (monitoração, enfaixar membros, sondas, acesso venoso profundo, posição e fixação do paciente na mesa, adequar certas posições viciosas, etc). POSIÇÃO OPERATÓRIA DO PACIENTE O adequado posicionamento do paciente na mesa facilita o trabalho cirúrgico. As posições são variáveis e dependem fundamentalmente da topografia do órgão ou da doença básica e resulta da procura de facilidades para o acesso e abordagem. Deve ser a mais fisiológica e confortável possível. No entanto, determinadas operações exigem que o paciente seja posicionado na mesa operatória em condições adversas ou mesmo muito incomodas e que não seriam bem toleradas sem a sedação profunda ou anestesia. São ditas posições viciosasporque podem determinar intercorrências, tanto em relação ao controle anestésico como em alterações no pós-operatório (dor, parestesia, câimbras, distensão muscular, etc.). Algumas posições mais comuns são: decúbito dorsal, decúbito ventral, decúbito lateral, posições combinadas, Pilèt e etc. Figura 13: Mesa de cirurgia e posições operatórias do paciente 30 30 CAMPOS OPERATÓRIOS São lençóis próprios utilizados para delimitar, isolar e proteger a área de atuação do cirurgião e equipe. Em algumas instituições já se encontram campos cirúrgicos de material descartável, utilizados de forma sistemática ou seletiva. Os campos operatórios são assim denominados: 1 os. Campos – Em número de quatro, apresentam dimensões maiores e delimitam externamente toda a área de ação da equipe cirúrgica. Nas operações abdominais, dois campos maiores são dispostos no sentido longitudinal e os dois um pouco menores, no sentido lateral. Operações em outras regiões do corpo exigem padronização específica para a disposição dos 1 os. Campos. A fixação dos campos de tecido é feita com pinças apropriadas (Backaus) ou por pontos que transfixam ou não a pele. Os campos descartáveis trazem dispositivos próprios para fixação. Figura 14: Campos operatórios – fixação dos 1 os . campos 2 os. Campos – Em número de dois, são fixados à parede por pontos, em plano anterior àquele da cavidade cirúrgica (geralmente fixado na aponeurose). Também já são disponíveis os campos plásticos que se aderem à pele e a isolam, dispensando os 2 os. Campos convencionais. No entanto, tais dispositivos adesivos são discutíveis em termos de segurança quanto à maior colonização bacteriana no decorrer da operação. Considera-se que a utilização dos 2 os campos oferece proteção contra a contaminação bacteriana e implantes de células neoplásicas, além de disciplinar e embelezar o ato operatório. No entanto, muitos cirurgiões não os utilizam sistematicamente. 3 os. Campos – Não têm número fixo definido. São compressas úmidas ou secas que se utilizam em cavidades cirúrgicas para proteger, isolar, fixar, secar e afastar estruturas ou vísceras. Deve ser uma rotina a contagem inicial das compressas da mesa cirúrgica e é indispensável conferi-las ao final da operação pelo risco de serem deixadas na cavidade cirúrgica. Essas compressas devem ter marcadores radiopacos. 31 31 Figura 15: Campos operatórios – tipos, modos de fixação e utilização Campos fenestrados – São peças únicas de dimensões variadas e correspondem aos primeiros campos cirúrgicos. Geralmente utilizados para pequenos procedimentos, o seu uso é bastante prático e sua importância é justificada. Figura 16: Exposição do campo operatório na laparotomia 32 32 INSTRUMENTAL CIRÚRGICO O instrumental cirúrgico é selecionado de acordo com a operação proposta. Deve estar acondicionado em caixas ou pacotes próprios para a montagem da mesa operatória. CAIXA BÁSICA É o conjunto de instrumentos necessários ao maior número de operações de pequeno e médio porte com também para iniciar operações de grande porte. Podem ser acrescentados aos instrumentos da caixa básica todos aqueles que se tornem necessários no decorrer do ato cirúrgico. Classicamente os seguintes instrumentos fazem parte da caixa básica: Pinça longa para anti-sepsia Cabo de bisturi Pinças de campo tipo Backaus Porta-agulhas Pinças de Allis Pinça anatômica Pinça de “dente de rato” Afastadores de Farabeuf Afastador maleável Pinça de Mixter (pedículo) Agulhas Pinças hemostáticas curvas e retas 33 33 Figura 17: Instrumental cirúrgico - variedade 34 34 MESA BÁSICA Corresponde a montagem da mesa cirúrgica com o instrumental da caixa básica acrescida do instrumental cortante, compressas, campos, fios, borracha de aspirador, cuba para soro, seringas, etc. Os instrumentos e materiais devem ser organizados na mesa em maior proximidade com a posição da instrumentadora e cirurgião, com prioridade para aqueles de utilização mais freqüente. A mesa de instrumental deve ter altura ajustável e com rodas, de modo que permita liberdade de movimento para diferentes posições. Figura 18: Mesa básica – disposição do instrumental e materiais SINALIZAÇÃO CIRÚRGICA A sinalização oral (mais antiga) e a manual (Bosch-Arana) tiveram suas vantagens e desvantagens descritas em 1938, onde era aconselhado o uso da sinalização sonora e luminosa produzida por aparelho elétrico. No entanto, esta forma de sinalização tornar-se-ia muito complexa porque pode causar confusão durante o ato operatório, porque fere o principio básico da metodização que é a simplificação. Hoje, utiliza-se um misto de sinalização manual e oral, devido a grande variedade de instrumentos para uma sinalização exclusivamente manual. 35 35 Figura 19: Sinalização cirúrgica manual 36 36 MATERIAL DE SUTURA Na procura por melhores condições de fechamento das feridas o Homem tem se adaptado ao longo do tempo. A descrição mais antiga acerca das suturas é descrita no papiro de Edwin Smith, encontrado no Egito e que data de aproximadamente 3.500 anos a.C. Outros relatos (que mais parecem contos folclóricos), tratam da aproximação das bordas de feridas utilizando formigas cujas mandíbulas mantém-se firmes em estado de tetania após a retirada do seu corpo. Relatos bem mais recentes tratam da utilização da crina de cavalo e de fibras tendinosas de animais como o canguru, além de fibras de casca de plantas. No final do século 19 surgiu o fio de categute que, bem aceito, passou a ser produzido em grande escala no século 20. Nas últimas décadas, o arsenal cirúrgico dos fios de sutura teve seu maior avanço com a produção dos fios sintéticos. Hoje, há grande variedade de fios cirúrgicos com excepcional qualidade e este item já não representa obstáculo à técnica cirúrgica, completado principalmente com o advento das modernas suturas mecanizadas. O fio de sutura ou fio cirúrgico é a terminologia empregada para todo material filamentar utilizado para unir os tecidos e mantê-los coaptados, oferecendo condições para o processo da cicatrização. Também os fios são utilizados para ligaduras vasculares hemostáticas. A grande variedade e disponibilidade de material de sutura para os diferentes objetivos cirúrgicos, permite que o cirurgião escolha aqueles da sua preferência e que mais se adaptem às necessidades de cada caso. A produção dos fios sintéticos trouxe uma melhora considerável na resposta tecidual, em comparação aos fios orgânicos que apresentam maior reação do tipo corpo estranho. Os materiais empregados na produção dos fios, as suas características físicas, a resistência tênsil, o processo de absorção ou biodegradação pelo organismo e o grau de reação tissular representam os critérios mais relevantes na sua escolha. Assim, vários aspectos são importantes devem ser considerados: Característica de monofilamento (ausência de capilaridade); Boa resistência à tensão Flexibilidade Maleabilidade Fácil esterilização (?). Hoje os fios já são disponibilizados prontos para uso; Intensidade da reação tissular do tipo corpo estranho; Ação enzimática ou hidrólise em curto prazo; Liso e forte com calibre reduzido; Custo baixo; Disponibilidade; Segurança no nó; Interferência mínima ou ausência de reação processo cicatricial; Fácil aquisição; Utilização ampliada (o mesmo fio servir para utilização em diferentes tecidos); Baixa interferência com as infecções. 37 37 CALIBRE E DIMENSÃO O calibre dos fios é medido por números a partir do zero, em escala ascendente e descendente. Quanto menor o número de zeros, maior calibre terá o fio. Em geral, a identificação por calibre obedece escala em décimos de milímetro. Como exemplo, fios de número 3-0 apresentam diâmetro aproximado de 0,20 mm a 0,25 mm e fios de número 2-0 apresentam diâmetro de 0,30 mm a 0,34 mm. A dimensão também é variável e pode ter de alguns centímetros até cerca de 150 cm dependendo da necessidade. Em operações laparoscópicas, nas quais se utilizam suturas com nós internos, o fio pode ter no máximo 20-25 cm. OUTRAS PECULIARIDADES Os fios pode ser disponibilizados para uso montados em agulhas ou soltos. Quando agulhados, pode-se dispor dos fios previamente montados de fábrica (preferível) ou montados no momento da operação. Para aplicações especiais existem fios montados em duas agulhas e duplo fio na mesma agulha. Essa característica do fio já vir agulhado e pronto para uso recebe a denominação de sertix. COMPORTAMENTO BIOLÓGICO A reação de corpo estranho ocorre em graus variáveis e é uma característica comum na grande maioria dos fios. Na fase inicial, resulta da reação tecidual ao material que, em alguns casos, pode evoluir para a formação de tecido fibroso encapsulado ou mesmo tecido de granulação em torno do material de sutura. A característica de monofilamento é desejável no material de sutura pela ausência de capilaridade e porque não interage com a infecção. Outro aspecto importante é a capacidade do organismo promover ou não a absorção, a biodegradação ou a manutenção do material de sutura por período de tempo variável nos tecidos. CLASSIFICAÇÃO O material de sutura é classificado de acordo com a sua origem, ou seja, do tipo de material que é produzido. Assim, todos os fios conhecidos e disponíveis no mercado pertencem aos seguintes grupos: orgânicos, sintéticos e minerais. Independentemente da sua origem e dentro das características gerais das suturas, o comportamento biológico do material de sutura nos tecidos é variável. Podem ser assim relacionados: 1- Fio absorvível – É eliminado do local da sutura em período variável e sua absorção é facilitada pelos processos da fagocitose ou hidrólise. Alguns materiais são de origem animal e outros, sintéticos. O tempo de absorção varia com a sua composição e calibre. 2- Fio inabsorvível – Produzido de material biodegradável ou não. Pode ser de origem animal, vegetal ou sintético. Muitos dos materiais de sutura sofrem o encapsulamento pelos tecidos e ficam incorporados ao local da sutura. 38 38 Fio inabsorvível e biodegradável: sofre o processo da biodegradação que ocorre ao longo do tempo com o material de alguns fios. Isso desencadeia alterações na sua estrutura física com perda gradual da sua força tênsil. O material residual sofre o encapsulamento e fica incorporado ao tecido após a sua biodegradação. Fio inabsorvível e não biodegradável: não sofre qualquer alteração na sua estrutura física ao longo do tempo. É encapsulado e permanece indefinidamente nos tecidos. TIPOS DE FIOS CIRÚRGICOS Fios orgânicos - De origem animal ou vegetal, podem também ser subdivididos em absorvíveis e não absorvíveis. De um modo geral, a característica mais importante dos fios orgânicos é a sua maior tendência para reação de corpo estranho nos tecidos. Categute: material de sutura absorvível de origem animal tendo na sua composição a proteína denominada colágeno. É produzido de fibras torcidas da camada serosa do intestino delgado de bovinos que, por serem longitudinais, lhe proporcionam maior resistência. Provoca reação tissular moderada nos primeiros sete dias, evoluindo para leve por volta dos 14 dias. Sofre processo de absorção por fagocitose. Esterilizado pelo método Cobalto 60. O categute simples tem cor amarela e, embora a sua resistência tênsil termine no 15 o dia, o seu tempo total de absorção dura cerca de 70 dias. É indicado para uso em tecidos de cicatrização rápida. Resistência tênsil: 1 o dia: 100% - 7 o dia: 40% - 14 o dia: 5%. Nomes Comerciais: - Categute simples - Catpoint - Surgicut plain O categute cromado (cromagem com bicromato de potássio) tem cor marrom e a sua resistência tênsil se perde após o 21 o dia e o tempo total de absorção dura 90 dias. É indicado para tecidos de cicatrização um pouco mais demorada. Resistência tênsil: 1 o dia: 100% - 7 o dia: 65% - 14 o dia: 40 – 21 o dia: 10%. Nomes Comerciais: - Categute cromado - Catcromo - Surgicut chromic Seda: material de sutura inabsorvível e biodegradável de origem animal, obtido à partir do casulo do bicho da seda da espécie Bombix mori. Utiliza como matéria prima a proteína (70%) e goma (30%). Pode ser trançado ou torcido, tem grande maleabilidade e devido ao processo de enceramento durante a sua preparação, pode ficar isento de capilaridade (característica de monofilamento). 39 39 O tempo total de sua permanência nos tecidos (biodegradação) é de 02 anos e também sofre o processo de fagocitose. Provoca reação tissular moderada com resposta imunológica, decrescendo lentamente até o final da biodegradação. É indicado para as cirurgias: oftalmológica, geral, plástica e ligaduras vasculares. Resistência tênsil: 1 o dia: 100% - 14 o dia: 70% - 60 o dia: 60% – 1ano: 0%. Esterilizado pelo método Cobalto 60. Nomes Comerciais: - Seda - Silkpoint - Softsilk Algodão: material de sutura inabsorvível e biodegradável de origem vegetal, é obtido à partir das fibras longas da flor do algodão. É um fio torcido de grande maleabilidade e que provoca reação tissular moderada nos primeiros 07 dias, decrescendo gradativamente até por volta dos 180 dias. O contato com líquidos orgânicos desencadeia o processo da biodegradação ao longo do tempo, principalmente nos 06 meses iniciais e permanece encapsulado pelos tecidos após a sua degradação total (fibras vegetais não são absorvidas pelo nosso organismo). Alguns laboratórios industrializam fios de algodão com adição de fibras de poliéster no seu núcleo. Indicado em cirurgia geral e ligaduras vasculares. Resistência tênsil: 1 º dia – 100% - 180 º dias - 50% - 2 anos – 30%. Nomes Comerciais: - Algodão - Algofil - Cottpoint Linho: material de sutura inabsorvível e biodegradável de origem vegetal, é obtido das fibras longas do linho. É um fio torcido muito maleável com força tênsil inferior a da seda e que provoca intensa reação tissular nos primeiros 12 dias e decresce lentamente até o final da sua biodegradação que é inferior a 12 meses. Pela sua reação tissular, pode até retardar o processo da cicatrização. Indicado para cirurgia geral, gastrintestinal e ligaduras vasculares. Resistência tênsil: 1 o dia: 100% - 14 o dia: 70% - 60 o dia: 60% – 1ano: 0%. Esterilizado com óxido de etileno. Nome comercial: - Linho Fios sintéticos – Desenvolvidos mais recentemente, cada vez mais se destacam no arsenal cirúrgico, com propriedades e variantes de qualidade que os caracterizam como fios excepcionais. Existem fios sintéticos absorvíveis e não absorvíveis, sendo alguns também biodegradáveis. A utilização inicialmente limitada pelo custo elevado já está relativamente ultrapassada. Apresentam como grande qualidade a baixa reação tissular, principalmente se comparada com os fios orgânicos. Ácido Poliglicólico: fio absorvível sintético monofilamentar, resultante da polimerização do homopolímero que é o ácido glicólico. A polimerização do 40 40 ácido glicólico resulta no composto de alto peso molecular – o ácido poliglicólico. Ao contrário do fio orgânico absorvível, este sofre hidrólise nos tecidos e tem absorção lenta. Em determinadas suturas pode ser um bom substituto para alguns fios não absorvíveis e fio absorvível orgânico. Tem boa maleabilidade e flexibilidade, é bem tolerado pelo organismo. Apresenta reação tissular leve nos primeiros 07 dias, evoluindo para mínima até o final do processo de absorção que ocorre por hidrólise no período médio de 55 dias. Após perder a sua resistência tênsil, o ácido poliglicólico se decompõe em ácido glicólico e é absorvido. Resistência tênsil: 1 o dia: 100%- 14 o dia: 65%- 21 o dia: 30/40%- 28 o dia: 5/10%. Esterilizado com óxido de etileno. Nomes Comerciais: - Dexon - Polisorb Poliglactina 910: fio trançado absorvível sintético, resultado da união de dois polímeros (copolímero) que são a Glicolida (90%) e a Lactida (10%), formas avançadas do ácido glicólico e ácido láctico, respectivamente. O nome Poliglactina 910 resulta da fusão de nomes daqueles 02 polímeros. Durante a sua produção, o fio ainda recebe uma cobertura de poliglactina 370 (50%) e estearato de cálcio (50%), o que acrescenta mais lubricidade ao fio. Fios muito finos de poliglactina são monofilamentares e não recebem essa cobertura. A lactida dificulta a penetração de líquidos entre os filamentos do fio, mantendo a resistência tênsil durante o período crítico da cicatrização. Apresenta reação tissular leve nos primeiros 07 dias, evoluindo para mínima até o final do processo de absorção que ocorre por hidrólise no período médio de 65 dias. Após perder a sua resistência tênsil, a poliglactina se decompõe e os dois polímeros são transformados em ácidos glicólico e láctico. Resistência tênsil: 1 o dia: 100%- 14 o dia: 65%- 21 o dia: 30/40%- 28 o dia: 5/10%. Esterilizado com óxido de etileno. Nome comercial: - Vicryl Poliglecaprone 25: fio absorvível sintético e monofilamentar, composto de um copolímero de Glicolida (75%) e Caprolactona (25%), originando seu nome. É absorvido por hidrólise em 90 a 120 dias independentemente das condições biológicas do paciente. Ocorre a penetração de líquido na estrutura do copolímero, o que provoca o rompimento da sua cadeia molecular fazendo com que retorne a sua forma inicial. Provoca reação tissular leve nos primeiros dias, evoluindo para mínima até o final do processo de absorção. É indicado para uso em cirurgia gastrintestinal, ginecologia e obstetrícia, urologia, cirurgia plástica e fechamentos em geral. Antes de ser implantado nos tecidos tem 60% mais resistência do que o categute. Tem sido considerado o fio de sutura mais maleável e flexível já produzido. Esterilizado com óxido de etileno. Resistência tênsil: 1 o dia: 100%- 7 o dia: 50/60%- 14 o dia: 20/30%- 21 o dia: 0%. 41 41 Nome comercial: - Monocryl Polidioxanona: fio absorvível sintético e monofilamentar, obtido à partir da polimerização da P-dioxanona (Polidioxanona). É absorvido por hidrólise em 180 dias. Ocorre a penetração de líquidos na estrutura molecular do polímero com rompimento da cadeia molecular, retornando a sua forma inicial P- DIOXANONA. Provoca uma leve reação tissular nos primeiros 15 dias, evoluindo para mínima até o final do processo de absorção. R. tênsil: 1 o dia: 100%- 14 o dia: 70%- 28 o dia: 50%- 42 o dia: 25%- 56 o dia: 0%. Esterilizado com óxido de etileno. Nomes Comerciais: - PDS II - Maxon Poliamida (nylon): fio sintético inabsorvível e biodegradável, pode ser monofilamentar ou trançado e pode ser obtido da poliamida pura, a partir de um único monômero (6) ou de monômeros diferentes (seis e 6,6). Tem alta resistência, boa maleabilidade e, por ter superfície lisa, não interage com infecções. Provoca reação tissular mínima durante os primeiros dias, decrescendo gradativamente até seu processo de encapsulamento pelos tecidos. Sua biodegradação ocorre a uma taxa de 20% ao ano por ação enzimática, sendo metabolizado pelas células do organismo. Este fio é indicado para uso em cirurgia geral, plástica, vascular, oftalmológica, neurocirurgia, micro-cirurgia, cirurgia ortopédica e ligaduras vasculares. Resistência tênsil: 1 dia – 100% - 1 ano - 80% - 2 anos – 65% - 5 º ano – 0%). Esterilizado pelo método Cobalto 60. Nomes Comerciais: - Nurolon - monômeros diferentes (seis e 6,6) – trançados - Mononylon - monômeros diferentes (seis e 6,6)- monofilamento - Softnylon - monômero único (6) - monofilamento Polipropileno: fio de sutura sintético inabsorvível, não biodegradável, obtido a partir da polimerização do polipropileno. Construído em monofilamento de superfície lisa, é isento de capilaridade, possui alta resistência, ótima maleabilidade e provoca mínima reação tissular durante os primeiros dias que decresce rapidamente para logo iniciar o processo de encapsulamento. De todos os materiais de sutura é o que provoca menor reação tissular. Não sofre a biodegradação e permanece encapsulado pelos tecidos indefinidamente. É indicado para uso em cirurgia cardiovascular, oftalmológica, plástica, gastrintestinal e fechamentos em geral. Resistência tênsil: mantém a força tênsil inicial indefinidamente. Esterilizado com óxido de etileno. Nome comercial: - Prolene - cor azul característica 42 42 Poliéster: fio sintético inabsorvível não biodegradável, trançado, obtido à partir da polimerização do poliéster. Provoca reação tissular mínima durante os primeiros dias, decrescendo gradativamente até seu processo de encapsulamento pelos tecidos. Não sofre processo de degradação e permanece encapsulado pelos tecidos indefinidamente. Possui boa maleabilidade devido ao trançamento, tem mais resistência e é menos elástico que o nylon. É indicado para uso em cirurgia oftalmológica, cardiovascular, gastrintestinal e ligaduras vasculares. Os fios de fino calibre (10.0) são construídos em monofilamento para cirurgia oftalmológica. Resistência tênsil: mantém a força tênsil inicial indefinidamente. Esterilizado pelo método Cobalto 60. Nomes Comerciais: - Mersilene - trançado - Mersilene 10.0 – monofilamento - Ethibond - trançado com cobertura de polibutilato, tem alta resistência e é indicado para cirurgia cardiovascular, fechamento do esterno e cirurgia ortopédica. - Polycot - fio torcido, composto poliéster (70%) e fibras longas de algodão (30%). Devido ao processo de enceramento, tem características de monofilamento. Fio mineral (metálicos) – Tem a resistência como grande vantagem e pode estar disponível em calibre variado. O fio de aço inoxidável é o principal representante dos fios metálicos. Outros fios minerais descritos são o tântalo e o bronze que já estão em desuso há bastante tempo. Aço inoxidável: fio de sutura mineral inabsorvível, não biodegradável, confeccionado a partir de aço específico para implantes cirúrgicos (fórmula 316L) com baixo teor de carbono e submetido a rigoroso controle de qualidade. Podem ser monofilamentares ou trançados. Os fios monofilamentares geralmente são mais utilizados, no entanto, têm como desvantagem a sua pouca flexibilidade. Fios de aço trançados são de manuseio mais fácil, mas não são muito disponíveis no mercado. É material inerte e provoca reação tissular de moderada a leve nos primeiros 21 dias, decrescendo rapidamente para mínima após esse período. É o mais resistente material de sutura e não sofre processo de biodegradação, permanecendo encapsulado pelos tecidos indefinidamente. É indicado para uso em cirurgia cardiovascular, bucomaxilofaciale cirurgia geral para sutura de parede e não interage com infecções. Resistência tênsil: mantém a sua força tênsil inicial, indefinidamente. Esterilizado pelo método Cobalto 60. Nome comercial: - Aciflex - monofilamento 43 43 TABELA 2: Nomes comerciais e apresentação de alguns dos fios cirúrgicos disponíveis MATERIAL ETHICON CIRUMÉDICA P. SUTURE US-SURGICAL BRASMÉDICA COLÁGENO Categute Simples Categute Simples Catpoint Surgicut Plain Categute Simples COLÁGENO + B. DE POTÁSSIO Categute cromado Categute cromado Catcromo Surgicut Chromic Categute Cromado POLIGLICÓLICO Dexon Polysorb POLIGLACTINA P. Vicryl POLIDIOXANONA Pds II Maxon POLIGLECAPRONE Monocryl LINHO Linho Linho Linho SEDA Seda Seda Silkpoint Softsilk Seda ALGODÃO Algodão Algofil Cottpoint Algodão ALGODÃO + POLIÉSTER Polycot Algofil azul AÇO INOXIDÁVEL Aciflex Monicron Steelpoint Steel Aço POLIAMIDA – 02 MONÔMEROS Mononylon Superlon Nylpoint Monosoft Nylon POLIAMIDA – 01 MONÔMERO Softnylon POLIAMIDA (T) – 02 MONÔMEROS Nurolon Dermaflex Bralon POLIÉSTER COM COBERTURA Ethibond Policron Surgidac POLIÉSTER Mersilene Surgilene POLIPROPILENO Prolene Propilene Novafil Supramid Supralene Surgipro 44 44 Figura 20: Fios cirúrgicos – Figuras obtidas apenas com objetivo didático dos fios de marca de utilização freqüente 45 45 AGULHAS CIRÚRGICAS As agulhas são pequenos instrumentos que servem como dispositivos condutores dos fios de sutura através de diferentes tecidos. As agulhas apresentam diferentes padrões de forma para cada aplicação. Devem ser resistentes e estáveis no porta-agulhas e devem ter o máximo poder de penetração nos tecidos com um mínimo de trauma. Existem agulhas com cabo, agulhas sem cabo (necessitam porta-agulhas), e agulhas retas (progressivamente em desuso). Suas dimensões variadas (de milímetros a vários centímetros) permitem sua utilização para os diferentes propósitos. ANATOMIA DE UMA AGULHA As agulhas apresentam formato e curvatura variáveis que se justifica pela grande variedade de aplicações nas diversas especialidades cirúrgicas. Elas se compõem de 03 partes: a ponta, o corpo e o fundo. A ponta representa a característica mais importante de uma agulha cirúrgica porque disso depende a sua aplicabilidade nos diversos tecidos. Genericamente diz-se que as agulhas cirúrgicas podem ser traumáticas e não-traumáticas. No entanto, em cada um desses grupos existe uma grande variedade de formas de ponta, que as vezes se estende ao corpo da agulha. São pontas cilíndricas, rombas, triangulares, piramidais, em espátula, etc. É o seu calibre que define a sua resistência. O corpo da agulha pode ser cilíndrico ou acompanhar as modificações da ponta. A presença de ranhuras no corpo é um detalhe importante que impede a rotação ou instabilidade da agulha quando montada no porta-agulhas. Basicamente no corpo da agulha está a definição do seu formato que também é variável: agulhas retas, semi-retas e curvas. Figura 21: Agulhas cirúrgicas para montar fio 46 46 O fundo também é definido como traumático ou não-traumático. Aquelas com fundo não-traumático, em geral, são descartáveis porque já vêm com o fio montado e pronto para uso. As agulhas de fundo traumático são reutilizáveis. e o fundo pode ser fixo ou falso, diferenciando a forma de montagem do fio. Figura 22: Agulhas cirúrgicas – detalhes da ponta, curvatura e fundo. O fundo da agulha pode ser fixo ou falso, diferenciando a forma de montagem do fio, ou seja, apresenta o ou não orifício. As agulhas com fundo de orifício necessitam montagem do fio enquanto as outras já vêm com fio e prontas para uso. Para a sua utilização, a agulha deve ser montada bem na extremidade do porta-agulhas que a fixa no seu 1/3 distal. As seguintes referências “anatômicas” de uma agulha são: Comprimento de corda – distância em linha reta da ponta ao fundo; Comprimento real – é a medida tomada ao longo da sua curvatura, desde a ponta até o fundo; Raio – é à distância entre o centro do círculo até o corpo da agulha no ponto de sua curvatura; Diâmetro – medida do seu calibre onda a unidade de referência é em milésimo de polegada, ou seja, um milésimo de polegada equivale a 0,025 milímetros. Figura 23: Agulha cirúrgica – nomenclatura “anatômica”. 47 47 NÓS CIRÚRGICOS Os nós são recursos indispensáveis à maioria dos atos cirúrgicos e resultam do entrelaçamento múltiplo e ordenado das extremidades de um fio cirúrgico aplicado ao tecido, tanto na realização da ligadura hemostáticas como na fixação da sutura. A forma e o movimento resultante desse entrelaçamento do fio são os fatores que determinam a variedade de nós disponíveis para a cirurgia. Os nós são formados por três seminós com funções específicas. Alguns fios exigem mais de três seminós para que o nó fique seguro. Os seminós realizados em sentido contrário têm menor tendência ao deslizamento e não se soltam. Portanto, para que os seminós sejam iguais, devem ser realizados com mãos ou movimentos diferentes, evitando-se o cruzamento das extremidades do fio. Em tecidos de aproximação mais difícil, um 1 o . seminó duplo oferece melhor ajuste. A execução de um nó pode ser feita exclusivamente com as mãos (nós manuais); com porta-agulhas ou pinças hemostáticas (nós instrumentais) e mistos (com as mãos e instrumento). Os nós instrumentais e os mistos são reservados para o caso de encurtamento indesejável (quando o fio se rompe) de um dos extremos do fio ou quando se pretende realizar seqüência de pontos ou ligaduras com o mesmo fio (para redução de custo quando se utiliza fio mais dispendioso). Os nós internos executados na videocirurgia são exclusivamente instrumentais, enquanto que os nós externos são mistos. CARACTERÍSTICA DOS NÓS Deve-se atentar para os critérios que orientam a execução dos nós corretos aplicáveis às diversas necessidades e situações. Diz-se que o nó é perfeito quando atende integralmente às condições técnicas exigidas para realizar um nó não defeituoso. Em particular, o nó nunca deve cruzar ou afrouxar o fio durante a sua realização. São cuidados indispensáveis na realização dos nós cirúrgicos: Não cruzar e não afrouxar o fio; O nó deve ser seguro desde o seu início; Deve ser adaptado às diferentes tensões dos tecidos; Fios menos flexíveis e maleáveis podem necessitar mais de 03 seminós; Mantê-lo estável durante o manuseio das extremidades do fio; Evitar a sua tração na seqüência dos seminós. Evitar o seminó cruzado; Diferentes operações (laparoscopia), nós especiais; O nó não deve ficar frouxo; Evitar tração na seqüência dos seminós; Direcionar com o dedo indicador, para nós em profundidade; O nó duplo exige duplicidade apenas do primeiro seminó; 48 48 Em certos nós o movimento é diferente na mesma mão (quadrado e da vovó); Seminós simples ou duplos podem ser manuais ou instrumentais. a) Composição do nó: Um nó é composto de 03 seminós, com as seguintes funções: Primeiro seminó ajusta; Segundo fixa; Terceiro é o de segurança. Alguns fios exigem mais de 03 seminós para adequada segurança no nó. b) Classificação: Os nós podem ser classificados do seguinte modo: Quanto aos componentes do nó: seminós; Quantoà forma de sua execução: manual, instrumental ou mista; Quanto ao tipo de nó: simples, do cirurgião, da vovó, quadrado, etc... c) Outros aspectos: adapta-se o número de seminós ao fio utilizado e ao tecido a ser suturado. Sempre que necessário, deve-se direcionar o laço do fio com o dedo indicador. Deve ser evitado o nó cruzado e, para tanto, as mãos devem ser alternadas nos diversos seminós. Tipos de nós especiais são adaptados à cirurgia laparoscópica; Tanto os nós simples como os duplos podem ser executados manualmente ou com instrumentos. Os nós simples podem ser diferenciados de acordo com os movimentos - da vovó, quadrado, simples, duplo, etc... FORMATO DOS NÓS A denominação empregada a seguir é utilizada para os nós manuais que dependem unicamente dos movimentos das mãos para a sua realização. Os nós denominados de simples ou duplos independem da forma como são executados, sejam manualmente ou com auxílio de instrumentos. Consistem da duplicidade ou não do primeiro seminó. a) Nós manuais – realizados com as mãos na evolução do procedimento. Existem vários tipos de nós, de acordo com a forma de execução e o movimento das mãos: nó simples, nó duplo, nó quadrado e nó da “vovó”. Figura 24: Nós cirúrgicos – nó manual. 49 49 Também hoje, os nós do tipo “pescador”, nó de “forca” e outros, têm vasta utilização na cirurgia videoendoscópica, nos chamados nós externos que são confeccionados fora da cavidade cirúrgica e conduzidos com dispositivo próprio através do trocarte. Nó simples – com 03 seminós, é executado alternadamente com as duas mãos para obtenção do nó correto ou nó perfeito. Não pode haver o cruzamento das extremidades do fio. O fio cruzado (nó defeituoso) favorece de início a ruptura do fio e, posteriormente, o deslizamento e afrouxamento do nó. O nó simples com apenas uma das mãos resulta no cruzamento do fio em todos os seminós e pode ficar inseguro. Para que os seminós sejam iguais, as mãos ou os movimentos que entrelaçam os fios devem ser alternados. Nó duplo (de cirurgião) – também com 03 seminós difere apenas no primeiro seminó que é duplo. É utilizado para ajustar um tecido suturado sob certa tensão. Este tipo de nó pode ser executado com adaptação dos movimentos do nó simples, quadrado e com e o uso auxiliar de instrumentos (porta-agulhas). Figura 25: Nó duplo (de cirurgião). Nó quadrado – utiliza movimento bi-digital com apenas uma das mãos e é preconizado para facilitar o ajuste de tecidos suturados sob certa tensão. Também pode incluir o primeiro seminó duplo. O cruzamento do fio é impedido pela inversão alternada do movimento digital. Nó da vovó – é simples e rápido de realizar e também utiliza movimento digital, não exigindo alternância das mãos. O cruzamento do fio é impedido pela mudança do movimento a partir do 2 o seminó. b) Nó instrumental – quando executado com instrumentos (porta-agulhas), principalmente em cavidades fechadas onde é difícil o uso das mãos (videocirurgia). Preferencial na sutura com fio curto ou fios de maior custo, evitando-se assim, o consumo de muitos fios. Também o tipo instrumental pode ser útil no caso do fio romper durante os nós manuais, ficando uma das extremidades muito curta. Na cirurgia 50 50 endoscópica, onde não existe possibilidade de acesso manual ao tecido suturado, os instrumentos são indispensáveis na realização das suturas e na fixação dos nós. Figura 26: Nó instrumental. c) Nó misto – é o nó executado com uma mão e um instrumento. Tanto os nós instrumentais como os mistos são preferencialmente realizados com o auxílio de porta- agulhas nas suturas separadas, onde o mesmo fio permite vários pontos. Geralmente se utilizam instrumentos para nós com fios de braço curto ou para fios mais dispendiosos. Figura 27: Nó misto (manual e instrumental). d) Outras particularidades dos nós: relacionadas a algumas situações próprias: Nó em superfície – aplicados com fácil acesso visual, manual ou instrumental. Podem ser utilizados nós de qualquer tipo. Nó em profundidade – também se utiliza nós de qualquer tipo. A fixação dos seminós exige a condução da extremidade do fio com o dedo indicador para que o mesmo não fique frouxo. São aqueles executados nas cavidade cirúrgica de acesso mais restrito e em estruturas cuja fixação do nó precisa ser com total segurança (exemplo: ligadura de grandes vasos). Na cirurgia endoscópica, a condução do nó externo é exclusivamente instrumental, utilizando dispositivos próprios. 51 51 PONTOS E SUTURAS Os pontos e as suturas são recursos que permitem e garantem o contato permanente dos tecidos lesados cirúrgica ou acidentalmente, enquanto se desenvolve o processo cicatricial. Toda ferida pode ser considerada como uma complicação biológica com tendência natural à remissão espontânea e que pode ser bem orientada e favorecida pela sutura. Logo, a importância de uma sutura tende a diminuir, à medida que a cicatrização evolui e ganha resistência própria. Neste contexto, a sutura ideal seria aquela que não deixasse interferência de material estranho nos tecidos após a completa reparação da ferida. Na prática, isto somente acontece em curto e médio prazo com as suturas absorvíveis ou, quando os pontos são retirados de modo programado (pontos superficiais). PONTOS E SUTURAS CONVENCIONAIS O ponto é a unidade da síntese. Uma síntese ou sutura completa, dependendo apenas da extensão e necessidade, pode ter apenas um ou vários pontos. Também dependendo da forma como os pontos são aplicados nos tecidos, denomina-se: sutura em pontos separados e suturas contínuas. Uma seqüência de pontos simples é denominada de sutura em pontos separados simples. Além da reconstituição tecidual pela sutura, os pontos podem fazer hemostasia (pontos em X e pontos transfixantes) e fixar campos operatórios. Os seguintes tipos de pontos são realizados habitualmente: Ponto simples – a agulha penetra e sai de modo simples nas bordas de uma ferida. É a forma mais simples e mais comum de se realizar uma sutura. Na pele, o ponto simples é o ideal para uma boa aproximação das bordas da ferida, uma vez que é necessária apenas a sua coaptação. Também os pontos simples podem ser utilizados em diversos outros tecidos e, dependendo da indicação, o ponto simples seqüencial e não interrompido caracteriza a sutura contínua simples ou chuleio simples. Figura 28: Pontos simples Na mucosa, no subcutâneo ou na camada sub-dérmica, os pontos simples realizados com inversão do nó são mais bem tolerados. A pegada é feita em uma borda da profundidade para a periferia e na outra borda, da periferia para a profundidade. Ao ser amarrado, o nó fica invertido e protegido na profundidade dos tecidos. 52 52 Pontos de Blair-Donati – variedade exclusiva para a sutura da pele e tem como objetivo evitar a inversão das bordas em áreas de articulação ou quando a pele é flácida. Indicadas para utilização em dobras naturais, regiões de pele finas, feridas com bordas em bisel e nos locais de hemostasia mais difíceis. Podem ser largos ou estreitos e, dependendo da profundidade, reduzem o espaço morto Subdérmico. São úteis na sutura de pele flácida de pacientes emagrecidos ou onde há redução do panículo adiposo Subdérmico. A pegada maior da agulha objetiva a sustentação e a menor, a aproximação das bordas sem a sua inversão. Figura 29: a) Ponto de Blair-Donati; b)Ponto em X Pontos em X – têm a forma cruzada e são indicados como recurso de hemostasia em tecidos de acesso mais difícil ou quando a
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