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Disciplina Matemática para Administradores Coordenador da Disciplina Prof. João Mário Santos da França 8ª Edição Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. Créditos desta disciplina Realização Autor Prof. João Mário Santos da França Autor (es) Prof. Fabrício Linhares Prof. Ricardo Brito Soares Sumário Aula 01: Introdução à Geometria Analítica ........................................................................................... 01 Tópico 01: Conjuntos Numéricos .......................................................................................................... 01 Tópico 02: O Sistema de Coordenadas Cartesianas ............................................................................... 05 Tópico 03: A Equação da Reta ............................................................................................................... 08 Aula 02: Matrizes e Sistemas de Equações Lineares ............................................................................. 14 Tópico 01: Noção de Matriz ................................................................................................................... 14 Tópico 02: Operações Matriciais e Tipos Especiais de Matrize ............................................................ 16 Tópico 03: Matriz inversa ...................................................................................................................... 23 Aula 03: Álgebra Linear e Sistemas de Equações Lineares .................................................................. 27 Tópico 01: Posto de uma Matriz ............................................................................................................ 27 Tópico 02: Sistema de Equações Lineares ............................................................................................. 29 Tópico 03: Resolução de Sistemas de Equações Lineares Homogêneos ............................................... 33 Aula 04: Funções ....................................................................................................................................... 35 Tópico 01: Funções ................................................................................................................................ 35 Tópico 02: Funções Elementares ........................................................................................................... 39 Aula 05: Derivadas .................................................................................................................................... 43 Tópico 01: Incremento e taxa média de variação ................................................................................... 43 Tópico 02: Definição de derivada .......................................................................................................... 46 Tópico 03: Cálculo de derivadas para funções ....................................................................................... 49 Tópico 04: Derivadas sucessivas e diferencial ....................................................................................... 52 Tópico 05: Funções Marginais ............................................................................................................... 54 Aula 06: Aplicações de Derivadas ........................................................................................................... 57 Tópico 01: Teorema do valor médio ...................................................................................................... 57 Tópico 02: Regra de L’Hôpital .............................................................................................................. 59 Tópico 03: Máximos e mínimos de uma função .................................................................................... 61 Tópico 04: Teste da derivada segunda para extremos relativos ............................................................. 64 TÓPICO 01: CONJUNTOS NUMÉRICOS Nesta unidade você vai recordar e aplicar conceitos sobre conjuntos numéricos e geometria analítica; e identificar a equação da reta. OBSERVAÇÃO Para auxiliar na resolução de exercícios propostos durante o curso, sugerimos que seja instalado um editor de fórmulas matemáticas que possibilita, com facilidade, a inserção das mesmas no Word. Clique aqui (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) para visualização do passo a passo de como instalar esta ferramenta. A história nos mostra que desde muito tempo o homem sempre teve a preocupação em contar objetos e ter registros numéricos. Seja através de pedras, ossos, desenhos, dos dedos ou outra forma qualquer, em que procurava abstrair a natureza por meio de processos de determinação de quantidades. Essa procura pela abstração da natureza foi fundamental para a evolução, não só, mas também, dos conjuntos numéricos. CONJUNTOS Um conjunto é uma coleção de objetos ou entidades bem definidos. Os objetos ou entidades que pertencem a um conjunto são chamados de elementos do conjunto. Um conjunto está determinado por uma lista de seus elementos ou pela especificação de uma regra que determine se um dado objeto ou entidade pertence ou não a ele. Tal regra é denominada uma propriedade característica. Para representar um conjunto, escrevemos os seus elementos ou a sua propriedade característica entre chaves. EXEMPLOS DE CONJUNTOS A = {a, b, c} significa que o conjunto A é formado pelos elementos a, b e c. B = {x: x é um inteiro ímpar} significa que o conjunto B é constituído de todos os inteiros ímpares. C = {l, 2, 3, 4, 5, 6} significa que o conjunto C é formado pelos números 1, 2, 3, 4, 5, 6. D = {y: y é um inteiro} significa que o conjunto D se compõe de todos os números inteiros. OBSERVAÇÕES SOBRE CONJUNTOS A. A notação X ∈ S significa que a entidade ou objeto x é um elemento do conjunto S. A notação X ∉ S significa que x não é um elemento do conjunto S. B. Se todo elemento do conjunto S é também um elemento do conjunto T, dizemos que S é um subconjunto de T (representado pela notação S ⊂ T). MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 01: INTRODUÇÃO À GEOMETRIA ANALÍTICA 1 C. A notação padrão lista os elementos separados por vírgulas entre chaves (o uso de "parênteses" ou "colchetes" é incomum) como os seguintes exemplos: W = {1, 2, 3} H = {1, 2, 2, 1, 3, 2} P = {x: x é um número inteiro tal que 0 < x < 4} Os três exemplos acima são maneiras diferentes de representar o mesmo conjunto. CONJUNTOS NUMÉRICOS CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS Como decorrência da necessidade de contar objetos surgiram os números naturais que é simbolizado pela letra N e é formado pelos números 1, 2, 3, …, ou seja: N = {1; 2; 3; …} CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS Chama-se o conjunto dos números inteiros, representado pela letra Z, o seguinte conjunto: Z = {…, -3; -2; -1; 0; 1; 2; 3; …} CONJUNTO DOS NÚMEROS RACIONAIS O conjunto dos números racionais, simbolizado pela letra Q, é o conjunto dos números que podem ser escritos na forma de uma fração P/Q, com P e Q inteiros quaisquer e Q diferente de zero: Como todo número inteiro pode ser escrito na forma P/1, então Z é um subconjunto de Q. CONJUNTO DOS NÚMEROS IRRACIONAIS Como o próprio nome sugere um número irracional é todo número não racional, isto é, todo número que não pode ser escrito na forma de uma fração P/Q, onde P e Q são inteiros e Q diferente de zero. São exemplos de números irracionais √2 , 31/3, Π = 3,14159 e = 2,718282, ou seja, nenhum deles pertence a Q. 2 OLHANDO DE PERTO A título de ilustração vamos demonstrar, pela teoria do absurdo, que √2 não pertence a Q. Suponhamosque raiz quadrada de 2 é racional e admitamos que possa ser escrita como uma fração irredutível A/B, B diferente de zero: Da expressão acima concluímos que a ao quadrado é par e que, portanto, a é par. Logo A=2M , com M inteiro. Substituindo o valor de A na expressão anterior vem que: (2M)2 = 2B2 ⇒ 4M2 = 2B2 ⇒ B2 = 2M2 Da mesma forma obtemos que B também é par, o que é um absurdo pois A/B é irredutível, ou seja, A e B são primos entre si, e portanto têm como divisor comum apenas o número 1. CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS O conjunto dos números reais, simbolizado pela letra R, é o formado por todos os números racionais e por todos os números irracionais: R = {x | x é racional ou x é irracional} Desse modo todos os conjuntos numéricos (N, Z e Q), bem como o conjunto dos números irracionais são subconjuntos de R. É importante observar que sempre que falarmos em número, sem qualquer qualificação, entenderemos tratar-se de um número real. CONJUNTO DOS NÚMEROS COMPLEXOS O conjunto dos números complexos, simbolizado pela letra C, foi criado para dar sentido às raízes de índice par de números negativos, com a definição da unidade imaginária I igual a raiz quadrada de -1, e são constituídos de elementos na forma A + BI, onde A e B são reais. Desse fato temos que R está contido em C. LEITURA COMPLEMENTAR Como a matemática elementar envolve números reais, devemos estar familiarizados com algumas propriedades fundamentais do sistema de números reais. Para conhecer mais sobre propriedades dos números reais, leia as páginas 18-19 do arquivo "LIVRO_TEXTO_MATEMATICA.PDF". 3 Vá à seção Material de Apoio do ambiente SOLAR e baixe o arquivo ou clique aqui (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 4 TÓPICO 02: O SISTEMA DE COORDENADAS CARTESIANAS GEOMETRIA ANALÍTICA, também chamada GEOMETRIA DE COORDENADAS, é o estudo da geometria através dos princípios da álgebra. Em geral, é usado o sistema de coordenadas cartesianas para manipular equações para planos, retas, curvas e círculos, geralmente em duas dimensões, também em três ou mais dimensões. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria_anal%C3%ADtica. O sistema de coordenadas cartesianas é constituído de duas retas perpendiculares ao plano (plano cartesiano). Uma é escolhida como sendo horizontal e a outra como vertical. Essas retas interceptam num ponto 0, chamado de origem. A reta horizontal é chamada eixo x, e a reta vertical é chamada eixo y. Uma escala numérica é colocada ao longo dos eixos x e y. Um ponto no plano cartesiano pode ser representado de modo único no sistema de coordenadas por um par ordenado (x, y), onde x é o primeiro número e y é o segundo. O primeiro número é representado no eixo x e o segundo no eixo y. No par ordenado (x, y), o x é chamado de abscissa ou coordenada x, o y é chamado de ordenada ou coordenada de y, x e y conjuntamente são chamados de coordenadas do ponto P. Veja os pontos P 1 (x1, y1) e P2(x2, y2) no gráfico ao lado. Caso não visualize as animações abaixo, clique aqui [1] para realizar a instalação do plugin Flash Player. Quando a página for carregada clique em "Instale agora". De forma resumida, podemos afirmar que, no plano cartesiano, cada ponto é representado por um único par ordenado (x, y), x e y números reais. A recíproca também é verdadeira, ou seja, cada par ordenado (x, y) MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 01: INTRODUÇÃO À GEOMETRIA ANALÍTICA 5 representa um único ponto no plano cartesiano. Por fim, o plano cartesiano é obtido associando-se a cada um dos eixos o conjunto dos números reais. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS DISTÂNCIA é o espaço entre dois corpos. Segundo a geometria, é o comprimento do segmento de reta que liga dois pontos. Definido um sistema de eixos coordenados, cada ponto do plano está associado a um par ordenado. Dados dois pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2). Então, a distância entre esses dois pontos pode ser calculada mediante o uso da seguinte fórmula: A distância d entre dois pontos P1(x1, y1) e P2(x2, y2) no plano é dada por Observação Para calculo da distância entre dois pontos, temos por referencial um triângulo retângulo. O valor da distância entre os pontos é igual ao comprimento da hipotenusa. Sendo d a hipotenusa e b e c os catetos, temos pelo teorema de Pitágoras, d2 = b2 + c2. Exemplo: À distância (d) entre os pontos (-2, -1) e (3, 2) é 6 EXERCITANDO Represente graficamente no plano os pares ordenados (-3,4) e (2,-5) e encontre a distância entre eles FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.adobe.com/shockwave/download/download.cgi? P1_Prod_Version=ShockwaveFlash&promoid=BIOW 2. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 7 TÓPICO 03: A EQUAÇÃO DA RETA O sistema de coordenadas no plano pode ser usado para representar qualquer figura geométrica que corresponda a uma equação em duas variáveis (por exemplo, uma equação em x e y). A figura geométrica correspondente de uma equação é constituída de todos os pontos e somente daqueles pontos cujas coordenadas satisfazem a equação; em particular, para cada reta do plano coordenado existe única equação correspondente em duas variáveis e vice-versa. Uma equação da foram Ax+By+C=0, onde A, B e C são constantes e pelo menos um dos dois, A ou B, é não nulo, diz-se linear em x e y e tal equação tem uma reta como sua representação geométrica. As coordenadas x e y de cada ponto (x, y) sobre uma dada reta satisfazem a equação correspondente da reta. Reciprocamente, a reta que passa por todos os pontos e somente por aqueles pontos cujas coordenadas satisfazem a equação é chamada de gráfico ou lugar geométrico da equação. No entanto, como há uma infinidade de pontos sobre cada reta ou curva dada, é claramente inviável estabelecer a correspondência entre equações e suas representações geométricas ponto a ponto. É objetivo da geometria analítica desenvolver métodos para, usando o menor número de pontos, estabelecer esta correspondência. Em geral, quanto mais simples a equação (e assim o seu gráfico correspondente) menos pontos são necessários para se estabelecer uma correspondência significativa. DECLIVIDADE DE UMA RETA A declividade de uma reta é a tangente do seu ângulo de inclinação usualmente denotada por m. A tangente é uma das seis funções trigonométricas de um ângulo, que são definidas em termos de um triângulo retângulo, formado pelo ângulo e, por uma perpendicular a um dos lados adjacentes. Suponha que 0° < θ < 180° e considere uma reta que tem ângulo de inclinação θ e interpreta o eixo X em P1. De qualquer outro ponto da reta, por exemplo, P2, baixe uma perpendicular que corta o eixo X. Agora, a tangente de θ, detonada por tan θ ou tg θ, é definida por tan θ = (y2-y1)/ (X2-X1). De modo geral, se (X1, y1) e (y2, X1) são dois pontos distintos sobre uma reta, então a declividade da reta é m = tg θ = A direção de uma reta é determinada por sua declividade, que é definida em termos do ângulo entre a reta e o eixo x. Quando uma reta intercepta o eixo x, o seu ângulo de inclinação é o ângulo , mostrado na figura, medido no sentido anti-horário, desde o sentido positivo do eixo x até a reta, estando assim sempre entre 0° e 180°. Se uma reta é paralela ao eixo x, o seu ângulo de inclinação é definido como sendo 0°. MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 01: INTRODUÇÃO À GEOMETRIA ANALÍTICA 8 *Caso não visualize as animações abaixo, clique aqui [1] para realizar a instalação do plugin Flash Player. Quando a página for carregada clique em "Instale agora". EQUAÇÃO DA RETA Uma reta, a mais simples das curvas, pode ser determinada unicamente por qualquer dos seguintes dados: dois pontos que estão sobre a reta ou a declividade da reta e um ponto que está sobre a reta. Há diversasfórmulas para se obter a equação da reta; as condições que são dadas para se obter a reta determinam que fórmula seja a mais conveniente para um problema particular. A forma "dois pontos" determina uma reta por dois pontos que estão sobre ela; a forma "ponto-declividade" determina uma reta, quando é dado um ponto que está sobre ela e a sua declividade. Estas fórmulas são todas equivalentes à equação geral da reta, Ax+By+C=0, e são, em geral, facilmente transformadas uma na outra. EQUAÇÃO DA RETA NA FORMA DOIS-PONTOS Uma das propriedades fundamentais da reta é a sua declividade constante; a declividade pode ser determinada usando-se dois pontos distintos quaisquer da reta. Estes dois fatos podem ser usados para se desenvolver uma fórmula que dê a equação de uma reta não vertical, quando as coordenadas de dois pontos da reta são conhecidas. Se (x1, y1) e (x2,y2) são dois pontos distintos de uma reta não vertical, então a declividade da reta é dada por: Se (x, y) é qualquer outro ponto da reta (isto é, um ponto genérico), então pode ser usado, juntamente com o ponto (x1, y1) para determinar a declividade da reta 9 e, como a declividade é constante, ou , onde , e EXEMPLO EXEMPLO Determine a equação da reta que passa pelos pontos (-1,-2) e (3,3). Representação Gráfica EQUAÇÃO DA RETA NA FORMA PONTO-DECLIVIDADE Considere uma reta com declividade (inclinação) m e que passa pelo ponto P0(x0,y0). Seja (x, y) qualquer ponto da reta (Figura abaixo). Como a declividade de uma reta não-vertical é , a equação da reta pode ser escrita: ou A equação acima, denominada na forma ponto-declividade da reta, é em geral, a mais conveniente para se encontrar a equação da reta, quando são dados um dos pontos da reta e a sua declividade. EXEMPLO EXEMPLO Determine a equação da reta com declividade (5/4) que passa pelo ponto (3,3). 10 EXERCITANDO Investigue os seguintes resultados. Sejam m1 e m2 declividade de duas retas, então: (a) As retas são paralelas quando m 1 = m2 . (b) As retas são perpendiculares quando m1 x m2 = -1. DISTÂNCIA DE UM PONTO A UMA RETA Dada à reta y = mx + b e o ponto P0(x0, y0) que não passa pela reta. Precisamos encontrar a distância do ponto P0(x0, y0) à reta y = mx+ b. Veja a figura ao lado. Distância do ponto P0(x0, y0) até a reta L, é dada por: EXEMPLO EXEMPLO Calcular a distância do ponto (4,3) à reta y=1+2x. 11 INTERSEÇÃO ENTRE DUAS RETAS Sejam L1: y = b1 + m1x e L2: y = b2 + m2x duas retas com m1 ≠ m2. Vamos supor que estas retas interceptam-se no ponto P. Para encontrar as coordenadas do ponto P, simplesmente precisamos encontrar x e y no seguinte sistema de equações: EXEMPLO EXEMPLO Encontrar o ponto de interseção entre as retas y=1+2x e y=5-2x. Queremos encontrar um ponto (x0, y0) que seja comum as duas retas. No ponto (x0, y0) temos y0=1+2x0 e y0=5-2x0. Então, resolvendo para x0, 12 y0 = y0 ⇒ 2x0 + 1 = - 2x0 + 5 ⇒ 40 = 4 ⇒ x0 = 1 Utilizando esse resultado em qualquer uma das equações encontraremos y0, y0 = -2(1) + 5 = 3 ou y0 = 2(1) + 5 = 3 O ponto de interseção é (1,3) ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolva os exercícios propostos 2 no arquivo "exercicio_aula01_top03_equacao_da_reta.doc" e publique seu documento através do seu portfólio TÓPICO 3 no ambiente SOLAR. Vá à seção Material de Apoio do ambiente SOLAR e baixe o arquivo "exercicio_aula01_top03_equacao_da_reta.doc" (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). FÓRUM Participe do fórum “AULA 01 - A EQUAÇÃO DA RETA” para esclarecer suas dúvidas em relação a esse tópico e discuta com seus colegas possíveis soluções para os exercícios propostos. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.adobe.com/shockwave/download/download.cgi? P1_Prod_Version=ShockwaveFlash&promoid=BIOW 2. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 13 TÓPICO 01: NOÇÃO DE MATRIZ 1.1 DEFINIÇÃO DE VETORES Vetores = “Coleções” de números reais (escalares) Vetor coluna n x 1: Vetor linha 1 x n: Convenciona-se que os vetores são colunas. Daí o sinal de transposição no vetor linha acima. As duas operações elementares são: SOMA E MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR ◾ OPERAÇÃO SOMA: ◾ OPERAÇÃO MULTIPLICAÇÃO POR ESCALAR: A adição vetorial e a multiplicação por escalares devem satisfazer às seguintes regras: 1. X + Y + X 2. X + (Y + Z) = (X + Y) + Z 3. X + 0 = X ∀X 4. X + (-X) = 0 5. 1X = X 6.(C1C2)X = C1(C2X) 7.C(X + Y) = CX + CY 8. (C1 + C2)X = C1X + C2X MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 02: MATRIZES E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 14 1.2. MATRIZES: DEFINIÇÃO Se vetores são “coleções” de escalares, matrizes podem ser entendidas como coleções de vetores. A matriz 3 x 2: É o “empilhamento” de três vetores linha: ou o agrupamento de dois vetores coluna: FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 15 TÓPICO 02: OPERAÇÕES MATRICIAIS E TIPOS ESPECIAIS DE MATRIZE Se matrizes são coleções de vetores, as operações válidas para estes valem também para aquelas: LEITURA COMPLEMENTAR Caro cursista, Para você saber mais sobre propriedades da adição, leia a pág. 81 da apostila. Da mesma forma, para aprofundar as informações sobre multiplicação de uma matriz por um escalar, veja a pág. 82. PRODUTO DE MATRIZES É o produto interno de todos os vetores linha de uma por todos os vetores coluna da outra. Como só se podem calcular produtos internos entre dois vetores de mesma dimensão, segue que o número de colunas da matriz "à esquerda" deve ser igual ao número de linhas da matriz "à direita". MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 02: MATRIZES E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 16 Note que não é possível calcular B.A para essas matrizes, pois nesse caso a dimensão dos vetores linha de B (3) é diferente da dimensão dos vetores coluna de A (2). Propriedades da multiplicação de matrizes: 1. Não comutativa: em geral, AB ≠ BA, mesmo que ambos os produtos existam. 2. AX = B, onde X e B são ambos os vetores coluna. 3. XA = C, onde X e C são ambos vetores linha. 4. Associativa: (AB)C = A (BC). 5. Distributiva: A (B + C) = AB + AC. 6. XX' = X, X é um vetor n x 1 e X uma matriz n x n. TRANSPOSIÇÃO DE MATRIZES Propriedades da transposição: 1. (A')' = A 17 2. (A + B)' = A' + B' 3. (AB)' = B'A' 4. (A1A2...AN-1AN)' = AN'AN-1'...A2'A1' 5. O transposto de um escalar é o próprio escalar. 6. (cA)' = A'c' = A'c = cA' TIPOS ESPECIAIS DE MATRIZES MATRIZ LINHA: número de linhas igual a um Exemplo Por exemplo A = [2 3 4 9]1x4 MATRIZ COLUNA: número de colunas igual a um Exemplo Por exemplo MATRIZ QUADRADA: números de linhas e colunas iguais. Exemplo Por exemplo , B é uma matriz quadrada de ordem 3. MATRIZ DIAGONAL: matriz quadrada com ao menos um elemento não nulo na diagonal entre o elemento superior esquerdo e o inferior direito, e todos os elementos fora dessa diagonal iguais a zero. Exemplo Por exemplo MATRIZ TRIANGULAR: matriz cujos elementos abaixo ou acima da diagonal são todos nulos. 18 TRIANGULAR SUPERIOR : É o triângulo da matriz quadrada onde aij = 0 para todo i > 0. Exemplo Por exemplo TRIANGULAR INFERIOR : É o triângulo da matriz quadrada onde aij = 0 para todo i < j. Exemplo Por exemplo MATRIZ IDENTIDADE (ou unidade): matriz diagonal cujos elementos na diagonal são todos iguais a um. Exemplo Por exemplo MATRIZ SIMÉTRICA: uma matriz quadrada que não muda se transposta. Os elementos acima da diagonal "espelham" os elementos abaixo dela. Exemplo Por exemplo MATRIZ NULA: todos os elementos são iguais a zero. Exemplo Por exemplo 19 MATRIZES PARTICIONADAS Vimos que matrizes podem ser encaradas como coleções de vetores. Podemos ir um passo além e encará-las também como coleções de MATRIZES. As regras de adição e multiplicação de matrizes aplicam-se diretamente às matrizes particionadas, se as submatrizestiverem as dimensões corretas. O número de colunas de A é igual ao número de linhas de B e o mesmo particionamento é aplicado às duas: MATRIZ AUMENTADA Sejam A e B duas matrizes com mesmo número de linhas, ou seja, A matriz aumentada é a matriz [ A : B ] obtida colocando lado a lado as matrizes A e B, de modo a se constituírem numa matriz de ordem m x (n + k). Então A matriz aumentada, geralmente, é utilizada no cálculo da inversa de uma matriz, na resolução de sistema de equações lineares, etc DETERMINANTES Dúvida 20 Como calcular o determinante de uma matriz A? onde aij é o elemento da matriz A na interseção da i-ésima linha com a j-ésima coluna. ◾ O somatório indica a soma de todos os produtos possíveis dos elementos de A, tomados n a n, com o primeiro índice na ordem natural e o segundo na permutação. ◾ O sinal de um termo da soma vem do número de permutações dos segundos índices. Se o número é par, o sinal é positivo; se ímpar, o sinal é negativo. EXEMPLOS: ◾ Determinante de uma matriz 2 x 2: O primeiro termo do somatório, a11a22 , tem sinal positivo porque o número de inversões na ordem dos segundos índices é zero, portanto, par. O segundo termo do somatório, a12a21 , tem sinal negativo, porque o número de inversões na ordem dos segundos índices é 1, portanto, ímpar. ◾ Determinante de uma matriz 3 x 3: O segundo termo do somatório, a12a23a31 , tem sinal positivo, porque o número de inversões na ordem dos segundos índices é 2, portanto, par. O quarto termo do somatório, a11a23a32 , tem sinal negativo, porque o número de inversões na ordem dos segundos índices é 1, portanto, ímpar. Seja então, LEITURA COMPLEMENTAR Para aprofundar seus conhecimentos sobre a temática que estamos estudando, leia propriedades dos determinantes nas págs. 79 e 80 do arquivo "LIVRO_TEXTO_MATEMATICA.PDF". (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) 21 ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolva os exercícios propostos 1 do arquivo "EXERCICIOS_AULA02_TOP02_MATRIZES.DOC" (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) e envie as respostas através do seu portfólio no SOLAR. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 22 TÓPICO 03: MATRIZ INVERSA Seja A uma matriz m x n qualquer. Chamamos a matriz C n x m de “inversa à esquerda de A” se existe uma C tal que: CA = INXN Similarmente, chamamos a matriz D n x m de “inversa à direita de A” se existir uma D tal que: AD = IMXM É fácil mostrar que, se A é uma matriz quadrada n x n, então sua inversa à esquerda é igual à sua inversa à direita, e ambas são matrizes quadradas: CA = INXN ⇒ (CA)D = INXND ⇒ (CA)D = INXND ⇒ C(AD) = D ⇒ C = D AD = INXN Neste caso, a matriz A tem uma, e no máximo uma, matriz inversa, a qual indicaremos por A-1. Se a matriz não possui inversa, ela é dita singular. OBSERVAÇÃO Esse é o caso que vai nos preocupar de agora em diante: a existência ou inexistência de uma matriz inversa única de A. Há uma relação direta entre a inversa de uma matriz e a solução de sistemas lineares: Ax = b ⇒ x = A-1b se a inversa existe. PROPRIEDADES DA MATRIZ INVERSA A seguir apresentamos algumas propriedades da matriz inversa. (i) Se A e B são inversíveis, então (AB) = B -1 A-1. (ii) Se A é inversível, então (A-1)-1 = A. (iii) Se A não é singular, então A-1 também não é singular. (iv) Se A não é inversível, então (A1)-1 = (A-1)1. (v) Se A é inversível, então A.A-1=In2, onde n é a ordem da matriz e vice-versa. DÚVIDA Como obter a inversa de uma matriz quadrada A? Exemplo 1: Calcular a inversa da matriz MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 02: MATRIZES E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 23 SOLUÇÃO RESOLUÇÃO: Temos existe a inversa de A. Sabemos que Seja Então ou MANEIRA 2: MÉTODO DE JORDAN O médoto para calcular a inversa da matriz A, usando as operações elementares é o seguinte: 1º PASSO: Calcular det(A). Se det(A) ≠ 0, então existe a inversa da matriz, se det(A) = 0 , então não existe a inversa. Caso exista a inversa, seguir o próximo passo. 2º PASSO: Escrever a matriz aumentada n x 2n na forma [A ⋮ In], onde A é a matriz, se det(A) = 0, então não existe a inversa. Caso exista a inversa, seguir o próximo passo. 3º PASSO Transforma a matriz A, escrita no segundo passo, em matriz identidade, usando as operações elementares nas linhas, e aplicando as mesmas operações em In, dadas no segundo passo, nas linhas correspondentes. Assim obtemos [In ⋮ A-1]. OBSERVAÇÃO: A mesma seguência de operações que leva a matriz A à sua identidade faz com que a identidade chegue à inversa, ou seja, formando a matriz aumentada [A ⋮ In], e aplicando as operações elementares chegamos a [In ⋮ A-1], isto é, 24 [ A ⋮ In ] ~ ~ ~ ... ~ [In ⋮ A-1] SOLUÇÃO MANEIRA 3: UTILIZANDO A MATRIZ ADJUNTA - Calcule det(A) , como mostrado anteriormente, Cosntrua a matriz adjunta de A: onde Cij são os "cofatores" de A: CIJ = (-1)I+J MIJ onde agora Mij são os "menores" de A. Mij é o determinante da matriz (n - 1)x(n - 1) formada quando se apaga a i-ésima linha e a j-ésima coluna de A. Clique aqui para ver o exemplo 3 (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) LEITURA COMPLEMENTAR Caso deseje conhecer mais sobre o assunto, veja o exemplo resolvido 2.6 e 2.7 das páginas 96, 97, 98 e 99 do arquivo "LIVRO_TEXTO_MATEMATICA.PDF" (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 25 Encontre as inversas das matrizes pela maneira 3 e envie as respostas através do seu portfólio no SOLAR. FÓRUM Vá ao Fórum “AULA 02 - MATRIZ INVERSA” para esclarecer suas dúvidas em relação a esse tópico e discutir com os colegas possíveis soluções para os exercícios propostos. REFERÊNCIAS CHIANG, Alpha C. MATEMÁTICA PARA ECONOMISTAS. São Paulo: Mc Graw – Hill do Brasil/ Ed Da Universidade de São Paulo ,1982. GUERRA, Fernando; TANEJA, Inder J. Florianópolis, SEAD/UFSC, 2006. (Livro Texto do Curso de Graduação em Administração a Distância). HADLEY, G. ÁLGEBRA LINEAR. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1979. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 26 TÓPICO 01: POSTO DE UMA MATRIZ Seja A uma matriz de ordem mxn. Define-se como posto da matriz A, P (A), como sendo a mais alta ordem de determinante diferente de zero que pode ser calculado a partir das submatrizes de A. Através do posto da matriz podemos identificar se uma matriz quadrada é singular ou não singular, isto é, se A é uma matriz quadrada de ordem n, então: (i) A é singular, se e somente se, P(A) < n (ii) A é não singular, se e somente se, P(A)= n A seguir veja os exemplos propostos: EXEMPLO 1 Seja a matriz A abaixo: Como o determinante de A (|A|) = 2 (verifique). Logo P (A) = 3. EXEMPLO 2 Seja a matriz A abaixo: Como |A| = 0 (verifique), P(A) não pode ser 3. Se existir alguma submatriz de A de ordem 2x2 com determinante diferente de zero, então P(A) Será igual a 2. De fato a submatriz Possui determinante igual a 14 (verifique). Logo P(A) = 2 EXEMPLO 3 Seja a matriz A abaixo: MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 03: ÁLGEBRA LINEAR E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 27 Como o determinante da submatriz É igual a 4≠0 P(A) = 2 EXEMPLO 4 Seja a matriz A abaixo: Como qualquer submatriz de ordem 2x2 construída a partir de A terá determinante igual a zero (verifique) se existe pelo menos um número na matriz diferente de zero, P(A)=1. EXEMPLO 5 Seja a matriz A abaixo: O posto de uma matriz nula é zero (este é o único caso de posto nulo). ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Calcule o Posto das seguintes matrizes e envie as respostas através do seu portfólio no SOLAR. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 28 TÓPICO 02:SISTEMA DE EQUAÇÕES LINEARES Considere o sistema linear de m equações e n incógnitas: O sistema S pode ser representado pela equação matricial AX=B, onde: Sendo A, a matriz coeficientes, X a matriz das incógnitas e B, a matriz dos termos independentes. 2.1. EXISTÊNCIA DA SOLUÇÃO O conceito de posto de uma matriz é muito importante para a resolução de sistemas de equações lineares. (i) Se P(A) = P(A: B) = n, onde n é o nº de variáveis, então o sistema será possível (compatível) e determinado, isto é, o sistema terá uma única solução. (ii) Se P(A) = P(A: B) < n, então, o sistema será possível (compatível) e indeterminado, isto é, o sistema terá infinitas soluções. (iii) Se P(A) P(A: B) o sistema será impossível (incompatível), isto é, o sistema não terá solução. 2.2. RESOLUÇÃO DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 2.2.1. Utilizando o conceito de Posto de uma Matriz e a Regra de Cramer EXEMPLO 1 Pode-se mostrar que o determinante de A (matriz dos coeficientes) é igual a zero, mas existe pelo menos uma matriz de ordem dois cujo determinante é diferente de zero. Já A: B (matriz ampliada) pode formar determinante diferente de zero quando se forma uma matriz 3x3 desconsiderando-se a segunda ou terceira coluna da matriz A. Logo, teremos que P(A) = 2 P(A: B) = 3. Portanto, o sistema não tem solução. EXEMPLO 2 EXEMPLO : Resolvar o sistema abaixo x + 2y + z + t = 0 x + 3y - z + 2t = 0 Pode-se mostrar que da matriz A, pode-se tomar pelo menos uma submatriz quadrada de ordem dois cujo determinante é diferente de zero. MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 03: ÁLGEBRA LINEAR E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 29 Então P(A) = P(A: B) = 2. Mas o número de variáveis (n) é igual a quatro. Logo, teremos que P(A) = P(A: B) = 2 < n = 4, ou seja, o sistema será indeterminado (terá infinitas soluções). A resolução dos sistemas determinados (P(A) = P(A : B) = n) e, portanto, podemos aplicar a Regra de Cramer. Esta regra consiste em determinar o valor das variáveis do sistema através de uma razão de determinantes. Como denominador teremos o determinante da matriz dos coeficientes (A) e no numerador teremos o determinante da matriz A modificada. Esta matriz modificada nada mais é que a matriz A com uma de suas colunas substituídas pela matriz B. A coluna apropriada deverá ser substituída de acordo com a variável que se quer calcular. Assim, para se calcular a primeira variável do sistema, deve- se substituir a primeira coluna da matriz A e assim sucessivamente. EXEMPLO 3 EXEMPLO : 2x - 3y + 7z = 1 x + 3z = 5 2y - z = 0 |A| = -1 ≠ 0 ⇒ P(A) = P(A:B) = n ⇒ o sistema determinado (tem solução única) e portanto podemos aplicar a Regra de Cramer. A seguir, apresentaremos duas outras formas diferentes de resolver um sistema de equações lineares. Uma se dá com a utilização de matriz escalonada, que é conhecido como processo de eliminação de Gauss- Jordan, e a segunda forma se dá com o uso de matriz inversa. PROCESSO DE ELIMINAÇÃO DE GAUSS-JORDAN Podemos resolver um sistema de equações lineares aplicando as operações elementares dadas anteriormente, pois sabemos que aplicando operações elementares sobre uma matriz obtemos sempre uma matriz equivalente. Nesse caso, as operações elementares transformam o sistema 30 original em um sistema equivalente. Esse processo é conhecido como processo de eliminação de Gauss-Jordan. Seja AX = B o sistema dado. Para resolver esse sistema devemos seguir os seguintes passos: 1º Passo: Formar a matriz aumentada [A ⋮ B ] 2º Passo: Levar a matriz aumentada [A ⋮ B ]à forma escalonada, usando operações elementares sobre as linhas EXEMPLO 4 (Exemplo 2.9 do livro texto págs. 107 e 108) - Resolver o sistema abaixo: Aplicando as operações elementares, L2 → L2 + 2L1; L3 →L3 + (-3)L1 ; L2 → (-1) → L2; L3 )-(1/19)L3 L1 → L2 + 2 L2 ; L2 → + (-3)L3 ; L1 → L1 + (-4)L3, obtemos Isto implica que P(A)= P(A : B) = n = 3 Logo, o sistema é consistente e determinado. E sua solução é: LEITURA COMPLEMENTAR Para que você saiba mais sobre este assunto que tal ver exemplos 2.10 e 2.11 do livro arquivo “LIVRO_TEXTO_MATEMATICA.PDF” (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), (págs 108, 109 e 110). USANDO A MATRIZ INVERSA Dado um sistema de equações lineares na forma matricial AX = B. Se a matriz A é quadrada e possui inversa, então, X = A-1 . B. EXEMPLO 5 31 Exemplo: (Exemplo 2.12 do livro texto págs. 110 e 111) Resolver o sistema abaixo: Calculamos a inversa da matriz A, Aplicando as operações elementares: L2 → L2 + (-2)L1 ; L3 → L3 + 5 L1 ; L2 → (-1)L2; L3 → L3 + (-12)L2 ; L1 → L1 + (-2) L2 ; L3 → -(1/63)L1; L2 → L2 + (-6)L3 ; L1 → L1 + 10L3; Obtermos Logo, Temos: LEITURA COMPLEMENTAR Para que você possa aprofundar ainda mais os seus estudos, recomendamos que veja o exemplo 2.13 do arquivo “LIVRO_TEXTO_MATEMATICA.PDF” (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.), nas páginas 110 e 111. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 32 TÓPICO 03: RESOLUÇÃO DE SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES HOMOGÊNEOS Um sistema linear na forma AX = 0 é dito um sistema homogêneo. A solução x1= x2 = ... = xn = 0 é chamada de solução trivial. Uma solução x1,x2,....,xn, de um sistema homogêneo em que nem todos os x1 são nulos, é chamado de não trivial. EXEMPLO Resolver o sistema abaixo: Note que a imagem |A| = -15 ⇒ P(A) = P(A : B) = n = 3 Portanto, podemos aplicar a Regra de Cramer: LEITURA COMPLEMENTAR Consulte o livro texto e veja outra maneira de resolver esse problema. Para aprofundar-se neste tema veja os exemplos 2.14 e 2.15 nas páginas 113 e 114 do arquivo “LIVRO_TEXTO_MATEMATICA.PDF” (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Classifique e resolva os sistemas abaixo; em seguida envie as respostas através de seu portfólio no ambiente SOLAR. FÓRUM Vá ao Fórum “Resolução de Sistemas de Equações Lineares” para esclarecer suas dúvidas em relação a esse tópico e discutir com os colegas possíveis soluções para os exercícios propostos. MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 03: ÁLGEBRA LINEAR E SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES 33 REFERÊNCIAS CHIANG, Alpha C. Matemática para Economistas. São Paulo: Mc Graw – Hill do Brasil/ Ed Da Universidade de São Paulo, 1982. GUERRA, Fernando; TANEJA, Inder J. Florianópolis, SEAD/UFSC, 2006. (Livro Texto do Curso de Graduação em Administração a Distância). HADLEY, G. Álgebra Linear. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1979. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 34 TÓPICO 01: FUNÇÕES Um dos conceitos mais importantes da Matemática é o conceito de função. Em muitas situações práticas, o valor de uma quantidade pode depender do valor de uma segunda. A procura de carne pelo consumidor, por exemplo, pode depender do seu preço atual no mercado. A quantidade de ar poluído, numa área metropolitana, depende do número de veículos na rua. O valor de uma garrafa de vinho pode depender da safra. Essas relações são matematicamente representadas por funções. Sejam A e B dois conjuntos. Uma função é uma relação em que a cada elemento de A, se associa um único elemento de B, e é indicada por f : A → B. X – variável independente – DOMÍNIO Y – variável dependente – IMAGEM EXEMPLO Empregando a linguagem das funções: ◾ O conjunto A é o domínio da função. ◾ O conjunto B é o contradomínio da função. ◾ O elemento y de B, associado ao elemento x de A, é denominado imagem de x. ◾ O subconjunto de B formado pelos elementos que são imagens dos elementos de A é denominado conjunto imagem ou apenas imagem da função. EXEMPLO 1 EXEMPLO 1A PERGUNTA: EXISTE FUNÇÃO NESSE ITEM? EXEMPLO 2B MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 04: FUNÇÕES 35 PERGUNTA: EXISTE FUNÇÃO NESSE ITEM? EXEMPLO 3CPERGUNTA: EXISTE FUNÇÃO NESSE ITEM? A relação entre os conjuntos A e B é dada através de uma regra de associação expressa na forma y = f (x). Essa regra diz que o elemento x ∈ A, chamado de variável independente, está relacionado de modo único ao elemento y = f (x) ∈ B, chamado de variável dependente. O conjunto A é chamado de domínio e indicamos A = Dom( f ) e o conjunto B , de contradomínio. O conjunto imagem, indicado como Im( f ) é o conjunto dos elementos de B aos quais foram associados elementos de A isto é: Im( f ) = {y ∈ B | y = f (x) para algum x ∈ A}. O número y ∈ B, y = f (x) recebe o nome de valor da função f no ponto x. EXEMPLO 2 A função indicada por f: [0,10] → R tal que, y = f (x) = x 2 + 1, é a relação cujo domínio é [0,10] e contradomínio é o conjunto R dos números reais. A regra que associa a todo ponto x ∈ [0,10] um único número real f (x) = x 2 + 1. O conjunto imagem é o conjunto dos números reais não negativos. Deste modo: f (0) = 02 + 1 = 1, f (1) = 12+ 1 = 2 , f (6) = 62+ 1 = 37 , f (10) = 102 1 = 101. EXEMPLO 3 As funções f: R → R, f (x) = x 2 , e g: (-1, 1) → R, g(x) = x 2 , têm domínios Dom( f ) = R e Dom(g) = (-1, 1) . Essas funções são distintas, pois têm domínios diferentes, apesar de terem a mesma regra de 36 1ª DEFINIÇÃO Soma das funções A função s definida em A, tal que s(x) = f (x) + g(x) recebe o nome de função SOMA de f e g. Exemplo Se f (x) = x3 e g(x) = 3x2 + 2, com x ∈ R, então a função s definida em R, tal que s(x) = x3 + 3x2 + 2 é a soma de f e g. 2ª DEFINIÇÃO Produto de funções A função p definida em A, tal que p(x) = f(x). g(x) recebe o nome de função produto de f e g. Exemplo Se f (x) = x3 e g(x) = 3x2+ 2, com x ∈ R, então a função p definida em R, tal que p(x) = x3. (3x2 + 2) = 3x5 + 2x3 é o produto de f e g. 3ª DEFINIÇÃO Divisão de funções Se g(x) ≠ 0 para todo x ∈ A, a função q definida em A, tal que é o quociente de f e g. Exemplo Sejam (x)=x4 e g(x)= 4 + 2, com X ∈R. A função q definida em R, tal que q (x)= é o quociente das funções f e g associação e o mesmo contradomínio. Os conjuntos imagem de ambas são também distintos: Im( f ) = [0, +∞) e Im(g) = [0, 1) . Costuma-se chamar x de variável independente, porque ela é livre para assumir qualquer valor do domínio e chamar y de variável dependente, porque o seu valor depende da escolha de x. Quando o domínio e o contradomínio de uma função estão contidos no conjunto dos números reais, a função é chamada de uma função real de variável real. OPERAÇÕES COM FUNÇÕES Sejam f e g duas funções definidas num mesmo conjunto A. Podemos definir como: GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO O gráfico de uma função f: A ∈ B , dada como y = f (x), é o conjunto dos pontos do plano, cujas coordenadas no sistema cartesiano retangular são 37 dadas por (x, f (x)), onde x ∈A. Para isto, construímos um quadro (x, f (x)), atribuindo a x valores convenientes. Vejamos alguns exemplos de gráficos: PROBLEMA Representar graficamente a função y = f (x) = 3 - x , x ∈ [0,3] RESOLUÇÃO Temos o seguinte quadro: ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolva as Questões 1,2 e 3 contidas no arquivo “Livro_texto_Matematica.pdf (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)”, página 131 e envie as respostas através do seu PORTFÓLIO no SOLAR. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 38 TÓPICO 02: FUNÇÕES ELEMENTARES GRÁFICO O gráfico da função do 1º grau é representado por uma reta não paralela ao eixo x nem ao eixo y, onde a é o coeficiente angular e b o coeficiente linear. Quando a > 0 a função é crescente e quando a < 0 a função é decrescente. ZEROS OU RAÍZES DA FUNÇÃO O zero da função é o valor de x quando f(x)=0 F(x) = ax + b 0 = ax + b X = - b/a Dado um número real k, chama-se função constante a função f: R → R, definida por f(x) = k. O gráfico é uma reta paralela ao eixo x que passa pelo ponto de ordenadas y = k. O domínio da função é D(f) = R e a imagem é Im(f) = {k} FUNÇÃO DO 1° GRAU OU AFIM Denomina-se função do 1o grau toda função f : R → R definida por f(x) = ax + b, com a e b pertencente aos R e a diferente de zero. EXEMPLO A a) f(x)=3x+2, calcule f(5) f(5)=3(5)+2=17 EXEMPLO B b) f(x-1)=x, calcule f(2) para x-1=2, temos x=3, assim: f(3-1)=f(2)=3 MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 04: FUNÇÕES 39 ESTUDO DO SINAL Para fazer o estudo do sinal da função do 1º grau y = ax + b, é preciso determinar os valores de x para os quais se tenha y < 0, y = 0 ou y >0. O valor de x é zero da função (x = - b/a) FUNÇÃO CRESCENTE (A > 0) x > -b/a y > 0 FUNÇÃO DECRESCENTE (A < 0) x > -b/a y <0 FUNÇÃO MÓDULO É a função definida por f (x) = | x | = EXEMPLO O gráfico da função módulo é o seguinte: FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA ◾ Função Exponencial Termos da potenciação: an = b, onde a é a base, n o expoente e an ou b a potência. Potência com expoente natural: an = a.a.a. ... .a (n fatores) PROPRIEDADES DA FUNÇÃO EXPONENCIAL 40 A função f: R R*, definida por f (x)=a*, com a∈ R* + e a ∈1 e x ∈R, é denominada função exponencial de base a. Exemplo: f(x) =3*x (a base é 3). ◾ Gráficos Quando a > 1 função crescente; D = R; Im = R*+. Quando 0 < a < 1 função decrescente; D = R; Im = R*+ FUNÇÃO LOGARÍTMICA Seja a um número positivo e a ≠ 1. A função definida por y = f (x) = loga x, x > 0, recebe o nome de função logarítmico de base a. PROPRIEDADES DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA Para x, y > 0, valem as seguintes propriedades. • Propriedade do produto loga (xy) = loga x + loga y. • Propriedade do quociente loga = loga x - loga y. • Propriedade da potenciação: loga (yx) = x loga y. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolver as Questões abaixo e envie as respostas através do seu PORTFÓLIO no SOLAR. 1 – Seja a função f(x) = 4x-3, calcule: 1. f(-2) 2. f(a+1) 2 – Esboce o gráfico da função f(x) = -x2 +2 com o Dom (f) = {-3,-2, -1,0,1,2,3} 3 – Determine o domínio e a imagem das funções abaixo: a) f(x) = |4-x| g(x) = FÓRUM 41 Acesse o Fórum “Aula 4 - Funções Elementares e Função Exponencial” (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) e tire suas dúvidas sobre o Tópico II. REFERÊNCIAS GUERRA, Fernando; TANEJA, Inder J. Florianópolis, SEAD/UFSC, 2006. (Livro Texto do Curso de Graduação em Administração a Distância). LEITHOLD, Louis. O CALCULO COM GEOMETRIA ANALÍTICA. 3ª ed. São Paulo: Harbra, 1994. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 42 TÓPICO 01: INCREMENTO E TAXA MÉDIA DE VARIAÇÃO Fonte [1] A derivada de uma função é um conceito primordial dentro do cálculo diferencial. Este conceito está historicamente ligado ao estudo das tangentes que foi utilizado por Isaac Newton, por exemplo, para analisar os movimentos dos planetas no século XVII. Conta-se que Newton teria se perguntado por que as órbitas dos planetas eram curvas, pois se fossem retas seria mais fácil estudar seus movimentos. O passo seguinte, então, foi investigar a possibilidade de se usar um conjunto de pequenas retas para representar e aproximar os movimentos de curvas. Esta simples ideia de aproximação deu início a uma longa produção científica de grande relevância para o desenvolvimento da matemática. INCREMENTO E TAXA MÉDIA DE VARIAÇÃO Para se estudar o conceito de derivadas de funções é preciso primeiro entender o que é um incremento e uma taxa média de variação. Consideremos uma função f, dada por y = f (x) . Quando x varia de um valor inicial de x para um valor final de x, temos o incremento em x. O símbolo matemático para a variação em x, chamada incremento em x, será Δ x (leia- se delta x). Logo, Δ x = valor final de x – valor inicial de x. Por exemplo, quando x passa de um valor inicial 2 para um valor final 2,5, o incremento em x será Δ x = 2,5 - 2 = 0,5. Da mesma forma, o incremento emy, Δ y (leia-se delta y), será Δ y = valor final de y – valor inicial de y. Portanto, quando y passa de um valor inicial 5 para um valor final 7,25, o incremento em y será Δ y = 7,25 - 5 = 2,25 . Consideremos agora a função y = f(x) = x2 + 1. Vamos calcular Δx quando x varia do valor x = 1 para x = 3 e também calcular Δy. Inicialmente temos Δx = 3 - 1 = 2. Para calcularmos o valor de Δy, temos: para x = 1 → y = f(1) = 12 + 1 = 2 para x = 2 → y = f(2) = 22 + 1 = 5 Assim, Δy = 5 - 2 = 3. Portanto, Δx = 2 e Δy = 3. De um modo geral, temos: Valor inicial de x = x0 e valor final de x = x0 + Δx, Valor inicial de y = f(x0) e valor final de y = f(x0 + Δx). Assim, Δy = f(x0 + Δx) - f(x0). Usando estas expressões para a função y = f(x)= x2 + 1, temos: Δy = f(x0 + Δx) – f(x0) MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 05: DERIVADAS 43 = [(x0 + Δx)2 + 1] – [(x20 + 1)] = x20 + 2x0Δx + (Δx)2 + 1 – x20 – 1 = 2x0Δx + (Δx)2 Seja f(x) uma função definida em um intervalo [a,b] e x0 [a,b], com qualquer que seja x [a,b] com x x0. Quando a variável x passa do valor x = x0 para o valor x = x0 + Δx sofrendo uma variação Δx, Δx = x - x0, o correspondente valor da função passa de f(x0) para o valor f(x0 + Δx) sofrendo, portanto, uma variação Δy = f(x0 + Δx) - f(x0). As variações Δx e Δy podem ser visualizadas no seguinte gráfico: DEFINIÇÃO: O quociente , recebe o nome de taxa média de variação da função f(x) quando x passa do valor x0 para o valor x = x0 +Δx, e expressa a variação média sofrida pelos valores da função f(x) entre esses dois pontos EXEMPLO 1 Seja a função f, tal que f(x) = 2x + 1, para x ∈ R. Determine a taxa média de variação de f, quando x passa de x 0 = 1 para x 0 + Δx = 4 Resolução: Como x 0 + Δx = 4 temos que 1 + Δx = 4. Logo, Δx = 4 - 1 = 3, f(x 0) = f(1) = 2.1+1=3 e f(x 0 + Δx) = f(4) = 2.4+1=9 EXEMPLO 2 Seja a função f, tal que f(x) = x 2 + 4, para x ∈ R. Determine a taxa média de variação de f, quando x passa de x 0 = 2 para x 0 + Δx = 5. Resolução: Como x 0 + Δx = 5 temos que 2 + Δx = 5. Logo Δx = 5 - 2 = 3, f(x 0) = f(2) = 2 2 + 4 = 8 e f(x 0 + Δx) = f(5) = 5 2+ 4= 29 44 ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Determine a taxa média de variação das funções seguintes entre os pontos indicados abaixo e envie suas respostas através do seu PORTFÓLIO no SOLAR. a) f(x) = 3; entre os pontos x = 2 e x = 4. b) f(x) = x2 + x; entre os pontos x= -2 e x = 2. c) f(x) = 1 - 1/x; entre os pontos x = 3 e x = 6. d) f(x) = -x2; entre os pontos x = -4 e x = -1. FONTES DAS IMAGENS 1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Newton 2. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 45 TÓPICO 02: DEFINIÇÃO DE DERIVADA No tópico anterior desta aula compreendemos o significado de taxa média de variação.Na aula anterior entendemos o conceito de limite. Estes dois conceitos serão utilizados na definição de derivada. TAXA MÉDIA DE VARIAÇÃO O quociente , recebe o nome de taxa média de variação da função f(x) quando x passa do valor x0 para o valor x = x0 + Δx, e expressa a variação média sofrida pelos valores da função f(x) entre esses dois pontos. LIMITE O limite é usado para descrever o comportamento de uma função na medida em que seu argumento se aproxima de um determinado valor, assim como o comportamento de uma sequência de números reais (R),na medida em que o índice da sequência vai crescendo, ou seja, tende para o infinito. A noção de limite fornece um caminho preciso para distinguir o comportamento de algumas funções que variam continuamente, assim como o comportamento de outras funções que podem variar independente do modo como se controla as variáveis. DEFINIÇÕES DERIVADA DA FUNÇÃO A derivada de uma função f em relação à variável x do domínio de f é a função f '(x), dada por: se este limite existir. Diz-se, nesse caso, que a função f(x) é derivável em x. DERIVADA DE UMA FUNÇÃO NO PONTO X0 Se x0 for um número particular no domínio f, então a derivada da função f no ponto x0, denotada por f '(x0), é dada por: se este limite existir. Diz-se, nesse caso, que a função f(x) é derivável em x0, ou seja, existe f '(x0). Pela definição acima, podemos dizer então que a derivada de uma função no ponto x0 é a taxa média de variação da função neste ponto, quando ocorre uma variação muito pequena em x (Δx ⇒ 0). MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 05: DERIVADAS 46 EXEMPLO Dada f(x) = 4x2 + 2, calcular a derivada de f. RESOLUÇÃO Se x é algum número no domínio de f, então pela definição acima temos que: Portanto, a derivada de f(x) = 4x2 + 8, em relação a x, é 8x, ou seja, f '(x) = 8x. INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA DERIVADA A derivada de uma função em um ponto, se existir, tem um significado geométrico muito importante que está relacionado à tangente das curvas neste ponto. O gráfico abaixo ajudará na compreensão desta informação. Vemos que a função y = f(x) é uma curva. A reta secante s corta esta função em dois pontos (P e Q) e sua inclinação é igual a α. Podemos então observar que a tangente de α é dada por: A medida que traçamos outras secantes que estejam localizadas entre s e t, observamos que a cada nova secante mais próxima de t temos: x ⇒ x0 (x fica cada vez mais próximo de x0). Como Δx = x - x0, então quando x ⇒ x0 implica que Δx ⇒ 0. A reta t é tangente à função y no ponto P. Isso quer dizer que a tangente de β deve ser dada por: Mas o lado direito desta equação é conhecido. Ele é a definição da derivada de uma função no ponto x0 (f '(x0)). Portanto, tangente β = f '(x0) OBSERVAÇÃO Podemos então dizer que: 47 A derivada de uma função f(x) quando existe, assume em cada ponto x0, um valor que é igual ao coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f(x), no ponto de abscissa x0. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Dada f(x) = 5x2 + 3, calcule a derivada de f no ponto x0 = 2, ou seja, f '(2). Em seguida envie as respostas para o seu PORTFÓLIO no SOLAR FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 48 TÓPICO 03: CÁLCULO DE DERIVADAS PARA FUNÇÕES O cálculo da derivada de uma função pela definição, dependendo da função, pode ser bastante complicado. Contudo, com base na definição de derivada da função, é possível obter várias regras que facilitam muito o trabalho. São as chamadas regras de derivação para soma, produto e quociente de funções. Elas são importantes no cálculo de derivadas de qualquer função. A seguir, apresentaremos alguns exemplos de cálculo de derivada, usando a definição de derivada da função. Posteriormente, estes exemplos vão ser utilizados como regras de derivação. REGRAS DE DERIVAÇÃO DERIVADA DA FUNÇÃO CONSTANTE Se f(x) = k, onde k é uma constante, então f´(x) = 0. De fato, Logo, se f(x) = k, então f´(x) = 0. Exemplo: Se f(x) = 4, então f'(x) = 0 DERIVADA DA FUNÇÃO AFIM Se f (x) = ax + b , onde a e b são constantes e a ≠ 0 , então f'(x) = a. De fato, Logo, se f(x) = ax + b, então f´(x) = a. Exemplos: Se f(x) = 5x + 4, então f'(x) = 5. Se f(x) = 2 – 7x, então f'(x) = -7. DERIVADA DA FUNÇÃO POTÊNCIA Se f(x) = x n , onde n pertence ao conjunto de números naturais, então f'(x)= nx n-1. EXEMPLOS: Se f(x) = x 4, então f'(x) = 4x 3. Se f(x) = x 2, então f'(x) = 2x. DERIVADA DA FUNÇÃO SOMA Sejam g(x) e h(x) duas funções deriváveis no ponto x , então f(x) = g (x) + h(x) também é derivável no ponto x e f'(x) =g'(x) + h'(x) . MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 05: DERIVADAS 49 EXEMPLO: Se f(x) = x 4 + 3x 2, podemos considerar g(x) = x 4 e h (x) = 3x 2. Seguindo a derivada da função soma temos que f'(x) = g'(x) + h'(x), então, f'(x) = 4x 3 + 6x. DERIVADA DA FUNÇÃO PRODUTO Sejam u(x) e v(x) duas funções deriváveis em x, então f(x) = u (x).v(x) também é derivável em x, e f'(x) = u(x).v'(x) + u'(x).v(x) . Se f (x) for o produto de várias funções iguais (u(x)), tal que f (x) = (u(x)) n,então f'(x) = n(u(x)) n-1.u'(x). EXEMPLOS: Se f(x) = (x 2 + 3)(3x + 1), podemos considerar u(x) = (x 2 + 3) → u'(x) = 2x e v(x) = (3x + 1) → v'(x) = 3, então f '(x) = u (x).v'(x) + u'(x).v(x) = 3(x 2 + 3) + 2x(3x + 1). Se f(x) = (x 2 + x + 1) 5, podemos considerar u(x) = (x 2 + x + 1), fazendo então f (x) = (u(x)) 5. Podemos agora aplicar a regra f'(x) = n(u (x)) n-1.u'(x) e econtramos que f'(x) = 5(x 2 + x + 1)4(2x + 1). DERIVADA DA FUNÇÃO QUOCIENTE Sejam u(x) e v(x) duas funções deriváveis no ponto x. Seja f(x) = u (x)/v(x), com v(x) ≠ 0. Então, EXEMPLO: DERIVADA DA FUNÇÃO EXPONENCIAL Seja f (x) = a x, a pertencente ao conjunto dos números reais positivos, e a ≠ 1, então f'(x)= (a x)'= a x lna . Em particular, quando a = e, temos que, f (x) = e x → f'(x) = e x. DERIVADA DA FUNÇÃO LOGARÍTMICA Seja f(x) = log aX com a pertencente ao conjunto dos números reais positivos, e a ≠ 1, então em particular quando a = e temos que f(x) = log eX = ln X, consequentemente, . DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA (OU REGRA DA CADEIA) Sejam y = f (x) e u = g(x) duas funções, tais que suas derivadas existam e exista a derivada da função y = f(g(x)) , que indicaremos por dy/ dx , então 50 ou ainda A derivada da função composta obtida acima é conhecida como regra da cadeia. Exemplo: Se, y = e 4x, podemos considerar y = e u, com u = 4x. Temos então que: e . Aplicando a regra da cadeia: ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolva as Questões abaixo e envie as respostas através do seu PORTFÓLIO no SOLAR. Obtenha a derivada de cada função a seguir: FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 51 TÓPICO 04: DERIVADAS SUCESSIVAS E DIFERENCIAL DERIVADAS SUCESSIVAS Suponha que f é uma função derivável em certo intervalo. Se a função f´ (x), chamada de derivada primeira de f (x), é derivável neste mesmo intervalo, então existe a função derivada de f´(x), indicada como f´´(x), que é chamada de derivada segunda de f (x). Diz-se, então, que f (x) é duas vezes derivável. Seguindo esse procedimento sucessivamente e, supondo que f (x) é n vezes derivável, obtém-se a função derivada n–ésima, ou derivada de ordem n, de f (x) indicada como f(n)(x). As funções f ´(x) , f ´´(x) ,..., f(n)(x) , são as derivadas sucessivas de f (x). EXEMPLO 1 Determinar todas as derivadas da função f ( x ) = x 3 + 2 x 2 + 1 RESOLUÇÃO: Aplicando as regras de derivação estudadas no tópico anterior, temos: f' ( x ) = 3 x 2 + 4 x , (primeira derivada, ou derivada de primeira ordem) f'' ( x ) = 6 x + 4 , (segunda derivada, ou derivada de segunda ordem) f''' ( x ) = 6 , (terceira derivada, ou derivada de terceira ordem) f iv ( x ) = 0 , (quarta derivada, ou derivada de quarta ordem) f n ( x ) = 0 , para qualquer n = 4 . EXEMPLO 2 Determinar a derivada de terceira ordem da função f(x) = e -2x RESOLUÇÃO: A derivada de primeira ordem é igual a: f '( x ) = - 2 e -2x , a derivada segunda é igual a: f ''( x ) = 4 e -2x , portanto a derivada terceira (ou de terceira ordem) será: f '''( x ) = - 8 e -2x EXERCITANDO Encontre a derivada de terceira ordem da seguinte função: f(x) = 1/x. DIFERENCIAL Suponha que a função f seja definida por y = f (x) e f seja derivável em x0. A variação sofrida por f, quando se passa do ponto x0 ao ponto x0 + Δx é: MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 05: DERIVADAS 52 Usando o símbolo ≈, significando “é aproximadamente igual a”, dizemos que: se Δx for suficientemente pequeno. O lado direto da expressão acima é definido como a diferencial de y. Isto nos motiva a seguinte definição: OBSERVAÇÃO Se a função f é definida por y = f (x), então a diferencial de y, no ponto x0, denotada por dy ou df é dada por df = f’ ( x0) Δ x onde x 0 está no domínio de f’ e Δ x é um incremento arbitrário de x 0 . Portanto, para pequenos valores de Δ x, a diferencial de uma função pode ser usada para calcular aproximadamente variações da função f. EXEMPLO Consideremos a função f ( x ) = 3 x 2 , x = 1 e x 0 + Δx = 1,01 , logo Δx = 1,01 - 1 = 0,01 . Calcular Δf e df : RESOLUÇÃO: Vamos calcular inicialmente Δf dado por Δf = f( x 0 + Δx) - f ( x 0 ) , assim, Δf = f (1,01) - f (1) = 3.(1,01) 2 - 3.1 2 = 3.1,0201 - 3.1 = 3,0603 - 3 = 0,0603. Para calcularmos a diferencial de f no ponto x 0 = 1 e Δx = 0,01 , temos f '( x ) = 6 x e f '(1) = 6.1 = 6 Assim, df = f' ( x 0 ). Δx = f '(1).0,01 = 6.0,01 = 0,06 . Não é difícil de observar que df é muito próximo de Δf (Δf = 0,0603 e df = 0,06). EXERCITANDO Calcule a diferencial de: y = f(x) = x 2 no ponto x 0 = 2 e Δ x = 0,01. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 53 TÓPICO 05: FUNÇÕES MARGINAIS Veremos agora alguns exemplos de como podemos utilizar derivadas para conceituar questões administrativas e econômicas. Em Administração ou Economia, dada uma função f(x), costuma-se utilizar o conceito de função marginal para avaliar o efeito causado em f(x) por uma pequena variação de x. Chama-se função marginal de f(x) a função derivada de f(x). Assim, a função custo marginal é a derivada da função custo, a função receita marginal é a derivada da função receita, e assim por diante. Nesta seção veremos algumas funções marginais. FUNÇÃO CUSTO MARGINAL Suponha que C(x) seja o custo total de produção de x unidades de certo produto. A função C é chamada de FUNÇÃO CUSTO TOTAL e temos a seguinte definição. OBSERVAÇÃO Se C(x) é o custo total de produção de x unidades de um produto, então o CUSTO MARGINAL quando x = x0, é dado por C'(x0), caso exista. A função C'(x) é chamada função custo marginal. Vimos no tópico anterior que: C'(x0) ≅ ΔC = C (x0 + 1) - C(x0) Portanto, o custo marginal é aproximadamente igual a variação do custo decorrente da produção de uma unidade adicional além das x0 unidades produzidas. Na definição acima C'(x0) pode ser interpretada como a taxa de variação do custo total quando x0 unidades são produzidas. PROBLEMA Suponha que C(x) seja a função de custo total de fabricação de x pares de sapatos da marca Kchute, dado pela equação C(x) = 110 + 4x + 0,02x 2. Determinar o custo marginal quando x for igual a 50. RESOLUÇÃO Podemos utilizar as regras das derivadas da função soma e da função potência pra calcular a derivada desta função de custo total. Temos então que: C'(x) = 4 + 0,04x. Esta é a função custo marginal. Quando x for igual a 50, a função de custo marginal será: C'(50) = 4 + 0,04.50 = 6. Assim sendo, a taxa de variação do custo total quando 50 pares de sapato da marca Kchute são produzidos é R$ 6,00 por par fabricado. Podemos ainda dizer que o custo adicional aproximado de produção do quinquagésimo primeiro par de sapado é igual a R$ 6,00. FUNÇÃO RECEITA MARGINAL MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 05: DERIVADAS 54 Suponha que R(x) seja a receita total obtida pela venda de x unidades de um produto então têm a seguinte definição. OBSERVAÇÃO Se R(x) é a receita obtida quando x unidades de um produto são demandadas, então a RECEITA MARGINAL, quando x = x0, é dado por R'(x0), caso exista. A função R'(x) é chamada FUNÇÃO RECEITA MARGINAL. R'(x0) pode ser positiva, negativa ou nula, e pode ser interpretada como a taxa de variação da receita total quanto x = x0 unidades são demandadas. Da mesma forma que no custo temos que: R'(x0) ≅ ΔR = R (x0 + 1) - R(x0) Portanto, a receita marginal é aproximadamente igual a variação da receita decorrente da venda de uma unidade adicional além das x0 unidades vendidas. Na definição acima R'(x0) pode ser interpretada como a taxa de variação da receita total quando x0 unidades são vendidas. PROBLEMA Suponha R(x) seja a função de receita total recebida da venda de x unidades de cadeiras da loja BBC Móveis, e R(x) = -4x 2 + 2000x. Calcular a receita marginal para x = 40. RESOLUÇÃOInicialmente calculamos a derivada da função receita total. Aplicando as regras conhecidas de derivação temos que: R'(x) = -8x + 2000. Então R'(40) = -8.40 + 2000 = 1680. Portanto, que a receita adicional aproximada da venda da quadragésima primeira cadeira é igual R$ 1680. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolver as Questões abaixo e envie as respostas através do seu PORTFÓLIO no SOLAR. 1) Dada a função custo C(x) = 0,3x3 - 2,5x2 + 20x + 200, obtenha o custo marginal para x = 50. 2) A receita total recebida da venda de x televisores em cores é dada por: R(x) = 700x - x3/40. Determine a função receita marginal e a receita marginal quando x = 250. FÓRUM Participe do FÓRUM “AULA 5 - FUNÇÕES MARGINAIS" para esclarecer suas dúvidas em relação a esse tópico e discutir com os colegas possíveis soluções para os exercícios. 55 REFERÊNCIAS EVES, Howard W. INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA MATEMÁTICA. Tradução: Hygino H. Domingues. Campinas: Editora da Unicamp, 1995. FLEMMING, D. M.; GONÇALVES, M. B. CÁLCULO A: Funções, Limite, Derivação, Integração, 5ª ed. São Paulo: Makron Books, 1992. SILVA, Sebastião Medeiros da; SILVA, Elio Medeiros da; SILVA, Ermes Medeiros da. MATEMÁTICA: para os cursos de economia, administração e ciências contábeis. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 1988. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 56 TÓPICO 01: TEOREMA DO VALOR MÉDIO O teorema do valor médio estabelece uma relação importante entre uma função e sua derivada. Suponha que uma função f seja contínua e derivável no intervalo entre dois valores a e b. Então, existe pelo menos um valor c entre a e b (a < c < b), tal que: Ou seja, a derivada da função no ponto c que se localiza entre os valores de a e b, é igual a razão das diferenças das funções (f (b) – f(a)) nestes pontos e de seus respectivos valores (b – a). Esta relação fica mais fácil de ser compreendida geometricamente. O teorema afirma que existe pelo menos um ponto c cujo valor é maior que a e menor que b, tal que a reta tangente ao gráfico da função no ponto (c, f(c)) é paralela a reta que passa pelos pontos A = (a, f(a)) e B = (b, f(b)), como indica a figura abaixo. OBSERVAÇÃO Podemos observar que a derivada da função no ponto (c, f(c)) é uma reta paralela a reta que liga os pontos A e B. Ou seja, f’(c) tem a mesma inclinação desta linha, o que nos leva a definição do teorema. EXEMPLO 1 Seja f(x) = x 2 definida no intervalo de -1 a 3 [-1,3]. Calcular o valor médio de c que o Teorema do Valor Médio garante existir. RESOLUÇÃO Aqui temos que a = -1, e b = 3. Podemos então calcular f(a) e f(b), pela função dada. Substituindo a na função temos que f(-1) = (-1) 2 = 1 e f(3) = 3 2 = 9. Como f(x) é contínua para todo x, então f(x) = 2x existe no intervalo entre -1 e 3. Portanto, f(c) = 2c para -1 < c < 3. Aplicando o teorema temos que: Portanto, o valor de c entre -1 e 3 que o TVM garante existir é igual a 1. EXEMPLO 2 MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 06: APLICAÇÕES DE DERIVADAS 57 Seja f(x) = x 3, a = -2 e b = 2. Determine os pontos desse intervalo onde se verifica a afirmação do teorema do valor médio. RESOLUÇÃO A função é um polinômio então satisfaz a condição de ser derivável entre os intervalos de valores definidos na questão (entre -2 e + 2). Fácil identificar que f(a) = 8 e f(b) = 8 (Como?). Podemos ainda verificar derivando a função no ponto c que f’(c) = 3c 2. Então pelo teorema temos que: Logo os dois valores de c são: e eentre a = -2 e b = 2, que são os pontos onde se verifica TVM. Observamos, então, com esse exemplo, que um ou mais pontos de tangência pode existir. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 58 TÓPICO 02: REGRA DE L’HÔPITAL Outra aplicação das derivadas consiste num modo bastante útil de calcular limites de formas indeterminadas, tipo e , provenientes do cálculo de limite do quociente de duas funções deriváveis. Esta é a chamada Regra (ou Teorema) de L’Hôpital, cujo nome advém de seu descobridor, Marquês de l’Hôpital. REGRA DO L’HÔPITAL Queremos calcular, então, o limite nos seguintes casos: Em ambos os casos, podemos calcular f’(x), g’(x) e aplicar . Se este limite existe, segue que também existe. Caso a indeterminação continua, isto é se f’(x) e g’(x) também gerarem a) e b), calcule f’’(x) e g’’(x) e , e assim por diante. EXEMPLO 1 Usando a regra de L’Hôpital, calcular o valor do limite: RESOLUÇÃO: Podemos considerar que Se resolvermos os limites separadamente para cada uma destas funções temos que: e Ficamos, então, com uma indeterminação do tipo 0/0. O que fazer? Vamos aplicar, então, a regra de L’Hôpital. Primeiro calculamos f’(x) e g’(x). Derivando f(x) e g(x) encontra-se que: f’(x) = 2x – 1 e g’(x) = 2x – 3. Pela regra do L’Hôpital: MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 06: APLICAÇÕES DE DERIVADAS 59 Portanto, . EXEMPLO 2 Calcular . RESOLUÇÃO: Resolução: Se resolvermos direto aplicando as regras de limite, encontramos uma indeterminação do tipo 0/0, dado que e . Calculando podemos aplicar a regra do L’Hôpital. Portanto, = -1. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 60 TÓPICO 03: MÁXIMOS E MÍNIMOS DE UMA FUNÇÃO DEFINIÇÃO 01 Ponto de máximo relativo (ou local) da função, quando f(x0) ≥ f(x) para todos os x pertencentes a I. DEFINIÇÃO 02 Ponto mínimo relativo (ou local) da função, quando f(x0) ≤ f(x) para todos os x pertencentes a I. Em Administração ou Economia, é comum encontrarmos situações nas quais queremos encontrar os pontos de máximo ou mínimo de determinadas funções. Um administrador está normalmente interessado em maximizar os lucros de uma empresa quando vai decidir sobre a quantidade a ser produzida, por exemplo. Em outra situação, ele pode também querer minimizar certos tipos de custos de produção. Neste sentido, ele está tentando achar os pontos de máximo e mínimo das funções lucro e custo, respectivamente, para determinada quantidade a ser produzida. Neste tópico, iremos estudar aplicações da derivada para determinar os valores de máximo e mínimo de uma função. EXTREMOS RELATIVOS Para melhor entendermos como se encontra os máximos e mínimos das funções, necessitamos primeiro das seguintes definições: Em algumas situações um ponto crítico também pode ser encontrando quando a função f não é derivável em x0. Uma função num formato de um V, por exemplo, com x0 determinado pela quina do V. Neste curso, no entanto, daremos mais importância aos pontos críticos encontrados pela derivação da função para certos intervalos de valores. EXEMPLOS EXEMPLO 1 Seja a função f(x) = x3 - 3x 2, x ∈ R. Determinar os pontos críticos de f. RESOLUÇÃO: Sabemos que f(x) = x 3 - 3x 2 é uma função polinomial derivável em todo x R. Calculando f'(x) = 3x 2 - 6x. Agora f'(x) = 0 implica que 3x 2 - 6x = 0. Podemos ainda escrever 3x.(x - 2) = 0, o que indica que x = 0 e x = 2 são pontos críticos da função. EXEMPLO 2 Calcular os pontos críticos da função f(x) = x 3 + x 2 - x + 1, no intervalo [-2, ½ ]. MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 06: APLICAÇÕES DE DERIVADAS 61 RESOLUÇÃO: Encontramos primeiro a derivada: f'(x) = 3x 2 + 2x - 1 e igualamos esta função derivada á 0. Temos que: 3x 2 + 2x - 1 = 0. Resolvendo esta função do segundo grau, encontramos as raízes x = -1 e x = 1/3. Como estes pontos estão dentro do intervalo [-2, ½], então estes são os pontos críticos da função. EXEMPLO 3 Determinar os intervalos onde f é crescente e decrescente, e f(x) = x 3 - 6x 2 + 9x + 1. RESOLUÇÃO: Resolvendo a derivada temos que f'(x) = 3x 2 - 12x + 9. Agora fazendo f'(x) = 0, temos 3x 2 - 12x + 9 = 0. Resolvendo esta equação do segundo grau encontramos as raízes: x = 3 e x= 1. Logo, podemos também reescrever f'(x) da seguinte forma: f'(x) = 3(x - 1)(x - 3). Agora utilizamos o sistema de sinais para verificar qual o valor de f'(x) para determinados valores de x. e f'(x) Conclusão x < 1 + f é crescente x = 1 0 ponto crítico de f 1 < x < 3 - f é decrescente x = 3 0 ponto crítico de f x > 3 + f é crescente Portanto, f(x) é crescente em (-∞, 1] e [3, ∞) e decrescente em [1,3]. Também x = 3 e x = 1 são extremos da função (pontos críticos). Podemos ainda utilizar o conceito de derivada e de pontos críticos para determinar se uma função é crescente ou decrescente em um determinado intervalo. OLHANDO DE PERTO TEOREMA Seja f(x) uma função derivável no intervalo de valores (a, b), então: a. Se f'(x) = 0 em (a, b), então f(x) é constante em (a, b); b. Se f'(x) > 0 em (a, b), então f(x) é crescente em (a, b); c. Se f'(x) < 0 em (a, b), então f(x) é decrescente em (a, b); Podemos observar melhor esta relação com o seguinte gráfico: Notamos que para x < 0, temos que f'(x) < 0 (inclinação negativa), e consequentemente f(x) é decrescente para os valores de x menor que 0. Também temos que para x > 0, f'(x) > 0 (inclinação positiva), e a função f(x) está 62 crescendo. Quando x = 0, a função encontra um ponto crítico (neste caso um ponto de mínimo relativo). Neste ponto, f'(x) = 0. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 63 TÓPICO 04: TESTE DA DERIVADA SEGUNDA PARA EXTREMOS RELATIVOS Este teste é empregado para pesquisar os pontos de máximo e mínimo relativos de uma dada função. Para isto, temos a seguinte definição. OBSERVAÇÃO Seja x0 um ponto crítico de uma função na qual f´(x0) = 0 e f´existe para todos os valores de x, em algum intervalo aberto de valores que contenha o ponto x0. Então, f"(x0) existe e: (i) se f"(x0) < 0, então f tem um valor máximo relativo em x0; (ii) se f "(x0) > 0, então f tem um valor mínimo relativo em x0. EXEMPLO 1 Pesquisar pontos de máximo e mínimos relativos da função f(x) = x3 - 6x2 + 9x + 1, pelo teste da derivada segunda. RESOLUÇÃO: Pela primeira derivada temos que: f’(x) = 3x2 – 12x + 9. Então a segunda derivada é dada por: f’’(x) = 6x – 12. Para calcular os pontos críticos de f temos que igualar f’(x) a zero, encontrando 3x2 – 12x + 9 = 0. Podemos ainda fatorar esta equação e reescrevê-la da seguinte forma: 3(x – 3)(x – 1) = 0. A partir desta fatoração (ou encontrando as raízes da expressão) fica claro que f’(x) somente irá ser igual a zero se x = 1 ou x = 3. Logo, x = 1 e x = 3, são pontos críticos de f. Mas estes são pontos de máximo ou de mínimo? Para isto, podemos utilizar o teste da derivada segunda. Para x = 1, temos f’’(1) = 6.1 – 12 = -6 < 0, logo x = 1 é um ponto de máximo relativo. Para x = 3, temos f’’(3) = 6.3 – 12 = 6 > 0, logo x = 3 é um ponto de mínimo relativo. Pelo gráfico função abaixo podemos observar estes pontos extremos. EXEMPLO 2 A função de custo mensal de fabricação de um produto é dada por: C(x) = x3/3 – 2x2 + 10x + 1. A função de demanda (inversa) mensal, que MATEMÁTICA PARA ADMINISTRADORES AULA 06: APLICAÇÕES DE DERIVADAS 64 determina preço do produto no mercado, é dada por p(x) = 10 – x. Qual o preço que deve ser cobrado para maximizar o lucro. RESOLUÇÃO: Para resolver esta questão, primeiro temos que determinar a função lucro. O lucro é dado pela diferença entre as receitas de vendas mensais e o custo mensal de fabricação dos produtos. Portanto: Lucro (L) = Receita (R) – Custo (C). A receita é dada pela multiplicação do preço do produto (p) pela quantidade de produtos vendidos (x). Portanto: R = p.x. Substituindo a função de demanda nesta equação temos: R = (10 – x).x = 10x – x2. Temos então a função receita dada por: R(x) = 10x – x2. Agora podemos encontrar a função lucro L (x) que será dada por: L(x) = R(x) – C(x) = (10x – x2) – (x3/3 – 2x2 + 10x + 1). L(x) = 10x – x2 - x3/3 + 2x2 – 10x – 1 → L(x) = x2 – x3/3 – 1 Calculando a derivada primeira e segunda da função lucro, em relação a x, temos L’(x) = -x2 + 2x e L’’(x) = -2x + 2. Se estamos interessados em achar o ponto de produção que maximiza o lucro, temos que (1) igualar a derivada primeira a zero, (2) achar o valor crítico de x, e (3) identificar se este ponto é um máximo relativo através do teste da derivada segunda. 1. –x2 + 2x = 0 2. Resolvendo esta equação temos que x(2 – x) = 0. Então x = 0 e x = 2 são pontos críticos da função lucro L(x). 3. Para x = 0, L’’(x) = -2.0 + 2 = 2 > 0, então x = 0 é um ponto mínimo relativo de L. Para x = 2, L’’(x) = -2.2 + 2 = -2 < 0, então x = 2 é um ponto de máximo relativo de L. PPortanto, o nível de produção que deve maximizar o lucro será igual a 2. O preço cobrado, então, pode ser extraído da função de demanda p(x) = 10 – x. O preço a ser cobrado, então, será p(x) = 10 – 2 = 8. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Resolva as atividades propostas abaixo e envie suas respostas através do seu PORTFÓLIO no SOLAR. 1. Verifique se as condições do teorema do valor médio são satisfeitas pela função f (x) = x3 + 3x2 - 5 em [-1,2]. Determine os pontos desse intervalo onde se verifica a afirmação do teorema. 2. Aplicando a regra do L´Hôpital, calcule os seguintes limites: 65 3. Seja f (x) = x3 + x2 - 8x - 8, determine então: a. Os pontos críticos de f. b. Os intervalos onde f é crescente e decrescente. c. Os valores de máximos e mínimos relativos de f. 4. O custo de produção de x aparelhos de certa TV Plasma por dia é dado por: C (x) = (1/4)x2 + 35x + 25, e o preço unitário que elas podem ser obtidas são dados pela função p (x) = 50 - (1/2)X. Determine: a. A função receita. b. A função lucro. c. Qual deve ser a produção diária que maximiza o lucro. d. Qual o preço cobrado. 5. A produção de bicicletas da empresa "Super Bike" é de x unidades por mês, ao custo dado de c (x) = 100 + 3x. Se a equação de demanda (inversa) for p (x) = 25 - x/3. Obtenha o número de unidades de bicicletas que deve ser produzidas e vendidas para maximizar o lucro mensal. FÓRUM Participe do FÓRUM DA “AULA 06 - APLICAÇÕES DE DERIVADAS" para esclarecer suas dúvidas em relação a esta aula e discuta com os colegas possíveis soluções para os exercícios. FONTES DAS IMAGENS 1. http://www.denso-wave.com/en/ Responsável: Prof. João Mário de França Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual 66 BAGP_Capa_Creditos_Sumario.pdf impresso_parcial.pdf 01.pdf 02.pdf 03.pdf 01.pdf 02.pdf 03.pdf 01.pdf 02.pdf 03.pdf 01.pdf 02.pdf 01.pdf 02.pdf 03.pdf 04.pdf 05.pdf 01.pdf 02.pdf 03.pdf 04.pdf BAGP_Contracapa.pdf
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