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Copyright © Portal Educação 2015 – Portal Educação Todos os direitos reservados R: Sete de setembro, 1686 – Centro – CEP:79002-130 Telematrículas e Teleatendimento: 0800 707 4520 Internacional: +55 (67) 3303-4520 atendimento@portaleducacao.com.br – Campo Grande-MS Endereço Internet: http://www.portaleducacao.com.br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Tiago Pereira Nocera CRB 1/2995 Portal Educação P842a Aromaterapia / Portal Educação.- Campo Grande: Portal Educação, 2015. 75p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-436-0405-3 1. Aromaterapia. I. Portal Educação. II. Título. CDD 615.3 2 SUMÁRIO 1 O QUE É A AROMATERAPIA? ........................................................................................................ 4 2 HISTÓRIA DA AROMATERAPIA ..................................................................................................... 5 3 CRONOLOGIA DA AROMATERAPIA: ............................................................................................. 6 4 O AROMA ........................................................................................................................................ 11 5 A RESPIRAÇÃO E O AROMA ......................................................................................................... 12 6 O OLFATO ....................................................................................................................................... 13 7 VIVÊNCIAS: ..................................................................................................................................... 17 8 AS FASES DE INTERPRETAÇÃO DE UM AROMA ....................................................................... 19 9 OS ÓLEOS ESSENCIAIS................................................................................................................. 25 9.1 OS TERPENOS: ............................................................................................................................ 25 9.2 DERIVADOS TERPÊNICOS: ......................................................................................................... 26 9. 3 DERIVADOS DE FENILPROPANO: ............................................................................................. 27 9. 4 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO ......................................................................................................... 27 9.4 1 Destilação a vapor .................................................................................................................... 28 9.4. 2 Prensagem e Obtenção à Frio ................................................................................................ 28 9.4. 3 Maceração ................................................................................................................................ 29 9.4.4 Enfloragem ................................................................................................................................ 29 10 USO DA AROMATERAPIA ............................................................................................................ 31 10. 1 MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO ...................................................................................................... 32 10.1.1 Inalação.................................................................................................................................... 32 10.1.2 Massagem Terapêutica ........................................................................................................... 32 10. 1.3 Aromatizadores ...................................................................................................................... 33 10.1.4 Banho Terapêutico ................................................................................................................. 34 10.1.5 Sinergias .................................................................................................................................. 36 11 PRECAUÇÕES NO USO DA AROMATERAPIA ........................................................................... 41 12 CONFECÇÃO DE PRODUTOS AROMATERAPÊUTICOS: .......................................................... 42 12.1 SAIS DE BANHO: ........................................................................................................................ 42 12.2 AROMATIZADOR: ....................................................................................................................... 43 12.3 PERFUME ................................................................................................................................... 45 12.4 ANIS-ESTRELADO ...................................................................................................................... 46 3 12.5 CAMOMILA-ROMANA ................................................................................................................ 47 12.6 BENJOIM ..................................................................................................................................... 48 12. 7 CANELA-DA-CHINA ................................................................................................................... 49 12.8 CÂNFORA ................................................................................................................................... 49 12. 9 CEDRO ....................................................................................................................................... 50 12. 10 CIPRESTE ................................................................................................................................ 51 12.11 CITRONELA .............................................................................................................................. 52 12.12 CRAVO ...................................................................................................................................... 53 12. 13 EUCALIPTO COMUM ............................................................................................................... 54 12. 14 GERÂNIO ................................................................................................................................. 54 12.15 HORTELÃ-PIMENTA ................................................................................................................. 55 12. 16 YLANG-YLANG/CANANGA ...................................................................................................... 57 12.17 JASMIM ..................................................................................................................................... 57 12.18 LARANJA-DOCE ....................................................................................................................... 58 12. 19 LIMÃO ....................................................................................................................................... 59 12.20 MANJERICÃO ........................................................................................................................... 60 12.21 MANJERONA ............................................................................................................................ 61 12.22 MIRRA ....................................................................................................................................... 62 12. 23 NÉROLI..................................................................................................................................... 63 12. 24 OLÍBANO ..................................................................................................................................64 12.25 PALMA-ROSA ........................................................................................................................... 66 12.26 PATCHULI ................................................................................................................................. 67 12. 27 PAU-ROSA ............................................................................................................................... 68 12. 28 PETITGRAIN ............................................................................................................................ 68 12.29 SALSA ....................................................................................................................................... 69 12. 30 SÂNDALO ................................................................................................................................. 71 12. 31 TANGERINA ............................................................................................................................. 72 12. 32 TEA TREE ................................................................................................................................ 73 12. 33 TOMILHO.................................................................................................................................. 74 4 1 O QUE É A AROMATERAPIA? “A aromaterapia é uma opção de vida que nos ajuda a sentir bem fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Seus meios para restaurar o equilíbrio do corpo e do espírito estão fundamentados nos preceitos de saúde e no poder das plantas e seus óleos essenciais”. Adão Roberto da Silva 5 2 HISTÓRIA DA AROMATERAPIA Nos tempos primórdios, as ervas eram tratadas de maneira empírica e os conhecimentos eram passados verbalmente pelas mulheres, de mãe para filha, ao longo de milhares de anos. A vocação feminina para os cuidados da casa, colheita das ervas e geração e manutenção da prole, facilitou a transmissão do conhecimento e aprimoramento de técnicas para a prevenção de doenças dentro do lar. A Aromaterapia faz parte dos mais antigos métodos de cura. Foi constatado o uso dos óleos aromáticos no embalsamamento de múmias datando 6000 a.C; junto ao esqueleto havia vasilhas com folhas e plantas medicinais. Porém, os primeiros registros só apareceram por volta de 3000 a.C, quando foi criado o alfabeto Sumério. Acredita-se que a história da Aromaterapia começou com a queima de madeiras, folhas, gravetos e eucaliptos perfumados na Antigüidade. Esta prática provavelmente apareceu a partir da descoberta de que algumas fogueiras, como as feitas de cipreste e cedro, perfumavam o ar quando eram queimadas. Na verdade, a nossa palavra moderna perfume deriva do latim per fumum, que significa "através da fumaça". O incenso não foi, portanto, a única utilização de fragrância nos tempos antigos. Em algum ponto entre os anos 7000 e 4000 a.C, as tribos neolíticas aprenderam que as gorduras dos animais, quando eram aquecidas, absorviam as propriedades aromáticas e curativas das plantas. Talvez folhas ou flores perfumadas tenham caído acidentalmente na gordura enquanto a carne estava sendo preparada na fogueira. A informação obtida nesse acidente levou a outras descobertas: as plantas davam sabor à comida, ajudavam a curar ferimentos e suavizavam a pele seca de forma bem melhor que a gordura sem fragrância. Essas gorduras perfumadas, as precursoras das nossas modernas loções para massagem e para o corpo, perfumavam quem as usava, protegiam a pele e os cabelos das intempéries do tempo e dos insetos e relaxavam músculos doloridos. Elas também afetavam a energia e as emoções das pessoas. Podemos dizer que a Aromaterapia trabalha nosso corpo de maneira natural e holística. Os óleos essenciais atuam no corpo restaurando nossas energias curativas e proporcionando o balanceamento entre corpo, mente e espírito. A fumaça ou a fumigação foi provavelmente um dos usos mais antigos das plantas aromáticas com efeitos alucinógenos, estimulantes ou calmantes. Gradualmente esses conhecimentos foram passados geração a geração, até chegar aos dias de hoje. 6 3 CRONOLOGIA DA AROMATERAPIA: Na Babilônia foram encontradas placas de barros do ano 3000a.C, que descreviam sobre a utilização de ervas. A Farmácia babilônica era extensa, tinha a descrição de 1.400 plantas. Porém a prática da medicina naquela época era muito precária. Heródoto, historiador grego, dá dicas de que era o costume deitar os pacientes nas ruas e pedir opiniões as pessoas que passavam. Em 1873, o egiptólogo alemão Georg Ebers comprou um volumoso rolo de papiro. Após ter decifrado a introdução, Ebers foi surpreendido pela seguinte frase: «Aqui começa o livro relativo à preparação dos remédios para todas as partes do corpo humano.» Viria a provar-se ser aquele escrito o primeiro tratado médico egípcio conhecido. Compunha-se de uma parte relativa ao tratamento das doenças internas e de uma longa e impressionante lista de medicamentos. Atualmente, pode afirmar-se que, 2000 anos antes do aparecimento dos primeiros médicos gregos, já existia uma medicina egípcia, organizada como conjunto de conhecimentos e de práticas distintas das crenças religiosas. Duas das receitas incluídas no papiro de Georg Ebers são, efetivamente, consideradas como remontando à 6ª dinastia, ou seja, há cerca de 24 séculos antes do nascimento de Cristo. Aproximadamente na mesma época, o Templo de Edfu desenvolveu uma escola de medicina e mantinha um importante jardim de plantas medicinais. Dentre as plantas mais utilizadas pelos Egípcios, é indispensável citar o zimbro, as coloquíntidas, a romãzeira, a semente do linho, o funcho, o bordo, o cardamomo, os cominhos, o alho, a folha de sene, o lírio e o rícino. Um baixo-relevo proveniente de Akhetaton ostenta uma planta medicinal que posteriormente desempenharia um papel fundamental na farmacopéia da Idade Média: a mandrágora. Os Egípcios conheciam também as propriedades analgésicas da dormideira, utilizada, segundo eles, na preparação do «remédio contra as crises anormalmente prolongadas». Mais notável ainda é o conhecimento progressivamente adquirido das regras de dosagem específicas para cada droga; prática que se ampliou ao fabrico e à administração de todos os remédios, podendo afirmar-se que assim nasceu à receita médica e a respectiva posologia. Estes conhecimentos médicos iniciados no antigo Egito divulgaram-se nomeadamente na Mesopotâmia. Em 1924, o Dr. Reginald Campbell Thompson, do Museu Britânico, conseguiu 7 identificar 250 vegetais, minerais e substâncias diversas cujas virtudes terapêuticas os médicos babilônios haviam utilizado, especialmente a beladona, administrada contra os espasmos, a tosse e a asma; os pergaminhos da Mesopotâmia mencionam ainda o cânhamo indiano, ao qual se reconhecem propriedades analgésicas e que se receita para a bronquite, o reumatismo e a insônia. O nome de Cleópatra é lendário e importante para a História da Aromaterapia e está inextricavelmente ligado à perfumaria. Cleópatra foi à última das rainhas egípcias, apesar de não ter puro sangue egípcio. Ela, mais grega que egípcia, reinou sobre um império moribundo – a força de sua personalidade foi suficiente para subjugar Júlio César, bem como Marco Antônio. Já disseram que sua beleza não era tão notável. A sedução que exerceu sobre Marco Antônio foi conseguida com seu uso liberal de perfumes. Há registros de que, em dada ocasião, usou ungüentos no valor de 400 denários - caríssimo, apenas para suavizar e perfumar suas mãos. Há histórias de Cleópatra embeber as velas de seu navio com o óleo essencial de jasmim e todas as vezes que cruzava o Nilo, todos sabiam que era ela, pois a reconheciam pelo seu perfume. Também encontramos notas de faraós que usavam os ornamentos nas cabeças emformato de cone, contendo os óleos que gotejavam pouco a pouco por seus cabelos aromatizando-os e produzindo uma grande atração e poder sobre as pessoas. Após a morte de Cleópatra, em 30 a.C o Egito se tornou uma província romana. Os romanos eram ainda mais liberais no uso de perfume que os gregos. Seus perfumes eram acondicionados em garrafas “unguentaria”, geralmente feitas de alabastro, ônix ou vidro e usadas para banhos – os banhos romanos. Os perfumistas romanos unguentarii eram numerosos e ocuparam um trecho específico de uma rua da cidade, a vicus thuraricus no Velabrum. Em Cápua, cidade notável por seu luxo ocupava toda uma rua. Usavam-se três tipos de perfume: “Ladysmata” – ungüentos sólidos, stymmata - óleos essenciais, e diaspasmata – perfumes em pó. Na Índia, a aromaterapia como parte da medicina ayurvédica, remonta aos tempos dos Vedas, uma coleção de hinos datando aproximadamente 1500a.C. Nessa época, os médicos indianos desenvolveram técnicas cirúrgicas e criaram diagnósticos avançados. O tratamento, entretanto, era feito com ervas aromáticas e fitoterápicas. O livro sagrado da Medicina Ayurveda, o Atharva Veda, inclui mais de 1000 ervas medicinais, muitas das quais continuam sendo utilizadas até hoje. A princípio eram os Gregos, e mais tarde, por seu intermédio os Romanos, os herdeiros dos conhecimentos egípcios, desenvolvendo-os até um elevado nível. Aristóteles, espírito 8 universal, estudou história natural e botânica; Hipócrates, freqüentemente considerado «o pai da medicina», reuniu com os seus discípulos a totalidade dos conhecimentos médicos do seu tempo no conjunto de tratados conhecidos pelo nome de Corpus Hippocraticum: para cada enfermidade descreve o remédio vegetal e o tratamento correspondente. Catão, o Antigo, no século II a.C., mencionou no seu tratado De Re Rustica cento e vinte plantas medicinais que cultivava no seu próprio jardim. No início da era cristã, Dioscórides inventariou no seu tratado De Materia Medica mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral e animal. À semelhança dos seus predecessores, esforçou-se por ter em conta o maravilhoso e separar o racional do irracional. Esta preocupação científica nem sempre foi seguida por Plínio, o Antigo, cuja monumental História Natural contém por vezes descrições de algum modo fantasistas. Finalmente, o grego Galeno, cuja influência foi tão duradoura como a de Hipócrates, ligou o seu nome especialmente ao que ainda se denomina a «escola galênica» ou «farmácia galênica». Efetivamente, distingue-se o emprego das plantas «ao natural»; ou seja, sob a forma de pós, das «preparações galênicas», em que solventes como o álcool, a água ou o vinagre servem para concentrar os componentes ativos da droga, os quais serão utilizados para preparar ungüentos, emplastros e outras formas galênicas. O longo período que se seguiu no Ocidente, à queda do Império Romano, designado universalmente por Idade Média, não foi exatamente uma época caracterizada por progressos científicos. Os domínios da ciência, da magia e da feitiçaria tendem freqüentemente a confundir- se; drogas como o meimendro-negro, a beladona e a mandrágora serão consideradas como plantas de origem diabólica. Assim, Joana D’Arc será acusada de ter «atormentado os Ingleses pela força e virtude mágica de uma raiz de mandrágora escondida sob a armadura». Contudo, não é possível acreditar que na Idade Média se perderam completamente os conhecimentos adquiridos durante os milênios precedentes. Os monges, devido aos seus conhecimentos do latim e do grego, foram os detentores do saber da Antiguidade; grande número de mosteiros vangloriava-se dos seus «jardins dos simples», onde cresciam as plantas utilizadas para o tratamento dos doentes. Ainda atualmente se conserva a memória de Santa Hildegarda, a «santa curandeira», cujos tratados, conhecidos pelo nome de Physica, além de resumirem os conhecimentos antigos, trazem à luz, pela primeira vez, as virtudes de algumas plantas como a pilosela ou a arnica. No entanto, a medicina da Idade Média foi, sobretudo, dominada pela Escola de Salerno; os eruditos que ali trabalhavam deram a conhecer, por intermédio de sábios (como Avicena, Avenzoar e Ibn-el-Beithar) e dos textos árabes, grande 9 número de obras da medicina grega. Rogério de Salerno, no início do século XII, contribuiu para os consideráveis progressos da medicina do seu tempo. Foi, no entanto, no Renascimento, com a valorização da experimentação e da observação direta e com o surto das grandes viagens para as Índias e as Américas, que se originou o período de progresso no conhecimento das plantas e das suas virtudes. No início do século XVI, o médico suíço Paracelso tentou descobrir a «alma», a «quinta- essência» dos vegetais, de onde irradiam as suas virtudes terapêuticas. Não dispondo, evidentemente, dos meios de análise que mais tarde seriam oferecidos pela tecnologia moderna, tenta aproximar as virtudes das plantas das suas propriedades morfológicas, da sua forma e cor: é a chamada «teoria dos sinais». O italiano Pier Andrea Mattioli, seu contemporâneo, comenta a obra de Dioscórides e descobre as propriedades do castanheiro-da-índia e da salsaparrilha-da-europa e descreve 100 novas espécies. Surgem os jardins botânicos: em 1544, Luca Ghini, professor em Bolonha, funda o de Pisa; em 1590, Veneza confia a Cortuso o de Pádua. Olivier de Serres reforma a agricultura francesa no reinado de Henrique IV, criando também, na sua propriedade de Pradel, em Vivarais, um admirável jardim de plantas medicinais, imitado algum tempo depois por Luís XIII, que funda em Paris o Jardim do Rei, predecessor do atual Museu Nacional de História Natural. O desenvolvimento das rotas marítimas, abertas a partir do final do século XV, coloca efetivamente a Europa no centro do Mundo. Os produtos dos países longínquos abundam e, entre eles, as plantas provenientes de outros territórios. Os conquistadores testaram em si mesmos as propriedades medicinais de muitas das plantas, suportando a experiência das propriedades mortais do curare; a casca de quina é utilizada para fazer baixar a temperatura nas febres palúdicas muito antes de se ter conhecimento de como dela extrair a quinina. A América transmitiu aos europeus o conhecimento das virtudes anestésicas e estimulantes da folha de coca. No período compreendido entre os anos de 1800 e 1900, aumentam os cientistas que sintetizam mais e mais compostos químicos. Começa novamente o declínio de tratamentos ou terapias com plantas que só voltam a serem utilizadas em meados do ano de 1914. 10 No ano de 1920 René-Maurice Gattefosse, Ph. D., químico francês especialista na área de cosmética, cria o termo aromaterapia. Enquanto trabalhava em seu laboratório, ele sofreu um acidente que resultou em uma queimadura de terceiro grau em sua mão e antebraço. Ele mergulhou seu braço em uma tina contendo óleo de lavanda, crendo que era água. Para sua surpresa, a dor da queimadura rapidamente diminuiu e durante um curto espaço de tempo, com o contínuo emprego do óleo de lavanda, a queimadura cicatrizou completamente sem a presença de qualquer tipo de cicatriz. Assim, como químico, Gattefosse dedicou-se a análise do óleo essencial de lavanda e descobriu que ele continha uma série de substâncias químicas de extraordinárias propriedades terapêuticas. Posteriormente, baseado nas pesquisas de Gattefosse, um médico francês, o Dr. Jean Valnet, desenvolveu o primeiro sistema de terapia através dos óleos essenciais. Durante a segunda guerra mundial, serviu como médico na frente armada francesa nas muralhas da China, tratando das vítimas. Em uma ocasião, ficou sem antibióticos e tentou a administração dos óleos essenciais. Para espanto de Valnet, os óleos essenciais possuíam um poderoso efeito em reduzir e parar com os processos infecciosos. Devido ao nascimentode uma nova forma de terapia, que não possuía ainda uma denominação clara e que fazia uso dos "aromas" presentes nos óleos essenciais para tratar corpo e mente. Gattefosse criou o termo aromaterapia, termo que em pouco tempo passou a ser utilizado em tratamentos com aromas por todo o mundo. Além de criar o termo que denominou o uso terapêutico de óleos essenciais, Gatefosse escreveu o primeiro livro sobre o assunto que recebeu o mesmo nome. Atualmente a aromaterapia é uma forma de tratamento reconhecida em diferentes países e pela Organização Mundial da Saúde. 11 4 O AROMA Aroma – termo de origem latina; odor, olor, perfume agradável; cheiro; essência odorífera. Aromaterapia – ramo da fitoterapia - novo termo para ciência dos aromas: Aromalogia (1989) Aromacologia – é uma ciência em desenvolvimento que promovera a integração entre áreas diversas. Tais como, a neurofisiologia, a química, a farmácia, a cosmetologia, a psicologia, entre outras. Pretende inter-relacionar os aromas e seus efeitos psicofisiológicos. Nada é mais marcante do que um aroma: ele pode ser inesperado, pode ser marcante, fugaz, e mesmo assim marcar para sempre um instante de vida! Os odores explodem suavemente em nossa memória, como minas poderosas, escondidas sob a massa espessa de muitos anos de experiência. Basta percebermos um aroma para que lembranças aflorem e emoções sejam sentidas. 12 5 A RESPIRAÇÃO E O AROMA A respiração é formada por pares: inspiração e expiração. Ao nascer inspiramos pela primeira vez e ao morrermos expiramos pela última vez. Ao longo da vida, cada respiração faz com que o ar passe pelo olfato. A inspiração, que promove a entrada de ar nos pulmões, dá-se pela contração da musculatura do diafragma e dos músculos intercostais. O diafragma abaixa e as costelas elevam-se, promovendo o aumento da caixa torácica, com conseqüente redução da pressão interna (em relação à externa), forçando o ar a entrar nos pulmões. As moléculas aromáticas flutuam até a câmara olfatória situada na parte mais alta do nariz, atrás da região entre as duas sobrancelhas; entram em contato com os receptores presentes no epitélio olfatório, que conduzem essas informações até o cérebro, até o sistema límbico (tálamo e hipotálamo) onde estão os sentimentos, as memórias, as emoções e as reações aprendidas e arquivadas. Quando as mensagens aromáticas atingem o sistema límbico, são processadas instantânea e intuitivamente. Por isso os aromas têm grande efeito, pois agem nos centros cerebrais, provocando reações emocionais ou físicas. De uma forma sutil, afetam os sentimentos relaxando ou revigorando, excitando ou ajudando a afastar o stress. 13 6 O OLFATO O olfato humano é pouco desenvolvido se comparado ao de outros mamíferos. O epitélio olfativo humano contém cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada qual com seis pêlos sensoriais (um cachorro tem mais de 100 milhões de células sensoriais, cada qual com pelo menos 100 pêlos sensoriais). Os receptores olfativos são neurônios genuínos, com receptores próprios que penetram no sistema nervoso central. A cavidade nasal, que começa a partir das janelas do nariz, está situada em cima da boca e debaixo da caixa craniana. Contêm os órgãos do sentido do olfato e é forrada por um epitélio secretor de muco. Ao circular pela cavidade nasal, o ar se purifica, umedece e esquenta. O órgão olfativo é a mucosa que forra a parte superior das fossas nasais - chamada mucosa olfativa ou amarela, para distingui-la da vermelha - que cobre a parte inferior. 14 A mucosa vermelha é dessa cor por ser muito rica em vasos sangüíneos e contêm glândulas que secretam muco o que mantém úmida a região. Se os capilares se dilatam e o muco é secretado em excesso, o nariz fica obstruído, sintoma característico do resfriado. A mucosa amarela é muito rica em terminações nervosas do nervo olfativo. Os dendritos das células olfativas possuem prolongamentos sensíveis (pêlos olfativos), que ficam mergulhados na camada de muco que recobre as cavidades nasais. Os produtos voláteis ou de gases perfumados ou ainda de substâncias lipossolúveis que se desprendem das diversas substâncias, ao serem inspirados, entram nas fossas nasais e se dissolvem no muco que impregna a mucosa amarela, atingindo os prolongamentos sensoriais. Dessa forma, geram impulsos nervosos, que são conduzidos até o corpo celular das células olfativas, de onde atingem os axônios, que se comunica com o bulbo olfativo. Os axônios se agrupam de 10-100 e penetram no osso etmóide para chegar ao bulbo olfatório, onde convergem para formar estruturas sinápticas chamadas glomérulos. Estas se conectam em grupos que convergem para as células mitrais. Fisiologicamente essa convergência aumenta a sensibilidade olfatória que é enviada ao Sistema Nervoso Central (SNC), onde o processo de sinalização é interpretado e decodificado. 15 Aceitam-se a hipótese de que existem alguns tipos básicos de células do olfato, cada uma com receptores para um tipo de odor. Os milhares de tipos diferentes de cheiros que uma pessoa consegue distinguir resultariam da integração de impulsos gerados por uns cinqüenta estímulos básicos, no máximo. A integração desses estímulos seria feita numa região localizada em áreas laterais do córtex cerebral, que constituem o centro olfativo. Imagens: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981. A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimulá-la, produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior a quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância odorífera no ar. O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. Do ponto de vista adaptativo, o olfato tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o objeto percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor exposição a estímulos lesivos. 16 O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No início da exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas, após um minuto, aproximadamente, o odor será quase imperceptível. Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único odor de cada vez. Contudo, um odor percebido pode ser a combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido quanto um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida. O olfato é 10 mil vezes mais sensível que o paladar. 17 7 VIVÊNCIAS: Vivência I: Comece preparando um ambiente tranqüilo para a sua meditação, longe de muitas interferências externas, arejado, limpo e que permita que você regule a luminosidade. Procure usar roupa confortável que lhe dê mobilidade, bem como se for ouvir música, que esta seja suave e em volume baixo. Deixe o ambiente em meia luz, coloque a música e sente-se confortavelmente. Relaxe os músculos e passe a respirar tranqüilamente de forma circular. A respiração circular consiste em inspirar o ar de modo que tórax e abdômen fiquem cheios de ar, depois expire todo o ar que puder, sem dar pausa entre um movimento e outro. Faça isso lentamente e logo se sentira em um estado de transe leve. Transporte-se agora para a sua infância e identifique quais os cheiros que o rodeavam e qual a sensação referente a cada um desses aromas. Quais os cheiros que vêm primeiro a mente? Qual a sensação relativa a eles; é boa ou ruim? Lembra alguémou situação em especial? Veja-se agora na adolescência. Quais os cheiros que você identificou na infância e permanecem agradáveis neste período? Quais os cheiros que te desagradavam neste período? Por quê? Quais de todos os cheiros que você identificou no período da infância e adolescência que permanecem agradáveis e a que tipo de sensação eles remetem? Vivência II Transcreva a vivência em detalhes. Vivência III Compre ramas de ervas secas e separe-as em vasilhas de vidro: Pétalas de rosas – referente aos aromas de flores Ramas de alecrim – referente aos aromas de folhas Canela e cravo – referente aos aromas de madeira Casca da laranja – referente aos aromas cítricos. Com os olhos vendados pegue cada um dos potes e sinta o aroma tentando identificá- los e fixá-los. 18 Escrevam no caderno as sensações e percepções. Ex: Qual aroma identificou primeiro? Vivência IV Compre os óleos essenciais básicos e comece a uni-los em uma caixinha que será a sua caixa de aromaterapia. Os óleos são: lavanda, laranja, alecrim e cedro. 19 8 AS FASES DE INTERPRETAÇÃO DE UM AROMA A identificação e interpretação do aroma passam basicamente por três fases: Recepção: o óleo essencial libera notas de cabeça; as mais voláteis. Se não fossem voláteis, não daria para aspirá-las. A molécula também deve ser hidrossolúvel, ou pelo menos parcialmente solúvel em água. As moléculas voláteis entram pelas narinas, são aquecidas, umidificadas e captadas pelos receptores no Eptélio Olfativo, que fica dentro da cabeça a altura das sobrancelhas. Transmissão: Não são as moléculas que carregam o cheiro que vão para o cérebro. Na realidade, essas moléculas odoríferas, acabam sendo eliminadas após sofrerem modificações químicas. O que vai para o cérebro é a informação contida no cheiro. A terceira e última fase é responsável pela identificação. O rinencéfalo é responsável pela recepção, condução e integração das sensações olfatórias. Ele é constituído de todas as estruturas relacionadas diretamente com a olfação. Bulbo olfativo: é nessa pequena estrutura sólida e ovóide onde ocorre a identificação do cheiro. Essa estrutura consegue distinguir-se o odor de queimado é de uma folha de papel ou de uma folha de árvore; mesmo que não estejamos olhando. Sistema Límbico O Sistema Límbico atua no controle de nossas atividades emocionais e comportamentais, assim como nos impulsos motivacionais. Em 1978, o neurologista francês Paul Broca observou que na superfície medial do cérebro dos mamíferos, logo abaixo do córtex, existe uma região constituída por núcleos de células cinzentas (neurônios). A qual ele deu o nome de lobo límbico (que traduz a idéia de círculo, anel), uma vez que ela forma uma espécie de borda ao redor do tronco encefálico. Esse conjunto de estruturas, mais tarde denominado sistema límbico, surgiu com a emergência dos mamíferos inferiores. É ele quem comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os mamíferos. 20 As Estruturas Cerebrais na formação das Emoções Algumas partes mais importantes do sistema límbico: Amígdala Essa é uma estrutura que fica dentro do cérebrodentro do sistema límbico. A amígdala participa de aspectos fundamentais do comportamento social. É a amígdala que nos da a sensação de prazer, de dor, nos faz alegre ou nos faz sofrer. Ela é como se fosse a sede de nossas emoções. A destruição experimental das amídalas (são duas, uma para cada um dos hemisférios cerebrais) faz com que o animal se torne dócil, sexualmente indiscriminativo, afetivamente descaracterizado e indiferente às situações de risco. O estímulo elétrico dessas estruturas provoca crises de violenta agressividade. Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como à visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem está vendo, mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão. Localizada na profundidade de cada lobo temporal anterior. Ela funciona de modo íntimo com o hipotálamo. É o centro identificador de perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, apontando-se para fugir ou lutar. Hipocampo O Hipocampo é a estrutura envolvida com os fenômenos da memória de longa duração. Quando ambos os hipocampos (direito e esquerdo) são destruídos, nada mais é gravado na memória. Um hipocampo intacto possibilita ao animal comparar as condições de uma ameaça atual com experiências passadas similares, permitindo-lhe, assim, escolher qual a melhor opção a ser tomada para garantir sua preservação. Tálamo O Tálamo é um centro de organização cerebral; como uma encruzilhada de diversas vias neuronais onde estas podem se influenciar mutuamente antes de serem redistribuidas. As suas ligações mais abundantes são, de longe, com o Córtex. A principal função do Tálamo é servir de estação de reorganização dos estímulos vindos da periferia e do tronco cerebral e também de alguns vindos de centros superiores. Lá fazem http://pt.wikipedia.org/wiki/Tronco_cerebral 21 sinapse com os axônios dos neurônios situados nesses locais, e daí partem novos axônios que vão efetuar ligações em nível de outros centros superiores, principalmente o Córtex. Quase todos os sinais ascendentes que vão para o Córtex fazem sinapse nos núcleos do Tálamo onde são reorganizados e/ou controlados, exceptuando o sentido do olfato. Hipotálamo É a parte mais importante do sistema límbico. Além de seu papel no controle do comportamento, o hipotálamo também controla várias condições internas do corpo, como a temperatura, o impulso para comer e beber, etc. Essas funções internas são em conjunto denominadas funções vegetativas do encéfalo e seu controle está relacionado com o comportamento. O hipotálamo mantém vias de comunicação com todos os níveis do sistema límbico. Desempenha, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e a tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese do que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais. Quando os sintomas físicos da emoção aparecem, a ameaça que produzem, retorna, via hipotálamo, aos centros límbicos e destes, aos núcleos pré- frontais, aumentando por um mecanismo de feedback negativo, a ansiedade, podendo até gerar um estado de pânico. O Conhecimento desse fenômeno tem importante sentido prático dos pontos de vista clínico e terapêutico. Giro Cingulado Situado na face medial do cérebro entre o sulco cingulado e o corpo caloso, que é um feixe nervoso que liga os 2 hemisférios cerebrais. Há ainda muito por conhecer a respeito desse giro, mas sabe-se que a sua porção frontal coordena odores e visões com memórias agradáveis de emoções anteriores. Esta região participa ainda, da reação emocional à dor e da regulação do comportamento agressivo. A ablação do giro cingulado (cingulectomia) em animais selvagens domestica-os totalmente. A simples secção de um feixe desse giro (cingulomia), interrompendo a comunicação neural do circuito de Papez, reduz o nível de depressão e de ansiedade pré-existentes. Tronco Cerebral Região responsável pelas reações emocionais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinapse http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3rtex http://pt.wikipedia.org/wiki/Olfacto 22 Na verdade, nos vertebrados inferiores, como os répteis e anfíbios, é responsável pelas respostas reflexas. As estruturas envolvidas são a formação reticular e o lócus cérulus, uma massa concentrada de neurônios secretores de nor-epinefrina. É importante assinalar que, até mesmo em humanos, essas primitivas estruturascontinuam participando não só dos mecanismos de alerta, vitais para a sobrevivência, mas também da manutenção do ciclo vigília-sono. Área Tegmental Ventral Grupo de neurônios localizados em uma parte do tronco cerebral que secreta dopamina. A descarga espontânea ou a estimulação elétrica dos neurônios da região dopaminérgica mesolímbica produzem sensações de prazer, algumas delas similares ao orgasmo. Indivíduos que apresentam por defeito genético a redução no número de receptores das células neurais dessa área tornam-se incapazes de se sentirem recompensados pelas satisfações comuns da vida e buscam alternativas "prazerosas" atípicas e nocivas, como por exemplo, alcoolismo, consumo de drogas, jogo desenfreado ou desenvolvem compulsão pela ingestão de alimentos doces. Septo Situado à frente do tálamo, por cima do hipotálamo. A estimulação de diferentes partes desse septo pode causar muitos efeitos comportamentais distintos. Anteriormente ao tálamo, situa-se a área septal, onde estão localizados os centros do orgasmo (quatro para mulher e um para o homem). Certamente por isto, esta região se relaciona com as sensações de prazer, normalmente aquelas associadas às experiências sexuais. Área Pré-Frontal Não faz parte do circuito límbico tradicional, mas suas intensas conexões com o tálamo, amígdala e outras estruturas subcorticais, explicam o importante papel que desempenha na expressão dos estados afetivos. Quando o córtex pré-frontal é lesado, o indivíduo perde o senso de suas responsabilidades sociais, bem como a capacidade de concentração e de abstração. Em alguns casos, a pessoa conquanto mantendo intactas a consciência e algumas funções cognitivas, como a linguagem, já não consegue resolver problemas; mesmo os mais elementares. Quando se praticava a lobotomia pré-frontal, para tratamento de certos distúrbios psiquiátricos, os pacientes entravam em estado de "tamponamento afetivo", não mais evidenciando quaisquer 23 sinais de alegria, tristeza, esperança ou desesperança. Em suas palavras ou atitudes não mais se vislumbravam quaisquer resquícios de afetividade. Existe uma tendência universal para só considerar como afeto (e seus derivados, afetividade, afeição, etc.) as impressões positivas. Com o desenvolvimento da linguagem, nomes foram atribuídos a essas e a outras sensações, permitindo sua delimitação e explicitação a outros membros do grupo. Porém, até hoje, dada a existência de um componente subjetivo importante, difícil de ser comunicado, não existe uniformidade quanto à melhor terminologia a ser empregada para designar essas sensações. Assim é que se utilizam, de maneira imprecisa e intercambiável, quase como sinônimos, os termos afeto, emoção e sentimento. Entretanto, assim pensamos, a cada uma dessas palavras deve ser atribuída uma definição precisa, em respeito à etimologia e às diferentes reações físicas e mentais que produzem. Afeto (do Latim affectus, significando afligir, abalar, atingir) é definido por Aurélio como sendo "um conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos ou paixões, acompanhadas sempre da impressão de prazer, dor, de satisfação, insatisfação, agrado, desagrado, alegria ou tristeza". Curiosamente, existe uma tendência universal para só considerar como afeto (e seus derivados, afetividade, afeição, etc.) as impressões positivas. Assim, ao se dizer "sinto afeto por fulana" estou manifestando amor ou carinho; nunca raiva ou medo. Já em relação às emoções e sentimentos, o uso se aplica nos dois sentidos: "ela tem bons sentimentos; eu tenho sentido emoções desagradáveis”. Emoções (do Latim emovere, significando movimentar, deslocar) é como sua própria etimologia sugere: reações manifestas frente àquelas condições afetivas que, pela sua intensidade, mobilizam-nos para algum tipo de ação. Confrontando a opinião de vários autores, podemos dizer que as emoções se caracterizam por uma súbita ruptura do equilíbrio afetivo. Quase sempre são episódios de curta duração, com repercussões concomitantes ou consecutivas, leves ou intensas, sobre diversos órgãos, criando um bloqueio parcial ou total da capacidade de raciocinar com lógica. Isto pode levar a pessoa atingida a um alto grau de descontrole psíquico e comportamental. Por contraste, os sentimentos são tidos como estados afetivos mais duráveis, causadores de vivências menos intensas, com menor repercussão sobre as funções orgânicas e menor interferência com a razão e o comportamento. Exemplificando: amor, medo e ódio são sentimentos; paixão; pavor e cólera (ou ira) são emoções. 24 Existem ainda, duas condições bem caracterizadas que, de certa forma, estão inseridas no contexto da vida afetiva, posto que, dependendo da intensidade dos afetos, elas podem resultar destes e, às vezes, com eles se confundirem. Estamos nos referindo aos distúrbios do humor, representados pelas depressões e euforias maníacas e a diminuição do estado de relaxamento mental com reação de alerta, representada pela ansiedade. Ao longo dos séculos, filósofos, médicos e psicólogos estudaram os fenômenos da vida afetiva, questionando sua origem, seu papel sobre a vida psíquica, sua ação favorecedora ou prejudicial à adaptação, seus concomitantes fisiológicos e seu substrato neuroendócrino. As manifestações afetivas teriam como causa última, a capacidade da matéria viva de responder a estímulos sobre ela incidentes. Existem duas teorias clássicas e antagônicas sobre a questão. A primeira, defendida, por Darwin e seus seguidores, prega que as reações afetivas seriam padrões inatos destinados a orientar o comportamento, com a finalidade de adaptar o ser ao Meio Ambiente e, assim, assegurar-lhe a sobrevivência e a da sua espécie. Os distúrbios orgânicos que podem acompanhar o processo seriam apenas uma conseqüência de natureza fisiológica. Em oposição, outros, como William James, afirmam que diante de um determinado estímulo, real ou imaginado, o organismo reagiria com uma série de alterações neurovegetativas, musculares e viscerais. A percepção de tais alterações originaria estados afetivos correspondente. Existe uma terceira posição, mais moderna, que propõe soluções de compromisso entre as duas teorias clássicas. É o caso de Lehmann, o qual afirma que o afeto é um fenômeno complexo, que se inicia por um processo central, a partir de uma causa interna ou externa. Ele se manifesta como uma alteração do "eu" e pode desencadear movimentos reflexos faciais e variadas alterações orgânicas. À medida que os sintomas corporais aumentam de intensidade, o afeto torna-se mais mobilizador e se define como uma emoção. Esta idéia encontra sustentação na clínica, no tratamento de pacientes com fobias de desempenho, os quais, diante de situações que temem (falar em público, por exemplo), apresentam palpitações, suores, dificuldade de respirar, etc. Alguns óleos essenciais como: sândalo, alfazema, tangerina, cipreste, ylang-ylang, ajudam no bloqueio dos fenômenos neurovegetativos, “esvaziam” a ansiedade, permitindo maior controle da fobia. 25 9 OS ÓLEOS ESSENCIAIS Os óleos essenciais são substâncias complexas e voláteis extraídos de folhas, flores, frutos, madeira, cascas e raízes de ervas e árvores. Eles são compostos químicos naturais, porém, mais seguros do que as drogas farmacêuticas, mas de ação mais lenta, pelo que são mais recomendados como forma de tratamentos preventivo ou complementar. Os óleos essências têm cheiro e qualidade única, sua composição pode variar de acordo com a região de cultivo, o clima, a idade do terreno, o procedimento da colheita e o método de extração. A imagem que nos vem quando pensamos em óleo, é de algo pesado, que não se evapora, que vem de óleo de cozinha; mas este não é o caso dos óleos essências. As plantas frescas são de 75 a 100 vezes mais concentradasdo que as plantas secas e representam uma função importante em sua bioquímica, agindo como reguladoras e mensageiras, protegendo assim contra ataques de fungos, parasitas e doenças, além de exercer um papel fundamental na fertilização, polinização e adaptação ambiental. Por ter uma complexidade química, o valor terapêutico dos óleos essências é inegável, ao contrário dos produtos quimicamente sintéticos, que atuam de um modo relativo ao composto químico ativo. Os principais grupos químicos que constituem os óleos essências e o uso aromático: Na saga química, temos três protagonistas principais: o Átomo de Carbono, de Hidrogênio e de Oxigênio. Os óleos essências pertencem a uma das três classes de compostos químicos: 1- Os Terpenos 2- Derivados Terpênicos 3- Compostos derivados de Fenilpropano. 9.1 OS TERPENOS: Assim como o óleo essencial é o coração da aromaterapia, a molécula de isopreno é a pedra fundamental do óleo essencial. O Isopreno, de fórmula (C5H8)n, é o bloco da construção 26 favorito da natureza para todos os óleos essenciais. Esse “n” subscrito na fórmula significa: Os terpenos têm número variado de moléculas de Isopreno que formam seu esqueleto. Os compostos terpênicos que os compõem têm consistência similar ao dos álcoois. Portanto, recebem também o nome de óleos voláteis em virtude dessa qualidade etérea. 9.2 DERIVADOS TERPÊNICOS: Quando os Hidrocarbonetos terpênicos sofrem a substituição dos átomos de hidrogênio por grupos funcionais (nos quais o oxigênio se liga ao átomo de carbono de diferentes maneiras), os terpenos viram Compostos Terpênicos. O tipo de substituição que ocorre impacta diretamente as propriedades medicinais, psicológicas e energéticas dos óleos essenciais. Grupos Funcionais mais importantes: Ésteres Tem efeito fungicida, sedantes e antiespamódicos. Geralmente o Aroma é agradável, muito usado na produção de perfumes. Alguns representantes: bergamota, sálvia e lavanda. Aldeídos terpênicos A ação é sedante, antiinfecciosa e anti-séptica. Estão presentes na melissa, no capim- limão e na citronela. Cetonas São descongestionantes em caso de asma, bronquite e resfriado. Alguns são tóxicos, portanto devem ser usados com cautela. Alguns óleos: funcho, gengibre e hissopo. Álcoois terpênicos A ação é anti-séptica, antiviral e estimulante do sistema imunológico. Estão presentes em alguns óleos como: rosa, pau-rosa, sândalo, gerânio e citronela. Fenóis De ação bactericida, desinfetante e estimulante, ajudam na limpeza de ferimentos e no tratamento de inflamação, eles podem ser altamente irritante à pele. Alguns óleos: cravo, tomilho e órego. Óxidos 27 São expectorantes e bactericidas, estão presentes, por exemplo, no alecrim e na melaleuca. Ácidos De poder anti-séptico e diurético, podem ajudar a baixar a febre. Contêm vitaminas, fitormônios e antibióticos. Estão presentes no benjoim e na melissa. 9. 3 DERIVADOS DE FENILPROPANO: Fenilpropano são compostos cuja estrutura tem um anel fenílico [-C6H5] com uma cadeia lateral de 3 carbonos (propano). A ligação dupla na cadeia lateral torna as moléculas ativas farmacologicamente; isto é, bastante reativas. Os óleos essenciais que contêm esses compostos devem ser diluídos porque são tóxicos quando usados em alta concentração ou por tempo prolongado. A ação é anti-séptica, fungicida e anestésica. São encontrados nos seguintes óleos: cravo e canela. 9. 4 MÉTODOS DE EXTRAÇÃO O óleo essencial é a quintessência da planta da planta. É um trabalho árduo, porém compensador. Existem várias maneiras de se extrair os óleos. A opção de alguns fatores importantes: - Rendimento de cada método, - Aplicação final do óleo essencial, - Localização do óleo essencial na planta, - Maneira de preparar as plantas antes da extração. 28 9.4 1 Destilação a vapor A destilação a vapor é o método mais conhecido e mais comum dos Óleos Essências. É empregado para obter: óleos essências bastante voláteis, provenientes de folhas, flores, troncos e sementes. O processo é feito em um destilador, onde partes frescas ou secas das plantas são colocadas. Em uma caldeira, o vapor circula através do material vegetal, proporcionando a quebra de corpúsculos intercelulares, que se abrem, liberando o óleo essencial. As moléculas dos óleos evaporam junto com o vapor de água, passando através da coluna, no alto do destilador, passando para a etapa do resfriamento, através do uso de uma serpentina, onde se condensa, juntamente com a água. A camada de óleo essencial é separada através da decantação, sendo que a água que se apresenta como subproduto de todo este processo, após a retirada do material ativo, é denominada água floral, destilado, hidrossol ou higrolato. Alguns óleos essências obtidos por destilação: Flores-Lavanda Folhas-Patchuli Madeira-Sândalo e Cedro 9.4. 2 Prensagem e Obtenção à Frio São usados para a obtenção de óleos essenciais voláteis que se alteram com o calor, como os óleos de cascas de frutas cítricas. Assim, as frutas são espremidas por meio de uma prensa hidráulica, extraindo tanto o óleo essencial quanto o suco. Após a prensagem é feita a centrifugação da mistura, através da qual se separa o óleo essencial puro. O rendimento máximo que se consegue neste método é de aproximadamente 80% do conteúdo total do óleo. Só para se ter uma idéia, uma pessoa experiente consegue preparar apenas um pouco mais de meio litro por dia. 29 A restrição básica é que as cascas a serem prensadas não tenham conservante, inseticida ou qualquer outro produto que por ventura possa vir a degradar a qualidade do óleo essencial. Alguns óleos essenciais obtidos por prensagem: Casca de Limão Casca de Bergamota Casca de Laranja 9.4. 3 Maceração Na maceração, as folhas e flores são esmagadas até o ponto inicial da ruptura da glândula. Em seguida, são colocadas em gordura depurada (purificada e inodora) ou em óleo vegetal quente. A concentração se dá repetindo o processo. Portanto, coloca-se uma nova massa vegetal de folhas e flores dentro do óleo vegetal já aromatizado. O processo continua a ser repetido até a concentração de o óleo essencial ser a desejada. Pode levar até um mês para completar este ciclo. Temos então um óleo de massagem ou um excelente ungüento. 9.4.4 Enfloragem No método da enfloragem, basicamente, o que se faz é colocar uma camada de pétalas sobre uma de banha ou gordura depurada que repousa sobre uma placa de vidro. A gordura altamente purificada e inodora consiste normalmente de uma parte de sebo (duro) misturado a duas partes de toicinho (banha de porco) como 0,6% de benjoim usado como conservante. O processo é novamente repetido como se estivesse se fazendo um sanduíche. A troca das pétalas é repetida todos os dias. A freqüência depende da planta: pode ocorrer de três em três dias, até todos os dias, como no caso do Jasmim. O ponto de saturação pode durar até 10 semanas. Após esse período, a banha fica completamente saturada com o óleo essencial da flor. 30 Vigência Comece preparando um ambiente tranqüilo para a sua meditação, longe de muitas interferências externas, arejado, limpo e que permita que você regule a luminosidade. Procure usar roupa confortável que lhe dê mobilidade, bem como se for ouvir música, que esta seja suave e em volume baixo. Deixe o ambiente em meia luz, coloque a música e sente-se confortavelmente. Relaxe os músculos e passe a respirar tranqüilamente de forma circular. A respiração circular consiste em inspirar o ar de modo que tórax e abdômen fiquem cheios de ar, depois expire todo o ar que puder sem dar pausa entre um movimento e outro. Faça isso lentamente, e logo sentirá em um estado de transe leve. De olhosfechados, perceba os aromas que compõem o ambiente. Identifique as fases da interpretação do aroma e perceba em si mesmo o tempo e os efeitos do cheiro. A destilação a vapor é o método mais conhecido e mais comum de extração dos Óleos Essências. É empregado para obter óleos bastante voláteis, provenientes de folhas, flores, troncos e sementes. 31 10 USO DA AROMATERAPIA Podemos absorver oóleo essencial através da pele, (em 20 minutos o óleo já está na corrente sanguínea) e do nariz (em 2 segundos já chega no sistema límbico), que são as vias mais seguras. Na pele deve-se tomar cuidado extra, para evitar reações alérgicas, sensibilizações, queimaduras, irritações, etc. Para o uso seguro, devem-se diluir os óleos essenciais em veículos carreadores, como cremes neutros e óleos vegetais, usando-os em massagens, tratamentos estéticos, compressas, etc. Penetrando na pele, os óleos essenciais entrarão na corrente sanguínea e agirão nos órgãos internos, sendo excretadas as quantidades não metabolizadas. Via olfato deve-se tomar cuidado com tempo de exposição e concentração. Uma parte do aroma inalado vai para os pulmões via traquéia, penetrando nos brônquios, bronquíolos e alvéolos, passando para a corrente sangüínea nas trocas gasosas, agindo da mesma forma da penetração cutânea. Outra parte do aroma vai para o cérebro, atingindo o Sistema Nervoso Central e mais especificamente o Sistema Límbico, que é nosso antigo Cérebro das Emoções, responsável por nossas emoções, nossos comportamentos e atitudes, nossa memória e nossos humores. Para esta via, pode-se usar aromatizadores pessoais, aromatizadores à vela ou elétricos e pot-pourris. Desta forma, cada óleo essencial agirá de uma forma diferente no nosso corpo, físico, mental e emocionalmente, de acordo com sua composição química. Por isto, podemos dizer que a Aromaterapia é Holística, pois podemos atacar diversos males sob todos os aspectos, pois não podemos tratá-los isoladamente. Uma gastrite nunca é somente uma gastrite, mas um conjunto de fatores que culminam numa gastrite e assim sucessivamente. Cada pessoa é diferente das demais e, portanto, deve ser tratada de forma única e individual. Sendo assim, na Aromaterapia nunca se sugere um óleo essencial para uma gastrite de uma pessoa e para todas as outras que possuem gastrite, mas será uma sinergia de óleos essenciais considerando todos os outros aspectos da vida destas pessoas. http://www.aromalife.com.br/index.cfm?uPag=Textos&ID=20 http://www.aromalife.com.br/index.cfm?uPag=Textos&ID=20 http://www.aromalife.com.br/index.cfm?uPag=Textos&ID=20 http://www.aromalife.com.br/index.cfm?uPag=Textos&ID=20 32 10. 1 MÉTODOS DE UTILIZAÇÃO Existem diversas maneiras para utilização dos benefícios que os óleos essenciais podem trazer: 10.1.1 Inalação Indicada para o tratamento das vias respiratórias, rinite, sinusite, resfriados, asma e bronquite. Em dois litros de água fervente, pingue 4 (quatro) gotas de óleos essenciais indicados para o tratamento. Posicione o rosto sobre o vapor da bacia com cuidado e cubra a cabeça com uma toalha, formando uma cabana sobre a bacia. Feche bem os olhos e inale por 3 minutos. Se necessário, repita a aplicação por mais uma vez, totalizando 6 minutos. Nos quadros crônicos, a freqüência deve ser de duas vezes ao dia, por três dias. 10.1.2 Massagem Terapêutica A massagem é o método mais utilizado na aromaterapia. Ela deve ser suave e relaxante e utiliza os vários sistemas de energia do corpo. Se você não é terapeuta em massagem, 33 simplesmente utilize movimentos suaves e rítmicos. Os óleos essenciais podem ser usados em técnicas como drenagem linfática, reflexologia e Shiatsu. 10. 1.3 Aromatizadores Método adequado para os tratamentos de ordem emocional e psicológica. Os óleos essenciais, quando difundidos no ambiente, evocam sensações e memórias que influenciam, através do sistema nervoso central, o humor e o comportamento. Geralmente os difusores para óleos essenciais trabalham com pequenas quantidades de óleo. Para ambientes com 20 m², utilizam-se 10 (dez) gotas, aumentando-se a quantidade conforme o tamanho do local Os difusores podem ser elétricos, à vela ou pastilhas que absorvem os óleos essenciais e os difundem lentamente. 34 10.1.4 Banho Terapêutico Pelos banhos, os óleos essenciais são transportados para o interior do organismo e beneficiam vias respiratórias, funções orgânicas, pele, musculatura e circulação. Ideal para relaxar. Prepare a banheira; a temperatura da água deve estar quente ao máximo (38) suportável pela pele. Entre na banheira e despeje lentamente a mistura de óleos essenciais. A duração do banho deve ser de 20 minutos. Compressa quente Indicada para o alívio de dores como: cólicas, pancadas e distensões. Ferva dois litros de água, pingue 10 (dez) gotas de óleos essenciais conforme o objetivo da compressa. Tenha à mão duas toalhas, embeba uma delas na água e aplique. Quando a toalha atingir a temperatura do corpo, troque-a por outra quente. IMPORTANTE: Numa aplicação de compressa quente nunca deixe que a toalha esfrie sobre o local. Aplique por no mínimo 15 minutos e pelo menos três vezes ao dia até que as dores desapareçam totalmente. Compressa gelada Ideal para tratamento de inchaços, queimaduras, cicatrizes, feridas e enxaqueca. Em um litro de água gelada, pingue 5 (cinco) gotas de óleos essenciais adequados e aplique até que a compressa atinja a temperatura do corpo. A aplicação deve ser de 15 minutos duas vezes ao dia. Escalda pés 35 Encha uma bacia com água quente. Pingue 10 (dez) gotas de óleos essenciais sobre uma colher de sopa de sal grosso e misture na bacia. Mergulhe os pés por 15 minutos. Aplique o escalda-pés de preferência no tratamento de dores, cansaço, frieiras e calos antes de dormir. Mantenha os pés aquecidos durante a noite. Sauna Os óleos essenciais são as melhores essências para sauna. Dilua o aroma segundo as instruções do fabricante da sauna. Para a aplicação dos óleos essenciais dilua 2 (duas) gotas por concha d’água e derrame sobre as pedras. Pulverização Por ser um método mais rápido que a difusão, a pulverização com spray é própria para a recuperação e desinfecção de ambientes contaminados por germes. A pulverização é também indicada para a aplicação psicoterapêutica do óleo essencial. 36 10.1.5 Sinergias É o processo pelo qual a soma das partes forma uma nova composição. Isto é, alguns óleos essenciais têm o poder de se acentuar mutuamente. As sinergias permitem que um tratamento seja preciso ao histórico do indivíduo, pois se devem levar em conta os sintomas a serem tratados, a origem do distúrbio e os fatores psicológicos e emocionais envolvidos. Como Preparar uma Sinergia Para uma sinergia utilizamos os óleos carreadores para conduzir os óleos essenciais, através de massagens e banhos. Em que a estrutura molecular dos óleos vegetais permite que os óleos essenciais sejam absorvidos pela pele. Todos os carreadores servem como veículo emoliente para diluir ou misturar um ou mais óleos essências. Os carreadores podem ser de vários tipos: óleo vegetal, cera líquida, manteiga e gel. Tradicionalmente os óleos vegetais são os mais utilizados nas sinergias. A Matemática das Sinergias Para cada 5 ml (1 colher de sobremesa) de óleo vegetal podemos adicionar no mínimo uma gota de óleo essencial e no máximo 3 gotas. E, em dosagens maiores do óleo vegetal utilizamos à proporcionalidade. Ex: em uma massagem utiliza-se em média 20 ml (2 colheres de sopa) de óleo vegetal, então acrescentaremos no mínimo 4 gotas do óleo essencial e no máximo 12 gotas. É importante observar que na divisão das gotas dosóleos essenciais, os florais serão utilizados em maior quantidade, por serem mais voláteis, ou seja, evaporam mais rápido. Em seguida, as folhas, que tem volatilidade média e em menor quantidade as madeiras, que apresentam menor volatilidade. Em uma massagem relaxante, podemos dividir as 12 gotas em, por exemplo: 5 gotas do óleo essencial de lavanda, 3 gotas de laranja, 3 de cipreste e 1 gota do óleo essencial de cedro. 37 Correlação dos óleos essenciais ao Corpo Humano: Dividimos o corpo humano em 3 partes Cabeça Flores Nota alta/volátil Cheiro redondo Trabalham o emocional, relaxamento, são calmantes e/ou afrodisíacos Coração/Pulmão Folhas Nota média Cheiro espetado Trabalha o sentimento, a respiração Pés Madeiras Nota baixa Cheiro forte, revigorante, estanque Trabalham com o aterramento, a fixação. Os óleos essenciais cítricos permeiam entre os óleos de cabeça e os do coração, podem ser estimulantes ou relaxantes. No preparo da Sinergia devem-se levar em conta os seguintes fatores: Não misturar mais de quatro óleos essências Não usar óleos com efeitos opostos Fazer uma mistura agradável 38 Anamnese para o preparo da Sinergia Data: ____/____/____ Nome Data de nascimento: ____/_____/____ Sexo: End.: Bairro: Cidade: Estado: Cep.: E-mail: Fone res.: Com.: Cel.: Profissão: Estado civil: Indicado por: Motivo: 1. Hábitos: Álcool:( ) freqüente ( ) ocasional Fumo: ( ) sim – média/dia: ________ ( ) não ( ) ex-fumante – Tempo: _______ Sono: ( ) mais de 8h ( ) menos de 8h Caminhada: ( ) sim- freqüência: _____________ ( ) não Prática de esporte: ( )sim- qual: __________________ ( ) não Postura diária: ( ) sentada ( ) em pé ( ) em movimento Dieta: ( ) sim ( ) não Com acompanhamento médico: ( ) sim ( ) não Ingestão de medicamentos: ( ) sim – quais: _______________________________________ ( ) não 39 Ingestão de água: ( ) pouca ( ) moderada ( ) abundante PA: Antes: ________________ Depois: _____________ 2. Gestações: Número de gestações: ____________ Número de filhos: ___________ Última menstruação: início ________ Término ___________________ Método contraceptivo: ______________________________________ 3. Episódios Orgânicos: ( ) cardíaco ____________________ ( ) respiratório ________________ ( ) diabético ____________________ ( ) circulatório _________________ ( ) gastrointestinal _______________ ( ) ginecológico ________________ ( ) ortopédico ___________________ ( ) enxaquecas ________________ ( ) alergias ______________________ ( ) renal _____________________ ( ) endócrino ____________________ ( ) dermatológicos _____________ ( ) infecciosos ___________________ ( ) psicológicos _______________ ( ) neurológicos __________________ ( ) psiquiátricos _______________ 4. Já fez algum trabalho corporal? ( ) Sim, qual (s)? ________________________________________________ ( ) Não 5. Restrições em relação a banhos e/ou massagens? ( ) Sim, quais? ________________________________________________ ( ) Não 6. Hoje está passando por algum processo terapêutico? ( ) Sim, qual? ________________________________________________ ( ) Não 7. Como está sente-se neste momento? 40 ( ) Cansado ( ) estressado ( ) deprimido ( ) dores musculares/articulares ( ) tranqüilo ( ) enxaqueca ( ) desegernizado ( ) tenso ( ) agitado ( ) Sonolento ( ) insônia ( ) irritado ( ) memória debilitada ( ) ansioso 8. Qual o aroma que mais lhe agrada? ( ) floral ( ) cítrico ( ) amadeirado ( ) folha 9. Foi submetido a algum processo cirúrgico nos últimos 6 meses? ( ) Sim, qual? Por quê? __________________________________________ ( ) Não Observações: _______________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 41 11 PRECAUÇÕES NO USO DA AROMATERAPIA Devem ser tomados cuidados especiais com crianças pequenas, gestantes e idosos A aromaterapia pode ser útil durante a gravidez e o parto, mas apenas sob orientação de um profissional qualificado. Óleos que devem ser evitados durante a gravidez: alecrim, cedro, salvia esclaréia, junípero, manjericão, manjerona, mirra, canela, erva doce, hortelã, pimenta negra. As doses para mulheres grávidas devem ser 25% de uma dosagem mínima recomendada; para crianças e bebês use quantidade extra diluída. Mantenha os frascos longe do alcance das crianças. A não ser casos indicados, não aplique óleo essencial puro diretamente na pele, pois podem causar reações alérgicas. É aconselhável fazer um teste de sensibilidade. Um desequilíbrio emocional, stress, distúrbios hormonais podem alterar a sensibilidade de uma pessoa. Os óleos essenciais são solventes e inflamáveis, portanto mantenha-os longe do fogo, plástico e madeira. Nunca faça uso de óleo essencial oralmente, somente sob orientação médica. Caso queira tomar remédio homeopático consulte seu médico antes de usá-lo. No caso de hipertensão evite os óleos de alecrim, sálvia e tomilho; epilepsia evitar os óleos de erva doce, alecrim, sálvia e tomilho. Óleos essenciais que não devem ser usados antes de exposição ao sol: bergamota, limão, laranja, tangerina e cítricos em geral. Não usar um óleo essencial por mais de três semanas, caso seja necessário, descanse uma semana, depois retome. Não substituir a medicação utilizada por óleos essenciais sem um acompanhamento médico. 42 12 CONFECÇÃO DE PRODUTOS AROMATERAPÊUTICOS: 12.1 SAIS DE BANHO: 1 kg de sal grosso 1 colher de sopa de sulfato de magnésio 1 recipiente de vidro para mexer 10 ml de óleo essencial Corante alimentício líquido a base de água, na cor de sua preferência. Como Fazer: Coloque o sal em uma vasilha e acrescente o sulfato de magnésio. Mexendo sempre, coloque aos poucos o corante, conforme o tom desejado. Por último, acrescente o óleo essencial. Deixe descansar por uma semana. Algumas receitas de Sais de Banho 80 ml de sal grosso moído 75 gotas de óleo essencial Óleo vegetal para dar liga (+/- 10 ml) Limpeza Energética: 25g de Lavanda 20g de Pau-Rosa 15g de Eucalipto 15g de Limão Afrodisíaco: 30g de Ylang-Ylang 20g de Bergamota 43 18g de Hortelã-Pimenta 7g de Canela Insônia, ansiedade, depressão e dores musculares: 25g de Gerânio 20g de Laranja 15g de Eucalipto 10g de cedro Banhos na banheira Revigorante 20 ml de óleo vegetal de semente de uva 4 gotas de óleo essencial de Ylang Ylang 3 gotas de óleo essencial de alecrim 3 gotas de óleo essencial de bergamota 2 gotas de óleo essencial de cravo Desintoxicante 20 ml de óleo vegetal de semente de uva 4 gotas de óleo essencial de lavanda 3 gotas de óleo essencial de lemongrass 3 gotas de óleo essencial de limão tahiti 2 gotas de óleo essencial de pau–rosa 12.2 AROMATIZADOR: 48 ml de água destilada 12 ml de álcool de cereais 44 15 a 45 gotas de óleos essenciais Algumas receitas de Aromatizadores: Dores Muscularese Articulares: 17g de Bergamota 13g de Gerânio 6g de Hortelã-Pimenta 4g de Cravo Afrodisíaco: 17g de Ylang-Ylang 13g de Bergamota 6g de Hortelã-Pimenta 4g de Canela Limpeza energética e relaxante: 17g de Lavanda 13g de Limão 6g de Eucalipto 4g de Pau-Rosa Insônia, ansiedade, depressão e dores musculares: 17g de Gerânio 13g de Bergamota 6 g de Manjerona 4g de Cedro 45 12.3 PERFUME Afrodisíaco 5 ml de óleo vegetal de semente de uva 1gota de óleo essencial de Ylang ylang 1 gota de óleo essencial de hortelã-pimenta 1 gota de óleo essencial de cravo Para causar boa impressão 5 ml de óleo vegetal de semente de uva 1 gota de óleo essencial de gerânio 1 gota de óleo essencial de laranja 1 gota de óleo essencial de Cravo Para memória 5 ml de óleo vegetal de semente de uva 1 gota de óleo essencial dejasmim 1 gota de óleo essencial de manjericão 1 gota de óleo essencial de cravo Massagem Massagem relaxante e dores musculares 20 ml de óleo vegetal de semente de uva 5 gotas de óleo essencial de lavanda 2 gotas de óleo essencial de eucalipto glóbulo 3 gotas de óleo essencial de laranja 1 gota de óleo essencial de cedro 46 Massagem estimulante 20 ml de óleo vegetal de semente de uva 5 gotas de óleo essencial de Ylang - Ylang 2 gotas de óleo essencial de hortelã-pimenta 3 gotas de óleo essencial de bergamota 1 gota de óleo essencial de cravo 12.4 ANIS-ESTRELADO Illicium anisatum lour., fam. Magnoliáceas Sin.:Illicium verum Hooker Filius. Sin. Popular: Badiana, Anis-da-china, Badiana-da-china. Origem (ervas): China e Japão. País produtor (O.E) :Espanha. Método de extração: Hidrodestilação dos frutos maduros. Rendimento: 20 kg de semente seca para extrair 1 kg de O.E. Constituintes principais (O.E.): 80 a 96% anetol. O restante fica rateado entre limoneno, d-pineno, cineol, terpineol, safrol, candineno, estragol,1-felandreno. Indicação terapêutica: Atonia gastrintestinal, dispepsia nervosa, cólica, enxaqueca de origem digestiva, catarro crônico, tosse, piolho de cabelo, inapetência (falta de apetite). Propriedades medicinais: Carminativo, digestivo, expectorante, galactogogo, estomáquico. Ação psicológica: Estimulante. Modo de usar: inalação, infuso, massagem, mascar o fruto do anis-estrelado. Sinergias: Misturam bem com óleo essencial de bergamota, laranja, melissa e funcho. Cuidados: o óleo essencial de anis e incompatível com oxidantes (ácido nítrico, permanganato, cromato). A água oxigenada anula a ação anti-séptica do óleo. Sais metálicos, como ferro, fazem ocorrer precipitações. Como este óleo é feito com 15% anis-japonês (Illicium 47 religiosum Siebold e Zunc...) cujos componentes têm certa toxicidade, é recomendado usa-lo com cautela e evitar o uso contínuo. 12.5 CAMOMILA-ROMANA Anthemis nobilis, L.fam. Composta Sin.: Chamaemelum nobille All., Anthemis odorata Lam., Ormensis Sin. Populares: Camomila-nobre, Camomila-verdadeira, Camomila-odorante, Camomila-de-paris, Marcela, Macela-flor, Macela-dourada, Macela-galega, Macela. Origem (ervas): Europa. Países produtores (O.E): Itália, Bélgica, França, Inglaterra, Hungria. Método de extração: Hidrodestilação das sumidades florais. Rendimento: 50 a 300 kg. Em média 100 kg de flores para extrair 1 kg de O. E. Constituintes principais (O.E.): Ésteres como isobutirato de n-butila, angelatos de isobutila, isoamila; ésteres de ácidos (angélico, tíglico) e de álcool (metil–3–pentanol–1); ácido metacrílico, antenol (C10h16O); nobilina, trans-pinocarvona, pinocarveol. Indicação terapêutica: Dispepsia, flatulência, cólica, raquialgia (dor na coluna vertebral) de origem gripal, cefaléia, úlcera intestinal, problemas de pele (eczema, dermatite, insolação), ansiedades, depressão, irritabilidade, histeria. Propriedades medicinais: Emanagogo, diaforético, febrífugo, anti-séptico, anti- helmíntico, carminativo, estomáquico. Ação psicológica: Sedativo, relaxante. Modos de usar: Inalação. Infuso, fricções, massagem, máscara facial. Sinergias: Mistura bem com óleo essencial de alfazema, bergamota, rosa, néroli, petitgrain, patchouli. Cuidados: O óleo de Camomila-Romana costuma sofrer adulterações com essências extraídas de outras espécies de camomila como a Anthemis Cotula L. que tem apenas 0,02a, no máximo, 0,06% de óleo essencial comparado com 0,32 a 2% encontrados na Camomila- Romana. Outras vezes, este óleo é contrafeito com a Chamaemelum fuscatum Vasc. 48 ouAnthemis fuscata Brot., Ch. grisley (samp.) Vasc., e até com a Chrysanthemum parthernium Bernh. Informação adicional: Este óleo azul – escuro passa a marrom-amarelado quando em contato com ar e luz. Tem uma densidade que varia de 0,905 a 0,915 á 15ºC com índice de refração de 1,442 a 1,448 à 20ºC. É solúvel em 1 vol. de álcool à 6 vol. de álcool à 70%. 12.6 BENJOIM Sin. Estrangeiro: Luban jawi, banjawi, benjuí, benzoin, benjamim. Sin. populares: Benjoim-de-samatra, bemjoim-de-java, benjoim-de-boréu, benjoim-da- tailândia. Origem (árvore):Indo-Malaia. País produtor: (O.E): Samatra. Método de extração: Diluição da resina em álcool seguido de destilação. Rendimento: 20 kg da resina para extrair 1 kg O. E. Constituintes principais (O.E): 26 a 35% de ácidos aromáticos constituído principalmente pelos ácidos cinâmico e benzóide. Há ainda 2 a 3% de estiracina. O restante se divide: em cinamato de fenilpropila, feniletileno, vestígios de aldeído benzóico e traços de vanilal. Indicação terapêutica: Dermatite, rachadura dos seios, frieira, ferida, resfriado, tosse, bronquite, catarro, laringite, leucorréio. Indicada também para esgotamento emocional, agitação e tristeza. Propriedades medicinais:Anti-séptico, expectorante, cicatrizante e vulnerário. Ação psicológica: Estimulante, reconfortante, animador. Modo de usar: Inalação, fumigações com incensário, banho, massagem, compressa, ungüento. Sinergias: Mistura bem com óleo essencial de gerânio, rosa, junípero, baunilha. Informação adicional: O benjoim, conhecido como resina de benjamim, é o ingrediente clássico do incenso. O benjoim de Sião (styrax onkinense Pierre) tem aroma mais suave e agradável que nos faz lembrar a baunilha. Já o benjoim-de-samatra (styrax benzoin Dryand) 49 lembra mais o estoraque (Liquidambar orientalle Mill) da família das Hamamelidáceas. O extrato de benjoim é solúvel em álcool a 80%. 12. 7 CANELA-DA-CHINA Sin.: Cinnamomum obtusifolium var. cássia Perrot e Eberthardt. Origem (árvore): Ásia. País produtor: (O.E): China. Método de extração: Hidrodestilação da casca. Rendimento: 60 a 80 kg de casca para extrair 1 kg de óleo essencial. Constituintes principais (O.E): 70 a 90% aldeído cinâmico, 1,5 a 12% aldeído o- metoxicinâmico(o-meticumárico). O restante se divide em: aldeídos benzílicos, salicílico, cumarina e alguns ácidos (cinâmico, benzílico, sacílico) Indicação terapêutica: Resfriado, gripe, tosse, cólica, pediculose, (infestação de piolhos), preguiça. Propriedades medicinais: Carminativo, adstringente, emenagogo, anti-séptico, germicida, sudorífero. Ação psicológica: Estimulante, afrodisíaco. Modo de usar: Inalação, difusor, compressa, xampu. Sinergias: Mistura bem com óleo essencial de bergamota, toranja, erva-cidreira (lemongrass), limão, citronela, laranja-doce. Cuidados:Contra-indicado durante a gravidez. Use este óleo em dosagem bem diluída (<1%). Para uso interno, prefira óleo de canela-do-ceilão. 12.8 CÂNFORA Sin.: Camphora offinalis, Steudt., Laurus camphora L., Persea camphora Spreng. 50 Origem (árvore): Ásia oriental. País produtor (O.E): China. Método de extração: Destilação fracionada da madeira a vapor d’água. Rendimento: 20 kg de lenho
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