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Gestão Tecnológica em RH Direito Trabalhista e Previdenciário professorarturmaciel@gmail.com Empregado No texto original na CLT, “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário” (art. 3º, caput). São 5 os elementos identificadores do vínculo empregatício, sem qualquer dos quais a relação de emprego não se configura: pessoa física (natural), pessoalidade, não eventualidade, subordinação jurídica e onerosidade. A exclusividade, portanto, não constitui elemento configurador de uma relação empregatícia, embora represente forte indício de sua existência. Empregado PESSOA FÍSICA (PESSOA NATURAL) Apenas a pessoa humana é dotada de energia produtiva e criativa capaz de realizar um trabalho (conjunto de atividades destinadas a um determinado fim). Dessa forma, não restará configurada uma relação trabalhista, e por assim dizer, um vínculo empregatício, quando o contratado for uma pessoa jurídica, um ente despersonalizado ou um ser vivo irracional. Empregado PESSOALIDADE Em razão do caráter personalíssimo da relação empregatícia (intuitu personae), o trabalhador não poderá fazer-se substituir por outrem em sua prestação. A capacidade produtiva, qualidades e aptidões que lhes são inerentes, bem como a confiança (fidúcia) do tomador, constituem fundamentos essenciais da contratação. Assim, um empregado (vigia noturno, p. ex.) que, atendendo aos seus próprios interesses, puder convidar substituto (colega ou parente, estranho à empresa) para o cumprimento de obrigações contratuais, não preencherá a aludida condição, restando desconfigurado o vínculo. Empregado PESSOALIDADE O prestador se revela, portanto, mais importante que a própria prestação, identificando o principal traço distintivo entre a relação de trabalho e a relação de consumo, uma vez que nesta o resultado será o objeto maior da contratação, independentemente das pessoas que contribuíram para sua obtenção. Tanto assim que, na relação consumerista, o prestador responderá sempre diante de vícios apresentados pelos serviços, bem como em razão de promessas enganosas utilizadas para atrair clientela. Empregado NÃO EVENTUALIDADE (HABITUALIDADE) Elemento de difícil definição, também chamado de habitualidade, a não eventualidade deve sempre levar em conta a frequência com que o empregado executa seu trabalho em relação ao número de dias em que este poderia ser exigido. Assim, um trabalhador que labora uma ou duas vezes por semana, em um universo de seis dias úteis, será considerado eventual, ao passo que, em um universo de dois dias (uma bilheteria de eventos, p. ex.) deve ser considerado habitual ou não eventual. Empregado NÃO EVENTUALIDADE (HABITUALIDADE) Acionando-se três ou mais vezes por semana, a jurisprudência é maciça, entendendo como habitual e permitindo a configuração do vínculo empregatício. No caso da relação doméstica, a própria Lei Complementar n. 150/2015 define como requisito para configuração do vínculo empregatício a prestação de serviços por mais de 2(dois) dias na semana. Empregado SUBORDINAÇÃO Evolução do antigo conceito de dependência, a subordinação, requisito do vínculo empregatício, não é econômica nem técnica, mas sim jurídica. Na verdade, o trabalhador cumpre as ordens que lhe são dirigidas pelo empregador em respeito ao contrato de trabalho celebrado e para que possa reivindicar a contraprestação convencionada, bem como todos os direitos trabalhistas que o instrumento normativo e a lei lhe conferem, pois, afinal, nem sempre possui condição econômica inferior ou busca aperfeiçoar sua técnica. Empregado SUBORDINAÇÃO A subordinação representa o oposto da autonomia, na qual o prestador mantém o pleno poder de direção do trabalho, podendo escolher clientela, definir estratégias e preços, fixar seus próprios horários e prazos ou mesmo recusar serviço quando assim lhe for conveniente. Empregado ONEROSIDADE A definição de onerosidade, para fins trabalhistas, também deve ganhar um contorno muito mais abrangente que para os outros ramos do Direito. Derivação de “ônus, ela se fará presente sempre que o tomador de serviços se comprometer ao cumprimento de uma obrigação, seja de pagar (dinheiro ou utilidade), de dar, de fazer ou de não fazer. Isso porque a simples ideia de que a falta de pagamento pecuniário implicaria a ausência de onerosidade é completamente falsa. Empregado ONEROSIDADE A inexistência de onerosidade é sinônimo de trabalho gratuito, ou seja, beneficente, filantrópico, altruísta. O fato de um indivíduo trabalhar em troca de alimento, moradia ou mesmo para que seu pai tenha um tratamento de saúde não denota gratuidade, mas sim onerosidade. Empregado ONEROSIDADE O mesmo ocorre quando o trabalhador é contratado como comissionista puro (para receber apenas 10% das vendas a realizar) e, em seis meses de trabalho árduo, nenhuma negociação daquele produto consiga concretizar. O trabalho não é, pois, gratuito, mas oneroso, uma vez existentes a pretensão de recebimento e o ônus (obrigação) de pagar. Importante deixa claro, no entanto, que, em qualquer hipótese citada (trabalho por alimento, moradia ou tratamento de saúde, e o comissionista puro, cujas vendas são infrutíferas), remanesce Empregado ONEROSIDADE a obrigação do empregador em realizar pelo menos o pagamento do salário mínimo (mensal, por dia ou por hora), podendo o mesmo ser pleiteado judicialmente no caso de inadimplemento. Empregador Segundo a CLT, “considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço” (art. 2º caput) e, ainda, por equiparação, “os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados” (art. 2º, §1º). Poderes do empregador PODER DE DIREÇÃO O poder de direção do tomador aos serviços encontra correspondente direto na subordinação jurídica do prestador, o que vale dizer que todo trabalho subordinado é um trabalho dirigido. A doutrina moderna divide o poder de direção em quatro estruturas: poder de organização, poder regulamentar, poder de controle e poder disciplinar. Poderes do empregador PODER DE ORGANIZAÇÃO O poder de organização representa a vantagem de se escolher o ramo da atividade econômica; delimitar mercado consumidor; criar organograma estrutural; estabelecer linha hierárquica; implementar tecnologia; aplicar técnicas e, em geral, definir a forma como o trabalho deverá ser realizado. Poderes do empregador PODER REGULAMENTAR O poder regulamentar traduz a autoridade do tomador em fixar regras de conduta no ambiente de trabalho e em estabelecer condições/estruturas laborativas, que são anunciadas aos trabalhadores de forma escrita ou verbal, diretamente ou por meio de regulamentos, planos de carreira, comunicados, portarias, memorandos, etc. Poderes do empregador PODER DE CONTROLE O poder de controle sintetiza a faculdade de fiscalizar a prestação dos serviços, como o horário de início e término do trabalho, a utilização de uniformes ou de equipamento de proteção individual (EPI), o monitoramento moderado dos ambientes e e-mails corporativos e até mesmo realizar a revista na pessoa, desde que não de forma íntima. Poderes do empregador PODER DISCIPLINAR O poder disciplinar caracteriza-se pela prerrogativa de aplicar penalidades ou sanções ao trabalhador em caso de descumprimento do contrato de trabalho ou de infringência ao dever de lealdade com a empresa e de urbanidade com os demais colegas. Direito Trabalhista e Previdenciário
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