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GERÊNCIA DE PROJETOS Priscila Nesello 2GERÊNCIA DE PROJETOS SUMÁRIO CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. Caxias do Sul/ RS REITOR Claudino José Meneguzzi Júnior PRÓ-REITORA ACADÊMICA Débora Frizzo PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO Altair Ruzzarin DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) Lígia Futterleib Desenvolvido pela equipe de Criações para o ensino a distância (CREAD) Coordenadora e Designer Instrucional Sabrina Maciel Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem Igor Zattera, Leonardo Ribeiro Revisora Luana Reis INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DE PROJETOS 5 Os projetos e o gerenciamento de projetos 6 A seleção de projetos e o portfólio de projetos 8 Os projetos e as operações 11 A estrutura organizacional 13 O ciclo de vida do projeto 15 Os papéis em gerenciamento de projetos 16 ÁREAS DE CONHECIMENTO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS 25 Grupos de processos em gerenciamento de projetos 26 Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos 30 GERENCIAMENTO DE PROJETOS APLICADO A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 87 Manifesto Ágil 88 Como o Scrum funciona? 90 Elementos que podem ser adicionados ao Framework 97 GERENCIAMENTO DE PROJETOS APLICADO A GESTÃO 105 O propósito e a lógica do PMC 106 Os componentes e as etapas de construção do PMC 110 GERENCIAMENTO DE PROJETOS APLICADO À ENGENHARIA 119 Entendendo o design thinking 120 Como isso se aplica aos seus futuros projetos? 123 REFERÊNCIAS 128 3GERÊNCIA DE PROJETOS Introdução O gerenciamento de projetos consiste na aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender seus requisitos (PMBOK®GUIDE, 2013). Cada vez mais as organizações estão buscando diferentes tipos de metodologias para desenvolver seus projetos. Modelos tradicionais, ágeis, híbridos, diferentes tipos de abordagens e ferramentas, são assuntos que estão em pauta, pois precisamos saber usar da maneira correta os recursos da empresa. E isso se faz por meio de um bom gerenciamento de projetos! O nosso material está estruturado da seguinte forma: primeiramente iremos fazer um alinhamento entre os conceitos de base em gerenciamento de projetos. Nesta unidade, vamos diferenciar projetos de programas e portfólios, conhecer os diferentes tipos de estruturas organizacionais, os papéis em gerenciamento de projetos e o ciclo de vida dos projetos. Estes conceitos são muito importantes para que haja um melhor entendimento sobre outros conceitos que virão na sequência. Nossa segunda unidade fala do método tradicional de gerenciamento de projetos, com base no PMBOK GUIDE® 2013. Nesta unidade, vamos conhecer os diferentes grupos de processos que temos em gerenciamento de projetos e as 10 áreas de conhecimento que compõem o gerenciamento de projetos tradicionais. Esta unidade também é uma base importante, pois a maioria das abordagens que surgiram depois, vêm do método tradicional. Ele é amplamente utilizado em todos os segmentos e geralmente é aplicado em contextos simples, ou seja, onde se tem clareza de qual será o produto, serviço ou resultado a ser entregue pelo projeto. Na sequência, falaremos sobre os métodos ágeis. Estes métodos têm sua origem no desenvolvimento de software, mas podem também ser utilizados em projetos de qualquer natureza. São indicados para projetos de contextos complexos, onde não se tem clareza de qual será a entrega do projeto ou o caminho que o time terá que percorrer 4GERÊNCIA DE PROJETOS para atingir seu objetivo. Entre os métodos ágeis, o mais difundido é o Scrum. O Scrum possui um framework que se baseia em fluxo, artefatos, papeis e eventos. Esta é uma abordagem muito interessante para ser utilizada em projetos inovadores, de menor duração. Nossa próxima unidade fala do Project Model Canvas. Esta ferramenta está revolucionando o planejamento do projeto em todos os segmentos. Direcionei esta ferramenta para os cursos de gestão, pois tenho visto muito sua aplicação nas organizações, como forma preliminar de compor e apresentar a lógica do projeto. Posteriormente a geração do canvas, pode ser desenvolvido o plano de gerenciamento de projetos formais, conforme PMBOK GUIDE®, ou aplicando métodos ágeis. A ideia do Project Model Canvas é conectar os conceitos de gerenciamento de projetos de forma que nosso cérebro possa melhor compreendê-los, elaborando um modelo simplificado de planejamento. O Project Model Canvas tem 4 etapas: conceber, integrar, resolver e comunicar/compartilhar. Por fim, apresentarei para vocês o Design Thinking como uma metodologia poderosa para projetos de inovação. Direcionei esta unidade às engenharias, pois esta área constantemente é desafiada para a criação de novos produtos e serviços que possam vir a solucionar problemas ou captar oportunidades. O Design Thinking por si só não constitui um método para gerenciar projetos. É necessário combiná-lo com um método tradicional ou ágil para que o projeto como um todo possa ser desenvolvido. Contudo, a utilização desta metodologia vai potencializar muito os resultados do seu projeto de inovação. O Design Thinking é composto de três etapas: inspiração, ideação e implementação. O material desta apostila irá proporcionar para você uma visão completa do gerenciamento de projetos, desde as abordagens tradicionais até o que existe de mais moderno na disciplina. Lembrem! Qualquer abordagem ou método pode ser utilizada em qualquer tipo de projeto. Como saber o que utilizar? Primeiro você terá que ter uma ideia do todo, depois identificar para o seu projeto o que será mais importante e aplicar com propriedade! Boa sorte e bons estudos! 5GERÊNCIA DE PROJETOS INTRODUÇÃO AO GERENCIAMENTO DE PROJETOS Entendendo as bases da disciplina. A unidade de introdução ao gerenciamento de projetos irá apresentar os conceitos desta área que desafia as organizações e os profissionais na aplicação de boas práticas à condução de um projeto. As iniciativas de projetos podem ser categorizadas desde melhorias pontuais até complexos esforços que têm seus impactos dentro e fora da organização. Nossos objetivos serão: compreender a aplicação do conhe- cimento, habilidades, ferramentas e técnicas para promover o desempenho do projeto; examinar as relações, os projetos e as operações, a estrutura organizacional e o ciclo de vida do projeto; e, desenvolver a visão crítica da importância dos papéis em gerenciamento de projetos. Vamos ao conteúdo! 6GERÊNCIA DE PROJETOS Os projetos e o gerenciamento de projetos O gerenciamento de projetos tem sido cada vez mais utilizado nas organizações como forma de gerar resultados de qualidade, considerando aspectos de prazos, custos e satisfação das partes interessadas no contexto do projeto. Com a disseminação do tema, cada vez mais os executivos têm adotado o gerenciamento de projetos para a condução das iniciativas estratégicas organizacionais. Então, vamos iniciar esta aula com uma ref lexão: você já participou de algum projeto? Certamente sim! Um projeto, por essência, não é um conceito novo. Projetos sempre existiram, o que talvez tenha se modificado ao longo do tempo foi a forma de como gerenciar um projeto. Pense em sua infância, como funcionava o seu planejamento de estudos com o objetivo de passar de ano na escola, ou como era organizada a viagem de final de ano, ou a festa de casamento, a preparação àquele cargo tão almejado na organização. Todos estes são exemplos de projetos! Por definição, projeto é um esforço temporário empreendido para criar um pro- duto, serviço ou resultado exclusivo. Já o gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, a fim de atender seus objetivos (PMBOK®GUIDE, 2013). O corpo de conhecimento em gerenciamento de projetos, proposto pelo Project Management Institute (PMI), é chamado PMBOK® GUIDE. 7GERÊNCIA DE PROJETOS Neste guia estão contidosos 47 processos que apoiam o gerenciamento de projetos ao longo de todo o seu ciclo de vida. A tarefa de gerenciar um projeto passa por equilibrar restrições conf litantes, que variam de acordo com caracte- rísticas e circunstâncias específicas de cada projeto. Exemplos de restrições são o escopo, os prazos, os custos, entre outros. O PMI foi estabelecido em 1969 na Filadélfia, Pensilvânia, EUA. Atualmente, a associação possui mais de meio milhão de associados e de profissionais certificados em 185 países (PMI,2017). O trabalho do PMI consiste na divulgação do gerenciamento de projetos com base em padrões mundialmente reconhecidos, na pesquisa em gerenciamento de projetos e na criação de oportunidades de desenvolvimento para profissio- nais na área. Entre as principais certificações oferecidas pelo PMI estão a de Project Management Professional (PMP). Esta certificação é reconhecida mundialmente e atesta que o profissional tem formação, experiência e competência para conduzir e dirigir projetos. Como o PMBOK® GUIDE trata das boas práticas para se gerenciar um projeto, a utilização dos processos propostos em Uma das principais associações mundiais sem fins lucrativos em gerenciamento de projetos é o Project Management Institute (PMI). 8GERÊNCIA DE PROJETOS maior ou menor grau será uma escolha do gerente de projetos e da organização. Esta é a princi- pal diferença entre um guia de boas práticas e uma norma. No caso de uma norma, a organi- zação é obrigada a adotar todos os requisitos solicitados. Já as boas práticas serão adotadas de acordo com o que representar a melhor opção para o projeto. Por fim, um projeto será considerado bem-sucedido se atender ou exceder as expectativas das partes interessadas, mediante aprovação formal. Todas as informações relevantes ao projeto são registradas durante seu ciclo de vida. Isto irá compor um repositório de lições aprendidas, que será utilizado pela organização para projetos futuros, tornando-se um im- portante ativo organizacional. A seleção de projetos e o portfólio de projetos Os projetos surgem nas organizações por motivos que po- dem ser categorizados na capitalização de oportunidades, na minimização do impacto de ameaças, na resposta às mudanças de mercado e, no reforço do foco em atividades operacionais críticas, entre outros. Em conjunto com o processo de plane- jamento estratégico, no que se refere aos projetos, são geradas iniciativas estratégicas, que serão selecionadas e darão origem aos programas ou projetos estratégicos e de processos que, por sua vez, irão compor o portfólio de projetos da organização. Leia mais: BARCAUI, A. (org.). PMO: escritório de projetos, programas e portfólio na prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2012; MENDES, L. A. L. Estratégia empresarial: promovendo o cres- cimento sustentado e sustentável. São Paulo: Saraiva, 2012; VA- LERIANO, D. L. Gerenciamento Estratégico e Administração por Projetos. São Paulo: Makron Books, 2001. 9GERÊNCIA DE PROJETOS Neste contexto, um programa consiste num conjunto de projetos gerenciados de modo coordenado, para que seja possível obter benefícios não disponíveis se estes mesmos projetos fossem gerenciados individualmente (PMBOK® GUIDE, 2013). São exemplos de programas: a implementação de um programa de qualidade em uma organização ou o estabelecimento de um programa educacional para uma cidade ou estado. Já um por- tfólio consiste no conjunto de projetos ou programas e outros trabalhos agrupados para facilitar o gerenciamento (PMBOK® GUIDE, 2013). Os programas ou projetos selecionados para compor o portfólio devem representar as iniciativas que melhor irão contribuir para o alcance das metas estratégicas da organi- zação. Para isto, devem passar por uma etapa de avaliação sob a perspectiva da estratégia organizacional, seguindo para a priorização de acordo com critérios específicos e, balancea- mento, onde serão analisados sob a perspectiva das restrições organizacionais – limitações de recursos. Por fim, alguns projetos podem ficar com status de adiados ou cancelados, e poderão ser reavaliados em outros ciclos. Outros projetos irão seguir à implementação, compondo o portfólio da organização. Os métodos de seleção de projetos podem ser enquadrados em duas categorias: modelos matemáticos e modelos de deci- são (HELDMAN,2009). Os modelos matemáticos utilizam fórmulas matemáticas e algoritmos complexos para subsidiar a tomada de decisão para seleção de um projeto. Os modelos de decisão empregam formas de análise e abordagens comparativas no processo decisório. São exemplos de modelos de decisão: a análise de custo-benefício, modelos de pontuação e técnicas de análise de f luxo de caixa. 10GERÊNCIA DE PROJETOS O portfólio de projetos poderá ser composto de pro- gramas e projetos de diversas categorias, como por exemplo: empreendimentos estratégicos, produto-mercado, operacional, expansão de capital. Estas iniciativas embora independentes, estão ligadas ao planejamento estratégico da organização. O planejamento irá fornecer os recursos e o apoio para o desen- volvimento sustentável do portfólio. Com isso, o planejamento estratégico de uma organização será o principal norteador dos investimentos em projetos. Ferramentas utilizadas na seleção e avaliação dos projetos Tempo de retorno (payback period) É o número de períodos de tempo até o ponto onde as receitas acumuladas excedem os custos acumulados e o pro- jeto ‘deu lucro’. O projeto que tem o payback mais curto deu lucro mais rapidamente. Valor presente (VP=MT/(1+J)t) Pagamento hoje vale mais que pagamento amanhã. Valor presente é o valor no presente dos fluxos de caixas futuros. Retorno do investimento Taxa de retorno em um pe- ríodo de tempo. Retorno de vendas Equivale aos lucros líquidos antes dos impostos, como uma percentagem das ven- das líquidas Retorno em equidade Quantia recebida no investi- mento em ações comuns em uma companhia. Tabela 1 - Fonte: elaborado pelo autor com base em HELDMAN (2009) Dica: como modelo de pontuação para seleção de projetos, pode ser utilizada uma matriz do tipo ARUA (Abrangência, Rapidez de implantação, Urgência, Alinhamento com a estratégia). A cada critério da matriz poderá ser atribuído um peso para posterior aplicação de média ponderada. 11GERÊNCIA DE PROJETOS O gerenciamento do portfólio tem por função tratar da gestão dos programas, projetos, outros trabalhos e, eventu- almente outros portfólios. Ele geralmente pode ser executado por um gerente sênior ou uma função dentro da estrutura organizacional. O gerenciamento do portfólio tem sob sua responsabilidade, o monitoramento dos projetos ativos quanto ao seu alinhamento aos objetivos, o equilíbrio entre o portfó- lio e os demais investimentos da empresa e a garantia do uso eficiente de recursos. Os projetos e as operações Conforme mencionado anteriormente, um projeto é carac- terizado por ser temporário e exclusivo. Temporário significa dizer que o projeto possui início e término definidos, possui ciclo de vida e termina quando os objetivos forem atingidos, ou não. Exclusivo significa dizer que o produto ou serviço a serem desenvolvidos no projeto são de alguma forma diferentes de todos os outros. São exemplos de projetos: a construção de uma garagem, a pesquisa de um novo produto, a implantação de uma nova tecnologia, a realização de uma viagem, a publi- cação de um livro, o desenvolvimento de um sistema de gestão, entre outros. Em contraponto, as operações são esforços contínuos que geram saídas repetitivas, com recursos designados para realizar basicamente o mesmo conjunto de tarefas, de acordo com padrões institucionalizados no ciclo de vida do produto (PMBOK® GUIDE, 2013). As operações envolvem o trabalho contínuo, da rotina da organização. Assim, os objetivos de um projeto estarão relacionados com o atingimento das metas e sua conclusão e, as operações estarão envolvidas em manter a organizaçãofuncionando. 12GERÊNCIA DE PROJETOS A elaboração progressiva ocorre quando maiores níveis de detalhes de um produto ou serviço de um projeto surgem de forma iterativa durante o seu desenvolvimento. Este conceito é importante, pois nem sempre todos os requisitos acerca do projeto são conhecidos nas etapas iniciais. Os projetos e as operações podem estar se cruzando em muitos momentos, como por exemplo: em cada fase de en- cerramento, no desenvolvi- mento de novos produtos, na melhoria das operações e, até o fim do ciclo de vida de um produto. Com isso, projetos e operações formam um contí- nuo onde não é possível iden- tificar quem é causa ou efeito. Muitas vezes, a identificação de um projeto na organização não é um processo simples. Por exemplo, imagine que se tenha uma demanda para a alteração de uma funcionalidade do siste- ma de gestão da organização, criação de uma nova coleção de roupas para a próxima estação ou a abertura de uma filial em outro estado. Neste momento, a primeira pergunta que vem à mente é: “Isso é um projeto?”. A importância de se identificar a existência de um projeto ou operação contínua é justamente poder dar o tratamento adequado à iniciativa. Assim, se a demanda for enquadrada como um projeto, deverá ser conduzido o processo de seleção de projetos, descrito anteriormente. Se for enquadrada como uma operação contínua, deverão ser seguidas as políticas da organização no que tange ao gerenciamento de processos de negócio. Um conceito que acompanha os aspectos temporários e únicos de um projeto é o da elaboração progressiva. Dica: em função dos impactos da transição dos projetos às operações, é interessante envolver as pessoas das unidades de negócio para que participem no projeto. Esta é uma estratégia para que seja estimulada a confiança e comprometimento das partes interessadas. 13GERÊNCIA DE PROJETOS A estrutura organizacional A estrutura organiza- cional é um fator ambiental relacionado ao estilo e cul- tura próprios de cada or- ganização. A estrutura irá afetar a forma de condução dos projetos na organização, o tratamento e disponibilização de recursos e, o nível de auto- nomia do gerente de projetos. De acordo com sua estrutura, as organizações podem ser divididas em projetizadas, matriciais e funcionais. As or- ganizações projetizadas são aquelas orientadas à execução de projetos. Nestas estruturas, equipes já estão formadas e prontas para o desenvolvimento dos projetos. As estruturas funcionais são estruturas orientadas às operações contínu- as. Eventualmente, estas organizações também desenvolvem projetos e, quando isto acontece, profissionais são remanejados de áreas funcionais para o cumprimento das tarefas definidas para o projeto. As estruturas matriciais possuem uma variação, que vai desde a matriz forte, passando pela matriz balanceada e fraca. Se a estrutura estiver mais próxima de uma projetizada, então será matriz forte. Se a estrutura estiver mais próxima de uma funcional, então será matriz fraca. A matriz balanceada ficaria como uma posição intermediária na classificação. Da mesma forma, uma organização funcional, apesar de orientada às operações contínuas, também possui projetos. A diferença entre uma estrutura e outra está na intensidade destas relações. A inf luência das diferentes estruturas organizacio- nais no desenvolvimento de projetos pode ser mais facilmente entendida se observada a atuação do gerente de projetos. O Uma organização projetizada, apesar de estar orientada aos projetos, também possui operações contínuas. 14GERÊNCIA DE PROJETOS gerente de projetos é a pessoa que irá liderar a equipe e será responsável por alcançar os objetivos do projeto (PMBOK® GUIDE, 2013). Este papel é diferente de um gerente funcio- nal, pois tem o foco no desenvolvimento do projeto, enquanto o outro tem o foco nas operações contínuas. No entanto, se este gerente de projetos estiver liderando uma equipe em uma estrutura funcional, geralmente a sua autoridade será menor, bem como a disponibilidade de re- cursos, o controle do orçamento, o nível de suas atribuições e o número de integrantes da equipe. Se o gerente de projetos estiver liderando uma equipe em uma estrutura projetizada, maior será sua autoridade, disponibilidade de recursos, con- trole do orçamento, atribuições e equipe, ou seja, o contrário da estrutura funcional. Entre um extremo e outro, as estru- turas matriciais irão equilibrar estas variáveis de acordo com a proximidade dos extremos de uma estrutura funcional ou projetizada. Estas relações contribuem ou dificultam o andamento do projeto, pois em uma estrutura projetizada, geralmente as equipes são fixas, isto faz com que os membros já se conheçam e tenham afinidades. Com isso, o trabalho do projeto já inicia com um bom nível de desempenho. Ao contrário, em estru- turas funcionais, as equipes são formadas especialmente para um projeto. Muitas vezes, os membros ainda não se conhecem e, desta forma, no início do projeto, o desempenho é baixo. 15GERÊNCIA DE PROJETOS O ciclo de vida do projeto O ciclo de vida do projeto é constitu- ído de fases pelas quais um projeto passa, do início ao término. Estas fases são determinadas pelo nível de gerenciamento e controle re- querido pelas organizações, pelo tipo de projeto e pela área de apli- cação do produto ou serviço que está sendo desenvolvido. Independente da complexidade do projeto, as seguintes fa- ses podem ser propostas para um ciclo de vida genérico: início do projeto, organização e preparação, execução do trabalho do projeto e encerramento do projeto (PMBOK® GUIDE, 2013). Na fase inicial do desenvolvimento de um projeto, geral- mente haverá maior incidência de riscos e menor alocação de recursos financeiros. Isto ocorre em função de que nesta fase, o escopo total do projeto ain- da pode ser desconhecido e, a equipe estará mais focada em se aprofundar neste conheci- mento e planejar o projeto. À medida que o projeto avança, o escopo se torna melhor co- nhecido e as tarefas começam a ser realizadas pela equipe. Com isto, os riscos vão diminuindo e as alocações de recursos financeiros vão sendo executados. Por fim, os produtos ou serviços demandados do projeto são entregues e aceitos pelas partes interessadas e, a equipe se desfaz. Neste ponto, os custos do projeto caem rapidamente. As relações entre as fases do ciclo de vida podem se apre- sentar de duas maneiras diferentes durante o desenvolvimento do projeto. A primeira é uma relação sequencial, onde uma fase só irá iniciar depois que a fase anterior terminar. A segunda Para saber mais a respeito das equipes de alta performance, sugiro a leitura do artigo: KATZENBACK. J. R.; SMITH D. K. The Discipline of Teams. Harvard Business Review, Julho-Agosto 2005. Disponível em: https://hbr.org/2005/07/the-discipline-of-teams. Acesso em 02.mai.2015. 16GERÊNCIA DE PROJETOS é uma relação sobreposta, onde uma fase tem início antes do término da anterior. As fases sobrepostas podem aumentar o risco e resultar em retrabalho se as informações não forem bem entendidas antes do início do trabalho, na fase subsequente. Também podem requerer recursos adicionais, para executar de forma paralela o trabalho do projeto. Em contrapartida, a utilização da relação sobreposta pode gerar ganhos em termos do tempo de execução do projeto. Elas são a compressão entre custos e cronograma e, o pa- ralelismo de atividades. Em projetos com mais de uma fase, podem haver diferentes aplicações das relações entre fases individuais. Ainda, os ciclos de vida de projetos podem ser definidos como: ciclos de vida previstos, ciclos de vida iterativos e incrementais ou ciclos de vida adaptativos. Nos ciclos de vida previstos, geralmente, todo o escopo do projeto já é de conhecimento das partes interessadas antes do início do projeto. Nestes casos, o projeto será desenvolvido de acordo com um ciclo de vida de produto já conhecido. Nos ciclosde vida iterativos e incrementais, o escopo ainda não é totalmente conhecido, por isso é necessário dar início ao projeto para que a compreensão da equipe aumente, acerca dos produtos ou serviços que serão desenvolvidos no projeto. Já os ciclos de vida adaptativos estão direcionados à mudança ou a aplicação de métodos ágeis (SCHWABER e SUTHERLAND, 2013). Os papéis em gerenciamento de projetos Os principais papéis dos envolvidos em projetos nas or- ganizações são: o escritório de projetos (Project Management Office – PMO), opatrocinador (Sponsor), o gerente de projetos (Project Manager) e as partes interessadas (Stakeholders). As técnicas de compressão de cronograma visam reduzir o cronograma do projeto (data de entrega) sem mudar o escopo. 17GERÊNCIA DE PROJETOS O escritório de projetos é uma estrutura organizacional que pa- droniza os processos de governan- ça relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas e técni- cas (PMBOK® GUIDE, 2013). Ele é uma fonte através do gerenciamento que irá permear todas as partes da organização. Fundamentalmente ele é necessário para: apoiar, inf luenciar e direcionar esforços. Sua atuação vai desde o provimento de serviços operacionais, passando pelos táticos e chegando aos serviços estratégicos. A seguir, são apresentadas algumas atividades relacionadas aos diferentes níveis de serviços: • Serviços operacionais: prover metodologia; acompanhar pro- jetos fornecendo suporte. • Serviços táticos: capacitar colaboradores; atuar como repo- sitório centralizado de informações. • Serviços estratégicos: fornecer indicadores; garantir o alinha- mento estratégico; recomendar a inclusão ou cancelamento de projetos. O patrocinador é a ponte existente entre a organização e os projetos em andamento na empresa (DINSMORE, 2010). Ele irá fornecer os recursos e o suporte necessário para o desen- volvimento do projeto. O patro- cinador também irá encaminhar as questões que estiverem além da responsabilidade do gerente de projetos aos níveis hierárquicos superiores. Suas funções vão desde o início ao fim do projeto: • Desde o início: assegurar que as estratégias e planos estejam estabelecidos e controlados; fornecer apoio para mobilização da equipe; fornecer apoio político ao projeto. • À medida que o projeto se desenvolve: participar das reuniões formais de acompanhamento do projeto; garantir que o projeto permanecerá alinhado ao plano estratégico. • Ao fim do projeto: monitorar a transição do projeto para operação, estimular o rápido encerramento do projeto. 18GERÊNCIA DE PROJETOS O gerente de projetos é o elo entre a estratégia da organização e a equipe de- finida que irá fazer parte do projeto (PMBOK® GUIDE, 2013). Os gerentes são res- ponsáveis pelo atendimento das necessidades de tarefas, da equipe e de necessidades indi- viduais de seus membros. Muitas vezes, o gerente de projetos ainda terá que se reportar ou trabalhar de maneira colaborativa com o gerente funcional, gerente de programas ou portfólios e, outras funções como analistas de negócios e especialistas de outras áreas. Para isso, ele necessita de um conjunto de habilidades muito peculiar. Primeiramente, ele deve ter a compreensão da aplicação do conhecimento, ferramentas e técnicas reco- nhecidas como boas práticas em gerenciamento de projetos. Mas apenas isto não é o suficiente, ele ainda deve promover o desempenho adequado no projeto. Esta habilidade refere-se a ser capaz de fazer ou realizar o trabalho do projeto de maneira a atender aos interesses e expectativas das partes interessadas, por meio do conhecimento em gerenciamento de projetos. Ele também deve ter habilidades pessoais que se referem ao seu comportamento na execução do projeto ou atividade relacio- nada. A efetividade pessoal abrange atitudes, características de personalidade e liderança. As partes interessadas incluem todos os membros da equipe, assim como to- das as entidades interessadas dentro ou fora da organiza- ção (PMBOK® GUIDE, 2013). As partes interessadas podem ter diferentes níveis de interesse no projeto. A seguir, podemos visualizar suas dife- rentes características (DINSMORE, 2010): De acordo com PMI, 90% do tempo do gerente de projetos é consumido adquirindo e comunicando informação. 19GERÊNCIA DE PROJETOS • Campeões de projetos: são aquelas partes que se envolvem desde o início no de- senvolvimento do projeto e tem interesse real no seu sucesso. Alguns exemplos são os investidores, patrocinadores de projetos e clientes. • Participantes dos projetos: é o grupo que realiza o trabalho do projeto. Seu papel está relacionado ao projeto em si. Alguns participantes são o gerente de projetos, a equipe e fornecedores. • Externos: estas partes são passíveis de se envolver no projeto se tudo não ocorrer de acordo com seus interesses. Elas são afetadas pelo projeto à medida que ele se desenvolve ou no seu término. São exemplos os ambientalistas, líderes comuni- tários e mídia. É importante determinar categorias ou grupos de partes interessadas para me- lhor gerenciá-las. Estas partes podem representar aliados ou opositores ao projeto, com diferentes níveis de interesse e poder. Este processo é conduzido para que se possa dar maior importância às partes que realmente têm relevância para o projeto e planejar as estratégias para o tratamento destas. O gerenciamento das partes interessadas é uma das áreas de conhecimento de gerenciamento de projetos. Ela consiste na identificação das partes interessadas, no planejamento do gerenciamento das partes interessadas, no gerenciamento do enga- jamento das partes interessadas e no controle do engajamento das partes interessadas. 20GERÊNCIA DE PROJETOS Resumo da unidade Nesta unidade estivemos alinhando alguns conceitos que são a base da disciplina de geren- ciamento de projetos. Um projeto é definido como sendo um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. O gerenciamento de projetos é a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto, para que este possa atender aos objetivos para os quais foi criado. O Project Management Institute (PMI) é uma instituição internacional sem fins lucrativos que associa profissionais de gestão de projetos. O corpo de conhecimento em gerenciamento de projetos proposto pelo PMI é chamado PMBOK® GUIDE. Neste guia estão contidos os 47 processos que apoiam o gerenciamento de projetos ao longo de todo o seu ciclo de vida. Com base no PMBOK®, vimos que um programa consiste num conjunto de projetos ge- renciados de modo coordenado, para que seja possível obter benefícios não disponíveis se estes mesmos projetos fossem gerenciados individualmente. Os programas ou projetos selecionados irão compor o portfólio de projetos. Eles devem representar as iniciativas que melhor irão contribuir para o alcance das metas estratégicas da organização. Desta forma, o portfólio de projetos poderá ser composto de programas e projetos de diversas categorias. Também é importante salientarmos a diferença entre projetos e operações. Como vimos, um projeto é caracterizado por ser temporário e exclusivo. Já as operações são esforços contínuos que geram saídas repetitivas. 21GERÊNCIA DE PROJETOS Vimos que a estrutrura organizacional é um fator ambiental relacionado ao estilo e cultura próprios de cada organização. As organizações podem ser divididas em projetizadas, matriciais e funcionais. As organizações projetizadas são aquelas orientadas à execução de projetos. As es- truturas funcionais são estruturas orientadas às operações contínuas. Os projetos são constituídos de fases, do seu início ao término. As relações entre as fases do ciclo de vida podem se apresentar de duas maneiras diferentes durante o desenvolvimento do projeto. A primeira é uma relação sequencial, onde uma fase só irá iniciar depois que a fase an- terior terminar. A segunda é umarelação sobreposta, onde uma fase tem início antes do término da anterior. Por fim, temos os principais papéis dos envolvidos em projetos nas organizações: o escritório de projetos (Project Management Office – PMO), o patrocinador (Sponsor), o ferente de projetos (Project Manager) e as partes interessadas (Stakeholders). O escritório de projetos é uma estru- tura organizacional que padroniza os processos de governança relacionados a projetos e facilita o compartilhamento de recursos, metodologias, ferramentas e técnicas. O patrocinador é a ponte existente entre a organização e os projetos em andamento na empresa. O gerente de projetos é o elo entre a estratégia da organização e a equipe definida que irá fazer parte do projeto. As partes interessadas incluem todos os membros da equipe, assim como todas as entidades interessadas dentro ou fora da organização. 22GERÊNCIA DE PROJETOS Exercícios 1. Sobre o conteúdo visto nesta unidade, é correto afirmar que: a. Na unidade estão contidos alguns conceitos gerais sobre projetos e gerenciamento de projetos. Ela esclarece que embora os projetos já façam parte da rotina das pessoas e das organizações, as práticas em gerenciamento de projetos se apresentam como o desafio atual. b. A unidade dá ênfase no PMBOK® GUIDE e seus 47 processos, pois atualmente eles se tornam essenciais para o desenvolvi- mento efetivo de produtos, serviços ou resultados exclusivos nas organizações. c. A unidade apresenta o PMI, sua abrangência como associação disseminadora das boas práticas de gerenciamento de projetos e as diversas certificações que os profissionais podem obter com o conhecimento do PMBOK® GUIDE. d. A unidade esclarece que para realizar o gerenciamento de projetos é necessário adotar todos os requisitos propostos no PM- BOK® GUIDE. Isto fará com que o projeto atenda as restrições propostas. 2. Assinale a afirmação incorreta: a. Os programas e projetos selecionados para compor o portfólio representam as iniciativas que irão contribuir para o atingimento dos objetivos estratégicos. b. Um programa é composto de projetos relacionados entre si. Eles são estruturados para que se possam obter benefícios com o gerenciamento coletivo. c. Os programas e projetos de um portfólio de projeto estão relacionados, e são gerenciados de modo coordenado com o objetivo de “maximizar o retorno do investimento”. d. O apoio e recursos direcionados ao portfólio para implementação dos programas e projetos é orientado pelo planejamento. 23GERÊNCIA DE PROJETOS 3. Marque Verdadeiro ou Falso para a assertiva: ( ) A principal diferença entre projetos e operações contínuas é que os projetos estão orientados para as inovações, melhorias e o atingimento dos objetivos organizacionais, definidos no planejamento estratégico. Já as operações consistem no trabalho diário e contínuo da organização e, estão orientados para a manutenção dos negócios, atendimento dos clientes e geração de receita. No longo prazo, os projetos levarão as organizações a um nível de desempenho superior. ( ) A principal diferença entre projetos e operações contínuas é que os projetos estão relacionados com o atingimento das metas e objetivos organizacionais e, as operações estarão envolvidas em manter a organização funcionando. Reveja o conteúdo e refaça a questão. 4. Relacione as duas colunas: (A) Estrutura (B) Estrutura Projetizada (C) Matriz forte e fraca (D) Matriz balanceada ( ) É orientada para projetos. Os membros da equipe geralmente trabalham juntos e a equipe não se desfaz ao término do projeto. Os gerentes têm independência e autoridade. ( ) Estão próximas das estruturas projetizadas e funcionais, respectivamente. Esta classificação irá depender do nível de independência e autoridade entre os gerentes de projetos e gerentes funcionais. ( ) Esta organização, embora reconheça a necessidade de um gerente de projetos, não lhe atribui toda a autoridade e controle do orçamento do projeto. ( ) É a organização tradicional. Cada funcionário possui um superior bem definido. Eventualmente, membros das equipes são designados para projetos. Isto irá depender da negociação entre o gerente de projetos e os gerentes funcionais. 24GERÊNCIA DE PROJETOS 5. Assinale a afirmação incorreta: a. A estrutura genérica do ciclo de vida do projeto costuma ter níveis de custo e de pessoal baixos no início, atingindo um valor máximo enquanto o projeto é executado e caindo rapidamente conforme o projeto é finalizado. b. Quando um projeto é caracterizado complexo, no que tange ao desenvolvimento e manutenção dos produtos, serviços ou resultados atrelados, é possível que se obtenham ganhos de eficiência adicionais utilizando-se métodos ágeis. c. Em algumas situações, um projeto pode se beneficiar de fases sobrepostas ou simultâneas. Nestes casos, há dois tipos de relações entre fases: sequencial e sobreposta. d. Uma organização pode tratar um estudo de viabilidade como uma tarefa rotineira da fase pré-projeto, outra pode tratar o mesmo estudo como a primeira fase de um projeto, entretanto há uma única forma de definir a estrutura ideal para um projeto. 6. Relacione as duas colunas: (A) Escritório de Projetos (B) Patrocinador (C) Gerente de Projetos (D) Partes interessadas ( ) É a pessoa designada pela organização executora para liderar o projeto. Ele deverá ter um conjunto de habilidades específicas: conhecimento, desempenho e pessoais. ( ) Estrutura organizacional cujas funções podem variar desde o desenvolver e padronizar processos de governança relacionados a projetos, até fornecer suporte ao gerenciamento de projetos. ( ) É a ponte existente entre a organização e o projeto. Ele terá funções durante todo o ciclo de vida do projeto. Por fim, irá monitorar a transição do projeto em operação. ( ) As pessoas, grupos ou organizações que podem impactar ou serem impactados pelo projeto. R: 1 - A; 2 - C; 3 - V, F; 4 - B, C, D, A; 5 - D; 6 - C, A, B, D. 25GERÊNCIA DE PROJETOS ÁREAS DE CONHECIMENTO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS Conhecendo a estrutura do gerenciamento de projetos tradicional. Os processos descritos no PMBOK® GUIDE estão agrupa- dos em cinco categorias: processos de iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento (PMBOK® GUIDE, 2013). Estes processos pertencem a 10 áreas de co- nhecimento distintas. Uma área de conhecimento representa um conjunto completo de conceitos, termos e atividades de um campo profissional. 26GERÊNCIA DE PROJETOS As áreas de conhecimento são: gerenciamento da integração do projeto, do escopo, do tempo, da qualidade, dos recursos humanos, das comunicações, dos riscos, das aquisições e das partes interessadas do projeto (PMBOK® GUIDE, 2013). Va- mos conhecer um pouco melhor estas áreas de conhecimento e compreender a contribuição de cada uma delas para o sucesso dos nossos projetos! Grupos de processos em gerenciamento de projetos Para iniciarmos o entendimento sobre os grupos de proces- sos do gerenciamento de projetos, primeiramente precisamos entender o que é um processo. Em gerenciamento de projetos, cada processo é caracteri- zado por suas entradas, ferramentas e técnicas e saídas resul- tantes. Estes processos que compõem o conjunto de práticas para o gerenciamento de projetos podem ser divididos em duas categorias: os processos de gerenciamento de projetos e os processos orientados ao produto. Os processos de gerenciamento de projetos são os 47 que iremos estudar nesta unidade. Os processos orientados a pro- dutos são específicos de cada tipo de projeto que estará sendo De acordo com o guia PMBOK®, um processo é um conjunto de ações e atividades inter- relacionadas que são executadas para criar um produto, serviço ou resultado pré-especificado. 27GERÊNCIA DE PROJETOS desenvolvido, seu ciclo de vida, área e fase do ciclo de vida do produto. Por exemplo, gerar protótipo pode ser um dos pro- cessos orientados a produto em um projeto de desenvolvimentode um novo componente para o setor automotivo. Os processos de gerenciamento de projetos são aplicados globalmente, nos variados setores econômicos e indústrias. Por isso chamamos o PMBOK® um guia de “boas práticas”. Isso significa que existe um acordo de que a aplicação destes processos em um determinado projeto, pode aumentar suas chances de sucesso. Em relação a aplicação destes processos aos projetos, o gerente de projetos, em colaboração com a sua equipe, deve decidir quais processos serão selecionados e como serão aplicados ao projeto. Aqui o cuidado está relacionado a não burocratizar excessivamente o projeto e sim, utilizar estes processos para melhorar o seu desenvolvimento. Vamos então falar destes grupos de processos! O pri- meiro é o grupo de processos de iniciação. A iniciação compreende os processos executados para definir um novo projeto ou fase de um projeto existen- te. Nesta etapa é obtida a autorização formal para iniciar o projeto! Após obter esta autorização para iniciar o projeto, é preciso começar a planejá-lo. Assim, o grupo de processos de planejamento irá conter os processos necessários para definir o escopo do projeto, refinar os objetivos e definir a linha de ação necessária para alcançar os objetivos para os quais o projeto foi criado. Importante: embora nosso foco seja nos processos de gerenciamento de projetos, devemos também estar atentos aos processos que estão relacionados a produtos. O planejamento é a etapa mais longa do gerenciamento de projetos tradicionais, fundamentado pelo PMBOK®. 28GERÊNCIA DE PROJETOS Mas como trabalhar com a questão das mudanças neste contexto? Sempre que mudanças significativas ocorrerem, ao longo do ciclo de vida do projeto, é necessário revisitar um ou mais dos processos de planejamento e possivelmente alguns dos processos de iniciação. Este é o planejamento por elaboração progressiva, já mencionado na nossa unidade anterior. Após o planejamento, segue o grupo de processos de execução. Este grupo de processos envolve coordenar pessoas e recursos, gerenciar as expectativas das partes interessadas, e também integrar e executar as atividades do projeto em conformidade com o plane- jamento, realizado na etapa anterior. Os resultados que forem sendo gerados no gru- po de processos de execução podem requerer atualizações no planejamento e mudanças nas linhas de base do projeto. O grupo de processos de monitoramento e controle é realizado ao longo de todo o ciclo de vida do projeto. Estes processos são realizados para acompanhar, analisar e controlar o progresso e desempenho do projeto e identificar as áreas nas quais serão necessárias mudanças planejamento. Por f im é realizado o encerramento do projeto. O grupo de processos de en- cerramento tem por objetivo finalizar todas as atividades de todos os grupos de proces- sos, encerrando formalmente o projeto ou fase. Este grupo de processos também pode estar formalizando o encer- Importante: a linha de base é como uma fotografia retirada no momento da aprovação do que foi planejado, como se este momento fosse “congelado”. Depois que isso for feito, a linha de base é então monitorada, verificada e controlada no ciclo de vida do projeto. 29GERÊNCIA DE PROJETOS ramento prematuro do projeto. Infelizmente, nem sempre os projetos obtêm êxito e isso tem vários motivos. Entre os diferentes tipos de término de projeto, podemos citar: absorção, esgotamento, integração e extinção. A absorção ocorre quando os projetos se transformam em operações continuadas. Este é um exemplo de término de projeto com êxito! Contudo, o esgotamento ocorre quando os recursos são cortados do projeto e deixam de ser fornecidos. Quando isso ocorre, o projeto vai enfraquecendo antes de finalizar todos os requisitos e fica como algo inacabado. Possíveis causas para este tipo de encerramento são: o surgimento de outros projetos, o cliente interrompe o pedido de fornecimento, o orçamento é reduzido, ou um recurso importante se extingue do projeto e da própria organização. A integração ocorre quando os recursos são distribuídos para outros projetos ou áreas funcionais. Neste caso, o projeto termina por falta de recursos. A extinção ocorre quando o projeto foi concluído e aceito pelas partes interessadas. Neste caso, as metas são alcançadas e o projeto é encerrado. Este tipo de encerramento também é positivo. Processo de monitoramento e controle Processos de planejamento Entrar em fase/ iniciar projeto Sair de fase/ encerrar projeto Processo de execução Processo de iniciação Processo de encerramento Fonte: elaborado pelo autor com base em PMBOK GUIDE (2013). 30GERÊNCIA DE PROJETOS Áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos Conforme vimos anteriormente, o conjunto de processos compõe o gerenciamento de projetos, segundo o PMBOK®, é formado por 10 áreas de conhecimento. Vamos ver em se- guida quais são estas áreas, seus objetivos e os processos que as compõem. Mas antes disso, é importante categorizarmos estas áreas de conhecimento como: principais, de suporte e integração. As principais áreas de conhecimento são: escopo, tempo, custos e qualidade. As áreas de suporte são: recursos humanos, co- municações, riscos, aquisições e partes interessadas. A área de conhecimento de integra- ção tem a função de conectar as demais. É como em uma empresa. Temos algumas áreas que estão diretamente relacionadas ao produto ou serviço que está sendo pro- duzido e outras dão suporte para que estas áreas principais possam trabalhar melhor. A integração acaba ocorrendo de maneira intrínseca nos processos e pode ser percebida sob a forma dos sistemas de gestão integrados. O gerenciamento da integração do projeto inclui os pro- cessos e atividades para identificar, definir, combinar, unificar e coordenar os vários processos e atividades dentro dos grupos de processos de gerenciamento de projetos (PMBOK® GUI- DE, 2013). Os processos de gerenciamento da integração de projetos são: • Desenvolver o termo de abertura do projeto: processo de desenvolver um documento que formalmente autoriza a existência de um projeto e dá ao gerente a autoridade ne- cessária para aplicar recursos organizacionais às atividades do projeto. 31GERÊNCIA DE PROJETOS • Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto: processo de definir, preparar e coordenar todos os planos subsidiá- rios e integrá-los a um plano de gerenciamento de projeto abrangente. • Orientar e gerenciar o trabalho do projeto: processo de liderar e realizar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto e implementação das mudanças aprovadas para atingir os objetivos do projeto. • Monitorar e controlar o trabalho do projeto: processo de acompanhar, revisar e registrar o progresso do projeto para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto. • Realizar o controle integrado de mudanças: processo de revisar todas as solicitações de mudança, aprovar e gerenciar as mudanças nas entregas, ativos de processos organizacio- nais, documentos do projeto e no plano de gerenciamento do projeto, e comunicar a decisão sobre os mesmos. • Encerrar o projeto ou fase: processo de finalização de todas as atividades de todos os grupos de processos de gerenciamento do projeto para encerrar formalmente o projeto ou fase. O TA irá formalmente autorizar o início do projeto. Ele deve ser emitido por alguém externo ao projeto (um patrocina- dor, um escritório de projetos ou um comitê diretivo de por- tfólio) em um nível adequado para financiá-lo. É recomendado que o gerente de projetos participe do seu desenvolvimento. O TA irá fornecer autoridade ao gerente de projetos para usar os recursos da organização nas atividades do projeto. Ele pode adotar o formato de um memorando, carta ou até mesmo ser enviado por e-mail, ou seja, é um anúncio importante, mas não necessariamente complexo. O TA deve ser enviado a todos É no gerenciamentoda integração que os principais documentos do projeto são gerados. Eles são o Termo de Abertura (TA) e o Plano de Gerenciamento do Projeto. 32GERÊNCIA DE PROJETOS que possam estar associados ao projeto, atingindo ampla audiência. No TA também deverá constar a descrição do obje- tivo do projeto. Este objetivo deve ser escrito seguindo a técnica SMART: específico (deve estar claro o que será a entrega do projeto); mensurá- vel (tenho que ter como verificar quando a entrega do projeto for concluída); realizável (a entrega deve ser possível de ser realizada); relevante (a entrega deve proporcionar benefícios para os envolvidos no projeto); com prazo (deve ter uma data de término prevista para que a entrega seja realizada). Seguem exemplos: OBJETIVO RUIM: construir uma casa (todos podem pensar em uma casa diferente). OBJETIVO MELHORADO, SMART: construir uma casa na cidade de Porto Alegre com acabamento padrão, com uma área aproximada de construção de 300 m², no prazo máximo de 24 meses, com o custo total estimado de R$ 800.000,00 conforme acordado com minha família. O plano de gerenciamento do projeto é o principal docu- mento gerado pelo grupo de processos de planejamento. Ele irá contemplar todos os demais planos auxiliares: de mudanças, de configuração, de escopo, dos requisitos, do cronograma, dos custos, da qualidade, dos recursos humanos, das comunicações, dos riscos, das aquisições, das partes interessadas e planos de melhoria no processo. Ao final dos processos de planejamento será gravada a linha de base do projeto. Junto com a concretização das entregas planejadas, informa- ções sobre o desempenho do trabalho e solicitações de mudanças serão geradas. Os sistemas de informação de gerenciamento Com o plano de gerenciamento do projeto concluído, o trabalho do projeto começará a ser executado. 33GERÊNCIA DE PROJETOS de projetos (SIGP) são exemplos de fatores ambientais da empresa. Eles são utilizados para fornecer informações sobre o desempenho do trabalho do projeto, como: situação das entregas, progresso do cronograma, custos incorridos e outros. Os SIGPs são softwares para agendamentos, sistemas de gerenciamento de configuração ou interfaces web para outros sistemas. Do início ao término do projeto, o monitoramento e controle do trabalho será executado. Este processo irá tratar do acompanhamento, revisão e ajuste do progresso do projeto para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto. Neste processo será feita a revisão, análise e aprovação das solicitações de mudança. Também serão gerenciadas as mudanças aprovadas e mantida a integridade da linha de base, documentando o impacto das solicitações de mudança. O gerenciamento de configuração é o procedimento que irá fornecer orientações técnicas e administrativas para identificar e documentar as características funcionais e físicas do produto ou componente; controlar mudanças feitas nas característi- cas; registrar e relatar cada mudança e o andamento de sua implementação; e, dar suporte a auditoria dos produtos ou componentes para verificar a conformidade com os requisitos. Tão importante quanto realizar a correta abertura do pro- jeto é realizar o seu encerramento. Cada fase do projeto deve ser apropriadamente encerrada, garantindo que informações importantes e úteis não sejam perdidas. O processo de en- cerramento irá assegurar que o trabalho do projeto está completo e alcançou seus objetivos. Quando isso ocorrer, os produtos, serviços ou resultados gerados serão transferidos para a próxima fase do projeto ou para a produção/operação. Também será auditado o sucesso ou fracasso do projeto, serão Durante o desenvolvimento do projeto mudanças irão ocorrer. O processo de controle integrado de mudanças irá garantir que somente as mudanças aprovadas sejam implementadas. 34GERÊNCIA DE PROJETOS reunidas as lições aprendidas e arquivadas para uso futuro. As lições aprendidas de projetos anteriores representam um im- portante ativo de processos organizacionais que será utilizado em futuros projetos. O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para as- segurar que o projeto integre todo o trabalho necessário, e apenas o necessário, para ter- minar o projeto com sucesso (PMBOK® GUIDE, 2013). Os processos de gerenciamento do escopo do projeto são: • Planejar o gerenciamento do escopo: processo de criar um plano de gerenciamento do escopo do projeto que documenta como tal escopo será definido, validado e controlado. • Coletar os requisitos: processo de determinar, documentar e gerenciar as necessidades e requisitos das partes interessadas a fim de atender aos objetivos do projeto. • Definir o escopo: processo de desenvolvimento de uma descrição detalhada do projeto e do produto. • Criar a estrutura analítica do projeto (EAP): processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em com- ponentes menores e mais facilmente gerenciáveis. • Validar o escopo: processo de formalização da aceitação das entregas concluídas do projeto. • Controlar o escopo: processo de monitoramento do progresso do escopo do projeto, e do escopo do produto e gerencia- mento das mudanças feitas na linha de base do escopo. O Gerenciamento do escopo irá contemplar o escopo do produto e o escopo do projeto propriamente dito. O escopo do produto refere-se as características e funções que descrevem um produto, serviço ou resultado. O escopo do projeto é o trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas. Neste contexto, o primeiro processo apresentado é o de coletar requisitos. Os requisitos também irão se dividir em 35GERÊNCIA DE PROJETOS requisitos do produto e requisitos do projeto. Os requisitos do produto podem ser técnicos, de segurança, de desempenho, e outros. Os requisitos do projeto são os requisitos de negócios, de gerenciamento do projeto, de entrega, e outros. As principais técnicas para se coletar requisitos são: • Grupo nominal: adiciona ao brainstorming um processo de votação para ordenar as melhores ideias e levá-las para um brainstorming adicional de priorização. • Job shadowing: externamente o observador examina o usuário executando o seu trabalho em seu ambiente. • Protótipos: suportam o conceito de elaboração progressiva. • Técnicas de delphi: especialistas respondem questionários anonimamente; enviam ao facilitador e este fornece comen- tários a respeito das respostas de cada rodada (utilizada como meio de alcançar um consenso ou quando há dificuldade em reunir os participantes). O processo de coletar os requisitos tem como principais saídas o plano de gerenciamento dos requisitos e a matriz de rastreabilidade dos requisitos. O plano documenta como os requisitos serão analisados, documentados e gerenciados durante o projeto. A matriz é uma tabela que liga os requisitos às suas origens e os rastreia durante todo o ciclo de vida do projeto. Após serem coletados os requisitos, o processo que segue é o de definir o escopo. Uma das principais entradas deste pro- cesso são os ativos de processos organizacionais. Neste caso, são exemplos de ativos: planos formais e informais das organizações envolvidas no projeto; processos e procedimentos para realizar o trabalho (normas, políticas, diretrizes e procedimentos); modelos de documentos (estrutura analítica do projeto – EAP, cronogramas, listas de riscos, contratos, e outros); aprendiza- do e conhecimento obtido de projetos anteriores (arquivos do projeto, linhas de base, base de conhecimento de informações históricas e lições aprendidas de projetos anteriores). Após serem coletados os requisitos, o processo que segue é o de definir o escopo. Uma das principais entradas deste pro- cesso são os ativos de processos organizacionais. Neste caso, são exemplos de ativos: planos formais e informais das organizações envolvidasno projeto; processos e procedimentos para realizar 36GERÊNCIA DE PROJETOS o trabalho (normas, políticas, diretrizes e procedimentos); modelos de documentos (estrutura analítica do projeto – EAP, cronogramas, listas de riscos, contratos, e outros); aprendiza- do e conhecimento obtido de projetos anteriores (arquivos do projeto, linhas de base, base de conhecimento de informações históricas e lições aprendidas de projetos anteriores). As informações que compõem o escopo do projeto são: descrição do escopo do produto, serviço ou resultado; critérios de aceitação do produto, serviço ou resultado; entregas do projeto; exclusões do escopo do projeto; restrições do projeto; premissas do projeto. O escopo do produto é a característica e funçõe que irá descrevê-lo, ou seja, os requisitos. A entrega é um produto, resultado ou capacidade para realizar um serviço exclusivo que deve ser produzido para terminar um processo, uma fase ou um projeto. As premissas são criadas quando há ausência de certas informações em um projeto. É um “chute calculado”. Con- forme o projeto se desenvolve as premissas devem diminuir. As restrições são itens que limitam um ambiente de projeto. Especificações ou requisitos do produto não devem ser listados como restrições ao projeto. O próximo processo que temos é o de criar a EAP. Esta é a estrutura analítica do projeto. Em inglês utiliza-se o termo WBS – work breakdown structures. A EAP representa a sub- divisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e de gerenciamento mais fácil. Ela é uma decomposição hierárquica orientada às entregas do trabalho a ser executado pela equipe para atingir os objeti- vos do projeto e criar as entregas requisitadas. No contexto da EAP, o trabalho se refere a produtos de trabalho ou entregas que são o resultado do esforço e não o próprio esforço. Re- Os projetos falham pela má definição de escopo! Premissa = Hipótese Restrição = Limite 37GERÊNCIA DE PROJETOS presenta o trabalho especificado na declaração do escopo do projeto aprovada. A decomposição realizada neste processo é a subdivisão das entregas do projeto em componentes menores (e mais gerenciáveis) até que tenha sido identificado todo o trabalho do projeto. As vantagens do detalhamento adequado do esco- po são: estimativas mais precisas de custo, tempo e recursos; uma linha de base para medir o progresso e exercer controle; atribuição clara de responsabilidades. Outro conceito importante em relação a EAP é o dos pacotes de trabalho. Conforme os níveis vão decrescendo, o escopo, a complexidade e o custo de cada componente ficam menores, até que sejam obtidas entregas que são completamente capazes de serem atingidas. Os pacotes de trabalhos são en- tregas ou componentes do trabalho do projeto no nível mais baixo de cada ramo da EAP. Os pacotes de trabalho devem ser identificados como unidades gerenciáveis, que podem ser “quebradas” em atividades e marcos do cronograma, necessários para determinar a entrega do pacote de trabalho fora da EAP. A EAP estrutura o tra- balho em pequenos elementos que são: gerenciáveis – assim a autoridade e responsabilidade específica pode ser atribuí- da. Independentes – ou com o mínimo de conexão e depen- dência de outros elementos. Integráveis – de maneira que o todo possa ser vislumbrado. Mensuráveis – em termos de progresso. Outros conceitos importantes que você precisa saber sobre a EAP: • Códigos de contas: são conjuntos de identificadores únicos de cada item da EAP. • Regra das 80 horas: cada tarefa deve ser decomposta em pacotes de trabalho que não requerem mais do que 80 horas para serem completados. • Dicionário da EAP: contém o conteúdo detalhado dos Importante: a EAP não chega no nível de atribuir tarefas aos responsáveis. 38GERÊNCIA DE PROJETOS componentes de uma EAP. As informações que compõem o dicionário da EAP são: código identificador de conta, descrição do trabalho, organização responsável pela execu- ção, recursos necessários, informações de contrato, lista de marcos do cronograma, atividades do cronograma associa- das, referencias técnicas, estimativa de custos, requisitos de qualidade e critérios de aceitação. • Linha de base do escopo: composta pela declaração do es- copo, EAP, dicionário da EAP. Saindo do planejamento, temos o processo de verificar escopo. Este processo consiste na formalização da aceitação das entregas terminadas em um projeto. Inclui a revisão das entregas com o cliente ou patrocinador para assegurar que foram concluídas satisfatoriamente e obter deles a aceitação formal das mesmas. O processo de verificação do escopo pode confundir com o processo de controlar a qualidade do projeto. Mas eles são diferentes! A verificação do escopo é a aceitação dos resul- tados do trabalho. Já o controle da qualidade irá analisar a conformidade dos resultados do trabalho. Verificar o escopo normalmente é feito depois do processo realizar o controle da qualidade, porém os dois processos podem ser feitos em paralelo (entregas validadas é saída do controle da qualidade). O controle do escopo será usado para gerenciar as mudan- ças quando estas ocorrerem. As mudanças não controladas são frequentemente chamadas de “scope creep”, aumento do escopo. O gerenciamento do tempo do projeto O gerenciamento do tem- po do projeto inclui os proces- sos necessários para gerenciar o término pontual do projeto (PMBOK® GUIDE, 2013). Os processos de gerenciamen- to do tempo do projeto são: • Planejar o gerenciamento do cronograma: processo de esta- belecer as políticas, os procedimentos e a documentação para o planejamento, desenvolvimento, gerenciamento, execução e controle do cronograma do projeto. 39GERÊNCIA DE PROJETOS • Definir as atividades: processo de identificação das ações específicas a serem realizadas para produzir as entregas do projeto. • Sequenciar as atividades: processo de identificação e docu- mentação dos relacionamentos entre as atividades do projeto. • Estimar os recursos das atividades: processo de estimativa dos tipos e quantidades de material, pessoas, equipamentos, ou suprimentos que serão necessários para realizar cada atividade. • Estimar a duração das atividades: processo de estimativa do número de períodos de trabalho que serão necessários para terminar atividades específicas com os recursos estimados. • Desenvolver cronograma: processo de análise de sequências das atividades, suas durações, recursos necessários e restrições do cronograma visando criar um modelo do cronograma do projeto. • Controlar o cronograma: processo de monitoramento do andamento das atividades do projeto para atualização no seu progresso e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do cronograma para realizar o planejado. Apesar de serem vários, os processos de gerenciamento do tempo do projeto ocorrem quase que simultaneamente durante o planejamento. Geralmente contamos com um SIGP especí- fico nesta etapa. Um exemplo de SIGP de código aberto, que é geralmente utilizado nesta etapa é o Open Project (https:// openproj.br.uptodown.com/windows/download). Mas também temos o Microsoft Project (https://products.office.com/pt-br/ project?tab=tabs-1) e outros que podem ser utilizados. Depois de criada a EAP do projeto, o trabalho de plane- jamento segue com a definição das atividades necessárias para completar um pacote de trabalho. A lista de atividades deve ser organizada como uma extensão ou refinamento da EAP, assegurando que está completa e que não inclui quaisquer ati- vidades que não são requeridas pelo escopo do projeto. Como a EAP, a lista de atividades deve incluir descrições de cada atividade para garantir que o time do projeto vai entender o que deve ser desenvolvido. Uma vez descritas as atividades, será realizado o seu se- 40GERÊNCIA DE PROJETOS quenciamento. Existem quatro tipos de dependências logicas, a saber: término para início (TI) – mais utilizado; início para início(II); término para término (TT); e, início para término (IT). Existem alguns tipos de dependências que são obrigatórias (dependência de lógica, hard logic, relações físicas de dependência), exigidas contratualmente ou inerentes à natureza do trabalho. E outros tipos que são arbitradas (lógica preferida, lógica preferencial, lógica f lexível ou soft logic), estabelecidas pela equipe do projeto, orien- tadas por processos ou procedimentos, baseadas em experiências anteriores. Ainda, as dependências podem ser externas quando envolvem relacionamento de atividades externas com impacto nas atividades do projeto. Exemplos são as aprovações externas. Algumas vezes é necessário que se apliquem esperas ou antecipações às ativida- des do projeto. Por exemplo, temos uma atividade de pintura de paredes sucedida por uma atividade de reboco de paredes. Não podemos iniciar a pintura logo após a conclusão do reboco. Neste caso, aplicamos uma espera de 2 dias para que seja dado seguimento a atividade de pintura. A espera (atraso ou latência), representa o tempo entre as atividades em um diagrama. Ocasiona um atraso em uma atividade sucessora. Acrescenta tempo para iniciar/encerrar a próxima atividade. A antecipação ocasiona uma aceleração em uma atividade sucessora; subtrai tempo para iniciar (e encerrar) a próxima atividade. O diagrama de rede é um gráfico esquemático das atividades do cronograma e das relações lógicas entre elas (dependências). 41GERÊNCIA DE PROJETOS Fonte: elaborado pelo autor com base em PMBOK GUIDE (2013). 42GERÊNCIA DE PROJETOS O próximo processo é o de estimar os recursos das ativida- des. Os recursos podem ser materiais, pessoas, equipamentos ou suprimentos que serão empregados para realizar as ativi- dades do projeto. Uma das saídas deste processo é a estrutura analítica de recursos (EAR). A EAR é uma lista hierárquica de recursos relacionados por tipo de função e de recursos que são usados para facilitar o planejamento e controle do trabalho do projeto. Em relação às estimativas de durações das atividades, temos algumas técnicas que podem ser empregadas: • Opinião especializada: experiência empírica. • Estimativa análoga (top-down): usa a duração de um pro- jeto anterior para estimar a duração de um projeto futuro; estima o valor bruto, em geral nas fases iniciais do projeto; é uma forma de opinião especializada, leva em consideração informações do histórico de projetos semelhantes anteriores; é utilizada para prever custo e tempo. • Estimativa paramétrica: utiliza uma relação estatística entre dados históricos e outras variáveis; é um método de base quantitativa que multiplica a quantidade de trabalho através de seu valor. Exemplo, em um projeto anterior, uma cons- trutora levou 6 meses para construir uma casa de 200m2; logo, para uma casa de 400m2, a construtora levará 12 meses para entregar o projeto. • Análise de reservas: reservas para contingências (reservas de tempo ou buffers) no cronograma geral do projeto para considerar incertezas do cronograma; significa uma parte do tempo que é adicionada a atividade para levar em conta os riscos e incertezas. • Estimativa de três pontos: considera as incertezas das es- timativas e riscos, dentro de uma faixa de variabilidade; calcula a duração esperada da atividade usando uma média ponderada. Exemplo, temos três estimativas de tempo por atividade: pessimista (P), mais provável (M) e otimista (O); com ênfase na mais provável. DURAÇÃO ESPERADA = (O + 4M + P)/6 43GERÊNCIA DE PROJETOS Até esta etapa, a ideia é que o SIGP calcule automatica- mente a duração total do projeto e a data prevista para o seu término. Contudo, no processo de desenvolver o cronograma é realizada uma avaliação nesta sugestão do sistema, conside- rando rever a sequência das atividades, suas durações, recursos necessários e restrições do cronograma. Neste sentido, o método do caminho crítico (CPM – Du- pont e Remington Rand) pode ser aplicado. O enfoque do CPM é o cálculo da f lutuação ou folga com a finalidade de determinar quais atividades têm menor f lexibilidade no cro- nograma (determinar o caminho crítico). Ao gerar o cronograma, para cada atividade é utiliza- da a estimativa de tempo mais provável para sua duração. Não é considerada qualquer limi- tação no quadro de recursos. Então, o caminho crítico será o caminho mais longo através do diagrama. Ele representa a menor quantidade de tempo em que o projeto pode ser completado. Adicionando-se tempos ao longo do caminho crítico au- menta-se a duração esperada do projeto. Esta atividade tem folga zero, ou seja, não tem folga. Ainda, é possível que haja mais que um caminho crítico. Dois ou mais caminhos têm o mesmo tempo total e também são as rotas mais longas através do diagrama. Isso aumenta o risco de atrasos no projeto. A folga (folga total ou f lutuação), é a quantia de tempo que uma atividade em particular pode atrasar antes que o caminho crítico seja afetado. É o quanto uma atividade pode atrasar sem atrasar o projeto. A folga livre é o tempo além do previsto que a atividade pode utilizar, supondo-se que comece e termine em suas datas mais cedo. É o tempo permitido para atraso de uma atividade A duração do cronograma é a do caminho crítico. 44GERÊNCIA DE PROJETOS do cronograma sem atrasar qualquer uma das atividades imediatamente subsequentes. O método da corrente crítica (Eliyahu Goldratt) está relacionado com o caminho crítico restrito por recursos. Ele é efeito do nivelamento de recursos, onde os riscos são representados por buffers (atividades do cronograma sem trabalho): • Buffer do projeto: no final da corrente crítica, protege a data alvo de término contra seu desvio. • Buffers de alimentação: protegem a corrente crítica contra o seu desvio ao longo das correntes de alimentação. No método da corrente crítica, em vez de gerenciar as folgas das atividades (como no método do caminho crítico), o gerente do projeto gerenciará a duração das atividades buffer. Ainda, podemos aplicar algumas técnicas de compressão da duração, que visam reduzir o cronograma do projeto (data de entrega) sem mudar o escopo: • Compressão: as compressões entre custo e cronograma são analisadas para obter a maior quantidade de compressão com o mínimo incremento de custo. Quase sempre resulta em aumento de custo, pois coloca-se mais recursos. Estes recursos devem ser direcionados ao caminho crítico. • Paralelismo: consiste em verificar quais atividades normalmente feitas em sequência, podem ser realizadas em paralelo. Frequentemente resulta em retrabalho Dica: para mais informações as- sista o PodCast de Ricardo Vargas: https://ricardo-vargas.com/pt/pod- casts/understand_critical_path/ 45GERÊNCIA DE PROJETOS e usualmente aumenta o risco pela falta de recursos. Requer um re-sequenciamento de atividades no diagrama de rede para obter a compressão do cronograma. Ao final do planejamento, o cronograma terá a estrutura apresentada na figura abaixo. Fonte: elaborado pelo autor com base em PMBOK GUIDE (2013). 46GERÊNCIA DE PROJETOS Fora do planejamento, é necessário acompanhar o desem- penho do cronograma em relação ao seu progresso e geren- ciamento das mudanças feitas na linha de base. O controle do cronograma é um componente do processo realizar o controle integrado de mudanças (integração). As principais análises que são realizadas em relação ao cronograma são: • Análise de desempenho: medem, comparam e analisam o desempenho do cronograma, com as datas reais de início e término, porcentagem completa e duração restante para o trabalho em andamento. • Análise de variação: medições do desempenho do crono- grama usadas para avaliar a magnitude de variação à linha de base do cronograma. O gerenciamento dos custos do projeto O gerenciamento dos custos do projeto inclui os processos envolvidos em planejamento, estimativas, orçamentos, finan- ciamentos, gerenciamento e controle dos custos, de modo que o projetopossa ser ter- minado dentro do orçamento aprovado (PMBOK® GUI- DE, 2013). Os processos de gerenciamento dos custos do projeto são: • Planejar o gerenciamento dos custos: processo de estabelecer as políticas, os procedi- mentos e a documentação necessários para o planejamento, gerenciamento, despesas, e controle dos custos do projeto. • Estimar os custos: processo de desenvolvimento de uma estimativa dos recursos monetários necessários para executar as atividades do projeto. • Determinar o orçamento: processo de agregação dos custos estimados de atividades individuais ou pacotes de trabalho para estabelecer uma linha de base dos custos autorizada. • Controlar os custos: processo de monitoramento do anda- mento do projeto para atualização no seu orçamento e ge- renciamento das mudanças feitas na linha de base de custos. 47GERÊNCIA DE PROJETOS Para entendermos melhor como a gestão dos custos ocorre em um projeto, vamos alinhar alguns conceitos de base: • Custos diretos: são os custos necessários para executar o trabalho do projeto e relacionados diretamente com o pro- duto final: mão de obra, materiais, equipamentos, análises, provisões e contingências. • Custos indiretos (overhead): são provenientes da máquina empresarial e não diretamente vinculados ao projeto em si. Decorrentes de insumos, atividades e serviços que não estão diretamente relacionados com o produto final, mas contribuem para sua execução: taxas, benefícios indiretos. • Custos fixos: não mudam em relação ao volume de trabalho. • Custos variáveis: mudam com relação ao volume de trabalho. Em relação a sua precisão, as estimativas podem ser cate- gorizadas em dois tipos: • Estimativa de ordem de magnitude aproximada: pode va- riar em 50% para mais ou para menos do custo real; é uma estimativa de menor precisão, usualmente feita durante o processo de iniciação. • Estimativa definitiva: pode variar em 10% para mais ou menos do custo real; é uma estimativa mais refinada, feita quando o planejamento do projeto já está mais avançado. As técnicas para estimar custos são bem similares as que vimos para estimar a duração das atividades. Vamos repassar algumas delas e acrescentar outras relacionadas aos custos do projeto: • Opinião especializada: experiência empírica. • Estimativa análoga (top-down): usa a duração de um projeto anterior para estimar a duração de projeto futuro; estima o valor bruto, em geral nas fases iniciais do projeto; é uma forma de opinião especializada, leva em consideração informações do histórico de projetos semelhantes anteriores; usada para prever custo e tempo. • Estimativa paramétrica: utiliza uma relação estatística entre dados históricos e outas variáveis; é um método de base quantitativa que multiplica a quantidade de trabalho através de seu valor. • Análise de reservas: reservas para contingências (reserva 48GERÊNCIA DE PROJETOS de tempo ou buffers) no cronograma geral do projeto para considerar as incertezas do cronograma; significa uma parte do tempo que é adicionada a atividade e para levar em conta os riscos e as incertezas. • Estimativas de três pontos: considera as incertezas das es- timativas de riscos, dentro de uma faixa de variabilidade; calcula a duração esperada da atividade usando uma média ponderada; três estimativas de tempo por atividade: pessi- mista (P), mais provável (P) e otimista (O), com ênfase na mais provável. • Estimativa bottom-up (melhor técnica: apenas 5% de va- riação): estima-se para cada atividade separadamente para depois reuni-las e agregá-las em uma estimativa de custo total do projeto. Não é usado na iniciação, sendo mais comum a estimativa análoga, por falta de dados. Pode também ser utilizada para estimar tempo. • Custo da qualidade: custo total da geração do produto ou serviço do projeto de acordo com os padrões da qualidade. • Análise da proposta do fornecedor: coleta de informações dos fornecedores para ajudar a definir as estimativas de custos. vem a partir da solicitação de propostas dos fornecedores. Consiste no orçamento do término (ONT) autorizado para o projeto e sincronizado no tempo, para medir o de- sempenho de custo do projeto. Este orçamento é desenvolvido através do acúmulo dos orçamentos aprovados por período de tempo. Via de regra, o trabalho executado dis- tribuído em um espaço de tempo aumenta gradativamente até atingir um máximo (que na maioria das vezes acontece entre 50% e 60% deste período). Depois, torna a baixar gradativamente, até o término CUSTO ESPERADO = (O + 4M + P)/6 No processo de determinar orçamento, a linha de base do desempenho de custos é gerada. 49GERÊNCIA DE PROJETOS do empreendimento. O modelo matemático que melhor re- presenta estes fatos é a curva de Gauss. A forma gráfica do somatório destas parcelas (o valor acumulado), possui um traçado semelhante a um “S” – daí o nome: curva “S” (https:// quartaroli.wordpress.com/curva-s/. Acesso em 12/06/2017). As reservas (de contingência e gerencial), para riscos de 5% a 10% não fazem parte da linha de base de custos do projeto, mas podem ser incluídas no orçamento total do mesmo. Ao fim do planejamento, o controle de custos começa a ser executado. Este processo faz parte do controle integra- do de mudanças (integração). Ele irá gerenciar as mudanças conforme ocorrerem; detectar as variações em relação a linha de base de custos e procurar as suas causas; assegurar que os gastos não excedam o autorizado; manter os excessos dentro de limites aceitáveis; prevenir que mudanças não aprovadas sejam incluídas na linha de base de custo; informar as partes interessadas apropriadas sobre as mudanças e custos associados. O gerenciamento do valor agregado é uma metodologia utilizada para medir o desempenho dos prazos e custos do projeto. Ele leva em consideração três variáveis que são: • Valor planejado (VP): custo orçado do trabalho que deveria ter sido feito (agendado); qual o valor estimado do trabalho planejado para o momento? • Valor agregado (VA): quanto vale o trabalho realizado?; custo orçado (estimado) do trabalho realmente realizado. • Custo real (CR): custo incorrido no trabalho realizado. Com base nestas variáveis pode ser calculada a variação de custos (VC) e a variação de prazos (VPR): Variação de custos (VC): VC = VA – CR Variação de prazos (VPR): VPR = VA – VP Se o resultado for “zero” – não houve variação. Se o resultado for negativo – houve estouro do orçamento, ou atraso nos prazos. Se o resultado por positivo – houve economia do orçamento ou antecipação nos prazos. 50GERÊNCIA DE PROJETOS Índice de desempenho de custos (IDC): ICD = VA / CR Índice de desempenho de prazos (IDP): IDP = VA / VP Se o resultado for “zero” – não houve variação. Se o resultado for menor que “1” – houve estouro do orçamento ou atraso nos prazos. Se o resultado for maior que “1” – houve economia do orçamento ou antecipação nos prazos. O gerenciamento do valor agregado ainda conta com outros índices. Os prin- cipais são: Índice Sigla Responde a pergunta Orçamento no término ONT Em quanto foi orçado inicialmente o trabalho total? Estimativa no término ENT Quanto nós estimamos que o projeto total vá custar hoje? O novo orçamento. Estimativa para termi- nar EPT Quanto ainda temos que gastar para encerrar o projeto? Variação no término VNT Quanto acima ou abaixo do orçamento inicial nós esperamos ficar? Índice de desempenho para término IDPT Que desempenho deve ser atingido no trabalho restante para acabar dentro do orçamento? Dica: para mais informações as- sista o PodCast de Ricardo Vargas: https://ricardo-vargas.com/pt/pod- casts/four_eac_indexes/ Fonte: elaborado pelo autor com base em PMBOK GUIDE (2013). 51GERÊNCIA DE PROJETOS O gerenciamento da qualidade do projeto O gerenciamento da qualidade do projeto inclui os processos e as atividades da organização executora que determinam as políticas de qualidade, os objetivos e as responsabilidades, de modo que o projeto
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