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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA CRIMINAL DA COMARCA DE AGUDOS 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA CRIMINAL DA COMARCA DE AGUDOS.
Autos do Processo ; 1/19
Mévio, já qualificado nos autos da ação em epígrafe, por seu advogado que a esta subscreve (procuração anexa), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar DEFESA PRÉVIA pelo prazo de 3 dias ;com fulcro no art 5 , LV, da Constituição Federal c/c 55, paragrafo 1 , da lei n 11343/2006, pelo que faz nos seguintes termos;
.
 I – DOS FATOS 
O mérito da denúncia trata-se de suposta prática dos delitos de ato típico enquadrado na lei 11343/06 – artigo 33 caput (CONSUMADO), parágrafo 10 do mesmo artigo , e 34 , 35 ( caput), CONSUMADO no dia dia 10 de agosto de 2019.
Sob apreciação de contraditório e ampla defesa Mévio afirmou que é usuário de entorpecentes e que nunca fora preso ou processado criminalmente. Ademais, segundo os relatos obtidos nesse procedimento judicial, seja pelas testemunhas de acusação, seja pelas de defesa, não há qualquer elemento que evidencie a prática do comércio de drogas, maiormente quando não houvera flagrante de venda, detenção de usuários, apreensão de objetos destinados à preparação, embalagem e pesagem da droga, etc. Em verdade, como se destaca da própria peça processual , o Acusado se encontrava em seu veículo tão-somente trafegando normal, em direção à sua residência.
 
 II – DO DIREITO 
            Extrai-se que o Réu fora preso, em flagrante delito, em face do pretenso cometimento do crime previsto no art. 33 da Lei Federal nº. 11.343/2006( Lei de Drogas), ou seja, pela suposta prática do delito de tráfico de entorpecentes. Com o recebimento do aludido auto de prisão, Vossa Excelência, por meio do despacho que por suposta precaução , convolou a prisão em flagrante em segregação preventiva. Por isso, pedimos , no mesmo ato processual, a audiência de instrução pelo prazo de 3 dias após o recebimento deste . Por outro lado , esse comando judicial, no qual se decretou a prisão cautelar, enfocou seus fundamentos sob o enquadramento especificado no art. 44 da Lei 11343/06.
 
II.A – DAS PRELIMINARES;
PRELIMINARMENTE
DA INÉPCIA DA DENÚNCIA
Numa análise preliminar da peça exordial acusatória, tem-se que a mesma é completamente inepta, vez que desobedece o comando insculpido no art. 41 do Código de Processo Penal, pois claramente deixa de expor todas as circunstâncias do suposto fato criminoso.
Código de Processo Penal:
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. (destacamos)
Isto porque em relação ao acusado …, a acusação o aponta como traficante (art. 33, caput) e associado para o tráfico (art. 35), entretanto, em momento algum traz narrativa e elementos que sustentem essas afirmações, o que dificulta o exercício da ampla defesa e do contraditório.
De forma inaceitável, a denúncia formulada omite ou deixa de indicar diversas informações e circunstâncias que são relevantes, pois apesar de se ter formulado acusação envolvendo os crimes de tráfico e associação ao tráfico, não foi indicado ao menos uma pessoa que teria adquirido as prováveis substâncias proscritas pertencentes à inverossímil “associação”.
 Portanto é inepta a acusação que diminui o exercício da ampla defesa, seja pela insuficiência na descrição dos fatos, seja pela ausência de identificação precisa de seus autores.”
Na mesma linha de se reconhecer a inépcia da denúncia ante a ausência de cumprimento dos requisitos previstos no art. 41 do CPP, colaciona-se o seguinte julgado do STJ:
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. DENÚNCIA. INÉPCIA. TRANCAMENTO.
1. É inepta a denúncia que não expõe os fatos imputados ao denunciado que conduziriam ao resultado danoso, pena de responsabilização penal objetiva.
2. Recurso provido para trancar a ação penal em relação ao recorrente.
(Processo RHC 41205 RJ 2013/0328927-1, Orgão JulgadorT6 – SEXTA TURMA
Publicação DJe 14/05/2014, Julgamento6 de Maio de 2014, Relator Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA
Portanto, diante dos argumentos supramencionados, conclui-se que a r. Denúncia padece de inépcia, merecendo rejeição por este douto Juízo, nos termos do art. 395, I, do CPP.
III) DA FALTA DE JUSTA CAUSA. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR.
Data vênia, inexiste interesse de agir, e por consequência, carece de justa causa a presente ação, ao menos no que tange à denúncia pelo suposto delito de tráfico de drogas (art. 33, caput), pois após longa investigação na esfera da polícia judiciária, a própria autoridade policial não indiciou o acusado pela prática daquele crime, e sim, tão-somente o indiciou pela suposta prática do crime de associação para o tráfico (art. 35).
No relatório do inquérito, a autoridade policial aduz: “Ante o exposto, a autoridade policial apurou que, com suas condutas, ….. , qualificados nos autos, incorreram na prática de fato típico inscrito no art. 35 da Lei 11.343/06.”
 “O interesse de agir concerne à presença dos elementos mínimos que permitam ao juiz, ao refletir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, concluir no sentido de que se trata de acusação factível. Tais elementos consistem nos indícios de autoria de  que o imputado realmente é autor ou partícipe do fato descrito, bem como na prova da existência do crime imputado. No âmbito da ação penal, este lastro probatório mínimo constitui o fumus boni iuris – aparência do direito à condenação invocado pelo titular da ação penal ao deduzi-la em juízo com vistas a desencadear o jus puniendi do Estado. Ausente a sua demonstração, não será possível ao magistrado verificar a plausibilidade da acusação, devendo, também neste caso, rejeitar a inicial acusatória com fundamento no art. 395, III, do CPP (falta de justa causa para a ação penal).”
Destarte, a denúncia também merece rejeição por ausência de justa causa, desta vez com conhecimento no art. 395, III, do CPP.
.Ocorre que, no caso dos autos, não há falar em risco à ordem pública, notadamente ante a primariedade do RÉU e, em que pese se tratar de delito grave, inclusive equiparado a hediondo, os tribunais superiores têm decidido, exaustivamente, ser inidônea a fundamentação baseada apenas na gravidade abstrata do delito, sem a demonstração de elemento concreto relacionado a um dos fundamentos da prisão preventiva. Demais disso, com todas as vênias da digna autoridade judicial apontada coatora, também não há falar em risco para a aplicação da Lei Penal. Na hipótese, as circunstâncias fáticas do delito não demonstram a necessidade da imposição da prisão, que também não se mostra adequada, especialmente em razão da primariedade do RÉU e do fato de não haver qualquer comprovação de sua dedicação a atividades criminosas .Nesse contexto, as medidas cautelares diversas mostram-se mais favoráveis em relação à medida extrema, importando consignar que o seu eventual descumprimento poderá acarretar nova decretação de prisão preventiva, nos termos artigo 282, §4º do código de processo penal .Constrangimento ilegal caracterizado.
 IV – DO MÉRITO 
Nesse diapasão, os elementos de convicção, de que dispõe o caderno processual, mostram-se frágeis a atestar a prática da narcotraficância.  Dessa forma, conduz-se para a hipótese de que o Acusado se enquadra na figura do usuário de droga, na forma compartilhada, na estreita ordem delimitada no art. 33, § 3°, da Lei n. 11.343/2006.
Associação para o tráfico inocorrência, ausência de animus associativo, artigo 35,CAPUT, da lei 11343/06. Narra a denúncia, mais, que os Acusados se associaram para o tráfico de drogas. Teriam “ambos” (os Acusados) praticado o delito de vender drogas a terceiros, na forma do que reza o art. 35, caput, da Lei nº. 11.343/2006.
Não assiste razão ao Ministério Público, maiormente quando de toda imprecisa e absurda a narrativa fática, contida na peça exordial. 
 Ora, para que se cogite a conduta delitiva prevista no art. 35, caput, da Lei nº. 11.343/2006,faz-se mister que o quadro fático encontrado seja de sorte a demonstrar o ânimo associativo dos integrantes do delito em espécie. Dessa feita, cabia ao Ministério Público evidenciar, com clareza e precisão, a eventual convergência de interesses dos Acusados em se unirem para o tráfico. Isso, claro, de modo estável e permanente.
 Ao invés disso, todos os depoimentos, colhidos na fase inquisitória, revela que o Acusado tão-somente comprou drogas para uso próprio, sem um terceiro ou outro propósito de traficar. 
V – DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
1) A rejeição da denúncia, com fulcro no art. 395, I e III do CPP;
2) Caso o pedido retro não seja acolhido, requer a absolvição sumária do réu …, com fulcro no art. 397, II, do CPP;
3) Caso o pedido retro não seja acolhido, que ao final seja o réu ABSOLVIDO, com fulcro no art. 386, VI, do CPP.
Protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos, juntada de documentos e especial para a oitiva das seguintes testemunhas, que deverão ser previamente intimadas:
        Por fim, junta-se documentos.
Termos em que se pede deferimento.
 Local e Data
 ADVOGADO:
OAB:

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