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Caso concreto 01

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA BAHIA 
Campi: Gilberto Gil Turno: Noturno Semestre: 2020.1 
Aluno: Rodolfo Hirose Mat.: 20190732166-7 
Docente: André Ricardo Ferreira Melo Matéria: Teoria do Direito Civil - CCJ0352 
CASO CONCRETO 1 
Discursiva: 
Com base no roteiro de estudos desta aula e dos estudos realizados, solucione a questão abaixo: 
(Cespe - Defensor Público - T0/2013)Acercado Direito Civil, assinale a opção correta. 
A. O princípio da eticidade, paradigma do atual direito civil constitucional, funda-se no valor da 
pessoa humana como fonte de todos os demais valores, tendo por base a equidade, boa-fé, 
justa causa e demais critérios éticos, o que possibilita, por exemplo, a relativização do princípio 
do pacta sunt servanda, quando o contrato estabelecer vantagens exageradas para um 
contratante em detrimento do outro. 
B. Cláusulas gerais, princípios e conceitos jurídicos indeterminado são expressões que designam 
o mesmo instituto jurídico. 
C. A operacionalidade do direito civil está relacionada à solução de problemas abstratamente 
previstos, independentemente de sua expressão concreta e simplificada. 
D. Na elaboração do Código Civil de 2002, o legislador adotou os paradigmas da socialidade, 
eticidade e operacionalidade, repudiando a adoção de cláusulas gerais, princípios e conceitos 
jurídicos indeterminados. 
E. No Código Civil de 2002, o princípio da socialidade reflete a prevalência dos valores coletivos 
sobre os individuais, razão pela qual o direito de propriedade individual, de matriz liberal, deve 
ceder lugar ao direito de propriedade coletiva, tal corno preconizado no socialismo real. 
Resposta: Alternativa A 
Jurisprudência: 
53523494- AÇÃO RESCISÓRIA AÇÃO DE COBRANÇA DO SEGURO DPVAT DOCUMENTO NOVO 
PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO OBJETO DA COBRANÇA REALIZADO NA VIA ADMINISTRATIVA 
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ETICIDADE E AO SEU COROLÁRIO, PRINCIPIO DA BOA-FÉ 
OBJETIVA JUÍZO RESCISÓRIO. EXCLUSÃO DA CONDENAÇÃO IMPOSTA EM FAVOR DO 
BENEFICIÁRIO QUE JÁ RECEBEU O MONTANTE DA INDENIZAÇÃO REALIZADO POR TERCEIRO, 
NA VIA ADMINISTRATIVA PROCEDÊNCIA DO PLEITO INICIAL. 1. O art. 966, do NCPC, autoriza o 
desfazimento da coisa julgada, em caráter excepcional, nas hipóteses taxativamente previstas. 
Dentre essas hipóteses, interessa-nos aquela prevista no inciso VII, quando “obtiver o autor, 
posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde 
fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável”. 
2. Exige-se que essa nova prova seja de tal ordem capaz de alterar o resultado do julgamento. A 
prova nova, esclareça-se, é aquela que já existia ao tempo da prolação da sentença, mas cuja 
existência era ignorada pelo autor da rescisória, ou que dele não pode fazer uso. 
3. É assim considerada a prova apta a demonstrar o pagamento administrativo da indenização 
do seguro DPVAT por outra seguradora contemporaneamente ao oferecimento da contestação 
na ação de cobrança com o mesmo objeto. 
4. Disso decorre manifesta e intolerável injustiça da decisão rescindenda que impôs à 
seguradora condenação ao pagamento de indenização já realizado. Uma vez cumprida a 
sentença rescindenda haveria claro enriquecimento sem causa dos beneficiários, que receberão 
duas vezes a indenização total prevista na Lei nº 6.194/74 pelo mesmo acidente de trânsito, em 
decorrência de ato doloso por eles praticado. 
5. É princípio norteador do Código Civil e das relações jurídicas travadas entre particulares o 
princípio da eticidade, que impõe dever de justiça e boa-fé nas relações civis. 6. Procedência do 
pleito inicial com juízo rescindendo e rescisório, com novo julgamento da pretensão deduzida 
na lide originária, com reforma daquela sentença. (TJMS; AR 1411165-88.2019.8.12.0000; 
Quarta Seção Cível; Rel. Des. Sideni Soncini Pimentel; DJMS 04/12/2019; Pág. 133) 
Doutrina: 
De acordo com autor Flávio Tartuce, O Código Civil de 2002 distancia-se do tecnicismo 
institucional advindo da experiência do Direito Romano, procurando, em vez de valorizar 
formalidades, reconhecer a participação dos valores éticos em todo o Direito Privado. Por isso 
muitas vezes se percebe a previsão de preceitos genéricos e cláusulas gerais, sem a preocupação 
do encaixe perfeito entre normas e fatos. 
No que concerne ao princípio da eticidade, adotado pela codificação emergente, cumpre 
transcrever as palavras do Ministro José Delgado, do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de 
que “o tipo de Ética buscado pelo novo Código Civil é o defendido pela corrente kantiana: é o 
comportamento que confia no homem como um ser composto por valores que o elevam ao 
patamar de respeito pelo semelhante e de reflexo de um estado de confiança nas relações 
desenvolvidas, quer negociais, quer não negociais. É, na expressão kantiana, a certeza do dever 
cumprido, a tranquilidade da boa consciência” (A ética..., Questões controvertidas..., 2003, p. 
177). 
As palavras transcritas explicam mais uma vez por que a equidade deve ser entendida como 
fonte do Direito Civil e por que já estava superado o art. 127 do CPC/1973, que ordenava ao juiz 
aplicar a equidade somente nos casos expressamente previstos em lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.magisteronlinee.com.br/mgstrnet/lpext.dll?f=FifLink&t=document-frame.htm&l=jump&iid=c%3A%5CViews44%5CMagister%5CMgstrnet%5CMagNet_Legis.nfo&d=CC,%20art.%205&sid=19f556a2.79bb1eba.0.0#JD_CCart5

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