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Farmacodinâmica
· Efeitos dos fármacos, do local de ação (aonde vão se ligar para produzir os efeitos) e mecanismo de ação (forma de ação)
· A farmacodinâmica se encaixa na farmacocinética na parte de distribuição, pois quando o fármaco é distribuído ele vai produzir seu efeito.
Como os fármacos agem no organismo
 
· A maioria dos fármacos produzem seus efeitos ao se ligarem em alvos específicos. Mas existem substâncias que atuam sem estar ligadas a qualquer componente tecidual. Constitui exceção a maioria dos fármacos. Exemplo:
1. Ação física
Uma propriedade física do fármaco é responsável por sua ação exceção: laxante (sulfato de magnésio). Quando está presente no intestino, por osmose a água vai para o sulfato de magnésio fazendo com água fique retida junto a ele, levando ao amolecimento das fezes. Observe como ele não se ligou a nada, sua ação aconteceu pela sua presença.
2. Ação química
A droga reage extracelularmente. Exemplo: antiácidos. Antiácido: chega ao estômago, e sofre reação química com o ácido clorídrico fazendo com que o pH fique um pouco mais alto. 
Alvos específicos
· Na maioria das vezes o fármaco se liga há alvos específicos. Reconhecem, se ligam ao alvo e produz seu efeito
Principais alvos para a ação dos fármacos
1. Enzimas 
2. Moléculas transportadoras 
3. Canais iônicos
4. Receptores
“quando o fármaco se liga em um destes alvos As moléculas de um fármaco devem exercer alguma influência química em um ou mais constituintes das células para produzir resposta farmacológica”
Receptores 
· Estrutura presentes no nosso corpo (células, órgãos) em que substâncias endógenas produzidas pelo nosso corpo vão se ligar. Exemplo: 
1. Receptor alfa 1, presente em vasos sanguíneos, quando a adrenalina (substância endógena) se liga a eles ocorre a vasoconstrição (diminuição do calibre do vaso)
2. Receptor beta 1, presente no coração, quando a adrenalina se liga aumenta a força e frequência cardíaca
Canais iônicos
· Diante de um estímulo (corte) faz com que os canais de sódio se abram e com sua abertura o sódio entra, ocasionando a despolarização, potencial de ação e transmissão de estímulo, no caso, dor
· Se um Anestésico locais for administrado: bloqueiam os canais para que o sódio não entre, consequentemente não ocorre a despolarização, potencial de ação e impedem a transmissão de dor. Produzem seu efeito ligando há um canal iônico, nesse caso é o canal de sódio (Na)
 Enzimas
· Há um estímulo inflamatório, a partir do momento que ele acontece irá desencadear a Cascata da inflamação: sequencia de reações mediadas por enzimas e no final há mediadores inflamatórios (promovem sinais e sintomas da inflamação). Há fármacos que são capazes de atuar em uma enzima, inibindo-a, dessa forma mediadores inflamatórios deixarão de ser produzidas, reduzindo os efeitos da inflamação. Exemplo nimesulida, ibuprofeno
 Transportadores
· O neurônio produz Noradrenalina que é armazena em vesículas e diante de um estímulo, essa vesícula se rompe e libera a NA na fenda sináptica, onde se liga aos seus receptores e produz o efeito. Seu efeito termina quando sofre receptação através de um transportaor, ou seja, o neurônio capta a NA que foi liberada, dessa forma volta ao neurônio e na sequência será metabolizada. Antidepressivos tricíclicos: inibem a receptação, consequentemente, ficará mais tempo podendo produzir seu efeito
Tipos de Receptores
· A maioria de fármacos se liga a esse tipo de alvo
· Cada receptor um mecanismo intracelular diferente que é desencadeado quando o mesmo é ativado. Dependendo de qual é ativado a resposta pode ser mais demorada ou mais lenta, isso varia devido aos mecanismos celulares relacionados (mais simples ou mais complexos), esse tempo pode ser de milissegundos ou horas.
Afinidade X Eficácia X Potência
· Afinidade: tendência de um fármaco de se ligar a um receptor. Se for capaz de se ligar, tem afinidade
· Eficácia: “força” do complexo droga-receptor em gerar resposta. Se a resposta for gerada, tem eficácia. Há substâncias que tem afinidade, se ligam ao receptor, mas nenhum mecanismo intracelular é desencadeado, dessa forma, a substância apenas bloquearia o receptor e não teria eficácia.
· Potência: quantidade da droga para produzir determinado efeito. Fármaco mais potente usa uma menor quantidade para produzir seu efeito, pois a afinidade pelos receptores é tão grande que pouca quantidade já se liga e produz seus efeitos. Já os fármacos menos potente, usa mais para ter mais disponibilidade para se ligar aos recpetores.
Exemplo: Se o efeito farmacológico de 10 mg de morfina é igual a 100 mg de petidina, a morfina é mais potente do que a petidina.
Obs: Em geral, os fármacos de alta potência exibem alta afinidade pelos receptores..
Índice terapêutico
· Mostra a segurança de uma substância, 
dose letal mediana (DL50)
dose eficaz mediana (DE50)
· O ideal é que tenha o maior valor possível, pois quanto maior mais distante a dose eficaz estará da dose letal, consequentemente maior a segurança de uma substância. Se você erra na quantidade (pra mais) e o índice terapêutico for baixo, você chega próximo ao valor da dose letal mais rápido.
Interação fármaco-receptor
Agonista
· Substância capaz de se ligar ao receptor e desencadear uma resposta (tem eficácia e afinidade). Ex: salbutamol (agonista b2) a respota é a broncodilatação (eficácia).
Antagonista
· substância capaz de se ligar ao receptor sem causar ativação (eficácia zero). Sua ligação impede o acoplamento do agonista endógeno. Ex: propranolol (antagonista b) impede o acoplamento do agonista endógeno.
O propranolol impede a broncodilatação realizada pelo salbultamol
· O antagonista pode ser terapeuticamente útil, pois muitas vezes se deseja é a ação de um fármaco antagonista. Pode ter uma resposta produzida endogenamente no corpo, para bloquear essa resposta fazendo com que uma resposta antagonista se ligue, por exemplo, um paciente possui uma taquicardia devido a da adrenalina esta se ligando e ativando os receptores beta 1 de forma indevida, o medicamento poderia se ligar ao beta 1, bloqueando o receptor, impedindo que o aumento da frequência acontecesse
Agonista total 
· Produz efeitos máximos, não ultrapassados por outra droga. Alta atividade intrínseca., ou seja, sua capacidade de ativar mecanismo intracelulares é muito eficiente Ex: morfina. Possui alta atividade intríssa, ou seja, alta capacidade de ativar os mecanismos intracaelulares
Agonista parcial 
· Mesmo quando ocupa 100% dos receptores teciduais produz resposta menor que a do agonista total. Baixa atividade intrínseca. Ex: buprenorfina. Possui baixa atividade intrínseca, ou seja, baixa capacidade de ativar os mecanismos intracelulares
 Agonista inverso
· Estabiliza o receptor em sua conformação inativa. O ligante reduz o nível de ativação constitutiva. Exemplo: ligantes de receptores de benzodiazepínicos
Antagonismo X Sinergismo
· Antagonismo: uma substância atrapalha o efeito da outra
· Sinergismo: duas substâncias produzem o mesmo efeito, ou seja, uma cooperação entra as substâncias.
Obs: nem sempre o antagonismo é indesejável e em outras vezes pode ser prejudicial
Antagonismo 
· Uma substância vai contra a outra, atrapalha/ efeito contrário/agem contra o efeito da outra)
1. Químico: A + B → C (sem efeito) 
· Individualmente produzem efeito, mas quando são administradas juntas, não. Ex: Quelantes (dimercaprol) junto com os metais pesados reduz a toxicidade de metais pesados. Uma substância neutralizou a outra, entretanto, foi algo benéfico.
2. Farmacocinético: A + B → diminui a concentração de uma substância em seu local de ação, então está atrapalhando
· Antagonismo em alguma fase da farmacocinética..
· O fenobarbital:é um indutor enzimático então ele aumenta o metabolismo de determinadas substâncias. Dessa forma 2, aumentaria o metabolismo de 1, o que consequente, iria aumentar seu metabolismo e com isso perderia seu efeito mais rápido, pois ao ser metabolizada rápida sua concentração ficaria menor deixando de produzir o efeito
Ex: Varfarina (anticoagulante)X fenobarbital: (anticonvulsivante) (↑ metabolismo). 
3. Fisiológico/Funcional: A x B ( x )
· A produz uma resposta fisiológica, B produz uma resposta fisiológica contrária, então ao ser administrada juntas, uma anularia o efeito da outra.
· Ex: histamina X adrenalina 
a histamina é uma substância produzida pelo nosso corpo e em determinadas situação a quantidade liberada é muito alta, por exemplo, em um quadro alérgico. a histamina é uma substância vasodilatadora causa a diminuição da PA, num quadro grave a PA abaixa muito, a administração de adrenalina causaria uma vasoconstrição, anulando a ação da histamina e aumentando a PA). Ou seja, a histamina produz uma vasodilatação com a redução da PA já a adrenalina produz uma vasoconstrição com o aumento da PA.
· adrenalina X acetilcolina. (cardíaco: acetilcolina inibi a frequência cardíca, adrenalina aumenta a frequência cardíaca)
· Cada substância administrada sozinha possui seu efeito fisiológico, ao serem administradas juntas geram reações fisiológicas contrárias, dessa forma, uma anula o efeito da outra
4. Farmacológico (Competitivo): Relação de competição de duas substâncias pelo mesmo receptor, ou seja, duas substâncias irão competir pelo mesmo receptor
· Reversível: a capacidade de uma substância se ligar e desligar
· Irreversível: a capacidade de uma substância se ligar e não se desligar
· Obs: os fármacos são competitivos de forma reversível, de forma irreversível apenas ferramenta experimental
· Droga B está atrapalhando A ao se ligar ao receptor, impedindo que a substância A se ligue. 
Sinergismo
· Duas substâncias agem da mesma forma, ou seja, produzem o mesmo efeito
1 Adição: soma dos dois fármacos
2 Potenciação: fármacos possuem um efeito sozinho, mas quando são administradas ao mesmo tempo o resultado é maior do que a soma dos dois fármacos
Ex: paciente com infecção grave, necessitando do uso de antibiótico, onde há 2 fármacos que seria necessário de uma dosagem alta para ser efetivo, entretanto, isso pode causar reações adversas significativas como toxidade, dessa forma usa um pouco de cada para que o efeito se somassem, possibilitando o uso de uma dosagem menor dessas duas substâncias reduzindo as chances de reações adversas
Respostas ausentes ou fracas de fármacos
Dessensibilização ou Taquifilaxia
· Perda rápida de alguns efeitos após administração repetida do fármaco. 
Tolerância
· Perda gradual de um ou vários efeitos, após administração repetida da droga. , ou seja, leva mais tempo
· Os fármacos devem ser o mais seletivo possível, produzindo uma resposta mais específica com intuito de reduzir as reações adversas. Entretanto eles não produzem apenas as respostas desejadas, 1 resposta é a que eu quero (efeito terapêutico) e as outras são reações adversas e muitas vezes à tolerância a essas reações adversas, o que é bom, em um primeiro momento pode haver muitas reações mas a medida que ele vai usando a substância começa a acontecer uma tolerância a alguns efeitos. 
· se a tolerância ocorrer ao efeito terapêutico deve aumentar a dose pra compensar a perda do efeito (dentro do possível.) ou trocar o medicamento.
Resistência
· É a falta total de resposta a determinado tratamento, causada por exposição prévia ao fármaco ou outros agentes do mesmo grupo. Ex: antibiótico
Reações adversas
· Qualquer resposta prejudicial ou indesejável, não intencional, a um medicamento, a qual se manifesta após a administração de doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doença ou para modificação de função fisiológica.
· Sempre estarão presentes quando uma substância é administrada. O ideal seria que tivéssemos apenas o efeito terapêutico, mas isso não acontece. Ou seja, o efeito terapêutico é o desejado, todos os outros são reações adversas.
Reações adversas previsíveis (A)
· São resultantes da ação ou efeito farmacológico do medicamento administrado em dose terapêutica habitual. São geralmente dependentes da dose administrada e apresentam alta incidência.
Exemplos
1. Sobredosagem relativa: um fármaco administrado em doses terapêuticas atinge concentrações superiores as habituais, por modificações farmacocinéticas. Por exemplo, um indivíduo com disfunção hepática e não conseguir metabolizar a substância da forma esperada, ela vai se acumular no corpo fazendo com que haja uma sobredosagem. Ou renal que não consegue eliminar com a mesma eficiência
2. Efeitos colaterais: são interpretados como ações farmacológicas do fármaco. Em geral, os fármacos possuem diversas ações farmacológicas e somente uma delas produz o efeito terapêutico desejado, os outros efeitos são considerado colaterais.. 
Por exemplo, morfina, substância analgésica. Produz efeito analgésico (terapêutico) e outros efeitos como náusea, vômito, coceira, constipação. O fármaco possui mais de um efeito, mas o que eu quero é o terapêutico, o que eu não quero são os efeitos colaterais, porém não tem como evitar, pois faz parte do remédio
3. Efeitos secundários: são consequências da ação farmacológica primária do fármaco (efeito terapêutico). 
exemplo uso de um antibactreriano (antibiótico) deseja a destruição das bactérias, mas quando acontece isso pode atingir as bactérias da flora intestinal, levando a uma diarreia, ou seja, consequência do efeito terapêutico da substância..
Quando inflamatório e faz uso de corticoide, o uso do msm pode levar a outras alterações devido a função imunossupressora
4. Interações medicamentosas: ocorrem quando os efeitos de um fármaco são alterados pela presença de outro fármaco, alimento ou algum agente químico ambiental.
A interação entre duas substâncias pode ser algo benéfico ou não (sinergismo e antagonismo)
Reações adversas imprevisíveis (B)
· São reações inesperadas que ocorrem em pacientes hipersensíveis, tendo em vista as propriedades farmacológicas do fármaco. Geralmente não são dependentes da dose administrada e apresentam baixa incidência. Exemplos: intolerância, idiossincrasia, hipersensibilidade
· Já sabe que pode acontecer, mas como a incidência é baixa é algo imprevisto.
1. Intolerância: é um efeito farmacológico quantitativamente aumentado, frequentemente produzido por pequena dose do medicamento. 
Caso o individuo fosse intolerante a resposta produzida é muito elevada em comparação com alguém que não é.. mesmo reduzindo a dose a resposta quantitativa é alta, dessa forma suspende o uso que é melhor
2. Idiossincrasia: descreve uma resposta qualitativamente anormal e inesperada a determinado fármaco, que difere das suas ações farmacológicas normais e que se assemelha à hipersensibilidade. Não ocorre por um mecanismo imunológico, tendo geralmente base genética. (resposta totalmente inesperada)
Anti-hipertensivo usado em uma população negra não acontece nada de anormal, diferentemente da população não negra. (é mais leve, tendo resposta cutânea como impolação).
Fez uso do medicamento e o efeito ocorreu dentro do esperado. Um paciente fez o uso do mesmo medicamento, mas o efeito foi totalmente inesperado, entretanto não por mecanismo imunológico e sim base genética
3. Hipersensibilidade: decorre de sensibilização prévia do indivíduo a substância estranha ao organismo, mediada por mecanismo imunológico. Podem ser (alergias) leves e benignas, como urticárias, ou graves, com risco de vida, como anafilaxia (choque anafilático) exemplo o uso de penicilina.

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