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Métodos de Alfabetização

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03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização
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Introdução
Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase
todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes
das primeiras e com os mesmos nomes delas.
Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de
acabar-me. Veio o terceiro alfabeto, veio o quarto, e a
confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós.
Quatro sinais com uma só denominação. Se me
habituasse ás maiúsculas, deixando as minúsculas
para mais tarde, talvez não me embrutecesse.
Jogaram-me simultaneamente maldades grandes e
pequenas, impressas e manuscritas. Um inferno.
Resignei-me e venci as malvadas. Duas, porém se
defenderam: as miseráveis dentais que ainda hoje
causam-me dissabores quando escrevo. Graciliano
Ramos
Neste capítulo iremos estudar sobre os Métodos de Alfabetização. Não
teremos a intenção de defender ou criticar qualquer método, mas sim
de apresentar os principais métodos de alfabetização utilizados no
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Brasil. É muito importante que percebamos que cada método foi criado
em um contexto especifico baseado nas concepções e teorias de
educação vigentes em cada época. Por muito tempo se imaginou que
a resposta para a alfabetização seria encontrar o melhor método. Hoje
sabemos que não existe um método milagroso nem a receita de
alfabetização. Concordamos com Madalena Freire quando ela afirma:
Assim como cada criança tem que reinventar o
conhecimento para fazê-lo seu, cada professor
precisará construir sua própria maneira de trabalhar.
Métodos Tradicionais de Alfabetização
Podemos afirmar que existem dois tipos fundamentais de métodos
tradicionais de alfabetização: os métodos sintéticos e os métodos
analíticos. De um modo geral os métodos sintéticos partem de
elementos menores que a palavra, ou seja, partem da letra, da relação
letra-som, ou da sílaba para chegar à palavra. Os métodos analíticos
têm como ponto de partida: unidades maiores da língua, como a
palavra, a frase, ou um conto. E temos também os métodos mistos ou
ecléticos que usam os princípios dos dois métodos e podem se
chamados de analítico-sintéticos. Abaixo apresentaremos um quadro
síntese sobre os Métodos Tradicionais de Alfabetização e depois
apresentaremos cada um deles com mais detalhes.
image://resources/Pedagogia_Alfabetizacao_Cap3_imagem1.jpg
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Método Sintético
O Método Sintético historicamente foi o primeiro a ser utilizado. Tinha-
se como ponto de partida o alfabeto para a soletração e a silabação,
seguindo uma ordem hierárquica crescente de dificuldades, desde a
letra até o texto. As matrizes metodológicas sintáticas são soletração,
silabação e métodos fônicos.
O método sintético preocupa-se, fundamentalmente, na
correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia. Outro
ponto importante para esse método é estabelecer a correspondência a
partir dos elementos mínimos, num processo que consiste em ir das
partes para ao todo. Os elementos mínimos da escrita são as letras.
Durante muito tempo se ensinou a pronunciar as letras, estabelecendo-
se as regras de sonorização da escrita no seu idioma correspondente.
O método fonético desenvolveu-se mais tarde, sob a influência da
linguística, tendo como ponto de partida o oral. A unidade mínima do
som da fala é o fonema. Desse modo o processo, então, consistia em
iniciar pelo fonema, associando-o a sua representação gráfica. É
necessário que o sujeito seja capaz de isolar e reconhecer os
diferentes fonemas de seu idioma, para poder a seguir, relacioná-los
aos sinais gráficos.
Como a ênfase esta colocada na análise auditiva para se separar os
sons e estabelecer as correspondências grafema-fonema (letras-som),
estabelecem-se duas questões como prévias: a) que a pronuncia seja
correta para evitar confusões entre os fonemas, e b) que as grafias de
formas semelhantes sejam apresentadas separadamente para evitar
confusões visuais entre as grafias.
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Ou seja, nesse método inicialmente a aprendizagem da leitura e da
escrita é uma questão mecânica: trata-se de adquirir a técnica para o
decifrado do texto. Porque se concebe a escrita como a transcrição
gráfica da linguagem oral, como sua imagem, ler equivale a decodificar
o escrito em som.
As cartilhas e os livros de iniciação a leitura nada mais são do que a
tentativa de conjugar todos esses princípios: evitar confusões auditivas
e/ou visuais; apresentar um fonema (e seu grafema correspondente)
por vez; e finalmente trabalhar com os casos de ortografia regular. As
sílabas sem sentido são utilizadas regularmente, o que acarreta a
consequência inevitável de dissociar o som da significação e, portanto,
a leitura da fala. Ao enfatizar as discriminações auditivas e visuais e a
correspondência fonema-grafema, o processo de aprendizagem da
leitura é visto simplesmente como uma associação entre respostas
sonoras a estímulos gráficos.
Exemplos de Métodos Sintéticos
A seguir iremos apresentar alguns exemplos de Métodos Sintéticos
com uma breve explicação para cada um.
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Esse método é próprio de um
tempo em que a maioria da
população era analfabeta. Não
havia muitas exigências sociais
em termos de leitura. A
soletração não tinha por objetivo
dirigir a atenção do aprendiz para
o significado, muito menos
formar leitores, pois só
trabalhava com letras soltas. O
método baseia-se na associação
de estímulos visuais e auditivos,
valendo-se apenas da
memorização como recurso
didático.Ba, bé, bi, bó, bu -
Silabação Esse método tem por
característica uma ênfase
excessiva nos mecanismos de codificação e decodificação. Apresenta
um apelo excessivo a memória e a não compreensão. Um dos
exemplares desse método é a Cartilha da Infância (Gualhardo). Nessa
cartilha depois de mostrar as vogais e os ditongos são apresentadas
as sílabas va-ve-vi-vó e vu, embaralhando-as nas duas linhas
seguintes (ve-va-vo-vu-vi, etc). Seguindo-se palavras formadas de três
letras (vai, viu, vou) e finalmente onze vocábulos contendo as sílabas
estudadas. Cada lição se completava com algumas frases sem ligação
entre si, escritas sem a maiúscula na palavra inicial e sem pontuação:
“vo-vó viu a a-ve”, “a a-ve vi-ve e voa”, “vo-vô vê o o-vo” e outras do
gênero. Esse modelo se repete nas trinta e duas lições da cartilha, que
já tem mais de trezentas edições.
 
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Observamos que a ordem de apresentação dos conteúdos proposta
pelo autor é ainda hoje largamente seguida em muitos manuais:
primeiro as cinco letras que representam as vogais, depois os
ditongos, em seguida as sílabas formadas com as letras v, p, b, t, l, j,
m, n. As chamadas dificuldades ortográficas aparecem do meio para o
fim da cartilha, incluindo os dígrafos, as sílabas travadas (terminadas
por consoantes), as letras g, c, z, s e x.
Métodos Fônicos
Esse método privilegia a dimensão sonora da língua. As palavras além
de terem um ou mais significados, são formadas por sons,
denominados fonemas. Os fonemas são as unidades mínimas do som
da fala, representados na escrita pelas letras do alfabeto. Ensinam-se
os alunos a produzirem oralmente os sons representados pelas letras e
uni-los para formar palavras. Parte-se de palavra curtas, formados por
apenas dois sons representados por duas letras, para depois estudar
palavras de três letrasou mais. A ênfase é ensinar a decodificar os
sons da língua, na leitura e codificá-los, na escrita. Os dois métodos
fônicos mais conhecidos são: o Método da Abelhinha e a Casinha
Feliz. 
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Método Analítico ou Global
O método analítico do ponto de vista histórico iniciou depois do método
sintético com a Cartilha Maternal de João de Deus. Essa cartilha
apresentava já uma forte tendência do privilegio da escrita sobre a
leitura. Ela chamava atenção para o fato que se devem ler palavras
inteiras e não letras ou sílabas. Seu método começava sempre com
uma leitura coletiva e depois individual e finalmente os exercícios de
escrita. Outros exemplos são a Cartilha do Povo de Lourenço Filho e o
famoso Teste do A, B, C (1934). As matrizes metodológicas são
palavração, setenciação e métodos de contos. 
Edouard Clararède e Ovide Decroly, psicólogos e educadores
europeus, apoiaram-se na psicologia da forma para defender
inovações na prática educativa. Decroly propôs ensinar a ler com
textos naturais, frases ligadas ao contexto da criança, ou mesmo
palavras significativas. Enfatizava a compreensão do significado desde
a etapa inicial da alfabetização, e não a capacidade de decodificar ou
de dizer o texto em voz alta. Ao contrário dos métodos sintéticos, a
alfabetização deveria começar por unidades amplas como histórias ou
frases para chegar ao nível da letra e do som, mas sem perder de vista
o texto original e seu significado.
No método analítico a leitura é um ato global e ideovisual. Decroly
afirmava que no espírito infantil as visões de conjunto precedem a
análise. Para este método o importante é o reconhecimento global das
palavras ou frases; a análise dos componentes é uma tarefa posterior.
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Não importa qual seja a dificuldade auditiva daquilo que se aprende,
posto que a leitura seja uma tarefa fundamentalmente visual. Por outro
lado, se postula que é necessário começar com unidades significativas
para a criança (por isso a denominação ideovisual). A seguir iremos
apresentar alguns exemplos de métodos analíticos ou globais.
Métodos de Contos
É um dos métodos globais mais antigos. Foi aplicado pela primeira vez
nos Estados Unidos (século XIX). O mesmo consiste em iniciar o
ensino da leitura a partir de pequenas histórias adaptadas, ou
especialmente criadas pelo professor. Após a apresentação da história
completa, o texto é desmembrado em frases ou orações, que a criança
aprende a conhecer globalmente e a repetir, numa espécie de pré-
leitura. A seguir, vem à etapa do reconhecimento de palavras. E depois
a etapa da divisão em sílabas. O processo envolve análise das partes
maiores (o texto, as frases) para chegar às partes menores (palavras,
sílabas).
 
Lúcia Casasanta foi a maior
divulgadora do método no Brasil
(principalmente em Minas
Gerais) e descrevia as etapas do
método do seguinte modo: fase
do conto; fase da setenciação;
fase das porções de sentido;
fase da palavração; fase da
silabação ou dos elementos
fônicos. Esse método não previa
a utilização do livro didático. Um
dos livros que foi produzido
baseado neste método e ficou
muito conhecido foi O livro de
Lili. (Anita Fonseca (1942)
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Método ideovisual de Decroly
Baseia-se nas ideias de Rosseau, John Dewey, Kilpatrick e Claparède.
O respeito á personalidade da criança, a seus interesses, a seu ritmo
natural e a modos peculiares de ver o mundo estão entre os seus
princípios. Decroly propôs que o ensino se desenvolvesse por centros
de interesse. Nos centros de interesse a criança passava por três
grandes fases de pensamento: observação, associação e expressão.
O autor defendia a leitura como inseparável das atividades de
expressão, de observação e de criação. Experimentou um método de
aprendizagem de leitura que punha em jogo “a função de
globalização”. Essa função, que explicava a capacidade da criança de
captar as formas globalmente era a justificativa para iniciar a
aprendizagem por frases (unidades de sentido) em lugar de letras
(elementos gráficos isolados e sem significado). Vale a pena salientar
que as primeiras experiências pedagógicas de Decroly foram feitas
com crianças com necessidades especiais (visão, audição entre
outras). O método ideovisual ou de Decroly foi adaptado por
educadores de escolas regulares. Nesse método as frases que servem
como ponto de partida são tiradas de histórias, canções, parlendas ou
poesias, ou mesmo produzidas e lustradas pelas crianças.Método
Natural de Freinet Para Freinet a inteligência, o gesto e a sensibilidade
desenvolviam-se através da livre expressão, do trabalho manual e da
experimentação. Sua Pedagogia preconiza o estimulo a reflexão, a
criatividade, o trabalho, a cooperação e a solidariedade. Freinet
condenava taxativamente o uso das cartilhas e estimulava as crianças
a escreverem textos livres, que eram lidos para os colegas; a turma
escolhia a composição que seria impressa pelas próprias crianças num
equipamento manual. O autor afirma no seu livro O Método Natural
(Freinet, 1977, p. 57):Pelo método natural, a criança consegue ler, sem
lição especial, e sem o b a ba, pela vida, pelo meio escolar, e social,
servida e refletida pela imprensa, pela correspondência, pelo desenho,
e pela expressão sob todas as suas formas. Suprimimos assim as
fastidiosas sessões de repetição que os educadores usam tanto com
os alunos; dominamos o sentimento de impotência da criança que
aprende muito cedo a traduzir em textos impressos o seu próprio
pensamento. O método natural tem por objetivo que a criança se
familiarize com a escrita por imersão na escrita, à medida que interage
com textos, ouve histórias, desenha, faz tentativas de escrita. Ela
aprende a ler lendo e a escrever escrevendo. Esse ensino deve
desenvolver-se em situações sociais de uso da leitura e da escrita. A
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seguir vamos apresentar dois vídeos. o primeiro apresenta alguns
aspectos da vida e da obra de Freinet. O segundo vídeo contará um
pouco da utilização da impresna escolar na Classe. Celetain Freinet foi
o primeiro professor que organizou atividades sora da sala de aula
isntituindo a aula passeio.
Método Paulo Freire
Esse método propõe uma alfabetização a partir das palavras-chave: o
método da palavração que tem por objetivo o ensino das primeiras
letras a partir de palavras-chave, destacadas de uma frase ou texto
mais extenso. As palavras destacadas são desmembradas em sílabas,
as quais, recombinadas entre si, formam novos vocábulos.
A metodologia proposta por Paulo Freire parte da palavração. Essa
metodologia tem uma relevância significativa na escolha das palavras
geradoras (palavras-chave). Essas palavras que são apresentadas aos
adultos analfabetos são pesquisadas no universo vocabular deles
próprios. E devem estar relacionadas com temas geradores de
discussão sobre aspectos da vida política e social do Brasil e, além
disso, proporcionar a produção e um grande número de palavras
novas (pela combinação de sílabas das palavras chave). Freire criou a
expressão círculo de cultura para identificar ao mesmo tempo o lugar
onde se dava a alfabetização de adultos e o novo modo de conduzi-la.
 
A alfabetização nessa perspectiva tem como pressuposto: incorporar a
leitura de mundo dos educandos como ponto de partida para a leitura
da palavra. O ponto de chegada da alfabetização (saber ler e escrever)
esta associado a elaboração de novos projetos de sociedade e a
organização de espaços de participação popular. Essa prática
educativa denomina-sealfabetização como ação cultural.
 
Método Misto ou Eclético
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Buscando
conciliar os dois
métodos
tradicionais da
alfabetização
(sintéticos e
analíticos)
passaram-se a
utilizar: métodos
mistos ou
ecléticos
(analítico-
sintético ou vice-
versa) que eram
considerados
mais rápidos e eficientes.
Com o passar do tempo apareceram mais obras que seguiam o
método misto ou eclético. As cartilhas misturavam estratégias do
método sintético e do método analítico. Ex.: A cartilha Caminho Suave
(1948), de Branca Alves de Lima, com o período preparatório.
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CARTILHAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
João de Barros (1540) – escreveu a gramática portuguesa mais antiga,
publicada em 1540. Junto com a gramática publicou a Cartinha[1] de
João de Barros – Método voltado para a decifração da escrita.
file:///D:/Documents%20and%20Settings/raquel.hahn.ENSINO/Meus%20documentos/personal/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O/LIVRO%20ALFALET/livro_alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_letramentorev_02062013.docx#_ftn1
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A Cartinha de João e Barros trazia o alfabeto em letras
góticas (que eram as de imprensa na época); depois
vinham as taboas ou tabelas, com todas as
combinações de letras, que eram usadas para
escrever todas as sílabas das palavras da língua
portuguesa. Em seguida, havia uma lista de palavras
cada qual começando com uma letra diferente do
alfabeto e ilustrada com desenhos. (BUESCO, 1971.
In: CAGLIARI, 1998, p. 22)
A Cartinha de João de Barros não era um livro para ser usado na
escola, uma vez que a escola naquela época não alfabetizava. O livro
servia igualmente para adultos e crianças. Para se alfabetizar a pessoa
decorava o alfabeto, tendo o nome das letras como guia para sua
decifração, decorava as palavras-chaves, para por em prática o
princípio acrofônico[1].
A Cartilha do A,B,C seguia o mesmo esquema da Cartinha do João de
Barros.
O Método Portuguez para o ensino do ler e do escrever (1850) de
Antonio Feliciano de Castilho empregava os alfabetos picturais ou
icônicos. O Método Castilho (segunda edição). Castilho apresentava
também “textos narrativos” para ensinar o uso das letras, fazendo uma
lição para cada uma delas e para os dígrafos.
A Cartilha Maternal ou arte da leitura de João de Deus.
No Brasil depois da grande influencia da Cartilha Maternal (1870) de
João de Deus, apareceram inúmeras outras.
file:///D:/Documents%20and%20Settings/raquel.hahn.ENSINO/Meus%20documentos/personal/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O/LIVRO%20ALFALET/livro_alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_letramentorev_02062013.docx#_ftn1
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CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem ba, bé, bi, bó, bu. São
Paulo: Scipione, 1998.
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e
a prática. Petropólis: Vozes, 2005.
FARIA, Dóris Santos (org.). Alfabetização: Práticas e Reflexões –
Subsídios para o Alfabetizador. Brasília: Editora da Universidade de
Brasília. 2003.
FERREIRO, Emilia, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua
Escrita. Porto Alegre : Artes Médicas, 1999.
FREINET, Célestin. O Método Natural: a aprendizagem da língua.
Lisboa: Estampa, 1977.
[1] O principio acrofônico foi uma das melhores ideias que apareceram
nos sistemas de escrita: além de permitir uma grande simplificação no
número de letras, trazia de forma óbvia como se devia proceder para
ler e escrever. Uma vez identificada a letra pelo nome, já se tinha um
som para ela. Juntando as letras das palavras em sequencia, tinha-se
a pronuncia de uma dada palavra – o que, feitos os devidos ajustes,
dava o resultado final de sua pronúncia: e, pronunciando o significado
vinha automaticamente. (CAGLIARI, 1998, p. 16)
[1] O nome “Cartinha” ou “Cartilha” tem haver com “carta” no sentido
de esquema, mapa de orientação.
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