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PLANEJAMENTO REGIONAL - ESTUDO SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO

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(Avaliação regimental) 
 
ESTUDO SOBRE A REGIÃO 
METROPOLITANA DE SÃO PAULO 
Grupo 2 – Mauá e Cotia 
 
 
 
 
 
Ana Flávia Terlechi | Aidson Barberino | Rafaela Kaiser 
1515873-0 | 1508337-3 | 1510927-5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arquitetura e Urbanismo 
Planejamento Urbano e Regional II 
2018 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 2 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4 
2. MAUÁ .................................................................................................................. 5 
2.1. Caracterização ............................................................................................................ 5 
2.1.1. Dados .................................................................................................................... 5 
2.1.2. Plano diretor .......................................................................................................... 6 
2.1.3. Mobilidade urbana e elementos ........................................................................... 10 
2.1.4. Características de relevo e hidrografia ................................................................ 13 
2.1.5. Características de renda ...................................................................................... 15 
2.1.6. Patrimônio cultural, histórico e natural ................................................................. 16 
2.1.7. Uso e ocupação do solo ...................................................................................... 18 
2.2. Vínculo com o município de São Paulo ................................................................. 21 
2.2.1. Acessos e meios de transporte ........................................................................... 21 
2.2.2. Nível de dependência de São Paulo ................................................................... 23 
2.3. Vínculo com outros municípios da região metropolitana .................................... 24 
2.3.1. Acessos e meios de transporte ........................................................................... 24 
2.3.2. Nível de dependência de outros municípios ........................................................ 25 
2.4. Cenários futuros ....................................................................................................... 26 
2.4.1. Cenário Utópico ................................................................................................... 26 
2.4.2. Cenário Provável ................................................................................................. 27 
2.5. Propostas .................................................................................................................. 27 
3. COTIA ............................................................................................................... 30 
3.1. Caracterização .......................................................................................................... 30 
3.1.1. Dados .................................................................................................................. 30 
3.1.2. Plano diretor ........................................................................................................ 31 
3.1.3. Mobilidade urbana e elementos ........................................................................... 33 
3.1.4. Características de relevo e hidrografia ................................................................ 34 
3.1.5. Características de renda ...................................................................................... 37 
3.1.6. Patrimônio cultural, histórico e natural ................................................................. 37 
3.1.7. Uso e ocupação do solo ...................................................................................... 39 
3.2. Vínculo com o município de São Paulo ................................................................. 42 
3.2.1. Acessos e meios de transporte ........................................................................... 42 
3.2.2. Nível de dependência de São Paulo ................................................................... 43 
3.3. Vínculo com outros municípios da região metropolitana .................................... 43 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 3 
 
3.3.1. Acessos e meios de transporte ........................................................................... 43 
3.3.2. Nível de dependência de outros municípios ........................................................ 44 
3.4. Cenários futuros ....................................................................................................... 45 
3.4.1 Cenário Utópico .................................................................................................... 45 
3.4.2 Cenário Provável .................................................................................................. 46 
3.5. Propostas .................................................................................................................. 46 
4. CONCLUSÃO.................................................................................................... 51 
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 52 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Como parte do escopo da matéria de Planejamento Urbano e Regional II, do 
oitavo semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo, este trabalho consistirá num 
estudo aprofundado de dois municípios da região metropolitana de São Paulo, sendo 
Mauá e Cotia. 
O trabalho será divido em três partes, a primeira apresentando as 
características geográficas de cada região, instrumentos urbanísticos como plano 
diretor, a mobilidade urbana, uso e ocupação do solo entre outros. Em seguida uma 
profunda análise sobre o vínculo que cada município apresenta com o Município de 
São Paulo e com toda a região metropolitana, focando nos acessos aos meios de 
transporte e a dependência que o determinado município apresenta. E por último, 
análises através dos cenários e propostas futuras voltadas para os problemas que 
são reconhecidos anteriormente. 
Ambos os municípios apresentam deficiências diversas, porém para este 
trabalho foi selecionado apenas dois fatores. O primeiro é o estudo desenvolvido 
sobre os serviços oferecidos pela prefeitura que estão voltados para o transporte 
público coletivo (em especial a frota de ônibus), e que variam tanto da quantidade de 
veículos disponíveis nas ruas, como a distância de cada parada e o tempo médio de 
viagens diárias. O segundo ponto abordado foi a renda per capita familiar, onde o 
conteúdo varia tanto das pesquisas (através de gráficos) sobre os valores atuais/ 
últimos anos, quanto o possível motivo que está por trás desse fato. 
As propostas futuras elaboradas, se encontram no final deste trabalho e focam 
especificamente nesses dois pontos, apresentando apenas algumas sugestões para 
ambas as regiões. Os projetos buscam melhorar a vida na cidade, de modo a facilitar 
a circulação e acessibilidade com serviços de qualidade do transporte público, junto 
com boas e fartas ofertas de empregos dentro de cada município, priorizando o curto 
deslocamento dos habitantes, desse modo melhorando a qualidade de vida. 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 5 
 
2. MAUÁ 
 
2.1. Caracterização 
 
2.1.1. Dados 
 
Área total: 62.293 km² 
Área Urbana: 43.605 km² - Aproximadamente 70% 
Área Rural: 6.229 km² - Aproximadamente 10% 
População: 462.005 hab (IBGE 2017) 
DensidadeDemográfica: 6748,84 hab/km². 
Altitude: 764 m. 
Bairros: 117. 
Distância da Capital: 26 km. 
IDHM: 0,766 (274ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros - IBGE 2010). 
PIB: R$ 11.329.503.000,00 (IBGE 2014). 
PIB per capita: R$ 25.245,34 (IBGE 2014). 
 
 
Imagem 1: Município de Mauá e seu entorno. Fonte: Google Maps. 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 6 
 
2.1.2. Plano diretor 
 
O Plano Diretor é o principal instrumento de desenvolvimento de um Município, 
que tem como principal finalidade traçar uma direção para a atuação do poder público 
e do privado, na construção de espaços urbanos/rural e na demanda de serviços 
públicos que são essenciais, visando proporcionar uma melhor qualidade de vida para 
a população. 
O Plano Diretor mais atual do Município de Mauá foi aprovado em março de 
2007 e teve como objetivo orientar da melhor maneira o desenvolvimento do 
Município, tanto na questão econômica como social. Os principais projetos e objetivos 
do Plano Diretor se resumem em: 
 
• No oferecimento de condições adequadas para as atividades econômicas; 
• Moradia digna para os habitantes; 
• Infraestrutura urbana de boa qualidade, integrando a ocupação territorial e que 
assim atendem as necessidades básicas da população; 
• Boa demanda de serviços e equipamentos públicos; 
• Preservação e recuperação do meio ambiente; 
• Aumentar os espaços voltados para atividades culturais, esportivas entre 
outras; 
• Proteção, conservação e restauração do patrimônio cultural (material/imaterial) 
do Município. 
 
Em relação ao desenvolvimento econômico e social, o Plano estabelece uma 
melhor qualidade de vida da população, tanto na questão de moradia dignas, como 
também no aumento da demanda de empregos, isso através do incentivo ao 
investimento das atividades econômicas da região, dando ênfase a micro, pequena e 
média empresa. Além disso, criação de programas para capacitação profissional e 
incrementar uma estratégia pública voltada para novos possíveis empreendimentos. 
Na questão da estrutura urbana, em especial o uso e ocupação do solo, planeja 
também ordenar e controlar o crescimento do Município, estabelecendo uma 
prioridade de investimentos em áreas definidas de estrutura territorial. A estrutura 
urbana será dividida da seguinte maneira: 
 
Macrozonas: 
 
• Macrozona Adensável – MZA; 
• Macrozona Não Adensável - MZNA; 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 7 
 
Zonas de Uso e Áreas Especiais: 
 
• Zonas de Uso Diversificado - ZUD (subdividida em ZUD 1 - Adensável e ZUD 
2 - Não Adensável); 
• Zonas de Desenvolvimento Econômico - ZDE; 
• Zonas de Ocupação Controlada - ZOC; 
• Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais - APRM; 
• Áreas Especiais de Interesse Social - AEIS; 
• Áreas Especiais de Interesse Ambiental - AEIA; 
• Áreas Especiais de Interesse Cultural - AEIC. 
 
A estruturação territorial urbana terá suas delimitações estabelecidos pela lei 
de uso e ocupação do solo nos limites impostos pelo Plano Diretor. Como as 
Macrozonas são definidas como adensável e não adensável, elas orientam a 
implantação de novas atividades e categorias de uso, conforme o relevo, a 
infraestrutura já instalada, a quantidade e distribuição dos equipamentos públicos e 
de serviços urbanos 
 
 
Imagem 2: Zonas definidas no plano diretor. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 8 
 
Imagem 3: Macrozonas definidas no plano diretor. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
A Macrozona adensável (MZA) proporciona a requalificação e ordenação da 
urbanização da região, em áreas onde suporta maior adensamento e que já tenham 
uma infraestrutura instalada. Já a Macrozona não adensável (MZNA) foca mais em 
áreas com carência em infraestrutura e promove a recomposição de zonas por meio 
da recuperação de áreas ocupadas irregularmente, aumentando a fiscalização e 
mantendo o controle das áreas de interesse socioambientais junto com a implantação 
de novos projetos sociais e econômicos, sempre visando melhorar a qualidade de 
vida dos residentes. 
As Zonas de Uso Diversificado (ZUD), tem como finalidade localizar os 
estabelecimentos comerciais/industriais para assim complementar as atividades do 
meio urbano que se situam no entorno. 
As Zonas de Desenvolvimento Econômico (ZDE) destinam-se a 
estimular/incentivar as áreas com propriedades para o desenvolvimento econômico e 
sustentável. Já as Zonas de Ocupação Controlada (ZOC) são áreas que resultaram 
da ocupação desordenada e irregular, mas que foram ocorridas dentro dos limites da 
Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais, que tem como características a 
falta de infraestrutura e que se encontram em situação de risco geotécnico. 
A Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM), tem por finalidade 
promover a conservação e manutenção da qualidade ambiental, dos recursos 
naturais e buscam diminuir os impactos ambientais, qualificando os assentamentos 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 9 
 
existentes e resolvendo a regularização urbanística e fundiária. Já as Áreas Especiais 
de Interesse Social (AEIS), tem como prioridade a regularização fundiárias, junto com 
a urbanização dos empreendimentos de interesse social, a instalação de novos 
equipamentos públicos incluindo recreação, lazer, comércio, serviços de interesse 
local entre outros. 
As Áreas Especiais de Interesse Ambiental (AEIA) são áreas destinadas a 
proteção e recuperação da paisagem do meio ambiente, sejam elas públicas ou 
privadas. 
As Áreas Especiais de Interesse Cultural (AEIC) são áreas onde seus objetivos 
focam no patrimônio cultural do Município, apresentando projetos para a preservação 
dos mesmos e dos registros, como traçado urbano, monumentos, bem tombados ou 
não, entre outros. 
Em 2014, a Prefeitura e Mauá enviou para a Câmara Municipal um novo projeto 
de lei destinado a equilibrar e atualizar as relações entre residências, comércio e 
indústria no Município. Se trata do Projeto de Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), 
que foi elaborado pela secretaria de Planejamento Urbano. O projeto é fruto de 12 
meses de trabalho onde o objetivo é atrair investimentos de forma ordenada, 
remodelando os espaços da cidade. 
O município de Mauá evoluiu muito após a construção do Rodoanel, fato que 
ajudou na elaboração de projetos e leis tanto na parte social, como ambiental, 
econômica, urbanística entre outros. Tendo como objetivo a evolução ordenada da 
região e consequentemente melhorando a vida dos cidadãos. 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 10 
 
2.1.3. Mobilidade urbana e elementos 
 
Segundo os resultados da Pesquisa Origem/Destino da RMSP, realizada pelo 
Metrô/SP em 2007, os moradores do Município de Mauá realizam cerca de 410 mil 
viagens todos os dias, o que representa 15,8% das viagens da região do ABC e 2,3% 
do total da Região Metropolitana de São Paulo. 
 
 
Imagem 4: Mapa do sistema viário de Mauá. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
Considerando o IMU (Índice de Mobilidade Urbana) e relacionando a 
quantidade de viagens diárias e a população residente, o Município de Mauá 
apresenta mais de 2 viagens por habitante diariamente. Geralmente este indicador 
está relacionado à renda, onde quanto maior a renda maior o indicativo de viagens 
por habitante/dia. Porém, conforme análises socioeconômicas, Mauá apresenta uma 
renda média mais baixa do que na RMSP. 
O gráfico de mobilidade urbana (Imagem 05) mostra que apesar do município 
apresentar indicadores próximos aos do ABC e RMSP, a quantidade de viagens por 
veículo motorizadoindividual é 35% a menos do que no ABC e 18% a menos da 
média da RMSP. Porém, a quantidade de viagens por transporte não motorizado (a 
pé e bicicleta) é maior, apresentando 35% superior em relação ao ABC e 54% a mais 
que na Região Metropolitana de São Paulo. 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 11 
 
 
Imagem 5: Gráfico de mobilidade urbana de Mauá. Fonte: RMSP (2007). 
 
A pesquisa foi realizada por usuários frequentes do veículo motorizado, 
utilizando-o todos os dias (47%), 6 vezes por semana (6,3%) ou 5 vezes por semana 
(3,8%). De acordo com o gráfico abaixo (Imagem 06), a maioria dos entrevistados 
utiliza o transporte individual pelas principais qualidades: 
 
● Conforto – 44,3% 
● Rapidez – 29,7% 
● Transporte público demora a passar - 20,9% 
 
Uma outra parcela (20%) relaciona essa escolha com diversos problemas do 
serviço de transporte público, tais como: 
 
● Ausência do serviço – 3,8% 
● Insuficiência dos horários – 10,1% 
● Lotação – 2,5% 
● Má qualidade – 4,4% 
 
 
Imagem 6: Gráfico de mobilidade urbana de Mauá. Fonte: Oficina Consultores. 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 12 
 
O motivo da viagem também foi apontado como razão para a escolha do 
veículo particular. Ao serem questionados sobre a possibilidade de ser utilizada um 
outro meio de transporte, 54% dos usuários não deixariam de utilizar automóvel, 
enquanto 35% passariam a usar ônibus se a qualidade melhorasse, 3% poderiam 
utilizar bicicleta, só não fazem por falta de ciclovia e 4% poderiam caminhar se as 
calçadas e sinalização apresentassem melhores condições. 
Ao serem questionados sobre os principais problemas no trânsito, o 
congestionamento se destaca, conforme o gráfico abaixo. 
 
 
 
Imagem 7: Gráfico de problemas no trânsito de Mauá. Fonte: Oficina Consultores. 
 
Em abril de 2017, a Prefeitura de Mauá apresentou um novo projeto para o 
Plano Municipal de Mobilidade Urbana, onde orienta as políticas públicas que 
precisam ser implementadas nos próximos anos. O documento foi elaborado durante 
dois anos, considerando as opiniões de usuários e abrange um estudo estrutural de 
diferentes objetivos para a cidade como transporte público, transporte particular, 
ciclovias e pedestres. 
Entre as propostas apresentadas estão a reforma dos terminais rodoviários, a 
descentralização dos ônibus (permissão para que o usuário troque de linhas usando 
a integração sem precisar ir até o terminal central), a ampliação e revitalização do 
calçadão central e das ciclovias, melhoria das sinalizações e trechos viários para que 
seja possível utilizar vias menos procuradas conectadas aos acessos para outras 
cidades. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 13 
 
2.1.4. Características de relevo e hidrografia 
 
O município está localizado a 818 metros acima do nível do mar, entre a Serra 
do Mar e o Planalto Paulista. Em decorrência disso, o clima é considerado subtropical, 
apresentando temperaturas médias durante boa parte do ano (em torno de 18ºC e 
dificilmente ultrapassa os 30ºC no verão. No inverno, a média é entre 9º a 14ºC. 
A formação de morros e picos íngremes, típicos da Serra do Mar prevalece na 
paisagem “mauaense”, além de profundos vales, hoje aterrados, justifica a alta 
incidência de enchentes. Somente na região do Rio Tamanduateí, em especial no 
bairro Capuava, é a única área tipicamente plana. O ponto mais alto do município é o 
Morro do Pelado, com 867 metros de altitude (o terceiro mais alto da Grande São 
Paulo). Como o relevo é acidentado, com poucas áreas planas e diversos cursos 
d’água que são sujeitos a alagamentos, estes são estados naturais que necessitam 
de um rígido crescimento urbano. 
 
 
Imagem 8: Mapa altimétrico de Mauá. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
 
A característica principal da hidrovia do município de Mauá são que os cursos 
d’água dos rios que passam pela região nasceram em seu próprio território e não em 
outro município. Os rios presentes são: 
 
• Rio Tamanduateí (terceiro principal da Grande São Paulo); 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 14 
 
• Rio Oratório; 
• Rio Pinheirinho; 
• Rio Guaió. 
 
Os principais córregos que cruzam a área urbana da cidade são: 
 
• Córrego Taboão; 
• Córrego Corumbé; 
• Córrego Capitão João. 
 
Com a ocupação irregular de suas várzeas a o recorrente aterramento 
agravaram o índice de alagamentos. Para amenizar esse problema, a Prefeitura junto 
com o Governo do Estado entre 1998 e 2002, construíram quatro “piscinões” com o 
papel de reter as águas, assim amenizar o impacto nas áreas de risco de alagamento. 
 
 
Imagem 9: Mapa da hidrografia de Mauá. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
Mauá possui paisagens naturais ricas devido ao seu relevo e altitudes. Nas 
encostas, a Mata Atlântica predomina, mesmo misturada com espécies do Planalto 
Paulista e as araucárias típicas do clima da região. As várzeas eram cobertas por 
juncos e taboas, que são plantas típicas de áreas alagadas/pantanosas, atualmente 
somente o córrego Taboão possui sua vegetação natural, porém isso tende a mudar 
devido às obras viárias para a conexão com o Rodoanel. O pico dos morros junto com 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 15 
 
o mais alto do município (Morro Pelado) apresenta uma vegetação muito rala e 
graminhas, característica que levou a este nome. 
 
 
Imagem 10: Morro pelado. Fonte: Tripadvisor. 
 
 
2.1.5. Características de renda 
 
A renda per capita do município de Mauá cresceu cerca de 31,43% nas últimas 
duas décadas, que passou de R$539,64 em 1991, para R$557,39 em 2000 e para 
R$709,25 em 2010. Esses dados equivalem a uma taxa média anual de 1,45%. A 
proporção de pessoas pobres (renda domiciliar inferior a R$140,00) passou de 8,26% 
(1991), para 11,34% (2000) e para 5,28% (2010). Esta evolução da desigualdade de 
renda durante esses períodos pode ser descrita através do índice de Gini, que passou 
de 0,42 (1991), para 0,46% (2000) e para 0,44 (2010). 
O índice de Gini (Imagem 11) é um instrumento que mede o grau de 
concentração de renda. Ele aponta a diferença entre os ganhos dos mais pobres e 
dos mais ricos. Esse índice varia entre 0 e 1, onde 0 representa uma situação de total 
igualdade e 1 significa completa desigualdade de renda. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 16 
 
 
Imagem 11: Taxa de renda, pobreza e desigualdade. Fonte: IPEA. 
 
 
 
2.1.6. Patrimônio cultural, histórico e natural 
 
O patrimônio natural de Mauá é composto pela rica fauna e flora e por diversos 
parques municipais. Um dos mais conhecido é o Parque Ecológico Gruta Santa Luzia 
(Imagem 12), mais conhecido como Parque da Gruta. Com mais de 450.000 m², o 
parque é composto por uma grande área de mata nativa e áreas de reflorestamento 
com eucaliptos. Como ele faz divisa com áreas de proteção aos mananciais, acaba 
sendo refúgio para pequenos mamíferos, aves e répteis. Nele se encontra nascentes 
do Rio Tamanduateí integrante da bacia hidrográfica do alto Tietê. Além deste parque, 
outro bastante popular é o Paço Municipal, pois fica localizado em uma região mais 
central e de fácil acesso da cidade. 
Em relação ao patrimônio histórico, temos como um dos mais importantes bens 
tombados do município, a Casa Bandeirista Barão de Mauá, construída no século 
XVIII e hoje se encontra a sede do Museu Barão de Mauá (Imagem 13). É de origem 
renascentista e a técnica de construção utilizada foi a taipa de pilão. Outro bem 
material tombado famoso é a Igreja Matriz Nossa Senhorada Conceição (Imagem 
15), que foi construída em homenagem à padroeira da cidade e possui grandes 
referências tanto do processo migratório quanto dos canteiros (antigos cortadores de 
pedra). Um dos lados da construção homenageia dos imigrantes o outro representa 
os artísticos canteiros que construíram o interior da matriz. 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 17 
 
 
Imagem 12: Parque Ecológico Gruta Santa Luzia. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
 
 
Imagem 13: Casa Bandeirista Barão de Mauá. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 18 
 
 
 
Imagem 14: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Fonte: Prefeitura de Mauá. 
 
 
2.1.7. Uso e ocupação do solo 
 
A LUOS (Lei de Uso e Ocupação do Solo) já está sendo executada desde 2014 
no Município de Mauá e corresponde a Lei 4968/2014, estando em vigor 
especificamente desde o dia 10 de julho após ter sido aprovada na Câmara Municipal. 
A LUOS foi aprovada pois suas propostas não alteram os conceitos do Executivo, que 
consiste em controlar e ordenar as atividades industriais, residenciais e comerciais 
com vista no equilíbrio urbano, na qualificação dos espaços junto com a qualidade de 
vida. 
Algumas das principais melhorias que constam no LUOS são: 
 
● Taxa de ocupação: A LUOS definiu a taxa de ocupação em 70%, ou seja, em 
um território de 100 m² de área, a edificação corresponde a 70% do total. Com 
a área restante de 30% livre, o ambiente fica mais agradável para o morador, 
onde irá receber mais luz solar e ventilação. 
 
● Coeficiente de aproveitamento: É definido dois coeficientes de 
aproveitamento, que será de 1,5 e 2. O coeficiente de 1,5 significa que a 
edificação pode corresponder a até uma vez e meia a área do terreno e esse 
coeficiente é aplicado em regiões com pouca infraestrutura e terrenos declives. 
 
 
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Já o coeficiente 2 permite construir até duas vezes e é estabelecido em áreas 
com menores declividades e mais evoluídas estruturalmente; 
 
● Ocupação racional dos espaços: Uma novidade introduzida pela lei é a 
ocupação mais harmoniosa dos espaços da cidade. Como alguns tipos de 
serviços geram incômodos à vizinhança, só será permitido a construção de 
serralheria ou oficina de funilaria e pintura, por exemplo, em zonas onde se 
predominam comércios e outros serviços, não mais em vias locais e de perfil 
residencial. 
 
• Operações Urbanas Consorciadas: A LUOS introduz as Operações Urbanas 
Consorciadas no Município, que se trata de um instrumento urbano aplicado 
em projetos voltados para a requalificação do espaço em determinadas 
regiões. No gráfico abaixo, é possível analisar como era o uso e ocupação do 
solo antes da criação da LUOS. 
 
 
 
Imagem 15: Mapa de uso e ocupação do solo. Fonte: Emplasa. 
 
 
 
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Imagem 16: Mapa de áreas de reflorestamento. Fonte: Emplasa. 
 
 
Imagem 17: Mapa de áreas urbanizadas e favelas. Fonte: Emplasa. 
 
 
 
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2.2. Vínculo com o município de São Paulo 
 
2.2.1. Acessos e meios de transporte 
 
O sistema municipal de transporte público de Mauá é operado atualmente pela 
Empresa Suzantur, que possui uma frota de 200 veículos distribuídos em 49 linhas. 
Como as linhas municipais possuem características radiais, 90% das linhas tem 
destino ao Terminal Central, quatro das grandes linhas alimentam os terminais 
menores e uma linha menor alimenta os bairros. 
 
 
Imagem 18: Mapa de rede de transporte coletivo municipal. Fonte: PlanMob Mauá. 
 
 
Já o sistema de linhas intermunicipais (Imagem 19), que atualmente é 
gerenciado pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, possui 21 
linhas que atendem o município de Mauá, destas 21 linhas, 15 são comuns, 1 abrange 
o sistema Corredor ABC e cinco são seletivas. Este conjunto de transporte possui 154 
veículos, que realizam em média 1,5 mil viagens diariamente, percorrendo cerca de 
39 mil quilômetros em um dia útil e 961 mil quilômetros por mês. 
Em relação ao sistema de trem, a região é atendida pela Linha 10 – Turquesa 
da CPTM, que possui três estações: Capuava, Mauá e Guapituba. Esta linha possui 
 
 
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37,2 km, integra a rede metroferroviária da RMSP, se conectando ao eixo sudeste no 
ABC Paulista, que possui 13 estações: Brás, Mooca, Ipiranga, Tamanduateí, São 
Caetano, Utinga, Prefeito Saladino, Santo André, Capuava, Mauá, Guapituba, 
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. 
Um dos planos que a CPTM tem para Mauá futuramente é a implantação na 
região o Expresso ABC, que seria um serviço realizado paralelamente à Linha 10 – 
Turquesa, que fará ligação semi-expressa entre Mauá e o Centro da Capital. Com 
essa nova opção de transporte público, os usuários terão uma diminuição no tempo 
de viagem, ganhando tempo em até 30%. 
 
 
Imagem 19: Mapa de rede de transporte coletivo intermunicipal. Fonte: PlanMob Mauá. 
 
• Complexo Viário Jacu-Pêssego: Estabelecida após a conclusão do trecho 
Sul do Rodoanel Mário Covas, o Complexo Viário Jacu-Pêssego é uma nova 
via criada para facilitar o acesso à Rodovia Ayrton Senna, servindo também 
como uma nova opção para o trecho leste do rodoanel. Infelizmente, a sua 
função viária que faz ligação em Mauá é limitada, pois possui poucos acessos, 
dessa forma servindo mais como fluxos de passagem. 
 
• Estrada Adutora de Rio Claro: Como uma possível alternativa de ligação 
entre o Município de São Paulo e Mauá, temos a estrada Adutora do Rio Claro, 
que conecta bairros da região norte da cidade (Vila Magini em Mauá até Parque 
 
 
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São Rafael em São Paulo). A origem da via se localiza na Rua Washington 
Luiz com a Rua da Pátria, chegando no Município de São Paulo pela Estrada 
de Santo André até o Parque São Rafael e em seguida até à Av. Sapopemba. 
 
 
2.2.2. Nível de dependência de São Paulo 
 
Como a Região Metropolitana de São Paulo possui 39 municípios, é 
considerado um dos maiores e mais importantes polos de riqueza nacional. E é o 
Município de São Paulo que integra todas as sub-regiões. Seu PIB (Produto Interno 
Bruto) em 2015 correspondia a aproximadamente 17,6% do total brasileiro e mais da 
metade do PIB paulista, que na época correspondia a 54,5%. Com grandes resultados 
de PIB anualmente, é de se imaginar que grande parte da população reside no 
Município de São Paulo, essa quantidade corresponde a 50% da população estadual 
(21,6 milhões aproximadamente). 
Além da numerosa quantidade de habitantes, o município abriga importantes 
complexos industriais como o do ABC, polos comerciais e principalmente financeiros, 
que organizam e dinamizam as atividades econômicas do país. 
Como o Município de São Paulo centraliza boa parte das decisões políticas, 
econômicas e sociais da RMSP, é de se esperar que os municípios menores que se 
localizam no entorno tenham certas dependências e correlações com o município. 
Um dos exemplos é a grande quantidade de locomoções diárias exercidas pelos 
habitantes de Mauá, que se deslocam até o Município de São Paulo seja para 
trabalhar, procurar oportunidades de emprego, buscar mais alternativas de lazer, 
entre outros. Porém, ligado a essa demanda temos a escassez de opções de 
transporte público coletivo, que liga Mauá ao Município de São Paulo, visto que são 
poucas linhas de ônibusintermunicipais para a grande quantidade de pessoas e 
apenas uma linha de trem (Linha 10 – Turquesa da CPTM). Como o Município de São 
Paulo é interligado com outros municípios como os da Zona Norte, Oeste e Sudeste, 
a maioria da população vai até o município pela grande demanda de serviços públicos 
gerais como transporte, educação, saúde, lazer etc e também para chegarem até o 
que se encontram nas outras extremidades, por conta de uma maior quantidade de 
transportes públicos disponíveis (Imagem 20). 
 
 
 
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Imagem 20: Mapa de municípios vizinhos à Mauá. Fonte: Emplasa. 
 
 
2.3. Vínculo com outros municípios da região metropolitana 
 
2.3.1. Acessos e meios de transporte 
 
Atualmente, no Município de Mauá, o principal meio de transporte público 
vinculado com os outros 38 municípios da Região Metropolitana de São Paulo é a 
Linha 10 – Turquesa da CPTM, porém outra possibilidade de integração regional que 
é proposta no Plano Regional é uma melhor exploração entre os serviços municipais, 
ou seja, apesar da limitada condição dos serviços municipais por se restringirem aos 
seus limites territoriais a interrelação entre os municípios da RMSP é tão intensa que 
mesmo inexploradas, ocorre a interação entre linhas municipais, onde as mesmas 
chegam a se “tocar” em bairros próximos nas divisas municipais, sendo alguns deles 
já caracterizados como sub-centros locais com alta concentração de serviços, de 
pontos terminais de linhas de ambos os municípios porém sem nenhuma 
infraestrutura que ofereça boas condições para os passageiros e operadores. 
O atual Plano de Mobilidade Urbana foi desenvolvido com base no Plano 
Diretor de Desenvolvimento do Município, que tem como principal objetivo promover 
a integração do município com a RMSP, garantindo as condições necessárias para 
priorizar o transporte público coletivo. 
O Município de Mauá faz parte da Região do Grande ABC (Mauá, Santo André, 
São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande 
da Serra), junto com esses seis municípios, a região integra o Consórcio 
 
 
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Intermunicipal Grande ABC, que foi criado com o objetivo de facilitar nas ações de 
forma unificada e de caráter regional. 
O Plano de Mobilidade para a região do ABC foi concluído em 2013, tendo 
como principal conteúdo, propostas de reestruturação de serviços voltados para o 
transporte coletivo, reorganizando as redes municipais e metropolitana de forma mais 
harmônica. Como principal proposta, o Plano propõe uma ampliação do sistema viário 
estrutural regional, junto com melhorias nos serviços de transporte coletivo que visa 
melhorar a conectividade e implantar um tratamento preferencial ao transporte nos 
principais eixos viários regionais. Devido às grandes dimensões da RMSP e pela 
dinâmica interna em algumas sub-regiões, acaba acarretando no surgimento natural 
de redes locais de transporte coletivo. Pensando nisso, o Plano Regional de 
Mobilidade do Grande ABC propõe mudanças na rede de transporte regional a partir 
das seguintes diretrizes: 
 
 
● Ampliação da rede metropolitana estrutural, que é constituída pelos serviços e 
média e grande capacidade, sejam eles existentes ou projetados; 
● Criação e organização de uma rede regional unificada de serviços de 
média/baixa capacidade, que são constituídas pelos sistemas de transporte 
tanto locais, como municipais e intermunicipais; 
● Implantação de novos equipamentos urbanos em pontos de articulação, para 
melhorar o atendimento aos usuários; 
● Implantação de uma política tarifária integrada, que envolve todos os modos e 
serviços, sejam municipais ou metropolitanos. 
 
 
2.3.2. Nível de dependência de outros municípios 
 
A região de Mauá é um dos 39 municípios da Grande São Paulo e está 
localizado na região sudeste. Em 2013, o Estado de São Paulo divulgou uma lista em 
ordem crescente de acordo com o PIB (Produto Interno Bruto), o município de Mauá 
se encontrava na 23ª posição, com uma média de R$ 12,429 bilhões, valor baixo se 
comparado com outros municípios como Osasco (2º lugar com R$ 65,872 bilhões) e 
Campinas (3º lugar com R$ 56,400 bilhões). Outro município de destaque na lista é 
São André, com R$ 26,240 bilhões se encontrando no 12º lugar. 
O município de Santo André também é integrante do ABC Paulista, desse 
modo fazendo fronteira com Mauá. Como apresenta grandes lucros de acordo com 
seu PIB, é de se esperar que tivesse grande influência com os municípios vizinhos. 
O município apresenta grandes serviços na área da saúde, possuindo diversos 
hospitais públicos e estaduais. Além disso, de acordo com uma matéria publicada 
pelo site “abc do abc”, em 2017, Santo André foi o município que mais criou 
oportunidades de empregos no ABC, finalizando o ano com um saldo positivo de mais 
de 2.500 vagas, a tempos que o município ocupa posição de destaque no quesito 
 
 
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ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 26 
 
emprego. A questão da saúde pública e as amplas oportunidades de emprego são 
apenas dois fatores que justificam os deslocamentos entre Mauá e outro município 
(nesse caso o de Santo André), existindo muitos outros como a dependência do 
transporte público para se deslocarem até outros municípios, a busca por mais 
opções de lazer entre outros. 
 
 
2.4. Cenários futuros 
 
2.4.1. Cenário Utópico 
 
 
Imagem 21: Cenário utópico criado pela aluna Rafaela Kaiser. 
 
 
1 – MAUÁ EM ASCENSÃO: Com a junção de diversas opções de transporte público 
com oportunidades de emprego para todos, temos “MAUÁ EM ASCENSÃO”, o termo 
ascensão procede bem o desenvolvimento de Mauá nas duas situações. 
2 – MOBILIDADE EXCLUSIVA: Com abundância de ônibus nas ruas, porém com 
ausência nas vagas de emprego e consequentemente menos renda para os 
habitantes, temos o termo “MOBILIDADE EXCLUSIVA”, pois para quem não trabalha, 
o simples fato de utilizar o transporte público diariamente faz diferença 
financeiramente. A frase “Município desigual”, faz referência a desigualdade tanto na 
questão da renda como na distribuição dos elementos urbanos. 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
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3 – MOBILIDADE SOB RODAS: O aumento de automóveis particulares nas ruas 
seria a consequência da falta de transporte público. Com vagas de empregos para 
todos, os habitantes teriam mais condições de adquirir seu veículo próprio, referência 
dada a frase “RUAS CINZAS” devido a grande emissão de poluentes nas ruas do 
município. 
4 – MAUÁ OBSOLETA: A palavra obsoleta remete a algo que não se desenvolveu, 
que se permanece estagnado, antigo e arcaico. Com essas definições é fácil imaginar 
o futuro do município de Mauá juntando a falta de transporte público para os 
habitantes com a carência de empregos, fazendo os mesmos precisarem se 
locomover grandes distâncias a fim de poderem trabalhar. 
 
 
2.4.2. Cenário Provável 
 
A prefeitura desenvolve atualmente poucas propostas voltadas para o 
município de Mauá, os problemas do município são diversos e os poucos projetos 
elaborados, a maioria fica no papel, não chegando a serem aprovados. O futuro de 
Mauá é incerto, porém através de pesquisas pela internet é possível se ter uma noção 
de como será. Com a atual crise econômica e a população aumentando cada vez 
mais, a necessidade de se obter melhores serviços públicos disponíveis para todos 
se torna mais urgente a cada dia. 
De acordo com uma notícia publicada em 2011, pelo site “DIÁRIO DO 
GRANDE ABC”, a população do grande ABC cresce 7,8% em dez anos. Mostrando 
que no futuro, vai ser de extrema importância se ter uma boarenda familiar, visto que 
poucos terão acesso a esses serviços, aumentando a taxa de pobreza e 
consequentemente a de mortalidade. 
No gráfico de Gini anteriormente apresentado, em 2010 a renda per capita de 
Mauá era de em média R$710,00, valor extremamente baixo visto que o preço dos 
alimentos por exemplo estão mais altos que antigamente e isso tende a piorar com o 
passar do tempo, sendo necessário ainda mais o bom trabalho dos gestores para 
mudar o futuro de Mauá. 
 
 
2.5. Propostas 
 
Um futuro promissor para o Município de Mauá, hoje conta com as poucas e 
vagas propostas feitas pelos gestores relacionados aos diversos problemas que o 
município sofre. As longas e cansativas distâncias percorridas diariamente pelos 
habitantes do município atrás de serviços (onde a maioria são essenciais) revela a 
escassez dos transportes públicos coletivos na região, como se ainda não bastasse 
a falta, os habitantes sofrem pela demora nas viagens e longos intervalos de uma 
parada a outra. Outra questão já estudada e exibida anteriormente é a baixa renda 
 
 
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ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 28 
 
per capita que o município apresenta, dessa forma aumentando cada vez mais a 
pobreza dos moradores. Pensando nesses dois problemas abordados, propostas 
foram criadas especificamente para reparar boa parte das deficiências atuais. 
Mauá atualmente conta com três terminais de ônibus principais (Central, Zaíra 
e Itapeva), o projeto planeja construir mais um grande terminal, com diversas opções 
de veículos tanto para os bairros do município como para municípios ao redor. O lote 
onde atualmente se encontra um galpão, se encontra localizado na Av. Capitão João, 
importante via do município pois faz ligação com a estação da CPTM de Mauá (Linha 
10 – Turquesa). Sua área corresponde a quase 30.000m², sendo a junção de cinco 
lotes de aproximadamente 3.000m² cada e um lote de 15.000m², desse modo sendo 
possível a construção de um extenso terminal de ônibus. Com esse novo terminal de 
ônibus, facilitará a circulação e os acessos tanto para locais próximos como para 
outros municípios (Imagem 22). 
Em relação a baixa renda das famílias de Mauá, uma das opções seria a 
construção de novos polos comerciais em áreas desfavorecidas, assim criando 
oportunidades de emprego para os moradores da região. Para isso, foram designados 
dois lotes, o primeiro está localizado na Rua Everaldo Brito Costa Júnior, conta com 
uma área de aproximadamente 3.000m² e atualmente se encontra um galpão 
desativado (Imagem 23). 
O segundo lote possui 2.700m² de área e está localizado na Avenida Papa 
João XXIII, região predominantemente industrial, porém próxima de zonas 
residenciais (Imagem 24). 
As propostas visam facilitar e melhorar a vida da população, por mais que não 
sejam o suficiente, são de extrema importância pois serve como uma “porta de 
entrada” para outras propostas, cada vez mais específicas de acordo com as 
deficiências dos diversos setores. 
 
 
Imagem 22: Terreno em Mauá. Fonte: Google Maps. 
 
 
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Imagem 23: Terreno em Mauá. Fonte: Google Maps. 
 
 
Imagem 24: Terreno em Mauá. Fonte: Google Maps. 
 
 
 
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3. COTIA 
 
3.1. Caracterização 
 
3.1.1. Dados 
 
 
Área total: 323.89 km² 
Área Urbana: 132.794 km² - Aproximadamente 41% 
Área Rural: 191,09 km² - Aproximadamente 59% 
População: 237.750 hab (IBGE 2017) 
Densidade Demográfica: 734,04 hab/km² (IBGE 2017) 
Altitude: 853 m 
Bairros: 220 
Distância da Capital: 34 km 
IDHM: 0,780 (128ª posição entre os 5.565 municípios brasileiros) (IBGE 2013) 
PIB: R$ 9.883,959 mil (IBGE 2013) 
PIB per capita: R$ 44.735,74 (IBGE 2013) 
 
 
Imagem 25: Município de Cotia e seu entorno. Fonte: Google Maps. 
 
 
 
 
 
 
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3.1.2. Plano diretor 
 
O Plano Diretor é uma ferramenta de extrema importância para o 
desenvolvimento municipal. É nele que é definido de que maneira será o crescimento 
ordenado de uma cidade, que é sustentado por quatro questões: social, cultural, 
econômico e ambiental. O Plano Diretor do Município de Cotia foi criado em 2007 e 
em 2015 passou por um processo de revisão. 
Esta ferramenta tem como objetivo garantir o desenvolvimento das funções 
sociais da região de maneira mais ordenada, estimulando as ações locais entre as 
instituições públicas municipais, estaduais e federais, complementando e 
desenvolvendo suas ações públicas, assim desempenhando papel decisivo na 
preservação da integridade física e mental de cada indivíduo. Os principais projetos 
e objetivos do Plano Diretor se resumem em: 
 
• Ampliar e criar mais oportunidades de segmentos para população excluída, 
dando acesso a mais oportunidades de emprego, a educação, saúde, à uma 
renda digna, a infraestrutura urbana completa, moradia digna, lazer, cultura 
entre outros serviços; 
• Potencializar as atividades econômicas no Município, focando no meio 
ambiente sustentável, nas micro e pequenas empresas, nos cidadãos 
individualmente e apoiando qualquer atividade econômica diversificada; 
• Melhorar a utilização dos espaços/edificações particulares, assim como os 
locais de equipamentos públicos, elevando a capacidade de mobilidade 
urbana; 
• Aumentar os recursos financeiros já disponíveis, para que o poder municipal 
consiga cumprir suas finalidades através do desenvolvimento sustentável das 
atividades econômicas; 
 
No que diz respeito ao desenvolvimento econômico no Município de Cotia, o 
Plano Diretor tem por metas o desenvolvimento social geral, junto com a proteção do 
meio ambiente, visando reduzir a desigualdade social e melhorar a qualidade de vida 
da população. A criação de novos mecanismos que estimulam o surgimento e 
permanência de novas empresas/empreendimentos ao município. Apoiar mais o 
micro e pequeno empreendedor, viabilizando um trabalho diferenciado para suas 
empresas. E fortalecer e melhorar a questão do turismo como atividade econômica 
na região são algumas das propostas apresentadas no Plano Diretor. 
Porém, para atingir os objetivos dispostos anteriormente são necessárias 
outras medidas importantes, como melhorar toda a infraestrutura urbana junto com 
os serviços públicos, criar parcerias importantes com instituições públicas de apoio, 
aproveitar de maneira geral as potencialidade do município sempre com o objetivo de 
aumentar a eficiência econômica da cidade e desse modo como consequência, a 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 32 
 
ampliação dos benefícios sociais junto com a redução dos custos para os setores 
público/privado. 
Em relação ao desenvolvimento social, a proposta que mais se destaca são os 
projetos habitacionais, que precisa ser levada em consideração as características da 
população local, suas organizações, as condições físicas e econômicas, a 
desocupação das áreas de risco, a recuperação da qualidade ambiental entre outros 
fatores. A estrutura urbana será dividida da seguinte maneira: 
 
Macrozonas: 
 
• Macrozona de Urbanização Consolidada - MUC; 
• Macrozona de Urbanização em Desenvolvimento - MUD; 
• Macrozona de Dinamização Econômica e Urbana - MDEU; 
• Macrozona de Baixo Impacto Urbano – MBIU; 
• Macrozona de Proteção Ambiental - MPA. 
 
Zonas especiais 
 
• Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS; 
• Zonas de Influência Rodoviárias e ou Ferroviárias - ZIRF; 
• Zonas Industriais - ZI; 
• Zonas de Comércio e de Serviços - ZCS; 
• Zonas de Preservação do Patrimônio - ZPP; 
• Zonas de Proteção Ambiental - ZPA; 
• Zonasde Especial Interesse Turístico. 
 
A Macrozona de Urbanização Consolidada (MUC) é caracterizada pelas áreas 
que possuem de média ou boa infraestrutura urbana com alta incidência de usos 
habitacionais e serviços gerais. 
A Macrozona de Urbanização em Desenvolvimento (MUD) é composta por 
áreas que necessitam de melhorias urbanas em vista da deficiência de equipamentos 
sociais, culturais e de serviços por exemplo e tem como principal objetivo qualificar a 
rede de infraestrutura urbana, incentivando a construção adequada de HIS. 
A Macrozona de Dinamização Econômica e Urbana (MDEU) é formada por 
áreas de uso predominantemente industrial/comercial e tem como principal objetivo 
aumentar a demanda de empregos e crescimento econômico. Já a Macrozona de 
Baixo Impacto Urbano (MBIU) são áreas que possuem características rurais ou de 
vegetação nativa e as ações dessa Macrozona se baseiam na preservação dessas 
áreas. 
A Macrozona de Proteção Ambiental (MPA) são as áreas que abrangem as 
unidades de conservação e proteção das áreas ambientais, sejam de áreas públicas 
ou privadas para assim manter o equilíbrio urbano. 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 33 
 
As zonas especiais são áreas que exigem um tratamento diferenciado nos 
parâmetros de uso e ocupação do solo, para assim serem definidas em leis 
específicas. As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) compõem-se de áreas 
onde há uma necessidade maior de promover a regularização urbanística/fundiárias 
dos assentamentos habitacionais, devido a população de baixa renda. 
As Zonas de Influência Rodoviárias e ou Ferroviárias (ZIRF) são as regiões 
que compõem o entorno do Rodoanel Metropolitano, das Rodovias e Ferrovias 
Estaduais e que necessitam de tratamento em relação à sua ocupação e dos usos. 
As Zonas Industriais (ZI) são caracterizadas pelo uso predominantemente 
industrial, com ênfase nas industriais de pequeno, médio e grande porte e tem como 
objetivo potencializar o uso, mas também mantendo o controle ambiental. 
As Zonas Comerciais e de Serviços (ZCS) são regiões já consolidadas ou que 
apresentam interesse urbanístico a ser consolidado, como por exemplo centros 
comerciais e centros de prestação de serviços. Já as Zonas de Preservação do 
Patrimônio (ZPP) compreende as áreas com alto valor histórico, cultural, artístico e 
arquitetônico, voltado para a preservação da identidade do Município. 
As Zonas de Proteção Ambiental (ZPA) são todas as áreas públicas que 
possuem interesse ambiental buscando a redução dos impactos causados pela 
urbanização e visando também a recuperação das condições ambientais. 
As Zonas de Especial Interesse Turístico são tanto áreas públicas como 
privadas, pequenos trechos do território (contínuos ou não) a serem valorizados no 
sentido natural e cultural, e assim destinados para o desenvolvimento das atividades 
turísticas. 
Buscando sempre melhorar a qualidade de vida da população, Cotia não 
apresenta um Plano Diretor mais recente, porém hoje é colocado em prática, abrange 
diretrizes e normas suficientes para a evolução do Município em aspectos como o 
progresso urbano, econômico e social. 
 
 
3.1.3. Mobilidade urbana e elementos 
 
Desde março de 2018, a prefeitura de Cotia junto com a Secretaria de 
Transporte e Trânsito, apresentou um novo Projeto de Lei que fala sobre a 
implantação de uma nova opção de transporte público coletivo. No documento, a 
prefeitura exibe mecanismos para regular o transporte dentro de sua área de 
operação, organizando as linhas atuais e futuras. Outra ação importante é a 
integração do transporte coletivo com uma nova empresa que irá operar o sistema de 
ônibus do município. 
Atualmente a região enfrenta diversos problemas em relação a mobilidade, tais 
como: má qualidade das calçadas, a dependência com a Rodovia Raposo Tavares, 
de modo que a via é a única opção para ir de um bairro a outro, a falta de linhas de 
ônibus municipais e as dificuldades que a população enfrenta para utilizar as linhas 
da CPTM. Hoje, Cotia possui 33 linhas operadas pela empresa Danúbio Azul, que 
 
 
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ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 34 
 
possui uma frota ativa de cerca de 40 ônibus, além das 186 vans e micro-ônibus do 
sistema alternativo. O sistema alternativo de Cotia é composto por perueiros que 
circulam irregularmente devido à falta de licitação da prefeitura, problema que vem se 
arrastando há anos. 
No novo Projeto de Lei proposto em março, outra intenção da prefeitura é 
regular o trabalho desses perueiros, fato que ajudaria na locomoção da população e 
aliviaria o excessivo tráfego na Rodovia Raposo Tavares (mais de 180 mil veículos 
diariamente). 
 
 
3.1.4. Características de relevo e hidrografia 
 
Situada a 797 metros de altitude, o município de Cotia apresenta o clima 
subtropical, que apresenta média anual de 17,8ºC (1ºC abaixo da temperatura média 
de São Paulo), sendo em julho o mês mais frio com aproximadamente 14,3ºC. Em 
relação às chuvas, o período menos chuvoso é no inverno, com uma média de 45mm 
e o mais chuvoso com 250mm em janeiro. O índice pluviométrico anual é de 1.540 
mm. 
 
 
Imagem 26: Mapa da Localização da Sub-bacia do rio Cotia na Bacia do Alto Tietê. 
Fonte: Drenatec Engenharia. 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL II 
 
 
 
ANA FLÁVIA TERLECHI | AIDSON BARBERINO | RAFAEA KAISER 35 
 
Em relação a hidrografia, 
Cotia apresenta três rios 
principais: 
 
● Rio Cotia, que corta o 
Município; 
● Rio Sorocamirim que 
divide o Município com 
Ibiúna; 
● Rio das Graças. 
 
O Rio Cotia é um dos rios 
mais importantes do município, 
faz parte do sistema de 
abastecimento Alto Cotia, que 
está localizado na RMSP, ele 
segue sentido sudoeste a oeste 
e deságua na bacia hidrográfica 
mais importante do estado de 
São Paulo, o Rio Tietê. Ao longo 
do curso, o rio exibe belas 
cachoeiras que exercem 
funções importantes tanto para 
os reservatório e regularização 
das enchentes, como para a fauna e flora da região. 
 
 
Além dos rios, Cotia apresenta três córregos principais: 
 
● Córrego Moinho Velho (nasce no Município de Embu e atravessa o bairro do 
mesmo nome e deságua no Rio Cotia); 
● Córrego Vermelho; 
● Córrego Pununduva. 
 
E pontos turísticos naturais importantes, como represas e cachoeiras: 
 
● Represa Pedro Beicht (se encontra na Reserva do Morro Grande e é 
responsável pelo abastecimento de água de Cotia e municípios vizinhos); 
● Represa da Graça (também abastece a região de Cotia); 
● Cachoeira Furquim; 
● Cachoeira Rincão. 
 
Imagem 27: Mapa de subunidades hidrográficas em Cotia. 
Fonte: Drenatec Engenharia. 
 
 
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O município de Cotia abriga parte da Reserva Florestal do Morro Grande, 
paraíso natural com mais de 10 mil hectares de Mata Atlântica, que ainda se encontra 
preservada, além disso a região possui um cinturão verde que delimita sua geografia. 
Um exemplo de empresas ambientais que atuam no município é a EPC 
Empreendimentos Imobiliários que entende a importância do cuidado com o meio 
ambiente. 
A topografia que predomina na região são os vales e montanhas e a vegetação 
característica de Cotia é a tropical pluvial, conhecida por se permanecer “sempre 
verde” o ano todo e por ser uma vegetação mais arbustiva composta por samambaias, 
bromélias, palmeiras entre outras. 
 
 
 
 
Imagem 28: Mapa de relevos Cotia. Fonte: Drenatec Engenharia. 
 
 
 
 
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3.1.5. Características de renda 
 
Em 2016, o município de Cotia contava com um salário médio mensal de 3.3 
s.m. Porém a proporção de pessoas empregadasna época em relação à população 
total era de 35.7%. De acordo com estudos mais aprofundados, a renda per capita 
média do município cresceu mais de 40% nas últimas duas décadas, passando de 
R$773,89 em 1991 para R$874,52 em 2000 e para R$1085,66 em 2010. Estas 
informações equivalem a uma taxa de crescimento de 1,8% anualmente. A proporção 
de pessoas de baixa renda, ou seja, renda per capita inferior a R$140,00 passou de 
10,69% da população total para 10,18% em 2000 e 4,72% em 2010. 
Essa evolução da desigualdade pode ser descrita pelo Índice de Gini, que em 
1991 obtinha 0,58, passando para 0,60 em 2000 e para 0,57 em 2010. 
O índice de Gini é um instrumento que mede o grau de concentração de renda. 
Ele aponta a diferença entre os ganhos dos mais pobres e dos mais ricos. Esse índice 
varia entre 0 e 1, onde 0 representa uma situação de total igualdade e 1 significa 
completa desigualdade de renda. 
 
 
 
Imagem 29: Taxa de renda, pobreza e desigualdade. Fonte: IPEA. 
 
3.1.6. Patrimônio cultural, histórico e natural 
 
Falar dos Patrimônios culturais, históricos e naturais do município de Cotia é 
citar importantes elementos de sua história. Em relação aos patrimônios culturais que 
foram tombados, temos a Sede do Sítio do Padre Inácio (Imagem 30), que foi 
construída no final do século XVII. O imóvel foi considerado um valioso exemplar da 
arquitetura colonial paulista e o material predominantemente usado foi a taipa de 
pilão. Outro patrimônio cultural de Cotia, também tomado é a Sede do Sítio Mandu 
(Imagem 31), construído no início do século XVIII, é um grande exemplar das 
habitações bandeiristas, possui partido arquitetônico compacto de planta retangular e 
os materiais utilizados é a taipa de pilão e pau-a-pique. 
Os patrimônios históricos podemos citar as festas típicas da região que ficaram 
famosas pelo Brasil todo e conta um pouco sobre as tradições do município e de cada 
sub-região, como a Festa de N.S. de Fátima, Congada de S. Benedito, Festa do 
Divino, Festa da Padroeira entre outras e os próprios patrimônios culturais citados 
anteriormente, pois também revelam parte da história de Cotia. 
 
 
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Já os patrimônios naturais, o principal e mais conhecido é a Reserva Florestal 
de Morro Grande que hoje se encontra sob direção da Sabesp, foi tombado em 1981, 
possui uma área de 304 km² e um polo natural ecológico sustentável e rico em fauna, 
flora e diversas espécies de animais. 
 
 
Imagem 30: Sede do Sítio do Padre Inácio. Fonte: VITRUVIUS. 
 
 
 
Imagem 31: Sede do Sítio Mandu. Fonte: VITRUVIUS. 
 
 
 
 
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3.1.7. Uso e ocupação do solo 
 
O Uso e Ocupação do Solo no município de Cotia é aprovado pelo Plano de 
Zoneamento, onde nele se estabelece as normas para a estruturação territorial da 
região e desse modo guiando os agentes públicos e privados que trabalham na 
construção e gestão da cidade. O Plano de Zoneamento tem como objetivo melhorar 
a qualidade de vida dos moradores, além de promover o progresso urbano, 
econômico e social (Imagens 32, 33 e 34). 
 
 
Imagem 32: Mapa de uso e ocupação do solo em Cotia. Fonte: Emplasa. 
 
O plano de Zoneamento do Município de Cotia tende a disciplinar a maneira 
do uso e ocupação do solo, a utilização dos espaços urbanos, com base também nos 
espaços físicos que estruturam o meio ambiente rural e urbano. Alguns dos objetivos 
do zoneamento incluem: 
 
● Estabelecer parâmetros para disciplinar o parcelamento, ampliando a oferta de 
habitação para a população de baixa renda; 
● Promover a criação de novos sistemas de circulação, junto com o transporte 
para assegurar um padrão adequado de mobilidade e acessibilidade; 
● Garantir uma utilização mais adequada dos imóveis não edificados; 
 
 
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● Disponibilizar da melhor maneira os equipamentos públicos, os espaços 
verdes e lazer; 
● Requalificar a paisagem urbana; 
 
O Plano de Zoneamento é estabelecido com base em dois elementos, um 
deles são as zonas que correspondem às áreas de características homogêneas e o 
outro são os eixos que correspondem ao sistema viário hierárquico. As zonas têm 
como finalidade estabelecer de modo abrangente os índices e coeficiente urbanísticos 
e os eixos definem pelo sistema viário correlacionar os diversos usos do solo. 
 
As Zonas são: 
 
● Zonas de Uso Rural (ZUR 1 e ZUR 2) – São caracterizadas pelo meio 
ambiente, como atividades predominantemente agrícolas; 
 
● Zona de Preservação Ambiental (ZPA) – Apresenta o agrupamento de diversas 
espécies vegetais, onde as atividades são limitadas por conta da preservação 
ambiental; 
 
● Zona de Contenção à Expansão Urbana (ZCEU) – A ZCEU tem como 
propósitos amenizar as pressões urbanas de adensamento sobre as áreas 
ambientais mais “frágeis”, além de preservar a integridade de seus elementos; 
 
● Zona de Uso Misto (ZUM) – São as áreas onde seus usos e atividades 
permitidos podem ser tanto no caráter residencial como não residencial, como: 
Residencial, empresarial, industrial, comércio, serviços públicos/privados. 
 
● Zona Predominantemente Residencial (ZPR) – A ZPR compreende as áreas 
com características residenciais predominantes, que estão inseridas no 
perímetro urbano. Os usos e atividades permitidas são: Residencial uni e 
multifamiliar, empresarial, comércio, serviços públicos/privados. 
 
● Zona Estritamente Residencial (ZER) – Compreende as regiões com 
características exclusivamente residencial que estão inseridas no perímetro 
urbano. 
 
● Zona de Interesse Turístico (ZIT) – São áreas que apresentam potenciais 
turísticos, permitindo ou não o uso residencial de baixo impacto, comércios e 
também serviços de apoio à atividade turística. 
 
● Zona de Interesse Histórico e Cultural (ZIHC) – Áreas com grande potencial 
turístico, permitindo ou não o uso residencial, de comércio e serviços, porém 
 
 
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viabilizando e preservando elementos de interesse histórico, cultural, 
arquitetônico entre outros. 
 
● Zona de Indústria Comércio e Serviço (ZICS) – Se refere as regiões a serem 
exploradas e desenvolvidas, que apresentam atividades diversas como 
indústrias, empresas comerciais, de transporte, logística, atacadista entre 
outros. 
 
● Zona de Interesse Social (ZIS) – Áreas que apresentam o uso residencial 
intenso, mas que poderá ser requalificado e as áreas livres receber o uso de 
HIS. 
 
 
Imagem 33: Mapa de áreas urbanizadas e favelas. Fonte: Emplasa. 
 
 
 
 
 
 
 
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Imagem 34: Mapa de áreas de reflorestamento. Fonte: Emplasa. 
 
 
3.2. Vínculo com o município de São Paulo 
 
3.2.1. Acessos e meios de transporte 
 
O município de Cotia apresenta alta deficiência nos transportes públicos, tanto 
na qualidade dos serviços, como nos horários dos ônibus e na sua ausência de 
demanda. Como Cotia faz ligação com a Região Metropolitana de São Paulo, se 
esperava que houvesse diversas opções de transporte coletivo, porém infelizmente 
por diversos “defeitos” que os mesmos apresentam, a população prefere utilizar o 
carro particular, circulando em especial na Rodovia Raposo Tavares, que atualmente 
enfrenta problemas de superlotamento, fazendo com que o percurso que geralmente 
demora 53 minutos, dure muito mais dependendo do tráfego. 
Alguns projetos foram criados pela prefeitura em setembro de 2013 para 
melhorar essas condições, como um monotrilho com 16 estações e possíveis 
corredores de ônibus, para serviremde alternativa para os usuários. Outro projeto 
elaborado pelos gestores, mas em 2018 é a criação da Linha 22 do Metrô, que fará 
conexão com a Linha 9 da CPTM, ramal que irá interligar Cotia com São Paulo e 
atenderá cerca de 600 mil usuários. Infelizmente, a questão do monotrilho é um 
projeto ainda sem previsão de aprovação e a criação da Linha 22 do Metrô ainda está 
sendo estudada. 
 
 
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Em relação ao transporte público, o percurso de Cotia até a RMSP seria de até 
três vezes mais tempo do que utilizando carro individual, revelando a falta de 
transporte público na região. O usuário teria que pegar em média duas linhas de metrô 
e dois ônibus em seguida, aumentando o custo da viagem e o tempo. 
 
3.2.2. Nível de dependência de São Paulo 
 
Assim como em Mauá, o município de Cotia também apresenta altos níveis de 
dependência da Região Metropolitana de São Paulo, tanto na questão dos transportes 
públicos para se locomover dentro da RMSP como também para ir a um município 
que se encontra em outra extremidade por exemplo. 
A quantidade de opções de serviços públicos disponíveis evidencia a falta de 
investimentos não só em Cotia, mas em outros municípios ao redor, como diversas 
opções de linhas no Metrô, trem e de ônibus, várias opções de hospitais 
especializados ou não, mais oportunidades de emprego, mais opções de lazer para 
os usuários entre outros. 
As deficiências aparentes de cada município em relação ao transporte público, 
sempre irá relatar a falta de estrutura é demanda de transporte para a população, 
podendo ser considerado como um fator base para a solução de diversos problemas. 
 
 
3.3. Vínculo com outros municípios da região metropolitana 
 
3.3.1. Acessos e meios de transporte 
 
Os diversos problemas que Cotia enfrenta no transporte público é visível, pois 
por mais que todos os bairros do município são atendidos, o tempo de espera e de 
viagem ultrapassa mais que o comum. 
Atualmente o município de Cotia apresenta 42 linhas de ônibus e boa parte 
delas são operadas pela empresa Vida Azul, além disso, um terminal metropolitano 
gerenciado pela EMTU/SP. 
As opções de transporte para outros municípios se restringem em apenas 
ônibus, problema importante a ser resolvido devido à alta demanda de usuários 
diariamente. Porém a cobertura dos ônibus não chega até os municípios de outras 
extremidades, sendo necessário pegar outros meios de transporte para chegar ao 
destino. 
 
 
 
 
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3.3.2. Nível de dependência de outros municípios 
 
Cotia se encontra na posição 30º (R$ 10,639 bilhões) na lista divulgada pelo 
Estado de São Paulo em 2013, que mede o PIB dos municípios e é organizada de 
forma crescente. 
Localizada na região Sudoeste da Grande São Paulo, Cotia é considerada uma 
região ainda em desenvolvimento por conta dos grandes problemas sociais e 
econômicos que a região enfrenta. Devido à baixa renda per capita e falta de emprego 
para todos, o cidadão se desloca diariamente para outros municípios que fazem 
fronteira com Cotia, é o caso de Embu das Artes, que mesmo ocupando uma posição 
inferior à de Cotia na lista do PIB (posição 35º com R$ 9,403 bilhões) é um município 
que cresce economicamente cada vez mais, sendo considerada em 2015 por uma 
pesquisa realizada pela revista “Revista Isto É” como uma das melhores regiões do 
país em desenvolvimento, os quesitos foram a sustentabilidade financeira e os 
avanços que proporcionam melhor desenvolvimento aos jovens. 
Como é uma região com grandes pontos turísticos, acabou chamando atenção 
de grandes investidores, seja de pequena, média ou grande empresa, fazendo com 
que novos projetos fossem elaborados a fim de aumentar a econômica da região. De 
acordo com um trabalho realizado pelo Sociólogo Valmir Aranha (Mobilidade pendular 
na metrópole paulista), 84% dos deslocamentos entre um município e outro está 
relacionado ao trabalho e atualmente Cotia é considerado um município "dormitório", 
devido ao grande número de viagens para outros municípios. 
 
 
 
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3.4. Cenários futuros 
 
3.4.1 Cenário Utópico 
 
 
Imagem 35: Cenário utópico criado pela aluna Rafaela Kaiser. 
 
 
1 – COTIA ON: Juntando serviços de transporte público de boa qualidade junto com 
uma boa renda per capita familiar, a palavra evolução resume bem o resultado. E a 
palavras que definem uma boa evolução é “COTIA ON”, mostrando que o município 
está sempre no modo “ON”, evoluindo, crescendo e sempre ligado a novas soluções. 
 
2 – MOBILIDADE A PÉ: Se a qualidade do transporte público for boa, porém a renda 
familiar baixa, temos a “MOBILIDADE A PÉ”, que seria nada mais que a consequência 
da situação. Sem renda o suficiente, pode faltar até mesmo para pagar a tarifa do 
transporte público. E as palavras que melhor definem é o “MUNICÍPIO DESIGUAL”, 
pois nem todos os públicos terão acesso aos transportes com facilidade. 
 
 3 – MOBILIDADE AUTOMOTOR: Com a falta/baixa qualidade dos serviços de 
transporte público, porém com uma boa renda familiar, temos a “MOBILIDADE 
AUTOMOTOR”, automotor pois os habitantes preferiram utilizar o automóvel 
particular como principal meio de transporte, podendo ocasionar diversos problemas 
futuros, tanto ambientais como sociais. As palavras que definem esse problema é 
 
 
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“Ruas da fumaça”, fazendo referência a poluição causada pelo excesso de 
automóveis nas ruas. 
 
 4 – REGRESSO: Juntando tanto a renda familiar insuficiente com a má qualidade 
dos transportes públicos, temos “REGRESSO”, palavra que significa voltar para trás, 
ou seja, sem a evolução futura que todo o cidadão procura. As palavras “COTIA OFF”, 
mostra uma referência de um município sem crescimento algum, e “desligado” para 
qualquer tipo problema, ficando sem solução. 
 
 
3.4.2 Cenário Provável 
 
As propostas feitas pela Prefeitura voltadas ao município de Cotia, por mais 
que sejam insuficientes, são claras e objetivas, mas a maioria fica apenas no papel, 
não chegando ao processo de aprovação. 
Ao se pensar como ficará a situação do município futuramente, podemos não 
só imaginar, mas contar com os diversos meios de comunicação que atualmente nos 
informam sobre diversas situações. Em maio deste ano, o município decretou estado 
de calamidade pública, tanto em relação aos serviços especiais (pronto socorros 24 
horas e segurança pública), como no transporte público, onde em boa parte do 
município, as empresas operam em velocidade reduzida. 
A questão do transporte público é de extrema importância devido a conexão 
com a RMSP, diariamente em diversos jornais nacionais é exibido a falta e diversas 
falhas que ocorrem todos os dias nos transportes. As falhas são diversas, além da 
falta de acessibilidade, os veículos apresentam problemas internos, circulando assim 
ainda mais devagar. 
Outra questão é a baixa renda atual no município, pois por mais que houve um 
aumento de 40% nas últimas duas décadas, chegando a R$1085,66 em 2010, o valor 
é muito inferior para suprir as necessidades do cidadão. Com o aumento anual da 
população, os transportes públicos são serão suficientes, “forçando” boa parte da 
população a preferir se locomover com o veículo particular, ocasionando diversos 
outros problemas, como o aumento do trânsito, mais acidentes entre outros. A procura 
de vagas de empregos também aumentará com o aumento da população, fato que 
diminuirá a renda familiar ainda mais, tornando a região mais pobre. 
 
3.5. Propostas 
 
Um cenário que todo o habitante de Cotia procuraestá nas propostas e 
projetos realizados pelos gestores e relacionados com os problemas/ausência de 
determinados serviços públicos que são oferecidos para a população. Como já 
revelado anteriormente, o município de Cotia apresenta diversos problemas públicos, 
entre eles a má gestão dos serviços de transporte público e a baixa renda familiar, 
ocasionada muitas vezes pela falta de emprego e investimento comercial na região. 
 
 
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Pensando nisso, um dos projetos que resolveria boa parte dos problemas do 
transporte é a construção de novos terminais de ônibus, ligando tanto os bairros do 
município como os municípios vizinhos junto com a organização de novos pontos de 
ônibus, tornando-os mais próximos uns dos outros. Para isso, os terrenos mais 
apropriados seriam os que estão baldios ou com apropriação indevida. 
Os lotes escolhidos estão localizados em pontos estratégicos, onde na região 
o uso do solo é misto. São lotes extensos que ultrapassam 10 mil metros quadrados, 
ideal para a construção de novos terminais de ônibus. 
O primeiro lote está localizado na Av. João Paulo Ablas, importante avenida de 
Cotia e apresenta área de aproximadamente 10.000 m². Antigamente era utilizado 
como galpão, porém atualmente se encontra desativado (Imagem 35). 
O segundo lote fica na Av. Caucaia do Alto, é um terreno particular, porém sem 
uso, sua área equivale a 12.000 m² (Imagem 36). 
Já o terceiro e último lote, é o mais extenso de todos, possuindo 18.000 m² e 
está localizado também em uma avenida importante, a Av. Estrada dos Estudantes, 
atualmente no terreno se encontra um extenso galpão a venda (Imagem 37). 
Para “resolver” um dos problemas relacionado a baixa renda familiar, um bom 
projeto seria aumentar a demanda de empregos no município de Cotia, para isso 
foram selecionados dois terrenos extensos que serviram de polos comerciais, 
gerando assim mais empregos, despertando interesses de empresas privadas para 
investirem na região e consequentemente aumentaria a valorização. Além dessas 
melhorias, com a demanda de empregos aumentada menos habitantes seriam 
“forçados” a se deslocarem até a RMSP, melhorando e facilitando a circulação. 
O primeiro lote para a construção do polo comercial está localizado na Rua 
Ametista, possui 8.000m² e atualmente exerce funções de galpão/depósito, mas que 
se encontra a venda na internet (Imagem 38). 
O segundo e último lote está localizado em uma das estradas mais importantes 
de Cotia, a Estrada Velha de Cotia, apresenta uma área de mais de 6.000m² e assim 
como o outro lote, atualmente se encontra um galpão/depósito (Imagem 39). Ambos 
os lotes foram escolhidos pela localização, sendo regiões mais desfavorecidas dos 
serviços públicos, pensando não só na questão do investimento na área, mas para 
dar prioridade aos habitantes que se encontram desempregados e que residem na 
região. 
As propostas apresentadas não são suficientes para cessar todos os 
problemas voltados para o transporte público e baixa renda das famílias, porém as 
propostas servem como base para outras que poderão ser projetadas futuramente, 
visando sempre a melhoria na qualidade de vida dos habitantes. 
 
 
 
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Imagem 35: Terreno em Cotia. Fonte: Google Maps. 
 
Imagem 36: Terreno em Cotia. Fonte: Google Maps. 
 
 
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Imagem 37: Terreno em Cotia. Fonte: Google Maps. 
 
 
 
Imagem 38: Terreno em Cotia. Fonte: Google Maps. 
 
 
 
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Imagem 39: Terreno em Cotia. Fonte: Google Maps. 
 
 
 
 
 
 
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4. CONCLUSÃO 
 
Mauá e Cotia são apenas 2 dos 39 municípios da Grande São Paulo, como 
apresentado anteriormente, ambos apresentam diversos problemas e apenas alguns 
foram citados. Apresentando PIB’s não tão satisfatórios, as duas regiões exibem 
deficiências principalmente sociais e econômicas. Na questão do transporte público 
(problema analisado em ambos os municípios) os habitantes sofrem com a ausência 
desse serviço tão importante e o pouco que é “oferecido” pelos gestores não 
apresentam boa qualidade, aumentando cada dia mais a insatisfação dos viajantes. 
Além disso, muitos deles acham as viagens longas demais e paradas de ônibus 
afastadas umas das outras. De acordo com a pesquisa realizada em Mauá (já 
apresentada), muitos cidadãos preferem usar o automóvel próprio devido a uma série 
de fatores que variam tanto da baixa qualidade dos ônibus quanto das vias 
percorridas, fazendo-os preferir o conforto do veículo individual. 
Outra carência sofrida em ambas as áreas é a baixa renda per capita familiar. 
Os motivos as quais acarretaram em valores tão baixos depende de diversos fatores, 
porém o baixo índice de oportunidades de emprego e o grande deslocamento diário 
dos moradores para outros municípios e a Grande São Paulo, provam que Mauá e 
Cotia não suportam a quantidade de habitantes de acordo com a demanda de 
empregos disponíveis, desse modo não evoluindo economicamente. 
Com base nas análises dos gráficos e nas notícias exibidas, podemos concluir 
que os municípios de Mauá e Cotia são regiões de certa importância para o 
desenvolvimento do Estado de São Paulo, porém são municípios que necessitam de 
atenção especial devido aos problemas apresentados e muitos outros que são 
realidade diária dos habitantes. 
Os novos projetos apresentados (novo terminal de ônibus e novos polos 
comerciais) são focados em problemas específicos, sendo mais viáveis de melhorias 
e execução. Com a construção do novo terminal, a frota de ônibus nas ruas 
aumentará, ajudando e melhorando a circulação da população dentro do município e 
fora. Já com a construção dos polos comerciais, a região passa a ser mais valorizada 
economicamente, desse modo chamando a atenção de empresas privadas e abrindo 
portas para futuros investimentos, além de tudo isso, o principal seria o aumento nas 
oportunidades de emprego, fato que ainda é baixo nos dois municípios. 
Com parcerias e contratos com grandes construtoras e empresas renomadas, 
os projetos até então encontrados no papel poderão ser concretizados, melhorando 
a qualidade de vida dos habitantes, valorizando a região cada vez mais, solucionando 
questões sociais, ambientais, econômicas que até então haviam permanecido 
somente no papel. 
 
 
 
 
 
 
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BIBLIOGRAFIA 
 
• Prefeitura Municipal de Mauá. Anexo à Lei Nº 5250/2017 Disponível em: 
<https://sogi8.sogi.com.br/Arquivo/Modulo113.MRID109/Registro1283535/52
50%20%20anexo.pdf>. Acesso em: 10 de nov. 2018. 
 
• DRENATEC Engenharia S/A. Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental 
da Bacia do Rio Cotia: Caracterização Regional, jul. 2007. Disponível em: 
<http://pdpa.cobrape.com.br/Arquivos/Pdpas/PDPA-Cotia.pdf>. Acesso em: 
10 de nov. 2018. 
 
• EMPLASA São Paulo. Atlas de Uso e Ocupação do Solo do Município de Cotia. 
Disponível em: 
<https://www.emplasa.sp.gov.br/Cms_Data/Sites/EmplasaDev/Files/Documen
tos/Cartografia/Atlas/RMSP/Atlas_Cotia.pdf> Acesso em: 10 de nov. 2018. 
 
• Prefeitura Municipal de Mauá Lei Nº 4153 – Plano Diretor do Município de 
Mauá, mar. 2007. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/plano-diretor-
maua-sp>. Acesso em: 15 de nov. 2018. 
 
• Prefeitura Municipal de Mauá. Mapas temáticos. Disponível em: 
<http://www.maua.sp.gov.br/Servicos/MapasTematicos.aspx#>. Acesso em: 
16 de nov. 2018. 
 
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