Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 1/16 Introdução Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes das primeiras e com os mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio o terceiro alfabeto, veio o quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós. Quatro sinais com uma só denominação. Se me habituasse ás maiúsculas, deixando as minúsculas para mais tarde, talvez não me embrutecesse. Jogaram-me simultaneamente maldades grandes e pequenas, impressas e manuscritas. Um inferno. Resignei-me e venci as malvadas. Duas, porém se defenderam: as miseráveis dentais que ainda hoje causam-me dissabores quando escrevo. Graciliano Ramos Neste capítulo iremos estudar sobre os Métodos de Alfabetização. Não teremos a intenção de defender ou criticar qualquer método, mas sim de apresentar os principais métodos de alfabetização utilizados no 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 2/16 Brasil. É muito importante que percebamos que cada método foi criado em um contexto especifico baseado nas concepções e teorias de educação vigentes em cada época. Por muito tempo se imaginou que a resposta para a alfabetização seria encontrar o melhor método. Hoje sabemos que não existe um método milagroso nem a receita de alfabetização. Concordamos com Madalena Freire quando ela afirma: Assim como cada criança tem que reinventar o conhecimento para fazê-lo seu, cada professor precisará construir sua própria maneira de trabalhar. Métodos Tradicionais de Alfabetização Podemos afirmar que existem dois tipos fundamentais de métodos tradicionais de alfabetização: os métodos sintéticos e os métodos analíticos. De um modo geral os métodos sintéticos partem de elementos menores que a palavra, ou seja, partem da letra, da relação letra-som, ou da sílaba para chegar à palavra. Os métodos analíticos têm como ponto de partida: unidades maiores da língua, como a palavra, a frase, ou um conto. E temos também os métodos mistos ou ecléticos que usam os princípios dos dois métodos e podem se chamados de analítico-sintéticos. Abaixo apresentaremos um quadro síntese sobre os Métodos Tradicionais de Alfabetização e depois apresentaremos cada um deles com mais detalhes. image://resources/Pedagogia_Alfabetizacao_Cap3_imagem1.jpg 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 3/16 Método Sintético O Método Sintético historicamente foi o primeiro a ser utilizado. Tinha- se como ponto de partida o alfabeto para a soletração e a silabação, seguindo uma ordem hierárquica crescente de dificuldades, desde a letra até o texto. As matrizes metodológicas sintáticas são soletração, silabação e métodos fônicos. O método sintético preocupa-se, fundamentalmente, na correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia. Outro ponto importante para esse método é estabelecer a correspondência a partir dos elementos mínimos, num processo que consiste em ir das partes para ao todo. Os elementos mínimos da escrita são as letras. Durante muito tempo se ensinou a pronunciar as letras, estabelecendo- se as regras de sonorização da escrita no seu idioma correspondente. O método fonético desenvolveu-se mais tarde, sob a influência da linguística, tendo como ponto de partida o oral. A unidade mínima do som da fala é o fonema. Desse modo o processo, então, consistia em iniciar pelo fonema, associando-o a sua representação gráfica. É necessário que o sujeito seja capaz de isolar e reconhecer os diferentes fonemas de seu idioma, para poder a seguir, relacioná-los aos sinais gráficos. Como a ênfase esta colocada na análise auditiva para se separar os sons e estabelecer as correspondências grafema-fonema (letras-som), estabelecem-se duas questões como prévias: a) que a pronuncia seja correta para evitar confusões entre os fonemas, e b) que as grafias de formas semelhantes sejam apresentadas separadamente para evitar confusões visuais entre as grafias. 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 4/16 Ou seja, nesse método inicialmente a aprendizagem da leitura e da escrita é uma questão mecânica: trata-se de adquirir a técnica para o decifrado do texto. Porque se concebe a escrita como a transcrição gráfica da linguagem oral, como sua imagem, ler equivale a decodificar o escrito em som. As cartilhas e os livros de iniciação a leitura nada mais são do que a tentativa de conjugar todos esses princípios: evitar confusões auditivas e/ou visuais; apresentar um fonema (e seu grafema correspondente) por vez; e finalmente trabalhar com os casos de ortografia regular. As sílabas sem sentido são utilizadas regularmente, o que acarreta a consequência inevitável de dissociar o som da significação e, portanto, a leitura da fala. Ao enfatizar as discriminações auditivas e visuais e a correspondência fonema-grafema, o processo de aprendizagem da leitura é visto simplesmente como uma associação entre respostas sonoras a estímulos gráficos. Exemplos de Métodos Sintéticos A seguir iremos apresentar alguns exemplos de Métodos Sintéticos com uma breve explicação para cada um. 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 5/16 Esse método é próprio de um tempo em que a maioria da população era analfabeta. Não havia muitas exigências sociais em termos de leitura. A soletração não tinha por objetivo dirigir a atenção do aprendiz para o significado, muito menos formar leitores, pois só trabalhava com letras soltas. O método baseia-se na associação de estímulos visuais e auditivos, valendo-se apenas da memorização como recurso didático.Ba, bé, bi, bó, bu - Silabação Esse método tem por característica uma ênfase excessiva nos mecanismos de codificação e decodificação. Apresenta um apelo excessivo a memória e a não compreensão. Um dos exemplares desse método é a Cartilha da Infância (Gualhardo). Nessa cartilha depois de mostrar as vogais e os ditongos são apresentadas as sílabas va-ve-vi-vó e vu, embaralhando-as nas duas linhas seguintes (ve-va-vo-vu-vi, etc). Seguindo-se palavras formadas de três letras (vai, viu, vou) e finalmente onze vocábulos contendo as sílabas estudadas. Cada lição se completava com algumas frases sem ligação entre si, escritas sem a maiúscula na palavra inicial e sem pontuação: “vo-vó viu a a-ve”, “a a-ve vi-ve e voa”, “vo-vô vê o o-vo” e outras do gênero. Esse modelo se repete nas trinta e duas lições da cartilha, que já tem mais de trezentas edições. 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 6/16 Observamos que a ordem de apresentação dos conteúdos proposta pelo autor é ainda hoje largamente seguida em muitos manuais: primeiro as cinco letras que representam as vogais, depois os ditongos, em seguida as sílabas formadas com as letras v, p, b, t, l, j, m, n. As chamadas dificuldades ortográficas aparecem do meio para o fim da cartilha, incluindo os dígrafos, as sílabas travadas (terminadas por consoantes), as letras g, c, z, s e x. Métodos Fônicos Esse método privilegia a dimensão sonora da língua. As palavras além de terem um ou mais significados, são formadas por sons, denominados fonemas. Os fonemas são as unidades mínimas do som da fala, representados na escrita pelas letras do alfabeto. Ensinam-se os alunos a produzirem oralmente os sons representados pelas letras e uni-los para formar palavras. Parte-se de palavra curtas, formados por apenas dois sons representados por duas letras, para depois estudar palavras de três letrasou mais. A ênfase é ensinar a decodificar os sons da língua, na leitura e codificá-los, na escrita. Os dois métodos fônicos mais conhecidos são: o Método da Abelhinha e a Casinha Feliz. 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 7/16 Método Analítico ou Global O método analítico do ponto de vista histórico iniciou depois do método sintético com a Cartilha Maternal de João de Deus. Essa cartilha apresentava já uma forte tendência do privilegio da escrita sobre a leitura. Ela chamava atenção para o fato que se devem ler palavras inteiras e não letras ou sílabas. Seu método começava sempre com uma leitura coletiva e depois individual e finalmente os exercícios de escrita. Outros exemplos são a Cartilha do Povo de Lourenço Filho e o famoso Teste do A, B, C (1934). As matrizes metodológicas são palavração, setenciação e métodos de contos. Edouard Clararède e Ovide Decroly, psicólogos e educadores europeus, apoiaram-se na psicologia da forma para defender inovações na prática educativa. Decroly propôs ensinar a ler com textos naturais, frases ligadas ao contexto da criança, ou mesmo palavras significativas. Enfatizava a compreensão do significado desde a etapa inicial da alfabetização, e não a capacidade de decodificar ou de dizer o texto em voz alta. Ao contrário dos métodos sintéticos, a alfabetização deveria começar por unidades amplas como histórias ou frases para chegar ao nível da letra e do som, mas sem perder de vista o texto original e seu significado. No método analítico a leitura é um ato global e ideovisual. Decroly afirmava que no espírito infantil as visões de conjunto precedem a análise. Para este método o importante é o reconhecimento global das palavras ou frases; a análise dos componentes é uma tarefa posterior. 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 8/16 Não importa qual seja a dificuldade auditiva daquilo que se aprende, posto que a leitura seja uma tarefa fundamentalmente visual. Por outro lado, se postula que é necessário começar com unidades significativas para a criança (por isso a denominação ideovisual). A seguir iremos apresentar alguns exemplos de métodos analíticos ou globais. Métodos de Contos É um dos métodos globais mais antigos. Foi aplicado pela primeira vez nos Estados Unidos (século XIX). O mesmo consiste em iniciar o ensino da leitura a partir de pequenas histórias adaptadas, ou especialmente criadas pelo professor. Após a apresentação da história completa, o texto é desmembrado em frases ou orações, que a criança aprende a conhecer globalmente e a repetir, numa espécie de pré- leitura. A seguir, vem à etapa do reconhecimento de palavras. E depois a etapa da divisão em sílabas. O processo envolve análise das partes maiores (o texto, as frases) para chegar às partes menores (palavras, sílabas). Lúcia Casasanta foi a maior divulgadora do método no Brasil (principalmente em Minas Gerais) e descrevia as etapas do método do seguinte modo: fase do conto; fase da setenciação; fase das porções de sentido; fase da palavração; fase da silabação ou dos elementos fônicos. Esse método não previa a utilização do livro didático. Um dos livros que foi produzido baseado neste método e ficou muito conhecido foi O livro de Lili. (Anita Fonseca (1942) 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 9/16 Método ideovisual de Decroly Baseia-se nas ideias de Rosseau, John Dewey, Kilpatrick e Claparède. O respeito á personalidade da criança, a seus interesses, a seu ritmo natural e a modos peculiares de ver o mundo estão entre os seus princípios. Decroly propôs que o ensino se desenvolvesse por centros de interesse. Nos centros de interesse a criança passava por três grandes fases de pensamento: observação, associação e expressão. O autor defendia a leitura como inseparável das atividades de expressão, de observação e de criação. Experimentou um método de aprendizagem de leitura que punha em jogo “a função de globalização”. Essa função, que explicava a capacidade da criança de captar as formas globalmente era a justificativa para iniciar a aprendizagem por frases (unidades de sentido) em lugar de letras (elementos gráficos isolados e sem significado). Vale a pena salientar que as primeiras experiências pedagógicas de Decroly foram feitas com crianças com necessidades especiais (visão, audição entre outras). O método ideovisual ou de Decroly foi adaptado por educadores de escolas regulares. Nesse método as frases que servem como ponto de partida são tiradas de histórias, canções, parlendas ou poesias, ou mesmo produzidas e lustradas pelas crianças.Método Natural de Freinet Para Freinet a inteligência, o gesto e a sensibilidade desenvolviam-se através da livre expressão, do trabalho manual e da experimentação. Sua Pedagogia preconiza o estimulo a reflexão, a criatividade, o trabalho, a cooperação e a solidariedade. Freinet condenava taxativamente o uso das cartilhas e estimulava as crianças a escreverem textos livres, que eram lidos para os colegas; a turma escolhia a composição que seria impressa pelas próprias crianças num equipamento manual. O autor afirma no seu livro O Método Natural (Freinet, 1977, p. 57):Pelo método natural, a criança consegue ler, sem lição especial, e sem o b a ba, pela vida, pelo meio escolar, e social, servida e refletida pela imprensa, pela correspondência, pelo desenho, e pela expressão sob todas as suas formas. Suprimimos assim as fastidiosas sessões de repetição que os educadores usam tanto com os alunos; dominamos o sentimento de impotência da criança que aprende muito cedo a traduzir em textos impressos o seu próprio pensamento. O método natural tem por objetivo que a criança se familiarize com a escrita por imersão na escrita, à medida que interage com textos, ouve histórias, desenha, faz tentativas de escrita. Ela aprende a ler lendo e a escrever escrevendo. Esse ensino deve desenvolver-se em situações sociais de uso da leitura e da escrita. A 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 10/16 seguir vamos apresentar dois vídeos. o primeiro apresenta alguns aspectos da vida e da obra de Freinet. O segundo vídeo contará um pouco da utilização da impresna escolar na Classe. Celetain Freinet foi o primeiro professor que organizou atividades sora da sala de aula isntituindo a aula passeio. Método Paulo Freire Esse método propõe uma alfabetização a partir das palavras-chave: o método da palavração que tem por objetivo o ensino das primeiras letras a partir de palavras-chave, destacadas de uma frase ou texto mais extenso. As palavras destacadas são desmembradas em sílabas, as quais, recombinadas entre si, formam novos vocábulos. A metodologia proposta por Paulo Freire parte da palavração. Essa metodologia tem uma relevância significativa na escolha das palavras geradoras (palavras-chave). Essas palavras que são apresentadas aos adultos analfabetos são pesquisadas no universo vocabular deles próprios. E devem estar relacionadas com temas geradores de discussão sobre aspectos da vida política e social do Brasil e, além disso, proporcionar a produção e um grande número de palavras novas (pela combinação de sílabas das palavras chave). Freire criou a expressão círculo de cultura para identificar ao mesmo tempo o lugar onde se dava a alfabetização de adultos e o novo modo de conduzi-la. A alfabetização nessa perspectiva tem como pressuposto: incorporar a leitura de mundo dos educandos como ponto de partida para a leitura da palavra. O ponto de chegada da alfabetização (saber ler e escrever) esta associado a elaboração de novos projetos de sociedade e a organização de espaços de participação popular. Essa prática educativa denomina-sealfabetização como ação cultural. Método Misto ou Eclético 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 11/16 Buscando conciliar os dois métodos tradicionais da alfabetização (sintéticos e analíticos) passaram-se a utilizar: métodos mistos ou ecléticos (analítico- sintético ou vice- versa) que eram considerados mais rápidos e eficientes. Com o passar do tempo apareceram mais obras que seguiam o método misto ou eclético. As cartilhas misturavam estratégias do método sintético e do método analítico. Ex.: A cartilha Caminho Suave (1948), de Branca Alves de Lima, com o período preparatório. 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 12/16 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 13/16 CARTILHAS DA LÍNGUA PORTUGUESA João de Barros (1540) – escreveu a gramática portuguesa mais antiga, publicada em 1540. Junto com a gramática publicou a Cartinha[1] de João de Barros – Método voltado para a decifração da escrita. file:///D:/Documents%20and%20Settings/raquel.hahn.ENSINO/Meus%20documentos/personal/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O/LIVRO%20ALFALET/livro_alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_letramentorev_02062013.docx#_ftn1 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 14/16 A Cartinha de João e Barros trazia o alfabeto em letras góticas (que eram as de imprensa na época); depois vinham as taboas ou tabelas, com todas as combinações de letras, que eram usadas para escrever todas as sílabas das palavras da língua portuguesa. Em seguida, havia uma lista de palavras cada qual começando com uma letra diferente do alfabeto e ilustrada com desenhos. (BUESCO, 1971. In: CAGLIARI, 1998, p. 22) A Cartinha de João de Barros não era um livro para ser usado na escola, uma vez que a escola naquela época não alfabetizava. O livro servia igualmente para adultos e crianças. Para se alfabetizar a pessoa decorava o alfabeto, tendo o nome das letras como guia para sua decifração, decorava as palavras-chaves, para por em prática o princípio acrofônico[1]. A Cartilha do A,B,C seguia o mesmo esquema da Cartinha do João de Barros. O Método Portuguez para o ensino do ler e do escrever (1850) de Antonio Feliciano de Castilho empregava os alfabetos picturais ou icônicos. O Método Castilho (segunda edição). Castilho apresentava também “textos narrativos” para ensinar o uso das letras, fazendo uma lição para cada uma delas e para os dígrafos. A Cartilha Maternal ou arte da leitura de João de Deus. No Brasil depois da grande influencia da Cartilha Maternal (1870) de João de Deus, apareceram inúmeras outras. file:///D:/Documents%20and%20Settings/raquel.hahn.ENSINO/Meus%20documentos/personal/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O/LIVRO%20ALFALET/livro_alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_letramentorev_02062013.docx#_ftn1 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 15/16 CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização sem ba, bé, bi, bó, bu. São Paulo: Scipione, 1998. CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. Petropólis: Vozes, 2005. FARIA, Dóris Santos (org.). Alfabetização: Práticas e Reflexões – Subsídios para o Alfabetizador. Brasília: Editora da Universidade de Brasília. 2003. FERREIRO, Emilia, TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre : Artes Médicas, 1999. FREINET, Célestin. O Método Natural: a aprendizagem da língua. Lisboa: Estampa, 1977. [1] O principio acrofônico foi uma das melhores ideias que apareceram nos sistemas de escrita: além de permitir uma grande simplificação no número de letras, trazia de forma óbvia como se devia proceder para ler e escrever. Uma vez identificada a letra pelo nome, já se tinha um som para ela. Juntando as letras das palavras em sequencia, tinha-se a pronuncia de uma dada palavra – o que, feitos os devidos ajustes, dava o resultado final de sua pronúncia: e, pronunciando o significado vinha automaticamente. (CAGLIARI, 1998, p. 16) [1] O nome “Cartinha” ou “Cartilha” tem haver com “carta” no sentido de esquema, mapa de orientação. file:///D:/Documents%20and%20Settings/raquel.hahn.ENSINO/Meus%20documentos/personal/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O/LIVRO%20ALFALET/livro_alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_letramentorev_02062013.docx#_ftnref1 file:///D:/Documents%20and%20Settings/raquel.hahn.ENSINO/Meus%20documentos/personal/ALFABETIZA%C3%87%C3%83O/LIVRO%20ALFALET/livro_alfabetiza%C3%A7%C3%A3o_e_letramentorev_02062013.docx#_ftnref1 03/04/2019 03. Métodos de Alfabetização file:///C:/Users/COMPUT~1/AppData/Local/Temp/Rar$EX03.254/ALFABETIZACAO_E_LETRAMENTO_901480/aula_3.html 16/16
Compartilhar